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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Harry Potter e as relíquias da morte.

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE


Capítulo Um
A Ascensão do Lorde das Trevas

Os dois homens apareceram do nada, separados poucos metros na pista estreita e enluarada. Por um segundo permaneceram imóveis, as varinhas apontadas para o peito
um do outro; então, ao se reconhecerem, guardaram as varinhas debaixo de suas capas e começaram a andar apressadamente na mesma direção.
Novidades? perguntou o mais alto dos dois.
As melhores. respondeu Severo Snape.
A pista era limitada esquerda por amoreiras baixas selvagens, e direita por uma fileira de altos arbustos cuidadosamente podados. As longas capas dos homens
balançavam ao redor de seus tornozelos enquanto caminhavam.
Pensei que pudesse ser tarde disse Yaxley, suas feições arredondadas ficando fora de vista, enquanto os ramos suspensos das árvores bloqueavam a luz do luar.
Foi um pouco mais complicado do que eu esperava. Mas acho que ele ficará satisfeito. Você acredita que a sua recepção será boa?
Snape acenou com a cabeça, mas não continuou. Eles viraram direita para uma larga garagem que dava acesso pista. A alta margem de arbustos escoava pela distância
além dos impressionantes portões feitos de ferro que barravam o caminho dos homens. Nenhum dos dois parou de caminhar. Silenciosamente e juntos, levantaram o braço
esquerdo numa espécie de cumprimento e atravessaram como se o metal escuro fosse fumaça.
As sebes silenciaram o barulho dos passos dos homens. Houve um farfalhar direita, Yaxley empunhou sua varinha e apontoua por cima da cabeça de seu acompanhante,
mas a origem do barulho não era mais do que um pavão albino, andando majestosamente de uma ponta a outra o alto da sebe.
Lúcio sempre gostou do bom e do melhor. Pavões... Yaxley pôs sua varinha debaixo da capa com um grunhido.
Uma bela mansão apareceu na escuridão ao fim do estreito percurso, luzes piscavam nas vidraças brilhantes das janelas do térreo. Em algum lugar no jardim escuro
além das sebes, uma fonte jorrava. Pedregulhos crepitavam abaixo de seus pés enquanto Snape e Yaxley andavam depressa em direção porta da frente, a qual se abriu
para dentro aproximação deles embora não houvesse ninguém visível que tivesse abridoa.
A entrada era grande, pouco iluminada e suntuosamente decorada, com um magnífico carpete cobrindo a maior parte do chão de pedra. Os olhos dos rostos pálidos nos
retratos nas paredes seguiam Snape e Yaxley assim que eles passavam. Os dois homens pararam a uma pesada porta de madeira que levava ao próximo aposento, hesitaram
com o coração acelerado, até que Snape girou a maçaneta de bronze.
A sala de estar estava cheia de pessoas em silêncio, sentadas em uma grande e ornamentada mesa. Os móveis costumeiros da sala foram empurrados descuidadosamente
contra as paredes. A iluminação vinha de uma fogueira crepitante acesa abaixo de uma bela lareira de mármore cercada de um espelho banhado a ouro. Snape e Yaxley
se demoraram por um momento na entrada, e enquanto seus olhos se acostumavam carência de luz, tomaram consciência do detalhe mais estranho da cena: uma figura
humana aparentemente inconsciente estava pendurada de cabeça para baixo acima da mesa, girando vagarosamente como se estivesse suspensa por uma corda invisível,
sua imagem refletida no espelho e na superfície polida da mesa abaixo. Nenhuma das pessoas abaixo deste singular ângulo de visão estava olhando para ela, exceto
um garoto jovem e pálido, sentado quase abaixo dela. Ele parecia incapaz de evitar olhar para cima a cada minuto.
Yaxley, Snape disse uma voz alta e clara na cabeceira da mesa. Vocês estão quase atrasados.
O interlocutor estava sentado diretamente frente da lareira, de modo que era difícil, a princípio, distinguir mais do que a silhueta. Enquanto chegavam mais perto,
contudo, sua face brilhou pela escuridão: careca, ofídio, com rachos estreitos no lugar das narinas e olhos vermelhos brilhantes cujas pupilas eram verticais. Ele
era tão pálido que parecia emitir um brilho perolado.
Severus, aqui. disse Voldemort, indicando o assento imediatamente sua direita. "Yaxley ao lado de Dolohov.
Os dois homens tomaram seus lugares definidos. A maioria dos olhares ao redor da mesa seguiram Snape, e foi para ele quem Voldemort falou primeiro.
Então?
Milorde, a Ordem da Fênix pretende deslocar Harry Potter de seu atual lugar de segurança no próximo sábado, ao anoitecer.
O interesse ao redor da mesa afiouse palpavelmente. Alguns enrijeceram, outros se inquietaram, todos fitando Snape e Voldemort.
Sábado... ao anoitecer. repetiu Voldemort. Os olhos vermelhos fixados sobre os pretos de Snape com tal intensidade que alguns dos observadores desviaram o olhar,
aparentemente receosos de que eles mesmos seriam queimados pela ferocidade do olhar. Snape, contudo, olhava calmamente para o rosto de Voldemort e, após um momento
ou dois, a boca sem lábios de Voldemort se curvou para algo semelhante a um sorriso.
Bom. Muito bom. E essa informação vem?...
Da fonte sobre a qual discutimos. disse Snape.

Milorde. Yaxley inclinouse a frente para olhar Voldemort e Snape. Todos os rostos se viraram para ele.
Milorde, eu ouvi falar diferente. Yaxley esperou, mas Voldemort não falou, então continuou:
Dawlish, o auror, deixou escapar que Potter não será removido até o dia 30, a noite que precede o aniversário de dezessete anos do garoto.
Snape estava sorrindo e continuou:
Minha fonte disse que há planos para um alarme falso; deve ser isso. Não há dúvida que um Feitiço Confundus foi posto sobre Dawlish! Não seria a primeira vez,
ele é conhecido por ser suscetível.
Posso lhe assegurar, Milorde, que Dawlish pareceu estar totalmente certo. falou Yaxley.
Se ele foi confundido, naturalmente ele não tem dúvida. disse Snape. Eu lhe asseguro Yaxley, que o Escritório dos Aurores não terão parte alguma na proteção de
Harry Potter. A Ordem acredita que temos infiltrados no Ministério.
A Ordem entendeu uma coisa certa, então, hã? disse um homem gordo e baixo sentado um pouco distante de Yaxley, dando uma risadinha ofegante que ecoou aqui e
ali ao longo da mesa.
Voldemort não sorriu. Seu olhar desviouse para cima ao corpo que girava vagarosamente, e parecia estar perdido em pensamentos.
Milorde. Yaxley continuou. Dawlish acredita que um esquadrão inteiro de Aurores será utilizado para transferir o garoto...
Voldemort ergueu uma grande mão branca, e Yaxley acalmouse imediatamente, olhando ressentidamente enquanto Voldemort viravase para Snape.
Onde eles vão esconder o garoto depois?
Na casa de um dos membros da Ordem. disse Snape. O local, de acordo com a fonte, recebeu toda proteção que a Ordem juntamente do Ministério poderiam providenciar.
Penso que há pouca chance de pegalo, a menos que o Ministério tenha sido derrotado antes do próximo sábado, o que nos daria a oportunidade de nos informar sobre
os tais encantamentos e quebralos, o que seria necessário.
Bem, Yaxley? Voldemort chamouo da mesa, a luz do fogo refulgindo estranhamente em seus olhos vermelhos. O Ministério será derrotado até o próximo sábado?
Mais uma vez, todas as cabeças viraramse. Yaxley endireitou os ombros.
Milorde, eu tenho boas notícias a respeito. Lancei com grande dificuldade e esforço uma maldição Imperius sobre Plus Thicknesse.
Muitos que estavam sentados volta de Yaxley pareceram impressionados; seu vizinho, Dolohov, um homem com um grande e estranho rosto, deu um tapinha em suas costas.
É um começo. disse Voldemort. Mas Thicknesse é apenas um homem. Scrimgeour deve ser cercado por nossos parceiros antes que eu aja. Um atentado malsucedido
vida do ministro, pode me fazer retroceder bastante em meus planos...
Sim, milorde, isso é verdade, mas você sabe, como Chefe do Departamento de Aplicação das Leis da Magia, Thicknesse tem contato regular não apenas com o ministro,
mas também com todos os chefes de departamento do Ministério. Penso que será fácil, agora que temos um oficial do alto escalão sob nosso controle, subjugar os outros,
e então eles poderão trabalhar todos juntos para derrubar Scrimgeour.
Isso se o nosso amigo Thicknesse não for descoberto antes que ele tenha convencido o resto. disse Voldemort. De qualquer forma, permanece sendo improvável
que o Ministério será meu antes do próximo sábado. Se nós não podemos alcançar o garoto onde ele se encontra, então isso deve ser feito enquanto ele viaja.
Nós estamos em vantagem aqui, milorde. disse Yaxley, que parecia determinado a receber algum tipo de aprovação. Agora nós temos muitas pessoas posicionadas
dentro do Departamento de Transporte Mágico. Se Potter aparatar ou usar a rede de flu, saberemos imediatamente.
Ele não fará nenhum dos dois. disse Snape. A Ordem está evitando qualquer tipo de transporte que seja controlado ou regulado pelo Ministério; eles desconfiam
de tudo que tenha a ver com o Ministério.
Mesmo assim, disse Voldemort. Ele vai ter que se expor muito. Mais fácil de pegálo, certamente.
Mais uma vez Voldemort fitou o corpo que girava vagarosamente, enquanto continuou:
Eu mesmo tomarei conta do garoto. Já houve muitos erros em relação a Harry Potter. Alguns deles foram meus. O fato de Potter viver se deve mais a erros meus do
que aos seus triunfos.
As pessoas em volta da mesa observaram Voldemort apreensivamente, pelas suas expressões, pareciam receosos de serem culpados pela existência de Harry Potter. Voldemort,
contudo, parecia estar falando mais para si mesmo do que para qualquer um deles, ainda atento ao corpo inconsciente acima dele.
Fui descuidado e também enganado pela sorte e pela chance, com a destruição de todos meus planos mais bem elaborados. Mas eu sei melhor agora. Entendo coisas
que eu não entendia antes. Deverei ser eu a pessoa que matará Harry Potter, e o farei.
Como que em resposta a estas palavras, um repentino e terrível grito profundo de miséria e dor ressoou. Muitos dos que estavam na mesa olharam para baixo, surpresos
pelo som que parecia ter vindo debaixo de seus pés.
Rabicho? falou Voldemort, sem mudar o seu tom de voz baixo e sóbrio, e sem tirar os olhos do corpo que girava lá em cima. Já não falei a você sobre manter
o nosso prisioneiro quieto?
Sim, mmilorde. engasgou um pequeno homem na metade da mesa, que estava sentado tão baixo em sua cadeira que esta parecia, a princípio, desocupada. Agora ele
saltava de seu assento e disparava da sala, deixando nada mais atrás dele exceto um curioso brilho prateado.
Como eu estava dizendo, continuou Voldemort, olhando novamente para os rostos tensos de seus seguidores. Eu entendo melhor agora, e precisarei, por exemplo,
pegar emprestada uma varinha de um de vocês antes de ir matar Potter.
Os rostos em volta dele não demonstraram nada além de choque; ele podia ter anunciado que queria emprestado um dos braços deles.
Sem voluntários? disse Voldemort. Vamos ver... Lúcio, eu não vejo razão para você ainda ter uma varinha.
Lúcio olhou para cima. A pele parecendo amarelada e feita de cera sob a luz do fogo, seus olhos eram profundos e sombrios. Quando ele falou, sua voz estava embargada.
Milorde?
Sua varinha, Lúcio. Requisitei a sua varinha.
Eu...
Malfoy olhou ao lado para sua esposa. Ela estava parada frente, quase tão pálida quanto ele, seu longo cabelo loiro caído em suas costas, mas por baixo da mesa
os dedos finos fechados brevemente em seu punho. Ao toque dela, Malfoy pôs a mão em suas vestes, retirou a varinha e passoua para Voldemort, o qual a segurou acima
de seus olhos vermelhos, examinandoa atentamente.
Do que ela é?
Ulmeiro, milorde. sussurrou Malfoy.
E o núcleo?
Dragão cordas de coração de dragão.
Bom. disse Voldemort. Ele sacou sua própria varinha e comparou os comprimentos. Lúcio Malfoy fez um movimento involuntário; por uma fração de segundo, pareceu
que ele esperava receber a varinha de Voldemort em troca da sua. O gesto não foi perdido por Voldemort, cujos olhos alargaramse maliciosamente.
Dar a minha varinha a você, Lúcio? Minha varinha?
Alguns dos presentes deram risadinhas.
Eu lhe dei sua liberdade, Lúcio, isso não é o suficiente para você? Mas tenho percebido que você e a sua família parecem menos que felizes... O que há sobre minha
presença em sua casa que o incomoda, Lúcio?
Nada nada, milorde!
Tais mentiras, Lúcio...
A voz suave parecia assobiar até mesmo depois de a boca cruel parar de se movimentar. Um ou dois dos bruxos quase não seguraram um tremido assim que o chiado começou
a ficar mais alto; alguma coisa pesada pôde ser ouvida deslizando debaixo mesa.
A cobra imensa emergiu e escalou lentamente a cadeira de Voldemort. Ela se levantou, aparentemente sem fim, e veio a descansar nos ombros de Voldemort. Seu pescoço
era da espessura da coxa de um homem; seus olhos, com fendas verticais no lugar de pupilas, não piscavam. Voldemort tocava a criatura distraidamente com seus longos
dedos, ainda olhando para Lúcio Malfoy.
Por que os Malfoy parecem tão infelizes com sua sorte? Não é o meu retorno, minha ascenção ao poder que eles sempre proclamaram desejar por tantos anos?
Mas é claro milorde, disse Lúcio Malfoy. Sua mão tremia enquanto ele secava o suor de seu lábio superior. Nós desejávamos isso nós desejamos.
À esquerda de Malfoy, sua mulher fez um estranho aceno formal de afirmação, seus olhos desviados de Voldemort e da cobra. À sua direita, seu filho, Draco, que estava
fitando o corpo inerte suspenso, olhou rapidamente para Voldemort e desviou o olhar novamente, aterrorizado para fazer contato visual.
Milorde, disse uma mulher morena na metade da mesa, sua voz contraída pela emoção. é uma honra têlo aqui, na casa de nossa família. Não há satisfação maior.
Ela sentava ao lado de sua irmã, diferente na aparência, com seus cabelos negros e olhos de pálpebras pesadas, assim como também era diferente em seu comportamento;
Narcissa estava sentada rígida e impassiva, Bellatrix estava inclinada em direção a Voldemort, como se meras palavras não pudessem demonstrar o seu desejo pela proximidade.
Não há satisfação maior, repetiu Voldemort, a cabeça virou um pouco para o lado enquanto analisava Bellatriz. Isso significa muito, Bellatriz, vindo de você.
O semblante dela se encheu de cor; seus olhos lacrimejaram de deleite.
Milorde sabe que eu não falo nada a não ser a verdade!
Não há satisfação maior...mesmo comparado com o feliz evento que fiquei sabendo, aconteceu com a sua família, essa semana?
Ela o fitou, seus lábios cerrados, evidentemente confusa.
Eu não sei do que você está falando, Milorde.
Eu estou falando da sua sobrinha, Bellatriz. E de vocês também, Lúcio e Narcissa. Ela acabou de se casar com o lobisomem, Remo Lupin. Vocês devem estar tão orgulhosos.
Houve uma erupção de gargalhadas zombeteiras pela mesa. Muitos se inclinaram para frente, para trocar olhares alegres, alguns bateram na mesa com seus punhos. A
grande cobra, desagradandose com a bagunça, abriu a boca largamente e silvou ameaçadoramente, mas os Comensais da Morte não a ouviram, estavam tão alegres pela
humilhação de Bellatriz e dos Malfoy. O rosto de Bellatriz tornouse repulsivo e vermelho.
Ela não é nossa sobrinha, milorde. se lamuriando pela piada. Nós Narcissa e eu nunca colocamos os olhos em nossa irmã depois que ela se casou com o sangueruim.
Aquela malcriada não tem nada a ver conosco, e nem a besta com a qual ela se casou.

E o que você diz, Draco? perguntou Voldemort, apesar de sua voz estar baixa, ela soou claramente através dos assobios alegres. Você vai ser babá dos filhotes?
A hilaridade aumentou; Draco Malfoy olhava aterrorizado para seu pai, que estava olhando para o próprio colo; então capturou o olhar de sua mãe. Ela balançou sua
cabeça imperceptivelmente, então voltou a olhar inexpressivamente para a parede oposta.
Basta. disse Voldemort, acariciando a cobra raivosa. Basta.
E as risadas morreram imediatamente.
Muitas de nossas mais tradicionais árvores genealógicas ficaram um pouco descartáveis com o passar do tempo. disse enquanto Bellatriz olhava para ele, sem fôlego
e implorando.
Vocês devem podar as suas, não devem, para mantêlas saudáveis? Cortar fora aquelas partes que ameaçam a saúde do resto.
Sim, milorde. sussurrou Bellatriz. Seus olhos se encheram com lágrimas de gratidão, novamente. Na primeira chance!
Você a terá. disse Voldemort. E em sua família, assim como no mundo... Cortaremos fora a praga que nos infesta até que somente os verdadeiros sangues puros
permaneçam...
Voldemort levantou a varinha de Lúcio Malfoy, apontou ela diretamente para a figura que vagarosamente girava suspensa acima da mesa, e deu uma pancadinha. A figura
voltou a vida com um grunhido e começou a lutar contra cordas invisíveis.
Você reconhece nossa convidada, Severo? perguntou Voldemort.
Snape ergueu os olhos para o rosto virado de cabeça pra baixo. Todos os Comensais da Morte estavam olhando para a prisioneira agora, como se lhes tivesse sido dada
a permissão para demonstrar curiosidade. Enquanto girava para encarar a luz do fogo, a mulher disse em uma aguda e aterrorizada voz.
Severo, ajudeme!
Ah sim, disse Snape enquanto a prisioneira virava devagar, mais uma vez.
E você, Draco? perguntou Voldemort, acariciando o focinho da cobra com a mão livre. Draco concordou com sua cabeça bobamente. Agora que a mulher havia acordado,
ele parecia incapaz de continuar olhando para ela.
Mas você não teria tido aulas com dela. disse Voldemort. Para os que não sabem, nós estamos reunidos aqui hoje noite por Charity Burbage que, até recentemente,
lecionava na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts!
Houve pequenos barulhos de compreensão ao redor da mesa. Uma mulher gorda e curva, de dentes pontudos, cacarejou.
Sim... Professora Burbage ensinava s crianças bruxas tudo sobre os trouxas... como eles não são tão diferentes de nós...
Um dos Comensais da Morte bateu no chão. Charity Burbage girou para encarar Snape novamente.
Severus... por favor, por favor...
Silêncio! disse Voldemort, com mais um movimento com a varinha de Malfoy e Charity ficou em silêncio como se tivesse sido amordaçada. Não contente por corromper
e poluir as mentes das crianças bruxas, semana passada, a Professora Burbage escreveu uma apaixonada defesa sobre os sanguesruins no Profeta Diário. Os bruxos,
ela diz, devem aceitar esses ladrões de conhecimento e magia. A diminuição dos sanguespuros é, diz a Professora Burbage, algo mais que desejável... Ela queria
todos nós casados com trouxas... ou, sem dúvida, lobisomens...
Ninguém riu dessa vez. Não havia como não discernir a raiva e o desprezo na voz de Voldemort. Pela terceira vez, Charity Burbage girou ficando face a face com Snape.
Lágrimas brotavam de seus olhos para seus cabelos. Snape olhou de volta para ela, totalmente impassível, enquanto ela virava devagar para longe dele novamente.
Avada Kedavra
Um flash de luz verde iluminou cada canto do aposento. Charity caiu, com um barulho ressoante sobre a mesa que rachou e quebrou. Vários dos Comensais da Morte pularam
para trás em suas cadeiras, Draco caiu da sua para o chão.
Jantar, Nagini. disse Voldemort suavemente e a grande cobra oscilou e escorregou de seus ombros até o chão de madeira polida.

CAPÍTULO DOIS
In Memoriam*

Harry estava sangrando, segurando firmemente sua mão direita com a esquerda, ofegante, ele abriu a porta de seu quarto com um encontrão. Houve um barulho
de louça se quebrando. Ele tropeçou numa xícara de chá fria que estava parada no chão do lado de fora da porta do quarto.
Mas que m?
Ele olhou ao redor, o número quatro da Rua dos Alfeneiros estava deserto. Provavelmente, a xícara de chá era idéia de Duda de uma armadilha inteligente. Mantendo
erguida a mão que sangrava, Harry juntou os pedaços da xícara quebrada com a outra mão e os lançou no lixo já cheio que havia dentro de seu quarto. Então foi em
direção ao banheiro e colocou seu dedo na torneira.
Era estúpido, irritante além do que se pode imaginar que ele ainda teria quatro dias com problemas para lançar magias... Mas tinha de admitir que esse corte profundo
em seu dedo o teria derrotado. Ele nunca havia aprendido como curar ferimentos, e agora que pensava nisso particularmente tendo em vista seus planos imediatos
isso parecia ser uma séria falha em sua educação mágica. Fez uma nota mental para perguntar Hermione como se fazia, usou um grande chumaço de papel higiênico
para absorver o máximo de chá que ele conseguiu, antes de retornar ao seu quarto e bater a porta atrás.
Harry havia passado a manhã com a tarefa de esvaziar seu baú da escola pela primeira vez desde que o tinha arrumado seis anos antes. Entre os anos anteriores, apenas
havia remexido no alto dos seus pertences e substituído ou melhorado, deixando uma camada de coisas inúteis no fundo penas velhas, olhos dissecados de besouros,
e meias sem par que não mais serviam. Minutos antes, Harry havia mergulhado sua mão nessas coisas, sentiu uma dor lancinante no dedo anelar de sua mão direita, e
ao retirálo viu que estava sangrando muito.
Agora prosseguia com mais cuidado, ajoelhandose ao lado do baú novamente, apalpou o fundo, achando um velho broche que tocava a frase que ora dizia APÓIE CEDRICO
DIGGORY, ora dizia POTTER FEDE, um bisbilhoscópio velho e quebrado, e um medalhão dourado dentro do qual um bilhete assinado por R.A.B estava escondido. Ele finalmente
encontrou o objeto pontudo que produziu o dano. Reconheceuo como um pedaço de cinco centímetros do espelho encantado que o seu padrinho morto, Sirius, havia dado
a ele. Harry o pôs de lado e cuidadosamente vasculhou o baú a procura do resto, mas nada mais restava do último presente de seu padrinho, exceto vidro em pó que
se agarravam firmemente s camadas mais profundas como uma areia brilhante.
Harry se sentou e examinou o pedaço afiado com o qual havia se cortado, vendo nada mais que seu próprio olho verde brilhante refletido de volta. Então colocou
o fragmento sobre o Profeta Diário daquela manhã, que continuava sem ser lido sobre a cama, e tentou suprimir a onda crescente de memórias amargas e as punhaladas
de arrependimento e saudosismo que a descoberta do espelho quebrado havia causado, estando junto ao resto do lixo no baú.
Custou mais uma hora para esvaziálo completamente, jogar fora os itens sem utilidade, e distribuir o resto em pilhas de acordo com o que iria necessitar de agora
em diante. Suas vestes escolares e de quadribol, caldeirão, pergaminho, penas e a maioria dos seus livros didáticos foram empilhados a canto, para serem deixados
para trás. Ele imaginou o que seus tios fariam com eles. Provavelmente, queimálos na calada da noite como se fosse evidência de um crime horroroso. Suas roupas
de trouxa, Capa da Invisibilidade, kit de fazer poções, alguns livros, o álbum de fotografia que Hagrid dera uma vez a ele, uma pilha de cartas e sua varinha foram
recolocadas em uma mochila velha. Dentro de um bolso frontal pôs Mapa do Maroto e o medalhão com o bilhete assinado por R.A.B. O medalhão ocupava esse lugar de honra
não por ser valioso no senso comum era inútil mas sim pela dificuldade que enfrentara para obtêlo.
Isso deixou uma pilha considerável de jornal em sua escrivaninha ao lado de sua coruja branca, Edwiges: um para cada dia que Harry havia passado na Rua dos Alfeneiros
neste verão.
Ele se levantou do chão, recompôsse e dirigiuse sua escrivaninha. Edwiges não se movimentou assim que ele começou a folhear os jornais, jogandoos na pilha de
lixo um por um. A coruja estava adormecida, ou até mesmo fingindo, estava brava com Harry por causa do limitado tempo que lhe era permitido ficar fora de sua gaiola
naquele momento.
À medida que se aproximava ao início da pilha de jornais, Harry diminuiu o ritmo, procurando por uma situação em particular que sabia ter acontecido pouco tempo
depois de ter chegado Rua dos Alfeneiros para o verão. Lembravase de haver uma pequena menção sobre a renúncia da professora de Estudo dos Trouxas em Hogwarts.
No final o achou. Virando para a página dez, afundouse na cadeira da escrivaninha e releu o artigo pelo qual procurava.

LEMBREMSE DE ALVO DUMBLEDORE
Por Elphias Doge
Conheci Alvo Dumbledore aos onze anos, em nosso primeiro dia em Hogwarts. Nossa atração mútua se devia, sem dúvida, ao fato de que ambos nos sentíamos como estranhos.
Eu havia contraído Sífilis Draconiana logo antes de chegar escola, e assim que não era mais contagioso, a visão de eu esburacado e com um tom esverdeado não encorajava
muitos a se aproximarem de mim. No que o concernia, Alvo havia chegado a Hogwarts sob o fardo de uma notoriedade indesejada. Praticamente um ano antes, seu pai,
Percival, foi condenado por um ataque selvagem e de conhecimento geral a três jovens trouxas.
Alvo nunca tentou negar que seu pai (que estava condenado morte em Azkaban) havia cometido esse crime; pelo contrário, quando tomei coragem para perguntar
sobre isso, ele me afirmou que sabia que seu pai era culpado. Além disso, Dumbledore se recusava a falar sobre o ocorrido, apesar de muitos tentarem fazêlo falar
sobre isso. Além disso, alguns estavam dispostos a endossar a atitude do pai de Alvo, e assumiam que ele também odiava trouxas. Eles não podiam estar mais enganados.
Assim como qualquer um que conhecesse Alvo podia atestar que ele nunca revelou de maneira remota qualquer tendência antitrouxa, e, além disso, seu determinado apoio
aos direitos dos Trouxas rendeu muitos inimigos nos anos subseqüentes.
Porém, em questão de meses, a fama do próprio Alvo começou a se sobrepor de seu pai. Ao final do primeiro ano ele nunca mais seria conhecido como o filho
do DetestaTrouxas, mas nada menos que o mais brilhante estudante já visto na escola. Aqueles de nós que éramos privilegiados de ser seus amigos, nos beneficiamos
do seu exemplo, para não falar de sua ajuda e encorajamento, com o qual ele era sempre generoso. Mais tarde ele confessou para mim na vida que ele sabia desde aquela
época que o seu maior prazer se encontrava em lecionar.
Ele não apenas ganhou cada prêmio que a escola oferecia como também mantinha contato regular com os mais notáveis nomes do mundo da magia naqueles dias,
incluindo Nicolau Flamel, o celebrado alquimista, Bathilda Bagshot, a notável historiadora, e Adalbert Wafflind, o teórico da magia. Muitos de seus trabalhos encontraram
espaço em publicações conhecidas como Transfiguração Hoje, Desafios nos Encantamentos e O Prático Pocionista. A carreira futura de Dumbledore parecia ser meteórica,
e a única questão era quando iria se tornar Ministro da Magia. Apesar de ser dito algumas vezes nos anos seguintes que ele estava quase aceitando o emprego, contudo,
nunca teve ambições ministeriais.
Três anos depois de começarmos Hogwarts o irmão de Alvo, Aberforth, chegou escola. Eles não eram parecidos; Aberforth nunca foi centro das atenções, e,
ao contrário de Alvo, preferia argumentar através do duelo em vez de utilizar a discussão racional. Contudo, é errado sugerir, como alguns fazem, que os irmãos não
eram amigos. Eles se relacionavam tão confortavelmente como dois garotos tão diferentes podem fazer. Em justiça a Aberforth, devese admitir que viver sombra de
Alvo não deve ter sido uma experiência agradável. Ser continuamente ofuscado era um risco ocupacional de ser seu amigo, e não pôde ter sido mais fácil como irmão.
Quando Alvo e eu deixamos Hogwarts, tínhamos intenção de seguir o caminho tradicional da época, visitando e observando bruxos estrangeiros, antes de seguirmos
nossas carreiras separadas. Contudo, a tragédia interferiu. Na véspera de nossa viagem, a mãe de Alvo, Kendra, morreu, tornando Alvo arrimo da família. Eu adiei
minha partida o suficiente para prestar minhas homenagens no funeral de Kendra, e então parti para o que seria uma jornada solitária. Com um irmão e uma irmã mais
novos para tomar conta, e com pouco dinheiro deixado para eles, não havia como Alvo me acompanhar.
Aquele foi o período das nossas vidas em que tivemos menos contato. Escrevi para Alvo, descrevendo, talvez insensivelmente, as maravilhas da minha jornada,
como quando quase não consegui escapar de quimeras na Grécia, assim como as experiências dos egípcios alquimistas. As suas cartas me diziam pouco sobre seu diaadia,
que eu imaginava ser frustrante e tediosa para um mago tão brilhante. Imerso em minhas próprias experiências, foi com horror que eu ouvi, ao final do meu ano de
viagens, que mais uma tragédia atingiu Dumbledore: a morte de sua irmã, Ariana.
Apesar de Ariana ter estado em má saúde por muito tempo, a temporada após a morte de sua mãe teve um profundo efeito sobre os irmãos. Os mais próximos de
Alvo e eu me incluo como um sortudo nesse meio concordam que os sentimentos de responsabilidade de Alvo pela morte de Ariana (apesar de obviamente ele não ter
culpa alguma), deixaram sua marca nele para sempre.
Eu voltei para casa e encontrei um jovem rapaz que tinha experimentado o sofrimento de uma pessoa muito mais velha, Alvo estava mais reservado que antes,
e com o coração muito menos brilhante. Em adição sua miséria, a perda de Ariana levou, não a uma reaproximação entre Alvo e Aberforth, mas a um estranhamento.
Com o tempo isso mudaria anos mais tarde eles restabeleceram senão uma relação próxima, ao menos cordial. Contudo, ele raramente falava sobre seus pais ou Ariana
a partir daquela época, e seus amigos aprenderam a não mencionálos.
Outras penas vão descrever os triunfos nos anos seguintes. As inúmeras contribuições de Dumbledore para o conhecimento Bruxo, incluindo a descoberta dos
doze usos de sangue de dragão, que beneficiarão as gerações vigentes, assim como a sua sabedoria que demonstrou nos vários julgamentos que fez quando Chefe Bruxo
da Suprema Corte dos Bruzos. Ainda se diz, que nenhum duelo bruxo se comparou quele entre Dumbledore e Grindelwald em 1945. Aqueles que testemunharam, escreveram
sobre o terror e respeito que sentiram ao observar esses dois extraordinários bruxos duelarem. O triunfo de Dumbledore e suas conseqüências para o mundo da magia
são considerados um ponto de mudança na história mágica, comparável introdução do Estatuto Internacional de Segredo ou queda d'AqueleQueNãoDeveSerNomeado.
Alvo Dumbledore nunca foi orgulhoso ou vaidoso, ele podia encontrar algo a se valorizar em qualquer um, no entanto aparentemente insignificante e cabisbaixa,
e acredito que suas perdas iniciais o beneficiaram com uma grande humanidade e simpatia. Eu vou sentir a falta de sua amizade mais do que eu posso falar, mas minha
perda não é nada comparada perda do mundo da magia. Que ele era o mais inspirador e mais amado de todos os diretores de Hogwarts não se pode questionar. Ele morreu
enquanto vivia: trabalhando sempre para um bem maior, e como sempre, disposto a estender a mão para um garotinho com Sífilis Draconiana como estava no dia em que
o conheceu.
Harry terminou de ler, mas continuou a observar a figura que acompanhava o obituário. Dumbledore estava com o seu familiar e gentil sorriso, mas ao olhar por cima
de seus oclinhos de meialua, deu a impressão, até mesmo em uma foto, de olhar através de Harry, cuja tristeza se fundia a um senso de humilhação.
Ele pensou que conhecia bem a Dumbledore, mas desde que leu esse obituário foi forçado a reconhecer que, na verdade, mal o conhecia. Nunca havia antes imaginado
a infância ou a juventude de Dumbledore. Era como se ele apenas houvesse existido como Harry o conheceu, respeitável, idoso e de cabelos prateados. A idéia de um
Dumbledore adolescente era simplesmente tão estranha como tentar imaginar uma Hermione estúpida ou um Explosivin amigável.
Ele nunca havia pensado em perguntar a Dumbledore sobre o seu passado. Sem dúvida pareceria estranho, até mesmo impertinente, mas, na verdade, era de conhecimento
geral que Dumbledore participou daquele duelo lendário com Grindelwald, e Harry não havia pensando em perguntar a Dumbledore como foi que aconteceu, e nem sobre
qualquer outra de suas conquistas famosas. Não, eles haviam sempre discutido Harry, o passado de Harry, o futuro de Harry, os planos de Harry... e parecia agora
que, apesar de seu futuro ser tão perigoso e incerto, havia perdido oportunidades únicas quando falhou em perguntar a Dumbledore mais sobre ele, mesmo sabendo que
a única pergunta pessoal que havia perguntado ao diretor, foi a única que suspeitava que Dumbledore não respondeu honestamente.
O que você vê quando você olha no espelho?
Vejome segurando um par de grossas meias de lã.
Depois de pensar demoradamente, Harry rasgou o obituário do Profeta, dobrouo cuidadosamente, e o enfiou dentro do primeiro volume de Defesa Mágica Prática e Em
Uso Contra as Artes das Trevas. Logo jogou o resto do jornal na pilha de lixo e virouse para encarar o aposento. Estava muito mais arrumado. As únicas coisas que
continuavam fora do lugar era o Profeta Diário do dia, ainda sobre a cama, e sobre ele o pedaço de espelho quebrado.
Harry andou pelo quarto, afastou o fragmento de espelho do Profeta Diário do dia e desdobrou o jornal. Tinha apenas olhado a manchete quando retirou o jornal enrolado
do correio coruja naquela manhã e jogouo de lado, depois de constatar que não falava nada sobre Voldemort. Harry tinha certeza que o Ministério estava pressionando
o Profeta a suprimir notícias sobre Voldemort. Entretanto, foi apenas naquele momento que ele percebeu o que havia deixado passar.
Na extensão da metade inferior da capa do jornal, uma pequena manchete pairava acima de uma pequena foto de Dumbledore que caminhava parecendo estar com
pressa.

DUMBLEDORE A VERDADE ATÉ QUE ENFIM

Será lançada semana que vem a história chocante do gênio imperfeito que é considerado por muitos o maior Bruxo de sua geração. Desfazendose dessa sua popular
imagem serena e sabedoria de barba prateada, Rita Skeeter revela a infância conturbada, a juventude meretriz, os desafetos vitalícios e os segredos culposos que
Dumbledore levou para o túmulo. POR QUE o homem cotado para ser Ministro da Magia se contentou em permanecer como diretor? QUAL era o real propósito da organização
secreta conhecida como a Ordem da Fênix? COMO foi que Dumbledore encontrou seu fim?
As respostas para essas e outras questões são exploradas na nova e explosiva biografia A Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore, de Rita Skeeter, entrevistada
exclusivamente por Betty Braithwaite, na página 13 interna.
Harry abriu o jornal e achou a página 13. O artigo era encabeçado por uma foto mostrando outro rosto familiar; uma mulher usando óculos com gemas e de cabelos encaracolados,
seus dentes cerrados naquilo que claramente era pra ser um sorriso de vitória, apontando seus dedos para ele. Fazendo o possível para ignorar essa imagem enjoativa,
Harry continuou a ler.
Pessoalmente, Rita Skeeter é muito mais calorosa e suave que os seus famosos retratos de pena sugerem. Cumprimentandome no hall de sua aconchegante residência,
ela me leva diretamente cozinha para uma xícara de chá, uma fatia de bolo inglês e começamos a falar das últimas fofocas.
"Bem, obviamente, Dumbledore é o sonho de qualquer biógrafo," diz Skeeter. Uma vinda longa e ocupada. Tenho certeza que meu livro será o primeiro de uma
série de muitos.
Skeeter certamente estava a postos. Seu livro de 900 páginas foi terminado apenas quatro semanas depois da misteriosa morte de Dumbledore em junho. Eu a
questionei sobre como ela gerenciou essa obra muito rápida.
"Oh, quando você já foi uma jornalista por tanto tempo como eu fui, trabalhar com prazos curtos se torna natural. Eu sabia que o mundo da Magia estava clamando
pela história completa e eu queria ser a primeira a contemplar essa necessidade."
Eu menciono a recente e amplamente publicada declaração de Elphias Doge, Consultor Especial para a Suprema Corte dos Bruxos e amigo de longa data de Alvo
Dumbledore, de que o livro de Skeeter contém menos verdades que uma carta de um sapo de chocolate.

Skeeter curva sua cabeça para trás e sorri.
Querido Dodgy, eu me lembro de entrevistálo alguns anos atrás sobre os direitos dos sereianos, Deus o abençoe. Completamente gagá, parecia estar pensando
que estávamos sentados no fundo do Lago Windermere, ficava falando para mim para tomar cuidado com as trutas."
E as acusações de Elphias Doge de imprecisão já ecoaram em muitos lugares. Será que Skeeter realmente sente que nossas quatro curtas semanas foram o suficiente
para obter uma visão geral e completa da vida longa e extraordinária de Dumbledore?
"Oh, minha querida", sorri Skeeter, envolvendo carinhosamente minhas falanges. "Você sabe tão bem quanto eu quanta informação pode ser gerada por uma sacola
gorda cheia de galeões, uma recusa de ouvir a palavra 'não' e uma bela e afiada Pena de RepetiçãoRápida! As pessoas estavam ansiosas por se livrar das sujeiras
de Dumbledore de qualquer maneira. Nem todo mundo o achava tão maravilhoso, você sabe ele pisou no pé de muita gente importante. Mas o velho Dodgy Doge pode tirar
o seu hipógrifo da chuva, porque eu tive acesso a uma fonte pela qual muitos jornalistas trocariam a sua varinha para ter acesso, uma delas nunca que nunca falara
em público antes, e que era próxima de Dumbledore durante a parte mais turbulenta e perturbada de sua juventude."
A publicidade prélançamento para a biografia de Skeeter's sugere que haverá choque nas lojas para aqueles que acreditam que Dumbledore viveu uma vida sem
culpas. Quais foram as maiores surpresas que ela descobriu?, eu perguntei?
"Agora, deixa disso, Betty, eu não vou revelar todas as principais informações antes que ninguém tenha comprado o livro!", sorri Skeeter. "Mas eu posso prometer
que qualquer pessoa que ainda pense que Dumbledore era branco como sua barba pode se preparar para uma reviravolta! Vamos apenas dizer que ninguém que tenha presenciado
a sua ira contra VocêSabeQuem jamais teria sonhado que ele praticou Artes das Trevas em sua juventude! E para um Bruxo que passou seus últimos anos clamando por
tolerância, ele não era exatamente um mente aberta quando era mais jovem! Sim, Alvo Dumbledore tem um passado extremamente negro, sem mencionar a sua família suspeita,
que ele se esforçou tanto para manter escondida."
Perguntome se Skeeter está se referido ao irmão de Dumbledore, cuja convicção da Suprema Corte dos Bruxos por praticar mau uso da magia causou um pequeno
escândalo quinze anos atrás.
"Oh, Aberforth é só o começo do saco de bosta.", ri Skeeter, "Não, não, eu estou falando sobre algo muito pior do que um irmão com gosto para fazer coisas
inúteis com bodes, pior ainda do que seu pai incapacitador de trouxas Dumbledore não podia manter nenhum deles quietos de qualquer maneira, eles foram ambos condenados
pela Suprema Corte dos Bruxos. Não, é da mãe e da irmã que eu fico intrigada, e um pouco de insistência revelou um ninho de safadezas mas, como eu disse, vocês
terão que esperar pelos capítulos 9 ao 12 para detalhes completos. Tudo o que eu posso falar agora é que eu entendo o porquê de Dumbledore nunca ter falado de como
quebrou o nariz."
Deixando os podres familiares de lado, será que Skeeter nega o brilhantismo que levou Dumbledore a muitas de suas descobertas mágicas?
"Ele era um crânio", ela concorda, "apesar de agora muitos se questionarem se ele pode levar todo o crédito por todas as suas supostas conquistas. Como eu
revelo no capítulo 16. Ivor Dillonsby diz que já havia descoberto oito usos do sangue de dragão antes de Dumbledore 'emprestar' seu trabalho."
Mas a importância de alguns dos feitos de Dumbledore não podem, eu me arrisco a dizer, ser negados. E sobre a sua famosa vitória sobre o bruxo Grindelwald?
"Oh, agora eu estou grata de você ter mencionado Grindelwald," diz Skeeter com um sorriso tentador, "Eu receio que aqueles que acreditam cegamente na vitória
espetacular de Dumbledore devem se preparar para uma bomba quem sabe uma bomba de bosta. Negócios muito sujos. Tudo que irei falar é que não tenham absoluta certeza
que houve mesmo um duelo lendário. Depois de terem lido meu livro, as pessoas podem ser forçadas a concluir que Grindelwald simplesmente conjurou um guardanapo branco
da ponta de sua varinha e ficou quieto!"
Skeeter se recusa a revelar qualquer coisas mais nesse assunto intrigante, então nos direcionamos para a relação que irá fascinar seus leitores mais do que
qualquer outra.
"Oh, sim" disse Skeeter, consentindo rapidamente, "Eu dediquei um capítulo inteiro para toda a relação PotterDumbledore. Ela tem sido chamada de insalubre,
até mesmo sinistra. Mais uma vez, seus leitores terão que comprar meu livro para ter acesso a toda história, mas não há dúvida de que Dumbledore interessouse além
do normal com Potter pelo que se diz. Se era realmente para o interesse do garoto bom, nós veremos. É certamente um segredo conhecido de que Potter teve a mais
conturbada das adolescências.
Eu pergunto se Skeeter ainda está em contato com Harry Potter, a quem ela fez uma entrevista famosa ano passado; uma conhecida entrevista na qual Potter
falou exclusivamente sobre a sua convicção de que VocêSabeQuem teria voltado.
"Oh sim, nós desenvolvemos um elo próximo," diz Skeeter. "O pobre Potter tem poucos amigos de verdade, e nós nos encontramos num dos momentos mais desafiadores
de sua vida O Torneio Tribruxo. Eu sou provavelmente uma das poucas pessoas vivas que pode dizer que conhece o verdadeiro Harry Potter."
O que nos leva diretamente aos vários rumores que ainda circulam sobre as últimas horas de Dumbledore. Será que Skeeter acredita que Potter esteve lá quando
Dumbledore morreu?
"Bom, eu não quero falar demais está tudo no livro mas testemunhas oculares dentro do castelo de Hogwarts viram Potter sair correndo da cena momentos
depois que Dumbledore caiu, pulou ou foi empurrado. Potter mais tarde deu evidências contra Severo Snape, um grande desafeto de Potter. Será tudo o que aparenta?
Cabe comunidade bruxa decidir assim que eles lerem meu livro."
Com essa intrigante deixa, retireime. Não há dúvidas que Skeeter escreveu um bestseller instantâneo. As legiões de adoradores de Dumbledore podem também
estar tremendo sobre o que está próximo de ser revelado sobre o seu herói.

Harry alcançou o final do artigo, mas continuou a olhar vagamente para a página. Repulsão e fúria subiram por ele como ânsia de vômito, pegou o jornal e o lançou,
com todas as forças, contra a parede, onde terminou se juntando ao resto de todo o lixo acumulado ao redor de sua lixeira demasiadamente cheia.
Ele começou a andar cegamente pelo quarto, abrindo gavetas vazias e pegando livros apenas para recolocálos nas mesmas pilhas, quase inconsciente do que
estava fazendo, proporção que frases aleatórias do artigo de Rita ecoavam em sua cabeça: Um capítulo inteiro para o relacionamento PotterDumbledore... Ela tem
sido chamada de insalubre (não saudáveis), até mesmo sinistras... Ele praticou arte das trevas em sua juventude... Eu tive acesso a uma fonte que muitos jornalistas
trocariam suas varinhas para têla...
Mentiras! berrou Harry e, através da janela, viu o vizinho ao lado parar de tentar religar a sua máquina de cortar grama olhar para o alto apreensivamente.
Harry sentou bruscamente na cama. O pedaço quebrado de espelho saiu voando para longe. Ele o pegou e ficou girando em seus dedos, pensando em Dumbledore e nas mentiras
com as quais Rita Skeeter estava difamandoo...
Houve um clarão do mais brilhante azul. Harry congelou. Seu dedo machucado passando na ponta afiada do espelho novamente. Ele havia imaginado aquilo, devia
ter imaginado. Olhou por cima de seu ombro, mas a parede era da cor pêssego que a Tia Petúnia havia escolhido. Não havia nada azul ali que o espelho pudesse refletir.
Olhou dentro do fragmento de espelho novamente e não viu nada além do próprio olho verde olhando em resposta.
Ele havia imaginado isso. Não havia outra explicação, porque ele estava pensando no seu falecido diretor. Se algo estava certo, era que os olhos azuis ofuscantes
de Alvo Dumbledore nunca mais o penetrariam.

Capítulo Três
A Partida dos Dursley


O som da porta da frente batendo ecoou escadaria acima e uma voz bradou "Oh! Você!".
Dezesseis anos sendo chamado dessa maneira não deixaram dúvidas em Harry de que era seu tio quem falava. Ele, porém, nunca respondia imediatamente. Ainda
estava pensando na pequena lembrança, onde por um segundo pensou ter visto o olho de Dumbledore. No momento em que seu tio berrou GAROTO!, Harry saiu vagarosamente
da cama e se dirigiu para a porta do quarto, parando para colocar o pedaço do espelho quebrado na mochila cheia de coisas que ele levaria consigo.
Você demorou! gritou Tio Válter quando Harry apareceu no topo da escadaria. Venha aqui embaixo agora. Quero falar com você!
Harry desceu as escadas, suas mãos enfiadas nos bolsos da calça. Quando ele olhou na sala de estar lá estavam os três Dursleys. Eles estavam prontos para
a partida; Tio Válter em uma velha e surrada jaqueta e Duda, o grande, louro e musculoso primo de Harry, em uma jaqueta de couro.
Sim? perguntou Harry.
Sentese! disse Tio Valter. Harry levantou suas sobrancelhas.
Por favor! adicionou Tio Valter, se retraindo enquanto a palavra estava afiada em sua garganta.
Harry se sentou. Ele pensou saber o que estava por vir. Seu tio começou a andar pra lá e pra cá. Tia Petúnia e Duda seguiam seus movimentos com expressões
ansiosas. Finalmente, enrugou sua grande cara púrpura, em sinal de concentração. Tio Valter parou em frente Harry e começou a falar.
Eu mudei de opinião ele disse.
Que surpresa disse Harry.
Não ouse usar esse tom— começou Tia Petúnia, numa voz aguda, mas Válter Dursley não deu importância.
Tudo não passa de uma armadilha disse Tio Válter, olhando fixamente para Harry, com seus pequeninos olhos de porquinho. Eu decidi que não acredito
em uma palavra disso tudo. Vamos ficar por aqui mesmo, não vamos a lugar algum.
Harry olhou para seu tio e sentiu uma mistura de amargura e divertimento. Válter Dursley andou mudando de idéia todos os dias nas últimas quatro semanas,
fazendo, desfazendo e refazendo as malas cada vez. O momento favorito de Harry foi aquele em que Tio Válter, sem perceber que Duda havia colocado seus halteres de
musculação dentro, tentou colocar a mala no portamalas do carro, mas caiu, soltando grunhidos de dor e praguejando muito.
De acordo com o que você diz Válter Dursley disse, agora parando com suas idas e vindas pela sala Nós Petúnia, Duda e eu estamos em perigo.Perigo
de... de...
Coisas 'da minha laia', certo? disse Harry.
Bom, eu não acredito repetiu Tio Válter, parando na frente de Harry novamente. Eu estive acordado a noite toda pensando, e acredito que seja uma trama
para conseguir a casa!
A casa? repetiu Harry. Que casa?
Essa casa! gritou Válter, a veia em sua fronte começando a pulsar. Nossa casa! Os preços das casas estão nas alturas por aqui! Você nos quer fora do
caminho, e então você fará essa sua coisa de hocuspocus e antes de percebermos você colocará a casa em seu nome e...
Você está fora de si? perguntou Harry. Uma trama para pegar esta casa? Você é realmente tão estúpido quanto parece?
Não se atreva! gritou Tia Petúnia, mas outra vez, Válter a acalmou: Desfeitas em relação a sua aparência não era nada, comparado ao mal que ele havia
percebido.
Pois caso você tenha esquecido disse Harry, Eu já tenho uma casa, que meu padrinho me deixou. Então, por que eu ia querer esta? Por todas as lembranças
felizes?
Houve silêncio. Harry pensou ter impressionado seu tio com este argumento.
Você alega... disse Tio Valter, começando a andar novamente que essa coisa de Lorde...
... Voldemort disse Harry impacientemente, e nós falamos sobre isso centenas de vezes. Isso não sou eu que digo, é fato. Dumbledore lhe disse no ano
passado, e Kingsley, e o Sr. Weasley...
Válter Dursley arqueou seus cotovelos com raiva e Harry achou que seu tio estava tentando protegerse das lembranças das visitas nãoanunciadas de dois bruxos
bastante crescidos, durante as férias de verão de Harry. A chegada de Kingsley Schakelbot e Arthur Weasley veio como o mais desagradável choque para os Dursleys.
Harry teve que admitir que o Sr. Weasley havia uma vez demolido metade da sala de estar, então seu retorno não poderia ser esperado como um prazer para Tio Válter.
Kingsley e o Sr. Weasley explicaram tudo também , Harry disse, sem piedade. Quando eu fizer dezessete anos, o feitiço de proteção que me mantém a salvo
vai se quebrar, e isso deixa vocês expostos tanto quanto eu. A Ordem tem certeza de que Voldemort virá até vocês, para torturálos e descobrir onde eu estou, ou
porque ele pensa que seqüestrando vocês eu tentaria resgatálos.
Os olhos de Tio Válter encontraram os de Harry. Harry teve certeza de que nesse instante eles estavam imaginando a mesma coisa. Então Harry continuou:
Você tem que se esconder e a Ordem quer ajudar. Eles ofereceram proteção séria, a melhor que existe!
Tio Válter não disse nada, mas continuou a caminhar pra cima e pra baixo. Lá fora o sol se abaixou sobre os telhados. O cortador de grama do vizinho estalou
novamente.
Eu pensei que houvesse um Ministério da Magia? perguntou Valter abruptamente.
Há. disse Harry, surpreso.
Então, por que eles não podem nos proteger? Pareceme que nós, vítimas inocentes, culpados de nada além de acolher um homem marcado, devemos nos qualificar
para proteção governamental!
Harry riu, ele não podia se segurar. Era tão típico de seu tio colocar as esperanças em algum órgão governamental, mesmo dentro desse mundo que ele não gostava
nem confiava.
Você ouviu o que o Sr. Weasley e Kingsley disseram , Harry respondeu. Nós achamos que o ministério foi infiltrado!
Tio Válter caminhou até a lareira e voltou, respirando tão pausadamente que seu bigode preto ondulava sua face ainda púrpura de concentração.
Tudo bem , ele disse, parando em frente Harry outra vez. Tudo bem, vamos dizer, que em razão dos argumentos, aceitemos essa proteção. Eu ainda não
entendo por que não podemos ter aquele Kingsley!
Harry tentou com dificuldade não revirar os olhos. Esse assunto também já havia sido discutido uma dúzia de vezes.
Como eu falei... , ele disse entre dentes cerrados, Kingsley está protegendo o trou... Quero dizer, o seu Primeiro Ministro.
Exato... Ele é o melhor! disse Tio Válter, apontando para a tela de TV vazia. Os Dursleys haviam visto Kingsley no noticiário, caminhando discretamente
junto ao Primeiro Ministro dos Trouxas enquanto este visitava um hospital. Isto, e o fato de que Kingsley havia se tornado mestre em se vestir como um trouxa, sem
mencionar certa entonação em sua profunda voz, fez com que os Dursley tratassem Kingsley como sem dúvida jamais trataram qualquer bruxo, mesmo que seja verdade que
eles nunca o viram com seu brinco.
Bom, ele está ocupado. disse Harry. Mas Héstia Jones e Dédalo Diggle são ótimos pro trabalho...
Se ao menos tivéssemos visto CV's.... começou Tio Válter, mas Harry perdera a paciência. Levantandose, ele avançou contra o tio, agora apontando para
a TV ele mesmo.
Aqueles acidentes não foram bem acidentes as batidas e explosões e descarrilamentos e tudo mais que vêm aparecendo nas notícias. Pessoas estão desaparecendo
e morrendo e ele está por trás disto! Voldemort! Eu venho falando e falando isso, ele mata trouxas por diversão! Mesmo as neblinas, que são causadas por dementadores
e se você não lembra o que eles são, pergunte ao seu filho!
As mãos de Duda rapidamente se moveram para proteger sua boca. Com o olhar de Harry e de seus pais sobre si, ele calmamente as abaixou e perguntou Existem...
Mais deles?
Mais? riu Harry. Você quer dizer mais do que aqueles dois que nos atacaram? Mas é claro! Existem centenas, talvez milhares agora, levandose em conta
como eles espalham o medo e o desespero...
Tudo bem, tudo bem. interrompeu Valter Dursley. Você tem razão...
Eu espero que sim, disse Harry. Porque assim que eu fizer dezessete anos, todos eles, Comensais da Morte, Dementadores, talvez até os Inferi que
significa corpos mortos encantados por um bruxo das trevas estarão livres para encontrar você e certamente vão te atacar. E se você se lembra a última vez que
tentou ganhar de um bruxo, eu acho que você concordaria que precisa de ajuda.
Houve um breve silêncio no qual na distante lembrança de Hagrid esmagando uma porta de madeira pareceu atravessar os anos. Tia Petúnia estava olhando para
Válter, Duda estava fitando Harry. Finalmente Tio Válter disse:
Mas e quanto a meu trabalho? E quanto escola de Duda? Eu não acho que essas coisas importem para um punhado de bruxos vagabundos...
Você não entende? disse Harry. Eles irão te torturar e matar como fizeram aos meus pais!
Pai, disse Duda em voz alta. Pai... Eu vou com essas pessoas da Ordem...
Duda, disse Harry pela primeira vez na sua vida, você está sendo racional...
Ele sabia que a batalha estava vencida. Se Duda estava amedrontado o suficiente para aceitar ajuda da Ordem, seus pais o acompanhariam. Não haveria questionamentos
sobre serem separados das suas coisas. Harry checou o relógio de parede.
Eles estarão aqui em cerca de cinco minutos, ele disse, e quando nenhum dos Dursley respondeu, ele deixou a sala. A visão de se separar provavelmente
pra sempre de sua tia, tio e primo era algo que ele podia contemplar alegremente, mas certamente havia algo estranho no ar. O que você diz a alguém após dezesseis
anos de desgosto sólido?
De volta ao seu quarto, Harry tateou sem rumo com sua mochila, depois despejou algumas sementes para coruja aos arredores da gaiola de Edwiges. Elas caíram
na parte de baixo, onde ela os ignorou.
Nós vamos sair logo, Harry disse a ela. E então você poderá voar novamente.
A campainha tocou. Harry hesitou, então saiu de seu quarto e desceu as escadas. Era demais esperar que Héstia e Dédalo enfrentassem os Dursley sozinhos.
Harry Potter! gritou uma voz excitada, no momento em que Harry abriu a porta. Um pequeno homem de cartola estava lhe fazendo uma profunda reverência.
Uma honra, como sempre!
Obrigado, Dédalo, disse Harry, dirigindo um pequeno e embaraçado sorriso Héstia, com seus cabelos negros. É muito legal de sua parte fazer isso...Eles
estão por aqui... Minha tia, meu tio e meu primo...
Bom dia pra vocês, parentes do Harry Potter, disse Dédalo, alegremente, adentrando a sala de estar. Os Dursley não pareceram felizes pelo parentesco;
metade de Harry esperava outra mudança de opinião. Duda encolheuse para perto de sua mãe, que estava ao lado dos bruxos.
Eu vejo que vocês estão prontos. Excelente! O plano, como Harry explicou, é bem simples disse Dédalo, puxando um imenso relógio de bolso fora de seu
casaco e o examinando Nós devemos partir antes de Harry. Devido ao perigo em usar mágica em sua casa Harry ainda é menor de idade, poderia dar ao Ministério
uma desculpa pra prendêlo nós devemos dirigir umas dez milhas ou mais, antes de desaparatar para um local seguro que nós escolhemos pra vocês. Você sabe dirigir,
eu presumo? ele perguntou ao Tio Válter, polidamente.
Se eu sei...? É claro que eu sei dirigir! disse Tio Válter.
Muito bom da sua parte, senhor, muito bom. Eu pessoalmente ficaria confuso com todos aqueles botões e alavancas. disse Dédalo. Ele estava com a impressão
de que estava lisonjeando Tio Válter, e este estava visivelmente perdendo a confiança no plano a cada palavra que Dédalo dizia.
Não sabe nem ao menos dirigir, ele sussurrou seu bigode ondulando indignadamente, mas felizmente nem Dédalo ou Héstia o escutaram.
Você, Harry Dédalo continuou, Você espera aqui por sua guarda. Houve uma pequena mudança nos planos
O que você quer dizer? disse Harry na hora. Eu pensei que OlhoTonto viria e me levaria por Aparatação?
Não vai dar, disse Héstia, OlhoTonto explicará!
Os Dursley, que estavam ouvindo tudo isso com olhares de preocupada incompreensão em suas faces, se assustaram quando uma voz alta gritou "Apressemse!"
Harry olhou na sala inteira antes de perceber que a voz vira do relógio de bolso de Dédalo.
Bem certo, nós estamos com um horário bem apertado. disse Dédalo, olhando em seu relógio e o colocando de volta em seu casaco. Nós estamos tentando
temporizar sua saída da casa com a desaparatação de sua família, Harry, além do que, o encanto se quebra no momento em que todos estiverem indo para locais seguros.
Ele se virou para os Dursley. Então, todos prontos pra ir?
Ninguém respondeu. Tio Válter ainda estava fitando, pálido, o volume no bolso do casaco de Dédalo.
Talvez nós devêssemos esperar no Hall, Dédalo. murmurou Héstia. Ela claramente sentiu que seria falta de tato da parte deles ficar na sala enquanto Harry
e os Dursley trocavam amorosos e possivelmente chorosos adeus.
Não há necessidade. Harry disse, mas Tio Válter fez de qualquer explicação desnecessária dizendo alto:
Bom, então isto é um adeus, garoto!
Ele levou seu braço direito frente para apertar a mão de Harry, mas no momento final pareceu incapaz de fazêlo, e meramente fechou seu punho e começou
a balançálo pra frente e pra trás como um metrônomo.
Pronto Dudinha? perguntou Tia Petúnia, evitando olhar pra Harry. Duda não respondeu, mas permaneceu no lugar com sua boca meio aberta, lembrando a Harry
um pouco do gigante Grope.
Venha então. disse Tio Válter.
Ele já havia chegado porta da sala de estar quando Duda murmurou. Eu não entendo...
O que você não entende, querido? perguntou Tia Petúnia.
Duda apontou para Harry sua mão grande e parecida com um presunto Por que ele não está vindo com a gente?
Tio Válter e Tia Petúnia pararam onde estavam, fitando Duda como se ele tivesse dito que queria se tornar uma bailarina.
O quê? Tio Válter disse alto.
Por que ele não está vindo também? perguntou Duda.
Bom, ele... Ele não quer! disse Tio Valter, virando parar olhar Harry e adicionando, Você não quer, quer?
Nem um pouco. disse Harry.
Viu? Tio Valter disse a Duda, Agora venha, estamos indo!
Ele atravessou a sala. Eles ouviram a porta da frente abrir, mas Duda não se moveu após alguns pequenos passos. Petúnia parou também.
O que foi agora? rosnou tio Válter, reaparecendo na porta.
Parecia que Duda estava lutando com concepções muito difíceis para colocar em palavras. Após vários momentos de uma luta interna aparentemente dolorosa,
ele disse. Mas pra onde ele está indo?
Tia Petúnia e Tio Válter olharam um pro outro. Estava claro que Duda os estava assustando. Héstia Jones quebrou o silêncio.
Mas... Você com certeza sabe pra onde seu sobrinho está indo? ela perguntou, parecendo confusa.
Claro que sabemos. disse Válter. Ele está saindo com gente da sua laia, não está? Certo, Duda, vamos indo pro carro, você ouviu o homem, estamos com
pressa.
Outra vez, Válter Dursley marchou o mais longe que pôde da porta da frente, mas Duda não o seguiu.
Saindo com gente da nossa laia? Héstia parecia ofendida. Harry já vira essa atitude antes. Bruxos e bruxas pareciam chocados com o fato de que os parentes
mais próximos dele tinham pouco interesse no famoso Harry Potter.
Está tudo bem, Harry disse a ela Não importa, mesmo!
Não importa? repetiu Héstia, sua voz aumentando gradativamente. Essas pessoas não têm idéia do que você passou? Do perigo que você corre? A posição
única em que você se encontra nos corações do movimento AntiVoldemort?
Er... Não. disse Harry. Eles acham que eu sou uma perda de espaço, mas eu estou acostumado...
Eu não acho que você seja uma perda de espaço!
Se Harry não tivesse visto os lábios de Duda mexerem, ele não teria acreditado. Ele fitou Duda por bastante tempo antes de aceitar que fora seu primo que
havia dito aquilo. Duda estava vermelho. Harry estava embaraçado e chocado.
Bem... Er... Obrigado, Duda!
Outra vez Duda pareceu lutar contra seus pensamentos fortemente antes de dizer:
Você salvou minha vida!
Na verdade não. disse Harry. Era a sua alma que o dementador iria pegar...
Ele olhou curiosamente para seu primo. Eles não tiveram basicamente nenhum contato no último verão, ou depois, pois Harry voltou para a Rua dos Alfeneiros
recentemente e ficou praticamente o tempo todo em seu quarto. Agora pareceu a Harry, em contrapartida, de que o copo de chá gelado em que ele encontrara não tinha
sido uma brincadeira afinal... Apesar de meio tocado, ele estava aliviado de que Duda parecia ter acabado com sua habilidade de expressar seus sentimentos. Após
abrir a boca uma ou duas vezes mais, Duda se rendeu a um silêncio escarlate.
Tia Petúnia caiu em lágrimas. Héstia Jones deu a ela um olhar aprovador que mudou para neutralidade quando Tia Petúnia correu e abraçou Duda ao invés de
Harry.
TTão... Doce... Dudinha... ela suspirou em seu peito compacto. Um...GGaroto... TTão... Amável... d..dizendo... Obrigado...
Mas ele não disse obrigado! disse Héstia Jones indignada. Ele apenas falou que não achava que Harry era um desperdício de espaço!
Sim, mas vindo de Duda isso é quase um 'Eu te amo'. disse Harry, dividido entre preocupação e uma vontade de rir enquanto Tia Petúnia se agarrava em
Duda como se este tivesse acabado de salvar Harry de um prédio em chamas.
Nós estamos indo ou não? rosnou Tio Válter, reaparecendo outra vez na porta da sala de estar. Eu pensei que tivéssemos um horário apertado!
Sim, sim nós temos... disse Dédalo, que estava assistindo a essas trocas com um ar de incredulidade e agora parecia se recompor. Nós realmente precisamos
partir Harry...
Ele avançou e pegou na mão de Harry com ambas as mãos. ...Boa sorte! Espero nos encontrarmos novamente! As esperanças do Mundo Bruxo estão sobre seus ombros!
Ah... disse Harry, ...certo! Obrigado.
Adeus, Harry! disse Héstia também apertando sua mão. Nossos pensamentos vão com você.
Espero que tudo dê certo. disse Harry dando uma olhadela para Tia Petúnia e Duda.
Tenho certeza de que tudo isso acabará bem! disse Diggle, balançando seu chapéu ao deixar a sala. Héstia o seguiu. Duda gentilmente se desvencilhou das
garras de sua mãe e caminhou até Harry que teve que reprimir um desejo de ameaçálo com magia. Então Duda estendeu sua grande e rosada mão.
Caraca, Duda , disse Harry sob o olhar de censura de Tia Petúnia. Os dementadores colocaram uma nova personalidade em você?
Não sei , murmurou Duda. Te vejo por aí, Harry!
Sim... disse Harry, apertando a mão de Duda e a balançando. Talvez. Se cuida, Grande D!
Duda quase sorriu, então saiu da sala. Harry ouviu seus passos pesados saindo, e então uma porta de carro bateu. Tia Petúnia, cuja face estava enterrada
em seu lenço, olhou em volta com o som. Ela não esperava ter ficado sozinha com Harry. Nojentamente guardando seu lenço em seu bolso, ela disse:
Bem... Adeus. E caminhou até a porta sem olhar pra ele.
Adeus. disse Harry.
Ela parou e olhou pra trás. Por um momento, Harry teve o sentimento estranho de que ela queria dizer algo a ele. Ela lhe deu um estranho e trêmulo olhar
e pareceu interromperse antes de dizer, mas então, com um pequeno aceno de cabeça, ela saiu sala atrás de seu marido e de seu filho.

Capítulo Quatro
Os Sete Potters


Harry correu de volta para seu quarto, chegando janela no exato momento em que pudera ver o carro dos Dursley partindo. Era visível o chapéu de Dédalo
entre tia petúnia e Duda no banco de trás.
O carro virou direita no fim da Rua dos Alfeneiros, suas janelas brilharam por um momento durante aquele pôr do Sol e então o carro já havia partido.
Harry pegou a gaiola de Edwiges, sua Firebolt e sua mochila, deu uma última olhada em seu quarto, e fez seu caminho de volta ao hall, onde ele deixou a gaiola,
vassoura e mochila ao pé da escada. A luz estava se esvaindo mais rapidamente agora, o hall cheio de sombras na luz do anoitecer.
Houve o estranho sentimento de estar parado ali no silêncio e saber que ele estava para deixar a casa pela última vez. Há muito, quando ele era deixado para
trás sozinho enquanto os Dursleys saiam para se divertir, as horas de solidão eram raras. Parando somente para comer algo bom da frigideira, ele corria para cima
para jogar no computador de Duda ou assistir TV. Ele teve um súbito momento de felicidade ao lembrar desses tempos. Era como lembrar de um irmão mais novo que ele
havia perdido.
Você não quer dar uma última olhada neste lugar? Ele perguntou a Edwiges, que permanecia com a cabeça embaixo da asa. Quero dizer, olhe só para essa
entrada. Que memórias... Duda vomitou aqui depois que o salvei dos dementadores... Acabou que ele foi grato depois de tudo, você pode acreditar?... E no último verão,
Dumbledore veio através da porta da frente...
Harry perdeu a linha de seus pensamentos por um instante e Edwiges não fez nada para ajudálo, e sim continuou com sua cabeça embaixo de sua asa. Harry voltou
suas costas para a porta da frente.
E bem aqui embaixo Harry abriu a porta embaixo das escadas era onde eu costumava dormir! Você nunca me conheceu nessa época Droga, isto é pequeno,
eu tinha me esquecido...
Harry olhou em volta os sapatos e sombrinhas empilhados, lembrando de como ele costumava acordar todas as manhãs, olhando para cima por dentro da escadaria,
a qual freqüentemente abrigava uma ou duas aranhas. Aqueles haviam sido os seus dias antes dele saber qualquer coisa sobre sua verdadeira identidade; antes dele
descobrir como seus pais haviam sido mortos ou porque coisas estranhas sempre aconteciam sua volta. Mas Harry ainda conseguia lembrar dos sonhos que o perturbavam,
até mesmo naquela época; sonhos confusos envolvendo raios verdes, e uma vez Tio Válter quase bateu o carro quando Harry contou uma moto voadora.
Houve um repentino e ensurdecedor barulho vindo de algum lugar por perto. Harry levantouse bruscamente e bateu sua cabeça no topo da porta. Parando apenas
para utilizar alguns dos seletos palavrões de Tio Válter, ele voltou para a cozinha, enfiando a cabeça para fora da janela que dava para o jardim.
A escuridão parecia estar se agitando, o ar estava trêmulo. Então, uma a uma, figuras começaram a passar levemente medida que suas magias de desilusionamento
se extinguiam. Dominando a cena estava Hagrid, usando um capacete e óculos de proteção, sentado em uma enorme motocicleta com um carrinho preto apegado a si. Em
toda a sua volta, outras pessoas estavam desmontando de suas vassouras, e, em dois casos, cavalos esqueléticos pretos com asas.
Abrindo de mau jeito a porta dos fundos, Harry correu até o meio deles. Houve um choro geral de cumprimento, enquanto Hermione jogava seus braços em volta
dele, Rony deu um tapinha em suas costas e Hagrid disse Tudo certo Harry? Pronto para irmos?
Definitivamente disse Harry, olhando todos a sua volta. Mas eu não esperava tantos de vocês!
Mudança de planos. disse OlhoTonto, que estava segurando dois enormes sacos cheios, e o qual o olho girava rapidamente, alternando entre Harry, a casa,
o jardim e o céu. Vamos para um lugar coberto antes de falar disso com você.
Harry guiouos para a cozinha onde, rindo e batendo papo, eles sentaram dividindose entre cadeiras, sobre as brilhantes superfícies de Tia Petúnia, ou recostaramse
contra seus impecáveis aparelhos. Rony, alto e magro; Hermione, seus cheios cabelos presos para trás em uma longa trança; Fred e George, sorrindo idênticos; Gui,
mal cicatrizado e com cabelos longos; Sr. Weasley, de rosto bondoso, careca, seus óculos um pouco tortos; Olhotonto, marcado por batalhas, com uma perna, seu olho
mágico azul claro girando em sua órbita; Tonks, cujo cabelo estava em sua cor favorita de rosa claro; Lupin, mais grisalho e enrugado; Fleur, esguia e bonita, com
seu longo cabelo loiro prateado; Kingsley, careca, negro, de ombros largos; Hagrid, seus cabelos e barba selvagens, estava curvado para evitar bater a cabeça no
teto; e Mundungo Fletcher, pequeno, sujo, e de aparência desprezível, com seus caídos olhos de cão de caça e cabelos embaralhados. O coração de Harry parecia estar
se irradiando de felicidade. Ele sentiu um inacreditável carinho por todos, até mesmo Mundungus, o qual ele tentou estrangular na última vez que haviam se visto.
Kingsley, pensei que você estava cuidando do Primeiro Ministro ele disse do outro lado da sala.
Ele pode se virar sem mim por uma noite disse Kingsley Você é mais importante.
Harry, adivinhe? Disse Tonks de seu lugar no alto da máquina de lavar, e ela mostrou a ele sua mão esquerda, um anel se encontrava lá.
Vocês se casaram? Harry gritou, olhando de Lupin para ela.
Ok, ok, nós teremos tempo para uma conversa agradável depois Disse Moody, e o silêncio reinou sobre a cozinha. Moody pôs seus sacos a seus pés e se voltou
para Harry.
Assim como Dédalo provavelmente lhe contou, nós abandonamos o plano A. Thicknesse se foi, o que nos traz um grande problema. Segundo problema, você é menor
de idade, o que significa que você ainda tem o Rastro sobre você.
Eu não...
O Rastro, o Rastro! disse Olhotonto impacientemente. O encanto que detecta atividades mágicas praticadas por menores, o jeito do Ministério encontrar
menores infratores! Se você, ou qualquer um aqui, utilizar uma magia para transportar você, Thicknesse irá saber disso, e junto com ele os Comensais da Morte. Nós
não podemos esperar o Rastro ser quebrado, porque no momento em que você atingir a maior idade, você perderá toda a proteção que sua mãe lhe deu. Resumindo: Thicknesse
pensa que o encurralou.
Harry não pode fazer nada além de concordar com o desconhecido Thicknesse.
Então o que faremos?
Iremos usar o único método que nos restou, o único método que o Rastro não pode detectar, pois não dependemos de magia para utilizálo: Vassouras, Testrálios,
e a moto de Hagrid.
Harry podia ver defeitos naquele plano, contudo, ele segurou sua língua para dar a OlhoTonto a chance de continuar:
Agora, o feitiço de sua mãe somente irá quebrar sobre duas condições: quando você atingir a idade, ou... Moody gesticulou ao redor da impecável cozinha
Você não mais chame este lugar de casa. Você, sua tia e seu tio terão os caminhos separados esta noite, em total entendimento que jamais verão um ao outro novamente,
certo?
Harry concordou.
Então dessa vez, não haverá volta, e o encanto se quebrará assim que você sair do raio de visão. Nós escolhemos quebrála mais cedo, pois a única alternativa
é esperar por VocêSabeQuem vir e te matar quando completar dezessete anos.
O que nós temos ao nosso favor é que VocêSabeQuem não sabe que estamos te transportando esta noite. Nós deixamos escapar uma falsa pista para o Ministério:
Eles acham que você não sairá até que o encanto seja desfeito. Contudo, estamos lidando com VocêSabeQuem, então nós não podemos contar com que ele realmente saiba
a data errada. Ele provavelmente tem os Comensais Da Morte patrulhando os céus em toda essa área, por prevenção. Então, nós providenciamos para uma dúzia de casas
diferentes toda a proteção que poderíamos. Todas elas parecem possíveis lugares os quais usaríamos para te esconder, todas tem alguma ligação com a Ordem; minha
casa, a casa de Kingsley, a casa da Tia Muriel de Molly você pegou a idéia.
Sim. Disse Harry, não totalmente confiante, pois ele ainda podia ver um grande buraco naquele plano.
Nós iremos para a casa dos pais da Tonks. Uma vez que é a casa mais preparada para nos receber e devido aos encantamentos de proteção que lá jogamos, você
poderá utilizar uma chave de portal até a Toca. Perguntas?
Err... Sim. Disse Harry. Talvez eles não saibam qual das doze protegidas casas eu estou indo primeiro, porém não ficará óbvio? contou rapidamente
quatorze de nós indo em direção a casa dos pais de Tonks?
Ah! disse Moody Eu me esqueci de dizer o pontochave. Quatorze de nós não estarão voando para a casa dos pais de Tonks. Irão haver sete Harry Potters
voando através dos céus hoje noite, cada um deles com um companheiro, cada par indo para uma casa diferente.
De dentro de sua capa, Moody agora retirou uma garrafa cheia do que parecia lama. Não havia motivos para ele dizer qualquer outra palavra; Harry havia entendido
todo o plano imediatamente.
Não! Ele disse de forma audível, sua voz ecoando pela cozinha Nem pensar!
Eu disse a eles que você reagiria dessa forma. disse Hermione.
Se vocês pensam que eu deixarei seis pessoas se arriscarem dessa forma—
Não é a primeira vez para nenhum de nós disse Rony.
Dessa vez é diferente, fingindo ser eu—
Bem, nenhum de nós deseja isso Harry. Disse Fred. Imagina se algo dá errado e ficamos pra sempre com a sua cara cheia d espinha e magrelos.
Harry não riu.
Vocês não podem fazer isso sem minha cooperação, vocês precisam de mim para lhes dar algum cabelo.
Exatamente, não tem como nós continuarmos com o plano sem você cooperar. disse Jorge.
Sim! Treze de nós contra um cara que não pode usar magia; nós não temos a menor chance. disse Fred.
Engraçado. disse Harry Muito engraçado.
Todos aqui são maiores de idade, Potter, e estão todos dispostos a se arriscar.
Mundungus deu de ombros e fez careta; O Olho mágico de Moody logo o fitou.
Não vamos mais discutir. O tempo está passando. Eu quero um pouco de teu cabelo, garoto, agora!
Mas isso é ruim, não há necessidade...
Não há necessidade!, enfatizou Moody. Com VocêSabeQuem lá fora e metade do Ministério do lado dele? Potter, se tivermos sorte, ele terá engolido
a falsa pista e estará planejando te pegar somente em seu aniversário, mas ele provavelmente tem um ou dois comensais te vigiando, é o que eu faria. Eles podem não
ser capazes de lhe pegar ou esta casa enquanto o encantamento de sua mãe ainda existe, mas é só ele se quebrar e eles terão posse desse lugar. Nossa única chance
é usar estes chamarizes. Até mesmo Vocêsabequem não pode se dividir em sete.
Harry encontrou o olhar de Hermione e o desviou logo após.
Então, Potter Um pouco de teu cabelo, por favor.
Harry olhou para Rony de relance, este sinalizou um Apenas o faça.
Agora. irritouse Moody.
Com todos o observando, Harry estendeu sua mão até sua cabeça, agarrou um punhado de cabelo, e puxou.
Ótimo. disse Moody, pegando o vidro de poção. Logo aqui, por favor.
Harry jogou o cabelo no líquido lamacento. No momento em que houve contato em sua superfície, a poção começou a se modificar e então tornouse, por fim,
um claro dourado brilhante.
Aaah, você parece muito mais apetitoso do que Crabbe e Goyle, Harry. Disse Hermione, antes de focar as sobrancelhas levantadas de Rony, corando levemente
ela disse. Ah, você entendeu o que quis dizer a poção de Goyle parecia cocô*.
Certo então. Falsos Potters, alinhemse aqui, por favor. disse Moody.
Rony, Hermione, Fred, Jorge e Fleur se alinharam em frente a impecável pia de Tia
Petúnia.
Falta um. disse Lupin.
Aqui. disse Hagrid grosseiro, e levantou Mundungus pelo pescoço e o colocou ao lado de Fleur, que arredou ligeiramente para a outra direção.
Isso está errado, eu deveria ser um protetor. disse Mundungus.
Quieto! bravejou Moody. Como eu já lhes disse, qualquer Comensal da Morte que encontrarmos terá a intenção de capturar Potter, não matálo. Dumbledore
sempre dizia que Vocêsabequem desejaria matálo pessoalmente. Os protetores são aqueles que mais tem o que temer; os Comensais da Morte não hesitarão em matálos.
Mundungus não parecia exatamente tranqüilizado, mas Moody já estava pegando meia dúzia de copos de dentro de sua capa, os quais ele distribuiu, antes pondo
um pouco de Poção Polissuco em cada um.
Todos juntos, agora...
Rony, Hermione, Fred, Jorge, Fleur e Mundungus beberam. Todos eles engasgaram e fizeram caretas de nojo medida que a poção atravessava suas gargantas;
Na mesma hora, suas expressões começaram a borbulhar e distorcer como cera quente. Hermione e Mundungus davam chutes para cima; Rony, Fred e Jorge estava tremendo,
seus cabelos estavam escurecendo, os de Hermione e Fleur pareciam estar voltando para dentro da cabeça..
Moody, um tanto despreocupado, estava agora afrouxando os nós dos largos sacos que ele havia trazido consigo. Quando ele endireitouse, havia seis Harry
Potters engasgando e cuspindo sua frente. Fred e Jorge voltaramse um para o outro e disseram ao mesmo tempo Uau, estamos idênticos!
Eu não sei, todavia. Penso que continuo um pouco mais bonito. Disse Fred examinando seu reflexo.
Bah. disse Fleur, checando a si mesma na porta do microondas. Gui, não me olhe estou terrível!
Aqueles os quais as roupas estão um pouco largas, eu tenho menores aqui disse Moody, indicando o primeiro saco, e vice versa. Não esqueçam os óculos,
há seis pares no bolso lateral. E quando estiverem vestidos, há bagagem no outro saco.
O Harry verdadeiro pensou que aquilo era a coisa mais estranha que ele já havia visto, e ele já havia visto coisas extremamente estranhas. Ele observou como
suas seis cópias vasculharam os sacos, procurando as roupas, pondo óculos. Ele teve vontade de pedir a eles para demonstrarem um pouco mais de respeito pela sua
privacidade a medida que eles começaram a trocar de roupas, tirandoas sem vergonha, claramente mais tranqüilos de estarem mostrando o corpo de Harry do que se estivessem
com seus próprios corpos.
Eu sabia que Gina estava mentindo sobre aquela tatuagem, disse Rony, olhando para baixo para seu peito nu.
Harry, sua visão é realmente terrível disse Hermione, enquanto colocava seus óculos.
Uma vez vestidos, os falsos Harrys pegaram suas bagagens e gaiolas de corujas, cada uma contendo uma coruja branca empalhada, vindas do segundo saco.
Ótimo. disse Moody, quando o sétimo Harry terminara de se vestir, e aguardava com a bagagem pronta. Os Harrys encararamno. Os pares serão estes: Mundungus
viajará comigo, de vassoura...
Por que eu estou com você? Grunhiu o Harry mais perto da porta dos fundos.
Porque você é um dos que precisa ser vigiado, Rosnou Moody, e Mundungus não saiu da mira de seu olho mágico. Arthur e Fred...
Eu sou Jorge, disse o gêmeo para o qual Moody estava apontando. Vocês não podem parar de nos confundir nem quando somos Harry?
Desculpa, Jorge.
Só estou te enchendo, na verdade sou o Fred.
Chega de brincadeiras!. enraiveceuse Moody O outro George ou Fred ou qualquer um que seja você esta com Remo. Senhorita Delacour...
Levarei Fleur em um Testrálio, disse Gui. Ela não é muito fã de vassouras.
Fleur caminhou para o lado dele, lançandolhe um olhar brilhoso e submisso e Harry desejou com todo seu coração que ele nunca mais aparece no rosto dele
de novo.
Senhorita Granger com Kingsley, também de Testrálios.
Hermione pareceu tranqüilizada ao responder o sorriso de Kingsley; Harry sabia que Hermione também não era muito íntima de vassouras.
O que deixa você e eu, Rony! disse Tonks, empolgada, derrubando uma caneca enquanto acenava para ele.
Rony não parecia tão satisfeito quanto Hermione.
E você está comigo, Harry. Tudo certo? disse Hagrid, parecendo um pouco ansioso. Nós estaremos na moto, pois vassouras e Testrálios não suportam meu
peso, entende. E você não cabe no assento comigo junto, todavia, então você irá no carrinho lateral.
Está ótimo. disse Harry, não totalmente certo disso.
Nós achamos que os Comensais da Morte estarão esperando que você esteja em uma vassoura, disse Moody, que pareceu adivinhar como Harry se sentia. Snape
teve muito tempo para dizer a eles tudo que ele nunca disse antes, então caso sejamos perseguidos por qualquer Comensal, estamos crentes que ele irá escolher um
dos Potters que está em uma vassoura. Tudo bem, então. Ele continuou carregando o saco com as roupas dos falsos Potters e caminhou para a porta, Três minutos
pra gente sair. Não tranque a porta de trás, isso não manterá os Comensais da Morte fora quando eles vierem. Vamos.
Harry se apressou, pegou suas bagagens, Firebolt e a gaiola de Edwiges no escuro jardim.
Por todos os lados, vassouras estavam levantando vôo. Hermione já havia recebido ajuda de Kingsley para subir no grande Testrálio negro. Fleur subira no
outro com Gui. Hagrid estava parado, pronto para partir ao lado de sua moto, óculos postos.
É essa? É essa a moto de Sirius?
Ela mesma. disse Hagrid sorrindo para Harry e a última vez que esteve nela, Harry, você cabia na minha mão!
Harry não pôde evitar se sentir um pouco humilhado medida que entrava dentro do carrinho lateral. O carrinho o colocava alguns centímetros abaixo de todos;
Rony riu ao vêlo sentado no carrinho como uma criança. Ele colocou sua mochila e a vassoura debaixo dos pés e enfiou a gaiola de Edwiges entre suas pernas. Era
extremamente desconfortável.
Arthur deu uma turbinada disse Hagrid, não percebendo o desconforto de Harry. Ele se posicionou na moto, que fez alguns barulhos e afundou alguns centímetros
no chão. Tem alguns truques aqui no guidom. Aquele foi idéia minha.
Ele apontou um dedo grosso para um botão roxo perto do acelerador.
Por favor, tenha cuidado Hagrid disse Sr. Weasley, que agora estava do lado deles, segurando sua vassoura. Eu ainda não tenho certeza se é aconselhável
usálo a não ser em emergências.
Tudo bem então disse Moody Todos prontos, por favor; quero que nós todos saiamos no mesmo exato momento ou todo o propósito da distração será perdido.
Todos montaram suas vassouras.
Segura firme agora, Rony. disse Tonks, e Harry viu Rony lançar um olhar furtivo e culpado a Lupin antes de por suas mãos na cintura dela. Hagrid ligou
a motocicleta. Ela rugiu como um dragão, e o carrinho lateral começou a vibrar.
Boa sorte, para todos. Gritou Moody. Vejo vocês todos em uma hora na Toca. No três. Um... Dois... TRÊS!
Houve um grande rugido de moto, e Harry sentiu o carrinho lateral dando uma boa arrancada. Ele estava cortando o ar rapidamente, seus olhos enchendo de lágrimas
levemente, seus cabelos ventavam para fora de seu rosto. Em volta dele, vassouras levantavam vôo também; a longa calda negra de um Testrálio passou por ele. Suas
pernas, apertadas dentro do carrinho lateral devido gaiola de Edwiges e sua mochila, já doíam e começavam a ficar dormentes. Tão grande era seu desconforto que
ele quase esqueceu de dar uma última olhada no número 4 da Rua dos Alfeneiros; no momento em que ele olhou pela beirada do carrinho lateral, ele não podia mais dizer
qual era. Cada vez mais altos, eles adentraram o céu.
E então, de lugar nenhum, do nada, eles estavam cercados. Pelo menos trinta figuras encapuzadas, voando, formaram um grande circulo em volta deles, no qual
os membros da Ordem subiam, sem saber...
Gritos, raios de luz verde por todos os lados: Hagrid de um grito e a moto abaixou. Harry perdeu a noção de onde estavam: luzes acima, gritos a volta, ele
agarrou o carro lateral pra valer.A gaiola de Edwiges, a Firebolt, e sua mochila escorregaram embaixo dos pés dele—
NãoEDWIGES!
A vassoura caiu pra terra, mas ele conseguiu agarrar a ponta da mochila e o topo da gaiola enquanto a moto subia novamente. Um segundo de alívio, e então
outro raio de luz verde. A coruja gichou e caiu no chão da gaiola.
Não NÃO !
A motocicleta foi toda velocidade para frente; Harry vislumbrou Comensais da Morte encapuzados espalhandose medida que Hagrid disparou através do circulo.
Edwiges! Edwiges!
Mas a coruja permaneceu imóvel e patética como um brinquedo no chão de sua gaiola. Ele não podia aceitar, e seu terror pelos outros foi primordial. Ele olhou
por cima de seu ombro e viu uma massa de gente se movendo, feixes de luz verde, dois pares de pessoas em vassouras se afastando, mas ele não podia dizer quem eram...
Hagrid, nós temos que voltar, nós temos que voltar! ele gritou em meio ao barulho de feitiços e ao rugir da motocicleta, puxando sua varinha, colocando
a gaiola de Edwiges no chão, se recusando a acreditar que ela havia morrido. Hagrid, VOLTE!
O meu trabalho é leválo lá a salvo, Harry! berrou Hagrid.
Pare! PARE! Harry gritou, porém quando olhou para trás novamente, dois jatos de luz verde passaram por pouco de sua orelha. Quatro comensais da morte
tinham deixado o círculo e estavam a perseguilos, mirando nas largas costas de Hagrid. Hagrid desviouse, porém os Comensais estavam na cola da moto; mais jatos,
e Harry teve que se enfiar no carrinho lateral para evitálos. Esgueirandose ele gritou, Estupefaça! e um raio saiu de sua varinha, criando um vão entre os quatro
Comensais da Morte medida que eles desviavam.
Segurese Harry, essa é pra eles! gritou Hagrid, e Harry olhou justo na hora que Hagrid esmurrou um espesso dedo em um botão verde próximo ao medidor
de combustível.
Uma parede, uma sólida parede, surgiu pelo exaustor. Esticando seu pescoço, Harry a viu expandirse no meio do ar. Três Comensais desviaramse bruscamente
e a evitaram, mas o quarto não teve tanta sorte; ele desapareceu de vista e então caiu como um pedregulho por trás, sua vassoura quebrou em pedacinhos. Um de seus
companheiros diminuiu para salválo, mas ele e a parede voadora foram engolidos pela escuridão medida que Hagrid retomou o controle da moto e acelerou.
Mais maldições passaram pela cabeça de Harry vindos dos dois Comensais restantes; eles estavam mirando em Hagrid. Harry reagiu com feitiços estuporantes:
Vermelho e verde colidiram no meio do ar, em um espetáculo de faíscas multicoloridas, e Harry lembrouse um pouco de fogos de artifício, e então dos Trouxas abaixo
os quais não tinham idéia do que ocorria.
Aqui vamos nós de novo. Harry, segurese! gritou Hagrid, e ele pressionou um segundo botão. Desta vez uma grande teia saiu do exaustor, mas os Comensais
Da Morte estavam preparados para isso. Não somente desviaram, mas o companheiro que havia voltado para salvar o amigo inconsciente voltara. Ele surgiu repentinamente
da escuridão e agora três deles estavam perseguindo a motocicleta, todos soltando feitiços.
Agora vai, Harry, segura firme! gritou Hagrid, e Harry o viu meter toda a mão em um botão roxo ao lado do medidor de velocidade.
Com um inconfundível barulho, chamas de dragão saíram do exaustor, brancoazul quentes, e a motocicleta atingiu a velocidade de uma bala com o som de metal
desvencilhando. Harry viu os Comensais da Morte desviarem bruscamente para evitar a chama mortal, e ao mesmo tempo sentiu o carrinho lateral se balançar sinistramente.
Suas conexões metálicas com a moto haviam lascado com a força da aceleração.
Tá tudo bem, Harry berrou Hagrid, agora com o corpo muito para trás devido a velocidade; ninguém estava conduzindo agora e o carrinho lateral começou
a girar violentamente.
Esta tudo sobre controle Harry, não se preocupe! Hagrid gritou, e de dentro do bolso de sua jaqueta ele puxou sua sombrinha rosa e florida.
Hagrid! Não! Deixa que eu faço!
REPARO!
Houve um barulho ensurdecedor e o carrinho lateral desvencilhouse da moto completamente; Harry voou para frente, impulsionado pelo ímpeto do vôo da moto,
então o carrinho lateral começou a perder altura. Desesperado, Harry apontou sua varinha para o carrinho lateral e gritou:
Wingardium Leviosa!
O carrinho levitou, desestabilizado, mas ao menos continuava no ar. Ele teve alguns segundos, porém, novos feitiços passaram por ele: Os três Comensais da
Morte estavam se aproximando.
Estou indo, Harry! Hagrid berrou do meio da escuridão, mas Harry pôde sentir o carrinho começar a desabar novamente: agachandose o máximo que conseguira,
ele apontou para o meio das figuras na escuridão e gritou Impedimenta!
O feitiço atingiu o Comensal do meio bem no peito: Por um momento, o homem estava absurdamente perdido ao bater em uma barreira invisível. Um de seus companheiros
quase bateu com ele.
Então o carrinho começou a cair para valer, e o Comensal restante lançou um feitiço muito próximo a Harry que ele teve que se abaixar bruscamente, batendo
um dente na beira do assento.
Estou indo Harry, estou indo!
Uma grande mão pegou as vestes de Harry e o puxou para fora do carrinho; Harry pegou sua mochila enquanto foi puxado para o assento na motocicleta. Enquanto
eles subiam, fora do alcance dos dois comensais restantes, Harry cuspiu o sangue para fora de sua boca, apontou sua varinha para o carrinho caindo e gritou, Confringo!
Ele sentiu uma péssima ponta de culpa por Edwiges; o Comensal da Morte mais próximo fora jogado para fora de sua vassoura e caiu; seu companheiro voltou
e desapareceu.
Harry, Eu sinto muito, sinto muito. Gemeu Hagrid Eu não deveria ter tentado reparar o carrinho eu mesmo eu não sei fazer nada...
Isso não é um problema agora, só continue voando! Harry gritou de volta, avistando mais dois Comensais que emergiram da escuridão, se aproximando.
À medida que os feitiços iam passando por eles, Hagrid desviava. Harry sabia que Hagrid não ousaria usar o 'botão do fogo do dragão' novamente, com Harry
espremido ali, de forma tão insegura. Harry mandou feitiço depois de feitiço de volta contra seus perseguidores, mal os segurando. Ele mandou outro feitiço Impedimenta.
O Comensal mais próximo desviouse bruscamente e seu capuz caiu, e pela luz vermelha do feitiço Harry pôde reconhecêlo: Stanislau Shunpike—Stan—
Expeliarmus! Harry gritou.
É ele, é ele, é o verdadeiro!
O grito do Comensal chegou a Harry mesmo com todo o barulho da moto: No outro momento, ambos os perseguidores ficaram para trás e desapareceram de vista.
Harry, o que houve? berrou Hagrid. Para onde eles foram?
Eu não sei!
Mas Harry estava com medo. O Comensal encapuzado havia gritado É o verdadeiro!. Como ele sabia? Ele olhou fixamente em volta para a escuridão e sentiu
a ameaça. Onde eles estavam?
Ele subiu com dificuldade no assento para olhar para frente e se agarrou nas costas de Hagrid.
Hagrid, faz a coisa do fogo do dragão de novo, vamos embora logo!
Segura firme então Harry!
Houve novamente um barulho inconfundível e a chama branca e quente saiu pelo exaustor. Harry sentiu ele mesmo voltando para trás do pequeno assento, Hagrid
afundou para trás também, mal mantendo o controle da motocicleta.
Eu acho que eles nos perderam Harry, eu acho mesmo! gritou Hagrid.
Mas Harry não estava convencido. O medo corria por ele quando ele olhava da direita para esquerda a procura de perseguidores... Por que eles haviam ficado
para trás? Um deles ainda possuía uma varinha...é ele... é o verdadeiro ... eles disseram isso depois da tentativa de Harry de desarmar Lalau...
Estamos quase lá Harry, quase lá! disse Hagrid.
Harry sentiu a moto baixar um pouco, apesar das luzes abaixo ainda parecerem estrelas remotas.
Então a cicatriz em sua testa queimou como fogo. Um Comensal da Morte apareceu em cada lado da bicicleta, duas maldições da morte erraram Harry por milímetros.
E então Harry o viu. Voldemort estava voando como fumaça no vento, sem vassoura ou Trestálio para segurálo, sua cara de cobra brilhando na escuridão, seus
dedos brancos segurando sua varinha novamente.
Hagrid foi com a moto para um repentino mergulho. Esgueirandose, Harry mandou uma série de feitiços contra a escuridão. Ele viu um corpo passar por ele
e soube que tinha atingido algum deles, mas então ele ouviu um barulho e viu fagulhas saírem do motor; a motocicleta pirou no ar, completamente fora de controle—
Jatos de luz verde passaram por eles de novo. Harry não fazia idéia do que era cima, ou o que era baixo. Sua cicatriz continuava a queimar; ele esperava
morrer a qualquer segundo. Uma figura encapuzada em uma vassoura estava logo sua frente, ele a viu levantar seu braço.
NÃO!
Com um grito de fúria, Hagrid jogouse de dentro da moto até o Comensal; para seu horror, Harry viu ambos caindo, seus pesos combinados eram muito para a
vassoura—
Mal segurandose a motocicleta com seus joelhos, Harry ouviu Voldemort gritar:
Meu!
Estava acabado. Ele não podia ver ou ouvir onde Voldemort estava; ele vislumbrou outro Comensal da Morte voando e ouviu:
Avada...
Assim como a cicatriz de Harry forçou seus olhos a se fechar, sua varinha agiu por conta própria. Ele sentiu ela empunhada em sua mão como um imã, viu um
esguicho de fogo dourado através dos seus olhos semiabertos, ouviu um 'crack' e um grito de fúria. O Comensal restante berrou. Voldemort gritou.
Não!
De alguma forma, Harry achou o botão do fogo de dragão. Ele o apertou com sua outra mão e a moto lançou mais fogo no ar.
Hagrid!
Harry chamou, segurandose na moto.
Hagrid. Accio Hagrid!
A moto aumentou a velocidade, puxada diretamente para a terra. Cara a cara com o guidão da moto, Harry não via mais nada a não ser as distantes luzes cada
vez mais perto. Ele ia bater e não havia nada que ele podia fazer. Atrás dele pôde ouvir outro grito.
Sua varinha, Selwyn, dême sua varinha!
Ele sentiu Voldemort antes de vêlo. Olhando para os lados, ele visualizou os olhos vermelhos e tinha certeza que seriam a última coisa que ele veria. Voldemort
estava se preparando para atacálo mais uma vez.
No entanto, Voldemort sumiu. Harry olhou para baixo e viu Hagrid jogado no chão embaixo dele. Ele puxou forte o guidão da moto para evitar bater em Hagrid,
tateou atrás do freio, mas com um barulho estrondoso, o chão tremia, ele caiu direto em um poço de lama.

Capítulo Cinco
Guerreiro Caído


Hagrid? Harry esforçouse para se levantar dos restos de metal e couro que o encobriam, suas mãos afundando em centímetros de água enlameada quando tentou
se levantar. Ele não podia entender onde Voldemort tinha ido e esperava que ele emergisse da escuridão a qualquer instante. Algo quente e úmido estava escorrendo
pelo seu queixo abaixo e pela sua testa. Ele rastejou para fora da lagoa e tropeçou em uma massa gigante e escura, que era Hagrid.
Hagrid? Hagrid, fale comigo. Mas a grande massa não se mexeu.
Quem está ai? É Potter? Você é Harry Potter?
Harry não conseguiu distinguir a voz do homem. Então uma mulher gritou. Eles bateram, Ted! Bateram no jardim!
A cabeça de Harry estava girando. Hagrid ele repetiu estupidamente, e seu
joelhos cederam.
A próxima coisa que ele soube foi de estar recostando em coisas como almofadas, com a terrível sensação de queima em suas costelas e seu braço direito. Seu
dente perdido havia crescido. A cicatriz em sua testa ainda latejava.
Hagrid?
Ele abriu seus olhos e viu que estava deitado em um sofá não familiar em uma simples sala de estar. Sua mochila estava no chão um pouco distante, úmida e
lamacenta. Um homem com cabelo justo e um grande inchaço no rosto estava olhando para Harry ansiosamente.
Hagrid está bem, filho disse o homem A mulher está cuidando dele. Como você se sente? Tem algo mais quebrado? Eu curei suas costelas, seu dente e braço,
por falar nisso, Ted Tonks Pai da Ninfadora.
Harry levantouse rapidamente: algo estralou, ele se sentiu enfermo e tonto.
Voldemort...
Não se preocupe agora. disse o homem pondo a mão no ombro de Harry e o empurrando de volta para as almofadas. Aquilo foi uma batida cruel! De qualquer
forma, o que aconteceu? Deu algo errado com a moto? Arthur Weasley de novo, ele e aquela adoração por trouxas dele?
Não. disse Harry com a cicatriz pulsando como um ferimento aberto. Os Comensais da Morte nos encontraram. Nós fomos perseguidos.
Comensais da Morte? Disse Ted bruscamente. Do que você está falando? Comensais da morte? Eu pensei que eles não soubessem que você seria transportado
hoje.
Eles sabiam. disse Harry.
Ted Tonks olhou para o teto como se pudesse ver através dele o céu que estava acima.
Bem, nós sabemos que nosso encanto protetor nos segura, não é? Eles não serão capazes de chegar aqui e nos atingir, então estamos seguros.
Agora Harry entendia porque Voldemort havia desaparecido: tinha sido o ponto em que a motocicleta cruzou a barreira do encanto da Ordem. Ele apenas esperava
que eles continuariam a trabalhar: Ele imaginou Voldemort, alguns metros sua frente como eles disseram, procurando uma maneira de penetrar no que Harry via como
uma grande bolha.
Ele balançou suas pernas para fora do sofá; precisava ver Hagrid com seus próprios olhos antes que pudesse acreditar que ele estava vivo. Ele mal tinha se
levantado, contudo, quando uma porta se abriu e Hagrid deslizou por ela, sua cara coberta com lama e sangue, um pouco fraco, mas milagrosamente vivo.
Harry! Derrubando duas mesas delicadas, ele atravessou a sala em dois passos, e deu em Harry um abraço que quase partiu suas recémemendadas costelas.
Nossa, Harry, como nós conseguimos sair dessa? Eu pensei, por um momento, que nós dois iríamos...

É, estou tão surpreso quanto você, nem acredito que saímos dessa. disse Harry com a voz embargada pelo abraço de Hagrid. Harry interrompeu o abraço.
Observava a mulher que entrara no quarto logo após Hagrid.
Você! ele gritou, e sua mão voou automaticamente para seu bolso, em busca da varinha, mas ele estava vazio.
Sua varinha está comigo, filho. Disse Ted, dando um tapinha no braço de Harry. Ela caiu logo ao seu lado, eu a peguei. E essa com a qual você estava
gritando é minha esposa.
Oh, mme desculpe.
Ao entrar na sala, a semelhança da Sra.Tonks com sua irmã Belatriz ficou muito menos acentuada: Seu cabelo era de um castanho claro, e seus olhos eram largos
e amáveis. De qualquer maneira, ela olhou de forma tão simpática para a exclamação de Harry, que não poderia ser Belatriz.
O que aconteceu nossa filha? Ela quis saber. Hagrid disse que vocês foram cercados. Onde está Ninfadora?
Eu não sei, disse Harry. Nós não sabemos o que houve a nenhum dos outros.
Ela e Ted trocaram olhares. Uma mistura de medo e culpa agarrou Harry ao ver suas expressões. Se qualquer um deles morrer, era sua culpa, tudo sua culpa.
Ele havia consentido com o plano, dando a eles seu cabelo...
A Chave de Portal ele disse, lembrandose de tudo repentinamente. Nós temos que ir para A Toca e descobrir então seremos capazes de nos comunicar
com Tonks, uma vez que ela...
Dora estará bem, Andrômeda, disse Ted. Ela sabe se cuidar, ela vêm andado com os Aurores todo esse tempo. A Chave de Portal é por aqui, disse ele
se dirigindo a para Harry.
A Chave está programada para funcionar daqui a três minutos, se vocês quiserem ir...
Sim, nós queremos, disse Harry. Ele agarrou sua mochila, jogandoa sobre os ombros.
Eu... Ele olhou para a Sra. Tonks, desejando se desculpar por deixála amedrontada e dizer que ele se sentia responsável, mas não lhe ocorreram palavras
para tanto.
Eu direi a Tonks Dora para comunicarse com vocês, quando nos encontrarmos. Obrigado por nos abrigar, obrigado por tudo. Eu... Ele estava satisfeito
por deixar a sala e seguiu Ted Tonks por um pequeno corredor até um quarto. Hagrid veio após eles, se abaixando para evitar bater a cabeça no topo da porta.
Aqui estamos, filho. Aqui está a Chave de Portal. Sr. Tonks estava apontando para uma pequena e prateada escova de cabelo na mesinha.
Obrigado. disse Harry, estendendo a mão para a escova o seu dedo, pronto para ir.
Espere um instante. disse Hagrid, olhando a sua volta. Harry, cadê a Edwiges?
Ela... Ela foi atingida. disse Harry,
Foi então que lhe caiu a ficha: Ele se envergonhou de si mesmo quando as lágrimas escorreram de seus olhos. A coruja havia sido sua companhia, sua grande
conexão com o mundo mágico até mesmo quando ele era obrigado a voltar para a casa dos tios.
Hagrid estendeu a grande mão e deu tapinhas dolorosos em seu obro. Não importa, ele disse grosseiramente. Não importa. Ela já tinha vivido muito...
Hagrid! alertou Ted Tonks, quando a escova brilhou em um azul reluzente e Hagrid só pusera o dedo na última hora.
Harry sentiu um enorme puxão para trás, na altura do umbigo, como se um gancho invisível estivesse levandoo, ele foi puxado para o nada, girando desconfortavelmente,
seu dedo colado Chave enquanto ele e Hagrid giravam para longe do Sr. Tonks.Logo depois Harry sentiu o impacto do chão, e suas mãos apalparam o gramado d'A Toca.
Ele ouviu barulhos. Imaginou ser o vento farfalhando as árvores e os arbustos. Levantando a cabeça ele viu a Sra. Weasley e Gina correndo em sua direção. Ao seu
lado, Hagrid se levantou.
Harry? Você é o verdadeiro Harry? O que houve? Onde estão ou outros? perguntou a Sra. Weasley apreensiva.
Como assim? Ninguém mais esta de volta? Harry desesperouse.
A resposta pergunta de Harry estava clara pela expressão pálida do rosto da Sra. Weasley.
Os Comensais da Morte estavam nos esperando Harry contoulhe. Nós fomos abordados no momento em que nos separamos eles sabiam que seria esta noite
Eu não sei o que aconteceu a nenhum dos outros, quatro deles correram atrás de nós, foi tudo o que podemos fazer para fugir, e então Voldemort apareceu.
Ele podia perceber o tom de justificativa em sua voz, o necessário para que ela entendesse o porquê de ele não saber o que acontecera a seus filhos, mas...
Graças a Deus você está bem. ela disse, puxandoo para um abraço que ele não achou que merecia.
Você não tem conhaque, Molly? perguntou Hagrid um pouco agitado. Para fins medicinais?
Ela podia têlo feito através de magia, mas quando se retirou para o interior da casa torta, Harry sabia que ela desejava esconder seu rosto. Ele se voltou
para Gina, e ela respondeu ao seu pedido de informações silencioso.
Rony e Tonks deveriam ter voltado primeiro, mas eles perderam sua Chave de Portal, ela voltou sem eles, ela disse, apontando uma enferrujada lata de
óleo que repousava sobre o chão ali perto. E aquele ali, ela apontou para um tênis velho, devia vir junto com papai e Fred, eles deviam ser os segundos. Você
e Hagrid eram os terceiros e, ela checou o relógio, se eles tiverem conseguido, Jorge e Lupin estarão de volta em um minuto.
Sra. Weasley reapareceu carregando uma garrafa de conhaque, o qual ela entregou a Hagrid. Ele o abriu e o tomou imediatamente.
Mãe! gritou Gina, apontando para um local a uma pequena distância.
Uma luz azul apareceu no meio da escuridão. Ela cresceu rapidamente e de repente Lupin e Jorge apareceram, girando e então caindo.Harry soube imediatamente
que algo estava errado: Lupin estava carregando Jorge, que permanecia inconsciente e tinha a cara coberta de sangue.
Harry correu para frente e agarrou as pernas de Jorge. Juntos, ele e Lupin carregaram Jorge para dentro da casa e através da cozinha até a sala, onde o colocaram
sobre o sofá. A lâmpada caiu em cima de Jorge, Gina prendeu a respiração e o estômago de Harry embrulhou. Faltava uma orelha de Jorge. Aquele lado da cabeça e pescoço
estavam banhados de um sangue escarlate.
Não antes da Sra. Weasley estar agarrada ao filho, Lupin pegou Harry pelo braço e o arrastou, sem muita gentileza, de volta para a cozinha, onde Hagrid ainda
tentava facilitar o acesso a porta de trás.
Oi! disse Hagrid indignado. Solte ele! Solte o Harry!
Lupin o ignorou.
Qual criatura estava no canto de minha sala quando Harry Potter a visitou pela primeira vez em Hogwarts? ele disse, dandolhe umas sacudidas. Respondame!
Uum Grindylow no tanque, não era?
Lupin soltou Harry e caiu contra um armário na cozinha.
O que você queria com isso? berrou Hagrid.
Me desculpe, Harry, mas eu tinha que conferir. disse Lupin alarmado. Precisamos ter cuidado. Voldemort sabia que você seria transportado hoje e as
únicas pessoas que poderiam ter contado estavam diretamente ligadas ao plano. Você podia ser um impostor.
Então por que você não conferiu se eu era eu mesmo? perguntou Hagrid, esforçandose para manter a voz impassível.
Porque você é meiogigante. Disse Lupin, olhando diretamente nos olhos de Hagrid. A Poção Polissuco não faria efeito em você, pois só funciona em humanos.
Ninguém da Ordem diria a Voldemort que eu estaria sendo transportado esta noite. disse Harry. A idéia de que alguém da Ordem fosse traidor era desprezível
para ele, ele não acreditaria se soubesse que alguém da Ordem era um Comensal da Morte. Voldemort só sabia que era realmente eu, porque ele sabia que eu estaria
com o Hagrid.
Voldemort alcançou vocês? disse Lupin aterrorizado. O que houve? Como você escapou?
Harry explicou rapidamente como os Comensais da Morte o reconheceram como verdadeiro Harry, como eles abandonaram a perseguição, e depois voltaram com Voldemort,
que apareceu pouco antes de ele e Hagrid chegarem a casa dos pais de Tonks.
Eles reconheceram você? Mas como? O que você fez?
Eu... Harry tentou lembrar. Toda a jornada pareceu um borrão de pânico e confusão. Eu vi Lalau Shunpike... você sabe, o cara que era o condutor do
Nôitibus? E eu tentei desarmálo ao invés de... Bem, ele não sabia o que ele estava fazendo, sabia? Ele devia estar sobre efeito da maldição Imperius!
Lupin parecia pasmado
. Harry, a hora de desarmar passou! Essas pessoas estão tentando te capturar e te matar! Ao menos façaos ficarem inconscientes se não esta preparado para
matar!
Nós estávamos centenas de pés no ar! Lalau não era ele mesmo, e caso eu o tivesse feito ficar inconsciente ele teria caído, e teria morrido da mesma maneira
que se eu tivesse usado Avada Kedavra! Expelliiarmus salvoume de Voldemort dois anos atrás. Harry adicionou desafiador, Lupin o estava lembrando o aluno da LufaLufa
Zacarias Smith, o qual estava rindo de Harry por este querer ensinar a AD como desarmar.
Sim, Harry. disse Lupin com compostura, e um grande número de Comensais da Morte testemunharam aquilo acontecendo! Perdoeme, mas é uma coisa muito
pouco usual, sobre o caso de morte iminente. Repetir isso hoje na frente dos Comensais os quais já haviam testemunhado ou ouvido falar sobre a primeira ocasião foi
quase suicídio!
Então você acha que eu deveria ter matado Lalau Shunpike? Disse Harry nervoso.
Mas é claro que não, disse Lupin, mas os Comensais da Morte ou melhor, a maioria das pessoas! esperariam que você atacasse de volta! Expelliarmus
é uma magia muito útil, Harry, porém os Comensais parecem ter em mente que esta é sua marca registrada, e eu o alertaria para não deixar que isso aconteça.
Lupin estava fazendo com que Harry se sentisse idiota, e ainda havia um grão de desafio dentro dele. Eu não vou acabar com pessoas só porque elas ficam
no meu caminho. Disse Harry. Esse é o trabalho de Voldemort.
Lupin pareceu perdido por um momento. Finalmente, tomouse por satisfeito e se espremeu para passar pela porta entreaberta. Hagrid pegou uma cadeira, desajeitado,
e sentouse fitando Harry atenciosamente. Não dando atenção Hagrid, Harry decidiu colocar Lupin novamente na conversa.
Jorge ficará bem? Todas as frustrações e preocupações de Lupin em relação Harry pareceram se esvair com a pergunta do garoto.
Imagino que sim, mas não há como restaurar sua orelha uma vez que foi arrancada por magia...
Houve barulho lá fora. Lupin saiu pela porta, Harry pulou as pernas de Hagrid e saiu para o jardim.
Duas figuras haviam aparecido lá, e conforme Harry correu em direção a elas ele percebeu que eram Hermione, agora voltando a sua aparência normal, e Kingsley
ambos curvados como cabides. Hermione jogouse nos braços de Harry, mas Kingsley não mostrou prazer nenhum ao vêlos. Por cima do ombro de Hermione, Harry o viu
levantar sua varinha e apontar diretamente para o peito de Lupin.
As últimas palavras que Alvo Dumbledore falou para nós dois?
'Harry é a maior esperança que nós temos. Confiem nele.' disse Lupin calmamente.
Kingsley apontou sua varinha rapidamente para Harry, fazendo o garoto se sobressaltar. Lupin interrompeu. É ele, eu já conferi!
Certo, certo. disse Kingsley enquanto guardava sua varinha no bolso interno de suas vestes. Mas alguém nos traiu! Eles sabiam, eles sabiam que seria
essa noite!
É o que parece, replicou Lupin. Mas aparentemente eles não sabiam sobre os sete Harrys...
Isso não é grande consolo. retrucou Kingsley. Quem mais voltou?
Somente Harry, Hagrid, Jorge e eu.
Hermione tinha um pequeno arranhão nas costas de sua mão.
O que houve com vocês? perguntou Lupin se dirigindo Kingsley.
Fomos seguidos por cinco, consegui ferir dois deles, e tive de matar um outro, respondeu Kingsley, e nós vimos VocêSabeQuêm também, nós o perseguimos,
mas ele conseguiu escapar rapidamente. Remo, ele é capaz de...
Voar. completou Harry. Eu o vi também, ele veio atrás de mim e Hagrid.
Então foi por isso que ele fugiu, pra te seguir! exclamou Kingsley. Eu não consegui entender porque ele fugiu. O que o fez mudar de direção?
Harry se comportou um tanto bondosamente com Lalau Shunpike. disse Lupin.
Lalau? repetiu Hermione confusa. Pensei que ele estivesse preso em Azkaban, não?
Kingsley soltou uma risada sombria.
Hermione, é óbvio que houve uma grande fuga de Azkaban, mas o Ministério abafou.. O capuz de Traver caiu quando amaldiçoei ele, ele parece estar envolvido
também. Mas o que houve com você, Remo? Onde está o Jorge?
Ele perdeu uma orelha. respondeu Lupin.
Perdeu uma...? disse Hermione com a voz embargada.
Obra do Snape. disse Lupine.
Snape? engasgouse Harry. Não pode ser...
Ele perdeu sua capa, durante a perseguição. Sectumsempra foi sempre uma especialidade do Snape. Queria poder dizer que revidei altura, mas todos meus
esforços voltaram para manter Jorge na vassoura depois que ele foi machucado, ele estava perdendo muito sangue.
Todos ficaram em um silêncio mútuo, contemplando o céu azulmarinho. Não havia nenhum movimento, não havia estrelas reluzentes, e a lua nova se escondia
por trás de uma nuvem particularmente grande. Onde estaria Rony? Onde estaria Fred e o Sr. Weasley? Onde estavam Gui e Fleur? Mundungus, OlhoTonto e Tonks? Estariam
todos bem?
Harry, uma ajuda aqui! Chamou Hagrid da porta onde ele acabou entalando de novo.
Feliz por fazer algo, Harry largou Hermione, e foi em direção cozinha e de volta m sala de estar onde a Sra. Weasley e Gina ainda continuavam olhando
Jorge. A Sra. Weasley estava limpando o sangue, e pela lâmpada Harry pode ver um buraco onde deveria estar a orelha de Jorge.
Como ele está?
A Sra. Weasley olhou em volta e disse Não posso fazêla crescer. Não quando foi removida por Magia Negra... Mas podia ser pior... ele está vivo.
É ... Disse Harry. Graças a Deus.
Escutei mais alguém no jardim? Perguntou Gina.
Hermione e Kingsley.
Que bom. Gina murmurou. Eles trocaram olhares, Harry quis abraçála, ele nem se importava que a Sra. Weasley estivesse ali, mas antes que ele seguisse
impulso houve um grande 'crack' na cozinha.
Eu provarei que sou verdadeiro, Kingsley, depois de ver meu filho, agora saia da minha frente se você souber o que é realmente bom pra você!
Harry nunca escutou o Sr. Weasley falar daquele jeito. Ele entrou na sala de estar, sua cabeça quase careca misturandose com suor. Fred estava logo atrás
dele, ambos pálidos mas sem machucados.
Arthur! exclamou a Sra. Weasley. Graças a Deus.
Como ele está?
O Sr. Weasley ficou de joelhos ao lado de Jorge. Pela primeira vez desde que conhecera Fred, o ruivo parecia sem palavras. Ele assustouse atrás do sofá
olhando o estado do gêmeo, como se não quisesse acreditar no que estava vendo. Talvez pelo som da chegada de Fred e Sr. Weasley. Jorge soltou um muxoxo.
Jorge, como se sente? Murmurou Sra. Weasley.
Os dedos de Jorge pararam num lado da cabeça. Como um anjo.
Qual o problema dele? Perguntou Fred parecendo horrorizado. Perdeu o juízo?O cérebro foi afetado?
Um anjo. Repetiu Jorge abrindo os olhos e olhando para seu irmão. Veja bem, sou 'sangrado'. Santo, Fred. Entendeu?
A Sra. Weasley soluçou mais do que nunca. A cor pareceu voltar ao rosto pálido de Fred.
Patético ele disse para Jorge. Patético! Com o mundo todo preocupado com a maldita orelha, você diz 'sangrado'?
Ah bem disse Jorge limpando a lagrima da mãe. Você agora vai poder nos diferenciar mãe.
Ele olhou em volta.
Oi Harry. Você é Harry, certo?
Sim, sou. respondeu Harry chegando perto do sofá.
Bem, pelo menos nós conseguimos trazer você salvo. Disse Jorge. Por que Rony e Gui não estão em volta da minha cama?
Eles ainda não voltaram, Jorge. Respondeu a Sra. Weasley. Harry olhou para Gina e mencionou para ela o seguir até lá fora. Enquanto caminhava pela cozinha
ela falou em voz baixa.
Rony e Tonks devem voltar daqui a pouco. Eles não tiveram uma viagem longa, Tia Muriel não é muito longe daqui.
Harry não disse nada. Ele vinha tentando afastar seu medo desde que chegou Toca, mas agora parecia completamente dominado por ele, dentro da sua pele,
incomodando a garganta e machucando o peito. Enquanto caminhavam pelo jardim, Gina pegou sua mão.
Kingsley caminhava de um lado para o outro, olhando para o céu toda vez que se virava. Harry lembrouse do Tio Válter passando pela sala de estar há milhões
de anos atrás. Hagrid, Hermione e Lupin estavam em pé ombro a ombro, observando em silêncio. Ninguém olhou em volta quando Harry e Gina se juntaram ao silêncio dos
três.
Os minutos passaram como se fossem anos. A brisa mais delicada os fez sobressaltarem e virarem em direção ao vento ou a alguma árvore com a esperança de
que algum membro da Ordem pudessem aparecer entre as folhas. E então uma vassoura se materializou diretamente sobre eles e foram em direção ao chão.
São eles! Gritou Hermione.
Tonks aterrissou no chão, jogando terra pra todos os lados.
Remo! Gritou ela, enquanto largava a vassoura e se jogava nos braços de Lupin. O rosto de Lupin estava branco. Parecia ser incapaz de falar. Rony caminhava
em direção a Harry e Hermione.
Você esta bem. Ele disse, antes de Hermione abraçálo com força.
Pensei que—pensei que—
Estou bem. Disse Rony dando um tapinha de leve nas costas de Hermione. Estou ótimo.
Rony foi muito bem. Disse Tonks amável ainda abraçada em Lupin. Uma maravilha. Acertou um comensal bem na cabeça e quando você está diretamente sob
ataque em cima de uma vassoura...
Mesmo? Perguntou Hermione mirando Rony, ainda com seus braços em volta do pescoço do ruivo.
Sempre o tom de surpresa ele disse irritado, se soltando do abraço Somos os últimos a voltar?
Não. disse Gina. Gui e Fleur, Olho Tonto e Mundungo ainda não voltaram. Eu vou avisar o papai e a mamãe que você está bem, Rony...
Ela correu para dentro da casa.
O que aconteceu? perguntou Lupin parecendo irritado com Tonks.
Belatriz disse Tonks. Ela me queria tanto quanto quer Harry. Ela tentou me matar. Eu apenas desejei têla... Mas nós definitivamente ferimos Rodolfo.
Então nós fomos para a casa da tia de Rony, Muriel, e como perdemos nossa chave de Portal ela nos emprestou uma.
Um músculo saltou na face de Lupin. Ele notou, mas estava incapaz de dizer qualquer coisa.
Então, o que aconteceu com você? perguntou Tonks, virandose para Harry, Hermione, e Kingsley.
Eles recontaram suas estórias, mas continuaram com a sensação de preocupação com Gui, Fleur, OlhoTonto, e Mundungo.
Eu vou voltar até Downing Street, eu deveria estar lá há uma hora. disse finalmente Kingsley, após dar uma olhada para o céu. Me avisem quando eles
voltarem.
Lupin concordou. Com um aceno para os outros, Kingsley saiu pelo portão. Harry pensou ter ouvido o 'pop' quando Kingsley desaparatou além das fronteiras
d'A Toca..
O Sr. e a Sra. Weasley vieram correndo, com Gina logo atrás. Todos abraçaram Rony antes de se virarem para Lupin e Tonks.
Obrigado. Disse o Sr. Weasley. Por nossos filhos.
Não seja boba, Molly. Disse Tonks.
Como está Jorge? Perguntou Lupin.
O que há de errado com ele? Perguntou Rony.
Ele perdeu—
Mas a frase da Sra. Weasley foi interrompida por uma estalo. Um Testrálio acabara de pousar há alguns metros dali. Gui e Fleur desceram, cansados, mas sem
ferimentos.
Gui! Graças a Deus, Graças a Deus!
A Sra. Weasley correu para lhe dar um abraço. Olhando direto para seu pai, Gui disse:
Olho Tonto está morto.
Ninguém falou nada. Ninguém se moveu. Harry sentiu que alguma coisa atrás estava caindo, caindo através da terra, o deixando para sempre.
Nós o vimos. disse Gui, Fleur assentiu, com o reflexo das luzes da cozinha iluminando seu rosto marcado por lágrimas. Aconteceu depois que nós quebramos
o círculo, OlhoTonto e Dungo estavam perto da gente, eles estavam indo para a direção norte também. Dungo apavorouse. Eu o ouvi chorando, OlhoTonto tentou parálo,
mas ele desapareceu. Não havia nada que pudéssemos fazer. Nós estávamos em meia dúzia... A voz de Gui falhou.
Claro que vocês não podiam ter feito nada disse Lupin.
Eles se levantaram olhando um ao outro. Harry não conseguia compreender...OlhoTonto morto; não podia ser....OlhoTonto, tão resistente, tão bravo, tinha
sobrevivido...
Por último teve a impressão de todos compreenderam, embora ninguém dissesse isso, não havia mais o que esperar. Em silêncio, eles seguiram Sr. e Sra. Weasley
para dentro da Toca, e para a sala de estar, onde Fred e Jorge estavam rindo juntos.
O que está errado? perguntou Jorge varrendo o riso de suas faces O que aconteceu? Quem está...
Olho Tonto disse o Sr. Weasley Morto!
Os gêmeos ficaram em choque. Ninguém sabia o que fazer. Tonks estava chorando silenciosamente. Ela tinha estado perto de OlhoTonto. Harry sabia, ela era
a favorita dele e sua protegida no Ministério da Magia. Hagrid que tinha sentado no chão num canto onde havia mais espaço, estava limpando os olhos com um lenço
feito sob medida que mais parecia uma toalha de mesa. Gui rodeou a mesa e pegou uma garrafa de Whisky com alguns copos.
Aqui. disse ele entregando doze copos cheios para cada um deles, elevando o décimo terceiro ao alto Ao OlhoTonto!
Ao Olho Tonto! eles disseram e beberam.
Ao OlhoTonto. ecoou Hagrid, um pouco tarde, com um soluço.
O whisky de fogo queimou a garganta de Harry. Pareceu queimar por dentro, amenizando o clima e dando uma sensação de irrealidade, queimandoo como se sentisse
coragem.
Então Mundungo desapareceu? disse Lupin, quem tinha esvaziado o copo para pegar outro.
A atmosfera mudou pela primeira vez. Todos olharam tensos, observando Lupin, esperando que ele fosse adiante, pareceu a Harry, e todos ligeiramente com medo
do que pudessem ouvir.
Eu sei o que você está pensando disse Gui. E eu quero saber também, de alguma maneira eles parecem estar esperando por nós, não estão? Mas Mundungo
não abandonou a gente. Eles não saberiam que nós éramos Sete Harrys, o que os confundiu quando nós nos separamos, e no, caso de se esquecerem, foi Mundungo quem
sugeriu o truque. Por que ele não contaria o ponto principal? Eu acho que Dungo entrou em pânico, é tão simples. Ele não queria vir em primeiro lugar, mas OlhoTonto
o fez vir, e VocêSabeQuem estava no encalço deles. É o suficiente para fazer as pessoas entrarem em pânico.
VocêSabeQuem atuou exatamente como Olho Tonto esperava guinchou Tonks. Ele sempre disse que VocêSabeQuem esperaria que ele estivesse com o Harry
verdadeiro. O membro mais resistente, o mais hábil dos Aurores. Ele perseguiu OlhoTonto primeiro, e quando Mundungo desistiu, ele partiu para Kingsley ...
Sim, e eles estavam todos muito bem. cortou Fleur, mas isso ainda não explica como eles sabiam que nós estávamos mudando o Harry hoje noite, explica?
Alguém deve ter se descuidado. Alguém deixou escapar a data para alguém de fora. É a única explicação para eles saberem sobre a data, mas não sobre o plano inteiro.
Ela brilhou em volta deles todos, mesmo com os cortes, seu rosto ainda estava bonito, silenciosamente ninguém ousou contradizêla. O único som que quebrou
o silêncio foi o soluço de Hagrid atrás de seu lenço. Harry olhou de relance para Hagrid, que tinha se arriscado para salvar a vida de Harry Hagrid que o amava
em quem ele confiava, que uma vez tinha dado a Voldemort uma informação crucial em troca de um ovo de dragão...
Não. disse Harry alto e todos olharam para ele, surpresos. O whisky de fogo parecia ter ampliado a sua voz. Eu quero dizer... Se alguém cometeu um
erro e deixou alguma coisa escapar, eu sei que se eles não deixaram escapar porque queriam. Não foi de propósito. Harry repetiu mais ruidosamente tanto quanto
ele deveria ter falado. Nós temos que confiar uns nos outros. Eu confiei em todos vocês, e eu não acho que alguém nesta sala queria me entregar ao Voldemort.
Mais silêncio seguiu suas palavras. Eles estavam olhando para ele, Harry sentiu um pequeno calor novamente, e bebeu mais um pouco para fazer efeito. Enquanto
bebia, ele pensou em OlhoTonto. OlhoTonto teria dispensado a voluntariedade de Dumbledore para confiar nas pessoas.
Muito bem, Harry! disse Fred inesperadamente.
É apoiado, apoiado! *. disse Jorge olhando rápido para Fred, cujo canto da boca contraiuse.
Lupin estava ouvindo com uma expressão estranha quando ele olhou para Harry. Estava perto de sentir pena.
Você acha que eu sou um tolo? exigiu Harry.
Não, eu acho que você se parece com o Tiago disse Lupin. Eu teria esperado a mesma atitude dele, ele teria a mesma confiança em seus amigos.
Harry sabia que Lupin estava se referindo a quando seu pai tinha sido traído por um amigo, Pedro Pettigrew. Ele se sentiu irritado. Ele queria discutir,
mas Lupin tinha se afastado dele, e sentouse com seu copo do outro lado da mesa, e tinha se dirigido Gui. Existe trabalho a fazer. Eu posso perguntar ao Kingsley
se...
Não! Eu farei, eu irei! disse Gui uma vez.
O corpo de OlhoTonto, nós precisamos recolhêlo! disse Lupin.
Não podemos—? começou o Sr. Weasley apelando para Gui.
Esperar? disse Gui. Não, a não ser que você prefira que os Comensais peguem primeiro?
Ninguém falou, Lupin e Gui disseram adeus e saíram.
O resto deles deixaramse cair nas cadeiras, exceto Harry que já tinha levantado. De repente a morte era uma presença iminente. Eu tenho que ir também.
disse Harry. Dez pares de olhos viraram para ele.
Não seja teimoso, Harry. disse a Sra. Weasley. Sobre o que nós estávamos falando?
Eu não posso ficar aqui. Ele esfregou a cicatriz, estava ardendo de novo, como acontecera no ano anterior. Vocês estão em perigo enquanto eu estiver
aqui. Eu não quero...
NÃO SEJA TOLO! disse a Sra. Weasley. O objetivo hoje era trazêlo em segurança para cá, e graças a Deus funcionou. E a Fleur concordou em fazer o casamento
aqui, melhor do que na França. Nós arranjamos tudo, então nós podemos ficar juntos e cuidar d você—
Ela não entendia, ela estava fazendo ele se sentir pior, não melhor.
Se Voldemort descobrir que estou aqui...
Existem dezenas de lugares que você poderia estar agora, Harry! disse a Sra. Weasley. Não existe jeito de saber qual casa você está.
Eu não estou preocupado comigo, estou preocupado com vocês. disse Harry.
Nós sabemos. disse a Sra. Weasley inquieta. Mas se você o fizer teremos que nos arriscar igual essa noite.
Ele não vai a lugar algum. rosnou Hagrid. Depois de tudo o que fizemos você quer sair daqui?
É , e a minha orelha sangrando? disse Jorge.
Eu sei que...
Olho Tonto não iria querer...
EU SEI! berrou Harry.
Ele se sentiu importunado e marcado: Eles pensavam que ele não sabia o que tinham feito por ele, não entendem que essa era precisamente a razão que dele
querer ir agora, antes que eles sofram mais do que ele tinha sofrido? Havia um silêncio inábil, na qual a sua cicatriz continuou a arder, como da última vez que
foi quebrado pela Sra. Weasley.
Onde está Edwiges, Harry? ela perguntou Nós podemos colocála com Pichitinho e damos a elas o que comer.
Ele não poderia contar a ela a verdade. Ele tinha bebido o resto do Whisky de Fogo para evitar responder a essas perguntas.
Espere até sair que você fez de novo, Harry, disse Hagrid. Fugiu dele, lutou com ele quando estava bem na sua frente!
Não fui eu. disse Harry rapidamente. Foi minha varinha. Minha varinha agiu por contra própria!
Depois de alguns minutos, Hermione disse gentilmente. Mas isso é impossível, Harry. Você quer dizer que você fez mágica sem ela. Você deve têla alcançado
instintivamente.
Não. disse Harry. A moto estava caindo. Eu deveria ter contado a você onde Voldemort estava, mas minha varinha girou na minha mão, encontrou ele e
disparou por um momento, e na mesma hora eu reconheci. Eu nunca fiz aparecerem chamas douradas antes.

Frequentemente. disse o Sr. Weasley. Quando você exerce pressão sob a situação você pode produzir feitiços que nunca sonhou. Algumas crianças o fazem
frequentemente, mesmo antes de serem treinadas...
Mas não foi algo assim disse Harry gritando através dos dentes. A cicatriz dele estava queimando. Ele estava furioso e frustrado: odiava a idéia de que
eles estavam imaginando que Harry pudesse ter poderes iguais aos que Voldemort tem.
Ninguém disse nada. Ele sabia que ninguém acreditava nele. Agora ele vinha pensando nisso, ele nunca tinha ouvido falar de varinha que produzia feitiços
por conta própria.
A cicatriz dele continuava ardendo, ele não poderia gemer alto. Deu a desculpa que queria tomar ar fresco e deixou a sala.
Quando ele cruzou o jardim escuro, o grande Testrálio esquelético fechou as asas de morcego e recomeçou a pastar, Harry parou na porta olhando fixamente
para fora olhando o jardim excessivamente grande, ele esfregou sua cicatriz pensando em Dumbledore.
Dumbledore acreditaria nele, ele sabia disso. Dumbledore teria dito como e porquê a varinha de Harry tinha agido independentemente, porque Dumbledore sempre
tinha as respostas, ele sabia tudo sobre varinhas, tinha explicado a Harry a grande conexão existente entre a varinha dele e de Voldemort... Mas Dumbledore, como
OlhoTonto, Sirius Black, como pais dele, como sua coruja, todos tinham ido para onde Harry nunca poderia falar com eles novamente. Ele sentia a garganta doer e
não tinha nada a ver com Whisky de Fogo.
Então, do nada, a dor da cicatriz dele piorou, embrenhado na cicatriz, ele fechou os olhos, escutando uma voz em sua cabeça.
Você me contou que o problema seria resolvido usando outras varinhas!
E teve uma visão na mente de um velho homem mentindo, gritando, terrível, prolongado pelos gritos, um grito de agonia...
Não, não, eu imploro a você, não...
Você mentiu para Voldemort, Olivaras!
Eu não... Eu juro que não...
Você procurou ajudar o Potter, ajudouo a escapar!
Eu juro que não... Eu sei a diferença de uma varinha quando deveria
funcionar!
Explique, então o que aconteceu. A varinha de Lúcio está destruída!
Eu não entendo... A conexão... Existe apenas... Entre suas duas varinhas...
Mentira.
Por favor, eu imploro...
E Harry viu a mão branca aumentando para pegar a varinha e sentiu Voldemort arder de raiva, viu a frágil mão do homem no chão, contorcia em agonia...
Harry?
Acabou tão rapidamente quanto veio. Harry levantou na escuridão, o seu coração disparado, a cicatriz ainda doía. Estava vendo difíceis momentos antes de
Rony e Hermione aparecerem.
Harry, volte para dentro da casa. Hermione chamou. Você não está pensando em nos deixar, não é?
Você tem que ficar aqui. disse Rony batendo em suas costas.
Tá tudo bem? perguntou Hermione, perto o suficiente olhando para a face de Harry. Você parece terrível!
Bem, disse Harry eu provavelmente pareço melhor do que Olivaras...
Quando ele terminou de contar o que tinha visto, Rony olhou normal, mas Hermione parecia assustada.
Mas isso tinha que ter parado! Sua cicatriz não devia estar fazendo isso mais. Você não deve fazer conexão com ele de novo Dumbledore queria que você
fechasse sua mente!
Enquanto ele não tinha resposta, ela prendeu o abraço dele.
Harry, ele está tomando o Ministério e os jornais e metade do Mundo Bruxo! Não deixe que ele invada sua cabeça também!

Jorge mostra seu apoio dizendo hear, hear, que, no entanto aparece escrito ´ear, ´ear (orelha, orelha). Piada que se perde na tradução. =(

CAPÍTULO 6
O vampiro de Pijama

O choque causado pela perda de OlhoTonto abateu a casa nos dias seguintes; Harry continuava esperando vêlo entrar pela porta de trás tal como os outros
membros da Ordem, que entravam e saiam trazendo notícias. Harry sentia que nada além de ação acalmaria aquele sentimento de culpa e dor de que deveria começar sua
missão de achar e destruir as Horcruxes o mais rápido possível
Bem, não podemos fazer nada a respeito das ... Rony moveu a boca formando a palavra Horcruxes até que você tenha dezessete anos. Você ainda tem o
Rastro sobre você. E nós podemos planejar aqui como em qualquer outro lugar, não é? Ou... ele diminui sua voz até sussurrar. ou você acha que já sabe onde as
VocêSabeOQue estão?'
Não. Harry admitiu.
Acho que a Hermione esteve pesquisando. disse Rony. Ela disse que estava guardandoa para quando você chegasse aqui.
Eles estavam sentados na mesa do café da manhã; o Sr. Weasley e Gui tinham acabado de sair para o trabalho. A Sra. Weasley tinha subido as escadas para acordar
Hermione e Gina, enquanto Fleur tinha ido tomar banho.
O Rastro vai ser quebrado no dia trinta e um. disse Harry O que significa que eu só preciso ficar aqui mais quatro dias. Depois posso...
Cinco dias. Rony corrigiu com firmeza. Nós temos que ficar para o casamento. Elas vão nos matar se nós não formos.
Harry entendeu elas como sendo Fleur e a Sra. Weasley.
É só um dia a mais. disse Rony, quando Harry pareceu amotinado.
Elas não percebem o quanto é importante...?
Claro que elas não percebem. disse Rony. Elas não têm nem idéia. E agora que você mencionou , quero conversar com você a respeito.
Rony lançou um olhar para o corredor, pela a porta, a fim de conferir se a Sra. Weasley ainda não estava voltando, e inclinouse para Harry.
A mamãe está tentando arrancar isso de mim e da Hermione. Mas nós não estamos dispostos a contar. Então, ela vai tentar descobrir de você agora, por isso
se prepare. O papai e o Lupin também já perguntaram, mas quando nós dissemos que Dumbledore disse para você não contar para ninguém, além de nós, eles desistiram.
Mas a mamãe não. Ela está determinada em descobrir.
A premonição de Rony tornouse verdade em horas. Logo depois do jantar, a Sra. Weasley separou Harry dos outros pedindoo para ajudála a identificar uma
meia masculina que ela pensou ter vindo da mochila dele. Uma vez que ela o tinha curvado na minúscula copa, fora da cozinha, ela começou.
Rony e Hermione disseram que vocês três estão pensando em abandonar Hogwarts. começou ela, num tom leve e casual.
Oh... disse Harry. Bem, sim. Nós estamos pensando sim.
A máquina de lavar roupas se mexeu sozinha, torcendo o que parecia ser uma das vestes da Sra. Weasley.
Posso perguntar porque vocês estão abandonando a escola? disse a Sra. Weasley.
Bem... Dumbledore deixou... coisas para eu fazer. resmungou Harry. Rony e Hermione e sabem sobre elas, e eles querem vir também.
Mas que tipo de coisa...?
Desculpe, não posso dizer.
Bem, francamente, acho que eu e Arthur temos o direito de saber, e tenho certeza que o Sr. e a Sra. Granger concordariam! Harry havia estado com medo
daquele ataque de pais preocupados. Ele se esforçou para olhar diretamente dentro dos olhos dela, percebendo assim que eles eram tão castanhos quanto os de Gina.
E isso não ajudou.
Dumbledore não queria que mais ninguém soubesse, Sra. Weasley, eu sinto muito, Rony e Hermione não precisam vir, eles escolhem...
Eu não vejo por que você tem de ir também! ela insistiu, desistindo de todas as pretensões agora. Você é muito jovem, tem muito a fazer pela frente!
Não faz sentido. Se Dumbledore tivesse trabalho a ser feito, tinha toda a Ordem no seu comando! Você deve ter entendido mal. Provavelmente ele estava falando de
alguma coisa que ele queria para ser feito, e você achou que ele queria que você...
Eu não entendi mal. disse Harry. Era pra mim.
Ele entregou de volta a ela a simples meia que supostamente foi identificar, que era decorada com vimes dourados.
E não é minha, eu não torço pro Puddlemere United.
Oh, claro que não. disse Sra. Weasley em um tom um tanto enfraquecido e voltando repentinamente ao seu tom de voz normal. Eu devia saber. Bem, Harry,
enquanto você continuar aqui conosco, você não se importa em ajudar nos preparativos do casamento de Gui e Fleur, não é? Ainda há muita coisa pra fazer.
Não... eu... é claro que não. disse Harry, desconcertado pela rápida mudança de assunto.
Você é um doce. respondeu ela, e sorriu saindo da copa.
Então, a Sra Weasley deixou Harry, Rony e Hermione tão ocupados com os preparativos para o casamento que eles mal tinham tempo pra pensar. A mais gentil
explicação desse comportamento teria sido que a Sra. Weasley queria distraílos para não pensarem em OlhoTonto e o terror da recente jornada.
Depois de dois dias sem parar de limpar talheres, enfeites e flores do jardim, e ajudando a Sra. Weasley a cozinhar várias fornadas de canapés, entretanto,
Harry começou a suspeitar de outro motivo. Todos os trabalhos que ela deu a eles pareciam deixar ele, Rony e Hermione longe um do outro; ele não tinha tido chance
de conversar a sós com os dois desde a primeira noite, quando havia contado a eles sobre a tortura de Voldemort ao Sr. Olivaras
Acho que a mamãe acha que deixando vocês separados pode parar com os planos, que vai ser capaz de adiar sua partida. disse Gina a Harry em voz baixa,
enquanto arrumavam a mesa para o jantar na terceira noite de sua estadia lá.
E então o que ela acha que vai acontecer? Harry sussurrou. Alguém mais pode matar Voldemort enquanto ela está nos segurando aqui?, ele falou sem pensar,
vendo o rosto pálido de Gina.
Então é verdade? ela disse É isso que você está tentando fazer?
Eu? Nãão...Eu estava brincando. disse Harry evasivo.
Eles fixaram o olhar um no outro, e havia alguma coisa a mais do que a expressão de choque de Gina. Repentinamente, Harry percebeu que essa era a primeira
vez que ficava sozinho com ela desde aquelas horas nos cantos distantes dos terrenos de Hogwarts. Ele tinha certeza de que ela estava relembrandoos também. Ambos
deram um pulo quando a porta se abriu, e Sra. Weasley, Kingsley e Gui entraram.
Eles estavam freqüentemente recebiam membro da Ordem para jantar agora, por que a Toca substituiu o número doze no Largo Grimmauld como o quartelgeneral.
Sra. Weasley explicou que depois da morte de Dumbledore, o Guardião do Segredo, cada uma das pessoas pra quem Dumbledore confidenciou a localização do Largo Grimmauld
veio a ser um Guardião do Segredo em favor.
E como há por volta de vinte de nós, era bom dissolver o poder do Feitiço Fidelius. Vinte vezes como muitas oportunidades para os Comensais da Morte conseguirem
o segredo de alguém. Nós não podemos esperar que isso aconteça para fazer alguma coisa.
Mas certamente Snape contaria aos Comensais da Morte o endereço agora? perguntou Harry.
Bem, OlhoTonto arrumou um par de maldições contra Snape para o caso de ele voltar lá novamente. Esperamos que ambas sejam fortes o bastante para deixálo
fora de lá e segurar sua língua se ele tentar falar sobre o lugar, mas não podemos ter certeza. Teria que estar insano pra continuar usando como quartelgeneral
agora que sua proteção tornouse tão vacilante.
A cozinha estava tão cheia esta noite que era difícil de manejar garfos e facas. Harry encontrouse abarrotado ao lado de Gina; as coisas não ditas que tinham
acabado de passar entre eles o fez desejar que estivessem separados por um pouco mais de pessoas. Ele estava tentando tão duramente evitar encostar no seu braço
que ele ficou simplesmente difícil cortar seu frango.
Nenhuma novidade sobre OlhoTonto? Harry perguntou a Gui.
Nada. respondeu Gui.
Eles não foram capazes de celebrar um funeral para Alastor, porque Gui e Lupin haviam falhado na recuperação do seu corpo. Estava difícil descobrir onde
ele poderia ter caído, dada a escuridão e a confusão da batalha.
O Profeta Diário não falou uma palavra sobre sua morte ou sobre a busca do corpo. disse Gui. Mas isso não significa muito. O jornal está escondendo
muita coisa esses dias.
E eles ainda não convocaram uma audiência sobre toda a magia que usei para escapar dos Comensais da Morte? Harry chamou Sr. Weasley do outro lado da
mesa, que balançou a cabeça
Por que eles sabem que eu não tenho escolha ou por que eles não querem que eu conte a todos que Voldemort me atacou?
A última, eu acho. O ministro da magia não quer admitir que VocêSabeQuem é tão poderoso quanto ele, não que Azkaban tem visto fuga em massa.
É, por que contar ao povo a verdade? disse Harry, agarrando sua faca tão apertado que a cicatriz atrás da sua mão direita, escrita contra a pele, brilhou:
Eu não devo contar mentiras.


Não tem ninguém no Ministério preparado para enfrentálo? perguntou Rony nervoso.
É claro, Rony, mas as pessoas estão amedrontadas respondeu Sr. Weasley. tão amedrontadas que elas sejam as próximas a desaparecer, e seus filhos, os
próximos a serem atacados! Existem rumores desonestos em volta; eu não acredito que a professora de Estudo dos Trouxas tenha demitidose de Hogwarts. Ela não tem
sido vista há semanas. Enquanto isso o ministro da magia permanece calado no seu escritório todo dia; eu só espero que esteja trabalhando em um plano.
Houve uma pausa na qual Sr. Weasley magicamente empilhou os pratos e se serviu de torta de maçã.
Nós temos que decidir como você vai se disfarçado, Harry , disse Fleur, uma vez que todos tinham sido servidos. Para o casamento. adicionou ela, quando
ele a olhou confuso. Claro, nenhum de nossos convidados são Comensais da Morte, mas nós não podemos garantir que eles não irão deixar escapar alguma coisa depois
de terem tomado champagne.
A partir daí, Harry deduziu que ela estava suspeitando de Hagrid.
Sim, bem pensado. disse Sra. Weasley da ponta da mesa, onde ela, com os óculos pousados no final do seu nariz, examinava uma imensa lista de trabalhos
que tinha rabiscado em um pedaço de pergaminho muito longo. Agora, Rony, você já limpou seu quarto?
Por quê? exclamou Rony batendo sua colher no chão e fixando os olhos em sua mãe Por que o meu quarto deve esta limpo? Eu e o Harry estamos nos sentindo
bem com ele assim!
Nós estaremos celebrando o casamento do seu irmão aqui em poucos dias, jovenzinho...
E eles vão se casar no meu quarto? perguntou Rony furtivamente Não! Por isso que em nome de Merlin eu...
Não fale desse jeito com a sua mãe! disse o Sr. Weasley firmemente E faça o que ela manda!
Rony, zangado com seus pais, deixou a colher e atacou a torta de maçã.
Eu posso ajudar disse Harry a Rony, mas a Sra. Weasley o cortou.
Não, Harry, querido! Será melhor se você ajudar Arthur com as galinhas, e Hermione, eu ficaria grata se você mudasse os lenços da Monsieur e Madame Delacour,
você sabe que eles estão chegando amanhã s onze horas da manhã.
Quando Harry foi para fora, havia pouco para fazer com as galinhas.
Não é necessário, er, mencionar isso para Molly , Sr. Weasley disse para Harry, bloqueando seu acesso até lugar que estava fechado, mas, eh.., Ted Tonks
me mandou quase tudo o que sobrou da moto do Sirius e, er... estou escondendo quer dizer, guardando os pedaços aqui. Coisas fantásticas: há uma gasina*, como
eu acredito que seja chamada, a maior e magnífica bateria, e será uma grande oportunidade de descobrir como os freios funcionam. Vou tentar colocar tudo junto novamente
quando a Molly não.. quer dizer, quando eu tiver tempo.
Quando eles retornaram para a casa, Sra. Weasley não estava em nenhum lugar vista, então Harry correu escadaria acima para o quarto de Rony.
Estou arrumando, estou arru— ah, é você", disse Rony aliviado, assim que Harry entrou no quarto.

Rony deitou na cama, da qual ele tinha evidentemente acabado de levantar. O quarto estava tão bagunçado quanto havia estado toda a semana; a única mudança
é que Hermione estava agora sentada no canto mais distante, seu fofo e ruivo gato, Bichento, aos seus pés, olhando livros, alguns dos quais Harry reconheceu como
dele, em duas enormes pilhas.
Oi Harry, disse ela, enquanto ele sentava em sua cama.
E como você fez pra se livrar?
Oh, a mãe do Rony esqueceu que ela tinha pedido pra Gina e eu pra mudarmos os lençóis ontem. disse Hermione.
Ela jogou 'Numerologia e Gramática' em uma pilha e 'A ascensão e a queda das Artes das Trevas' em outra pilha.
Nós estávamos falando sobre OlhoTonto, Rony disse a Harry. Eu acredito que ele tenha sobrevivido.
Mas Gui o viu sendo atingido pela Maldição da Morte, disse Harry.
Sim, mas Gui estava sendo atacado também, disse Rony. Como ele pode ter certeza do que viu?
Mesmo se a Maldição da Morte não o acertou, OlhoTonto ainda caiu a metros de altura. disse Hermione, agora folheando 'Termos do Quadribol da Inglaterra
e Irlanda' em sua mão.
Ele poderia ter usado um Feitiço Escudo
Fleur disse que a varinha dele vôou da mão dele disse Harry.
Bom, tudo bem, se você quer que ele esteja morto, disse Rony grunhindo,
colocando seu travesseiro de uma forma mais confortável.
Claro que não queremos que ele esteja morto! disse Hermione, parecendo chocada.
É ruim que ele esteja morto! Mas estamos sendo realistas.
Pela primeira vez, Harry imaginou o corpo de OlhoTonto, como o de Dumbledore, ainda com aquele olho girando sobre seu apoio. Ele sentiu uma facada repulsiva
misturada a uma vontade bizarra de rir.
Os Comensais da Morte provavelmente se organizaram para não deixar pistas, é por isso que ninguém o achou, disse Rony pensativo.
Sim, disse Harry, Como Bartô Crouch, transformaramno em osso e o enterraram no jardim da frente do Hagrid. Eles provavelmente transfiguraram Moody
e o empalharam
Não! gritou Hermione. Espantado, Harry olhou a tempo de vêla cair em lágrimas sobre sua cópia de 'Spellman´s Syllabary**'.
Oh não, disse Harry, lutando pra levantar da velha cama, Hermione, eu não estava querendo te deixar triste.
Mas, com um grande rangido de cama enferrujada, Rony pulou imediatamente da cama e chegou antes.
Com um braço em volta de Hermione, procurou em seu bolso e retirou um aparente e amassado guardanapo que ele havia usado para limpar o forno mais cedo. Rapidamente
retirando sua varinha, apontou para o guardanapo e disse, "Tergeo."
A varinha extraiu a maior parte da sujeira. Parecendo mais satisfeito consigo mesmo, Rony ergueu o leve guardanapo para Hermione.
Oh... obrigada Rony... me desculpe... Ela assoou o nariz e soluçou. É tão hohorrível, não? LLogo depois de Dumbledore... Eu nunca imaginei OlhoTonto
morrendo, de certa maneira, ele parecia tão forte!


Sim, eu sei, disse Rony, dandolhe um apertãozinho. Mas você sabe o que ele nos diria se ele estivesse aqui?
VVigilância constante." disse Hermione, esfregando seus olhos.
Isso mesmo, disse Ron, confirmando. Ele nos diria para aprender com o que aconteceu com ele. E o que eu aprendi é a não confiar naquele pequeno covarde,
Mundungo.
Hermione deu uma gargalhada e seguiu em frente para pegar mais dois livros. Um segundo depois que Rony tirou o braço dos ombros dela. Ela deixou cair 'O
Monstruoso Livro dos Monstros' em seu pé. O livro se libertou de seu cinto de restrição e abocanhou apetitosamente o calcanhar de Rony.
Sinto muito, sinto muito! Hermione choramingou enquanto Harry tirava o livro da perna de Rony e o reatava, fechandoo.
Estou apenas tentando decidir quais livros levaremos conosco, disse Hermione. Quando estivermos procurando pelas Horcruxes.
Oh, claro, disse Rony, dando um tapa em sua própria testa. Eu esqueci que iremos caçar o Voldemort em uma biblioteca móvel.
Ha, ha, disse Hermione, olhando para 'Spellman´s Syllabary', Eu imagino... será que precisaremos traduzir runas? É possível... Acho melhor levarmos
esse, para ter segurança.
Ela deixou cair o Silabário na maior das duas pilhas e pegou 'Hogwarts, uma história'.
Ouçam, disse Harry. Ele sentouse ereto. Ron e Hermione olharam para ele com similar mistura de resignação e desafio. Eu sei que vocês disseram depois
do funeral de Dumbledore que vocês gostariam de vir comigo, Harry começou.
Lá vem ele, Ron disse para Hermione, virando os olhos.
Quer saber, eu acho que vou levar 'Hogwarts, uma história'. Mesmo que não voltemos para lá. Eu não acho que me sentiria bem se eu não o tivesse comigo

Ouçam!, disse Harry novamente.
Não, Harry, ouça você, disse Hermione. Nós vamos com você. Isso foi decidido meses atrás anos, na verdade.
Mas
Cale a boca, Rony o advertiu.
—vocês tem certeza que pensaram sobre tudo? Harry insistiu.
Vamos ver, disse Hermione, arremessando 'Viagens com Trasgos' na pilha de descartes com um olhar ameaçador.
Eu estive empacotando livros por dias, então estamos prontos para sair no momento imediato de qualquer notícia que, para sua informação, inclui fazer algumas
magias realmente complicadas, pra não mencionar, contrabandear todo o estoque de Poção Polissuco de OlhoTonto bem debaixo do nariz da mãe de Rony.
Eu também modifiquei a memória de meus pais para que eles se convençam de que na verdade se chamam Wendell e Monica Wilkins, e que a ambição de suas vidas
é mudar para a Austrália, o que eles já fizeram. Isso tudo é para tornar mais difícil para Voldemort seguilos e interrogálos sobre mim ou você, porque infelizmente,
eu contei a eles um pouco sobre você.
Assumindo que eu sobreviva nossa caçada pelos Horcruxes, eu procurarei Mamãe e Papai e vou retirar o encantamento. Se eu não sobreviver bem, eu acho
que lancei um encantamento bom o suficiente para mantêlos seguros e felizes. Wendell e Monica Wilkins não sabem que eles têm uma filha, entende.


Os olhos de Hermione estavam marejados de lágrimas novamente. Rony pulou da cama, colocou seu braço em volta dela mais uma vez, e franziu a testa para Harry,
como que repreendendoo pela falta de tato. Harry não conseguiu pensar em nada pra dizer, pelo fato de ser altamente incomum da parte de Rony estar ensinando alguém
a lidar com tato.
Eu ..Hermione, sinto muito eu não
Não tinha percebido que Rony e eu sabemos perfeitamente o que pode acontecer se formos com você? Bem, nós sabemos.
Rony, mostre para o Harry o que você fez.
Não, ele acabou de comer, disse Rony.
Vamos, ele precisa saber!
Ah, tá bom. Harry, venha cá.
Pela segunda vez Rony retirou seu braço de volta de Hermione e rumou em direção a porta.
Venha.
Porquê? Harry perguntou, seguindo Rony para fora do quarto pelo estreito corredor.
Descendo, murmurou Ron, apontando sua varinha para o baixo teto. Um alçapão abriu sobre suas cabeças e uma escada escorregou para baixo, até seus pés.
Um som horrível, meio sugador e meio que gemendo saiu do buraco quadrado, juntamente com um desagradável cheiro de esgoto aberto.
É seu vampiro, não é? perguntou Harry, que na verdade nunca havia encontrado a criatura que algumas vezes aparecia na noite silenciosamente.
Sim, é sim, disse Rony, subindo a escada. Venha e dê uma olhada nele.
Harry seguiu Rony até os poucos e curtos degraus até o estreito sótão. Sua cabeça e ombros estavam no cômodo antes dele ter visão da criatura deitada a poucos
metros dele, adormecido na escuridão com sua grande boca totalmente aberta.
Mas ele... ele parece... vampiros usam pijamas normalmente?
Não, disse Rony. Também usualmente eles não têm cabelo vermelho ou aquele número de pústulas.
Harry contemplou a criatura, levemente enojado. Era humana em forma e tamanho, e estava usando, agora que os olhos de Harry estavam acostumados escuridão,
o que era claramente um velho pijama de Rony. Ele também tinha certeza que vampiros eram geralmente mais magros e carecas, certamente não eram cabeludos e cobertos
de bolhas púrpuras.
Ele sou eu, vê? disse Ron.
Não, disse Harry. Não vejo.
Vou te explicar tudo quando voltarmos pro meu quarto, esse cheiro está me impregnando, disse Rony.
Eles desceram a escada, e Rony colocoua de volta no teto, e juntaramse novamente Hermione, que ainda estava escolhendo livros.
Assim que sairmos, o vampiro virá e viverá aqui embaixo no meu quarto, disse Rony. Acho que ele está ansioso para isso bem, na verdade, é difícil
dizer, porque tudo que ele consegue fazer é gemer e babar mas ele confirma bastante com a cabeça quando menciono isso. De qualquer maneira, ele será eu com sarapintose
(spattergroit). Bom, não?
Harry pareceu simplesmente confuso.
Sim, é! disse Rony, claramente frustrado por Harry não ter compreendido a genialidade do plano. Olha, quando nós três não voltarmos para Hogwarts novamente,
todos pensarão que Hermione e eu devemos estar com você, certo? O que significa que os Comensais da Morte irão direto até nossas famílias pra checarem se eles tem
informações sobre onde estamos.
Mas felizmente vai parecer que eu saí com mamãe e o papai; muitos dos que são nascidos trouxas estão pensando em se esconder no momento, disse Hermione.
Nós não podemos esconder minha família toda, parecerá muito óbvio e eles não podem simplesmente largar seus empregos, disse Rony. Então não colocaremos
em prática a história de que eu estou seriamente doente com sarapintose (spattergroit), e é por isso eu não posso voltar para a escola. Se alguém vier investigar,
mamãe ou papai podem mostrar a eles o vampiro na minha cama, coberto de pústulas. Sarapintose é muito contagioso, por isso eles não vão querer chegar perto do vampiro.
E não vão se importar que ele não consiga dizer nada também, porque você realmente não consegue, uma vez que o fungo se espalhou por sua úvula.
E sua mãe e seu pai estão concordando com seu plano? perguntou Harry.
Papai sim. Ele ajudou Fred e Jorge a transformar o vampiro. Mamãe... bom, você viu como ela é. Ela não aceitará que vamos até que nós tenhamos ido.
Fezse silêncio no cômodo, quebrado apenas por leves baques de Hermione, que continuava a jogar livros em uma pilha ou outra. Rony sentou, olhandoa, e Harry
olhava de um para o outro, incapaz de dizer qualquer coisa. As medidas tomadas para proteger suas famílias fizeramno perceber, mais que qualquer coisa, que poderiam
ter feito, que eles realmente iriam com ele e sabiam exatamente o quão perigoso isso seria. Ele queria dizer a eles o quanto aquilo significava para ele, mas simplesmente
não conseguia encontrar palavras suficientes.
Através do silêncio vieram os sons abafados do Sr. Weasley gritando há quatro andares abaixo.
Gina provavelmente deixou um pouco de sujeira em algum portaguardanapo disse Rony eu não sei o porquê dos Delacours terem de chegar dois dias antes
do casamento.
A irmã da Fleur é a dama de honra, ela precisa estar aqui para o ensaio e ela é muito pequena para vir sozinha disse Hermione enquanto ponderava indecisivamente
sobre "Break with a banshee"
Bem, convidados não vão ajudar a diminuir o nível do estresse da mamãe disse Rony
O que a gente precisa decidir disse hermione descartando Teoria de Mágica Defensiva dentro lixeira sem uma segunda olhada e pegando O manual de educação
em magia na Europa é a onde vamos depois de sair daqui, eu sei que você disse que quer ir a Godric's Hollow primeiro, Harry, e eu te entendo, mas... bem... nós
não deveríamos fazer das horcruxes nossa prioridade ?
Se a gente soubesse onde as horcruxes estão eu concordaria com você disse Harry, que não acreditou que Hermione entendesse seu desejo de voltar Godric's
Hollow. O túmulo de seus pais era somente parte do que o atraia para lá : ele tinha um forte e inexplicável sentimento de que o lugar guardava respostas para ele
. Talvez fosse simplesmente porque foi lá que ele sobreviveu ao feitiço mortal de Voldemort, agora que ele estava encarando o desafio de repetir o feito, Harry foi
arrastado para o lugar onde tudo aconteceu, esperando entender.
Você não acha que tem a possibilidade de Voldemort manter um espião em Godric's Hollow ? perguntou Hermione ele deve esperar que você volte para lá
para visitar o túmulo de seus pais uma vez que você está livre para ir aonde você quiser?
Isso não havia ocorrido a Harry. Uma vez que ele tentava encontrar um contra argumento, Rony falou evidentemente seguindo a mesma linha de pensamento que
ele


Esse R.A.B ele disse você sabe, quem roubou o verdadeiro medalhão?
Hermione afirmou.
Ele disse no bilhete que ele iria destruir, não disse ?
Harry abriu seu malão, vasculhou e puxou a horcruxe falsa onde o bilhete de RAB continuava colado "eu roubei a horcrux real e tenho a intenção de destruíla
o mais rápido que eu conseguir, leu Harry.
Bem e se ele realmente a destruiu? disse Rony.
Ou ela interpôs Hermione.
Que seja disse Rony seria menos uma para nós destruirmos
Sim, mas mesmo assim nós ainda vamos ter que procurar o verdadeiro medalhão não vamos ? disse Hermione para descobrir se foi destruído ou não.
E uma vez que nós a temos em mão, como se destrói uma Horcruxe, Harry ? perguntou Rony.
Bem disse hermione eu tenho pesquisado isso.
Como ? perguntou harry eu não pensei que tivesse nenhum livro sobre Horcruxes na biblioteca.
Eles não estavam disse hermione ficando rosa Dumbledore retirou todos, mas ele ele não destruiu eles.
Rony pulou endireitando se olhandoa estreitamente Como em nome da calça de Merlin você conseguiu colocar a mão nesses livros sobre Horcruxes ?
Nnão foi roubo! disse hermione olhando de Harry para Rony se desesperando eles continuam sendo livros de biblioteca mesmo que Dumbledore os tenha tirado
das prateleiras. De qualquer forma se ele realmente queria que ninguém chegasse a eles, eu tenho certeza que ele faria isso ser muito mais difícil—
Vá direto ao ponto! disse Rony.
Bem...foi fácil disse hermione com a voz fraca eu só fiz o feitiço para atrair objetos, você sabe Accio, e eles voaram da janela da sala do Dumbledore
direto para o dormitório das meninas.
Mas quando você fez isso ? perguntou Harry a Hermione com um misto de admiração e incredulidade.
Logo após ao funeral dele... do Dumbledore disse Hermione com a voz mais fraca ainda logo depois que nós concordamos em largar a escola e ir atrás
das Horcruxes. Quando eu subi as escadas para guardar as minhas coisas apenas me ocorreu que quanto mais a gente souber sobre elas melhor vai ser... e eu estava
sozinha lá... então eu tentei... e funcionou ... eles voaram direto da janela aberta e eu os guardei.
Ela engoliu seco, e então disse implorando
Eu não acredito que Dumbledore ficaria bravo, não é como se a gente fosse usar a informação para fazer uma Horcruxe, é?
Você esta nos ouvindo reclamar? disse Rony Onde estão esses livros de afinal?
Hermione procurou por um momento e então tirou da pilha um grande livro, escrito em uma apagada letra preta. Ela olhou um pouco nauseada e segurou como se
fosse algo recentemente morto.
Esse é um que da instruções especificas de como se fazer uma Horcrux. "Segredos das Artes das Trevas" é um livro horrível, realmente terrível, cheio de
magia negra. Eu imagino quando Dumbledore retirou este da biblioteca... se ele não o fez antes de se tornar diretor, aposto que Voldemort conseguiu todas as informações
que ele precisava aqui .
Porquê ele teve que perguntar para Slughorn como se faz uma Horcruxe se ele já tinha lido tudo lá? perguntou Rony.
Ele só perguntou a Slughorn para descobrir o q aconteceria se você dividisse sua alma em sete partes disse Harry Dumbledore tinha certeza que Riddle
já sabia fazer uma horcrux quando perguntou a Slughorn sobre elas. Eu acho q você está certa Hermione, ele pode facilmente ter tirado a informação daqui.
E quanto mais eu leio sobre elas disse Hermione mais horríveis elas parecem, e eu acredito menos ainda que ele realmente fez seis. Avisa no livro o
quão instável você deixa o resto da sua alma repartindo ela, e isso fazendo apenas uma horcrux!
Harry se lembrou do que Dumbledore disse sobre Voldemort ter desenvolvido além das fronteiras o mau.
Não tem nenhum jeito de se colocar junto de novo ? perguntou Rony.
Sim disse Hermione com um sorriso mais seria muito doloroso.
Porque ? Como se faz isso ? perguntou Harry.
Remorso. disse Hermione. Você tem que se arrepender muito do que fez. Tem uma anotação no rodapé. Aparentemente a dor disso pode te destruir...Eu não
consigo ver Voldemort se atentando a isso de algum jeito, vocês conseguem?
Não disse Rony, antes que Harry pudesse responder Então diz nesse livro como destruir as horcruxes?
Sim disse Hermione, agora virando as frágeis páginas como se examinasse víceras porque avisa aos bruxos das trevas o quão forte eles tem que fazer
o encantamento neles. De tudo que eu li , o que Harry fez com o diário de Riddle foi um dos poucos jeitos de destruir uma horcrux.
O quê? Perfurar com uma presa de basilisco? perguntou Harry.
Bem, que sorte que nós temos um estoque tão grande de presas de basilisco, então disse Rony eu estava imaginando o que a gente ia fazer com elas.
Não precisa ser presa de basilisco disse Hermione pacientemente tem que ser alguma coisa tão destrutiva que a horcrux não possa reparar a si própria.
Veneno de basilisco tem apenas um antídoto, e é incrivelmente raro.
Lágrimas de fênix disse harry , concordando com a cabeça.
Exato disse Hermione o nosso problema é que existem muito poucas substâncias destrutivas como veneno de basilisco, e elas são todas perigosas de carregar
por ai com você. Esse é um problema que a gente vai ter que resolver, pense, porque rasgar, amassar ou amaldiçoar a Horcruxe não fará o truque, você tem colocála
além de reparos mágicos.
Mas mesmo que se destrua a coisa em que vive disse Rony porque o pedaço de alma não pode simplesmente fugir e ir viver em outra coisa?
Porque uma Horcrux é exatamente o oposto de um ser humano.
Vendo que Harry e Rony a olhavam completamente confusos, Hermione se apressou Olha, se eu pegasse uma espada agora, Rony, e enfiasse em você eu não causaria
nenhum dano a sua alma .
O que é um grande conforto para mim, com certeza disse Rony. Harry riu.
Deveria ser mesmo! Mas o meu ponto é, qualquer coisa que aconteça com seu corpo, sua alma vai sobreviver, intocada disse Hermione mais não é assim
com as horcruxes . O fragmento de alma dentro, depende do que a contêm , é um corpo encantado, para sobreviver. Não pode existir sem isso.
O diário meio que morreu quando eu o perfurei disse harry , lembrando a tinta surgindo como sangue das paginas perfuradas, e os gritos dos pedaços da
alma de voldemort sendo banida.
E uma vez que o diário foi propriamente destruído, o pedaço de alma guardado nele pode não mais existir. A Gina tentou se livrar do diário antes de você,
jogando fora mas obviamente voltou novo como antes.
Espera ai disse Rony o pedaço de alma estava possuindo a Gina, não estava? Como isso funciona então ?
Enquanto o objeto que contêm a alma estiver intacto, o pedaço de alma pode sair e entrar em alguém se essa pessoa estiver muito próxima do objeto. Eu não
quero dizer segurar por bastante tempo, não tem nada a ver com tocar ela falou mais antes que o Rony pudesse falar eu quero dizer emocionalmente perto. Gina
colocou o coração naquele diário, ela se fez incrivelmente vulnerável. Você está com problemas se você fica muito dependente de uma horcruxe.
Eu imagino, como Dumbledore destruiu o anel? disse Harry Porque eu não perguntei a ele? Eu nunca realmente...
A voz dele foi desaparecendo: ele estava pensando em todas as coisas que ele deveria ter perguntado para Dumbledore, e como, desde que o diretor morreu,
pareceu a Harry que ele perdeu muitas oportunidades quando Dumbledore estava vivo, de descobrir mais, de descobrir tudo. O silêncio estava predominando quando a
porta do quarto se abriu com um balanço da parede. Hermione tremeu e derrubou o "O Segredos das Artes das Trevas". Bichento correu pra debaixo da cama, indignado;
Rony pulou da cama, derrapou numa embalagem de sapo de chocolate e bateu sua cabeça na parede oposta , e Harry instintivamente pegou sua varinha antes de perceber
que estava olhando para a Sra weasley, cujo cabelo estava bagunçado e cujo rosto estava contorcido de raiva.
Me desculpe interromper esse batepapo ela disse com a voz tremendo Tenho certeza que todos vocês precisam de descanso... mas tem presentes de casamento
estocados em meu quarto que precisam sair e eu tive a impressão de que vocês concordaram em ajudar.
Ah sim disse Hermione, olhando apavorada enquanto ela se punha de pé, mandando livros voando em todas as direções A gente vai... a gente pede desculpas...
Com um olhar angustiado para Harry e Rony, Hermione se apressou para fora do quarto atrás da Sra weasley.
É como ser um elfo doméstico reclamou Rony baixinho, ainda massageando a cabeça enquanto ele e Harry andavam exceto pela falta de satisfação pelo
trabalho. Quanto antes for esse casamento, mais feliz eu ficarei.
É! disse Harry aí nós não teremos nada pra fazer, exceto achar as horcruxes... Vai ser como férias, não vai?
Rony começou a rir , mas quando viu o enorme tamanho da pilha de presentes esperando por eles no quarto da Sra. weasley, parou abruptamente.
Os Delacours chegariam na manhã seguinte s onze horas. Harry, Rony, Hermione e Gina estavam sentindo um pouco de ressentimento pela família da Fleur a essa
altura. E foi com uma graça doentia que Rony subiu as escadas para colocar terno e Harry para arrumar os cabelos. Uma vez que eles arrumados o suficiente, eles foram
para fora no ensolarado jardim receber os visitantes.
Harry nunca viu o lugar tão arrumado. O caldeirão e as velhas botas Wellington que normalmente ficavam nas escadas da porta de trás tinham ido embora, substituídos
por duas novas plantas colocadas do lado da porta em largos vasos, apesar de não haver brisa, as folhas balançavam preguiçosamente, dando um efeito atrativo. As
galinhas foram expulsas, o quintal foi varrido, e o jardim ao lado havia sido podado e estava elegante, contudo Harry, que gostava do jardim em seu estado original,
achou que o lugar estava sem graça sem o seu usual contingente de gnomos.
Ele perdeu a conta de quantos encantamentos de segurança foram colocados sobre as lareiras pela Ordem e pelo Ministério, tudo o que ele sabia é que não era
possível pra mais ninguém viajar diretamente para os lugares. Sr. Weasley tinha ido encontrar os Delacours no topo da colina lá perto, quando eles chegassem por
chave do portal. O primeiro som deles se aproximando foi um anormal risada aguda que estava vindo do Sr. Weasley, que apareceu no portão momentos depois, cheio de
bagagens liderando uma linda mulher loira que estava em longas veste verdes, que só poderia ser a mãe de Fleur.
Mamãe! chorou Fleur, correndo para abraçála. Papai!
Monsieur Delacour não era nem um pouco atraente como sua esposa; ele tinha a cabeça pequena e extremamente roliça, com uma pequena barba preta pontual. Contudo ele
parecia de boa natureza. Balançando em direção a Sra. Weasley em botas de salto, ele a beijou duas vezes em cada bochecha, deixandoa sem graça
Você teve tanto trabalho disse ele com uma voz profunda a Fleur nos disse que você tem trabalhado muito.
Ah não tem sido nada, nada disse a Sra Weasley, nenhuma trabalho mesmo.
Rony liberou seus sentimentos dando um chute num gnomo que estava pendurado numa das novas plantas.
Querida dama! disse Mounsieur Delacour ainda segurando as mãos da Sra. Weasley entre os suas duas mãos roliças Nós estamos honrados com a aproximação
da união de nossas famílias ! Deixeme apresentar minha esposa, Apolline.
Madame Delacour deslizou a frente e parou de beijar a Sra. Weasley também
"enchantée(encantada) " disse ela Seu marido nos contou várias historias impressionantes!
Sr. Weasley deu uma risada maníaca. Sra weasley lançou a ele um olhar, que fez ele ficar imediatamente em silêncio e assumir uma expressão apropriada para
ficar ao lado da cama de um amigo doente.
É claro vocês conheceram minha filha mais nova, Gabrielle! disse Monsieur Delacour. Gabrielle era a Fleur em miniatura: onze anos, com cabelo de puro
louro prata até a cintura, ela deu a Sra Wealey um sorriso e a abraçou, então lançou a Harry um olhar brilhoso, batendo as pestanas. Gina limpou a garganta alto.
Bem, entrem disse a Sra Weasley feliz, e ela levou os Delacours para dentro da casa, com muitos "não, por favor" e "depois de você" e "Nada de mais"
.
Os Delacours logo se mostraram, prestativos e agradáveis hospedes. Eles estavam satisfeitos com tudo e prontos para ajudarem com os preparativos do casamento.
Monsieur Delacour providenciou tudo desde a decoração até os sapatos da dama de honra. Charmant! Madame Delacour se comprometeu mais com feitiços caseiros e propriamente
limpou o forno num segundo. Gabrielle seguiu a sua irmã mais velha para ajudála do jeito que pudesse e falando rapidamente em francês.
No interior, a Toca não foi construída pra acomodar tantas pessoas. Sr. e a Sra. Weasley estavam dormindo na sala, deixando de lado os protestos de Monsieur
e Madame Delacour e insistindo para que eles ficassem com o quarto deles. Gabrielle estava dormindo com Fleur no antigo quarto de Percy, e Gui estaria dividindo
com Carlinhos, seu padrinho, uma vez que Carlinhos viera da Romênia. Oportunidades para fazer planos juntos se tornaram virtualmente não existentes e foi com desespero
que Harry, Rony e Hermione se voluntariaram para alimentar as galinhas só para escapar da casa cheia.
Mas ela ainda não nos deixou sozinhos reclamou Rony, e a segunda tentativa deles de um encontro no jardim foi desfeita pela aparição da Sra weasley
carregando uma sexta de roupas em seus braços.
Muito bem, vocês alimentaram as galinhas disse ela se aproximando deles é melhor expulsarmos elas de novo antes que os homens cheguem amanhã ... para
colocar a tenda do casamento explicou ela parando para descansar no galinheiro. Ela parecia exausta. Marquises Mágicas de Millamnt.. eles são muito bons. Gui
os trouxe... é melhor vocês ficarem dentro da casa enquanto eles estão aqui. Harry eu devo dizer que é complicado organizar um casamento, tendo todos esses feitiços
de segurança pelo lugar.
Sinto muito disse harry balbuciando
Não seja tolo querido disse a Sra Weasley eu não quis dizer... bem, você esta seguro isso é muito mais importante! Na verdade eu estava querendo te
perguntar como você quer celebrar seu aniversario, Harry. dezessete anos, afinal é um dia importante.
Não quero grande coisa disse Harry rapidamente, pensando no trabalho extra que isso geraria Mesmo, Sra Weasley, só um jantar normal seria ótimo, é
o dia antes do casamento...
Se você está certo disso, querido. Eu convidarei Remo e a Tonks, posso? E que tal o Hagrid?
Vai ser ótimo disse Harry mas por favor, não quero causar problemas.
De jeito nenhum, de jeito nenhum, não é um problema. ela o olhou, analisandoo com os olhos, e então sorriu tristemente, levantandose e indo embora.
Harry observou conforme ela balançava a varinha perto da lavanderia, e então derrubou roupas no ar para segurálas e de repente ele sentiu uma grande onda
de remorso pela inconveniência e a dor que estava causando a ela.


Capítulo Sete
O Desejo de Alvo Dumbledore


Ele estava caminhando ao longo de uma estrada montanhosa na luz fresca e azul do amanhecer. Ao longe, envolvida pela névoa, estava a sombra de uma pequena
cidade. Era o homem que ele procurava lá em baixo, o homem de quem ele precisava tanto que não conseguia pensar em outra coisa, o homem que segurava a resposta,
a resposta para o seu problema...?
Oi, acorde.
Harry abriu os olhos. Ele estava deitado novamente na cama do acampamento no sótão sujo de Rony. O sol não havia nascido ainda e o aposento estava escuro.
Pichitinho estava dormindo com a cabeça debaixo de sua pequenina asa. A cicatriz na testa de Harry ardia.
Você esteve murmurando enquanto dormia.
Estive?
Sim. 'Gregorovitch.' Você ficou dizendo 'Gregorovitch.'
Harry não estava usando seus óculos; o rosto de Rony pareceu levemente turvo.
Quem é Gregorovitch?
Eu não sei, sei? Você que estava dizendo.
Harry esfregou a testa, pensando. Ele tinha uma vaga idéia de que havia ouvido o nome antes, mas não podia se lembrar onde.
Acho que Voldemort está procurando por ele.
Pobre cara. disse Rony fervoroso.
Harry se sentou, ainda esfregando a testa, agora bem acordado. Ele tentou se lembrar exatamente o que havia visto no sonho, mas tudo que veio sua cabeça
foi um montanhoso horizonte e o contorno da aldeia num profundo vale.
Acho que ele está fora do país.
Quem, Gregorovitch?
Voldemort. Acho que ele está em algum lugar fora, procurando por Gregorovitch. Não parecia com nenhum lugar da GrãBretanha.
Você acha que estava vendo dentro da mente dele novamente?
Rony pareceu preocupado.
Façame um favor e não conte Hermione. disse Harry. Embora o quanto ela espera que eu pare de ver coisas em meu sono...
Ele fitou a gaiola de Pichitinho, pensando... Por que o nome Gregorovitch era familiar?
Eu acho, disse ele vagarosamente. que ele tem alguma coisa a ver com quadribol. Tem alguma conexão, mas não consigo—não consigo pensar o que é.
Quadribol? disse Rony. Tem certeza que você não está pensando em Gorgovitch?
Quem?
Dragomir Gorgovitch, artilheiro, transferido para o Chudley Cannons por um contrato recorde dois anos atrás. Detentor do recorde da melhor goles numa temporada.
Não. disse Harry. Eu definitivamente não estou pensando no Gorgovitch.
Eu também tento não pensar. disse Rony. Bem, feliz aniversário de qualquer modo.
Uau—é verdade, esqueci! Tenho dezessete!
Harry pegou a varinha que estava ao lado de sua cama, apontandoa para a mesa abarrotada onde havia deixado seus óculos, e disse: Accio Óculos! . Embora estivessem
apenas um pouco distante, havia algo imensamente satisfatório em vêlos passar zunindo em direção ele, pelo menos até eles cutucarem seus olhos.
Esperto. bufou Rony.
Revelando a emoção do sinal, Harry fez os pertences de Rony voarem pelo aposento, fazendo com que Pichitinho acordasse e batesse as asas excitado na gaiola. Harry
também tentou amarrar o cadarço do seu tênis com magia (o nó resultante demorou vários minutos para ser desamarrado por mãos) e, puramente por prazer, transformou
os roupões laranja nos pôsteres do Chudley Cannons em azul claro.
No entanto, eu faria suas coisas voarem com as mãos. Rony aconselhou Harry, rindo quando Harry imediatamente consertou. Aqui está seu presente. Desembrulhe
aqui, não é para os olhos da minha mãe.
Um livro? disse Harry assim que pegou o pacote retangular. Um pouco fora da tradição, não é?
Não é um livro regular. disse Rony. É puro ouro: 'Vinte Maneiras Seguras para Encantar Bruxas'. Explica tudo que você precisa saber sobre garotas. Se eu pelo
menos tivesse isto ano passado teria sabido exatamente como me livrar da Lilá e saberia como ficar com... Bem, Fred e Jorge me deram uma cópia, e aprendi muito.
Você ficará surpreso, não é nada sobre trabalho com varinha, também.
Quando eles chegaram na cozinha encontraram uma pilha de presentes esperando sobre a mesa. Gui e Monsieur Delacour estavam terminando de tomar café, enquanto a Sra.
Weasley conversava com eles com a frigideira na mão. Arthur me disse para desejar você feliz aniversário, Harry, disse a Sra. Weasley, sorrindo para ele.
Ele teve que sair cedo para trabalhar, mas voltará para o jantar. É o nosso presente no topo.
Harry se sentou, pegou o pacote quadrado que ela havia indicado, e desembrulhou. Dentro havia um relógio muito parecido com o que o Sr. e a Sra. Weasley haviam dado
ao Rony por seu décimo sétimo aniversário; era dourado, com estrelas em vez de ponteiros.
É tradicional dar um relógio um bruxo quando ganha idade. disse a Sra. Weasley, olhando para ele ansiosamente ao lado do fogão. Sei que não esta novo como
o de Rony, foi na verdade do meu irmão Fabian e ele não era muito cuidadoso com seus pertences, está um pouco amassado atrás, mas O resto de seu discurso foi perdido;
Harry levantou e abraçoua. Ele tentou por muitas coisa não ditas com abraço e talvez ela o tenha entendido, porque ela deu palmadinhas desajeitadas em suas bochechas
quando ele a soltou, então acenou com a varinha de um jeito ligeiramente casual, fazendo com que metade de um pacote de bacon caísse da frigideira no chão.
Feliz aniversário, Harry! disse Hermione, apressandose para dentro da cozinha e colocando seu próprio presente no topo da pilha. Não é muito, mas espero que
goste. O que você deu a ele? ela perguntou ao Rony, que pareceu não ouvila.
Vamos, então, abra o da Hermione! disse Rony.
Ela havia comprado para ele um novo Bisbilhoscópio. Os outros pacotes continham uma navalha encantada de Gui e Fleur Ah sim, isto vai te dar o barbear mais suave
que você já teve, Monsieur Delacour garantiu ele. mas você precisa dizer ela claramente o que quer... caso contrário você vai descobrir que tem um pouco
menos de cabelo do que gostaria... , chocolates dos Delacour, e uma caixa enorme das últimas Gemialidades Weasley de Fred e Jorge.
Harry, Rony e Hermione não se demoraram mesa, a chegada da Madame Delacour, Fleur, e Gabrielle fez com a cozinha ficasse desconfortavelmente cheia.
Vou pegar esses para você, disse Hermione alegremente, pegando os presentes de Harry de seus braços quando os três voltaram para cima. Estou quase pronta,
só estou esperando o resto de suas cuecas voltarem da lavagem, Rony.
A gagueira de Rony foi interrompida quando uma porta do primeiro andar foi aberta.
Harry, você pode vir aqui um momento?
Era Gina. Rony parou bruscamente, mas Hermione o pegou pelo cotovelo e puxouo degraus acima. Sentindose nervoso, Harry seguiu Gina até seu quarto.
Ele nunca havia estado lá dentro. Era pequeno, mas claro. Havia um grande poster da banda bruxa As Esquisitonas em uma parede, e um quadro da Guga Jones, capitã
do time bruxo de quadribol Harpias de Holyhead, em outra. Uma mesa em frente janela aberta, que dava para o pomar no qual ele e Gina haviam jogado quadribol em
duplas com Rony e Hermione uma vez, e que agora abrigava um grande toldo branco. A bandeira dourada no topo foi erguida altura da janela de Gina.
Gina olhou para o rosto de Harry, respirou profundamente, e disse Feliz décimo sétimo aniversário.
Sim... Obrigado.
Ela estava olhando para ele, ele no entanto, achou difícil olhar de volta para ela; era como fitar uma luz brilhante.
Bela vista. disse ele fracamente, apontando em direção janela.
Ela ignorou isto. Ele não podia culpála.
Eu não consegui pensar em nada para dar a você. disse ela.
Você não precisa me dar nada.
Ela ignorou isto também.
Eu não sei o que poderia ser útil. Nada muito grande, porque você não seria capaz de levar com você.
Ele tentou um relance a ela. Ela não estava chorosa; esta era uma das muitas coisas maravilhosas em Gina, ela raramente era chorosa. Ele s vezes pensou que ter
seis irmãos deve a ter fortalecido.
Ela deu um passo para perto dele.
Então eu pensei, eu gostaria que você tivesse algo para se lembrar de mim, você sabe, se você conhecer alguma veela quando estiver fazendo o que quer que vá fazer.
Acho que oportunidades de namoro serão bem pequenas, para ser honesto.
Aí está o raio de luz* que eu estava procurando ela sussurrou, e então ela estava beijandoo como se nunca havia beijadoo antes, e Harry a beijava de volta,
e isso era maravilhoso, incrivelmente melhor que uísque de fogo; ela era a única coisa verdadeira no mundo, Gina, o toque dela, uma mão em suas costas e uma em seus
longos, suaves e cheirosos cabelos.
A porta bateu com estrondo atrás deles e eles se separaram.
Oh, disse Rony sugestivamente. desculpe.
Rony! Hermione estava bem atrás dele, sem fôlego. Havia um silêncio forçado, então Gina disse com uma vozinha desafinada Bem, feliz aniversário de qualquer
modo, Harry.
As orelhas de Rony ficaram vermelhas; Hermione pareceu nervosa. Harry quis bater a porta na cara deles, mas sentiu que uma fria corrente de ar entrou pelo quarto
quando a porta se abriu, e seu momento brilhante havia estourado com uma bolha de sabão. Todas as razões pelo fim de seu relacionamento com Gina, de estar bem longe
dela, pareciam ter escapulido do quarto com Rony, e toda a feliz falta de descuido havia partido.
Ele olhou para Gina, esperando dizer alguma coisa, embora ele mal soubesse o que, mas ela tinha virado as costas para ele. Ele pensou que ela tinha sucumbido, por
ora, s lágrimas. Ele não podia fazer nada para confortála na frente de Rony.
Vejo você mais tarde. disse ele, e seguiu os outros dois para fora do quarto.
Rony marchou para baixo, através da ainda lotada cozinha para o jardim, e Harry marcou passo com ele por todo o caminho, Hermione trotava atrás deles parecendo assustada.
Assim que ele alcançou o isolamento do gramado recém cortado, Rony se voltou para Harry.
Você largou ela. O que você estava fazendo agora, se aproveitando dela?
Eu não estava me aproveitando. disse Harry, assim que Hermione os alcançou.
Rony
Mas Rony levantou a mão para silenciála.
Ela estava realmente com o coração partido quando você terminou
E eu também. Você sabe porque eu terminei, e não foi porque eu queria.
É, mas você vai agarrála agora e ela terá esperanças de novo.
Ela não é idiota, sabe que não pode acontecer, ela não está esperando que—que a gente acabe se casando, ou
Assim que disse isso, uma imagem vívida de Gina num vestido branco formouse na mente de Harry, casandose com um alto, indistinto e desagradável estranho. Em um
momento, isto pareceu atingilo: o futuro dela era livre, ao passo que o dele... Ele não podia ver nada adiante além de Voldemort.
Se você ficar apalpandoa toda vez que tem chance
Não vai acontecer de novo. disse Harry duramente. O dia estava sem nuvens,
mas ele se sentia como se o sol houvesse desaparecido. Tá legal?
Rony pareceu um pouco ressentido, um pouco acanhado; ele balançou sobre seus pés para trás e para frente por um momento, depois disse Certo então, bem, isto é...
sim.
Gina não procurou outro encontro a sós com Harry pelo resto do dia, não demonstrou nem mesmo com um gesto ou olhar que eles dividiram mais do que uma conversa educada
em seu quarto. Contudo, a chegada de Carlinhos veio como um alívio para Harry. Isto proporcionou uma distração, observar a Sra. Weasley forçar Carlinhos a sentar,
levantar a varinha ameaçadoramente e anunciar que ele estava pronto para receber um corte de cabelo decente.
Como o jantar de aniversário de Harry teria esticado a cozinha d'A Toca ao ponto de quebrar antes mesmo da chegada de Carlinhos, Lupin, Tonks, e Hagrid, várias mesas
foram postas até o fim do jardim. Fred e Jorge encantaram várias lanternas roxas, todas adornadas com um grande número 17, para pendurarem em pleno ar por cima dos
convidados. Graças aos serviços da Sra. Weasley, a ferida de Jorge estava asseada e limpa, mas Harry não estava acostumado ainda com o buraco escuro do lado da cabeça
dele, apesar das várias piadas dos gêmeos a respeito. Hermione fez serpentinas roxas e douradas estourarem do fim sua varinha e ornouas artisticamente nas árvores
e arbustos.
Legal. disse Rony, e com uma brandida final com a varinha, Hermione transformou as folhas da macieira em douradas. Você realmente tem o dom para esse tipo
de coisa.
Obrigado, Rony! disse Hermione, parecendo ao mesmo tempo agradecida e um pouco confusa.
Harry virou, sorrindo para si mesmo. Ele teve uma divertida noção de que encontraria um capítulo sobre elogios quando encontrasse tempo para examinar sua cópia de
20 Maneiras Seguras para Encantar Bruxas. Ele atraiu o olhar de Gina e sorriu antes de se lembrar de promessa Rony e apressadamente engatou uma conversa com o
Monsieur Delacour.
Saiam da frente, saiam da frente! cantou Sra. Weasley vindo do portão com o que parecia ser um gigantesco pomo de ouro do tamanho de uma bola de praia flutuando
na frente dela. Segundos depois Harry percebeu que era seu bolo de aniversário que a Sra. Weasley suspendia com sua varinha, melhor do que o risco de carregálo
sobre o chão irregular. Quando o bolo finalmente aterrissou no meio da mesa, Harry disse:
Isso parece fantástico, Sra. Weasley.
Ah, não é nada, querido. disse ela carinhosamente. Por detrás de seus ombros, Rony levantou o polegar Harry e sussurou Boa.
Por volta das sete horas todos os convidados haviam chegado, conduzidos para dentro da casa por Fred e Jorge, que os havia esperado no final do caminho. Hagrid honrou
a ocasião usando seu melhor, e horrível, terno marrom peludo. Embora Lupin sorrisse enquanto apertava a mão de Harry, Harry o achou meio triste. Foi tudo muito estranho;
Tonks, ao lado dele, parecia simplesmente radiante.
Feliz aniversário, Harry. disse ela, abraçandoo firmemente.
Dezessete, hein! disse Hagrid, assim que aceitava um copo de vinho do tamanho de um balde de Fred. Seis anos desde o dia que nos conhecemos, Harry, lembrase?
Vagamente. disse Harry, sorrindo para ele. Você não levou abaixo a porta da frente, deu Duda um rabo de porco, e me disse que eu era um bruxo?
Tinha esquecido dos detalhes. gargalhou Hagrid. Bem, Rony, Hermione?
Nós estamos bem. disse Hermione Como vai você?
Nada mal. Tenho estado ocupado, nós temos alguns unicórnios recémnascidos. Eu mostrarei a vocês quando voltarem. Harry evitou os olhares de Rony e Hermione
enquanto Hagrid vasculhava seu bolso Aqui. Harry, não consegui pensar no que te dar, mas então me lembrei disto Ele tirou uma pequena, ligeiramente peluda bolsa
com um longo barbante, evidentemente para ser usado em volta do pescoço. Mokeskin. Esconda qualquer coisa aí dentro e ninguém a não ser o dono pode tirar. São
raros, eles.
Hagrid, obrigado!
Não é nada disse Hagrid com um aceno de uma mão do tamanho de uma tampa de lata de lixo. E lá está o Carlinhos! Sempre gostei dele. Ei! Carlinhos!
Carlinhos aproximouse, ligeiramente arrependido de seu novo, brutalmente curto corte de cabelo. Ele era mais baixo que Rony, troncudo, com um grande número de queimaduras
e arranhões nos braços musculosos.
Oi, Hagrid, como vai?
Venho querendo te escrever faz anos... Como vai Norberto?
Norberto? riu Carlinhos O DorsoCristado Norueguês? Nós a chamamos de Norberta agora!
Quê? Norberto é uma garota?
É sim. disse Carlinhos.
Como você sabe? perguntou Hermione.
São muito mais violentas disse Carlinhos. Ele olhou por cima do ombro e abaixou a voz Desejo que o papai se apresse e esteja aqui. Mamãe está ficando inquieta.
Todos olharam para a Sra. Weasley. Ela estava tentando falar com a Madame Delacour enquanto olhava repetidamente para o portão.
Acho melhor começar sem o Arthur. disse ela depois de um ou dois momentos Ele deve ter ficado preso no... Oh!
Todos viram aquilo ao mesmo tempo: uma luz que passou voando através do quintal e sobre a mesa, onde isto se resolveu numa clara e prateada doninha, que permaneceu
de pé em suas pernas traseiras e falou com a voz do Sr. Weasley:
O Ministro da Magia está vindo comigo.
O patrono dissolveuse em fino ar, deixando a família de Fleur espantada no lugar onde havia desaparecido.
Não deveríamos estar aqui. disse Lupin. Harry, desculpeme. Explicarei outra hora.
Ele agarrou Tonks pelo pulso e puxoua; eles alcançaram a cerca, passaram por cima, e desapareceram de vista. A Sra. Weasley pareceu atordoada.
O Ministro... Mas porquê...? Não entendo...
Mas não havia tempo para discutir a questão; um segundo depois, o Sr. Weasley apareceu no portão, acompanhado por Rufo Scrimgeour, imediatamente reconhecível por
sua juba de cabelos grisalhos.
Os dois recémchegados marcharam através do quintal e da mesa iluminada pela luz das lanternas, onde todos estavam sentados em silêncio, observandoos se aproximarem.
Assim que Srimgeour veio com o alcance da luz da lanterna, Harry viu que ela parecia muito mais velho do que a última vez que eles se encontraram, magricela e feio.
Desculpe me intrometer disse Scrimgeour, quando mancou para parar diante da mesa. Sobretudo quando vejo que estou entrando de penetra em uma festa. Seus
olhos demoraramse no bolo gigante de pomo por um momento. Felicidades.
Obrigado. disse Harry.
Eu preciso ter uma palavra em particular com você. continuou Scrimgeour Com o Sr. Ronald Weasley e com a Srta. Hermione Granger também.
Nós? disse Rony, parecendo surpreso. Por que conosco?
Contarei a vocês quando estivermos em algum lugar mais isolado. disse Scrimgeour. Tal lugar existe? ele exigiu ao Sr. Weasley.
Sim, claro. disse o Sr. Weasley, que parecia nervoso. A, hum, sala de estar, por que você não a usa?
Você pode mostrar o caminho. Scrimgeour disse a Rony. Não é necessário que você nos acompanhe, Arthur.
Harry viu o Sr. Weasley trocar um olhar preocupado com a Sra. Weasley assim que ele, Rony, e Hermione se levantaram. Assim que voltaram para casa em silêncio, Harry
sabia que os outros dois estavam pensando o mesmo que ele; Scrimgeour deve, de alguma maneira, ter sabido que os três estavam planejando abandonar Hogwarts.
Scrimgeour não falou enquanto eles passavam pela cozinha bagunçada em direção sala de estar d'A Toca. Embora o jardim estivesse cheio da luz suave e dourada do
anoitecer, já estava escuro lá dentro; Harry apontou a varinha para as lâmpadas de óleo quando entraram e elas iluminaram o surrado mas aconchegante aposento. Scrimgeour
sentouse na poltrona que o Sr. Weasley normalmente ocupava, deixando Harry, Rony, e Hermione se apertarem lado a lado no sofá. Uma vez que o fizeram, Scrimgeour
falou:
Eu tenho algumas perguntas para os três, e acho que seria melhor se fizéssemos isso individualmente. Se você dois ele apontou para Harry e Hermione puderem
esperar lá em cima, começarei com o Ronald.
Não iremos a lugar nenhum. disse Harry, enquanto Hermione concordava com a cabeça vigorosamente. Você pode falar com todos nós juntos, ou de modo nenhum.
Scrimgeour lançou a Harry um olhar frio e avaliador. Harry teve a impressão de que o Ministro perguntavase se valeu a pena começar com hostilidades tão cedo.
Muito bem então, juntos. ele disse, encolhendo os ombros. Ele limpou sua garganta. Estou aqui, como vocês sabem, por causa do testamento de Alvo Dumbledore.
Harry, Rony e Hermione entreolharamse.
Uma surpresa, aparentemente! Vocês não foram informados então de que Dumbledore deixou nada para vocês?
Ppara todos nós? disse Rony. Para mim e Hermione também?
Sim, para todos vo—
Mas Harry interrompeu.
Dumbledore morreu a mais de um mês atrás. Por que demorou tanto para nos darem o que ele nos deixou?
Não é óbvio? disse Hermione, antes que Scrimgeour pudesse responder. Eles queriam examinar o que quer que ele tenha nos deixado. Vocês não tinham o direito
de fazer isso! disse ela, e sua voz tremeu ligeiramente.
Tenho todo o direito. disse Scrimgeour sem se importar. O Decreto para Confiscação Justificável dá ao Ministério o poder de confiscar o conteúdo de um testamento.
A lei foi criada para impedir os bruxos de passarem artefatos de magia negra para frente, disse Hermione. e o Ministério deve ter uma evidência poderosa de
que os pertences do falecido são ilegais antes de confiscálos! Você está me dizendo que você pensou que Dumbledore estava tentando nos passar algo almadiçoado?
Você está planejando seguir carreira em Direito Mágico, Srta. Granger? perguntou Scrimgeour.
Não, não estou. retrucou Hermione. Espero fazer algo de bom no mundo!
Rony riu. Os olhos de Scrimgeour tremeram em direção a ele e afastaramse novamente quando Harry falou:
Então porque vocês resolveram nos deixar ter nossas coisas agora? Não puderam pensar num pretexto para ficarem com eles?
Não, será porque trinta e um dias passaram. disse Hermione imediatamente. Eles não podem ficar com os objetos por mais do que isso a não ser que possam provar
que são perigosos. Correto?
Você diria que era próximo ao Dumbledore, Ronald? perguntou Scrimgeour, ignorando Hermione. Rony pareceu assustado.
Eu? Não... Na verdade não. Sempre foi o Harry que...
Rony olhou em volta para Harry e Hermione, para ver Hermione dando ele um 'pare de falar agora!' tipo de olhar, mas o estrago estava feito; Scrimgeour pareceu
como se tivesse ouvido exatamente o que esperava, e queria, ouvir. Ele caiu como uma ave de rapina querendo alimentarse sobre a resposta de Rony.
Se você não era muito próximo de Dumbledore, como você conta com o fato dele ter se lembrado de você em seu testamento? Ele fez excepcionalmente poucos pedidos
para seu legado. A grande maioria de seus pertences sua biblioteca privada, seus instrumentos mágicos, e outros objetos pessoais foram deixados para Hogwarts.
Porque você pensa que foi escolhido?
Eu... não sei. disse Rony. Eu... Quando digo que não éramos próximos... Quero dizer, acho que ele gostava de mim...
Você está sendo modesto Rony. disse Hermione. Dumbledore gostava muito de você.
Isso estava exigindo o máximo da verdade; até onde Harry sabia, Rony e Dumbledore nunca haviam ficado juntos sozinhos, e contato direto entre eles foi insignificante.
De qualquer modo, Scrimgeour não parecia escutar. Colocou as mãos dentro da capa e puxou uma bolsa muito maior do que a que Hagrid havia dado Harry. Dela, ele
tirou um rolo de pergaminho que desenrolou e leu em voz alta:
O Último Desejo e Testamento de Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore... Sim, aqui estamos... Para Ronald Abílio Weasley, eu deixo meu Apagueiro, na esperança
de que ele se lembrará de mim quando usar isto.
Scrimgeour tirou da bolsa um objeto que Harry havia visto antes: parecia algo como um isqueiro de prata, mas possuía, ele sabia, o poder de sugar toda a luz de um
lugar, e restaurála com um simples estalar. Scrimgeour inclinouse para frente e passou o Apagueiro para Rony, que o pegou e manuseouo parecendo aturdido.
É um objeto valioso. disse Scrimgeour, observando Rony. É provável que seja único. Certamente é projeto do próprio Dumbledore. Porque ele teria deixado para
você um item tão raro?
Ron balançou a cabeça, parecendo atordoado.
Dumbledore deve ter lecionado a milhares de alunos, Scrimgeour perseverou. Porém os únicos que ele se lembrou em seu testamento são vocês três. Porquê isso?
Que uso ele pensou que você daria ao Apagueiro, Sr.Weasley?
Apagar luzes, eu suponho. murmurou Rony. O que mais eu poderia fazer com isto?
Evidentemente Scrimgeour não tinha sugestões. Depois de olhar para Rony por um ou dois momentos, ele se virou de volta para o testamento de Dumbledore.
Para a Srta. Hermione Jane Granger, deixo minha cópia de Contos de Beedle o Bardo, na esperança de que ela o achará divertido e instrutivo.
Scrimgeour havia retirado agora da bolsa um pequeno livro que parecia tão antigo quanto a cópia de Segredos das Artes das Trevas lá em cima. Sua capa estava manchada
e descascando em alguns lugares. Hermione pegouo de Scrimgeour sem dizer uma palavra. Ela deixou o livro em seu colo e olhou para ele. Harry viu que o título era
em runas; ele nunca havia aprendido a lêlas. Quando ele olhou, uma lágrima respingou nos símbolos realçados.
Porquê você acha que Dumbledore te deixou este livro, Srta. Granger? perguntou Scrimgeour.
Ele... ele sabia que eu gostava de livros. disse Hermione com uma voz espessa, esfregando os olhos com sua manga.
Mas porquê este livro em especial?
Não sei. Ele deve ter pensado que eu gostaria dele.
Você alguma vez discutiu códigos, ou qualquer maneira de passar mensagens secretas, com Dumbledore?
Não. disse Hermione, ainda limpando os olhos com sua manga. E se o Ministério não encontrou nenhum código escondido neste livro em trinta e um dias, duvido
que encontrarei.
Ela reprimiu um soluço. Eles estavam tão apinhados que Rony teve dificuldade em tirar seu braço para colocálo em volta dos ombros de Hermione. Scrimgeour virouse
para o testamento:
Para Harry Tiago Potter, ele leu, e as entranhas de Harry contraíram em repentina excitação. Eu deixo o Pomo que ele capturou em sua primeira partida de quadribol
em Hogwarts, como uma lembrança da recompensa de perseverança e habilidade.
Assim que Scrimgeour retirou a minúscula, em formato de noz bola dourada, suas asas agitaramse um tanto quanto fracas, e Harry não pode deixar de sentir um claro
sentimento de desapontamento.
Porquê Dumbledore te deixou este Pomo? perguntou Scrimgeour.
Não faço idéia. disse Harry. Pelas razões que você acabou de ler, eu suponho... Para me lembrar o que conseguimos se... perseverarmos e o que quer que seja.
Você acha que é uma lembrança simbólica, então?
Suponho que sim. disse Harry. O que mais poderia ser?
Sou eu quem faço as perguntas. disse Scrimgeour, movendo sua cadeira para um pouco mais perto do sofá.
O crepúsculo estava realmente caindo lá fora agora; o toldo além das janelas parecia fantasmagoricamente branco por cima da sebe.
Eu notei que seu bolo de aniversário tem o formato de um Pomo. Scrimgeour disse Harry.
Porquê será? Hermione riu zombeteiramente. Ah, não pode ser uma referência ao fato de Harry ser um grande apanhador, é muito óbvio. ela disse. Deve ter
uma mensagem secreta de Dumbledore escondida no glacê!
Não acho que tenha nada escondido no glacê, disse Scrimgeour. mas um Pomo seria um bom esconderijo para um objeto pequeno. Você sabe porquê, tenho certeza?
Harry deu de ombros, Hermione, no entanto, respondeu: Harry pensou que responder questões corretamente era um hábito enraizado tão profundamente que ela não conseguia
suprimir o desejo.
Porque Pomos de Ouro tem memória corporal, ela disse.
O quê? disseram Harry e Rony juntos; os dois consideravam que o conhecimento de Hermione por quadribol era insignificante.
Correto. disse Scrimgeour. Um Pomo de Ouro não pode ser tocado por pele sem proteção antes de ser libertado, nem mesmo por seu criador, que usa luvas. Ele
leva um encantamento pelo qual ele pode identificar o primeiro humano que pôr as mãos sobre ele, no caso de uma captura disputada. Este pomo ele segurou a pequenina
bola dourada. se lembrará do seu toque, Potter. Ocorreu a mim que Dumbledore, que tinha uma habilidade mágica extraordinária, qualquer que sejam seus outros defeitos,
deve ter encantado o Pomo para que ele se abra somente para você.
O coração de Harry estava batendo meio rápido. Ele tinha certeza que Scrimgeour estava certo. Como ele poderia evitar pegar o Pomo com a mão desprotegida na frente
do Ministro?
Você não diz nada. disse Scrimgeour. Talvez você já saiba o que o Pomo contém?
Não. disse Harry, ainda imaginando como ele poderia aparentar tocar o Pomo sem realmente fazêlo. Se ele ao menos soubesse Legilimência, realmente soubesse,
e pudesse ler a mente de Hermione; ele podia praticamente ouvir o cérebro dela zunindo ao lado dele.
Pegue. disse Scrimgeour baixo.
Harry encontrou os olhos amarelos do Ministro e sabia que ele não tinha outra opção a não ser obedecêlo. Ele segurou sua mão, e Scrimgeour inclinouse para frente
novamente e colocou o Pomo, devagar e cuidadosamente, na palma da mão de Harry.
Nada aconteceu. Assim que os dedos de Harry fecharamse em torno do Pomo, suas asas cansadas se agitaram e permaneceram paradas. Scrimgeour, Rony e Hermione continuaram
a olhar avidamente para a agora parcialmente oculta bola, ainda esperando que se transformaria de alguma
maneira.
Isto foi dramático. disse Harry friamente. Rony e Hermione riram.
É tudo, então, não é? perguntou Hermione, fazendose levantar do sofá.
Não completamente. disse Scrimgeour, que parecia mauhumorado agora. Dumbledore te deixou um segundo legado, Potter.
O que é? perguntou Harry, animado.
Scrimgeour não se preocupou em ler o testamento desta vez.
A espada de Godric Griffindor. ele disse. Hermione e Rony enrijeceram. Harry olhou em volta procurando pelo sinal do rubi incrustado no punho, mas Scrimgeour
não retirou a espada da bolsa de couro, que em todo caso parecia muito pequena para contêla.

Então onde está? Harry perguntou suspeito.
Infelizmente, disse Scrimgeour. aquela espada não era de Dumbledore para ser dada assim. A espada de Godric Griffindor é um importante artefato histórico,
e portanto, pertence..
Pertence a Harry! disse Hermione calorosamente. O escolheu, foi ele quem a encontrou, veio para ele do Chapéu Seletor.
De acordo com fontes históricas confiáveis, a espada pode se apresentar a qualquer Grifinório merecedor. Scrimgeour disse. Isso não a faz propriedade exclusiva
do Sr. Potter, o que quer que Dumbledore tenha decidido. Scrimgeour arranhou sua bochecha mal barbeada, examinando minuciosamente Harry. Por que você pensa que...
...Dumbledore quis me dar a espada? disse Harry, lutando para manter o temperamento. Talvez ele pensou que ficaria legal na minha parede.
Isto não é uma piada, Potter! rosnou Scrimgeour. Foi porque Dumbledore acreditava que somente a espada de Godric Griffindor poderia derrotar o Herdeiro da
Sonserina? Ele desejava te dar aquela espada, Potter, porque ele acreditava, assim como muitos, que você é o destinado a destruir AqueleQueNãoDeveSerNomeado?
Teoria interessante. disse Harry. Alguém já tentou alguma vez cravar uma espada em Voldemort? Talvez o Ministério devesse colocar algumas pessoas para fazer
isso, ao invés de gastar seu tempo desmontando Apagueiros ou encobrindo fugas de Azkaban. Então é isso que você tem feito, Ministro, fechado em seu escritório, tentando
abrir forçadamente um Pomo? Pessoas estão morrendo, eu quase fui uma delas, Voldemort me perseguiu por três países, matou OlhoTonto Moody, mas não há uma palavra
quanto a isso do Ministério, há? E você ainda espera que cooperemos com você!
Você foi longe demais! gritou Scrimgeour, levantandose: Harry ficou em pé também. Scrimgeour rumou em direção a Harry e o apertou forte no peito com a ponta
de sua varinha; isto fez um buraco na camiseta de Harry, como o de um cigarro aceso.
Oi! disse Rony, pulando e erguendo sua própria varinha, mas Harry disse Não! Você quer dar a ele uma desculpa para nos prender?
Lembraramse que vocês não estão na escola, é? disse Scrimgeour respirando forte no rosto de Harry. Lembraramse que eu não sou Dumbledore, que perdoou sua
insolência e falta de subordinação? Você deve usar essa cicatriz como uma coroa, Potter, mas não é da conta de um garoto de dezessete anos me dizer como fazer o
meu trabalho! É tempo de você aprender um pouco de respeito!
É tempo de merecêlo. disse Harry.
O chão tremeu; havia um som de passos correndo, e então a porta que leva até a sala de estar arrebentou e o Sr. e a Sra. Weasley correram para dentro.
Nósnós pensamos ter ouvido... começou Sr. Weasley, olhando minuciosamente alarmado para a visão Harry e o Ministro praticamente nariz com nariz.
...Vozes altas. ofegou Sra. Weasley.
Scrimgeour deu dois passos para longe de Harry, olhando para o buraco que ele havia feito na camiseta de Harry. Ele parecia arrependido por sua falta de controle.
Nãonão foi nada. ele rosnou. Eu... lamento sua atitude. ele disse, olhando bem para Harry mais uma vez. Você parece pensar que o Ministério não deseja
o que vocês, Dumbledore, desejava. Nós devemos trabalhar juntos.
Não gosto de seus métodos, Ministro. disse Harry. Lembrase?
Pela segunda vez, ele levantou seu punho direito e mostrou Scrimgeour a cicatriz ainda branca atrás de sua mão, soletrando 'Eu não devo contar mentiras'. A expressão
de Scrimgeour endureceu. Ele se virou sem outra palavra e saiu mancando do aposento. A Sra. Weasley se apressou depois dele; Harry a ouviu parar na porta dos fundos.
Após um minuto ou quase isso, então ela falou: Ele se foi!
O que ele queria? O Sr. Weasley perguntou, olhando para Harry, Rony e Hermione assim que a Sra.Weasley veio correndo de volta até eles.
Queria nos dar o que Dumbledore nos deixou. disse Harry. Eles tinham acabado de liberar o conteúdo de seu testamento.
Lá fora no jardim, sobre as mesas de jantar, os três objetos que Scrimgeour havia entregado eles foram passados de mão em mão. Todos exclamavam pelo Apagueiro
e pelos Contos de Beedle o Bardo e lamentavam o fato de Scrimgeour ter se recusado a entregar a espada, mas ninguém poderia dar nenhuma sugestão do porquê Dumbledore
ter deixado para Harry um velho Pomo. Assim que o Sr. Weasley examinava o Apagueiro pela terceira ou quarta vez, Sra. Weasley disse hesitante Harry, querido, todos
estão famintos e não queríamos começar sem você... Posso servir o jantar agora?
Todos eles comeram apressadamente e depois de um apressado coro de 'Parabéns você' e muitos pedaços de bolo engolidos a seco, a festa terminou. Hagrid, que tinha
sido convidado para o casamento no dia seguinte, mas era de longe muito grande para dormir n'A Toca, saiu para armar uma tenda para ele mesmo no campo ao lado.
Encontrenos lá em cima. Harry sussurrou para Hermione, enquanto eles ajudavam a Sra. Weasley a arrumar o jardim. Depois que todos estiverem na cama.
No sótão, Rony examinava seu Apagueiro, e Harry encheu a bolsa Mokeskin de Hagrid, não com dinheiro, mas com aqueles itens que eles mais valorizava, aparentemente
sem valor, entre eles o Mapa do Maroto, o espelho encantado de Sirius e o medalhão de R.A.B... Ele amarroua apertada e colocoua em volta do pescoço, então sentouse
segurando o velho Pomo observando suas asas agitarem fracamente. Por último, Hermione bateu porta e entrou na ponta dos pés.
Muffiato. ela sussurrou, agitando a varinha em direção s escadas.
Pensei que você não aprovasse esse feitiço. disse Rony.
Os tempos mudam. disse Hermione. Agora, mostrenos o Apagueiro.
Ron obedeceu de uma vez. Segurandoo na sua frente, ele o estalou. A lâmpada solitária que eles haviam acendido se apagou de uma vez.
O fato é que, sussurrou Hermione na escuridão. nós poderíamos ter conseguido isso com o Pó Escurecedor Instantâneo do Peru.
Ouviuse um pequeno estalo e a bola de luz voltou ao teto e iluminou todos novamente.
Mesmo assim, é legal. disse Rony, um pouco defensivo. E pelo que disseram, Dumbledore o inventou!
Eu sei, mas certamente ele não o incluiu em seu testamento só para nos ajudar a apagar as luzes!
Você acha que ele sabia que o Ministério confiscaria seu testamento e examinaria tudo que ele nos deixou? perguntou Harry.
Sem dúvida. disse Hermione. Ele não poderia nos dizer no testamento porquê estaria nos deixando estas coisas, isso ainda não explica...
Porquê ele não poderia ter nos deixado uma pista enquanto ele estava vivo? perguntou Rony.
Bem, exatamente. disse Hermione, agora folheando Contos de Beedle o Bardo. Se essas coisas são importantes o suficiente para passar debaixo do nariz
do Ministério, vocês pensariam que ele teria que ter nos deixado um porquê... a não ser que ele pensasse que era óbvio?
Pensou errado, então, não? disse Rony. Eu sempre disse que ele era maluco. Brilhante e tudo mais, mas maluco. Deixar para o Harry um velho Pomo... Que diabos
foi aquilo?
Não faço idéia. disse Hermione. Quando Scrimgeour fez você o pegar, Harry, eu tinha tanta certeza de que algo aconteceria!
É, bem, disse Harry. Sua pulsação acelerou quando ele ergueu o Pomo em seus dedos. eu não iria me esforçar muito na frente do Scrimgeour, iria?
O que você quer dizer? perguntou Hermione.
O Pomo que eu peguei na minha primeira partida de quadribol? disse Harry. Não se lembram?
Hermione parecia simplesmente bestificada. Rony, no entanto, arfou, apontando freneticamente de Harry para o Pomo até conseguir encontrar sua voz.
É aquele que você quase engoliu!
Exatamente. disse Harry, e com seu coração batendo rápido, ele pressionou sua boca contra o Pomo.
Não abriu. Frustração e amargo desapontamento tomaram conta de Harry: ele abaixou a esfera dourada, mas então Hermione gritou:
Escrita! Há algo escrito nele, rápido, olhem!
Harry quase deixou cair o Pomo em meio a surpresa e animação. Hermione estava mesmo certa. Incrustado na lisa camada dourada, onde segundos antes não havia nada,
haviam quatro palavras escritas com a fina e inclinada caligrafia que Harry reconheceu ser de Dumbledore:
'Eu abro ao fechar.'**

Ele mal tinha lido as palavras e elas desapareceram novamente.
Eu abro ao fechar... O que isto quer dizer?
Hermione e Rony balançaram as cabeças, sem expressão.
Eu abro ao fechar... Ao fechar... Eu abro ao fechar...
Mas não importou o quanto eles repetiam as palavras, com variadas entonações, eles se encontraram incapazes de deduzir qualquer coisa mais.
E a espada. disse Rony depois, quando eles tinham finalmente abandonado as tentativas de adivinhar o significado da inscrição no Pomo.
Porquê ele queria que Harry ficasse com a espada?
E porque ele não poderia ter simplesmente me falado? disse Harry baixo. Eu estava lá, ela estava lá na parede de seu escritório durante todas as nossas conversas
no ano passado! Se ele queria que eu ficasse com ela, então porque ele simplesmente não a entregou para mim?
Ele sentiuse tão pensativo como se estivesse sentado num exame com uma questão que ele deveria saber responder na sua frente, seu cérebro lento e sem resposta.
Teve algo que ele perdeu em suas longas conversas com Dumbledore ano passado? Deveria ele saber o que tudo isso significava? Dumbledore esperava que ele entendesse?
E este livro. disse Hermione Contos de Beddle o Bardo Nunca nem ouvi falar de tais contos!
Você nunca ouviu Contos de Beedle o Bardo? disse Rony incrédulo. Você está brincando, né?
Não, não estou. disse Hermione surpresa. Você os conhece então?
Bem, é claro que conheço!
Harry olhouos, divertindose. O fato de Rony ter lido um livro de que Hermione não, era sem precedentes. Rony, no entanto, pareceu bestificado com a surpresa deles.
Ah, vamos! Todas as velhas histórias infantis são do Beedle não são? 'A Fonte da Fortuna Justa'... 'O Bruxo e o Caldeirão Saltitante'... 'Coelhinho Babbity e seu
Toco Tagarelante'...***
Como? disse Hermione rindo. Como é o nome do último?
Sai dessa! disse Rony, olhando desacreditado de Harry para Hermione. Você deve ter ouvido sobre Coelhinho Babbity.
Rony, você sabe muito bem que Harry e eu fomos criados por trouxas! disse Hermione. Nós não escutávamos essas histórias quando éramos pequenos, nós escutávamos
'A Branca de Neve e os Sete Anões' e 'Cinderela' e—.
O que é isso, uma doença? perguntou Rony.
Então isso são histórias para crianças? perguntou Hermione, mexendo com as runas.
Sim. disse Rony incerto. Quero dizer, é que eles falam, vocês sabem, que todas estas velhas histórias vieram de Beedle. Eu não sei como elas são em suas versões
originais.
Mas fico me perguntando porque Dumbledore pensou que eu deveria lêlas?
Algo quebrou no andar de baixo.
Provavelmente é só o Carlinhos, agora que mamãe está dormindo, fugindo para fazer seu cabelo crescer novamente. disse Rony nervoso.
A mesma coisa, nós deveríamos nos deitar. sussurrou Hermione. Não devemos dormir além da conta amanhã.
Não. concordou Rony. Um brutal assassinato triplo pela mãe do noivo deixaria o casamento deprimente. Eu pego a luz.
Então ele estalou o Apagueiro mais uma vez assim que Hermione saiu do aposento.

* Gina diz there's the silver lining i've been looking for. Pensando no provérbio Every dark cloud has a silver lining (Toda nuvem escura tem um raio de luz),
foi traduzido assim.
** 'I open at the close' no original.
***The Fountain of Fair Fortune, The Wizard and the Hoppin Pot, e Babbitty Rabitty and her Cackling Stump, respectivamente.


Capítulo Oito
O Casamento


Às três em ponto da tarde seguinte estavam Harry, Ron, Fred e Jorge em pé fora da grande e branca tenda no pomar, esperando a chegada dos convidados do casamento.
Harry havia ingerido uma larga dose da Poção Políssuco e agora era a cópia de um trouxa ruivo da vila local, Ottery St. Catchpole, onde Fred roubou um tufo de cabelo
utilizando um feitiço convocatório. O plano era apresentar Harry como Primo Barny e torcer para que a existência de um grande número de parentes dos Weasleys o
camuflasse.
Todos os quatro possuíam um mapa de assentos, assim auxiliando as pessoas a encontrarem seus lugares. Uma multidão de garçons de casaca branca chegou uma hora antes,
junto com uma banda de jaquetas douradas, e todos esses bruxos estavam sentados a uma distância pequena debaixo de uma árvore. Harry podia ver uma névoa azul de
cachimbos subindo do local. Atrás de Harry, a entrada da tenda revelava colunas e mais colunas de frágeis cadeiras douradas alinhadas a um carpete púrpuro. As colunas
de apoio estavam enfeitadas com flores brancas e douradas. Fred e Jorge haviam prendido um número enorme de balões dourados no lugar exato no qual, em breve, Gui
e Fleur se tornariam marido e mulher. No exterior, borboletas e abelhas estavam pairando preguiçosamente acima do gramado e cerca viva. Harry estava bastante desconfortável.
O garoto trouxa, do qual a aparência ele possuía, era um pouco mais magro que ele e suas vestes estavam abafadas e apertadas naquele dia de verão aberto.
Quando eu me casar, disse Fred, puxando o colarinho da sua própria veste, Eu não me preocuparei com nada dessas besteiras. Vocês podem usar o que quiserem,
e eu irei lançar um feitiço do corpo preso na mamãe, antes de tudo acabar.
Ela até que não estava tão mal essa manhã, disse Jorge. Chorou um pouco por Percy não estar aqui, mas quem o quer? Nossa, preparemse que lá vêm eles,
olhem.
Figuras luminosamente coloridas estavam aparecendo, um a um do nada nos limites do jardim. Em minutos uma procissão tinha se formado, que começou como uma
cobra a subir o jardim rumo tenda. Flores exóticas e pássaros encantados esvoaçavam nos chapéus dos bruxos, enquanto gemas preciosas brilhavam de muitas das gravatas
dos bruxos, uma burburinho de conversa excitada crescia cada vez mais barulhenta, abafando o som das abelhas enquanto a multidão se aproximava da tenda.
Excelente, eu acho que vi algumas primas veelas, disse Jorge, torcendo o pescoço para uma vista melhor. Elas precisarão de ajuda para entender os costumes
ingleses, eu irei procurar por elas...
Não tão rápido, sua santidade, disse Fred, flechando através do grupo de bruxas de meia idade se dirigindo ao aglomerado, e disse Aqui permetiez moi to assiter
vous (Permitame que vos auxilie) para um par de lindas garotas francesas, que sorriram e permitiram que ele as escoltasse para dentro. Jorge ficou para trás
lidando com as bruxas balzaquianas e Ron se encarregou do velho colega de ministério do Sr. Weasley, Perkins, enquanto um casal bem surdo entrava para o grupo de
Harry.
Uau, disse uma voz familiar assim que ele saiu da tenda novamente e viu Tonks e Lupin em frente fila. Ela tinha se tornado loira para a ocasião. Arthur nos
disse que você era o de cabelo crespo. Desculpe pela última noite, ela adicionou num sussuro concomitantemente ao se encaminharem nave da igreja. O ministério
está sendo muito antilobisomem ultimamente, pensamos que nossa presença não lhe traria nenhum bem.

Tudo bem, eu entendo, disse Harry, falando mais para Lupin do que para Tonks. Lupin deulhe um pequeno sorriso, mas assim que eles se viraram Harry viu
no cenho de Lupin linhas de tristeza. Ele não entendia, mas não havia tempo para pensar nisso. Hagrid estava causando um momento de confusão. Confundindo as ordens
de Fred assim que se sentou, não sobre a magicamente reforçada e aumentada cadeira colocada para ele na fileira de trás, mas em cinco assentos que agora pareciam
uma grande pilha de palitos de ouro.
Enquanto o Sr. Weasley reparava o dano e Hagrid gritava pedidos de desculpa para todos que pudessem ouvir, Harry se apressou de volta para a entrada para
ver Ron face a face com um bruxo de aparência excêntrica. Um pouco vesgo, cabelos brancos na altura dos ombros com textura de cera de vela, ele usava um gorro no
qual pendões balançavam frente de seu nariz e uma veste com cor de amarelo gema. Um símbolo estranho como um olho triangular, brilhava de um cordão no seu pescoço.
Xenófilo Lovegood, ele disse, estendendo a mão Harry, minha filha e eu vivemos além da montanha, tão cortês dos Weasleys nos convidarem. Mas eu acho
que conhece minha Luna? ele completou para Ron.
Sim, disse Ron. Ela não estaria com você?
Ela está vagando naquele jardim pequeno e encantador para saudar os gnomos, uma infestação gloriosa! Tão poucos bruxos percebem quanto eles podem aprender
da sabedoria dos pequenos gnomos ou, para lhes chamar pelo nome certo, os Gernumbli Gardensi.
Os nossos conhecem palavrões excelentes, disse Ron mas eu acho que Fred e Jorge que ensinaram eles.
Ele liderou um grupo de bruxos para a tenda enquanto Luna se aproximava.
Olá, Harry! Ela disse.
Oh, você mudou de nome também? ela perguntou radiante.
Como você sabia?
Oras, apenas pela sua expressão, ela disse.
Como seu pai, Luna estava usando uma veste amarela brilhante, o qual ela complementou com um grande girassol no cabelo. Assim que se acostumou com tanto
brilho, o efeito geral era muito bom. Pelo menos não havia rabanetes pendurados nas orelhas.
Xenófilo, que estava em conversa calorosa com um conhecido, perdeu a conversa entre Harry e Luna. Terminando o adeus bruxo, ele se virou para a filha, que
de dedo erguido disse, Pai, veja um dos gnomês me morder.
Que maravilhoso! Saliva de Gnomo é extremamente benéfica. Disse o Sr. Lovegood, pegando os dedos esticados de Luna e examinando a marca do sangramento.
Luna, meu amor, se sentir algum talento urgindo hoje talvez uma vontade inesperada de cantar ópera ou declarar em Mermáico não se reprima! Você pode ter sido
presenteado pelos Gernumblies!
Ron, passando na direção oposta deixou escapar uma gargalhada alta.
Pode rir Ron, disse Luna serenamente enquanto Harry a guiava junto com o pai para seus assentos, mas meu pai fez muita pesquisa sobre a magia Gernumbli.
Sério? disse Harry, que há muito havia decidido não confrontar Luna e as visões peculiares do seu pai. Tem certeza que não deseja por nada na mordida?
Oh, está tudo certo, disse Luna, sugando seu dedo em um delírio sublime e medindo Harry. Você parece esperto. Eu disse para Papai que a maioria ia usar
roupas formais, mas papai disse que precisamos usar cores do sol em um casamento, para trazer sorte, você sabe.

Enquanto ela ia atrás do pai, Ron reapareceu de braços dados com um senhora de nariz pontudo, olhos vermelhos, e couraça rosa que a deixou semelhante a um
flamingo mal humorado.
E seu cabelo é tão comprido, Ronald, que por um momento eu pensei que fosse a Gina. Pelas barbas de Merlim, o que Xenófilo Lovegood está usando? Ele parece
uma omelete. E quem são vocês? ela rosnou para Harry
Ah sim, Tia Muriel, esse é seu sobrinho Barny.
Mais um Weasley? Vocês se espalham como gnomos. Harry Potter não está aqui? Estava esperando encontralo. Eu pensei que ele fosse eu amigo, Ronald, ou
você estava simplesmente se gabando?
Não ele não pode vir.
Humm. Deu uma desculpa, foi? Não é sensacional como dizem as fotos do jornal, então. Eu estava ensinando noiva como usar minha tiara, ela gritou para Harry.
Feito por elfos, você sabe, e está na família há séculos. Ela é uma garota bonita, mas francesa. Bem, Bem, arranjeme um bom lugar, Ronald, eu tenho cento e sete
anos e não posso ficar em pé por muito tempo.
Ron fez um olhar significativo para Harry enquanto ele passava e não reapareceu por um tempo. Quando, seguir, eles se encontraram na entrada , Harry tinha mostrado
os lugares para uma dúzia de pessoas. A tenda estava quase cheia agora e pela primeira vez não havia fila no exterior.
Um pesadelo, aquela Muriel, disse Ron, secando a sua testa com a manga. Ela costumava vir todo Natal, ai, graças a deus, ela se sentiu ofendida porque Fred
e Jorge colocaram uma bomba de bosta na sua cadeira no jantar. Papai sempre diz que ela vai tirálos do testamento como se eles se importassem, eles vão acabar
mais ricos que qualquer um na família, do jeito como estão indo... Uau, ele completou, piscando rapidamente enquanto Hermione se aproximava deles. Você está
incrível!
Sempre o tom de surpresa, disse Hermione, mas ela sorriu. Ela usava um vestido lilás, muito leve com saltos altos que combinam; e o cabelo liso e brilhante.
Sua tia avó Muriel não concorda, acabei de encontrála escadaria acima enquanto ela entregava a tiara para Fleur. Ela disse, Ohhh querida, essa é a sangue ruim?
e então, má postura e tornozelos finos.
Não leve a sério, ele é rude com todos, disse Ron.
Falando sobe Muriel? um inquieto Jorge, surgindo da tenda com Fred. Sim, ela acabou de dizer que as minhas orelhas são torcidas. Morcega velha. Eu gostaria
que o velho Tio Bilius ainda estivesse vivo; ele era risada certa em casamentos.
Não foi ele que viu um Sinistro e morreu vinte e quatro horas depois? Perguntou Herminone.
Bom, sim, ele estava um pouco estranho perto do fim, concordou Jorge.
Mas antes de ficar biruta ele era a vida e a alma de uma festa, disse Fred. Ele costumava secar uma garrafa de uísque de fogo, corria para a pista de dança,
levantava a roupa, e começava a tirar flores de lá.
Realmente ele soa encantador, disse Hermione, enquanto Harry explodia em risadas.
Por algum motivo nunca casou, disse Ron.
É, isso me intriga, disse Hermione.
Eles estavam todos rindo tanto que ninguém percebeu um convidado atrasado, um jovem de cabelos escuros, de nariz curvado e sobrancelhas grossas, até que ele entregou
seu convite a Ron e disse, com seus olhos voltados para Hermione: Você está maravilhosa.

Victor! ela gritou, e deixou cair sua pequena bolsa de conta, que fez um estampido desproporcionalmente alto. Enquanto ela tropeçava, corando, para arrumar
a bolsa, ela disse Eu não sabia que você vinha deuses adorável te ver como está?
As orelhas de Ron ficaram vermelhas vivo. Após olhar para o convite do Krum como se não acreditasse em uma palavra dele, disse, muito alto, Como você está aqui?
A Fleur me convidou, disse Krum, sobrancelhas erguidas.
Harry não tinha nada contra Krum, apertaram mãos, e sentindo que seria prudente afastar Krum da vista do Ron, ofereceuse para mostrarlhe o assento.
Seu amigo não parece feliz em me ver, disse Krum, enquanto eles entravam na tenda cheia. Ou é seu parente? Ele adicionou com um olhar para o cabelo
curto e crespo de Harry.
Primos, Harry murmurou, mas Krum não estava realmente ouvindo. Sua aparição estava causando um frisson, particularmente entre as primas veelas: Ele era,
afinal, um famoso jogador de Quadribol. Enquanto as pessoas ficavam contorcendo os pescoços para ter uma boa visão dele, Ron, Hermione, Fred e Jorge desceram apressados
a nave.
Hora de sentarse, Fred falou para Harry, ou seremos pisoteados pela noiva.
Harry, Ron e Hermione pegaram seus assentos na segunda coluna, atrás de Fred e Jorge. Hermione parecia bem vermelha e as orelhas de Ron ainda estavam escarlate.
Após alguns momentos ele murmurou para Harry, Você percebeu que ele parece mais estúpido com aquela barbicha? Harry deu um grunhido gutural.
Uma sensação de ansiedade preencheu a tenda quente, o burburinho terminou em ocasionais risadas excitadas. Sr. e Sra. Weasley subiram para a nave com passadas
largas, sorrindo e acenando para seus familiares; Sra. Weasley estava usando uma veste novíssima de cor ametista com um chapéu que combinava.
Um momento depois, Gui e Carlinhos ficaram em guarda frente da tenda, os dois usando casacas, com largas flores rosas no buraco dos botões; Fred assoviou
e teve uma explosão de risadinhas das primas veelas. Então a multidão ficou silenciosa enquanto a música parecia surgir dos balões dourados.
Uauuuu! disse Hermione, circundando a cadeirta para olhar para a entrada. Um número grande de bruxos e bruxas se amontoou enquanto Mounsieur Delacour
e Fleur subiam para a nave, Fleur deslizando, Mounsieur Delacour quicando e zanzando. Fleur usava um vestido branco e simples que parecia emitir um forte brilho
prateado. Enquanto sua luminosidade natural diminuía todos ao redor, hoje ela parecia embelezar a todos que tocava. Gina e Gabrielle, as duas usando vestidos dourados,
pareciam ainda mais bonitas que o usual e uma vez que Fleur o alcançou, Gui parecia que jamais tinha encontrado Fenrir Greyback.
Senhoras e senhores, disse uma voz levemente musical, e com um pequeno choque, Harry viu o mesmo pequenino, bruxo com cabelo de penacho que presidiu o
funeral de Dumbledore, agora frente de Gui e Fleur. Estamos reunidos aqui hoje para celebrar a união dessas almas...
Sim, minha tiara completou o conjunto, disse tia Muriel em um sussuro um tanto
carregado. Mas eu devo dizer, o vestido da Ginevra é um pouco curto demais.
Gina olhou ao redor, com um sorriso largo, confrontou Harry, e rapidamente se virou para frente. A mente de Harry vagava longe da tenda, de volta s tardes que ele
passou sozinho com Gina nas partes solitárias da escola. Eles pareciam tão distantes; eles sempre pareceram bons demais para ser verdade, como se ele estivesse roubando
as horas brilhantes da vida de uma pessoa normal, uma pessoa sem uma cicatriz em forma de raio na testa...

Você, Guilheme Arthur, aceita Fleur Isabelle...?
Na fileira da frente, Sra. Weasley e Madame Delacour estavam as duas soluçando silenciosamente em pedaços de lenços. Sons parecidos com de trompete vindos da traseira
da tenda mostravam a todos que Hagrid tinha tirado seu próprio lenço do tamanho de uma toalha de mesa. Hermione virouse e mirou Harry; seus olhos estavam cheios
de lágrima.
.. Então vos declaro ligados pela vida.
O bruxo de cabelo de penacho abanou sua mão sobre as cabeças de Gui e Fleur e uma chuva de estrelas prateadas caiu sobre eles, espiralando ao redor da figura agora
ligada deles. Assim que Fred e Jorge iniciaram uma rodada de aplausos, os balões dourados explodiram em som. Pássaros paradisíacos e pequenos sinos dourados voaram
e flutuaram a partir dos balões, adicionando sua música e tom barulheira.
Senhoras e Senhores! Chamou o bruxo de cabelo de penacho. Se vocês puderem se levantar!
Todos se levantaram, tia Muriel grunhindo audivelmente; o bruxo balançou seu braço novamente. O lugar no qual eles estiveram sentados se desfez graciosamente no
ar enquanto as paredes de lona da tenda sumiam, então eles ficaram em pé embaixo do dossel suportado por colunas douradas, com uma visão gloriosa da luz do sol
através do pomar e a vizinhança campestre. A seguir, uma piscina de ouro derretido se espalhou para o centro da tenda para formar uma pista de dança brilhante, as
cadeiras deslizantes se agruparam em torno de uma pequena mesa coberta de branco, para a qual todas flutuaram graciosamente para se alinharem em torno dela, e a
banda de jaquetas douradas se agrupou perto de um pódio.
Legal, disse Ron aprovando enquanto os garçons apareciam de todos os lados, segurando bandejas prateadas de suco de abóbora, cerveja amanteigada, uísque
de fogo, pilhas de sanduíches e tortas.
Deveríamos ir parabenizálos! disse Hermione, ficando nas pontas dos dedos para ver o lugar no qual Gui e Fleur tinham sumido no meio da multidão feliz.
Teremos tempo mais tarde, disse Ron, dando de ombros e pegando três cervejas amanteigadas de uma travessa que passava, e deu uma para Harry. Hermione,
espera, vamos pegar uma mesa... Não aqui! Nenhum lugar perto da Muriel.
Ron os liderou pela pista de dança vazia, olhando para direita e esquerda enquanto iam; Harry tinha certeza que ele estava vigiando Krum. Quando eles alcançaram
o outro lado da tenda, a maioria das mesas estava ocupada: A mais vazia era a que Luna ocupava sozinha.
Tudo bem se a gente se unir a você? Perguntou Ron.
Ah sim, disse alegremente. Papai acabou de sair para dar um presente para Gui e Fleur.
O que vai ser, um estoque vitalício de tubérculos? Perguntou Ron.
Hermione mirou um chute nele por baixo da mesa, mas acertou Harry. Com os olhos lacrimejando em dor, Harry perdeu o foco da conversa por uns momentos.
A banda começou a tocar, Gui e Fleur entraram primeiro na pista de dança, ovacionados; depois de um tempo, Sr. Weasley conduziu Madame Delacour pela pista,
seguido por Sra. Weasley e o pai de Fleur.
Eu gosto dessa música, disse Luna, balançandose no tempo de uma música parecida com uma valsa, e alguns segundos depois ela deslizou pela pista de dança,
onde se revolvia no mesmo lugar, quase sozinha, olhos fechados e balançando os braços.
Ela é ótima, né? Disse Ron admirado Sempre valorosa.

Mas o sorriso sumiu rapidamente da sua face: Victor Krum apareceu no espaço deixado por Luna. Hermione parecia embaraçosamente satisfeita, mas dessa vez
Krum não tinha vindo para bajulála. Franzindo a testa ele disse: Quem é aquele homem de amarelo?
Aquele é Xenófilo Lovegood, pai de uma amiga nossa. falou Rony. Seu tom agressivo indicou que não estavam a ponto de rir de Xenófilo, apesar da clara
provocação. Venha dançar... , acrescentou abruptamente para Hermione.
Ela olhou para trás, satisfeita, e se levantou.
Eles desapareceram juntos na crescente multidão da pista de dança.
Ah, eles estão juntos agora? perguntou Krum, momentaneamente distraído. Er... de certa forma, respondeu Harry.
Quem é você? Perguntou Krum.
Barny Weasley.
Você, Barny, você conhece esse Lovegood bem?
Não, o conheci hoje. Por que?
Krum olhou por cima de seu drink, observando Xenófilo, que estava conversando com muitas pessoas do outro lado da pista de dança.
Porque.. respondeu Krum se ele não é um convidado de Fleur, duelarei com ele, aqui e agora, para ver aquela marca imunda em seu peito!
Marca? perguntou Harry, olhando para Xenófilo também. Um estranho olho triangular estava brilhando em seu peito. Por que? O que há de errado?
Grindelvald. É a marca de Grindelvald.
Grindelvald... O bruxo das trevas que Dumbledore derrotou?
Exatamente.
Os músculos maxilares de Krum se contraíram, então ele falou:
Grindelvald matou muitas pessoas. Meu avô, por exemplo. Claro, ele não era poderoso neste país, dizem que temia Dumbledore... e de fato, veja como tudo
acabou. Mas este disse, apontando o dedo para Xenófilo este é seu símbolo, eu reconheci de imediato: Grindelvald o esculpiu em uma parede em Durmstrang quando
era um aluno. Alguns otários o copiaram em seus livros e roupas querendo chocar, para parecerem impressionantes... e até pessoas que perderam membros de suas famílias
para Grindelvald começaram a vêlos com outros olhos.

Krum estalou as suas juntas ameaçadoramente e lançou outro olhar para Xenófilo. Harry ficou perplexo. Parecia incrivelmente improvável que o pai de Luna
apoiasse as Artes das Trevas, e ninguém mais na tenda parecia haver reconhecido o símbolo triangular.


Você er tem certeza que é de Grindelvald?
Não me engano disse Krum friamente. Passei por esse símbolo durante vários anos, conheçoo bem.
Bom, há uma chance disse Harry que Xenófilo não saiba exatamente o que significa, os Lovegood são bem diferentes. Ele poderia facilmente ter pego
em algum lugar e achado que é um corte transversal da cabeça de um Bufador de Chifre Enrugado ou algo do gênero.
Um pedaço de quê?
Eu não sei o que eles são, mas aparentemente, ele e a filha saíram nas férias para procurálos...

Harry achou que estava fazendo um péssimo trabalho ao tentar explicar Luna e seu pai.
Aquela é a filha ele disse, apontando para Luna, que ainda dançava sozinha, movendo os braços ao redor da cabeça como se alguém estivesse tentando acertala
com gnomos.
Por que ela está fazendo aquilo? perguntou Krum.
Provavelmente está tentando se livrar de um zonzóbulo wrackspurt disse Harry, que reconheceu os sintomas.

Krum pareceu não entender se Harry estava zombando dele. Ele tirou a varinha de dentro da túnica e fez com ela um gesto significativo sobre a coxa; fagulhas
saíram da ponta.
Gregorovitch disse Harry em voz alta, Krum percebeu, mas Harry estava muito excitado para se preocupar; a memória havia voltado a ele quando viu a varinha
de Krum. Lembrou de Olivaras pegandoa e examinandoa cuidadosamente antes do Torneio Tribruxo.
O que tem ele? Krum perguntou, intrigado.
Ele é fabricante de varinhas!
Eu sei disso respondeu Krum.
Ele fez sua varinha. Então eu pensei Quadribol
Krum olhava para ele mais e mais intrigado.
Como você sabe que Gregorovitch fez minha farinha?
Eu eu li em algum lugar. Acho disse Harry em uma revista de fãs... ele improvisou e Krum olhou para ele convencido.
Não sabia que discutiam a minha varinha nas revistas de fãs ele disse.
Então... Er Onde está Gregorovitch atualmente?
Krum pareceu confuso.

Ele se aposentou há muitos anos. Fui um dos últimos a comprar uma varinha de Gregorovitch. São as melhores... Embora, claro, eu saiba que vocês ingleses
compram as de Olivaras. Harry não respondeu. Ele fingiu observar os dançarinos, como Krum, mas estava pensando. Então Voldemort estava procurando por um famoso fabricante
de varinhas, e Harry não havia percebido o motivo. É claro que foi por causa daquilo que a varinha de Harry fez quando Voldemort o perseguira pelos céus. A varinha
de azevinho e pena de fênix havia vencido a emprestada, algo que Olivaras não havia previsto ou entendido. Será que Gregorovitch saberia? Seria ele realmente mais
habilidoso que Olivaras, será que ele saberia segredos de varinhas que Olivaras não conhecia?
Essa garota é muito bonita dise Krum, trazendo Harry de volta realidade. Krum apontava para Gina, que estava divertindo Luna. Ela também é sua parente?
Sim disse Harry, repentinamente irritado. E ela está saindo com alguém. Um tipo ciumento. Um cara grande. Você não gostaria de se topar com ele.
Krum grunhiu: Qual a vantagem disse ele, secando sua taça e levantandose novamente de ser um jogador de Quadribol famoso internacionalmente se todas
as garotas bonitas já têm alguém?
E saiu de perto da mesa, deixando Harry livre para apanhar um sanduíche de um garçom que passava e dar uma volta pela pista de dança. Queria avisar Ron do
que havia descoberto sobre Gregorovitch, mas ele estava dançando com Hermione bem no meio da pista.

Harry se apoiou contra um dos pilares dourados e observou Gina, que agora dançava com Lino Jordan, amigo de Fred e Jorge, tentando não ficar chateado pela
promessa que fizera a Ron.
Ele nunca havia ido a um casamento antes, então não sabia avaliar o quanto as celebrações dos bruxos eram diferentes das dos trouxas, embora estivesse agradavelmente
certo de que as dos trouxas não envolveriam um bolo de casamento com dois tipos de fênix em cima, que voavam quando o bolo fosse cortado, ou garrafas de champagne
que flutuavam sobre a multidão. Conforme a tarde avançava, mariposas começavam a pousar sobre o dossel, agora iluminado por lanternas douradas voadoras, a festança
ficava mais e mais descontrolada. Fred e Jorge já haviam desaparecido na escuridão com um par de primas de Fleur; Carlinhos, Hagrid e um bruxo gordinho com o rosto
levemente arroxeado cantavam alegremente "Ode a um Herói" em um canto.
Perambulando pela multidão tentando escapar de um tio bêbado de Ron que havia teimado que Harry era seu filho, Harry mirou um velho bruxo sentado sozinho em uma
mesa. Sua nuvem de cabelos brancos o deixava mais parecido com um antigo relógio. Ele parecia familiar. Esforçando o cérebro, Harry subitamente percebeu que era
Elfias Doge, membro da Ordem da Fênix e autor do obituário de Dumbledore.
Harry se aproximou dele.
Posso me sentar?
Claro, claro disse Doge; ele tinha uma voz rouca, ligeiramente asmática.
Harry se inclinou para perto dele.
Sr. Doge, eu sou Harry Potter.
Doge engasgou.
Meu caro menino! Arthur me disse que você estaria aqui, disfarçado... Estou tão contente, tão honrado!
Tremendo, com uma satisfação nervosa, Doge derramou sobre Harry uma taça de champagne.
Pensei em escrever para você sussurrou após Dumbledore... O choque... E para você, tenho certeza...
Seus olhos miúdos brilharam com lágrimas repentinas.
Vi o obituário que você escreveu para o Profeta Diário disse Harry. Não sabia que conhecia o Professor Dumbledore tão bem.
Tão bem como qualquer um disse Doge, secando os olhos com um guardanapo. Eu certamente o conhecia há mais tempo, sem contar Aberforth... E não sei
por que, ninguém nunca o conta.
Falando no Profeta Diário Não sei se o Sr. viu, Sr. Doge...?
Por favor, me chame de Elfias, caro rapaz.
Elfias, não sei se você viu a entrevista que Rita Skeeter deu sobre Dumbledore?
A face de Doge ficou imediatamente avermelhada.
Oh sim, Harry, eu vi. Aquela mulher, ou urubu, seria um termo mais adequado, ela positivamente me importunou a falar com ela, tenho vergonha de dizer que
fui um tanto rude, disse que era uma truta intrometida, o que resultou, como você deve ter visto, em indiretas a respeito da minha sanidade.
Bom, nessa entrevista Harry continuou Rita Skeeter insinuou que o Professor Dumbledore estava envolvido com as Artes das Trevas quando jovem.
Não acredite em uma única palavra disso! disse Doge, de uma só vez. Nenhuma Harry! Não deixe que nada macule suas lembranças de Alvo Dumbledore!
Harry olhou para a face estreita e enrugada de Doge e se sentiu, não receoso, mas frustrado. Será que Doge realmente achava que seria tão fácil, que Harry
poderia simplesmente escolher não acreditar? Ele não entendia que Harry precisava ter certeza, saber tudo?
Talvez Doge houvesse suspeitado dos sentimentos de Harry, pois pareceu interessado e preocupado.
Harry, Rita Skeeter é uma maldita...
Mas foi interrompido por um cacarejo estridente.
Rita Skeeter? Oh, eu a amo, sempre leio sua coluna!
Harry e Doge olharam para cima e viram Tia Muriel parada ali, com plumas dançando em seu cabelo, uma taça de champanhe na mão.
Ela está escrevendo um livro sobre Dumbledore, vocês sabem!
Olá, Muriel disse Doge. Sim, estávamos justamente discutindo...
Você aí, me dê sua cadeira! Eu tenho cento e sete anos!
Outro primo Weasley ruivo pulou de seu assento, parecendo alarmado, e a Tia Muriel mergulhou nele com surpreendente agilidade e se acomodou entre Doge e
Harry.
Olá, novamente, Barny ou o que quer que seja disse a Harry. Agora, sabem o que estão falando de Rita Skeeter, Elfias? Ela está escrevendo uma biografia
de Dumbledore. Mal posso esperar para ler. Devo lembrar de encomendar uma cópia na Floreios e Borrões!
Doge parecia sério e solene, mas tia Muriel secou a taça em um gole e estalou os dedos ossudos para um garçom que passava voltar a enchêla. Então, tomou
um grande gole, arrotou e disse:
Não precisam ficar me olhando como um par de sapos empalhados! Antes de se tornar tão respeitado e reverenciável e tudo o mais, houve uns rumores engraçados
sobre Alvo!
Fofocas. disse Doge, ficando novamente vermelho.
Você pode dizer isso, Elfias cacarejou Tia Muriel. Já notei como você passou por cima de certos assuntos naquele seu obituário!
Sinto muito que você pense assim disse Doge, ainda mais frio. Garanto a você que escrevi de coração.
Oh, todos sabemos como você idolatrava Dumbledore; ouso mesmo dizer que você ainda acha que ele seja um santo mesmo que isso signifique esquecer o que
ele fez com sua irmã Aborto!
Muriel! exclamou Doge.
Um arrepio que não tinha nada a ver com a champanhe gelada foi sentido dentro do peito de Harry.
O que você quer dizer? ele perguntou a Muriel. Quem disse que a irmã dele era um aborto? Pensei que ela fosse doente.
Então você pensou errado, não é, Barry? disse tia Muriel, parecendo deliciada com o efeito de suas palavras. De qualquer forma, como você poderia esperar
saber algo sobre esse assunto? Tudo aconteceu muitos anos antes de você ser sequer um pensamento, meu querido, e a verdade é que aqueles de nós que já eram vivos
nunca souberam o que realmente aconteceu. Por isso eu não posso esperar para ver o que Skeeter descobriu! Dumbledore manteve sua irmã escondida por muito tempo!
Não é verdade! ofegou Doge. Absolutamente falso!
Ele nunca me disse que a irmã era um aborto disse Harry, sem pensar, ainda gelado por dentro.
E por que motivo ele diria isso a você? guinchou Muriel, se remexendo um pouco no assento enquanto tentava focalizar Harry.
O motivo pelo qual Alvo nunca falou de Ariana começou Elfias, com a voz embargada pela emoção é, devo imaginar, muito claro. Ele esteve tão devastado
com sua morte...
E por que ninguém mais a viu, Elfias? grasnou Muriel. Por que metade de nós sequer sabia que ela existia até que eles carregaram o caixão para fora
da casa e fizeram um funeral para ela? Onde estava o santo Alvo enquanto Ariana esteve trancada no porão? Certamente brilhando em Hogwarts, e deixando de lado o
que acontecia em sua própria casa!
O que você quer dizer com trancada no porão? perguntou Harry. O que é isso?
Doge parecia miserável. Tia Muriel cacarejou novamente e respondeu a Harry:
A mãe de Dumbledore era uma mulher terrível, simplesmente terrível. Nascida trouxa, embora eu já tenha ouvido que ela fingia ser outra coisa...
Ela nunca fingiu nada assim! Kendra era uma boa mulher sussurrou Doge, angustiado, mas Tia Muriel o ignorou.
É o que você diz, Elfias, mas explique, então, por que ela nunca foi a Hogwarts! disse Tia Muriel. Ela voltouse para Harry. em nossa época, Abortos
eram freqüentemente renegados, embora fosse um extremo aprisionar uma garotinha em casa e fingir que ela não existia...
Estou dizendo, isso não aconteceu! disse Doge, mas Tia Muriel apenas evirou os olhos, ainda se dirigindo a Harry.
Abortos eram normalmente enviados a escolas trouxas e encorajados a integrar a comunidade trouxa... Muito melhor que tentar encontrar para eles um lugar
no mundo mágico, onde sempre seriam cidadãos de segunda classe, mas naturalmente Kendra Dumbledore nem sonharia em deixar a filha ir a uma escola trouxa...
Ariana era doente! disse Doge, desesperadamente. Sua saúde sempre foi frágil para permitir que ela...
Para permitir que ela saísse de casa? cacarejou Muriel. E ainda assim ela jamais foi levada a Hospital St. Mungus e nenhum Curandeiro jamais a viu?
Realmente, Muriel, como você pode saber se...
Para sua informação, Elfias, meu primo Lancelot era um Curandeiro em St. Mungus naquela época, e ele falou para minha família em estrita confidência que
Ariana nunca foi vista ali. Lancelot achava isso muito suspeito!
Doge parecia estar beira das lágrimas. Tia Muriel, que parecia enormemente satisfeita consigo mesma, estalou os dedos em busca de mais champanhe. Harry
pensou nebulosamente em como os Dursley já haviam feito ele se calar, trancandoo, mantidoo em segredo, tudo pelo crime de ser um bruxo. Teria a irmã de Dumbledore
sofrido o mesmo destino ao contrário: aprisionada por sua falta de magia? E teria Dumbledore realmente deixadoa ao sabor do seu destino enquanto ia para Hogwarts
e mostrava como era talentoso e brilhante?
Agora, se Kendra não houvesse morrido antes resumiu Muriel eu diria que foi ela que acabou com Ariana...
Como você pode, Muriel! grunhiu Doge Uma mãe matar a própria filha? Pense no que está dizendo!
Se a própria mãe for capaz de aprisionar a própria filha por anos a fio, por que não? volveu Tia Muriel, pensativamente. Mas eu digo, se não fosse por
Kendra ter morrido antes de Ariana, ninguém teria certeza disso.
Sim, Ariana fez uma tentativa desesperada para se libertar e matou Kendra disse Tia Muriel pensativamente balance a cabeça o quanto quiser, Elfias. Você
esteve no funeral de Ariana, não?
Sim, estive disse Doge, com os lábios trêmulos E foi a situação mais triste e desesperadora que posso me lembrar. Alvo etava com o coração partido...
Seu coração não era a única coisa. Não se lembra que Aberforth quebrou o nariz de Alvo a caminho da cerimônia fúnebre?
Se Doge já parecia aterrorizado antes disso, não era nada em comparação com seu aspecto agora. Muriel poderia têlo apunhalado. Ela cacarejou em voz alta
e tomou outro gole de champanhe, que escorreu por seu queixo.
Como você... crocitou Doge.
Minha mãe era amiga da velha Bathilda Bagshot disse Tia Muriel, alegremente. Bathilda descreveu tudo para minha mãe e eu escutei atrás da porta. Uma
rixa ao lado do caixão. Pelo que Bathilda disse, Aberforth gritou que era tudo culpa de Alvo, que Ariana estava morta e então socou sua cara. De acordo com Bathilda,
Alvo sequer se defendeu, e isso já foi bem esquisito. Alvo poderia ter destruído Aberforth em um duelo com as duas mãos amarradas nas costas.
Muriel tomou ainda mais champanhe.
A narrativa de todos aqueles escândalos parecia entretêla tanto quanto horrorizava Doge. Harry não sabia o que pensar, em que acreditar. Ele queria a verdade
e ainda assim tudo o que Doge fazia era ficar ali sentado repetindo fracamente que Ariana estivera doente. Harry mal podia acreditar que Dumbledore não tivesse interferido
na tamanha crueldade que aconteceu dentro de sua própria casa, e ainda assim, havia algo indubitavelmente estranho na história.
E vou dizer mais continuou Muriel, soluçando alto ao pousar a taça. Acho que Bathilda entregou tudo a Rita Skeeter. Todas essas notas na entrevista
da Skeeter sobre uma fonte importante perto dos Dumbledores... Deus sabe que ela esteve por lá durante toda essa coisa com a Ariana, e poderia ser ela!
Bathilda jamais falaria para Rita Skeeter sibilou Doge.
Bathilda Bagshot? Harry disse. A autora de História da Magia?
O nome estivera impresso na capa de um dos livros escolares de Harry, embora ele admitisse que não lera com muita atenção.
Sim disse Doge, se agarrando a pergunta como um homem afogado que se agarra a uma bóia. Uma das melhores historiadoras mágicas e velha amiga de Alvo.
Meio gagá atualmente, ouvi dizer acrescentou Tia Muriel animadamente.
Se é assim, é ainda mais vergonhoso para Skeeter tirar vantagem dela disse Doge, e nenhum crédito pode ser dado a o que Bathilda tenha dito!
Oh, há maneiras de trazer de volta as memórias, e tenho certeza que Rita Skeeter conhece todas elas disse Tia Muriel. Mas mesmo se Bathilda estiver
completamente lelé, tenho certeza que ainda tem velhas fotografias, talvez até cartas. Ela conhecia os Dumbledores há anos Bem, valeria uma viagem a Godric´s Hollow,eu
penso.
Harry, que estivera tomando um gole de cerveja amanteigada, engasgou. Doge bateu em suas costas enquanto ele tossia, olhando para Tia Muriel por entre as
lágrimas
Quando recobrou o controle da voz, ele perguntou:
Bathilda Bagshot mora em Godric's Hollows?
Oh sim, ela está lá há uma eternidade! Os Dumbledore se mudaram para lá depois que Percival foi preso, e ela era a vizinha.
Os Dumbledores moravam em Godric's Hollows?
Sim, Barry, foi o que eu acabei de dizer reiterou Tia Muriel.
Harry se sentiu sugado, vazio. Nunca, jamais, em seis anos, Dumbledore havia dito a Harry que ambos haviam vivido e perdido pessoas queridas em Godric's Hollow.
Por quê? Será que Lílian e Tiago haviam sido enterrados perto da irmã e da mãe de Dumbledore? Teria ele visitado suas sepulturas, talvez caminhado até a de Lílian
e de Tiago para isso? E ele nunca contara a Harry Jamais se importou em dizer...
E porque isso era importante, Harry não poderia explicar nem para si mesmo, mas mesmo assim sentia que era quase uma mentira não contar a ele que tinham essas experiências
em comum. Ele se ergueu, mal notando o que acontecia ao seu redor, e não percebeu que Hermione surgira da multidão até que se deixou cair em uma cadeira ao seu lado.
Eu simplesmente não posso mais dançar... ela ofegou, tirando um dos sapatos e esfregando a sola do pé. Ron foi procurar mais cervejas amanteigadas.
É um pouco estranho, eu acabei de ver Victor se afastando do pai da Luna, parecia que eles tinham discutido... ela baixou a voz, olhando para ele Harry, você
está bem?
Harry não sabia por onde começar, mas isso não importava, naquele momento, alguma coisa grande e prateada baixou do dossel até a pista de dança.
Gracioso e brilhante, o lince pousou levemente no meio dos dançarinos atônitos. Cabeças se viraram, os mais próximos congelaram no meio da dança. Então a boca do
patrono se abriu e ele falou com a voz profunda e lenta de Kingsley Shaklebolt:

O Ministério caiu. Scrimgeour está morto. Eles estão chegando.

CAPÍTULO NOVE
Um lugar para se esconder

Tudo parecia desfocado, devagar. Harry e Hermione pularam e sacaram suas varinhas. Muitas pessoas acabavam de notar que alguma coisa estranha tinha acontecido. Alguns
ainda olhavam para o gato prateado enquanto ele sumia. O silêncio espalhouse em ondas frias ao redor do lugar onde o patrono apareceu. Então alguém gritou.
Harry e Hermione seguiram a multidão em pânico. Convidados corriam em todas as direções, alguns estavam desaparatando, os feitiços de proteção ao redor da Toca tinham
sumido.
Rony! Hermione gritou. Rony, onde você está?
Enquanto eles passavam pela pista de dança, Harry viu figuras mascaradas e vestidas com capa aparecendo na multidão, então ele viu Lupin e Tonks, suas varinhas erguidas,
e escutou os dois gritarem, Protego!, um choro ecoou por todos os lados.
Rony! Rony! Hermione gritava, meio soluçando, enquanto ela e Harry eram empurrados pelos convidados aterrorizados. Harry levantou sua mão para ter certeza de
que eles não seriam separados enquanto os traços de luz passavam pelas suas cabeças; se eram feitiços protetores ou alguma coisa mais sinistra, ele não sabia.
E então Rony estava lá. Ele agarrou o braço livre de Hermione e Harry a sentiu girar; visão e som se extinguiram enquanto a escuridão o pressionava. Tudo que ele
podia sentir era a mão de Hermione enquanto era espremido através do tempo e do espaço para longe da Toca, para longe dos recémchegados comensais, para longe, talvez,
de Voldemort em pessoa.
Onde estamos? disse a voz de Rony.
Harry abriu os olhos. Por um momento, ele pensou que não tinha saído do casamento, eles ainda pareciam cercados de gente.
Estrada da Corte Tottenham afirmou Hermione. Ande, apenas ande. Nós precisamos encontrar um lugar pra vocês trocarem de roupa.
Harry fez como ela pediu. Eles meio que andaram, meio que correram pela rua escura, deserta, cheia de coisas reveladoras e lojas fechadas, as estrelas reluzindo
acima deles. Um ônibus de dois andares passou fazendo barulho e um grupo de freqüentadores de bar os observou enquanto eles passavam. Harry e Rony ainda vestiam
ternos.
Hermione, não temos nada pra vestir Rony disse para ela, enquanto uma adolescente dava risadinhas abafadas para Rony.
Por que eu não trouxe minha Capa de Invisibilidade? disse Harry culpando a si mesmo por sua estupidez. Todo o ano passado eu a carreguei e...
Tudo bem, eu peguei a capa e roupas para vocês dois disse Hermione. Apenas tente agir naturalmente até que... Aqui vai dar certo.
Ela os levou até uma rua paralela e depois para dentro do abrigo de um beco escuro.
Quando você diz que está carregando a capa, as roupas... disse Harry, franzindo as sobrancelhas para ela, que estava carregando nada mais que sua pequena bolsa
de mão onde agora estava mexendo.
Sim, estão aqui disse Hermione, e para a surpresa de Harry e Rony, ela tirou uma calça jeans, uma camiseta, algumas meias marrons e finalmente a capa prateada.
Mas como é que...?
Feitiço de extensão indetectável disse Hermione. Arriscado, mas eu acho que fiz tudo certo. De qualquer modo, eu consegui colocar tudo que precisávamos aqui.
Ela deu uma chacoalhada na bolsa de aspecto frágil que ecoou como se levasse uma carga de vários objetos pesados. Nossa! Deve ser os livros ela disse olhando
dentro da bolsa. E eu tinha separado por assunto... Ah, bem... Harry, é melhor você pegar sua Capa de Invisibilidade. Rony, troquese logo.
Quando você fez tudo isso?
Eu te disse na Toca, eu tinha todo o essencial ensacado há dias. Caso a gente precisasse fazer uma saída rápida, sabe? Eu guardei suas coisas essa manhã, Harry,
depois de você ter se trocado, e coloquei tudo aqui. Eu tive um pressentimento...
Você é maravilhosa, com certeza disse Rony dando a ela suas roupas enxovalhadas.
Obrigada disse Hermione dando um pequeno sorriso enquanto colocava as roupas na bolsa.
Por favor, Harry! Coloque a capa!
Harry jogou sua Capa de Invisibilidade nos ombros e sobre a cabeça, sumindo de vista. Ele tinha acabado de se dar conta do que tinha acontecido.
Os outros.. Todo mundo no casamento...
Nós não podemos nos preocupar com isso agora sussurrou Hermione. É atrás de você que eles estão, Harry, e nós colocaremos todo mundo em mais perigo se voltarmos.
Ela está certa disse Rony, que sabia que Harry estava a ponto de discutir mesmo que não pudessem ver seu rosto. A maioria dos membros da Ordem estava lá...
Eles tomam conta de todo mundo.
Harry fez que sim com a cabeça, lembrou que eles não podiam vêlo e disse: É. Mas pensou em Gina e o medo queimou feito ácido em seu estômago.
Vamos. Eu acho que nós devemos ir disse Hermione.
Eles voltaram para a rua e depois novamente para a avenida principal.
Só por curiosidade, por que Estrada da Corte Tottenham? Rony perguntou a Hermione.
Não tenho idéia, simplesmente apareceu na minha cabeça, mas eu tenho certeza de que estamos mais salvos no mundo bruxo, eles não esperam nos encontrar aqui.
Verdade disse Rony olhando ao redor. Mas você não se sente um tanto exposta?
Onde mais? Perguntou Hermione encolhendose enquanto os homens do outro lado da rua começaram a uivar que nem lobos. Nós não vamos conseguir quartos no Caldeirão
Furado, vamos? E Grimmauld Place está fora de questão porque Snape pode entrar lá. Eu acho que podemos tentar minha casa, apesar de haver uma chance de os comensais
irem lá checar. Ai, eu queria que eles calassem a boca!
Tudo bem, gracinha? o mais bêbado dos homens na outra calçada gritava. Gostaria de tomar um drinque? Animese e venha tomar um gole!
Vamos sentar em algum lugar! Hermione disse rispidamente enquanto Rony abria a boca para gritar de volta:
Olha, deve servir, aqui!
Era um pequeno e sujo café 24 horas. Uma luz cor de graxa pairava em todas as mesas de fórmica, mas pelo menos estava vazio. Harry sentou primeiro em uma cabine
e Rony sentouse do seu lado, de frente para Hermione que estava de costas para a entrada e não gostava nada disso. Ela olhava sobre o ombro tão freqüentemente que
parecia ter um tique nervoso. Harry não gostava de ficar parado, andar dava a sensação de que eles tinham uma dianteira. Por detrás da capa, ele podia sentir os
últimos vestígios da poção Polissuco desaparecer, suas mãos retornando ao tamanho e forma normais. Ele tirou seus óculos do bolso e os colocou de novo.
Depois de um ou dois minutos, Rony disse:
Sabe? Nós não estamos longe do Caldeirão Furado, é ali na Charing Cross.
Rony, não podemos! afirmou Hermione de uma vez.
Não pra ficar lá, mas pra saber o que está acontecendo!
Nós sabemos o que está acontecendo! Voldemort tomou o Ministério da Magia, o que mais precisamos saber?!
Tá bom, tudo bem, era só uma idéia!
Eles caíram em um silêncio incômodo. A garçonete que mascava chicletes passou e Hermione pediu dois cappuccinos: como Harry estava invisível, ia parecer estranho
pedir um para ele. Um par de trabalhadores entrou no café e se espremeu na outra cabine. Hermione baixou a voz para um suspiro.
Eu digo que devemos achar um lugar calmo para desaparatar e ir para o campo. Quando estivermos lá, mandamos uma mensagem para a Ordem.
Você pode fazer aquela coisa do patrono falante? perguntou Rony.
Eu tenho praticado e acho que sim disse Hermione.
Bem, contanto que eles não se metam em encrenca, apesar de que já devem estar presos nesse momento. Deus, isso é revoltante Rony acrescentou depois de dar um
gole no seu café ralo e espumoso. A garçonete ouviu; lançou a Rony um olhar de desprezo enquanto passava para pegar os pedidos dos outros fregueses. O maior dos
dois homens, que era loiro e enorme, acenava para que ela fosse embora na hora que Harry olhou. Ela o encarou irritada.
Vamos indo então, eu não quero mais beber essa porcaria disse Rony. Hermione, você tem dinheiro trouxa para pagar isso?
Sim, eu peguei todo meu dinheiro guardado antes de ir Toca. Eu aposto que todos os trocados estão aí no fundo apontou Hermione pegando sua bolsa frisada.
Os dois homens fizeram movimentos idênticos e Harry imitou sem nem ter consciência do que fazia. Os três sacaram suas varinhas. Rony, que percebeu segundos depois
o que acontecia, pulou na mesa e puxou Hermione para baixo de sua cadeira. A força dos feitiços dos comensais foi tanta que espatifou o teto no lugar onde a cabeça
de Rony estava segundos antes, enquanto Harry, ainda invisível, gritava: Estupefaça!
O grande e loiro Comensal da Morte foi atingido no rosto por um raio de luz. Ele caiu de lado, inconsciente. Seu companheiro, sem poder ver quem lançou o feitiço,
lançou outro em Rony. Cordas pretas voaram da ponta de sua varinha e ataram Rony dos pés a cabeça a garçonete correu para a porta. Harry lançou outro feitiço estuporante
no comensal com o rosto retorcido que tinha atado Rony, mas o feitiço errou, bateu em uma parede e voltou na garçonete que caiu em frente porta.
Expulso! gritou o comensal e a mesa em frente a Harry explodiu. A força da explosão o mandou para a parede e ele sentiu sua varinha voar enquanto a capa saía
de seu corpo.
Petrificus Totalus! gritou Hermione fora de visão e o comensal caiu como uma estátua com um estalido alto na bagunça de louça quebrada, mesas e café. Hermione
rastejou debaixo do banco sacudindo o cabelo para tirar os cacos e tremendo.
Ddiffind! ela disse apontando a varinha para Rony, que gritou de dor quando ela abriu um buraco no seu jeans, deixando um corte profundo na pele. Desculpeme
Rony, minhas mãos estão tremendo! Diffindo!
As cordas apertadas caíram. Rony levantou sacudindo seus braços para voltar a sentilos. Harry pegou de volta sua varinha e andou por sobre os escombros até onde
o grande comensal estava esparramado entre as cadeiras.
Eu devia têlo reconhecido, ele estava lá na noite que Dumbledore morreu ele disse. Ele virou o comensal mais escuro com seu pé, os olhos do homem estavam se
movendo rapidamente entre Harry, Rony e Hermione.
Este é Dolohov disse Rony. Eu o reconheci pelos pôsteres de procurado. Eu acho que o grande é Thorfinn Rowle.
Não importa como eles se chamam! disse Hermione um pouco histérica. Como eles descobriram a gente? O que nós vamos fazer?
De algum modo, o pânico na voz dela clareou a mente de Harry.
Tranque a porta ele disse pra ela. E ,Rony, desligue as luzes.
Ele olhava abaixo para o Dolohov paralisado e pensava rápido enquanto a fechadura fazia um click e Rony usava o Apagueiro para pôr o café na escuridão. Harry podia
ouvir os homens que antes tinham gritado para Hermione fazer a mesma coisa com outra garota em algum lugar distante.
O que nós vamos fazer com eles? Rony falou baixinho para Harry em meio escuridão, então disse ainda mais rápido: Matálos? Eles iam nos matar. Fizeram uma
boa tentativa agora. Hermione deu um passo pra trás e Harry balançou a cabeça.
Nós temos apenas que apagar suas memórias disse Harry. É melhor desse jeito, nós tiramos eles de cena. Se nós os matarmos, vai ficar óbvio que estivemos aqui.
Você é quem manda disse Rony soando profundamente aliviado. Mas eu nunca fiz um feitiço de memória.
Nem eu disse Hermione. Mas eu sei a teoria. Ela respirou calma e brevemente e então apontou a varinha para a testa de Dolohov e disse: Obliviate!
Na mesma hora os olhos de Dolohov ficaram fora de foco.
Brilhante! disse Harry batendo nas costas da garota. Cuida do outro e da garçonete enquanto eu e Rony limpamos o lugar...
Limpar? disse Rony olhando para o café quase destruído. Por quê?
Você não acha que eles vão imaginar o que aconteceu caso acordem e encontrem um lugar que parece ter sido bombardeado?
Ah, é... Verdade.
Rony demorou um momento antes de tirar a varinha do seu bolso.
Não é toa que não consigo tirála, Hermione. Você empacotou meu jeans velho, está apertado.
Desculpa sussurrou Hermione enquanto tirava a garçonete da vista da janela, Harry a escutou dando uma sugestão de onde Rony poderia colocar a sua varinha.
Uma vez que o café tinha voltado a sua condição anterior, eles levantaram os comensais e os colocaram de novo nas suas cadeiras, arrumando para que ficassem um de
frente pro outro.
Mas como eles nos acharam? Hermione perguntou olhando de um homem inerte para o outro. Como eles descobriram onde nos encontrar?
Ela se virou para Harry.
Vocêvocê acha que ainda tem o Rastro em você, acha Harry?
Ele não pode ter disse Rony. O rastro rompese na hora que você faz dezessete, isso é lei dos bruxos, não pode ser colocado em adultos.
Até onde eu sei disse Hermione , mas e se os comensais acharam um jeito de colocar em um adolescente de dezessete anos?
Mas Harry não esteve perto de um comensal nas últimas vinte e quatro horas. Quem poderia ter colocado o rastro nele?
Hermione não respondeu. Harry se sentia contaminado, doente: será que foi assim que os comensais tinham achadolhe?
Se eu não posso usar magia e vocês também não podem usar quando estão comigo sem denunciar nossa posição... ele começou.
Nós não vamos nos separar disse Hermione com firmeza.
Nós precisamos de um lugar seguro para nos esconder disse Rony. Dênos tempo pra pensar nas coisas direito.
Grimmauld Place lembrou Harry.
Os outros dois gemeram.
Não seja burro, Harry. Snape pode entrar lá!
O pai do Rony disse que eles colocaram feitiços no lugar contra o Snape e mesmo que eles não funcionem... ele falou correndo quando Hermione parecia querer discutir
E aí? Eu juro, não tem nada que eu queira mais do que encontrar Snape!
Mas...
Hermione, onde mais? É a melhor chance que nós temos. Snape é só um comensal. Se eu ainda tiver o Rastro, nós teremos montes de comensais onde quer que a gente
vá.
Ela não tinha mais argumentos para usar, mesmo parecendo que se os tivesse, ia adorar usálos.
Enquanto ela destrancava a porta, Rony acionava o Apagueiro e devolvia a luz ao café. E assim que Harry contou até três, eles reverteram os feitiços nas suas três
vítimas, e antes que a garçonete ou algum dos dois comensais pudessem fazer algo mais do que se espreguiçar, Harry, Rony e Hermione giraram e sumiram na escuridão
compressora mais uma vez.
Segundos depois, os pulmões de Harry expandiramse agradecidos e ele abriu os olhos: agora eles estavam parados no meio de uma pequena e suja rua familiar. Casas
grandes e rústicas lhes cercavam por todos os lados. O número doze estava visível para eles porque Dumbledore havia ditolhes que ela existia, ele era o guardião
do segredo. Eles correram para alcançálo checando de metro em metro se não estavam sendo seguidos ou observados. Subiram nos degraus de pedra e Harry bateu na porta
uma vez com a varinha. Eles ouviram uma série de cliques metálicos e a porta abriuse com barulho, então entraram correndo pela antesala.
Assim que Harry fechou a porta atrás de si, as velhas lamparinas criaram vida jogando uma luz vacilante em toda a extensão do corredor. Era como Harry lembrava:
um corrimão comido por traças, as silhuetas das cabeças dos elfos nas paredes jogando estranhas sombras na escadaria. Longas cortinas negras escondiam o retrato
da mãe de Sirius. A única coisa fora de lugar era a perna de trasgo, onde se encostavam os guardachuvas, que estava caída de lado como se Tonks tivesse derrubado
outra vez.
Eu acho que alguém esteve aqui Hermione sussurrou, apontando para a perna de trasgo.
Aquilo pode ter acontecido quando a Ordem foi embora.
Então onde estão os feitiços que eles colocaram contra Snape? Harry perguntou.
Talvez eles só entrem em ação caso Snape apareça sugeriu Rony.
Eles ainda permaneciam juntos maçaneta, grudados na porta, com medo de entrar na casa.
Bem... Não podemos ficar aqui pra sempre disse Harry dando um passo frente.
Severo Snape? A voz de OlhoTonto Moody ecoou na escuridão fazendo os três pularem assustados.
Não somos Snape! esganiçou Harry antes de alguma coisa têlo atingido como um vento frio passando por ele e enrolando sua língua, fazendo com que fosse impossível
falar. Mas antes que ele tivesse a chance de sentila, sua língua tinha se desenrolado dentro da sua boca.
Os outros dois pareciam ter experimentado a mesma sensação ruim. Rony fazia barulhos com a boca e Hermione gaguejava:
Isso dedeve sser o ffeitiço cocola llíngua que OlhoTonto deixou para Snape!
Cuidadosamente, Harry deu outro passo adiante. Alguma coisa moveuse nas sombras do fim do corredor e, antes que qualquer um deles pudesse dizer alguma coisa, uma
figura levantou do carpete, alta, acinzentada e terrível. Hermione gritou e Sra. Black fez o mesmo enquanto suas cortinas se abriam. A figura cinza estava deslizando
rápido até eles, mais e mais rápido, seus cabelos compridos e a barba balançando atrás, seu rosto como o de um cadáver, descarnado, com buracos vazios no lugar dos
olhos: horrivelmente familiar, terrivelmente alterado, ele levantou um braço apontando pra Harry.
Não! Harry gritou e apesar de ter levantado sua varinha nenhum feitiço lhe ocorreu. Não! Não fomos nós! Não matamos você!
Com a palavra matamos, a figura explodiu em uma grande nuvem de poeira: tossindo, seus olhos lacrimejando, Harry olhou ao redor para ver Hermione, agachada no
chão com as mãos sobre a cabeça, e Rony, que tremia dos pés a cabeça dando tapinhas em seu ombro e dizendo:
Tá tudo bem... Ele se foi...
A poeira aglutinouse ao redor Harry como névoa, capturando a luz azul da lamparina enquanto a Sra. Black continuava a gritar.
Sangues ruins, sujeira, manchas de vergonha, vergonha da casa dos meus pais!
CALA A BOCA! Harry gritou direcionando sua varinha para ela e com um estouro e faíscas vermelhas as cortinas fecharam e ela foi silenciada.
Aquele... Aquele era... Hermione choramingou enquanto Rony ajudavalhe a se levantar.
É disse Harry. Mas não era ele de verdade, era? Apenas alguma coisa para aterrorizar o Snape.
Será que funcionou?, Harry pensou, Ou Snape teria passado pela figura casualmente, do mesmo jeito que matou o verdadeiro Dumbledore? Os nervos ainda tensos, ele
levou os outros dois pelo corredor, meio esperando algo aterrorizante aparecer, mas nada se moveu além de um esqueleto de rato no vão do corredor.
Antes de nós irmos mais longe, acho melhor checar sussurrou Hermione. E ela levantou a varinha e disse: Homenum revelio!
Nada aconteceu.
Bem, você teve um grande choque disse Rony amavelmente. O que aquilo devia fazer?
Ele fez o que deveria fazer! disse Hermione rispidamente. Aquilo era um feitiço para revelar presença humana e não tem ninguém aqui a não ser nós!
E o velho empoerado* disse Rony olhando para o pedaço de carpete de onde a figura humana emergiu.
Vamos subir disse Hermione com um olhar assustado para o chão, e ela seguiu na frente pelas escadas barulhentas até a sala de pintura no primeiro andar.
Hermione agitou sua varinha para ligar as velhas lamparinas e então, tremendo de frio, ela sentou no sofá do quarto de pintura, seus braços apertados com força em
volta de si. Rony foi até a janela e afastou as cortinas um pouco.
Não posso ver ninguém lá fora ele disse. Harry, você acha que se ainda tivesse um Rastro em você eles teriam seguido a gente até aqui? Eu sei que eles não
podem entrar na casa, mas... O que aconteceu, Harry?
Harry soltou um uivo de dor: sua cicatriz queimou como se alguma coisa passasse através da sua mente como luz na água. Ele viu uma sombra e sentiu uma fúria que
não era sua tomando conta do seu corpo, violenta e rápida como um choque elétrico.
O que você viu? Rony perguntou avançando para Harry. Você o viu na minha casa?
Não, eu só senti raiva. Ele está com muita raiva.
Mas ele pode estar na Toca disse Rony alto. O que mais? Você viu alguma coisa? Ele estava enfeitiçando alguém?
Não, eu só senti raiva. Não poderia dizer...
Harry sentiase invadido, confuso, e Hermione não ajudou quando disse numa voz apavorada:
Sua cicatriz de novo? Mas o que está acontecendo? Eu achei que essa conexão já tinha se fechado!
Fechouse por um tempo murmurou Harry, sua cicatriz ainda estava dolorida, o que fez com que fosse difícil se concentrar. Eu... Eu acho que ela se abre de
novo quando ele perde o controle. Era assim que costumava aconte—
Mas você tem que fechar sua mente! Hermione falou esganiçada. Harry, Dumbledore não queria que você usasse essa conexão, ele queria que você a fechasse. É
por isso que você aprendia Oclumência! Caso contrário, Voldemort pode plantar falsas imagens na sua mente, lembra?
Sim, eu me lembro, obrigado disse Harry com dentes cerrados; ele não precisava que Hermione dissesselhe que um dia Voldemort usou essa mesma conexão para leválo
a uma armadilha, nem que isso resultou na morte de Sirius. Ele desejou não ter dito nada sobre o que viu e sentiu, fez Voldemort parecer mais ameaçador, como se
ele estivesse pressionando seu rosto na janela da sala. E a dor na sua cicatriz estava crescendo, ele lutou contra ela: era como resistir vontade de vomitar.
Ele deu as costas para Rony e Hermione fingindo examinar a velha tapeçaria da família Black na parede. Então Hermione gritou. Harry empunhou sua varinha e virouse
para ver um patrono prateado no meio da sala de pintura parar no chão, na frente deles e se solidificar numa doninha que falou com a voz do pai de Rony:

Família salva, não responda. Nós estamos sendo observados.

O patrono dissolveuse em nada. Rony deixou escapar um barulho entre um gemido e um soluço e caiu no sofá. Hermione juntouse a ele agarrando o seu braço.
Eles estão bem, estão bem! ela suspirou e Rony meio que riu, meio que a abraçou.
Harry ele disse sobre o ombro de Hermione , eu...
Não tem problema disse Harry, fraquejando sob a dor de cabeça. É sua família, claro que você estava preocupado. Eu também estaria. Ele pensou em Gina.
Eu estava preocupado.
A dor em sua cicatriz estava chegando ao pico como se ele estivesse de volta ao jardim da Toca. Fracamente, ele ouvia Hermione dizer:
Eu não quero ficar sozinha. Nós podemos usar os sacos de dormir que eu trouxe e acampar aqui essa noite?
Ele ouviu Rony concordar. Não podia mais brigar. Tinha sucumbido.
Banheiro ele murmurou. E saiu da sala o mais rápido que pôde sem correr. Quase não conseguiu: batendo a porta atrás de si com as mãos tremendo, ele se arrastou
com a cabeça pesada e caiu no chão. Então, numa explosão de agonia, sentiu toda a raiva que não pertencia a ele e viu uma longa sala iluminada apenas com uma fogueira
e o comensal loiro e gigante no chão, gritando e implorando para uma figura alta na frente dele com a varinha estendida enquanto Harry falava em uma alta, fria e
impiedosa voz:
Mais, Rowle, ou nós devemos terminar isso e dar você de comer para Nagini? Lord Voldemort não sabe se vai perdoálo dessa vez... Você me chamou de volta para
isso, para dizer que Harry Potter tinha escapado de novo? Draco, dê a Rowle outro gostinho do nosso descontentamento... Faça ou sinta minha ira você mesmo!
Um pergaminho na lareira: as chamas elevaramse com suas luzes dançando em um rosto aterrorizado, branco, pontudo. Com a sensação de estar emergindo do fundo da
água, Harry respirou fundo várias vezes e abriu seus olhos.
Ele estava esparramado no frio e negro chão de mármore, seu nariz estava a alguns centímetros de uma das serpentes prateadas que suportavam a banheira enorme. Ele
sentou. O rosto de Draco petrificado de medo parecia queimar dentro dos seus olhos. Harry sentiuse enjoado com o que viu, com o serviço que Draco agora fazia para
Voldemort.
Houve uma batida forte na porta e Harry pulou quando Hermione falou:
Harry, você quer sua escova de dente? Eu estou com ela aqui.
É, quero sim ele disse lutando para manter sua voz casual enquanto levantava pra deixála entrar.

*no original And old Dusty. Por Dusty aparecer em letra maiúscula, pode ser uma brincadeira com Dumby.(Dumbledore). (por Juliana Badin)

CAPÍTULO DEZ
O conto do Monstro
Harry acordou cedo na manhã seguinte, envolto em um saco de dormir no andar da sala de
visitas. Uma parte de céu estava visível entre as cortinas pesadas. Era o azul frio e claro de tinta
agüada, em algum lugar entre a madrugada e o amanhecer e tudo estava quieto, exceto as
respirações profundas e baixas de Rony e Hermione. Harry espiou as figuras escuras que eles
faziam no piso ao seu lado. Rony tinha tido um chilique de galanteio e insistiu que Hermione
dormisse nas almofadas do sofá, de forma que sua silhueta ficasse acima da dele. Seu braço curvado
ao chão, seus dedos a centímetros dos de Rony. Harry imaginou se eles tinham caído no sono de
mãos dadas. A idéia o fez sentir estranhamente solitário.
Ele olhou para o teto sombrio, o candelabro cheio de teias de aranha. Há menos de vinte
horas, ele estava de pé luz do sol na entrada da marquese, esperando os convidados do casamento.
Parecia uma vida longa e distante. O que ia acontecer agora? Ele deitou no chão e pensou nas
horcruxes, na assustadora e complexa missão que Dumbledore lhe deixou... Dumbledore...
A tristeza que o tinha possuído desde a morte de Dumbledore era sentida diferente agora.
As acusações que ele tinha ouvido de Muriel no casamento pareciam ter se aninhado em seu cérebro
como algo doente, que infectava suas lembranças do bruxo que ele tinha idolatrado. Dumbledore
poderia ter deixado tais coisas acontecerem? Ele tinha sido como Duda, contente em assistir
negligência e abuso desde que não o afetassem? Ele poderia ter virado as costas para uma irmã que
estava sendo aprisionada e escondida?
Harry pensou em Godric's Hollow, nos túmulos que Dumbledore nunca tinha
mencionado, ele pensou nos objetos misteriosos deixados sem explicação no testamento de
Dumbledore, e o ressentimento preencheu a escuridão. Por que Dumbledore não lhe contara? Por
que não lhe explicara? Dumbledore de fato se importara com Harry de alguma forma? Ou Harry
fora nada mais que uma ferramenta a ser polida e afiada, mas não confiado e nunca confidenciado?
Harry não poderia ficar deitado ali com nada além de pensamentos amargos como
companhia. Desesperado por alguma coisa para fazer, por distração, ele deslizou para fora de seu
saco de dormir, pegou sua varinha e arrastouse para fora da sala. Na escadaria ele sussurou
Lumos e começou a subir os degraus com a luz da varinha.
No segundo piso estava o quarto no qual ele e Ron tinham dormido na última vez que eles
estiveram aqui, ele deu uma espiada dentro dele. O guardaroupa permanecia aberto e as roupas de
cama tinham sido rasgadas. Harry se lembrou da perna de trasgo no andar de baixo. Alguém tinha
revistado a casa desde que a Ordem tinha partido. Snape? Ou talvez Mundungus, que tinha
surrupiado muita coisa da casa antes e depois de Sirius ter morrido? As contemplações de Harry
vaguearam para o retrato que algumas vezes continha Fineus Nigellus Black, o tataravô de Sirius,
mas estava vazio, mostrando nada além de um espaço de pano de fundo sujo. Fineus Nigellus estava
evidentemente passando a noite no escritório da diretoria em Hogwarts.
Harry continuou a subir as escadas até alcançar a parte superior onde haviam somente
duas portas. A que encarava Harry sustentava uma placa em que se lia Sirius. Harry nunca tinha
entrado no quarto de seu padrinho antes. Ele abriu a porta, segurando sua varinha para iluminar do
modo mais amplo possível. O quarto era espaçoso e outrora devia ter sido elegante. Havia uma
cama grande com uma cabeceira de madeira entalhada, uma janela alta obscurecida por longas
cortinas aveludadas e um candelabro densamente coberto de poeira ainda com tocos de vela
descansando em seus encaixes, cera sólida suspendia como gotas congeladas. Uma fina película de
poeira cobria os quadros nas paredes e a cabeceira da cama, uma teia de uma aranha esticada entre o
candelabro e o topo de um guardaroupa grande e quando Harry se moveu mais para dentro da sala,
ele ouviu uma uma corrida de ratos perturbados.
O Sirius adolescente tinha colado nas paredes tantos pôsteres e fotos que pouco da seda
cinzaprateado da parede era visível. Harry não poderia só supor que os pais de Sirius foram
incapazes de remover o Feitiço Adesivo Permanente que os mantinha na parede porque ele tinha
certeza que eles não teriam apreciado o gosto de seu filho mais velho de decoração. Sirius parecia
por muito tempo ter mudado seus hábitos para irritar seus pais. Haviam sete banners(cartazes)
grandes, de vermelho e ouro desbotado só para sublinhar sua diferença de todo o resto da família
sonserina. Haviam muitas fotos de motocicletas de trouxas e também (Harry teve que admirar a
coragem de Sirius) diversos pôsteres de moças trouxas de biquíni. Harry poderia dizer que elas
eram trouxas porque ficavam bem imóveis dentro de suas fotos, sorrisos desbotados e olhos
vidrados congelados no papel. Esta estava em contraste com a única fotografia bruxa na parede que
era uma imagem de quatro alunos de Hogwarts parados de braços cruzados, rindo para a câmera.
Com um sobressalto de agrado, Harry reconheceu seu pai, seus cabelos pretos e
desajeitados para trás como os de Harry e ele também usava óculos. Ao lado dele estava Sirius,
descuidadamente bonito, seu rosto um pouquinho arrogante tão mais jovem e mais feliz do que
Harry já o vira vivo. À direita de Sirius estava Pettigrew, mais do que uma cabeça mais curta,
rechonchudo e olhos aquosos, molhados de prazer por sua inclusão na mais legal das gangues, com
os rebeldes muito admirados que Tiago e Sirius tinham sido. À esquerda de Tiago estava Lupin, até
então de aparência um pouco desgastada, mas ele tinha o mesmo ar de surpresa satisfeita em se
encontrar incluído ou era simplesmente porque Harry sabia como tudo tinha acontecido, que ele via
essas coisas na foto? Ele tentou pegála da parede, era dele agora, afinal de contas, Sirius tinha lhe
deixado tudo, mas a foto não se movia. Sirius não tinha tirado nenhuma chance de prevenir seus
parentes de redecorarem seu quarto.
Harry olhou por volta do chão. O céu estava ficando mais claro. Um raio de luz revelava
algumas quantias de papel, livros e objetos pequenos espalhados sobre o tapete. Evidentemente o
quarto de Sirius tinha sido mexido também, embora seu conteúdo pareceu ter sido julgado na maior
parte, senão completamente, sem valor. Alguns livros tinham sido sacudidos rudemente o suficiente
para se separar das capas e páginas diferentes que sujavam o chão.
Harry se curvou, pegou alguns pedaços de papel e os examinou. Ele reconheceu um
como a parte de uma velha edição de A História da Magia, de Batilda Bagshot, e outro como
pertence de uma manual de manutenção de uma motocicleta. O terceiro estava escrito mão e
amarrotado. Ele o alisou.
Querido Almofadinhas,
Muito obrigado, muito obrigado pelo presente de aniversário do Harry! Foi o favorito
dele até agora. Um ano de idade e já plana numa vassoura de brinquedo, ele parecia tão satisfeito
consigo mesmo. Estou incluindo uma foto para que você possa ver. Você sabe que ela só levanta a
aproximadamente dois pés de alturas do chão, mas ele quase matou o gato e quebrou um vaso
horrível que Petúnia me enviou de Natal (sem reclamações aqui). É claro que James achou que foi
tão engraçado, diz que ele vai ser um grande jogador de quadribol, mas nós tivemos que tirar do
caminho todos os ornamentos e ter certeza que não vamos tirar o olho dele quando ele começar.
Nós tivemos um chá de aniversário muito discreto, só nós e a velha Batilda que sempre foi
um doce conosco e que adora Harry. Sentimos muito por você não poder vir, mas a Ordem tem que
vir primeiro e Harry não é velho suficiente para saber que é aniversário dele de qualquer forma!
Tiago está ficando um pouquinho frustrado trancado aqui, ele tenta não mostrar isso, mas eu posso
dizer também Dumbledore ainda está com a Capa de Invisibilidade dele então sem chance de
pequenas excursões. Se você pudesse visitálo, isto o animaria tanto. Rabicho esteve aqui no fim de
semana passado. Achei que ele parecia desanimado, mas isso foi provavelmente depois dos
McKinnons, eu chorei a noite inteira quando eu soube.
Batilda nos visita quase todos os dias, ela é uma criatura fascinante com as histórias
mais incríveis sobre Dumbledore. Não tenho certeza se ele ficaria contente se soubesse! Eu não sei
em quanto acreditar na verdade, porque parece incrível que Dumbledore...
As extremidades de Harry pareceram ter se anestesiado. Ele ficou bem parado, segurando
o milagroso papel em seus dedos inertes enquanto dentro dele um tipo de erupção quieta enviava
trovejantes alegria e tristeza em medidas iguais pelas suas veias. Inclinandose para a cama, ele se
sentou. Leu a carta novamente, mas não pôde captar mais nenhum significado que ele tinha
conseguido na primeira vez, e foi reduzido a encarar a própria caligrafia. Ela fazia os "g" da mesma
maneira que ele. Ele procurou na carta por cada um deles, e em cada um sentiu uma pequena onda
amigável vislumbrada por trás de um véu. A carta era um tesouro incrível, prova de que Lilian
Potter tinha vivido, realmente vivido, que sua mão quente tinha uma vez se movido por este
pergaminho, traçando tinta dentro dessas letras, dessas palavras, palavras a respeito dele, Harry, seu
filho.
Impacientemente removendo a umidade de seus olhos, ele releu a carta, desta vez se
concentrando no significado. Era como ouvir uma voz meio lembrada.
Eles tinham um gato... talvez ele tinha perecido, como seus pais em Godric's Hollow... ou
então fugiu quando não havia mais ninguém para alimentálo... Sirius tinha comprado para ele sua
primeira vassoura... seus pais tinham conhecido Batilda Bagshot; Dumbledore os tinha apresentado?
Dumbledore ainda está com a Capa de Invisibilidade dele... tinha algo engraçado aí...
Harry parou, ponderando as palavras de sua mãe. Por que Dumbledore tinha tomado a
Capa da Invisibilidade de Tiago? Harry lembrava claramente seu diretor contandolhe anos atrás:
Eu não preciso de uma capa para ficar invisível. Talvez algum membro menos talentoso da
Ordem tinha precisado da ajuda dela e Dumbledore tinha agido como um transportador? Harry
continuou...
Rabicho esteve aqui... Pettigrew, o traidor, tinha parecido desanimado, mesmo? Ele
estava ciente de que estava vendo Tiago e Lilian pela última vez?
E finalmente Batilda de novo, que contou histórias incríveis sobre Dumbledore. Parece
incrível que Dumbledore...
Que Dumbledore o que? Mas haviam vários números de coisas que pareceriam incríveis
sobre Dumbledore; que ele tinha uma vez recebido notas ótimas em um exame de Transfiguração,
por exemplo, ou tinha feito feitiços em um bode como Aberforth...
Harry levantouse e analisou o chão. Talvez o resto da carta estivesse aqui em algum
lugar. Ele agarrou papéis, tratandoos com entusiasmo, com menos consideração que o primeiro
pesquisador, puxou as gavetas, sacudiu livros, subiu em uma cadeira para passar a mão no topo do
guardaroupa, e engatinhou para olhar embaixo da cama e da poltrona.
Finalmente, deitado de bruços no chão, ele identificou o que parecia um pedaço rasgado
de papel debaixo da cômoda. Quando ele o puxou, provou ser a maior parte da fotografia que Lilian
tinha descrito em sua carta. Um bebê de cabelos pretos estava entrando e saindo da foto em uma
vassoura muito pequena, gargalhando estrondosamente, e um par de pernas que deve ter pertencido
a Tiago perseguindoo. Harry enfiou a fotografia dentro de seu bolso com a carta de Lilian e
continuou a procurar a segunda folha.
Após outros quinze minutos, contudo, ele foi forçado a concluir que o resto da carta de
sua mãe tinha se extraviado. Tinha sido extraviado durante os dezesseis anos que tinham se passado
desde quando fora escrita? Ou tinha sido levado por quem quer que tivesse procurado no quarto?
Harry leu a primeira folha de novo, desta vez procurando pistas para o que poderia ter sido a
segunda valiosa folha . Sua vassoura de brinquedo dificilmente poderia ser considerada interessante
para os comensais da morte... a única coisa potencialmente útil que ele poderia ver nela era a
informação possível sobre Dumbledore. Parece incrível que Dumbledore o quê?
Harry? Harry? Harry!
Eu estou aqui! Ele chamou. O que aconteceu?
Houve um ruído de passos do lado de fora da porta e Hermione entrou bruscamente.
Nós acordamos e não soubemos onde você estava! Ela disse sem ar. Ela se virou e
gritou por cima de seus ombros. Rony, eu o encontrei!
A voz irritada de Rony ecoou de longe de diversos andares abaixo:
Bom! Diga a ele por mim que ele é um imbecil!
Harry, não desapareça assim, por favor, estávamos aterrorizados! Por que você veio aqui
de qualquer forma? Ela observou a sala saqueada. O que você está fazendo?
Olhe o que eu acabei de achar!
Ele estendeu a carta de sua mãe. Hermione a pegou e leu enquanto Harry a olhava.
Quando ela chegou ao fim da página ela olhou para ele.
Ah, Harry...
E há isso também.
Ele lhe passou a fotografia rasgada e Hermione sorriu para o bebê voando para dentro e
fora de visão na vassoura de brinquedo.
Eu estou procurando pelo resto da carta, Harry disse, mas não está aqui.
Hermione observou a sala.
Você fez toda essa bagunça ou um pouco dela estava assim quando você entrou aqui?
Alguém tinha procurado antes de mim, disse Harry.
Foi o que pensei. Todos os quartos que eu espiei no caminho tinham sido revirados. No
que eles estavam interessados você acha?
Informação sobre a Ordem, se foi o Snape.
Mas você pensaria que ele já teria tudo o que precisava. Quero dizer, ele estava na
Ordem, não estava?
Bem, então disse Harry, entusiasmado para discutir sua teoria, e informação sobre
Dumbledore? A segunda página do pergaminho, por exemplo. Você sabe que essa Batilda que
minha mãe menciona, você sabe quem ela é?
Quem?
Batilda Bagshot, a autora de...
Uma História da Magia, disse Hermione, olhando interessada. Então seus pais a
conheciam? Ela foi uma historiadora mágica incrível!
E ela ainda está viva, disse Harry, e ela mora em Godrics Hollow. A tia do Rony,
Muriel, estava falando dela no casamento. Ela conhecia a família de Dumbledore também. Seria
bem interessante para uma conversa, ela não seria?
Havia um entendimento meio exagerado demais, pro gosto de Harry, no sorriso que
Hermione lhe deu. Ele tomou de volta a carta e a fotografia e as enfiou dentro da bolsa pendurada
em seu pescoço, para que não tivesse que olhar para ela e se denunciar.
Eu entendo que você gostaria de conversar com ela sobre sua mãe e seu pai, e
Dumbledore também disse Hermione. Mas isso não nos ajudaria em nossa busca pelas
horcruxes, ajudaria? Harry não respondeu e ela se apressou: Harry, eu sei que você realmente
quer ir a Godrics Hollow, mas eu tenho medo. Eu me assustei com como foi tão fácil para aqueles
comensais da morte nos encontrarem ontem. Isso só me fez sentir mais do que nunca que nós
devemos evitar o lugar onde os seus pais estão enterrados, tenho certeza que eles estariam
esperando que você o visitasse.
Não é só isso. Harry disse, ainda evitando olhar para ela, Muriel disse coisas sobre
Dumbledore no casamento. Eu quero saber a verdade...
Ele contou a Hermione tudo o que Muriel lhe contou. Quando ele tinha terminado,
Hermione disse:
É claro, eu posso ver por que isso tem te preocupado, Harry.
Eu não estou preocupado, ele mentiu, eu só gostaria de saber se é ou não verdade ou...
Harry, você realmente acha que você vai conseguir a verdade de uma mulher velha
maliciosa como Muriel, ou da Rita Skeeter? Como você pode acreditar nelas? Você conhecia
Dumbledore!
Eu achei que eu o conhecia, ele murmurou.
Mas você sabe quanta verdade havia em tudo o que Rita escreveu sobre você! Doge está
certo, como você pode deixar essas pessoas mancharem suas memórias de Dumbledore?
Ele desviou o olhar, tentando não trair o ressentimento que sentia. Ali estava de novo:
escolher o que acreditar. Ele queria a verdade. Por que todo mundo estava tão determinado que ele
não deveria obtêla?
Vamos descer para a cozinha? Hermione sugeriu após uma pausa pequena. Achar
alguma coisa para o café da manhã?
Ele concordou, mas de má vontade, e a seguiu para fora para a escadaria e passou pela
segunda porta de saída. Haviam profundas marcas arranhadas na pintura embaixo de uma placa
pequena que ele não tinha notado na escuridão. Ele passou no topo das escadas para lêla. Era uma
plaquinha pomposa, organizadamente escrita mão, o tipo de coisa que Percy Weasley poderia ter
prendido na porta de seu quarto.
Não entre
sem a expressa permissão de
Régulo Arcturus Black
Excitação escorreu por Harry, mas ele não estava imeadiatamente certo do porquê. Ele leu
a placa de novo. Hermione já estava em muitos degraus abaixo dele.
Hermione, ele disse, e estava surpreso que sua voz estivesse tão calma. Volte aqui
para cima.
Qual é o problema?
R.A.B, eu acho que eu o achei.
Houve uma arfada e então Hermione correu de volta para cima.
Na carta da sua mãe? Mas eu não vi...
Harry negou com a cabeça, apontando para a placa de Régulo. Ela a leu, então agarrou o
braço de Harry com tanta força que ele se contraiu.
O irmão de Sirius? ela sussurrou.
Ele era um comensal da morte, disse Harry. Sirius me falou sobre ele, ele se alistou
quando era realmente jovem e depois tentou escapar, então eles o mataram.
Isso encaixa! arfou Hermione. Se ele era um comensal da morte ele tinha acesso a
Voldemort, e se ele ficou desiludido, então ele teria querido derrubar Voldemort!
Ela soltou Harry, apoiouse sobre o corrimão e gritou: Rony! RONY! Suba aqui, rápido!
Rony apareceu, ofegando, um minuto depois, sua varinha pronta em sua mão.
O que foi? Se for aranhas imensas de novo eu quero tomar café da manhã antes de eu...
Ele franziu as sobrancelhas para a placa na porta de Régulo, para a qual Hermione estava
silenciosamente apontando.
O quê? Esse era o irmão do Sirius, não era? Régulo Arcturus... Régulo... R.A.B! O
medalhão, você não supõe que...?
Vamos descobrir, disse Harry. Ele empurrou a porta: estava fechada. Hermione
apontou sua varinha para a maçaneta e disse: Alohomora. Houve um clique e a porta se abriu.
Eles se moveram sobre o limiar, observando o lugar. O quarto de Régulo era levemente
mais pequeno que o de Sirius, embora tinha a mesma sensação de anterior grandeza. Visto que
Sirius tinha procurado anunciar sua diferença do resto da família, Regulus tinha se esforçado em
fazer o oposto. As cores de Slytherin de esmeralda e prata estavam por toda a parte, guarnecendo a
cama, as paredes e as janelas. O brasão da família Black estava meticulosamente pintado sobre a
cama, junto com seu lema, TOUJOURS PUR (Sangue é poder). Embaixo dele havia uma coleção
de recortes de jornais amarelados, todos grudados um no outro para fazer uma colagem irregular.
Hermione atravessou o quarto para examinála.
São todas sobre Voldemort ela disse. Régulo parece ter sido um fã por poucos anos
antes de se juntar ao comensais da morte...
Um monte de poeira elevouse da colcha quando ela se sentou para ler os recortes. Harry,
entretanto, tinha notado outra fotografia: uma equipe de quadribol de Hogwarts estava sorrindo e
acenando na foto. Ele se moveu para mais perto e viu as cobras adornadas em seus peitos: Slytherin.
Régulo foi instantaneamente reconhecido como o garoto sentado no meio da fila da frente: ele tinha
os mesmos cabelos pretos e o olhar levemente presunçoso de seu irmão, embora ele era pequeno,
esguio e bem menos bonito que Sirius tinha sido.
Ele era apanhador, disse Harry.
O quê? disse Hermione vagamente. Ela estava ainda submersa com os recortes de
jornais de Voldemort.
Ele está sentado no meio da fila da frente, que é onde o apanhador... não importa, disse
Harry, percebendo que ninguém estava ouvindo. Rony estava agachado de quatro, procurando
embaixo do guardaroupa. Harry olhou em volta do quarto por esconderijos prováveis e se
aproximou da escrivaninha. Contudo, de novo, alguém tinha procurado antes deles. O conteúdo da
gaveta tinha sido roubado recentemente, a poeira remexida, mas não havia nada de valor ali: penas
velhas, livros escolares desatualiazados que comprovavam a evidência de terem sido tratados
rudemente, um tinteiro recente quebrado, seu resíduo pegajoso cobrindo o conteúdo da gaveta.
Há um modo mais fácil, disse Hermione, quando Harry limpou seus dedos sujos de
tintas em sua calça, ela levantou sua varinha e disse: Accio medalhão!
Nada aconteceu. Rony, que estava procurando nas dobras das cortinas desbotadas pareceu
se decepcionar.
É isso, então? Não está aqui?
Ah, poderia ainda estar aqui, mas sob contrafeitiços, disse Hermione. Feitiços para
previnilo de ser convocado magicamente, você sabe.
Como Voldemort colocou na bacia de pedra na caverna, disse Harry, lembrandose de
como ele foi incapaz de convocar o medalhão falso.
Como é que vamos achálo então? Perguntou Ron.
Nós procuramos maunalmente disse Hermione.
Essa é um idéia boa, disse Ron, pestanejando, e reiniciou sua examinação das cortinas.
Eles reviraram cada canto do quarto por mais que uma hora, mas foram forçados,
finalmente, a concluir que o medalhão não estava lá.
O sol tinha nascido agora; sua luz os ofuscou até mesmo através das janelas sujas.
Poderia estar em qualquer lugar da casa mesmo assim, disse Hermione e um tom animado
quando eles foram para o andar de baixo. Visto que Harry e Rony tinham ficado mais
desencorajados, ela pareceu ter ficado mais determinada. Caso ele tivesse conseguido destruilo ou
não, ele iria querer mantêlo escondido de Voldemort, não iria? Vocês se lembram de todas aquelas
coisas terríveis que nós tivemos que nos livrar quando estávamos aqui da última vez? Aquele
relógio que atirava faíscas em todos e aquelas roupas velhas que tentaram estrangular Ron; Régulo
pode têlas colocado lá para proteger o esconderijo do medalhão, mesmo assim nós não o
percebemos na... na...
Harry e Rony olharam para ela. Ela estava com um pé na escada e outro no ar, com um olhar
vago de quem tinha acabado de ser adingido por um feitiço obliviador; seus olhos tinham até saído
de foco.
...naquela vez, ela terminou em um suspiro.
Algo errado? perguntou Ron.
Havia um medalhão.
O quê? Disseram Harry e Ron juntos.
No armarinho da sala de visitas. Ninguém pôde abrilo. E nós... nós...
Harry sentiu como se um tijolo tivesse escorregado de seu peito para dentro de seu
estômago. Ele se lembrou. Ele até tinha segurado o objeto quando eles o circularam, cada um
tentando por vez forçálo a abrir. Tinha sido jogado dentro de um saco de lixo, junto com a caixa de
rapé de pó de Wartcap e a caixa de música que tinha deixado todo mundo sonolento...
Monstro afanou um monte de coisas de volta de nós, disse Harry. Era a única chance, a
única esperança deixada para eles, e ele iria agarrála até ser forçado a soltar. Ele tinha um
amontoado de objetos em seu armário na cozinha. Venham.
Ele desceu as escadarias correndo pulando dois degraus por vez, os outros dois correndo em
sua trilha. Eles fizeram tanto barulho que acordaram o retrato da mãe do Sirius assim que eles
passaram pelo hall.
Imundície, sanguesruins, escória! Ela gritou atrás dele assim que eles desembestaram
dentro do porão da cozinha e bateram a porta atrás deles. Harry correu toda a extensão do corredor,
derrapou em frente da porta do armário do Monstro e a abriu com força. Havia o abrigo de
cobertores velhos nos quais o elfodoméstico tinha outrora dormido, mas eles não estavam mais
brilhando com as bugigangas que Monstro tinha salvado. A única coisa que havia era uma cópia
antiga de Nobreza da Natureza: um genealogia bruxa. Recusandose em acreditar nos seus olhos,
Harry agarrou os cobertores e os sacudiu. Um rato morto caiu e rolou tristemente pelo chão. Rony
gemeu quando se atirou na cadeira da cozinha; Hermione fechou os olhos.
Não acabou ainda, disse Harry, ele aumentou sua voz e chamou: Monstro
Houve um estalo alto e o elfodoméstico que Harry tinha tão relutantemente herdado de
Sirius apareceu do nada na frente da lareira fria e vazia. Diminuto, tamanho meio humano, sua pele
pálida caindo em pelancas, pêlos brancos crescidos copiosamente em suas orelhas de morcego. Ele
ainda estava vestindo o trapo sujo no qual eles o tinham conhecido antes, e o olhar desdenhoso que
ele dirigiu a Harry mostrou que sua atitude para sua mudança de dono tinha alterado não mais então
que sua vestimenta.
Mestre, resmungou Monstro com sua voz de sapoboi, e ele fez uma reverência baixa,
resmungando para seus joelhos, de volta na casa da antiga casa de minha senhora com o traidor do
sangue Weasley e a sangueruim...
Eu proíbo você de chamar alguém de 'traidor do sangue' ou 'sangueruim', rosnou Harry.
Ele teria achado Monstro, com seu nariz tipo fucinho e olhos irritados, um objeto claramente
impossível de ser amado mesmo se o elfo não tivesse traído Sirius para Voldemort.
Eu tenho uma pergunta pra você. Disse Harry seu coração batendo mais rápido enquanto
olhava pra Monstro. E eu ordeno que você responda com toda a sinceridade. Entendeu?
Sim mestre. Disse Monstro fazendo de novo uma profunda referência. Harry viu seus
lábios se moverem sem som, sem dúvida contendo os insultos que ele tinha sido proibido de
pronunciar.
Dois anos atrás, disse Harry, seu coração agora martelando contra suas costelas, havia
um grande medalhão de ouro na sala de visitas lá em cima. Nós o jogamos fora. Você o roubou de
novo?
Houve um momento de silêncio, durante o qual Monstro endireitouse para olhar Harry
direto no rosto. Então disse:
Sim.
Onde ele está agora? Perguntou Harry com alegria assim que Ron e Hermione olharam
felizes.
Monstro fechou seus olhos como se ele não pudesse tolerar ver suas reações para sua
próxima palavra.
Perdido.
Perdido? Ecoou Harry, uma grande sensação de desespero tomando conta de seu espírito.
O que você quer dizer, está perdido?
O elfo tremeu. Ele oscilou.
Monstro, disse Harry impetuosamente, eu ordeno que você...
Mundungo Fletcher, resmungou o elfo, seus olhos ainda fechados bem apertados.
Mundungo Fletcher roubou tudo; os quadros das senhoritas Bela e Ciça, as luvas de minha senhora,
a Ordem de Merlin Primeira Classe, os cálices com o brasão da família Black, e... e...
Monstro estava arfando por ar. Seu peito oco estava subindo e descendo rapidamente,
então seus olhos se arregalaram e ele pronunciou um grito de gelar o sangue.
... e o medalhão, o medalhão do Mestre Régulo. Monstro portouse mal, Monstro falhou
com as ordens dele!
Harry reagiu instintivamente. Quando Monstro se arremessou para a pá na lareira, ele se
lançou contra o elfo, achatandoo. Os gritos de Hermione se misturaram com os de Monstro, mas
Harry gritou mais alto que os dois:
Monstro, eu ordeno que você permaneça imóvel!
Ele sentiu o elfo congelar e o soltou. Monstro ficou esticado no chão de pedra fria, lágrimas
brotando de seus olhos envergados.
Harry, façao cessar! Hermione sussurrou.
Então ele pode se espancar com a pá? Bufou Harry ajoelhandose ao lado do elfo. Eu
acho que não. Certo. Monstro, eu quero a verdade: como você sabe que Mundungo Fletcher roubou
o medalhão?
Monstro o viu! Arfou o elfo assim que lágrimas se derramaram em seu fucinho e dentro
de sua boca cheia de dentes acinzentados. Monstro o viu saindo do armário do Monstro com suas
mãos cheias de tesouros do Monstro. Monstro disse ao larápio para que parasse, mas Mundungo
Fletcher riu e correu...
Você chamou o medalhão de 'medalhão do mestre Régulo' disse Harry. Por quê? De
onde ele veio? O que Régulo teve a ver com ele? Monstro, sentese e conteme tudo o que você
sabe sobre aquele medalhão, e tudo sobre o que Régulo teve a ver com ele!
O elfo se sentou, se enrolou como uma bola, pôs sua cara úmida entre seus joelhos, e
começou a se agitar para trás e para frente. Quando ele falou, sua voz estava abafada, mas bem
distinguível na cozinha silenciosa e ecoante.
Mestre Sirius fugiu, problema resolvido, porque ele era um garoto mau e quebrou o
coração de minha senhora com seus costumes fora da lei. Mas Mestre Régulo tinha costumes
adequados; ele sabia o que era por causa do nome Black e a dignidade de seu sangue puro. Por anos
ele falou sobre o Lord das Trevas, que ia tirar os bruxos do sigilo para governar os trouxas e os
nascidos trouxas... e quando ele completou dezesseis anos de idade, Mestre Régulo se uniu ao Lord
das Trevas. Tão orgulhoso, tão orgulhoso, tão feliz em servir...
E um dia, um ano depois que ele se uniu, Mestre Régulo desceu até a cozinha para ver
Monstro. Mestre Régulo sempre gostou de Monstro. E Mestre Régulo disse... ele disse...
O elfo velho se agitou mais rápido do que nunca.
... ele disse que o Lord das Trevas exigia um elfo.
Voldemort precisava de um elfo? Harry repetiu, olhando ao redor para Ron e Hermione,
que apenas olharam tão confusos quanto ele.
Ah, sim gemeu Monstro. E Mestre Régulo tinha voluntariado Monstro. Era uma honra,
disse Mestre Régulo, uma honra para ele e para Monstro, que deveria se certificar em fazer qualquer
coisa que o Lord das Trevas o ordenasse fazer... e depois voltar para casa.
Monstro se agitou ainda mais rápido, sua respiração vindo em soluços.
Então Monstro foi com o Lord das Trevas. O Lord das Trevas não contou a Monstro o que
ele deveria fazer, mas levou Monstro consigo para uma caverna perto do mar. E além da caverna
havia uma gruta, e na gruta havia um grande lago negro...
Os pêlos na nuca de Harry se arrepiaram. A voz resmungante de Monstro pareceu chegar até
ele através da água escura. Ele viu o que tinha acontecido tão claramente como se estivesse
presente.
...havia um barco...
É claro que tinha havido um barco; Harry conhecia o barco, fantasmagoricamente verde e
pequeno, enfeitiçado para carregar um bruxo e uma vítima em direção ilha no centro. Isto, então,
foi como Voldemort tinha testado as defesas que circulavam a horcrux, emprestando uma criatura
descartável, um elfodoméstico...
Havia uma bbacia cheia de poção na ilha. O Lord das Trevas fez Monstro bebêla...
O elfo tremeu da cabeça aos pés.
Monstro bebeu, e enquanto ele bebia ele via coisas terríveis...o interior de Monstro
queimava... Monstro gritou para que Mestre Régulo o salvasse, ele gritou pela sua Senhora Black ,
mas o Lord das Trevas apenas ria... ele fez Monstro beber a poção toda... ele deixou cair um
medalhão dentro da bacia vazia... ele a encheu com mais poção.
E depois o Lord das Trevas navegou para longe, deixando Monstro na ilha...
Harry podia ver isso acontecendo. Ele assistia a brancura de Voldemort, rosto ofídico,
desaparecendo na escuridão, aqueles olhos vermelhos fixados sem piedade no elfo sovado de quem
a morte ocorreria dentro de minutos, quando fosse ele sucumbir desesperada sede que a poção
ardente causaria a sua vítima... mas aqui, a imaginação de Harry não pôde prosseguir adiante,
porque ele não podia ver como Monstro tinha escapado.
Monstro precisava de água, ele engatinhou para a borda da ilha e bebeu a do lago negro... e
mãos, mãos mortas, saíram da água e dragaram Monstro para baixo da superfície...
Como você conseguir escapar? Harry perguntou, e ele não estava surpreso por se ouvir
sussurrando.
Monstro levantou sua cabeça feia e olhou Harry com seus grandes e olhos rajados de
sangue.
Mestre Régulo disse a Monstro para voltar ele disse.
Eu sei, mas como você escapou dos Inferi?
Monstro não pareceu entender.
Mestre Régulo disse a Monstro para voltar ele repetiu.
Eu sei, mas...
Bom, é obvio, não é, Harry? Disse Rony. Ele desaparatou!
Mas... você não poderia aparatar dentro e fora daquela caverna, disse Harry, senão
Dumbledore...
A magia élfica não é como magia bruxa, é? Disse Rony. Digo, eles podem aparatar e
desaparatar dentro e fora de Hogwarts, enquanto que nós não podemos.
Houve um silêncio enquanto Harry digeria isso. Como Voldemort pôde ter cometido um
erro assim? Mas quando ele pensou nisso, Hermione falou, e sua voz estava fria.
É claro, Voldemort teria considerado os caminhos dos elfosdomésticos bem mais abaixo
de sua consideração... jamais teria ocorrido a ele que eles poderiam ter mágica que ele não tinha.
A lei mais alta do elfodoméstico é a ordem de seu mestre, intonou Monstro. Foi
ordenado a Monstro para voltar para casa, então Monstro voltou para casa...
Bom, então, você fez o que lhe foi ordenado, não fez? Disse Hermione bondosamente.
Você não desobedeceu ordens de forma alguma!
Monstro balançou sua cabeça, se agitando tão rápido como nunca.
Então o que aconteceu quando você voltou? Harry perguntou. O que Regulus disse
quando você contou a ele o que aconteceu?
Mestre Régulo ficou muito preocupado, muito preocupado, coaxou Monstro. Mestre
Régulo disse a Monstro para ficar escondido e não sair da casa. E então, era um pouco tarde...
Mestre Régulo veio procurar Monstro em seu armário uma noite, e Mestre Régulo estava estranho,
não como ele geralmente era, perturbado de mente, Monstro poderia contar... e ele pediu para
Monstro para leválo caverna, a caverna onde Monstro tinha ido com o Lord das Trevas...
E então eles tinham começado. Harry pôde visualizálos bem claramente, o elfo ancião e o
apanhador magro e escuro que se parecia tanto com Sirius... Monstro soube como abrir a entrada
oculta para a caverna subterrânea, soube como levantar o barco pequeno; desta vez foi seu amado
Régulo que navegou com ele até a ilha com a bacia de poção.
E ele te fez beber a poção? Disse Harry, repugnado.
Mas Monstro negou com a cabeça e chorou. A mão de Hermione moveuse repentinamente
para sua boca. Ela pareceu ter entendido alguma coisa.
MMestre Régulo tirou de seu bolso um medalhão como aquele que o Lord das Trevas
tinha, disse Monstro, lágrimas transbordando por cada lado de seu nariz de focinho. E ele pediu
a Monstro para pegálo e, quando a bacia estivesse vazia, para trocar os medalhões...
Os soluços de Monstro vieram com grande aspereza agora; Harry teve que se concentrar
para entendêlo.
E ele ordenou que... Monstro partisse... sem ele. E ele disse a Monstro... para voltar para a
casa... e nunca contar para minha senhora... o que ele tinha feito... mas destruir... o primeiro
medalhão. E ele bebeu... toda a poção... e Monstro trocou os medalhões... e assistiu... como o
Mestre Régulo... foi arrastado para baixo d' água... e...
Ah, Monstro! Lamentou Hermione que estava chorando. Ela ficou de joelhos ao lado do
elfo e tentou abraçálo. Imediatamente ele ficou de pé, encolhendose para longe dela, completa e
obviamente repelida.
A sangueruim tocou Monstro, ele não permitirá isso, o que sua senhora diria?
Eu te disse para não chamála de 'sangueruim'! Rosnou Harry, mas o elfo já estava se
castigando. Ele caiu no chão e espancou sua testa no chão.
Pare ele, pare ele! Hermione gritou. Ah, você não vê como é doentio, o modo como eles
têm que obedecer?
Monstro, pare, pare! Gritou Harry.
O elfo deitou no chão, ofegando e tremendo, muco verde brilhava em volta de seu focinho,
uma contusão já florescia em sua testa pálida onde ele tinha se espancado, seus olhos inchados e
inflamados, nadando em lágrimas. Harry jamais tinha visto algo tão patético.
Então você trouxe o medalhão para casa, ele disse grosseiramente, porque ele estava
eterminado a saber a história completa. E você tentou destruilo?
Nada que Monstro fez produziu qualquer marca nele, gemeu o elfo. Monstro tentou
tudo, tudo que ele sabia, mas nada, nada funcionava... muitos feitiços poderosos no invólucro,
Monstro tinha certeza que a maneira de destruilo era conseguir abrilo, mas ele nunca se abriria.
Monstro se castigou, tentou de novo, se castigou, tentou de novo. Monstro falhou em obedecer
ordens, Monstro não pôde destruir o medalhão! E sua senhora estava louca de tristeza, porque
Mestre Régulo tinha desaparecido e Monstro não podia contar a ela o que tinha acontecido, não,
porque Mestre Régulo o tinha proibido de contar para alguém da família o que aconteceu na ccaverna...
Monstro começou a soluçar tão forte que não haviam mais palavras coerentes. Lágrimas
escorerram pelas bochechas de Hermione enquanto ela assistia Monstro, mas ela não se atreveu a
tocálo de novo. Até mesmo Rony, que não era fã algum de Monstro, parecia preocupado. Harry
sentouse com os braços cruzados e balançou negativamente sua cabeça, tentando clareála.
Eu não compreendo você, Monstro, ele disse finalmente. Voldemort tentou te matar,
Régulo morreu para matar Voldemort, mas você ainda ficou feliz em trair Sirius para Voldemort?
Você ficou feliz por ir até Narcisa e Belatriz, e passar informação para Voldemort através delas...
Harry, Monstro não pensa assim, disse Hermione, limpando seus olhos nas costas de sua
mão. Ele é um escravo; elfosdomésticos estão acostumados ao mau, até mesmo tratamento brutal;
o que Voldemort fez para Monstro não foi tão distante da maneira comum. O que guerras bruxas
significam para um elfo como Monstro? Ele é leal com as pessoas que são bondosas para ele, e a
Sra. Black deve ter sido, e Régulo certamente era, então ele os serviu de bom grado e imitou suas
crenças. Eu sei o que você vai falar, ela continuou assim que Harry começou a protestar, que
Régulo mudou de idéia... mas ele não parece ter explicado isso para Monstro, parece? E eu acho
que eu sei por quê. A família de Monstro e Regulus estariam todas mais seguras se ele mantivessem
a velha linhagem da pureza de sangue. Régulo estava tentando proteger todos eles.
Sirius...
Sirius foi horrível para Monstro, Harry, e não me olhe assim, você sabe que é verdade.
Monstro ficou sozinho por um tempo tão longo quando Sirius veio para viver aqui, e estava
provavelmente desejando um pouquinho de afeição. Tenho certeza que a Srta Ciça e a Srta Bela
foram perfeitamente adoráveis com Monstro quando ele voltou, então ele fez um favor para elas e
contou a elas tudo o que elas queriam saber. Eu tenho dito desde o começo que bruxos pagariam por
como eles tratam os elfosdomésticos. Bom, Voldemort pagou... e Sirius também.
Harry não tinha resposta. Vendo Monstro soluçando no chão, ele se lembrou do que
Dumbledore tinha dito a ele, meras horas após a morte de Sirius: Eu não creio que Sirius alguma
vez tenha visto Monstro como um ser com sentimentos tão profundos quanto o dos humanos...
Monstro, disse Harry após um tempo, quando você se sentir pronto para fazer isso,
hmm... por favor, sentese.
Passaram diversos minutos antes de Monstro parar de soluçar e se silenciar. Então ele se
empurrou para um posição sentada de novo, esfregando seus nós dos dedos em seus olhos como
uma criancinha.
Monstro, vou pedir para você fazer algo, disse Harry. Ele olhou de relance para Hermione
por assistência. Ele queria dar a ordem bondosamente, mas ao mesmo tempo, ele não podia fingir
que não era uma ordem. Entretanto, a mudança em seu tom pareceu ter ganhado sua aprovação. Ela
sorriu de maneira encorajante.
Monstro, eu quero que você, por favor, vá e ache Mundungo Fletcher. Nós precisamos
descobrir onde o medalhão do Mestre Regulus está. É realmente importante. Nós queremos
terminar o trabalho que Mestre Régulo começou, nós queremos... hmm... assegurar que ele não
tenha morrido em vão.
Monstro baixou seus punhos e olhou para Harry.
Encontrar Mundungo Fletcher? Ele coaxou.
E tragao aqui, para o Largo Grimmauld, disse Harry. Você acha que você poderia fazer
isso para nós?
Assim que Monstro acenou e ficou de pé, Harry teve uma repentina inspiração. Ele puxou a
bolsa de Hagrid e tirou o medalhão substituto no qual Régulo tinha colocado o bilhete para
Voldemort.
Monstro, eu... hmm, gostaria que você tivesse isso, ele disse, apertando o medalhão na
mão do elfo. Isto pertenceu a Régulo e eu tenho certeza que ele iria querer que você o tivesse
como um sinal de gratidão pelo quanto você...
Se sacrificou por isso, amigo disse Rony quando o elfo deu uma olhada no medalhão,
soltou um uivo de choque e tristeza, e se jogou de volta no chão.
Eles demoraram quase meia hora para acalmar Monstro, que estava tão devastado por ser
presenteado com uma relíquia da família Black só sua que seus joelhos estavam fracos demais para
ficar em pé propriamente. Quando finalmente ele foi capaz de dar poucos passos, todos eles o
acompanharam até seu armário, o assistiram enfiar o medalhão seguramente em seus cobertores
sujos, e asseguroulhe que eles fariam de sua proteção a primeira prioridade deles enquanto ele
estivesse fora. Ele então fez duas reverências baixas para Harry e Ron, e até fez um pequeno
movimento involuntário na direção de Hermione que pode ter sido uma tentativa para uma saudação
respeitosa, antes de desaparatar com o comum e alto craque.

CAPÍTULO 11
O SUBORNO

Se Monstro conseguira escapar de um lago repleto de Inferi, Harry confiou que a captura de Mundungo levaria pouco tempo, e caminhou pela casa a manhã toda,
em constante expectativa. Monstro, porém, não voltou naquela manhã, e nem mesmo naquela tarde. Ao anoitecer, Harry se sentia desencorajado e ansioso, e um jantar
constituído essencialmente de pão mofado, sobre o qual Hermione tinha tentado uma série de transfigurações, não ajudou em nada.
Monstro não retornou no dia seguinte, nem no outro. No entanto, dois homens de capa haviam aparecido na praça frente do número doze, e passaram a noite
lá, olhando na direção da casa que não conseguiam enxergar.
Comensais da Morte, sem dúvida, disse Rony, enquanto ele, Harry e Hermione observavam da janela da sala de visitas. Acham que eles sabem que estamos
aqui?
Acho que não, disse Hermione, embora parecesse amedrontada, ou eles teriam mandado Snape atrás de nós, não?
Vocês acham que ele esteve aqui e teve sua língua amarrada pela maldição do Moody?, perguntou Rony.
Sim, disse Hermione, ou ele teria conseguido dizer quele bando como entrar, não acha? Mas eles provavelmente estão vigiando para ver quando vamos
aparecer. Afinal, eles sabem que Harry é o dono da casa.
Como eles ?, começou Harry.
Testamentos de bruxos são examinados pelo Ministério, lembra? Eles sabem que Sirius deixou a casa para você.
A presença dos Comensais da Morte lá fora fazia crescer o ânimo sinistro dentro do número doze. Eles não tinham ouvido sequer uma palavra de alguém de fora
do Largo Grimmauld desde a aparição do Patrono do Sr. Weasley, e a tensão começava a ficar aparente. Inquieto e irritado, Rony desenvolveu o incômodo hábito de brincar
com o apagueiro em seu bolso: isso enfurecia particularmente Hermione, que tentava passar o tempo da espera estudando os Contos de Beedle, o Bardo, e não gostava
nem um pouco de ver as luzes se acendendo e apagando.
Dá para parar com isso? ela gritou na terceira noite da ausência de Monstro, quando toda a luz foi sugada da sala mais uma vez.
Desculpa, desculpa! disse Rony, clicando o apagueiro e reacendendo as luzes. Eu faço isso sem perceber!
Que tal encontrar algo de útil para se ocupar?
O quê, algo como ler histórias infantis?
Dumbledore me deixou este livro, Rony
e ele me deixou o apagueiro, talvez eu deva usálo!
Não agüentando mais a picuinha, Harry se esgueirou para fora do quarto sem ser percebido por nenhum dos dois. Desceu as escadas em direção cozinha, que
ele sempre visitava por ter certeza de que seria o lugar onde Monstro provavelmente apareceria. Na metade da escada, no entanto, ele ouviu uma batida na porta da
frente, e depois estalidos metálicos e o ranger de correntes.
Cada nervo em seu corpo pareceu se enrijecer: ele sacou a varinha, se escondeu nas sombras ao lado das cabeças de elfos decapitadas, e aguardou. A porta
se abriu: ele vislumbrou a praça luz das lâmpadas lá fora, e um vulto encapuzado adentrou o salão e fechou a porta atrás de si. O intruso deu um passo frente,
e a voz de Moody perguntou, Severo Snape? Então a figura de pó se ergueu do fundo do salão e se moveu rapidamente, levantando sua mão morta.
Não fui eu que matei você, Alvo, disse uma voz tranqüila.
O feitiço se quebrou. A figura explodiu novamente, e se tornou impossível distinguir o recémchegado na nuvem cinza deixada pela explosão.
Harry apontou sua varinha bem para o meio da nuvem.

Não se mova!
Ele tinha se esquecido do retrato da Sra. Black: ao som de seu grito, as cortinas que a escondiam se abriram de repente, e ela começou a gritar: Sangueruins e
escória desonrando minha casa
Rony e Hermione vieram despencando escada abaixo atrás de Harry, varinhas apontadas, como a dele, para o homem desconhecido, agora de pé, com os braços erguidos,
no meio do salão.
Não atirem, sou eu, Remo!
Graças a Deus, disse Hermione, sem forças, apontando sua varinha para a Sra. Black; com um estrondo as cortinas se fecharam zunindo, e o silêncio voltou. Rony
também abaixou sua varinha, mas Harry, não.
Mostrese!, ele gritou.
Lupin se moveu para a luz, mãos ainda erguidas num gesto de rendição.
Eu sou Remo João Lupin, lobisomem, algumas vezes conhecido como Aluado, um dos quatro criadores do Mapa do Maroto, casado com Ninfadora, mais conhecida como Tonks,
e ensinei a você como produzir um Patrono, Harry, que tem a forma de um cervo.
Ah, tudo bem, disse Harry, abaixando sua varinha, mas eu tinha que conferir, não é mesmo?
Falando como seu exprofessor de Defesa Contra as Artes das Trevas, eu concordo plenamente que você precisava conferir. Rony, Hermione, vocês não deviam baixar
suas defesas tão rapidamente.
Eles correram escada abaixo até ele. Enrolado numa grossa capa de viagem preta, ele parecia exausto, mas satisfeito por vêlos.
Nenhum sinal de Severo? perguntou.
Não, disse Harry. O que está acontecendo? Estão todos bem?
Sim, disse Lupin, mas estamos todos sendo vigiados. Há uma dupla de Comensais da Morte na praça lá fora
Nós sabemos
Precisei aparatar exatamente no último degrau da porta da frente para ter certeza de que eles não me veriam. Eles não sabem que vocês estão aqui, ou mais pessoas
estariam lá fora. Eles estão apostando em todos os lugares que tenham alguma conexão com você, Harry. Vamos descer, tenho muito para contar a vocês, e quero saber
o que aconteceu depois que vocês deixaram a Toca.
Eles desceram para a cozinha, onde Hermione apontou sua varinha para a lareira. Uma chama brotou imediatamente, dando a ilusão de aconchego s austeras paredes de
pedra e iluminando a comprida mesa de madeira. Lupin tirou algumas cervejas amanteigadas de dentro de sua capa, e eles se sentaram.
Eu deveria ter chegado aqui há três dias, mas precisava despistar os Comensais da Morte que estavam me seguindo, disse Lupin. Vocês vieram direto para cá depois
do casamento?
Não, disse Harry, só depois de termos dado de cara com alguns comensais da morte num café em Tottenham Court Road*.
Lupin derramou quase toda a cerveja amanteigada.
O quê?
Eles explicaram o que tinha acontecido. Quando terminaram, Lupin parecia horrorizado.
Mas como eles encontraram vocês tão rápido? É impossível rastrear alguém que esteja aparatando, a não ser que você consiga segurálo enquanto desaparecer!
E não parece provável que eles estivessem simplesmente passeando por Tottenham Court Road naquele momento, parece? disse Harry.
Nós nos perguntamos, disse Hermione, insegura, será que Harry poderia ainda ter o Rastro?
Impossível, disse Lupin. Rony fez um ar convencido, e Harry se sentiu imensamente aliviado. Além de tudo, se Harry ainda estivesse com o Rastro, eles sem dúvida
saberiam que ele está aqui, não acham? Mas não consigo compreender como eles podem ter seguido vocês até Tottenham Court Road, isso é muito preocupante.

Ele parecia perturbado, mas para Harry aquela pergunta podia esperar.
Contenos o que aconteceu depois que saímos, não ouvimos nada desde que o pai de Rony nos contou que a família estava a salvo.
Bem, Quim nos salvou, disse Lupin. Graças ao aviso dele a maior parte dos convidados do casamento conseguiu desaparatar antes que eles chegassem.
Eles eram Comensais da Morte ou pessoal do Ministério?, interrompeu Hermione.
Uma mistura; mas para todos os fins, eles são a mesma coisa, agora, disse Lupin. Havia cerca de uma dúzia deles, mas eles não sabiam que você estava lá, Harry.
Arthur ouviu rumores de que eles tentaram torturar Scrimgeour, antes de o matarem, para saber do seu paradeiro. Se for verdade, ele não denunciou você.
Harry olhou para Rony e Hermione; suas expressões refletiam o misto de choque e gratidão que ele sentia. Ele nunca gostara muito de Scrimgeour, mas se aquilo era
verdade, o ato final dele havia sido tentar proteger Harry.
Os Comensais da Morte reviraram a Toca de cabeça para baixo, Lupin continuou. Eles encontraram o vampiro, mas não quiseram chegar muito perto e então tentaram
interrogar o resto de nós por horas a fio. Eles estavam tentando obter informações sobre você, Harry, mas claro que ninguém além da Ordem sabia que você tinha estado
lá.
Ao mesmo tempo em que estavam destruindo o casamento, mais Comensais da Morte invadiam todas as casas ligadas Ordem no país. Sem mortes, ele acrescentou rapidamente,
antecipando a pergunta, mas eles foram duros. Queimaram a casa de Dédalo Diggle que, como vocês sabem, não estava lá, e usaram a Maldição Cruciatus na família
da Tonks. Mais uma vez, eles estavam tentando descobrir para onde você tinha ido depois de visitálos. Eles estão bem abatidos, é claro, mas ainda assim, bem.
Os Comensais da Morte conseguiram passar por todos aqueles feitiços de proteção? perguntou Harry, lembrandose de como haviam sido eficazes na noite em que ele
despencara no jardim dos pais de Tonks.
O que você precisa entender, Harry, é que os Comensais da Morte agora têm todo o poder do Ministério a seu favor, disse Lupin. Eles têm poder para realizar
alguns feitiços terríveis sem medo de serem identificados ou presos. Eles conseguiram penetrar todos os feitiços que havíamos lançado para nos proteger deles, e,
uma vez dentro, eles foram bastante diretos sobre a razão de estarem ali.
E eles estão preocupados em dar alguma desculpa para torturarem as pessoas em busca de informação sobre o Harry? perguntou Hermione, exasperada.
Bem, disse Lupin. Ele hesitou, e então puxou uma cópia dobrada do Profeta Diário.
Aqui, ele falou, empurrando o jornal pela mesa até Harry, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde, de qualquer forma. Esse é o pretexto deles para perseguir
você.
Harry alisou o papel. Uma imensa fotografia de seu próprio rosto se destacava na primeira página. Ele leu a manchete sobre ela:

PROCURADO PARA INTERROGATÓRIO ACERCA DA MORTE DE ALVO DUMBLEDORE

Rony e Hermione rugiram de indignação, mas Harry não disse nada. Empurrou o jornal para longe; não queria ler mais: ele sabia o que estaria escrito. Ninguém além
de quem estivera no alto da torre quando Dumbledore morreu sabia quem realmente o matara, e, como Rita Skeeter já havia dito ao mundo dos bruxos, Harry fora visto
correndo do lugar momentos após a queda de Dumbledore.
Sinto muito, Harry, disse Lupin.
Então os Comensais da Morte tomaram o Profeta Diário também? perguntou Hermione, furiosa.
Lupin assentiu.
Mas com certeza as pessoas perceberam o que está acontecendo?
O golpe foi suave e virtualmente silencioso, disse Lupin. A versão oficial do assassinato de Scrimgeour é que ele renunciou; ele foi substituído por Pius Thicknesse,
que está sob a Maldição Imperius.
Por que Voldemort não se declarou Ministro da Magia? perguntou Rony.
Lupin riu.
Ele não precisa disso, Rony. Ele é efetivamente o Ministro, mas por que ele iria se sentar atrás de uma mesa no Ministério? Sua marionete, Thicknesse,
está tomando conta dos negócios cotidianos, deixando Voldemort livre para estender seu poder para além do Ministério.

Naturalmente muitas pessoas deduziram o que ocorreu. Houve uma mudança tão dramática na política do Ministério nos últimos dias, que muitos andam sussurrando
que Voldemort deve estar por trás de tudo. Porém, essa é a questão: eles apenas sussurram. Eles não ousam fazer confidências uns aos outros, pois não sabem em quem
confiar; estão assustados demais para protestar, caso suas suspeitas sejam verdadeiras e suas famílias estejam na mira. Sim, Voldemort está jogando um jogo muito
astuto. Declararse poderia provocar rebelião aberta: permanecer oculto criou confusão, incerteza e medo.
E essa mudança dramática na política do Ministério, perguntou Harry, envolve alertar toda a comunidade dos bruxos contra mim, ao invés de Voldemort?
Sem dúvida, isso é uma parte, respondeu Lupin, e é um golpe de mestre. Agora que Dumbledore está morto, você o Menino Que Sobreviveu sem dúvida
se tornaria o símbolo e o ponto de apoio para qualquer resistência contra Voldemort. Mas, ao sugerir que você possa ter tido participação na morte do velho herói,
Voldemort não apenas colocou um preço pela sua cabeça, mas semeou medo e dúvida entre muitos que poderiam defendêlo.
Enquanto isso, o Ministério começou a atuar contra os NascidosTrouxa.
Lupin apontou para o Profeta Diário.
Olhem na página dois.
Hermione virou as páginas com a mesma expressão de repulsa que havia mostrado ao manusear os Segredos das Artes das Trevas.
Registro de NascidosTroux, ela leu em voz alta. O Ministério da Magia está realizando um recenseamento de todos os chamados 'NascidosTrouxa', para
entender melhor como eles vieram a ter segredos mágicos.

Recentes pesquisas do Departamento de Mistérios revelaram que a magia só pode ser passada de uma pessoa a outra quando bruxos se reproduzem. Quando não
existe comprovada ascendência de bruxos, portanto, os chamados NascidosTrouxa provavelmente obtiveram poder mágico por furto ou uso da força.

O Ministério está determinado a extirpar tais usurpadores de poder mágico, e para esse fim enviou um convite para que todos os chamados NascidosTrouxa
se apresentem para uma entrevista com a recentemente criada Comissão de Registro de NascidosTrouxa.


As pessoas não vão deixar isso acontecer, disse Rony.
Isso está acontecendo, Rony, disse Lupin. NascidosTrouxa estão sendo arrebanhados enquanto conversamos.
Mas como eles poderiam ter 'roubado' magia? perguntou Rony. É insano, se você pudesse roubar magia não haveria nenhum Aborto, haveria?
Eu sei, respondeu Lupin. Ainda assim, a não ser que você possa comprovar que tem ao menos um parente próximo bruxo, presumese que você tenha obtido
seu poder mágico ilegalmente, e deva sofrer a punição.

Ron olhou de esguelha para Hermione, e então disse, E se os purosangues e mestiços admitirem um NascidoTrouxa como parte de sua família? Eu diria a eles
que Hermione é minha prima
Hermione segurou a mão de Rony e a apertou.
Obrigada, Rony, mas eu não deixaria você
Você não terá escolha, disse Ron impetuosamente, apertando de volta a mão dela. Vou explicar a você minha árvore genealógica para que você possa responder
perguntas sobre ela.
Hermione deu uma risada trêmula.
Rony, nós estamos fugindo com Harry Potter, a pessoa mais procurada do país, acho que isso não importa muito. Se eu fosse voltar para a escola seria diferente.
O que Voldemort está planejando para Hogwarts? ela perguntou a Lupin.
A freqüência agora é obrigatória para todos os jovens bruxos e bruxas, ele respondeu. Isso foi anunciado ontem. É uma grande mudança, porque nunca
havia sido obrigatório antes. Claro, quase todos os bruxos e bruxas da GrãBretanha foram educados em Hogwarts, mas seus pais tinham o direito de educálos em casa
ou enviálos para o exterior, se preferissem. Dessa forma, Voldemort terá toda a população de bruxos sob seu domínio desde muito jovens. E também é uma outra forma
de excluir os NascidosTrouxa, porque os alunos devem receber Status de Sangue o que significa que eles precisam ter comprovado ao Ministério que possuem ascendência
de bruxos antes de obterem permissão para freqüentar.
Harry se sentiu enojado e furioso: nesse momento, meninos e meninas de onze anos, ansiosos, estariam contemplando pilhas de livros recémcomprados, alheios
ao fato de que eles nunca veriam Hogwarts, talvez nunca mais veriam suas famílias.
Isso é... isso é... ele murmurou, lutando para encontrar palavras que expressassem o horror que sentia, mas Lupin apenas disse, calmamente, Eu sei.
Lupin hesitou.
Eu vou entender se você não puder confirmar isso, Harry, mas a Ordem tem a impressão de que Dumbledore deixou uma missão para você.
Sim, ele deixou, respondeu Harry, e Rony e Hermione sabem disso, e vão comigo.
Você pode me dizer do que se trata essa missão?
Harry olhou para o rosto precocemente enrugado, emoldurado por cabelos grisalhos, e desejou poder dar outra resposta.
Não posso, Remo, sinto muito. Se Dumbledore não contou, não acho que eu possa fazêlo.
Imaginei que você fosse dizer isso, disse Lupin, desapontado. Mas eu poderia ser útil para vocês. Vocês sabem quem sou, e sabem o que posso fazer.
Eu poderia ir com vocês e dar proteção. Não seria necessário me contar exatamente o que pretendem.
Harry hesitou. Era uma oferta tentadora, embora como manter sua missão secreta se Lupin estivesse com eles o tempo todo, era algo que ele não conseguia imaginar.
Hermione, no entanto, parecia intrigada.
Mas, e a Tonks? ela perguntou.
O que tem a Tonks? disse Lupin.
Bem, respondeu Hermione, franzindo as sobrancelhas, você está casado! Como ela se sente sobre você vir conosco?
Tonks vai estar perfeitamente segura, disse Lupin. Ela vai ficar na casa de seus pais.
Havia algo estranho no tom de Lupin; era quase frio. Havia algo de estranho, também, na idéia de que Tonks ficaria escondida na casa dos pais; afinal, ela
era um membro da Ordem, e, até onde Harry sabia, possivelmente desejaria estar no meio da ação.
Remo, disse Hermione cautelosamente, está tudo bem... você sabe... entre você e
Está tudo muito bem, obrigada, respondeu Lupin imediatamente.
Hermione enrubesceu. Houve uma outra pausa, estranha e embaraçosa, e então Lupin disse, com um ar de quem forçava a si mesmo a admitir algo desagradável,
Tonks vai ter um bebê.
Que maravilha! guinchou Hermione.

Excelente! disse Rony, entusiasmado.
Parabéns. disse Harry.
Lupin deu um sorriso artificial, que mais parecia uma careta, e disse, Então... você aceita minha oferta? Três podem virar quatro? Não acho que Dumbledore
desaprovaria, afinal, ele me nomeou como seu professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. E devo dizer que acredito que enfrentaremos magia de um tipo que muitos
de nós jamais encontraram ou imaginaram.
Rony e Hermione olharam para Harry.
Apenas apenas para esclarecer, ele disse. Você quer deixar Tonks na casa dos pais e ir embora conosco?
Ela estará perfeitamente segura lá, eles cuidarão dela, disse Lupin. Ele falou com uma firmeza que beirava indiferença. Harry, tenho certeza que
Tiago gostaria que eu ficasse com você.
Bem, disse Harry, lentamente, eu não. Tenho bastante certeza que meu pai gostaria de saber por que você não está ficando com seu próprio filho, na
verdade.
Lupin empalideceu. A temperatura na cozinha parecia ter caído uns dez graus. Rony olhava ao redor como se tentasse memorizar a cena, enquanto o olhar de
Hermione dançava entre Harry e Lupin.
Você não compreende. disse Lupin, por fim.
Explique, então. disse Harry.
Lupin engoliu em seco.
Eu eu cometi um sério engano ao me casar com Tonks. Fiz isso a despeito de um melhor julgamento, e me arrependo desde então.
Entendo, disse Harry, então você vai simplesmente dar o fora nela e no bebê e fugir conosco?
Lupin se ergueu de uma vez: sua cadeira virou, e ele encarou a todos com tamanha ferocidade que Harry percebeu, pela primeira vez, a sombra de um lobo sob
sua face humana.
Você não entende o que fiz minha mulher e ao meu filho ainda não nascido? Eu nunca deveria ter me casado com ela, eu a tornei uma renegada!
Lupin chutou a cadeira que havia derrubado.
Você só me vê participando da Ordem, ou sob a proteção de Dumbledore em Hogwarts! Você não sabe como a maior parte dos bruxos enxerga criaturas como eu!
Quando eles descobrem o que me aflige, eles mal falam comigo! Você não vê o que eu fiz? Até mesmo a família dela tem repulsa ao nosso casamento, que pais gostariam
de ver sua única filha se casar com um lobisomem? E a criança a criança
Lupin puxava tufos de seu próprio cabelo. Ele parecia fora de si.
Minha raça normalmente não procria! Ele vai ser como eu, estou convencido disso como posso me perdoar, quando sabidamente arrisquei transmitir minha
condição a uma criança inocente? E se, por algum milagre, ela não for como eu, então ela vai estar cem vezes melhor sem um pai de quem sempre se envergonhará.
Remo! sussurou Hermione, com lágrimas nos olhos. Não diga isso como qualquer criança poderia se envergonhar de você?
Ah, não sei, Hermione, disse Harry. Eu ficaria bastante envergonhado dele.
Harry não sabia de onde estava vindo aquela ira, mas ela o tinha impulsionado a se levantar também. Lupin parecia ter recebido um soco dele.
Se o novo regime considera que Nascidostrouxa são ruins, disse Harry, o que eles farão, então, com um meiolobisomem cujo pai está na Ordem? Meu pai
morreu tentando proteger minha mãe e eu, e você acha que ele te diria para abandonar seu filho e ir se aventurar conosco?
Como como você ousa? disse Lupin. Isso não tem nada a ver com um desejo de de perigo e glória pessoal como você ousa sugerir algo tão
Acho que você anda muito audacioso, disse Harry. Está pensando em tomar o lugar de Sirius

Harry, não! implorou Hermione, mas ele continuou a encarar o rosto furioso de Lupin.
Eu nunca acreditaria nisso, Harry disse. O homem que me ensinou a lutar contra os dementadores um covarde.
Lupin sacou sua varinha tão rápido que Harry mal conseguiu alcançar a sua própria; houve um estrondo, e ele foi jogado para trás, como se arremessado. Quando
bateu contra a parede da cozinha e deslizou para o chão, ainda teve um vislumbre da barra da capa de Lupin desaparecendo pela porta.
Remo, Remo, volte! gritou Hermione, mas Lupin não respondeu. Um momento depois eles ouviram a porta da frente bater.
Harry! exclamou Hermione. Como você pôde?
Foi fácil, disse Harry. Ele se levantou. Podia sentir um galo se formando no lugar em que sua cabeça batera na parede. Ainda estava tão cheio de fúria
que tremia.
Não olhe assim para mim! rosnou para Hermione.
Não desconte nela! rosnou de volta Rony.
Não não nós não devemos brigar! disse Hermione, metendose entre os dois.
Você não deveria ter dito aquelas coisas para o Lupin, Ron disse a Harry.
Foi ele que pediu por isso, disse Harry. Imagens fragmentadas se sucediam em sua cabeça: Sirius passando pelo véu; Dumbledore suspenso em pleno ar, derrotado;
um jato de luz verde e a voz de sua mãe, implorando misericórdia...
Pais, continuou Harry, não deveriam deixar seus filhos a não ser que a não ser que realmente seja necessário.
Harry disse Hermione, estendendo uma mão para consolálo, mas ele deu de ombros e saiu de perto, seus olhos fixos no fogo que Hermione havia conjurado.
Ele havia uma vez falado com Lupin naquela lareira, procurando ser tranqüilizado com relação a Tiago, e Lupin o havia consolado. Agora o lívido rosto atormentado
de Lupin parecia flutuar sua frente. Ele sentiu um embrulho no estômago de remorso. Nem Rony, nem Hermione disseram nada, mas Harry sentiu que eles estavam se
entreolhando pelas suas costas, comunicandose silenciosamente.
Ele se virou e os pegou abruptamente se virando para frente.
Eu sei que não deveria têlo chamado de covarde.
Não, você não deveria, disse Rony, imediatamente.
Mas ele está agindo como um covarde.
Ainda assim... disse Hermione.
Eu sei, retrucou Harry. Mas se isso fizer com que ele volte para junto de Tonks, terá valido a pena, não?
Ele não conseguia evitar o tom de súplica em sua voz. Hermione parecia compreensiva, Ron, incerto. Harry desviou os olhos para baixo, pensando em seu pai.
Teria Tiago o apoiado no que ele dissera a Lupin, ou ele ficaria bravo com seu filho por ter maltratado um de seus velhos amigos?
A cozinha silenciosa parecia vibrar com o choque da cena recente e com a reprovação silente de Rony e Hermione. O Profeta Diário que Lupin trouxera ainda
estava sobre a mesa, o rosto de Harry na primeira página olhando para o teto. Ele foi até lá e se sentou mesa, abrindo o jornal ao acaso, e fingindo ler. Ele não
conseguia absorver qualquer palavra, sua cabeça ainda estava repleta de tudo o que ocorrera no encontro com Lupin. Ele tinha certeza de que Rony e Hermione haviam
retomado sua comunicação tácita do outro lado do Profeta. Ele virou a página com estardalhaço, e o nome de Dumbledore pulou sua frente. Sob a fotografia estavam
as palavras: A família Dumbledore, da esquerda para a direita: Alvo; Percival segurando a recémnascida Ariana; Kendra; e Aberforth.
Aquilo chamou sua atenção, e Harry examinou a fotografia com mais cuidado. O pai de Dumbledore, Percival, era um homem bemapessoado, com olhos que pareciam
brilhar mesmo naquela foto velha e desbotada. O bebê, Ariana, era um pouco maior do que um pãozinho, e difícil de distinguir. A mãe, Kendra, tinha cabelo preto amarrado
num coque alto. Seu rosto tinha certo ar de escultura. Harry se lembrou de fotos que vira de índios americanos, enquanto analisava seus olhos, suas maçãs do rosto
salientes, e o nariz retilíneo, formalmente composto sobre um vestido de seda de gola alta. Alvo e Aberforth estavam usando semelhantes jaquetas rendadas de gola
e idênticos cortes de cabelo na altura do ombro. Alvo parecia muitos anos mais velho, mas exceto por isso os dois garotos eram muito parecidos, pois isso fora antes
de o nariz de Alvo ser quebrado, e antes de ele começar a usar óculos.
A família parecia bastante normal e feliz, sorrindo serenamente na página do jornal. A pequena Ariana agitava seus braços vagamente em sua manta. Harry olhou
acima da foto e leu a manchete:

TRECHO EXCLUSIVO DA NOVA BIOGRAFIA DE ALVO DUMBLEDORE
Por Rita Skeeter

Pensando que dificilmente algo poderia fazêlo se sentir pior do que já se sentia, Harry começou a ler:

Orgulhosa e arrogante, Kendra Dumbledore não tolerou permanecer em MouldontheWold* depois da muito divulgada prisão de seu marido Percival, encarcerado em Azkaban.
Ela decidiu então deslocar a família para Godric's Hollow, o vilarejo que mais tarde ganharia fama como cenário da inexplicável fuga de Harry Potter de VocêSabeQuem.

Como MouldontheWold, Godric's Hollow era lar de várias famílias de bruxos, mas uma vez que Kendra não as conhecia, seria poupada da curiosidade, enfrentada por
ela em sua antiga casa, acerca do crime de seu marido. Seguidamente rechaçando as tentativas de aproximação de seus novos vizinhos bruxos, ela logo assegurou que
a família fosse deixada completamente só.

Bateu a porta na minha cara quando fui dar as boasvindas com uma fornada de bolinhos de caldeirão caseiros, disse Batilda Bagshot. Durante o primeiro ano em
que estavam aqui, eu só via os dois rapazes. Não saberia que havia uma filha se não tivesse visto Kendra levar Ariana até o jardim, numa noite em que eu estava colhendo
plangentinas luz da lua, no inverno em que eles se mudaram. Ela a levou até o jardim dos fundos, deu uma volta no gramado, mantendoa bem segura, e então a levou
novamente para dentro. Eu não sabia o que pensar.

Aparentemente Kendra considerou que a mudança para Godric's Hollow era a oportunidade perfeita para esconder Ariana de uma vez por todas, algo que ela provavelmente
já planejava há vários anos. O momento foi relevante. Ariana tinha cerca de sete anos quando desapareceu, e sete é a idade a que a maior parte dos especialistas
concorda que a magia já deva se manifestar, se presente. Ninguém se recorda de Ariana jamais ter demonstrado qualquer habilidade mágica. Parece claro, portanto,
que Kendra tomou a decisão de esconder a existência de sua filha, ao invés de admitir a vergonha de ter produzido um Aborto. Mudarse para longe de seus amigos e
vizinhos que conheciam Ariana só tornaria o isolamento desta mais fácil. As poucas pessoas que sabiam da existência de Ariana, então, iriam com certeza manter o
segredo, incluindo seus dois irmãos, que evitavam perguntas capciosas com a resposta que sua mãe lhes ensinara: minha irmã é frágil demais para ir escola.

Na próxima semana: Alvo Dumbledore em Hogwarts Os prêmios e a presunção

Harry estava errado: o que havia lido tinha efetivamente feito com que se sentisse pior. Ele olhou de novo para a fotografia da família de aparência feliz.
Seria verdade? Como ele poderia descobrir? Ele queria ir a Godric's Hollow, mesmo se Batilda não estivesse lúcida o suficiente para conversar com ele; ele queria
visitar o lugar onde ambos, ele e Dumbledore, haviam perdido entes queridos. Estava abaixando o jornal, para pedir a opinião de Rony e Hermione, quando um estalo
ensurdecedor ecoou pela cozinha.
Pela primeira vez em três dias Harry havia se esquecido de Monstro. Seu primeiro pensamento foi que Lupin tinha voltado, e por um instante não assimilou
a massa de membros revoltos que havia aparecido do nada ao lado de sua cadeira. Ele ficou de pé rapidamente enquanto Monstro se desembolava. Fazendo uma profunda
reverência para Harry, ele crocitou: Monstro voltou com o ladrão Mundungo Fletcher, Mestre.
Mundungo se levantou atabalhoadamente e sacou sua varinha; Hermione, porém, foi mais rápida que ele.
Expelliarmus!
A varinha de Mundungo foi arremessada no ar, e Hermione a segurou. Com um olhar assustado, Mundungo correu para as escadas: Ron se atirou sobre ele, e Mundungo
foi derrubado sobre o chão de pedra com um som abafado de coisas se quebrando.
O que foi? ele gritou com toda força, contorcendose para tentar se soltar da pegada de Rony. O que eu fiz? Colocar um maldito elfo atrás de mim, que
brincadeira é essa, o que eu fiz, me solta, me solta, ou
Você não está numa boa posição para fazer ameaças, disse Harry. Ele atirou o jornal para o lado, atravessou a cozinha a passos largos, e se ajoelhou
ao lado de Mundungo, que parou de lutar e pareceu aterrorizado. Rony se levantou, arfando, e observou enquanto Harry apontava sua varinha para o nariz de Mundungo.
Mundungo fedia a suor azedo e tabaco: seu cabelo estava embaraçado, e suas roupas, manchadas.
Monstro pede desculpas pelo atraso na captura do ladrão, Mestre, crocitou o elfo. Fletcher sabe como se safar, tem muitos esconderijos e comparsas.
Ainda assim, no fim das contas Monstro o encurralou.
Você se saiu muito bem, Monstro, disse Harry, e o elfo fez uma reverência.
Certo, agora temos algumas perguntas para você, Harry falou para Mundungo, que começou a gritar.
Eu entrei em pânico, OK? Eu nunca quis participar, sem ofensa, cara, mas eu nunca me ofereci para morrer por você, e lá estava o maldito VocêSabeQuem
voando na minha direção, qualquer um teria tentado escapulir, eu disse o tempo todo que não queria
Para a sua informação, nenhum dos demais tentou desaparatar, disse Hermione.
Bem, vocês são um bando de malditos heróis, então, mas eu nunca fingi estar disposto a me sacrificar
Nós não estamos interessados em saber por que você abandonou OlhoTonto, disse Harry, movendo sua varinha para mais perto dos olhos injetados e inchados
de Mundungo. Nós já sabemos que você é uma escória traiçoeira.
Bom, então, por que diabos estou sendo caçado por elfos? Ou isso tem alguma coisa a ver com as taças novamente? Eu não tenho mais nenhuma delas, ou você
poderia ficar com elas
Também não é sobre as taças, mas você está chegando perto, disse Harry. Cale a boca e escute.
Era fantástico finalmente ter algo a fazer, alguém de quem ele pudesse exigir verdades. A varinha de Harry agora estava tão próxima do nariz de Mundungo
que ele tinha ficado vesgo tentando mantêla sua vista.
Quando você fez um limpa de todas as coisas de valor nesta casa, começou Harry, mas Mundungo o interrompeu novamente.
Sirius nunca se preocupou com nada desse lixo

Houve um barulho de pés batendo no chão, um brilho cúpreo, um tinido ecoando, e um grito de agonia: Monstro tinha corrido até Mundungo e o atingido na cabeça
com uma panela.
Tire ele daqui, tire ele daqui, ele devia estar preso!, berrou Mundungo, cobrindo a cabeça enquanto Monstro erguia a pesada panela novamente.
Monstro, não! pediu Harry.
Os finos braços de Monstro tremeram com o peso da panela, ainda segura no alto, pronta para bater.
Só mais uma vez, Mestre Harry, para dar sorte?
Rony riu.
Nós precisamos dele consciente, Monstro, mas se ele precisar de um pouco de persuasão, você pode fazer as honras, disse Harry.
Muito obrigado, Mestre, disse Monstro, numa reverência, e recuou uma pequena distância, seus grandes olhos pálidos ainda fixos sobre Mundungo com desdém.
Quando você despiu esta casa de todas as coisas de valor que conseguiu encontrar, Harry começou de novo, você tirou um monte de coisas do armário da
cozinha. Havia um medalhão lá. A boca de Harry ficou seca de repente: ele podia sentir a tensão e a ansiedade de Rony e Hermione, também. O que você fez com
ele?
Por quê? perguntou Mundungo. Era valioso?
Você ainda está com ele! gritou Hermione.
Não, ele não está, disse Rony sombriamente. Ele está pensando se poderia ter pedido um valor mais alto.
Mais alto? disse Mundungo. Isso não teria sido difícil... Acabei dando a porcaria, não foi? Não tive escolha.
O que você quer dizer?
Eu estava vendendo no Beco Diagonal quando ela veio e me perguntou se eu tinha licença para comercializar artefatos mágicos. Maldita intrometida. Ela ia
me multar, mas se encantou pelo medalhão e me disse que iria leválo e me deixar daquela vez, e que eu deveria me considerar de sorte.
Quem era essa mulher? perguntou Harry.
Não sei, alguma bruxa velha do Ministério.
Mundungo pensou por um momento, franzindo a testa.
Baixinha. Laço no alto da cabeça. Franziu as sobrancelhas e acrescentou, Parecia um sapo.
Harry deixou cair sua varinha: ela atingiu Mundungo no nariz e lançou jatos vermelhos em suas sobrancelhas, que pegaram fogo.
Aguamenti! gritou Hermione, e um jato de água brotou de sua varinha, atingindo Mundungo, que afogava e se engasgava.
Harry olhou para cima e viu seu próprio susto refletido nos rostos de Rony e Hermione. As cicatrizes em sua mão direita latejaram novamente.

CAPÍTULO DOZE
Magia é Poder

Com a chegada de Agosto, o bloco de grama malcuidado no centro do Largo Grimmauld murchou ao sol até se tornar frágil e amarelado. Os habitantes do número
doze nunca foram vistos por ninguém das casas ao redor, assim como o próprio número doze. Os trouxas que viviam no Largo Grimmauld há muito tinham aceitado o divertido
erro de numeração que havia situado o número onze bem ao lado do treze.
O Largo começava agora a atrair um pingado de visitantes que parecia achar a anomalia muito intrigante. Nenhum dia se passava sem uma ou duas pessoas chegando
ao Largo Grimmauld com nenhuma outra finalidade, ou pelo menos foi o que pareceu, do que parar ao lado oposto s cercas encarando o número onze e treze, assistindo
junção entre as duas casas. Os visitantes nunca eram os mesmos passados dois dias, apesar de todos parecerem compartilhar o mesmo desagrado por roupas normais.
A maioria dos londrinos que passavam por ali se surpreendia ao ver pessoas vestirem roupas tão excêntricas e s vezes parava para analisálas, um deles ocasionalmente
olhou para trás perguntandose porque alguém vestiria uma capa num calor desses.
Os visitantes pareciam estar pouco satisfeitos com sua vigília. Ocasionalmente um deles tentava avançar frente excitadamente, como se tivesse visto algo finalmente
interessante, mas apenas voltava para trás parecendo desapontado.
No primeiro dia de setembro, havia mais pessoas espreitando o Largo do que jamais houvera. Meia dúzia de homens vestindo longas capas permaneceram calados
e entretidos, mirando ainda entre as casas onze e treze, mas a coisa que ainda esperavam parecia ilusória. Com a chegada da noite, e com ela um vento gélido de chuva
pela primeira vez em semanas, ocorreu mais um daqueles inexplicáveis momentos quando alguém parecia ter visto algo de interessante. O homem com a cara retorcida
apontou e seu companheiro mais próximo, um homem atarracado e pálido avançou a frente mas um momento depois eles voltaram ao seu inicial estado de inatividade, olhando
frustrados e desapontados.
Enquanto isso, dentro do número doze, Harry acabara de adentrar o hall. Ele tinha acabado de perder o equilíbrio, tinha aparatado a um passo da porta da
frente, e pensou que os Comensais da Morte deviam ter vislumbrado seu cotovelo exposto. Fechando cuidadosamente a porta atrás dele, retirou sua capa de invisibilidade,
dobroua sobre seu braço, e saiu rapidamente pelo corredor do hall até uma porta de acesso ao porão, a cópia roubada do Profeta Diário em sua mão.
O usual sussurro baixo de Severo Snape?, cumprimentouo, o vento frio varreuo e sua língua enrolouse por um momento.
Eu não matei você, ele falou, uma vez que desenrolou, depois segurou a respiração quando a empoeirada figura amaldiçoada explodiu. Ele esperou até estar
a meio caminho das escadas da cozinha, fora dos limites auditivos da Srª. Black e limpo da nuvem de poeira, antes de anunciar Eu tenho novidades e vocês não gostarão
delas.
A cozinha estava quase irreconhecível. Cada superfície brilhava agora; Potes e panelas de cobre foram polidas para um fulgor róseo; a superfície da mesa
de madeira brilhava; as taças e pratos já estavam colocados para o jantar na luz de um alegre e chamejante fogo no qual havia um caldeirão cozinhando. Nada no cômodo,
entretanto, era mais dramaticamente diferente do que o elfo doméstico que vinha rapidamente na direção de Harry, vestido numa toalha branco neve, os pelos de suas
orelhas tão limpos e macios quanto algodão de lã, o medalhão de Régulo balançando no seu peito magro.
Tire os sapatos, por favor, Mestre Harry, e lave as mãos antes do jantar, grasnou Monstro, recolhendo a capa de invisibilidade e erguendose para pendurála
num gancho na parede, ao lado de inúmeras vestes fora de moda recém lavadas.
O que aconteceu? perguntou Rony apreensivo. Ele e Hermione estavam trabalhando em cima de um monte de notas rabiscadas e mapas feitos mão que se estendiam
por toda a mesa da cozinha, mas agora eles observavam Harry avançar até eles jogando o jornal em cima de todos aqueles pergaminhos.
Uma grande foto de alguém familiar, um homem de nariz de gancho, cabelos pretos e longos os encarou abaixo de uma manchete em que se lia:

SEVERO SNAPE CONFIRMADO COMO NOVO DIRETOR DE HOGWARTS.

Não! falaram alto Rony e Hermione.
Hermione fora mais rápida; ela levantou o jornal e começou a ler a história em voz alta.

Severo Snape, por muito tempo professor de poções na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, foi hoje apontado como novo diretor na mais importante das séries de
mudanças realizadas na antiga escola. Seguindo a resignação, Aleto Carrow será professor da matéria Estudo dos Trouxas enquanto seu irmão Amico, preencherá a posição
de professor de Defesa Contra Artes das Trevas.

Eu dou boas vindas oportunidade de apoiar nossas melhores tradições e valores da bruxaria

Como cometer assassinato e cortar as orelhas das pessoas, eu suponho! Snape, diretor! Snape no lugar de Dumbledore, pelas barbas de Merlin! ela gritou
fazendo Rony e Harry pularem. Ela pulou por cima da mesa e foi em direção ao quarto gritando, Eu volto em um minuto!
Pelas barbas de Merlin? repetiu Rony, olhando maravilhado. Ela deve estar perturbada. Ele puxou o jornal para si e leu o artigo de Snape.
Os outros professores não aceitarão isso, McGonagall, Flitwick e Sprout, todos sabem a verdade, eles sabem como Dumbledore morreu. Eles não aceitaram Snape
como diretor. E quem são esses Carrows?
Comensais da Morte falou Harry. Tem fotos deles dentro do jornal. Eles estavam no topo da torre quando Snape matou Dumbledore, então estão todos entre
amigos. E, Harry foi amargamente pegar um cadeira, Eu não vejo outra saída para os professores senão ficar. Se o ministro e Voldemort estão por trás de Snape
isso será uma escolha entre ficar e ensinar ou passar poucos agradáveis anos em Azkaban e isso se tiverem sorte. Eu considero que eles ficarão e protegerão os
alunos..
Monstro veio contornando a mesa com uma grande tigela s mãos e depositou sopa em pratos primitivos, assobiando entre os dentes.
Obrigado, Monstro, falou Harry, fechando o Profeta, pois assim não veria o rosto de Snape. Bem, pelo menos sabemos onde Snape está agora.
Ele levou a colher de sopa boca. A qualidade da comida do Monstro tinha melhorado drasticamente desde que foi presenteado com o medalhão de Régulo: As
cebolas francesas hoje estavam melhor do que nunca.
Ainda há um grupo de Comensais da Morte vigiando a casa falou a Rony que comia mais do que normalmente. É como se esperassem que saíssemos carregando
nosso material escolar em direção ao Expresso Hogwarts.
Rony deu uma olhada em seu relógio.
Eu estive pensando nisso o dia todo. Já saiu há seis horas atrás. É estranho não estar nele não acha?
Em sua mente Harry pareceu imaginar a máquina a vapor escarlate que ele e Rony uma vez seguiram voando entre campos e colinas, uma ondulante e vermelha lagarta.
Ele tinha certeza que Gina, Neville e Luna estavam agora sentados juntos e talvez se perguntando onde estariam ele Rony e Hermione ou debatendo qual seria
a melhor forma de arruinar o novo regime de Snape.
Eles quase me viram voltando agora Falou Harry Eu aparatei de mau jeito bem em frente porta e a capa escorregou.
Eu faço isso toda vez, oh aqui está ela adicionou Rony rodeando seu assento para assistir Hermione retornar cozinha. E o que, em nome de Merlin,
é isso?
Eu me lembrei disto arquejou Hermione.
Ela estava carregando um grande quadro emoldurado, que agora ela colocou no chão, antes de pegar sua pequena bolsa no aparador da cozinha. Abrindoa, ela
começou a forçar a pintura para dentro descartando o fato de isso ser aparentemente muito grande para caber naquela bolsa minúscula, mas em poucos segundos tinha
desaparecido, muito facilmente, nas profundidades espaçosas da bolsa.
Fineus Nigellus Explicou Hermione atirando a bolsa em cima da mesa da cozinha, produzindo um estalo.
Desculpe? falou Rony, mas Harry entendeu. A figura pintada de Fineus Nigellus Black era capaz de viajar entre seu quadro no Largo Grimmauld e aquele
que ficava pendurado no escritório do diretor de Hogwarts: a salinha circular onde Snape estaria sem dúvida sentado a essa hora, na triunfante possessão dos delicados
e prateados instrumentos mágicos de Dumbledore, a Penseira, o Chapéu Seletor, e a não ser que tivesse sido retirada, a espada de Gryffindor.
Snape poderia mandar Fineus dar uma olhada nessa casa para ele Explicou Hermione para Rony assim que tinha retomado seu assento Mas deixeo tentar
agora, tudo o que Fineus Nigellus será capaz de ver é o fundo da minha bolsa.
Bem pensado falou Rony impressionado.
Obrigado falou Hermione levando a sopa até a si. Então Harry, o que mais aconteceu hoje?
Nada falou Harry Observei a entrada do Ministério de Magia por sete horas, nenhum sinal dela. Pensei ter visto seu pai Rony. Ele parece bem.
Rony demonstrou sua apreciação por essa notícia. Ele havia concordado que era muito perigoso tentar se comunicar com o Sr. Weasley, já que estava sempre
rodeado de outros empregados do Ministério. Isso era, no entanto, bem reconfortante, ter esses vislumbres mesmo que ele parece muito cansado ou ansioso.
Papai sempre falou que o pessoal do ministro utiliza a Rede de Flu para ir ao trabalho falou Rony É por isso que nunca vimos Umbridge, ela nunca caminha,
acha que é muito importante para isso.
E aquela velha bruxa engraçada e aquele bruxinho com capas azulmarinho? perguntou Hermione.
Ah sim, o homem da Manutenção Mágica falou Rony
Como você sabe que ele trabalha na Manutenção Mágica? perguntou Hermione, sua colher de sopa suspensa no ar.
Papai disse que todo mundo da Manutenção Mágica usa capas azulmarinho.
Mas você nunca nos falou isso.
Hermione largou sua colher e puxou para perto os blocos de notas e mapas que ela e Rony estavam examinando quando Harry chegou na cozinha.
Bem, não há nada aqui sobre roupas de marinheiro, nada! ela falou passando as páginas ferventemente.
Bem, isso realmente importa?
Rony, tudo isso importa! Se nós vamos entrar no ministério sem sermos percebidos quando eles estão ligados procura de intrusos, todos os mínimos detalhes
importam. Nós passamos e repassamos isso, quer dizer, qual a finalidade de todas essas viagens se você não quer se aborrecer para nos contar
Calma, Hermione, eu esqueço uma coisa pequenininha
Você deve perceber, não? Que não há provavelmente nenhum lugar mais perigoso para nós agora do que o Ministério de
Eu acho que devemos fazer isso amanhã, falou Harry.
Hermione parou mortificada, engasgando. Rony sufocou acima de sua sopa.
Amanhã? repetiu Hermione Você não ta falando sério, está Harry?
Estou falou Harry Eu não acho que estaremos mais preparados do que estamos agora nem se vigiássemos o Ministério por mais um mês. Quanto mais tempo
perdermos, mais longe aquele medalhão estará. Ainda tem uma boa chance da Umbridge ter jogado fora, a coisa não abre.
A menos, falou Rony que ela tenha achado um jeito de abrir e agora está possuída.
Não faria a mínima diferença para ela, ela estará tão demoníaca quanto antes. Falou Harry.
Hermione estava mordendo o lábio, imersa em seus pensamentos.
Nós sabemos tudo do que importa Harry continuou, olhando para Hermione Nós sabemos que eles proibiram Aparatação tanto dentro como fora do Ministério;
Nós sabemos que somente os assistentes sêniors do Ministro podem usar a Rede de Flu agora, porque Rony ouviu aqueles Inomináveis se queixando disso. E nós sabemos
por alto onde é o escritório da Umbridge, porque você ouviu o homem barbudo falar para seu companheiro
Eu estarei no nível um, Umbridge quer me ver Hermione recitou imediatamente
Exatamente falou Harry E nós sabemos que você entrou usando essas moedas engraçadas, ou símbolos, ou seja, lá o que forem porque eu vi aquela bruxa
emprestando uma pra amiga dela
Mas nós não temos nenhuma.
Se o plano funcionar nós teremos Continuou Harry calmamente.
Eu não sei, Harry, eu não sei... tem um monte de coisas que pode dar errado, muita coisa em jogo...
Isso será verdade mesmo se nós passarmos mais três meses preparando falou Harry É hora de agir.
Ele podia apostar pelas caras de Rony e Hermione que eles estavam assustados; ele não estava particularmente confiante até achar que chegou o tempo do plano
ser posto em prática.
Eles passaram as quatro semanas que passadas alternando com a capa de visibilidade e espionando a entrada o oficial do Ministério, que Rony, graças ao Sr.
Weasley, conhecia desde sua infância. Eles tinham seguido os trabalhadores do Ministério, escutado suas conversas, e aprendido com cuidadosa observação aqueles que
eles contavam aparecer, sozinho, mesma hora todos os dias. Ocasionalmente eles tinham a chance de roubar um Profeta Diário fora da pasta de alguém. Lentamente
eles tinham construído os mapas e notas frente de Hermione agora.
Tudo bem Falou Rony lentamente digamos que entraremos lá amanhã... eu acho que deveríamos ir só eu e Harry.
Oh, não comece isso de novo! avisou Hermione Pensei que já tínhamos resolvido isso.
Uma coisa é vigiar as entradas de baixo da capa, mas isso é diferente, Hermione Rony espetou o dedo num Profeta Diário datado de dez dias atrás. Você
está na lista de nascidos trouxas que não se apresentaram para interrogação.
E você devia estar morrendo uma hora dessas. Se alguém aqui não deve ir esse alguém é o Harry, ele conseguiu dez mil galeões por sua cabeça
Ótimo, eu ficarei aqui Falou Harry Deixa eu saber, você vai derrotar o Voldemort, não vai?
Com a risada de Rony e Hermione, a cicatriz de Harry começou a doer. Sua mão voou em direção a ela. Ele viu os olhos de Hermione se estreitarem e tentou
disfarçar passando as mãos por seus cabelos e os tirando da frente do olho.
Bem, se nós três vamos, teremos que desaparatar separadamente Falou Rony Não cabemos mais todos embaixo da capa.
A cicatriz de Harry estava ficando mais dolorosa. Ele se levantou. Imediatamente, Monstro se apressou até ele.
O senhor não terminou a sopa, o mestre prefere aquele guisado, ou o melado que gosta tanto?
Obrigado Monstro, mas voltarei num minuto er banheiro.
Atento ao olhar suspeitoso de Hermione, Harry se apressou s escadas em direção ao corredor, chegou ao banheiro e trancou a porta. Grunhindo de dor inclinouse
sobre a pia preta cujas torneiras eram na forma de serpentes com a boca aberta e fechou seus olhos. Estava andando por uma longa rua. Os prédios dos dois lados eram
altos, com grandes suportes; eles pareciam como casas feitas de pão de gengibre. Aproximouse de uma delas, então ele viu a brancura dos seus próprios longos dedos
contra a porta. Bateu, sentindo uma pontada de excitação. A porta se abriu. Uma mulher sorridente estava parada em frente a ele, sua face simpática se desfez enquanto
olhava o rosto de Harry. Seu sorriso se fora, a expressão de terror se aflorava.
Gregorovitch? disse uma voz alta e gélida.
Ela balançou a cabeça, estava tentando fechar a porta. A mão branca a segurou, impedindoa de deixálo do lado de fora.
Eu quero Gregorovitch.
Er wohnt hier nitch mehr! ela chorava, balançando a cabeça. Ele não viver aqui! Ele não viver aqui! Eu não conheçer ele!*
Abandonando ao desejo de fechar a porta, começou a andar para trás na sala escura, e Harry a seguiu, bem perto dela, e sua mão com dedos longos segurando
a varinha.
Onde ele está?

Das weiB ich nitch! Ele mudar! Eu não saber! Eu não saber!
Ergueu a varinha. Ela gritou. Duas crianças entraram correndo para dentro da sala. Ela tentou protegêlos com os braços. Houve um lampejo de luz verde.
Harry! Harry!
Abriu seus olhos. Havia afundado no chão. Hermione estava batendo na porta novamente.
Harry, abra!
Havia gritado, ele sabia. Voltou e abriu a porta. Hermione entrou no banheiro outra vez, olhando em volta. Rony estava bem atrás dela, procurando alguma
coisa enquanto apontava sua varinha para os cantos do frio banheiro.
O que você estava fazendo? perguntou Hermione severamente.
O que você acha que eu estava fazendo? perguntou Harry debilmente
Você estava gritando! disse Rony.
Ah, é, eu devo ter cochilado ou...
Harry, por favor, não insulte nossa inteligência. disse Hermione, falando em sussurros Nós sabemos que sua cicatriz doeu lá em baixo, e você está branco
feito papel.
Harry sentou na beirada da banheira.
Ótimo, eu só acabei de ver Voldemort assassinando uma mulher. Agora ele provavelmente deve ter matado toda a família, e ele não precisava fazer isso. Foi como
o Cedrico, tudo de novo, eles só estavam lá...
Harry, você não deveria deixar isso acontecer novamente! exclamou Hermione, sua voz ecoando por todo banheiro Dumbledore queria que você usasse oclumência!
Ele achava que a conexão era perigosa, Voldemort pode usála, Harry! De que forma pode ser bom ver ele matar e torturar? Como isso pode ajudar?
Porque isso significa que eu sei o que ele está fazendo disse Harry.
Então você não vai nem ao menos tentar fazer isso parar?
Hermione, eu não posso. Você sabe que eu sou um fracasso em oclumência. Eu nunca peguei o jeito.
Você nunca realmente tentou! disse horrorizada Não entendo, Harry. Você gosta de ter essa conexão especial ou...
Ela parou ao olhar que ele se levantara.
Gostar? ele disse calmamente Você gostaria?
Eu... não, me desculpa, Harry, eu não quis dizer...
Eu odeio isso, eu odeio o fato de saber que ele pode entrar na minha mente, que eu tenho que assistilo quando ele é mais perigoso. Mas eu vou usar isso.
Dumbledore...
Esqueça Dumbledore, está é a minha chance e de ninguém mais, e eu quero saber porque ele está atrás de Gregorovitch.
Quem?
Ele é um artesão de varinhas estrangeiro. disse Harry Ele fez a varinha de Krum. Krum disse que o homem é brilhante.
Mas de acordo com você... disse Rony Voldemort pegou Olivaras e o trancou em algum lugar. Se ele já tem um artesão de varinhas, por que ele precisa
de outro?
Talvez ele concorde com Krum, talvez ele ache que Gregorovitch é melhor... Ou talvez ele pense que Gregorovitch saberá explicar o que minha varinha fez
quando ele estava atrás de mim, porque Olivaras não sabia.
Harry desviou o olhar para o quebrado e sujo espelho, e viu Rony e Hermione trocando olhares atrás dele.
Harry, você continua falando sobre o que sua varinha fez... disse Hermione Mas você fez acontecer! Por que você está tão determinado a não tomar responsabilidade
pelos seus próprios poderes?
Por que eu sei que não era eu! E Voldemort também sabe, Hermione! Nós dois sabemos o que realmente aconteceu!
Eles olharam um para o outro; Harry sabia que ele não tinha convencido Hermione e que ela estava procurando outros argumentos contra sua teoria e pelo fato
dele estar se permitindo ver dentro da mente de Voldemort. Para sua sorte, Rony interveio.
Esquece ele a avisou É decisão dele. E se nós vamos amanhã para o Ministério, não deveríamos revisar mais uma vez o plano?
Foram dormir tarde naquela noite, depois de passar horas revendo o plano até recitálo, palavra por palavra, um para o outro. Harry, que agora estava dormindo
no quarto de Sirius, deitou na cama com a luz de sua varinha direcionada para a velha fotografia de seu pai, Sirius, Lupin e Pettigrew. Assim que apagou sua varinha,
no entanto, não estava pensando na poção polissuco, vomitilhas, ou nos uniformes azulmarinho da manutenção mágica; pensava no artesão de varinhas, Gregorovitch,
e por quanto tempo ele poderia permanecer escondido enquanto Voldemort tentava o capturar com toda determinação. O amanhecer pareceu chegar rapidamente após ter
passado da meianoite.
Você está horrível! anunciou Rony, enquanto entrava no quarto para acordar Harry.
Não por muito tempo... disse Harry bocejando.
Eles encontraram Hermione na cozinha. Ela estava sendo servida com café e bolinhos por Monstro, e tinha uma expressão maníaca que Harry havia associado a
que ela tinha no período das provas.
Uniformes. disse sem fôlego, demonstrando que sabia da chegada deles com um nervoso aceno com a cabeça e continuando a mexer em sua bolsa. Poção Polissuco...
Capa de invisibilidade... Nugás SangraNariz, Orelhas Extensíveis...
Engoliram seu café da manhã e voltaram para o andar de cima, Monstro sempre se curvando ou fazendo reverências e prometendo que cuidaria e deixaria a casa
pronta para quando eles retornassem.
Abençoado seja. disse Ron formalmente E só de pensar que eu costumava me imaginar cortando a cabeça dele e pendurando na parede!
Eles podiam ver dois comensais vigiando a casa do outro lado do quarteirão. Hermione desaparatou com Rony primeiro, Harry foi logo após. Depois da usual
escuridão e da sensação de sufocamento, Harry viuse no meio de um pequeno beco onde eles haviam programado de iniciar a primeira parte do plano. O local estava
deserto, exceto por duas grandes caixas. Os funcionários do primeiro Ministro não costumavam ir trabalhar antes das oito horas.
O.k. então. disse Hermione, olhando seu relógio Ela deve chegar aqui em, mais ou menos, cinco minutos. Quando eu estuporála...
Hermione, nós sabemos disse Rony E eu pensei que nós iríamos abrir a porta antes dela chegar aqui.
Hermione deu um gritinho.
Eu quase esqueci! Cheguem para trás...
Ela apontou sua varinha para o cadeado, aparentemente pesado, que abriu com um "craque". O corredor negro conduzia, como eles sabiam pelas suas cuidadosas
viagens, para um teatro vazio. Hermione puxou a porta atrás dela, para fazer parecer que ainda estava fechada.
E agora, ela disse, virandose para encarar os outros dois Nós colocamos a capa novamente...
E esperamos. terminou Rony, jogando a capa sobre a cabeça de Hermione como se cobrisse um ninho de passarinho, e revirou seus olhos para Harry.
Pouco mais de um minuto mais tarde, houve um pequeno ruído seco e uma pequena bruxa do ministério de cabelo grisalho aparatou passos deles, piscando um pouco com
a claridade repentina que o sol lançara após ter saído trás de uma nuvem. Ela quase não teve tempo para aproveitar o inesperado sol, pois Hermione acabara de lançar
um feitiço nãoverbal estuporante que a atingiu no queixo e a deixou caída no chão.
Muito bem, Hermione! disse Rony, emergindo de trás de uma caixa além da porta do teatro, assim que Harry tirou a capa da invisibilidade. Juntos, eles
carregaram a pequena bruxa para dentro de uma passagem escura. Hermione arrancou um punhado de fios de cabelo da cabeça da bruxa e os colocou dentro de um frasco
de poção Polissuco que ela havia retirado da bolsa. Rony estava revirando a pequena carteira da bruxa.
Ela é Mafalda Hopkirk. disse, lendo um pequeno cartão de identificava sua vítima como uma assistente do escritório de Uso Indevido da Magia Você deveria
pegar essa Hermione, e aqui estão as moedas.
Passou para ela algumas moedas pequenas e douradas, todas cunhadas com as letras M.O.M, que ele tinha pego da bolsa da bruxa. Hermione bebeu a Poção Polissuco,
que agora estava com uma bela cor heliotrópica. Segundos depois parada perante eles estava a duplicata de Mafalda Hopkirk. Enquanto Hermione removia os óculos de
Mafalda e os colocava, Harry checou seu relógio.
Estamos ficando sem tempo, o Sr. da Manutenção Mágica estará aqui a qualquer segundo.
Eles correram para fechar a porta com a verdadeira Mafalda. Harry e Rony recolocaram a Capa de Invisibilidade sobre eles, porém Hermione continuava vista,
esperando. Um segundo depois, seguido de outro estalo, um pequeno bruxo com aparência de um furão apareceu na frente deles.
Ah, olá, Mafalda.
Olá! disse Hermione com um fio de voz Como você está hoje?
Pra dizer a verdade, não tão bem. replicou o pequeno bruxo, com um olhar abatido. Enquanto Hermione e o bruxo seguiram em direção da rua principal, Harry
e Rony arrastavamse atrás dele.
Sinto muito por saber que não está bem... disse Hermione, falando firmemente para o pequeno bruxo enquanto ele tentava expor seus problemas; era essencial
parálo antes que ele alcançasse a rua.
Aqui, pegue um doce.
Ahn? Ah! Não, obrigado.
Eu insisto! disse Hermione agressivamente, sacudindo o saco de pastilhas na cara dele.
Parecendo um pouco assustado, o bruxo aceitou uma. O efeito foi instantâneo. No momento em que a pastilha tocou sua língua, o bruxo começou a vomitar tanto
que ele nem ao menos percebeu quando Hermione arrancou do topo de sua cabeça um monte de cabelos.
Ah, querido! disse, enquanto ele vomitava Talvez você devesse tirar o dia de folga.
Não... Não! engasgou, tentando se recompor e continuar seu caminho mesmo que mal conseguisse andar em linha reta Devo...Hoje... Eu devo ir...
Mas isso é tolice! disse Hermione, alarmada Você não pode ir trabalhar nesse estado. Eu acho que você deveria ir para o St. Mungus e deixar eles cuidarem
de você.
O bruxo tinha acabado de ceder e, violentamente, caiu de quatro no chão. Ainda tentava engatinhar até a rua principal.
Você simplesmente não pode ir para o trabalho desse jeito!
Finalmente ele pareceu aceitar a verdade que tinha nas palavras de Hermione. Usando uma Hermione confiante, para continuar com o plano, voltaram para as
sua posições. Rony tomou o seu posto e sumiu, deixando nada para trás fora a bolsa que Rony havia tirado de suas mãos e algumas poças de vômito.
Eca! disse Hermione, levantando a saia de seu uniforme para evitar que ela tocasse na sujeira Teria feito uma bagunça muito menor se tivéssemos estuporado
ele também.
Aham! disse Rony, aparecendo de baixo da capa, segurando a mala do bruxo Mas eu ainda acho que uma pilha de corpos inconscientes teria chamado mais
atenção. Queria continuar no seu trabalho, dedicado ele, não? Passa logo o cabelo e a poção, então.
Dentro de dois minutos, Ron apareceu em frente a eles, baixo o bruxo doente, e como ele, usava as túnicas azuis que estavam guardadas na bolsa.
Estranho, ele não estava as usando hoje, não é mesmo, viu como ele queria ir? De qualquer jeito, sou Reg Cattermole, de acordo com a etiqueta nas
costas.
Agora espere aqui, Hermione disse para Harry, que estava quieto debaixo da Capa de Invisibilidade e nós voltaremos com alguns cabelos pra você.
Ele teve que esperar dez minutos, mas pareceu muito mais pra Harry, escondido sozinho na viela ao lado da porta ocultando a estuporada Mafalda. Finalmente
Ron e Hermione reapareceram.
Não sabemos quem ele é. disse Hermione, passando para Harry alguns cabelos negros e encaracolados Mas ele foi para casa com o nariz sangrando muito!
Aqui, ele é bastante alto, você irá precisar de uniformes maiores...
Ela puxou algumas das velhas túnicas que Monstro lavou para eles e Harry retirouse para tomar a poção e trocarse. Uma vez que a dolorosa transformação
estava completa, ele estava alto e com braços musculosos, construídos poderosamente. Ele também tinha uma barba. Tirando a Capa de Invisibilidade e guardando os
óculos na sua nova túnica, ele se juntou aos outros dois novamente.
Nossa! Isso é assustador! disse Rony, erguendo os olhos para Harry, que tinha o cercado agora.
Pegue uma das moedas de Mafalda, Hermione avisou Harry e vamos logo! São quase nove.
Eles saíram do corredor juntos. 50 jardas através do piso lotado havia placas pretas enfiadas no chão ocupando duas escadas, numa escrito CAVALHEIROS, e
na outra, DAMAS.
Vejo vocês logo, então... disse Hermione nervosamente, cambaleando pelos degraus em direção da placa escrito DAMAS. Harry e Rony se juntaram a um número
de homens mal vestidos descendo para o que parecia ser um banheiro público ordinário no subsolo, com azulejos brancos e pretos.
Bom dia, Reg! cumprimentou um outro bruxo em um uniforme azul marinho enquanto entrava em um cubículo depois de introduzir sua moeda dourada em uma fenda
na porta. Um pé no saco isso, né? Forçando todos nós a ir trabalhar desse jeito! Quem eles esperam que apareça aqui? Harry Potter?
O bruxo riu da sua própria piada. Rony deu a ele um sorriso forçado.
É... ele disse. Ridículo, não?
E ele e Harry entraram em cubículos adjacentes. Pelos dois lados de Harry veio o som de jatos de água. Abaixouse e olhou através da brecha o fundo do cubículo
em tempo de ver um par de botas subir no vaso ao lado. Ele olhou para a esquerda e viu Rony piscando para ele.
Nós temos que dar descarga em nós mesmos? perguntou em um murmúrio.
Parece que sim. Harry murmurou de volta, sua voz profunda e grave.
Os dois se levantaram. Sentindose incrivelmente idiota, Harry subiu e "entrou" no vaso. Soube imediatamente que tinha feito a coisa certa, embora parecesse
que ele estivesse em pé sobre a água, seus sapatos, pés e túnica permaneceram secos. Endireitouse, puxou a descarga, e logo em seguida sumiu em uma rápida queda,
emergindo de uma lareira dentro do Ministério da Magia.
Levantouse desajeitado. Tinha muito mais do seu corpo do que ele estava acostumado. O grande Átrio parecia mais escuro do que Harry lembrava. Antes uma
fonte dourada enchia o centro da entrada, lançando jatos de luz bruxuleante por todo o chão polido e pelas paredes. Agora uma estátua gigante de uma pedra preta
dominava a cena. Era até intimidante aquela grande escultura de uma bruxa e um bruxo sentado num trono com ornamentos entalhados, olhando para baixo, onde os trabalhadores
do ministério surgam das lareiras. Encravadas em letras garrafais na base da estátua estava a frase: MAGIA É PODER.
Harry recebeu um pesado sopro atrás de suas pernas. Outro bruxo tinha acabado de voar para fora da lareira atrás dele.
Saia da frente! Você não pode... Oh! Desculpe Runcorn!
Claramente assustado, o bruxo careca saiu correndo. Aparentemente o homem que Harry encarnava era alguém intimidador.
Ei! disse uma voz, então olhou em volta para uma pequena bruxa e um bruxo com cara de furão da Manutenção Mágica que o chamavam de trás da estátua. Harry
acelerou para encontrar com eles.
Você entrou sem problemas? Hermione perguntou ele.
Não, ele ainda está preso no pântano disse Rony.
Ah, muito engraçado... É horrível, não é mesmo? disse para Harry, enquanto esse olhava para a estátua. Você vê em que eles estão sentados?
Harry olhou mais de perto e percebeu que o que ele achava ser tronos entalhados decorativamente eram na verdade pilhas de pedaços humanos: centenas e centenas
de corpos nus, homens, mulheres e crianças, todos com rostos estúpidos e feios, revirados e amassados para suportar o peso de bruxos bem vestidos.
Trouxas! sussurrou Hermione Colocados no seu devido lugar. Vamos logo, vamos resolver isto.
Eles se juntaram ao fluxo de bruxos e bruxas indo em direção aos portões dourados no fim do Hall, parecendo tão calmos quanto podiam, mas não havia nenhum
sinal da de Dolores Umbridge. Passaram pelo portão e entraram num Hall menor, onde filas estavam se formando na frente de 20 grades douradas. Mal se juntaram na
mais próxima quando uma voz disse: "Cattermole!".
Eles olharam em volta. O estômago de Harry deu uma volta. Um dos comensais que tinha testemunhado a morte de Dumbledore estava correndo na direção deles.
Os trabalhadores do Ministério atrás deles ficaram em silêncio, seus olhos ganharam um tom depressivo. Harry pôde sentir o medo crescendo entre eles. A expressão
feia, levemente brutal, não combinava com sua magnificência, em seu uniforme impressionante coberto com cordas de ouro. Alguém na multidão em volta dos elevadores
falou com ele.
Bom dia, Yaxley! Yaxley ignorouo.
Eu requeri alguém da Manutenção Mágica para dar um jeito no meu escritório, Cattermole. Ainda está chovendo lá.
Rony olhou em volta como se esperando que alguém intervisse na conversa, mas ninguém o fez.
Chovendo? No seu escritório? Isso não é muito bom, é?
Rony deu risadinhas nervosas, os olhos de Yaxley se arregalaram.
Você acha engraçado, não acha?
Duas bruxas abriram caminho e furaram a fila do elevador.
Não! Claro que não! disse Rony.
Você sabia que eu estou indo lá para cima interrogar sua esposa, Cattermole? Na verdade, eu estou surpreso que neste momento você não esteja lá segurando
a mão dela enquanto ela espera. Você já desistiu dela, não foi? Provavelmente uma escolha sábia. Tenha certeza de casar com uma purosangue da próxima vez.
Hermione teve um pequeno espasmo de horror. Yaxley se virou para ela, que deu uma tossidinha assustada e se virou.
Eu... Eu... gaguejou Rony.
Mas se minha esposa fosse acusada de ser uma sangueruim, disse Yaxley não que eu fosse me casar com qualquer mulher que estivesse suja a este ponto,
e a cúpula do Departamento de Execução de Leis Mágicas precisasse de um trabalho feito, eu priorizaria aquele trabalho, Cattermole. Você me entende?
Sim... murmurou Rony.
Então o faça! E se meu escritório não estiver completamente seco dentro de uma hora, o status do sangue de sua esposa estará mais em dúvida do que está
agora.
A grade dourada em frente deles abriuse. Com um aceno de cabeça e um sorriso desagradável para Harry, que evidentemente esperava apreciar isso de Cattermole, Yaxley
moveuse para outro elevador. Harry, Rony e Hermione entraram, mas ninguém os seguiu: era como se eles estivessem infectados. A grade fechou com um estalo e o elevador
começou a moverse de maneira estranha.
O que eu vou fazer? Rony perguntou aos outros dois, parecendo profundamente nervoso Se eu não voltar, minha esposa, quer dizer, a esposa de Cattermole...
Nós vamos com você. Nós devemos ficar juntos... começou Harry, mas Rony movia sua cabeça negativamente.
Isso é idiota, nós temos pouco tempo. Vocês vão procurar Umbridge, e eu vou pro escritório de Yaxley, mas como eu faço parar de chover?
Tente Finite Incantatem. disse Hermione de uma vez Isso deve fazer parar de chover se for uma maldição ou azaração; se der certo, algo deu errado com
o Feitiço Atmosférico, o que vai ser mais difícil de consertar, então usa o Impervius como um meio de proteger os pertences dele...
Repete tudo, devagar... disse Rony, procurando uma pena em seus bolsos, mas nesse momento o elevador parou.
Uma voz feminina falou, "Nível Quatro, Departamento de Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas, incorporando a Divisão de Bestas, Seres e Espíritos,
Escritório de Goblin Liaison, Comissão de Controle de Pestes", e as grades se abriram de novo, deixando que entrassem um dois bruxos e alguns aviõezinhos de papel
roxo que voavam em cima de suas cabeças.
Bom dia, Albert. disse um homem de barba, sorrindo para Harry. Ele deu uma olhada para Rony e Hermione e o elevador se mexeu de maneira estranha outra
vez; Hermione estava agora sussurrando instruções para Rony. O bruxo se aproximou de Harry, e com uma olhar malicioso falou Dirk Cresswell, né? De Goblin Liaison?
Bom, Albert. Eu estou certo de que consigo o emprego dele agora!
Ele riu, e Harry sorriu de volta, esperando que isso fosse suficiente. O elevador parou e as portas se abriram mais uma vez.
Nível Dois, Departamento de Execução das Leis Mágicas, incluindo o Escritório de Uso Indevido de Magia, Quartel General dos Aurores e Serviços Administrativos
do Tribunal", disse a voz feminina.
Harry viu Hermione dar um empurrãozinho em Ron, e ele saiu do elevador, seguido pelos outros bruxos, o que os fez ficarem sozinhos. No momento em que a porta
se fechou, Hermione falou muito rápido Na verdade, eu acho que deveria ir com ele Harry. Eu acho que ele não sabe o que está fazendo, e se ele estragar tudo...
"Nível Um, Ministro da Magia e Equipe de Apoio
A grade abriu de novo, e Hermione engasgou. Quatro pessoas ficaram em sua frente, duas delas profundamente entretidas em uma conversa, um bruxo de cabelos
longos vestindo um magnífico robe preto e dourado, a outra, uma bruxa atarracada e com a aparência de um sapo, usando uma tiara de veludo e apertando uma prancheta
contra o peito.


CAPÍTULO 13
A Comissão de Registro de Nascidostrouxa

Ah, Mafalda! disse Umbridge, olhando para Hermione. Traver mandou você aqui, é?
Ssim, gemeu Hermione.
Ótimo, você vai servir perfeitamente. Umbridge se dirigiu ao bruxo vestido de preto e dourado. Pronto, problema resolvido. Ministro, se a Mafalda pode
ser aproveitada para fazer os relatórios nós podemos começar imediatamente. Ela consultou sua prancheta. Dez pessoas hoje e uma delas é esposa de um empregado
do Ministério! Tsk, tsk... Até aqui, no coração do Ministério! Ela entrou no elevador ao lado de Hermione, com mais dois bruxos que estavam ouvindo a conversa de
Umbridge com o Ministro. Vamos direto lá para baixo, Mafalda, você vai encontrar tudo de que precisa na sala da corte. Bom dia, Albert, você não vão descer?
Sim, claro, disse Harry, na voz grossa de Runcorn.
Harry saiu do elevador. As grades douradas se fecharam com um estalido atrás dele. Numa espiadela por trás de seu ombro, Harry viu o rosto ansioso de Hermione
se afundando para fora da vista, um bruxo alto de cada lado, o laço de veludo de Umbridge na altura de seu ombro.
O que faz por aqui, Runcorn?, perguntou o novo Ministro da Magia. Seu longo cabelo negro e sua barba já tinha traços de cinza, e uma testa saliente escurecia
seus olhos brilhantes, lembrando Harry de um siri olhando de trás de uma rocha.
Preciso ter uma conversa rápido com , Harry hesitou por uma fração de segundo, Arthur Weasley. Alguém me disse que ele estava no primeiro andar.
Ah, disse Pio Thicknesse. Ele foi pego tendo contato com um Indesejável?
Não, disse Harry, sua garganta seca. Não, nada desse tipo.
Ah, bem. É apenas uma questão de tempo , respondeu Thicknesse. Na minha opinião, os traidores de sangue são piores do que os Nascidostrouxa. Bom dia
para você, Runcorn.
Bom dia, Ministro.

Harry observou Thicknesse marchar pelo corredor forrado de carpete grosso. No momento em que o Ministro sumiu de sua vista, Harry puxou a Capa de Invisibilidade
de dentro de sua pesada capa preta, enrolouse nela, e saiu pelo corredor na direção oposta. Runcorn era tão alto que Harry era forçado a se manter abaixado para
manter seus grandes pés escondidos.
O pânico pulsava na boca de seu estômago. À medida que passava por várias portas de madeira brilhantes, cada uma trazendo uma pequena placa com o nome de
seu dono e sua ocupação, todo o poder do Ministério, sua complexidade, sua impenetrabilidade, pareciam pesar sobre ele, de forma que o plano que ele tinha cuidadosamente
arquitetado com Rony e Hermione nas últimas quatro semanas parecia ridiculamente infantil. Eles haviam concentrado todos os esforços em entrar sem ser percebidos:
não tinham parado para pensar nem um minuto no que fariam se precisassem se separar. Agora Hermione estava presa em procedimentos de julgamento, que sem dúvida levariam
horas; Rony estava lutando para conseguir fazer mágica que Harry tinha certeza que estava além dele, a liberdade de uma mulher possivelmente dependendo do resultado;
e ele, Harry, estava vagando pelo último andar, sabendo muito bem que seu alvo tinha acabado de descer no elevador.
Ele parou de andar, encostouse em uma porta, e tentou decidir o que fazer. O silêncio o pressionava: não havia barulhos, ou conversa, ou passos rápidos
ali, os corredores de carpete roxo eram abafados como se o feitiço Abaffiato tivesse sido lançado por todos os lados.
A sala dela deve ser aqui em cima, Harry pensou.
Parecia bastante improvável que Umbridge mantivesse suas jóias no escritório, mas por outro lado parecia tolice não procurar para ter certeza. Ele então
saiu novamente pelo corredor, passando apenas por um bruxo de cara fechada que murmurava instruções para uma pena flutuando sua frente, escrevendo num pedaço de
pergaminho.
Agora atento aos nomes nas portas, Harry virou uma esquina. Na metade do corredor ele chegou a um espaço amplo, aberto, onde uma dúzia de bruxos e bruxas
estavam sentados em pequenas carteiras enfileiradas, muito semelhantes s de uma escola, embora muito mais polidas e sem pichações. Harry parou para observálos,
pois o efeito era impressionante. Todos eles moviam suas varinhas em uníssono, e quadrados de papel colorido voavam em todas as direções como pipas corderosa.
Depois de alguns segundos, Harry percebeu que havia um ritmo no processo, que todos os papéis formavam um mesmo padrão, e depois de mais alguns segundos ele percebeu
que estava assistindo criação de panfletos que os quadrados de papel eram páginas, as quais, quando reunidas, se dobravam e se assentavam magicamente no lugar,
caindo em pilhas arrumadas ao lado de cada bruxo.
Harry se esgueirou mais para perto, embora os trabalhadores estivessem tão concentrados no que estavam fazendo que ele duvidava que eles fossem escutar um
passo abafado pelo carpete, e surrupiou um panfleto da pilha ao lado de uma jovem bruxa. Ele o examinou sob a Capa de Invisibilidade. A capa do panfleto, corderosa,
estava enfeitada com um título dourado:


Nascidostrouxa
e os Perigos que Representam para uma Pacífica Sociedade Purosangue

Sob o título havia o desenho de uma rosa vermelha com um rosto sorridente entre suas pétalas, sendo estrangulada por uma ervadaninha verde com caninos pontiagudos
e uma careta. Não havia nome do autor do panfleto, mas novamente as cicatrizes na mão de Harry latejaram enquanto ele o examinava. A jovem bruxa ao lado dele então
confirmou suas suspeitas, dizendo, ainda balançando e girando sua varinha, A velha bruxa vai interrogar Nascidostrouxa o dia todo, alguém sabe?
Cuidado, disse o bruxo ao lado dela, olhando ao redor nervosamente; uma de suas páginas escorregou e caiu no chão.
O que foi, ela agora tem orelhas mágicas além de um olho mágico?
A bruxa olhou de relance para a brilhante porta de mogno de frente para o espaço cheio de fazedores de panfletos; Harry também olhou, e a fúria se levantou
dentro dele como uma cobra. Onde deveria haver um olho mágico numa porta trouxa normal, um olho grande e redondo, com uma íris azul e brilhante, havia sido encravado
na madeira um olho que era assustadoramente familiar para qualquer um que houvesse conhecido Alastor Moody.
Por uma fração de segundo Harry se esqueceu de onde estava e do que estava fazendo ali: ele esqueceu até mesmo que estava invisível. Dirigiuse diretamente
para a porta para examinar o olho. Ele não estava se movendo. Olhava cegamente para cima, paralisado. A placa sobre ele dizia:

Dolores Umbridge
Subsecretária Sênior do Ministro

Abaixo desses dizeres uma placa um pouco mais brilhante dizia:

Chefe da Comissão de Registro de Nascidostrouxa

Harry olhou para os fazedores de panfletos atrás dele. Embora estivessem concentrados em seu trabalho, era difícil imaginar que eles não perceberiam se a porta de
uma sala vazia se abrisse sua frente. Ele então retirou de um bolso interno um objeto curioso com perninhas balançantes e um corpo em forma de chifre de borracha.
Abaixandose sob a capa, ele colocou o DetonadorChamariz no chão.
Ele correu para longe imediatamente, pelo meio das pernas dos bruxos e bruxas frente. Alguns segundos depois, durante os quais Harry aguardou com sua porta na
maçaneta, vieram um estrondo e uma grande quantidade de fumaça acre de um dos cantos. A jovem bruxa na fileira da frente guinchou: páginas corderosa voaram por
todos os lados enquanto ela e seus colegas pulavam, procurando a origem da comoção. Harry girou a maçaneta, adentrou o escritório de Umbridge, e fechou a porta atrás
de si.
Ele sentiu que tinha voltado no tempo. A sala era exatamente como o escritório de Umbridge em Hogwarts: cortinas rendadas, tapetinhos de mesa e flores secas cobriam
todas as superfícies. Nas paredes, os mesmos pratos ornamentais, cada um trazendo o desenho de um gatinho colorido com uma fita, brincando e pulando, cheios de gracinhas.
A mesa estava coberta por uma toalha florida drapeada. Por trás do olho de OlhoTonto, um equipamento telesópico permitia a Umbridge espiar os trabalhadores do outro
lado da porta. Harry olhou por ele e viu que todos ainda estava reunidos ao redor do Detonador. Ele removeu o telescópio da porta, deixando um buraco, puxou o globo
ocular mágico de dentro do buraco, e colocou no bolso. Então ele se virou de frente para a sala de novo, levantou sua varinha e murmuro, Accio Medalhão.
Nada aconteceu, mas ele realmente não esperava que acontecesse; sem dúvida Umbridge sabia tudo sobre feitiços e magias protetoras. Ele então correu por trás da mesa
e começou a abrir todas as gavetas. Ele viu penar e cadernos e fita adesiva; clipes mágicos de papel que davam o bote como cobras e tinham que ser empurrados de
volta; uma caixinha fresca envolta com renda e repleta de laços de cabelo e grampos; mas nenhum sinal do medalhão.
Havia um armário de arquivo atrás da mesa: Harry decidiu revistálo. Como o arquivo de Filch em Hogwarts, estava cheio de pastas, cada uma com um nome. Mas foi só
quando Harry chegou até a gaveta mais baixa que encontrou algo que o distraiu de sua busca: a pasta do Sr. Weasley.

Ele a puxou para fora e a abriu.

Arthur Weasley
Status de Sangue: Purosangue, mas com inaceitáveis tendência próTrouxa. Sabidamente membro da Ordem da Fênix.
Família: Esposa (Purosangue), sete filhos, os dois mais novos em Hogwarts. Nota: Filho mais novo atualmente em casa, seriamente doente, confirmado por inspetores
do Ministério.
Status de Segurança: SEGUIDO. Todos os movimentos estão sendo monitorados. Grande possibilidade de ser contactado pelo Indesejável Nº 1 (já ficou com a família
Weasley anteriormente)

Indesejável Número Um, murmurou Harry enquanto recolocava a pasta do Sr. Weasley no lugar e fechava a gaveta. Ele achava que sabia bem quem era aquele,
e, sem dúvida, quando se levantou e olhou ao redor procurando outros possíveis esconderijos, viu um pôster de si mesmo na parede, com as palavras INDESEJÁVEL Nº
1 escritas em seu peito. Um bilhetinho corderosa estava colado nele com o desenho de um gatinho na beirada. Harry atravessou a sala para lêlo, e viu que Umbridge
havia escrito, Para ser punido.
Mais furioso do que nunca, ele continuou a revirar o fundo dos vasos e cestas de flores secas, mas não se surpreendeu por não encontrar o medalhão. Deu uma
última olhada para a sala, e seu coração parou de bater por um instante. Dumbledore olhava para ele, de um pequeno espelho retangular, colocado sobre um portalivros
ao lado da mesa.
Harry correu até lá e o pegou, mas percebeu, no momento em que o tocou, que não era um espelho. Dumbledore estava sorrindo meditativamente na capa de um
livro brilhante. Harry não percebeu imediatamente o rebuscado escrito verde sobre seu chapéu A Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore nem a escrita ligeiramente
menor sobre seu peito: por Rita Skeeter, autora do bestseller Armando Dippet: Mestre ou Tolo?

Harry abriu o livro ao acaso e viu uma fotografia de página inteira de dois garotos adolescentes, ambos rindo desmesuradamente com os braços ao redor dos
ombros um do outro. Dumbledore, agora com cabelo na altura do cotovelo, tinha deixado crescer uma barbicha que lembrava a de Krum, que tanto tinha incomodado Rony.
O garoto que rugia num silêncio divertido ao lado de Dumbledore tinha algo de selvagem e entusiasmado. Seu cabelo dourado caía em cachos sobre seus ombros. Harry
se perguntou se seria o jovem Doge, mas antes que pudesse conferir a legenda, a porta da sala se abriu.
Se Thicknesse não estivesse olhando para trás quando entrou, Harry não teria tido tempo de se envolver na Capa de Invisibilidade. Da forma como tudo aconteceu,
ele pensou que Thicknesse poderia ter vislumbrado algum movimento, porque por alguns instantes ele permaneceu parado, olhando curiosamente para o lugar onde Harry
tinha desaparecido. Provavelmente considerando que o que havia visto era Dumbledore coçando seu nariz na capa do livro, pois Harry o tinha recolocado em seu lugar
na prateleira, Thicknesse finalmente andou até a mesa e apontou sua varinha para a pena no tinteiro. Ela se ergueu e começou a escrever um bilhete para Umbridge.
Lentamente, mal ousando respirar, Harry recuou para fora do escritório até a área aberta do lado de fora.
Os fazedores de panfletos ainda estavam amontoados sobre os destroços do DetonadorChamariz, que continuava a apitar debilmente enquanto ainda soltava fumaça.
Harry foi rapidamente pelo corredor, ainda ouvindo a jovem bruxa dizer, Aposto que ele veio dos Feitiços Experimentais, eles são tão descuidados, lembramse do
pato venenoso?
Apressandose em direção aos elevadores, Harry analisou suas opções. Nunca fora muito provável que o medalhão estivesse no Ministério, e não havia qualquer
esperança de conseguir enfeitiçar Umbridge para descobrir seu paradeiro, enquanto ela estivesse sentada numa corte lotada. Sua prioridade agora era sair do Ministério
antes que eles fossem descobertos, e tentar de novo num outro dia. A primeira coisa a fazer era encontrar Ron, e então eles poderiam descobrir uma forma de retirar
Hermione da sala de julgamento.
O elevador estava vazio quando chegou. Harry pulou para dentro e tirou a Capa de Invisibilidade quando começou a descer. Para seu imenso alívio, quando o
elevador se sacudiu para parar no segundo andar, quem entrou foi um Rony ensopado e de olhos arregalados.
Bbom dia, ele gaguejou para Harry assim que o elevador partiu novamente.
Rony, sou eu, Harry!
Harry! Caramba, eu tinha me esquecido de como você estava por que Hermione não está com você?
Ela teve que descer para as salas de julgamento com a Umbridge, ela não pode recusar, e
Mas antes que Harry pudesse terminar, o elevador parou de novo. As portas se abriram e o Sr. Weasley entrou, conversando com uma bruxa anciã cujo cabelo
loiro estava amarrado tão alto que lembrava um formigueiro.
Eu entendo o que você quer dizer, Wakanda, mas penso que não posso tomar parte em
O Sr. Weasley se interrompeu; tinha percebido Harry. Era estranho ver o Sr. Weasley olhando para ele com tanta antipatia. As portas do elevador se fecharam
e os quatro desceram barulhentamente mais uma vez.

Ah, olá, Reg, disse o Sr. Weasley, olhando ao redor ao ouvir o barulho de água pingando da roupa de Rony. Sua esposa não está sendo interrogada hoje?
É o que aconteceu com você? Por que está tão molhado?
Está chovendo na sala de Yaxley, respondeu Rony. Ele se dirigiu ao ombro do Sr. Weasley, e Harry percebeu que ele estava com medo de que seu pai pudesse
reconhecêlo se ele o olhasse diretamente nos olhos. Não consegui acabar com a chuva, então eles me mandaram buscar Bernie Pillsworth, acho que foi o que eles
disseram
Sim, tem chovido em vários escritórios recentemente, disse o Sr. Weasley. Você já tentou Meteolojinx Recanto? Funcionou com o Bletchley.
Meteolojinx Recanto?, sussurou Rony. Não, não tentei. Obrigada, P quero dizer, obrigada, Arthur.

As portas do elevador se abriram; a velha bruxa com o cabelo de formigueiro saiu, e Ron passou correndo por ela e sumiu de vista. Harry fez menção de seguilo,
mas encontrou seu caminho bloqueado pela entrada de Percy Weasley, com o nariz enterrado na leitura de alguns papéis.
Só depois que as portas já haviam fechado num estrondo novamente é que Percy percebeu que estava num elevador com seu pai. Olhou para cima, viu o Sr. Weasley
ficar vermelho como um rabanete, e saiu do elevador assim que as portas se abriram de novo. Pela segunda vez, Harry tentou sair, mas dessa vez seu caminho foi bloqueado
pelo braço do Sr. Weasley.
Um minuto, Runcorn.
As portas do elevador se fecharam, e enquanto eles desciam mais um andar, o Sr. Weasley disse Ouvi dizer que você tem informações sobre Dirk Cresswell.
Harry teve a impressão de que a raiva do Sr. Weasley era também pelo encontro com Percy. Ele decidiu que sua melhor opção era fingirse de desentendido.
O quê? ele disse.
Não finja, Runcorn, disse o Sr. Weasley ferozmente. Você seguiu o bruxo que falsificou a árvore genealógica dele, não foi?
Eu e se eu segui? disse Harry.
Então Dirk Cresswell é dez vezes mais bruxo que você, disse o Sr. Weasley calmamente, enquanto o elevador descia cada vez mais. E se ele sobreviver
a Azkaban, você vai ter que se entender com ele, sem mencionar sua esposa, seus filhos, e seus amigos
Arthur, interrompeu Harry, você sabe que está sendo seguido, não sabe?
Isso é uma ameaça, Runcorn? desafiou o Sr. Weasley.
Não, retrucou Harry, é um fato! Eles estão observando cada um de seus movimentos
As portas do elevador se abriram. Eles haviam chegado ao Átrio. O Sr. Weasley lançou um olhar de desdém e se afastou do elevador. Harry ficou ali, perturbado.
Ele desejou estar na pele de outra pessoa que não Runcorn... As portas do elevador se fecharam num estrondo.
Harry puxou a Capa de Invisibilidade e se envolveu nela de novo. Ele iria tentar extrair Hermione sozinho enquanto Rony lidava com a sala chuvosa. Quando
as portas se abriram, ele adentrou uma passagem iluminada por tochas, bem diferentes dos corredores acarpetados e com painéis de madeira dos andares acima. Enquanto
o elevador se sacudia novamente, Harry tremeu, olhando para a distante porta negra que marcava a entrada para o Departamento de Mistérios.
Ele seguiu, seu destino não era a porta negra, mas uma porta de que ele se recordava, do lado esquerdo, que abria para um lance de escadas até as câmaras
da corte de julgamento. Sua mente lutava com as possibilidades enquanto ele descia cuidadosamente: ele ainda tinha alguns DetonadoresChamariz, ou talvez fosse melhor
simplesmente bater porta da sala de julgamento, entrar como Runcorn, e pedir uma palavrinha com Mafalda? O problema é que ele não sabia se Runcorn era suficientemente
importante para se safar disso, e, ainda que ele conseguisse, o desaparecimento de Hermione poderia desencadear uma busca antes que eles conseguissem sair do Ministério...
Perdido em seus pensamentos, ele não percebeu de imediato o frio antinatural que se alastrava sobre ele, como se estivesse descendo para dentro de uma neblina.
Ia ficando mais frio a cada degrau que ele descia; um frio que alcançava o fundo de sua garganta e retorcia seus pulmões. E então ele teve aquela sensação de desespero,
de falta de esperança, preenchendoo, se expandindo dentro dele...

Dementadores, ele pensou.

Quando alcançou o final da escadaria e se virou para a direita, viu uma cena aterradora. A passagem escura de fora das salas de julgamento estava repleta
de figuras altas, com capuzes negros, suas faces inteiramente ocultas, sua respiração entrecortada o único som no lugar. Os Nascidostrouxa paralisados, trazidos
para interrogatório, estavam sentados amontoados e trêmulos em duros bancos de madeira. A maior parte escondia seu rosto nas mãos, talvez numa tentativa instintiva
de se proteger contra as gananciosas bocas dos dementadores. Alguns estavam acompanhados por suas famílias, outros estavam sozinhos. Os dementadores passavam de
um lado para o outro na frente deles, e o frio, a falta de esperança, e o desespero do lugar caíram sobre Harry como uma maldição...
Lute contra isso, ele disse a si mesmo, mas sabia que não poderia conjurar um Patrono ali sem se revelar instantaneamente. Então ele se moveu para a frente
tão silenciosamente quanto possível, e a cada passo o entorpecimento parecia tomar seu cérebro, mas ele se forçava a pensar em Rony e Hermione, que precisavam dele.
Moverse ao redor das imensas figuras negras era aterrorizante: suas faces sem olhos escondidas sob os capuzes quando ele passava, e ele tinha certeza de
que eles o sentiam, sentiam, talvez, uma presença humana que ainda tinha alguma esperança, alguma resistência...
E então, abruptamente e assustadoramente, dentre o silêncio congelado, uma das portas das masmorras esquerda do corredor se abriu, e gritos ecoaram de
dentro dela.
Não, não, eu sou mestiço, eu sou mestiço, estou dizendo! Meu pai era um mago, ele era, procure por ele, Arkie Alderton, ele é um conhecido designer de
vassouras, procure por ele, estou dizendo tire suas mãos de mim, tire suas mãos
Esse é o seu aviso final, disse a voz suave de Umbridge, magicamente aumentada para soar claramente acima dos gritos desesperados do homem. Se você
lutar, vai ser submetido ao Beijo do Dementador.
Os gritos do homem cessaram, mas soluços secos ecoaram pelo corredor.
Levemno embora, disse Umbridge.
Dois dementadores apareceram na porta da sala, suas mãos apodrecidas e marcadas apertando os braços de um bruxo que parecia prestes a desmaiar. Eles deslizaram
pelo corredor com ele, e a escuridão que os seguia o engoliu da vista.

Próxima Mary Cattermole, chamou Umbridge.
Uma mulher pequena se levantou; ela tremia dos pés cabeça. Seu cabelo escuro estava ajeitado num coque, e ela usava roupas simples. Sua face estava completamente
lívida. Quando ela passou pelos dementadores, Harry a viu ter um calafrio.
Ele foi instintivamente, sem qualquer plano, porque odiou a idéia de vêla andando sozinha para as masmorras: quando a porta começou a se fechar, esgueirouse
para dentro da sala atrás dela.
Não era a mesma sala em que ele fora interrogado por uso impróprio de magia. Esta era uma sala muito menor, embora o teto fosse quase tão alto quanto o daquela;
dava a sensação claustrofóbica de estar preso no fundo de um poço profundo.
Havia mais dementadores ali, lançando sua aura congelante sobre o lugar; eles ficavam de pé como sentinelas sem rosto nos cantos mais distantes da alta plataforma.
Ali, atrás de uma balaustrada, sentavase Umbridge, com Yaxley de um lado, e Hermione, quase tão pálida quanto a Sra. Cattermole, do outro. Ao pé da plataforma,
um brilhante gato prateado de pêlo longo andava de um lado para o outro, e Harry percebeu que ele estava ali para proteger a acusação do desespero que emanava dos
dementadores: aquilo era uma sensação para o acusado, não para os acusadores.
Sentese, disse Umbridge, em sua voz suave e aveludada.
A Sra. Cattermole se arrastou até a única cadeira no meio do chão abaixo da plataforma. No momento em que ela se sentou, correntes rangeram dos braços da
cadeira e a prenderam ali.
Você é Mary Elizabeth Cattermole? perguntou Umbridge.
A Sra. Cattermole assentiu, com um único e trêmulo movimento de cabeça.
Casada com Reginald Cattermole do Departamento de Manutenção Mágica?
A Sra. Cattermole explodiu em lágrimas.
Eu não sei onde ele está, ele deveria ter vindo me encontrar aqui!
Umbridge a ignorou.
Mãe de Maisie, Ellie e Alfred Cattermole?
A Sra. Cattermole soluçou mais alto do que nunca.
Eles estão com medo, pensam que eu posso não voltar
Poupenos, cuspiu Yaxley. Os pirralhos de Nascidostrouxa não despertam nossa simpatia.
Os soluços da Sra. Cattermole ocultaram os passos de Harry enquanto ele se dirigia, cuidadosamente, aos degraus que levavam plataforma. No momento em que passou
pelo lugar onde o Patrono patrulhava, sentiu uma mudança na temperatura: estava quente e confortável ali. O Patrono, ele tinha certeza, era de Umbridge, e brilhava
intensamente porque ela estava tão feliz ali, no seu elemento, fazendo cumprir leis distorcidas que ela havia ajudado a escrever. Lenta e cuidadosamente ele se esgueirou
por trás da plataforma por trás de Umbridge, Yaxley e Hermione, sentandose atrás desta última. Ele estava preocupado em não fazer Hermione se assustar e pular.
Ele pensou em usar o feitiço Abaffiato sobre Umbridge e Yaxley, mas mesmo sussurrar a palavra poderia alertar Hermione. Então Umbridge ergueu a voz para se dirigir
Sra. Cattermole, e Harry aproveitou a chance.
Estou atrás de você, ele sussurrou no ouvido de Hermione.

Como esperado, ele deu um pulo tão violento na cadeira que quase virou o tinteiro que ela deveria estar usando para fazer o relatório da entrevista, mas Umbriddge
e Yaxley estavam concentrados na Sra. Cattermole, e isso passou despercebido.
Uma varinha foi tomada de você na chegada ao Ministério hoje, Sra. Cattermole, ia dizendo Umbridge. Vinte e dois centímetros, cerejeira, corda de fio de cauda
de unicórnio. Você reconhece essa descrição?
A Sra. Cattermole assentiu, enxugando os olhos em sua manga.
Você poderia nos dizer de que bruxo ou bruxa você tomou essa varinha?
Ttomou? soluçou a Sra. Cattermole. Eu não ttomei de ninguém. Eu ccomprei quando fiz onze anos. Ela ela ela me escolheu.
Ela chorou ainda com mais força.
Umbridge deu uma risadinha infantil que fez Harry querer voar em cima dela. Ela se inclinou sobre a barreira, para observar melhor sua vítima, e algo dourado pendeu
para a frente, também, e balançou sobre o vazio: o medalhão.
Hermione o viu; deixou escapar um grito, mas Umbridge e Yaxley, ainda focados em sua presa, estava surdos para todo o resto.
Não, disse Umbridge, não, eu penso que não, Sra. Cattermole. Varinhas só escolhem bruxos ou bruxas. Você não é uma bruxa. Eu tenho aqui suas respostas ao questionário
que foi enviado Mafalda, passeas para cá.
Umbridge estendeu sua mãozinha: ela parecia tanto com um sapo naquele momento que Harry se surpreendeu em não ver membranas entre seus dedos gordos. As mãos de Hermione
tremiam com o susto. Ela remexeu numa pilha de documentos equilibrada na cadeira ao seu lado, finalmente retirando uma folha de pergaminho com o nome da Sra. Cattermole
nele.
Isso isso é lindo, Dolores, ela disse, apontando para o pendente brilhando nas dobras estufadas da blusa de Umbridge.
O quê?, rosnou Umbridge, olhando para baixo. Ah, sim uma velha herança de família, ela disse, acariciando o medalhão em seu colo amplo. O 'S' significa
Selwyn... Eu sou aparentada com os Selwyns... Na verdade, são poucas as famílias de bruxos com as quais eu não tenho algum parentesco... Uma pena, ela continuou,
numa voz mais alta, folheando o questionário da Sra. Cattermole, que o mesmo não possa ser dito de você. 'Profissão dos pais: verdureiros'.
Yaxley riu. Abaixo deles, o peludo gato prateado patrulhava para cima e para baixo, e os dementadores continuavam esperando nos cantos.
Foi a mentira de Umbridge que fez o sangue de Harry ferver e obliterar seu senso de precaução que o medalhão que havia sido tomado como suborno de um ladrãozinho
de meia tigela estivesse sendo usado para se gabar de suas próprias credenciais de Purosangue. Ele levantou sua varinha, sem nem se preocupar em mantêla oculta
sobre a Capa de Invisibilidade, e disse Estupefaça!
Houve um jato de luz vermelha; Umbridge caiu e sua testa atingiu a beirada da balaustrada: os papéis da Sra. Cattermole escorregaram do seu colo para o chão e, lá
embaixo, o gato prateado desapareceu. Um vento gelado os atingiu: Yaxley, confuso, olhou ao redor, procurando a fonte do problema, e viu a mão sem corpo de Harry,
com a varinha apontando para ele. Ele tentou sacar sua própria varinha, mas foi tarde demais: Estupefaça!
Yaxley deslizou para o chão e caiu enroscado.

Harry!
Hermione, se você acha que eu ia sentar aqui e deixala fingir
Harry, a Sra. Cattermole!
Harry girou, arremessando para longe a Capa de Invisibilidade; lá embaixo, os dementadores haviam saído dos cantos; eles estavam deslizando em direção mulher amarrada
cadeira: seja porque o Patrono havia desaparecido, seja porque seus mestres não estavam mais no controle, eles pareciam ter abandonado suas restrições. A Sra.
Cattermole deu um grito terrível, quando uma mão gosmenta e ferida seguro seu queixo e empurrou sua cabeça para trás.
EXPECTO PATRONUM!
O cervo prateado voou da ponta da varinha de Harry e saltou sobre os dementadores, que caíram para trás e se misturaram s sombras novamente. A luz do cervo, mais
poderosa e mais aquecedora que a proteção do gato, encheu toda a masmorra enquanto ele passeava pela sala.
Pegue o horcrux, Harry disse a Hermione.
Ele correu de volta escada abaixo, enfiando a Capa de Invisibilidade de volta em sua mochila, e se aproximou da Sra. Cattermole.
Você? ela sussurrou, olhando para seu rosto. Mas mas Reg disse que tinha sido você a submeter meu nome para interrogatório!
Fui eu?, murmurou Harry, puxando as correntes que prendiam os braços dela. Bem, eu mudei de idéia. Diffindo! Nada aconteceu. Hermione, como é que me livro
dessas correntes?
Espere, estou tentando uma coisa aqui
Hermione, estamos cercados de dementadores!
Eu sei, Harry, mas se ela acordar e o medalhão tiver desaparecido eu preciso duplicalo Geminio! Isso... Isso deve enganála...
Hermione veio correndo escada abaixo.
Vamos ver... Relashio!
As correntes rangeram e voltaram para dentro dos braços da cadeira. A Sra. Cattermole parecia tão assustada quanto antes.
Eu não compreendo, ela sussurou.
Você vai sair daqui conosco, disse Harry, ajudandoa a se levantar. Vai para casa, pegar seus filhos e fugir, fugir do país se preciso for. Disfarcemse e
fujam. Você viu como é, não vai haver nada como um devido processo legal, aqui.
Harry, disse Hermione, como vamos conseguir sair daqui com todos aqueles dementadores lá fora?
Patronos, disse Harry, apontando sua varinha para o seu próprio: o cervo reduziu a velocidade e começou a andar, ainda brilhando intensamente, em direção porta.
Quantos você conseguir fazer; faça o seu, Hermione.
Expec Expecto patronum, disse Hermione. Nada aconteceu.
É o único feitiço com o qual ela teve problemas, Harry explicou a uma Sra. Cattermole completamente confusa. Um pouco desagradável, realmente... Vamos lá,
Hermione...
Expecto patronum!
Uma lontra prateada surgiu da ponta da varinha de Hermione e nadou graciosamente pelo ar para se juntar ao cervo.
Vamos, disse Harry, e levou Hermione e a Sra. Cattermole até a porta.
Quando os Patronos deslizaram para fora da masmorra houve gritos de susto das pessoas esperando lá fora. Harry olhou ao redor; os dementadores estavam recuando de
ambos os lados, misturandose escuridão, se espalhando diante das criaturas prateadas.
Foi decidido que todos vocês devem voltar para casa e se esconder com suas famílias, Harry disse aos Nascidostrouxa que aguardavam, e que, ofuscados pela luz
dos Patronos, ainda se encolhiam um pouco. Vão para o exterior, se puderem. Apenas saiam do alcance do Ministério. Essa é a bem nova posição oficial. Agora,
se vocês puderem seguir os Patronos, vão conseguir deixar o Átrio.
Eles conseguiram subir os degraus de pedra sem ser interceptados, mas medida que se aproximaram dos elevadores Harry começou a ver problemas. Se eles emergissem
para o Átrio com um cervo prateado, uma lontra flutuando ao lado dele, e cerca de vinte pessoas, metade delas acusadas de ser Nascidostrouxa, ele tinha a sensação
de que eles atrairiam atenção indesejável. Ele tinha atingido esta conclusão desagradável quando o elevador rangiu e parou diante deles.
Reg!, gritou a Sra. Cattermole, e se jogou nos braços de Rony. Runcorn me libertou, ele atacou Umbridge e Yaxley, e ele disse que nós devemos ir embora do
país, acho melhor fazermos isso, mesmo, Reg, realmente acho, vamos correr para casa e buscar as crianças, e por que você está todo molhado?
Água, murmurou Rony, se libertando dela. Harry, eles sabem que há intrusos no Ministério, algo com relação a um buraco na porta da sala da Umbridge, acho que
temos uns cinco minutos se
O Patrono de Hermione desapareceu com um estalo quando ela olhou horrorizada para Harry.
Harry, estamos encurralados aqui!
Não se nós agirmos depressa, disse Harry. Ele se dirigiu ao silencioso grupo atrás deles, todos boquiabertos olhando para ele.
Quem tem varinhas?
Cerca de metade deles levantaram as mãos.
OK, todos os que não têm varinhas precisam se juntar a alguém que tenha. Vamos precisar ser rápidos, antes que eles possam nos parar. Vamos.
Eles conseguiram se espremer em dois elevadores. O Patrono de Harry ficou de sentinela diante das grades douradas enquanto elas se fechavam e os elevadores
partiam.
Oitavo andar, disse uma voz de bruxa, Átrio.
Harry soube logo de cara que eles estavam enrascados. O Átrio estava cheio de pessoas se movendo de uma lareira para outra, lacrandoas.
Harry! gemeu Hermione. Como vamos conseguir?
PAREM! comandou Harry, e a ponderosa voz de Runcorn ecoou pelo Átrio: os bruxos lacrando as lareiras estancaram. Sigamme, ele sussurrou para o grupo
de Nascidostrouxa paralisados, que se locomoveram juntos, pastoreados por Ron e Hermione.
O que foi, Albert? disse o mesmo bruxo careca que havia seguido Harry para fora da lareira, mais cedo. Ele parecia nervoso.
Esse grupo aqui precisa sair antes que vocês lacrem as saídas, disse Harry com toda a autoridade que podia.
O grupo de bruxos sua frente se entreolhou.
Disseram para lacrar todas as saídas e não deixar ninguém

Você está me dando o contra, Harry desafiou. Você gostaria de ter a sua árvore genealógica analisada, como fiz com Dirk Cresswell?
Desculpe!, engasgou o bruxo careca, recuando. Eu não tive a intenção, Albert, mas eu pensei... Pensei que eles estavam aqui para interrogatório e...
O sangue deles é puro, disse Harry, e sua voz profunda ecoou de forma impactante pelo salão. Mais puro do que muitos de vocês, eu me atrevo a dizer.
Vão, ele ordenou aos Nascidostrouxa, que correram para as lareiras e começaram a desaparecer em duplas. Os bruxos do Ministério ficaram ao fundo, alguns parecendo
confuso, outros, assustados e indignados. Então:
Mary!
A Sra. Cattermole olhou para trás. O verdadeiro Reg Cattermole, não mais vomitando, mas pálido e fraco, tinha saído correndo de um elevador.
RReg?
Ela olhava do marido para Ronny, que praguejou alto.
O bruxo careca engasgou, sua cabeça se virando ridiculamente de um Reg Cattermole para o outro.
Ei o que está acontecendo? O que é isso?
Lacre a saída! LACRE!
Yaxley tinha saído de outro elevador e estava correndo em direção ao grupo entre as lareiras, nas quais todos os Nascidostrouxa menos a Sra. Cattermole
agora tinham desaparecido. Quando o bruxo careca levantou sua varinha, Harry meteulhe um murro que o mandou voando pelo ar.
Ele estava ajudando os Nascidostrouxa a escapar, Yaxley! Harry gritou.
Os colegas do bruxo careca se revoltaram, permitindo a Ronny agarrar a Sra. Cattermole, e empurrála para dentro de uma lareira ainda aberta. Depois, desapareceu.
Confuso, Yaxley olhava de Harry para o bruxo em que ele batera, enquanto o verdadeiro Reg Cattermole berrava, Minha esposa! Quem era aquele com a minha esposa?
O que está acontecendo?
Harry viu a cabeça de Yaxley se voltar, e percebeu um tom de verdade surgir na face cruel.
Venha! Harry gritou para Hermione; segurou a mão dela e eles pularam juntos na lareira enquanto a maldição de Yaxley voava sobre a cabeça de Harry. Eles
giraram por alguns segundos antes de serem atirados por um vaso sanitário em um cubículo. Harry abriu a porta; Ronny estava ali, ao lado das pias, ainda lutando
com a Sra. Cattermole.
Reg, eu não compreendo
Por favor me solte, eu não sou o seu marido, você precisa ir para casa!
Houve um barulho no cubículo atrás deles; Harry olhou ao redor; Yaxley tinha acabado de aparecer.
VAMOS! berrou Harry. Agarrou Hermione pela mão e Ronny pelo braço, e girou no lugar.
A escuridão os envolveu, junto com a sensação de mãos os apertando, mas algo estava errado... A mão de Hermione parecia deslizar de sua pegada...
Ele achou que ia sufocar, ele não conseguia ver ou respirar e as únicas coisas sólidas no mundo eram o braço de Ronny e os dedos de Hermione, que estava
lentamente escorregando para longe...

E então ele viu a porta do número doze, no Largo Grimmauld, com seu batedor de porta em forma de serpente, mas antes que pudesse inspirar, houve um grito
e um jato de luz roxa; a mão de Hermione se grudou a ele como uma ventosa e tudo ficou escuro novamente.


Capitulo Catorze
O ladrão


Harry abriu os olhos e foi tomado por uma luz dourada e verde. Ele não tinha idéia do que havia acontecido, só sabia que estava deitado em alguma coisa que
parecia ser folhas e galhos. Lutando pra respirar com os pulmões que pareciam comprimidos, ele piscou e percebeu que aquele clarão ofuscante era a luz do sol refletindo
em muitas folhas bem acima dele.
Alguma coisa encostou em seu rosto. Ele se apoiou nas mãos e joelhos, pronto pra encarar alguma pequena e estranha criatura, mas viu que era apenas o pé
de Rony. Olhando em volta, Harry viu que eles e Hermione estavam deitados no chão de uma floresta, aparentemente sozinhos.
O primeiro pensamento de Harry foi que deveria ser a Floresta Proibida. Mesmo que ele soubesse o quão idiota e perigoso seria eles aparecerem nas terras
de Hogwarts, o seu coração saltou com a idéia de se enfiar nas arvores até a cabana de Hagrid. Entretanto, nos poucos instantes que se passaram até que Rony fizesse
algum barulho e Harry se rastejasse até ele, Harry percebeu que não era a Floresta Proibida, as árvores pareciam mais novas, eram mais espaçosas, o chão era mais
claro.
Harry viu Hermione, também apoiada nas mãos e nos joelhos, curvada sobre a cabeça de Rony. No momento em que os olhos dele miraram Rony, todas as outras
preocupações se esvaíram, tinha sangue molhando todo o lado esquerdo dele, e o rosto estava esmagado, pálido, contra o chão. O efeito da Poção Polissuco estava desaparecendo
agora, Rony estava parecendo alguma coisa entre ele mesmo e Cattermole, o seu cabelo ficando cada vez mais vermelho enquanto seu rosto voltava cor natural.
O que aconteceu com ele?
Estrunchamento. disse Hermione, as mãos dela já na manga de Rony onde havia mais sangue e estava mais escuro.
Harry assistiu horrorizado enquanto ela rasgava o tecido da roupa de Rony. Ele sempre achara que estruncamento fosse engraçado, mas isso... O seu estômago
revirava enquanto Hermione deitava o braço nu de Rony onde um bom pedaço de carne faltava, como se arrancado por uma faca.
Harry, rápido, na minha bolsa, tem uma garrafa pequena com uma etiqueta em que diz Essência de Ditanny.
Bolsa...certo.
Harry foi até o lugar onde Hermione havia apontado, agarrou a pequena bolsa e colocou a mão dentro. Ele foi tocando alguns objetos, sentiu alguns livros,
algumas peças de roupa, sapatos.. .
Rápido!
Ele pegou a varinha no chão e apontou para a bolsa. Accio Dittany!
Uma pequena garrafa marrom saiu do interior da bolsa, ele agarroua e levou de volta até Hermione e Rony, cujos olhos agora estavam meio fechados, pouco
se via do globo ocular através das pálpebras.
Ele está desmaiado disse Hermione, que estava um pouco pálida, ela não estava mais parecendo Mafalda, apesar de seu cabelo ainda estar um pouco grisalho
em alguns lugares. Abre isso pra mim, Harry, minhas mãos estão tremendo.
Harry abriu a pequena garrafa, Hermione a pegou e pingou 3 gotas da poção no machucado de Rony que sangrava. Uma fumaça esverdeada saiu do machucado e então
clareou, Harry viu que o sangramento havia parado. O machucado agora parecia que havia acontecido há dias, nova pele surgiu onde há poucos instantes havia carne
exposta.
Nossa! disse Harry.
É só o que eu me sinto segura fazendo. disse Hermione tensa. Existem feitiços que iam deixálo completamente curado, mas eu não vou usálos, caso eu
faça errado poderia piorar ainda mais... Ele já perdeu muito sangue.
Como ele se machucou? Quero dizer... Harry balançou a cabeça tentando entender, compreender o sentido de sejaláoque estivesse acontecendo. Por que
nós estamos aqui? Eu pensei que nós íamos voltar pro Largo Grimmauld.
Hermione respirou fundo. Ela parecia prestes a chorar.
Harry, eu não acho que nós vamos poder voltar pra lá.
O que você?
Quando nós desaparatamos, Yaxley me segurou e eu não consegui me livrar dele, ele era muito forte, e ele ainda estava me segurando quando nós chegamos
ao Largo Grimmauld, e então... Bom, eu acho que ele deve ter visto a porta e viu que nós estávamos parando ali... Então ele afrouxou a mão e eu consegui me livrar
e nos trouxe pra cá.
Mas então, onde ele está? Espera aí... Você não quer dizer que ele está no Largo Grimmauld? Ele não pode entrar lá.
Os olhos dela brilharam com as lágrimas enquanto ela afirmava.
Harry, eu acho que ele pode, eu o forcei a me largar com um feitiço de repulsão, mas eu já tinha o levado pra dentro da proteção do fiel do segredo. Desde
que Dumbledore morreu, nós somos os fiéis do segredo, então eu acabei fazendo dele um fiel do segredo também, não fiz?
Não havia como negar, Harry tinha certeza que ela estava certa. Foi uma mancada séria. Se Yaxley podia entrar na casa, então de modo algum eles poderiam
voltar. Nesse exato momento, ele poderia estar levando Comensais da Morte pra lá por aparatação. Apesar de a casa ser sombria e opressiva como era, tinha sido o
único refúgio seguro para Harry e os amigos, ainda mais agora que Monstro estava bem mais feliz e amigável, era uma espécie de lar. Com uma pontada de arrependimento
que não tinha nada a ver com comida, Harry imaginou o elfo doméstico se empenhando em fazer uma torta que Harry, Rony e Hermione jamais iriam comer.
Harry, eu sinto muito muito mesmo!
Não seja boba, não foi sua culpa! Se a culpa foi de alguém, foi minha.
Harry colocou a mão dentro do bolso e tirou o olho de OlhoTonto Moody. Hermione recuou horrorizada.
Umbridge colocou isso na porta do escritório dela, pra espionar as pessoas. Eu não podia deixar lá... Mas foi como eles souberam que havia intrusos.
Antes que Hermione pudesse responder, Rony gemeu e abriu os olhos. Ele ainda estava pálido e tinha o rosto molhado de suor.
Como você se sente? Hermione falou baixinho.
Horrível resmungou Rony, olhando em volta enquanto sentia o seu braço machucado. Onde nós estamos?
Na floresta onde fizeram a Copa Mundial de Quadribol disse Hermione. Eu queria um lugar escondido e esse foi...
O primeiro lugar que você pensou. Harry finalizou por ela, olhando em volta para a aparentemente deserta clareira. Ele não conseguia evitar lembrarse
do que havia acontecido da última vez que eles aparataram no primeiro lugar em que Hermione havia pensado, em como os Comensais da Morte tinham os achado em minutos.
Teria sido Legilimência? Será que Voldemort ou seus fiéis capangas saberiam, mesmo agora, onde Hermione havia os levado?
Você não acha que a gente deveria seguir em frente? Rony perguntou para Harry, e Harry percebeu pelo olhar do amigo que ele havia pensado a mesma coisa.
Eu não sei.
Rony ainda estava pálido e úmido. Ele não havia feito nenhum movimento pra se levantar e parecia que ele ainda estava muito fraco pra isso. Se mover era
doloroso.
Vamos ficar aqui por enquanto. disse Harry.
Parecendo aliviada, Hermione ficou em pé.
Onde você está indo? Perguntou Rony.
Se nós vamos ficar então nós devíamos colocar alguns encantamentos de proteção por aqui. Ela respondeu, e levantando a varinha ela começou a andar em
círculos em volta de Harry e Rony murmurando feitiços por onde ia. Harry viu alguns movimentos no ar, era como se Hermione colocasse um nevoeiro em volta deles.
Salvio Hexia . . . Protego Totalum . . . Repello Muggletum . . . Muffliato . . . Você pode ir armando a barraca Harry. . . .
Barraca?
Na bolsa!
Na bolsa é claro. disse Harry.
Ele não se preocupou em procurar na bolsa dessa vez, usou outro feitiço convocatório. A barraca voou da bolsa com um monte de cordas, lonas e estacas. Harry
a reconheceu, em parte por causa do cheiro de gatos, como na tenda em que eles haviam dormido na noite da Copa Mundial de Quadribol.
Essa barraca não pertencia a um tal Perkins do Ministério? Ele perguntou começando a desembaraçar as estacas.
Aparentemente ele não a quis de volta, estava com muita dor lombar. disse Hermione, agora fazendo movimentos complicados com a varinha Então o pai
do Rony disse que eu podia pegar emprestada. Erecto! ela completou apontando a varinha para a lona desarrumada, que com um rápido movimento apareceu completamente
em forma de barraca, algumas estacas voaram e se juntaram e a barraca completa se fixou no chão presa por algumas cordas.
Cave Inimicum Hermione finalizou. Isso é tudo o que eu posso fazer. Pelo menos por enquanto. Na pior das hipóteses, nós devemos saber que eles estão
vindo. Eu não posso garantir que isso vai impedir Vol...
Não diz o nome! Rony a interrompeu, a voz ofendida.
Harry e Hermione se entreolharam.
Desculpa. Rony disse, lamentando enquanto ele se levantava pra olhar para eles Mas parece um mau agouro ou alguma coisa assim. Nós não podemos
chamálo de Você SabeQuem, por favor?
Dumbledore disse que o nome de uma coisa... começou Harry.
Caso você não tenha notado, amigo, chamar VocêSabeQuem pelo nome não deu muito certo para Dumbledore no fim Rony contrapartiu. Só... Só demonstre
algum... Respeito por VocêSabeQuem!
Respeito? Harry repetiu, mas Hermione endereçou a ele um olhar cauteloso, aparentemente ele não deveria discutir com Rony numa situação em que ele estivesse
tão fraco.
Harry e Hermione tiveram que praticamente empurrar e carregar Rony pra dentro da barraca. O interior era exatamente como Harry se lembrava: um pequeno apartamento
completo com banheiro e uma pequena cozinha. Ele empurrou uma cadeira para o lado e colocou Rony cuidadosamente na ponta de uma cama beliche. Esse pequeno percurso
tinha deixado Rony mais pálido e quando eles o colocaram na cama, ele fechou os olhos e não falou por algum tempo.
Eu vou fazer um chá disse Hermione ofegante tirando uma chaleira e xícaras do fundo da sua bolsa e as levando pra cozinha.
Harry achou a bebida quente tão bem vinda quanto o whisky da noite em que OlhoTonto havia morrido; parecia levar embora um pouco do medo que se agitava
em seu peito. Depois de um minuto ou dois, Rony quebrou o silêncio.
O que você acha que aconteceu com os Cattermoles?
Com alguma sorte, eles foram embora. disse Hermione, apertando a xícara em busca de conforto. Contando com o fato de que o Sr. Cattermole tenha alguma
sagacidade, ele deve ter transportado a Sra. Cattermole por aparatação acompanhada e eles devem estar fugindo do país agora mesmo com as crianças. Foi isso que Harry
lhe disse para fazer.
Espero que eles tenham escapado disse Rony apoiandose nos travesseiros. O chá parecia estar fazendo bem a ele, um pouco de sua cor natural havia retornado
Eu não achava que Reg Cattermole era tão esperto assim, pelo modo com que falavam comigo quando eu era ele. Nossa, eu espero que eles tenham conseguido... Se eles
acabarem em Azkaban por nossa causa...
Harry olhou pra Hermione a pergunta que ele estava para fazer sobre a falta da varinha da Sra. Cattermole que a impediria de aparatar junto do marido
silenciou. Hermione olhava pra Rony falando dos Cattermoles com uma expressão de carinho que fez Harry pensar que ela iria beijar Rony.
Então... Você o pegou? Harry perguntou pra ela, em partes pra lembrála que ele ainda estava ali.
Peguei... Peguei o quê? disse ela despertando.
Pelo que nós passamos por tudo isso? O medalhão! Cadê o medalhão?
Você o pegou? gritou Rony, se levantando um pouco dos travesseiros. Ninguém me diz nada! Que saco, você poderia ter mencionado!
Bom, nós estávamos correndo dos Comensais da Morte pelas nossas vidas, não estávamos? disse Hermione. Aqui. Então ela puxou o medalhão de suas vestes
e o entregou para Rony. Era do tamanho de um ovo de galinha. Uma bonita letra S, com algumas pedras verdes pequenas incrustadas que refletiam vagarosamente na luz
fraca que brilhava através da lona escura do teto da tenda.
Não existe nenhuma possibilidade de que alguém tenha destruído isso desde que Monstro o guardou? perguntou Rony esperançoso. Quer dizer, nós temos
certeza que isso é ainda um Horcrux?
Eu acho que sim disse Hermione pegando o medalhão de volta e olhandoo de perto. Ela o passou para Harry que o virou entre os dedos. O medalhão parecia
perfeito, primitivo. Ele se lembrou do estrago no diário, e como a pedra no anel Horcrux tinha sido rachada quando Dumbledore a destruiu.
Eu acho que o Monstro está certo disse Harry nós vamos ter que descobrir como abrir essa coisa antes de destruíla.
Uma repentina consciência do que ele estava segurando, do que vivia por trás daquele pequeno objeto, bateu em Harry enquanto ele falava. Mesmo depois de
todos os esforços para achar aquilo, ele sentiu uma violenta vontade de arremessálo para longe dele. Se esforçando de novo, ele tentou separar os dois lados do
medalhão com os dedos, e então tentou o encantamento que Hermione havia usado pra abrir a porta do quarto de Régulo. Nenhum dos dois funcionou. Ele deu o medalhão
pra Rony e Hermione, e cada um de deles tentou seu o melhor, mas não foram mais bem sucedidos em abrir o medalhão do que ele.
Vocês conseguem sentir? Rony perguntando com uma voz tranqüila enquanto ele segurava forte o medalhão.
Como assim?
Rony passou o horcrux para Harry. Depois de algum momento, Harry percebeu que entendia o que Rony queria dizer. Ou era o sangue dele pulsando em suas veias
que ele podia sentir, ou era algo batendo dentro do medalhão, como um pequeno coração de metal?
O que nós vamos fazer com isso? Hermione perguntou.
Manter a salvo até descobrirmos como destruílo. Harry respondeu, e apesar de ser a última coisa que desejava, ele pendurou a corrente no pescoço, deixando
o medalhão fora de vista dentro das suas vestes, onde descansava no peito dele ao lado da bolsa que Hagrid havia dado a ele.
Eu acho que nós devíamos nos revezar pra vigiar a barraca. ele disse para Hermione que ficava em pé e se espreguiçava. E nós precisamos pensar em alguma
comida também. E você fica aqui. ele completou enquanto Rony se esforçava para sentar e liberar uma suja fumaça verde. Com o bisbilhoscópio que Hermione havia
dado a Harry em seu aniversário, eles passaram o dia todo monitorando o lado de fora da tenda. Entretanto, o bisbilhoscópio permaneceu silencioso e imóvel durante
o dia todo, um pouco por causa dos encantamentos que Hermione havia lançado em volta deles, ou porque as pessoas raramente se aventuravam essa hora do dia em uma
floresta deserta. Só apareciam ocasionalmente alguns pássaros e esquilos.
Quando a noite caiu, nada mudou. Harry levou a varinha quando trocou de lugar com Hermione na tarefa de vigiar, e não viu nada além de uma cena deserta,
ele notou alguns morcegos que se alvoroçavam bem acima dele entre o pouco de céu visível devido s árvores da clareira onde eles estavam.
Ele sentia fome agora, e um pouco tonto. Hermione não havia colocado nenhuma comida na mala, por pensar que eles iriam voltar para o Largo Grimmauld naquela
noite, então eles não tinham nada para comer exceto alguns cogumelos silvestres que Hermione pegara de algumas árvores ali perto e fizera um ensopado.
Depois de ingerir um pouco, Rony deixou de lado parecendo enjoado; Harry só havia continuado pra não ferir os sentimentos de Hermione.
O silêncio foi quebrado por alguns sussurros e um som que parecia ser de galhos se quebrando; Harry preferiu pensar que o barulho era causado por animais
em vez de pessoas, apesar de segurar a varinha forte no momento. O estômago dele estava ainda mais desconfortável por causa dos cogumelos, ele formigava inquieto.
Ele pensou que iria se sentir alegre se eles conseguissem roubar a Horcrux, mas ele não se sentia. Tudo que ele sentia enquanto ele olhava pro escuro lá fora, era
preocupação com o que viria em seguida.
Ele pensava que trilharia por esse caminho semanas, meses, talvez anos, mas agora ele tinha chegado a uma parte tortuosa da missão.
Havia outros Horcruxes lá fora em algum lugar, mas ele não tinha a mínima idéia de onde eles estariam. Ele nem sabia o que de fato eles poderiam ser. Entrementes,
ele estava na batalha pra descobrir como destruir aquele Horcrux que estava apoiado contra o seu peito dele. Curiosamente, o medalhão não adquirido calor do corpo
dele, o objeto continuava frio como se tivesse emergido da água gelada. Em tempos em tempos, Harry achava ou imaginava que ele podia sentir as pequenas batidas do
medalhão batendo contra as do seu próprio coração. Presságios desconhecidos surgiram enquanto ele sentava lá fora no escuro. Ele tentou resistirlhes, afastálos,
mas eles persistiam. Um não pode viver, enquanto o outro sobreviver. Rony e Hermione, agora falavam baixo lá atrás na tenta, eles poderiam ir embora se quisessem;
Harry não poderia. E enquanto ele tentava se proteger do medo e da exaustão parecia que o Horcrux no seu peito estava cronometrando o tempo que lhe restava... idéia
idiota, ele pensou, não pense nisso...
Sua cicatriz começou a fisgar de novo. Ele estava com medo de que isso estivesse acontecendo por pensar naquelas coisas, e tentou distrair seus pensamentos.
Ele pensou no pobre Monstro, que estava os esperando em casa e tinha recebido Yaxley ao invés. O elfo doméstico iria ficar quieto ou falaria ao Comensal da Morte
tudo o que sabia? Harry queria acreditar que Monstro havia mudado no decorrer do último mês, que ele seria legal, mas quem sabe o que aconteceria? E se o Comensal
da Morte torturasse o elfo? Imagens horríveis começaram a surgir na cabeça de Harry e ele tentou afastálas também, no momento não havia nada que ele pudesse fazer
por Monstro; ele e Hermione já haviam decidido não chamálo, e se alguém do Ministério viesse também? Eles não poderiam contar que a aparatação do elfo fosse livre
da mesma falha que levara Yaxley acidentalmente para o Largo Grimmauld agarrado bainha da manga de Hermione.
A cicatriz de Harry queimava agora. Ele pensou que havia tanta coisa que eles não sabiam: Lupin tinha razão quanto s magias que eles nunca haviam encontrado
ou imaginado. Por que Dumbledore não explicara mais? Será que ele pensara que haveria mais tempo Que iria viver por longos anos, séculos talvez, como o seu amigo
Nicolas Flamel? Se fosse assim, ele havia se enganado... Snape havia acontecido... Snape, a cobra adormecida que havia estado no topo de uma torre e Alvo Dumbledore
havia caídocaído...
Me dá isso, Gregorovitch!
A voz de Harry estava alta, clara e fria, segurava a varinha com uma mão branca com dedos compridos. O homem para o qual ele estava apontando estava suspenso
de cabeça pra baixo no ar, apesar da ausência de cordas o segurando, ele se mexeu lá, invisivelmente amarrado, pernas e braços amarrados, o rosto apavorado, em um
nível em que Harry via o sangue descendo para a cabeça dele. Ele tinha cabelos muito brancos, barba espessa, algo parecido a um Papai Noel.
Eu não tenho, eu não tenho mais... foi roubado de mim há muitos anos atrás!
Não minta para Lord Voldemort, Gregorovitch. Ele sabe...ele sempre sabe.
As pupilas do homem pendurado estavam dilatadas de medo e elas pareciam incharse, cada vez maiores e maiores, até que a escuridão engoliu Harry por completo.
E então Harry estava correndo por um corredor escuro, Gregorovitch segurava uma lanterna, ele entrou num quarto no fim da passagem e a lanterna iluminou algo que
parecia um escritório, havia pedaços de madeira e uma luz dourada reluzia suave, e na soleira de uma janela, como um gigante pássaro, havia um jovem homem de cabelos
dourados. No exato segundo que a lanterna o iluminou, Harry viu o contentamento no seu bonito rosto, então o intruso lançou um feitiço de sua varinha e pulou apressadamente
para fora da janela com uma risada.
E então Harry deixou aquela visão das estranhas pupilas, a face de Gregorovitch estava paralisada de terror.
Quem era aquele ladrão, Gregorovitch? disse a voz fria.
Eu não sei, nunca o vi, um homem qualquer não por favor POR FAVOR!
Um grito surgiu e então uma explosão de luz verde.
Harry!
Ele abriu os olhos, tremendo, a sua testa palpitando. Ele havia desmaiado ao lado de fora da tenta, estava do lado da lona, jogado no chão.
Ele olhou para Hermione, cujos cabelos ocultavam o pouco de céu que aparecia através das altas árvores em cima deles.
Sonho ele disse, levantandose rápido e atentamente para encarar o olhar feroz, porém inocente de Hermione. Devo ter cochilado, desculpa.
Eu sei que é a sua cicatriz! Eu posso ter certeza só pelo seu rosto. Você estava vendo através dos olhos de Vol...
Não diga o nome dele! a voz irada de Rony veio de dentro da tenda.
Tudo bem retornou Hermione VocêSabeQuem, então!
Eu não quis que acontecesse Harry disse Foi um sonho! Você consegue controlar o que você sonha Hermione?
Se você tivesse aprendido a usar Oclumência, sim.
Mas Harry não estava interessado nisso; ele queria discutir o que acabara de ver.
Ele achou Gregorovitch, Hermione, e eu acho que ele o matou, mas antes de matar ele leu a mente de Gregorovitch e eu vi...
Eu acho melhor eu vigiar, você está muito cansado, você até pegou no sono disse Hermione friamente.
Eu posso terminar meu turno!
Não, você está obviamente exausto. Vá e deite!
Ela ficou ali mal humorada. Com raiva, mas querendo evitar uma discussão, Harry entrou.
Rony, ainda pálido, estava saindo do beliche de baixo; Harry subiu no de cima, deitou e ficou olhando pra lona escura acima dele. Depois de algum tempo,
Rony falou numa voz muito baixa para não despertar a atenção de Hermione que estava na entrada.
O que VocêSabeQuem estava fazendo?
Harry fechou os olhos para tentar lembrar cada detalhe, então relatou baixinho no escuro.
Ele achou Gregorovitch. Ele estava com ele amarrado, estava o torturando...
E como Gregorovitch vai fazer uma nova varinha para ele se estiver amarrado?
Não sei... É estranho, não é?
Harry fechou os olhos pensando em tudo o que ele havia visto e ouvido. Quanto mais ele repensava, menos sentido fazia... Voldemort não dissera nada sobre
a varinha de Harry, nada sobre as varinhas gêmeas, nada sobre Gregorovitch fazendo uma nova e mais poderosa varinha que pudesse bater a de Harry
Ele queria alguma coisa de Gregorovitch Harry disse, com os olhos fechados ele queria que Gregorovitch lhe entregasse algo, mas ele disse que havia
sido roubado... E então... E então...
Ele se lembrou de como ele, vendo pelos olhos de Voldemort, parecia ter entrado pelos olhos de Gregorovitch, dentro das lembranças dele.
Ele leu a mente de Gregorovitch, e eu vi um rapaz jovem na soleira da janela, e ele jogou um feitiço em Gregorovitch e então pulou para fora. Ele roubou
algo, sejaláoque VocêSabeQuem está procurando. E eu acho... Eu acho que já o vi em algum lugar.
Harry desejou que ele pudesse ter outra visão do rosto sorridente do rapaz. O roubo havia acontecido há muitos anos atrás, de acordo com Gregorovitch. Por
que o jovem rapaz lhe parecia familiar?
Os barulhos das árvores eram inaudíveis dentro da tenda. Tudo o que Harry podia ouvir era a respiração de Rony. Depois de algum tempo, Rony falou baixinho:
Você não pôde ver o que o ladrão estava segurando?
Não. Deveria ser algo pequeno.
Harry?
Então a madeira do beliche rangeu enquanto Rony se mexia na cama de baixo.
Harry, você não acha que VocêSabeQuem estava atrás de alguma coisa pra fazer um outro Horcrux?
Eu não sei, Harry falou devagar talvez. Mas não seria perigoso para ele fazer outro? Hermione não disse que ele já tinha atingido um limite?
É... Mas talvez ele não saiba disso.
É... Talvez. disse Harry.
Ele tivera certeza que Voldemort estava procurando por uma solução para o problema das varinhas gêmeas, certeza de que Voldemort procurara essa solução
no velho fabricante de varinhas... mas ele o havia matado aparentemente sem perguntar uma única palavra sobre varinhas.
O que Voldemort estava tentando achar? Por que, com o Ministério da Magia e todo o mundo mágico aos seus pés ele estava longe, interessado em possuir o tal
objeto que havia sido de Gregorovitch e havia sido roubado pelo desconhecido ladrão?
Harry ainda podia ver o rosto loiro e jovem, tinha um ar triunfante parecido com os de Fred e George. Ele havia sumido da janela como um pássaro, e Harry
o havia visto antes, mas ele não sabia onde...
Com Gregorovitch morto, era o tal ladrão que estava em perigo agora, e era nele em que os pensamentos de Harry estavam, e enquanto os roncos de Rony começaram
a surgir da parte debaixo do beliche, Harry adormeceu outra vez.

Capítulo Quinze
A Vingança dos Duendes

Na manhã seguinte, antes dos outros dois acordarem, Harry deixouos na barraca para procurar pela floresta a mais velha, mais áspera e resistente árvore
que ele pudesse encontrar. Ali, em sua sombra, ele enterrou o olho de OlhoTonto Moody e fez a marca de uma pequena cruz, com a varinha, na casca da árvore. Não
era muito, mas Harry sentiu que OlhoTonto preferia muito mais isso a estar fincado na porta de Dolores Umbridge. Harry voltou barraca esperou os outros acordarem
e para discutirem o que eles fariam em seguida. Harry e Hermione acharam que o melhor a fazer era não ficar em lugar algum por muito tempo. Rony concordou, sob a
condição de que não mexeria um músculo enquanto não comessem um sanduíche de bacon. Hermione tirou os encantamentos que colocou na clareira, enquanto Harry e Rony
escondiam todas as marcas e impressões no solo que poderia mostrar que eles estiveram acampados ali. Eles desaparataram para os arredores de uma pequena cidade.
Montaram a barraca, sob proteção de uma copa de árvores, e a cercaram com novos encantamentos, Harry arriscouse a buscar alimento usando a Capa de Invisibilidade.
Isso, entretanto, não saíra como o planejado. Ele tinha praticamente chegado cidade, quando um calafrio anormal, uma névoa e um repentino escurecer do céu o fez
parar exatamente onde estava.
Mas você consegue fazer um Patrono perfeito! protestou Rony, assim que Harry voltou, de mãos vazias, sem fôlego e disse a palavra "Dementadores".
Eu não pude... conjurar nenhum. ofegou ele, apertando uma parte do estômago. Não daria certo!
A expressão deles de consternação e desapontamento fez Harry se sentir envergonhado. Parecia um pesadelo ver distância os dementadores deslizando pela
névoa e perceber, com o frio paralisante em seus pulmões e com um grito distante em seus ouvidos, que ele não seria incapaz de se proteger. Isso fez com que Harry
usasse toda sua força de vontade para sair de onde estava e correr, deixando os dementadores deslizarem por entre os Trouxas, que não podiam vêlos, mas certamente
podiam sentir o desespero que eles causavam aonde quer que passavam.
Então... nós ainda não temos o que comer!
Cala a boca, Rony interrompeu Hermione. Harry, o que aconteceu? Por que você acha que não conseguiria conjurar um Patrono? Você o conjurou perfeitamente ontem!
Eu não sei.
Ele se largou em uma das velhas poltronas na barraca de Perkins, se sentindo mais humilhado agora. Ele temia que alguma coisa estivesse errada com ele. Ontem
parecia ter sido muito tempo atrás. Hoje ele parecia ter treze anos de novo, o único que desmaiou no Expresso Hogwarts. Rony chutou a perna de uma cadeira.
O quê? ele rosnou para Hermione.
Eu estou morrendo de fome! Tudo que eu comi, desde que sangrei quase até morte, foi um punhado de cogumelos!
Vai lá e luta com os dementadores do seu modo, então! disse Harry, aflito.
Eu iria, mas meu braço está numa tipóia, caso você não tenha notado.
Que conveniente!
E o que você acha que eu deveria...
Claro! gritou Hermione, batendo as mãos na testa e calando os dois. Harry me dê o medalhão. Anda! disse ela impaciente, estalando seus dedos na frente dele,
esperando que ele reagisse. A Horcrux, Harry, você ainda a está usando!
Ela estendeu as mãos e Harry ergueu a corrente dourada sobre sua cabeça. No momento em que o medalhão desfez o contato com a sua pele, ele se sentiu surpreendentemente
livre e leve. Ele não havia percebido o quanto estava nervoso ou que havia algo pressionando seu estômago, até a hora as sensações se foram.
Está melhor? Perguntou Hermione
Sim... muito melhor!
Harry! ela disse, agachandose na frente dele, usando um tipo de voz que ele associou com quem visita doentes Você não acha que estava possuído, acha?
O quê? Não! disse na defensiva. Eu lembro de tudo que fizemos enquanto eu o estava usando. Eu saberia se estivesse possuído, não? Gina me disse que houve vezes
em que ela não se lembrava de nada.
Hum... Hermione disse, olhando para o pesado medalhão dourado. Bom... talvez nós não devêssemos usálo. Devemos guardar na cabana.
Não devemos deixar esta Horcrux por aí. Harry declarou firmemente. Se nós a perdermos, se ela for roubada...
Tudo bem, tudo bem. disse Hermione. Ela colocoua em volta do próprio pescoço e escondeu dentro de sua camisa. Mas, nós revezaremos o uso, ninguém ficará com
ele por muito tempo.
Ótimo! disse Rony irritado. E agora que já resolvemos isso, podemos buscar comida?
Certo... mas iremos para algum outro lugar para conseguila. disse Hermione com um rápido olhar para Harry. Não há razão para ficar onde sabemos que Dementadores
estão aparecendo.
No fim eles passaram a noite num terreno acidentado, que pertenciam a um fazendeiro solitário, onde conseguiram ovos e pães.
Isso não é roubar, é? perguntou Hermione numa voz transtornada, enquanto eles devoravam ovos mexidos com torrada. Não se você deixar dinheiro debaixo da gaiola
das galinhas, né?
Rony virou os olhos e disse, com suas bochechas inchadas. Ão se eocupe uito, Heione. Elaxe!
E de fato, era muito mais fácil relaxar enquanto eles estavam confortavelmente bem alimentados. A discussão sobre os dementadores foi substituída por uma
noite de risadas, e Harry se sentiu alegre, até mesmo esperançoso, enquanto começava a primeira das três rondas noturnas.
Era a primeira vez percebia que estômagos cheios significam bom humor, e um vazio, disputa e melancolia. Harry estava surpreso com isso, pois ele passou por fases
de fome com os Dursley. Hermione se chateava nas noites em que não comiam nada, a não ser frutos e biscoito seco. O humor dela ficava um pouco pior do que o normal
e o silêncio, obstinado. Rony, entretanto, acostumado com três refeições ao dia, cortesia de sua mãe ou dos elfosdomésticos de Hogwarts, tornouse irracional e
irascível quanto fome. Quando a falta de comida coincidia com a sua vez de usar a Horcrux, ele tornavase absolutamente desagradável.
Então, pra onde agora? era seu constante refrão. Ele parecia não ter nenhuma idéia própria, mas esperava Harry e Hermione vir com planos enquanto se sentava
a meditava sobre o pequeno estoque de comida. Harry e Hermione espontaneamente gastavam horas tentando decidir onde eles poderiam encontrar os outros Horcruxes e
como destruir a que eles já tinham. As conversas tornaramse gradativamente repetitivas pois eles não tinham nenhuma informação nova.
Como Dumbledore havia dito a Harry que acreditava que Voldemort tinha escondido as Horcruxes em lugares importantes para ele, eles ficam repassando, numa ladainha
deprimente, os locais onde sabiam que Voldemort tinha vivido ou visitado. O orfanato onde ele nasceu e cresceu; Hogwarts, onde ele foi educado; Borgin e Burke's,
onde tinha trabalhado quando deixou a escola e a Albânia, onde passou seus anos de exílio. Esses lugares eram a base de suas especulações.
Vamos Albânia! Não levará mais do que uma tarde para procurar no país todo disse Rony, sarcasticamente.
Não pode haver nada lá. Ele fez suas cinco Horcruxes antes de ir para o exílio, e Dumbledore tem certeza que a cobra é o sexto. disse Hermione. Nós sabemos
que ela não está na Albânia, geralmente ela está com Vol...
Eu não pedi para você parar de dizer isso?
Certo. A cobra geralmente está com VocêSabeQuem. Feliz?
Nem um pouco.
Não consigo vêlo escondendo algo na Borgin e Burke's disse Harry, que fez essa mesma observação várias vezes antes, mas a repetiu só para quebrar o silêncio
desagradável.
Borgin e Burke's é especialista em artefatos das trevas, eles certamente reconheceriam uma Horcrux.
Rony bocejou agressivamente.
Reprimindo um forte impulso de atirar algo nele, Harry entrou no assunto:
Eu ainda acho que ele escondeu algo em Hogwarts.
Hermione suspirou.
Mas Dumbledore a teria encontrado, Harry!
Harry repetiu o argumento que guardava a favor de sua teoria.
Dumbledore disse para mim que nem ele conhecia todos os segredos de Hogwarts. Eu estou dizendo, se há um lugar onde Vol...
Oi...
VocêSabeQuem, então! Harry gritou, perdendo a paciência. Se há um lugar que é realmente importante para VocêSabeQuem, é Hogwarts!
Ah... qual é! zombou Rony A escola dele?
Sim... a escola dele! Que foi seu primeiro lar, o lugar que fez ele se sentir especial. Significava tudo para ele, e mesmo depois que partiu...
É sobre o VocêSabeQuem que estamos falando, certo? Não sobre você? perguntou Rony. Ele estava arrancando o medalhão do pescoço; Harry ficou tentado a agarrar
a corrente e enforcálo.
Você nos disse que VocêSabeQuem pediu a Dumbledore um cargo antes dele desaparecer. disse Hermione.
Isso mesmo disse Harry!
E Dumbledore achou que ele só queria voltar para tentar encontrar algo, provavelmente a relíquia de outro Fundador, para fazer outra Horcrux?
Sim. disse Harry.
Mas ele não conseguiu o emprego, conseguiu? Hermione disse Então, ele nunca teve a chance de encontrar outra relíquia e escondêla na escola!
Certo, então. Harry disse, derrotado. Esqueçam Hogwarts.
Sem qualquer outro caminho, eles viajaram por Londres, se escondendo debaixo da Capa da Invisibilidade, procurando pelo orfanato onde Voldemort cresceu.
Hermione entrou furtivamente numa biblioteca e descobriu em seus registros que o lugar em questão fora demolido anos atrás. Eles visitaram os terrenos e encontraram
apenas prédios de escritório.
Poderíamos tentar escavar as fundações!? disse Hermione.
Ele não esconderia uma Horcrux aqui. Harry disse. Ele sabia disso há muito tempo. O orfanato era o lugar de onde Voldemort estava determinado a fugir. Ele nunca
esconderia parte de sua alma alí. Dumbledore mostrou a Harry que Voldemort via grandeza ou misticismo em seus esconderijos; esta esquina cinza e sombria de Londres,
como você pode imaginar, estava longe de um lugar como Hogwarts ou o Ministério ou uma construção como Gringotes, o banco dos bruxos, com suas portas douradas e
chão de mármore.
Mesmo sem idéia alguma, eles continuaram a andar pelo interior, montando a barraca, cada noite, em diferentes lugares, só por segurança. Toda manhã eles conferiam
se tinham removido todas as pistas da presença deles, e então iam procurar outro local isolado e solitário, viajando por Aparatação entre as florestas, pelas sombras
de penhascos, por pântanos, por montanhas com picos cobertos, e uma vez, por uma áspera e protegida enseada. A cada doze horas ou mais, eles revezavam a Horcrux
entre eles. Parecia que eles jogavam algum perverso e lento jogo de dançadascadeiras, onde eles temiam que a música parasse, pois a recompensa seriam doze horas
de crescente de ansiedade e medo.
A cicatriz de Harry começou a arder. Algo que agora acontecia sempre, ele notou, quando estava usando a Horcrux. Ás vezes ele não conseguia parar de reagir dor.
O quê? O que você viu? perguntava Rony, quando ele notava Harry gemer.
Um rosto murmurava Harry, toda vez. O mesmo rosto. O ladrão que o roubou de Gregorovitch.
E Rony se virava, sem fazer esforço para esconder seu desapontamento.
Harry sabia que Rony estava esperançoso de ouvir notícias de sua família ou do resto da Ordem da Fênix, mas, apesar de tudo, ele, Harry, não era uma antena de televisão.
Ele somente podia ver o que Voldemort estava pensando naquela hora, não ajustar seu canal para o que desejava ver. Aparentemente Voldemort ficava relembrando o jovem
desconhecido, com a felicidade estampada no rosto, cujo nome e paradeiro, Harry tinha certeza, Voldemort conhecia tanto quanto ele. Como a cicatriz de Harry continuava
a queimar e o feliz garoto de cabelo amarelo continuava entrando em suas lembranças, ele aprendeu a reprimir qualquer sinal de dor ou desconforto, para que os outros
dois não mostrassem impaciência menção do ladrão. Ele não podia culpálos por completo, quando estavam procurando, tão desesperadamente por uma pista das Horcruxes.
Como os dias se prolongaram em semanas, Harry começou a suspeitar que Rony e Hermione estivessem tendo conversas sem, e sobre, ele. Várias vezes eles paravam de
falar rapidamente quando Harry entrava na barraca, e duas vezes ele os viu acidentalmente, encolhidos a uma pequena distância, cabeças juntas e falando rápido. Ambas
as vezes eles ficaram em silêncio quando percebiam que Harry se aproximava se apressaram em parecer ocupados, pegando gravetos ou água.
Harry não conseguia parar de pensar que os amigos só concordaram em vir em sua jornada, que agora parecia sinuosa e sem sentido, pois pensaram que ele tinha
algum plano secreto que eles ó saberiam durante o percurso.
Rony não estava fazendo nenhum esforço para esconder seu mau humor, e Harry começou a temer que Hermione também estivesse desapontada com sua fraca liderança. No
desespero, ele tentava pensar na localização das Horcruxes, mas na única coisa que lhe ocorria era Hogwarts, e nenhum deles pensava o mesmo. Enfim ele parou de sugerir
isso.
O outono chegou ao interior quando estavam exatamente nele; agora eles estavam armando a barraca sob o chão coberto de folhas caídas. Uma neblina natural juntouse
dos dementadores: vento e chuva somaramse aos seus problemas. O fato de que Hermione estava ficando cada vez melhor para identificar cogumelos comestíveis não
compensava, no entanto, a isolação contínua, a carência da companhia de outras pessoas ou sua total ignorância do que estava ocorrendo lá fora, na guerra contra
Voldemort.
Minha mãe pode fazer aparecer comida do ar. falou Rony numa noite, quando estavam sentados na barraca perto de um rio em Wales.
Ele cutucou tristemente um pedaço de peixe queimado em seu prato. Harry olhou rapida e automaticamente para o pescoço de Rony e viu, como se já soubesse, a corrente
dourada da Horcrux, brilhando. Ele segurou o impulso de dar uma dura em Rony, cuja atitude poderia, ele sabia, melhorar quando chegasse a hora de tirálo.
Sua mãe não pode conjurar comida do ar disse Hermione. Ninguém pode. Comida é a primeira das cinco Principais Exceções na Lei de Transfiguração de Gamp.
Oh... você fala Inglês, não? Rony disse, prendendo um pedaço de osso de peixe entre seus dentes.
É impossível fazer boa comida do nada! Você pode convocála se souber onde ela está e transformála, você pode aumentar a quantidade se você já tiver um pouco,
mas...
Bom, você não precisa se dar ao trabalho de aumentar isso. Está nojento!
Harry pegou o peixe e eu fiz o melhor que pude! Eu notei que sou sempre eu que acabo escolhendo nossa comida , porque eu sou uma garota, suponho!
Não, é porque você é a melhor em magia! Rony respondeu. Hermione se levantou e pedaços de peixe assado caíram de seu prato.
Você pode cozinhar amanhã, Rony! Você pode encontrar os ingredientes e tentar um feitiço para fazer algo que valha a pena comer e eu estarei sentada aqui, olhando
tudo e me queixando. Você verá como...
Calem a boca! disse Harry, ficando em pé e fazendo sinal com as mãos. Fica quieta agora!
Hermione se sentiu ultrajada.
Como você pode ficar do lado dele, ele nunca faz a comida...
Hermione, fica quieta! Estou ouvindo algo!
Ele estava se esforçando para ouvir, as mãos ainda levantadas, acenando para ninguém falar. Então, além do barulho e movimento do rio no escuro, ele ouviu
as vozes de novo, e olhou em volta, para o Bisbilhoscópio, que continuava parado.
Você lançou o feitiço Muffliato sobre nós, certo? cochicou para Hermione.
Lancei todos! ela cochichou de volta. Muffliato, AntiTrouxas e Feitiços da Desilusão, todos eles. Eles não podem nos ver ou nos ouvir, onde quer que estejam.
Sons de pés pesados se arrastando, somado ao som de pedras e galhos sendo pisoteados, deulhes a impressão de que muitas pessoas estavam descendo pela encosta
do bosque, onde a barraca estava armada. Eles sacaram as varinhas, esperando. O encantamento que lançaram sobre eles parecia ser o suficiente, naquela escuridão,
para escondêlos da vista de trouxas, bruxos e bruxas normais. Se fossem Comensais de Morte, talvez a defesa deles seria testada, pela primeira vez, contra Magia
Negra.
As vozes se tornaram mais altas, mas não mais inteligíveis quando o grupo de homens alcançou a barragem. Harry calculou que os donos das vozes estavam a uns vinte
metros de distância, mas a cascata do rio tornava impossível tal certeza. Hermione abriu a bolsa e começou a procurar algo. Depois de um momento ela tirou três Orelhas
Extensíveis e deu uma para Harry e outra para Rony, colocando, rapidamente, uma ponta nas orelhas e a outra ponta a passaram pela entrada da barraca.
Em segundos, Harry ouviu uma voz de homem, cansada.
Deve ter salmões aqui, ou você acha que é muito cedo para a estação? Accio Salmão!
Houve vários esguichos de água e o som de peixe batendo contra carne. Alguns resmungaram apreciativos. Harry pressionou para mais fundo as Orelhas Extensíveis.
Além do murmúrio do rio, ele pode ouvir mais vozes, mas elas não estavam falando inglês ou qualquer língua humana que ele já tivesse ouvido. Era uma língua grosseira
e sem melodia, uma série de tons fortes, guturais, e pareciam ser dois falantes, um com a voz levemente baixa e mais lenta que o do outro. Uma fogueira brilhou,
viva, do lado de fora da barraca, sombras eram projetas na lona. O cheiro delicioso de salmão cozido seguia para dentro da barraca. Então veio o barulho de talheres
nos pratos e o primeiro homem falou novamente.
Aqui, Griphook, Gornuk.
Duendes! Hermione murmurou para Harry, que acenou com a cabeça.
Obrigado. disse o duende em inglês.
Então, vocês três estão na estrada há muito tempo? perguntou uma nova, suave e agradável voz que, para Harry, parecia familiar e que pertencia a alguém com um
rosto redondo e alegre.
Seis, sete semanas... não me lembro. disse o homem cansado. Conheci Griphook nos primeiros dois dias e juntei forças com Gornuk não muito tempo depois. É bom
ter companhia.
Houve uma pausa enquanto as facas raspavam os pratos e as canecas eram colocadas no chão.
O que fez você partir, Ted? continuou o homem.
Eu sabia que eles estavam vindo atrás de mim respondeu o Ted, o homem de voz suave; e Harry rapidamente soube quem ele era: o pai de Tonks.
Ouvi que Comensais da Morte estavam na área na semana passada e eu decidi que era melhor correr. Recuseime a ser registrado como um Trouxa no começo, entende,
e então eu sabia que era só uma questão de tempo, eu sabia que no fim, teria que partir. Minha esposa está bem, ela é purosangue. E então eu encontrei o Dino aqui,
o quê.. uns dias atrás, não foi, filho?
Sim... disse outra voz, e Harry, Ron e Hermione se olharam, em silêncio, mas excitados, pois claramente reconheceram a voz de Dino Thomas, companheiro deles
da Grifinória.
Nascido Trouxa? perguntou o primeiro homem.
Não tenho certeza. disse Dino. Meu pai largou minha mãe quando eu era criança e eu não tenho provas de que ele era um bruxo.
Fezse um breve silêncio, interrompido pelo som de mastigação; e Ted falou de novo.
Eu devo dizer, Dirk, que eu estou surpreso de fugir com você. Satisfeito, mas surpreso. Disseram que você tinha sido capturado.
E fui disse Dirk. Eu estava a meio caminho de Azkaban quando eu fiz minha fuga. Estuporei Dawlish e quebrei sua vassoura. Foi mais fácil do que você pensa.
Eu não sei se ele estava bem. Parecia ter sido Confundido. Eu gostaria de apertar as mãos do bruxo que fez isso, pois, provavelmente, salvou minha vida.
Houve outra pausa com o fogo crepitando e o rio correndo, e Ted disse:
E onde vocês se instalaram? Eu tinha a impressão que os duendes estavam todos com VocêSabeQuem.
Você teve uma impressão errada. disse o duende com a voz mais alta. Nós não temos lado. Está é uma guerra de bruxos.
Então, por que vocês estão se escondendo?
Eu achei prudente disse o duende com a voz grave. Tendo recusado, o que eu considero uma requisição impertinente, eu vi que minha segurança pessoal estava
em risco.
O que eles lhe pediram para fazer? perguntou Ted.
Serviços que abalam a dignidade da minha raça respondeu o duende. A voz mais rouca e menos humana quando ele disse isso. Eu não sou um elfodoméstico.
E você, Griphook?
Razões semelhantes... disse o duende numa voz alta. Gringotes não está mais sobre o controle do nosso povo. Eu não reconheço um bruxo como mestre.
Ele disse algo em de Gorgolês e Gornuk riu.
Qual é a piada? perguntou Dino.
Ele disse que há coisas que os bruxos também não reconhecem. repetiu Dirk. Houve uma pausa pequena.
Eu não entendi. disse Dino.
Realizei uma pequena vingança antes de partir disse Griphook em inglês.
Bom homem... duende, quero dizer. corrigiu rapidamente Ted. Você não trancou um Comensal da Morte num dos velhos cofres de segurança, eu suponho?
Mesmo se tivesse, a espada não o ajudaria em nada em sua tentativa de fuga. respondeu Griphook. Gornuk riu de novo e até Dirk deu uma risadinha seca.
Dino e eu ainda achamos que falta alguma coisa. disse Ted.
O Severo Snape também, embora ele não saiba... disse Griphook, e os duendes urraram numa risada maliciosa. Na barraca, Harry respirava profundamente, cheio de
excitação; ele e Hermione olharamse fixamente, ouvindo o máximo que podiam.
Não ouviu nada sobre isso, Ted? perguntou Dirk. Sobre os garotos que tentaram roubar a espada de Grifindor do escritório do Snape, em Hogwarts?
Uma corrente elétrica pareceu atravessar o corpo de Harry, atiçando todos os seus nervos, enquanto ele continuava em pé.
Não soube de nada disse Ted. Não apareceu n'O Profeta, apareceu?
Dificilmente. gargalhou Dirk. Griphook quem me disse. Ele ouviu isso do Gui Weasley, que trabalha no banco. Uma das crianças que tentaram roubar a espada era
a irmã mais nova do Gui.
Harry olhou de relance para Hermione e Rony. Ambos estavam agarrados s Orelhas Extensíveis como se estivesse segurando seu único meio de contato.
Ela e alguns amigos foram ao escritório do Snape e quebraram o vidro onde aparentemente ele guardava a espada. Snape os pegou quando eles estavam tentando escondêla
debaixo da escadaria.
Ah, Deus os proteja! disse Ted. O que eles estavam pensando, que podiam usar a espada contra VocêSabeQuem? Ou contra Snape?
Bem, o que quer que fosse que iam fazer com ela, Snape decidiu que ela não estava segura alí disse Dirk. Uns dois dias depois, uma vez que ele tinha que pedir
permissão a VocêSabeQuem, eu acho, ele a enviou para Londres, para ser guardada em Gringotes.
Os duendes começaram a rir de novo.
Eu ainda não entendi a piada disse Ted.
É falsa!
A espada de Griffindor!?
Ah, sim... é uma cópia! Uma excelente cópia, na verdade, mas foi feita por bruxos. A original foi forjada séculos atrás pelos duendes e tinha certas propriedades
que somente as armas feitas pelos duendes possuíam. Aonde quer que a verdadeira espada de Griffindor esteja, não está num cofre em Gringotes.
Entendo... disse Ted. E eu acredito que você não disse isso ao Comensal da Morte?
Eu não vi porquê incomodálos com essas informações. disse Griphook presunçosamente, e agora Ted e Dino se juntaram nas risadas de Gornuk e Dirk.

Dentro da barraca, Harry fechou seus olhos, rezando para que alguém fizesse a pergunta que ele precisava de resposta, e depois de um minuto que pareceu dez,
Dino a fez; ele era também (Harry se lembrou, com um solavanco) exnamorado de Gina.
O que aconteceu com Gina e os outros? Os que tentaram roubar a espada?
Ah, eles foram punidos, e cruelmente. disse Griphook, indiferente.
Eles estão bem, não estão? perguntou Ted rapidamente. Quero dizer, os Weasley não precisam de mais um filho ferido, precisam?
Não foram ferimentos sérios, pelo que estou sabendo. disse Griphook.
Sorte deles. disse Ted. Com o passado de Snape, eu suponho que devemos estar gratos por eles estarem vivos.
Você acredita naquela história, Ted? Dirk perguntou. Você acredita que Snape matou Dumbledore?
Claro que acredito Ted disse. Você não vai se sentar aí e me dizer que o Potter tem algo a ver com isso?
É difícil saber em quem acreditar ultimamente. murmurou Dirk.
Eu conheço Harry Potter. disse Dino. E eu acredito que ele é o que dizem ser. O Escolhido ou de qualquer coisa que queiram chamálo.
Sim, há muita gente que gostaria de acreditar que ele é, filho. disse Dirk. Inclusive eu. Mas, onde ele está? Fugindo por aí, procurando coisas. Você acha
que se ele soubesse de algo que não sabemos, ou se tivesse alguma coisa de especial, ele não iria estar lá, lutando, criando resistência, ao invés de se esconder?
E você sabe, o Profeta fez uma boa matéria contra ele.
O Profeta? zombou Ted. Você também merece que mintam pra você, se continua lendo aquela porcaria, Dick. Se você quer fatos, leia O Pasquim.
Houve uma explosão de asfixia e ânsia de vômito somado a mais algumas pancadas; pelo som disso tudo, Dirk tinha se engasgado com a espinha de peixe. E por
fim, gaguejou:
O Pasquim? Aquela revista lunática do Xeno Lovegood?
Não está tão lunática, ultimamente. disse Ted. Você deveria dar uma olhada. Xeno está publicando tudo que o Profeta rejeita, e não houve uma só citação sobre
Bufadores de Chifres Enrugados no último número. Até onde eles deixarão ele chegar, eu não sei, mas Xeno diz, na capa de cada exemplar, que qualquer bruxo que se
opor VocêSabeQuem terá como prioridade número um, ajudar Harry Potter.
É difícil ajudar um garoto que sumiu da face da terra. disse Dirk.
Ouçam, o fato de que eles ainda não o terem capturado é uma façanha. disse Ted. Eu aceitaria umas dicas dele com prazer, já que é exatamente isso que estamos
tentando fazer, ficarmos livres, não é?
Sim... bem... você tocou num ponto. disse Dirk pesadamente. Com o Ministério e todos os seus informantes procurando por ele, eu acredito que ele já deva ter
sido capturado a essa altura. Pense, quem dirá que eles o capturaram e o mataram sem que isso seja publicado?
Ah, não diga isso, Dirk murmurou Ted.
Houve uma longa pausa com mais bater de facas e garfos. Quando eles falaram de novo, foi para discutir onde eles iriam dormir na encosta ou na floresta.
Decidindo que as árvores dariam melhor proteção, eles apagaram o fogo, escalaram a encosta, as vozes sumindo enquanto se distanciavam.
Harry, Rony e Hermione guardaram as Orelhas Extensíveis. Harry, que tinha achado muito difícil a necessidade de ficarem em silêncio enquanto estavam escutando escondidos,
se encontrou incapaz de dizer mais do que ' Gina a espada '
Eu sei disse Hermione, pegando a bolsa e enfiando todo o braço em seu interior. Aqui... está. ela disse entre os dentes, puxando algo que estava, evidentemente,
no fundo da bolsa. Vagarosamente, a extremidade de um portaretrato apareceu. Harry foi ajudála. Quando eles tiraram o retrato vazio de Fineus Nigellus da bolsa,
Hermione pegou sua varinha e apontoua para tela, pronta para atacar a qualquer momento.
Se alguém trocou a espada verdadeira pela falsa enquanto estava no escritório de Dumbledore... ela ofegou, enquanto eles encostavam a pintura na lona da barraca
Fineus Nigellus teria visto, já que fica pendurado ao lado da caixa.
A menos que ele estivesse dormindo disse Harry, mas ainda assim segurou a respiração quando Hermione ajoelhou na frente da tela vazia, e com a varinha apontada
para o centro dela, limpou a garganta e disse:
Eh, Fineus? Fineus Nigellus? nada aconteceu. Fineus Nigellus? disse Hermione de novo. Professor Black? Por favor, podemos conversar? Por favor?
Por favor sempre ajuda disse uma voz fria e maliciosa, e Fineus Nigellus deslizou para sua moldura. De pronto, Hermione gritou:
Obscuro!
Uma venda preta apareceu sobre os olhos de Fineus Nigellus, cobrindo seus olhos negros, fazendoo bater na moldura e gemer de dor.
O quê... como ousa... o que você está...?
Eu sinto muito professor Black... disse Hermione mas é só por precaução.
Tire essa faixa imunda de uma vez! Tire isso, estou mandando! Você está prejudicando uma grande obra de arte! Onde eu estou? O que está acontecendo?
Não importa onde estamos. disse Harry, e Fineus Nigellus parou, esquecendo de seus ataques, abandonando suas tentativas de tirar a venda pintada.
Seria essa a voz do esquivo Sr. Potter?
Talvez disse Hermione, sabendo que isso manteria o interesse de Fineus Nigellus. Nós temos algumas perguntas para lhe fazer... sobre a espada de Griffindor.
Ah! disse Fineus Nigellus, forçando a cabeça contra a tela com esforço para ver algum sinal de Harry. Sim... aquela garota tola não pensou muito para entrar
aqui...
Olha como fala da minha irmã! disse Rony, grosseiramente. Fineus Nigellus ergueu sua sobrancelha.
Quem mais está aqui? ele perguntou, jogando a cabeça ladolado. O seu tom me desagrada! A garota e seus amigos foram tolos ao extremo. Roubar do diretor...
Eles não estavam roubando disse Harry. Aquela espada não é do Snape.
Ela pertence escola do Professor Snape. disse Fineus Nigellus. Exatamente que direito aquela garota Weasley tinha sobre ela? Ela mereceu sua punição, assim
como o idiota do Longbottom e a esquisita da Lovegood!
Neville não é um idiota e Luna não é esquisita! disse Hermione.
Onde eu estou? repetiu Fineus Nigellus, lutando com a venda de novo. Onde vocês me trouxeram? Porque vocês me tiraram da casa de meus ancestrais?
Não importa! Como Snape puniu Gina, Neville e Luna? Harry perguntou urgentemente.
Professor Snape os enviou Floresta Proibida para fazer algum serviço com o imbecil do Hagrid...
Hagrid não é um imbecil! disse Hermione estridentemente.
E Snape deve ter pensado que era uma punição. disse Harry mas Gina, Neville e Luna provavelmente deram boas risadas com Hagrid. A Floresta Proibida... com
certeza eles já enfrentaram coisas piores que a Floresta Proibida, grande coisa! Ele se sentiu aliviado, ele tinha imaginado horrores como a Maldição Cruciatus
no mínimo.
O que nós queremos saber realmente, professor Black, é se alguém mais pegou a espada. Talvez eles tenham levado para limpar ou algo assim? Fineus Nigellus parou
de novo sua luta contra a venda e deu uma risadinha.
Trouxas de nascença...! ele disse. As armas forjadas pelos duendes não precisam ser limpas, garota ingênua. A prata dos duendes repele a sujeira mundana, absorve
somente o que a fortalece.
Não chame Hermione de ingênua! disse Harry
Eu estou me aborrecendo! disse Fineus Nigellus. Talvez esteja na hora de voltar ao escritório do diretor? Ainda com a venda, ele começou a tatear o lado da
moldura, tentando achar o caminho até seu quadro em Hogwarts. Harry teve uma inspiração repentina.
Dumbledore! Você pode nos trazer Dumbledore?
Perdão? perguntou Fineus Nigellus.
O quadro de Dumbledore! Você não pode trazêlo aqui, para o seu retrato?
Fineus Nigellus virou seu rosto em direção voz de Harry:
Evidentemente não são só os Trouxas de nascença, os ignorantes, Potter. Os quadros de Hogwarts podem se comunicar uns com os outros, sim, mas não podem sair do
castelo a não ser para visitar uma pintura deles mesmos pendurada em algum outro lugar. Dumbledore não pode vir comigo, e depois do tratamento que eu recebi nas
mãos de vocês, eu asseguro que não haverá uma segunda visita.
Desanimado, Harry viu Fineus redobrar suas tentativas para deixar sua moldura.
Professor Black!? Você não poderia nos dizer quando foi a última vez que a espada foi tirada de sua caixa? Antes de Gina pegála, eu quero dizer? Fineus bufou
impaciente.
Eu creio que a única vez que eu vi a espada de Griffindor deixar sua caixa foi quando o Professor Dumbledore usoua para quebrar um anel.
Hermione procurou o olhar de Harry sua volta. Nenhum deles se preocupou em dizer mais nada na frente de Fineus Nigellus, que tinha afinal achado a saída.
Bem... boa noite para vocês. disse, um pouco mal humorado, e começou a se mover para fora do quadro. Somente a extremidade do seu chapéu podia ser vista quando
Harry o chamou com um grito.
Espere! Você falou alguma coisa ao Snape sobre isso?
Fineus Nigellus tirou sua cabeça vendada para fora da moldura.
Professor Snape tem coisas mais importantes em sua cabeça do que muitas excentricidades de Alvo Dumbledore. Adeus, Potter!
E com aquilo, ele sumiu completamente, deixando para trás nada mais do que o fundo vazio de seu quadro.
Harry! exclamou Hermione
Eu sei! gritou o garoto.
Sem conseguir se conter, ele socou o ar, isso era mais do que ele havia esperado. Ele andou para cima e para baixo na barraca, parecia que tinha corrido
um quilômetro. Ele não sentia mais fome. Hermione estava guardando o quadro de Fineus Nigellus na bolsa. Quando ela terminou de amarrar o fecho, colocoua do lado
e levantou o rosto resplandecente para Harry.

A espada pode destruir as Horcruxes! As lâminas dos duendes só absorvem o que as fortalece! Harry, aquela espada está impregnada com o veneno do basilísco!
E Dumbledore não a entregou a mim porque ele ainda precisava dela! Ele queria usála no medalhão...
... e ele deve ter percebido que não a entregariam a você se a colocasse no testamento...!
... então ele fez uma cópia...
... e pôs a falsa na caixa de vidro...
... e deixou a verdadeira... onde?
Eles se olharam; Harry sentiu que a resposta estava balançando, invisível no ar acima deles, atraentemente perto. Por que Dumbledore não disse a ele? Ou ele de fato
tinha dito a Harry, mas Harry não percebeu na hora?
Pense! sussurrou Hermione. Pense! Onde ele a deixaria?
Não em Hogwarts disse Harry, retomando sua paciência.
Em algum lugar na Casa dos Gritos? sugeriu Hermione.
A Casa dos Gritos? disse Harry. Ninguém vai lá!
Mas Snape sabe como entrar lá, não seria um pouco arriscado?
Mas Dumbledore confiava em Snape. Harry lembroua.
Não o bastante para lhe dizer que ele trocou as espadas disse Hermione.
Sim, você está certa. disse Harry, e se sentiu mais alegre ao pensar que Dumbledore tinha alguma dúvida sobre a sua confiança em Snape. Então, e se ele escondeu
a espada bem longe de Hogsmeade? O que você acha Rony? Rony?
Harry olhou em volta. Por um momento ele pensou que Rony tivesse saído da barraca, mas então ele o viu deitado na sombra do pequeno beliche olhando para
o nada.
Ah... lembrou de mim, foi? ele disse.
O quê?
Rony bufou enquanto descia do beliche.
Vocês dois podem continuar. Não me deixem estragar a diversão.
Perplexo, Harry olhou para Hermione pedindo ajuda, mas ela chacoalhou a cabeça aparentemente como se não pudesse fazer nada.
Qual é o problema? perguntou Harry.
Problema? Não há problema algum. disse Rony, ainda se recusando a olhar para Harry. Nada que lhe interesse, afinal.
Houve algumas pancadas na lona sobre a cabeça deles. Começou a chover.
Bem... você definitivamente tem algum problema. disse Harry. Quer falar sobre isso?
Rony girou suas grandes pernas para fora da cama e pulou. Não parecia ser ele mesmo.
Tudo bem, eu vou lhe dizer. Não espere que eu carregue essa barraca para cima e para baixo só porque há outra maldita coisa que nós devemos encontrar. Coloque
isso na lista coisas que você não sabe.
Eu não sei? repetiu Harry. Eu não sei?
Plunk, plunk, plunk. A chuva caía cada vez mais pesada, batendo no colchão de folhas em volta deles e no rio que corria pela escuridão. Encharcando o júbilo de Harry;
Rony estava dizendo, Harry temia, exatamente o que ele tinha temido que estivesse pensando.
Não foi assim que eu pensei em gastar meu tempo, sabe. disse Rony. Meu braço está desfigurado, não temos nada para comer e minhas costas ficam congeladas toda
noite. Eu esperava, entende, que depois de correr essas semanas todas nós já tivéssemos encontrado alguma coisa.
Rony disse Hermione, mas com uma voz tão baixa que Rony parecia fingir não ouvir por causa da chuva forte que caia sobre eles.
Eu pensei que você sabia em que tinha se metido disse Harry.
Sim, eu também pensei que sabia o que estava fazendo.
Então que parte do acordo não atingiu suas expectativas? perguntou Harry. A raiva se aproximando em sua defesa. Você achou que estaríamos num hotel cinco estrelas?
Encontrando uma Horcrux todo dia? Achou que voltaria para sua mamãezinha no Natal?
Nós achávamos que sabíamos o que estávamos fazendo. gritou Rony, ficando em pé, e as palavras deles pareciam facas contra Harry. Nós pensávamos que Dumbledore
tinha lhe dito o que fazer! Nós pensávamos que você tinha um plano de verdade!
Rony! disse Hermione, dessa vez com a voz mais audível sobre a chuva contra a barraca, mas de novo, ele a ignorou.
Bem... desculpe desapontálo. disse Harry, com voz calma, embora não se sentisse do mesmo modo por dentro. Fui direto com você no começo e lhe disse tudo o
que Dumbledore me disse. Em todo caso, se você não percebeu, nós encontramos uma Horcrux!
Sim... e estamos tão perto de nos desfazer dela como estamos de encontrar o resto... em outras palavras, não estamos perto de nada!
Tire o medalhão, Rony! disse Hermione, com a voz anormalmente alta. Por favor, tire. Você não estaria falando assim se não estivesse usando ele o dia todo.
Sim, ele estaria. disse Harry, que não queria aceitar desculpas para Rony. Vocês acharam que eu percebi que vocês falam sobre mim pelas minhas costas? Que
não percebi que vocês pensam exatamente isso?
Harry, nós não estávamos...
Não minta! Rony gritou para ela. Você disse isso também! Você disse que estava desapontada, você disse que pensou que ele tinha mais lugares para ir e...
Eu não disse isso desta forma. Harry, eu não disse! choramingou.
A chuva estava pingando na barraca, lágrimas escorriam pelo rosto de Hermione, desaparecendo com a alegria de minutos atrás. Tudo se parecia com pequenos
fogos de artifício que subiram e desceram, deixando tudo escuro, molhado e frio. A espada de Griffindor estava escondida e eles não sabiam onde. Eles eram três adolescentes
numa barraca com um único feito, que era, até o momento, estarem vivos.
Então, por que ainda estão aqui? Harry perguntou a Rony.
Adivinha!? disse Rony
Vá para casa, então! disse Harry.
Sim... talvez eu vá! gritou Rony, avançando sobre Harry, que não recuou. Você não ouviu o que eles disseram sobre minha irmã? Mas você não se importa, não
é? É só a Floresta Proibida, Harry Enfrenteiopior Potter não se importa com o que acontece com ela. Bem... eu me importo, tudo bem, aranhas gigantes e essas
porcarias psicológicas...
Eu só disse que ela estava com os outros, estava com Hagrid.
Sim, eu entendi, não se preocupe! E o resto da minha família? "Os Weasley não precisam de mais um filho ferido, você ouviu aquilo?
Sim... eu...
Não se importa com o que isso significa, não é?
Rony! disse Hermione, forçando caminho entre eles. Eu não acho que isso significa que alguma coisa aconteceu. Nada que não saibamos. Pense Rony. Gui já está
preocupado. Muitas pessoas já devem ter percebido que George não tem uma orelha, e você parecia estar no seu leito de morte quando saímos, tenho certeza que, tudo
o que ele quis dizer foi...
Ah... você tem certeza? Certo então... bem eu não quero aborrecer vocês sobre eles. Tudo bem para vocês dois, não é? Com seus pais a salvos e fora do caminho...
Meus pais estão mortos! Harry berrou.
E os meus podem estar no mesmo caminho! gritou Ron.
Então VÁ! rosnou Harry. Volte para eles! Finja que está morrendo e a mamãezinha irá alimentálo e...
Rony fez um movimento rápido. Harry reagiu, mas antes que a varinha de ambos saísse do bolso, Hermione levantou a sua.
Protego! ela gritou, e um campo invisível caiu sobre ela e Harry, num lado Harry e do outro Rony. Todos eles foram forçados a voltar uns passos atrás pela força
do feitiço, e os garotos olharam um para outro através da barreira transparente como se estivessem se vendo claramente pela primeira vez. Harry sentia uma raiva
corrosiva de Rony: algo havia se rompido entre eles.
Tire a Horcux. disse Harry.
Rony puxou a corrente por cima de sua cabeça e deixou o medalhão numa cadeira perto e se virou para Hermione.
O que você está fazendo?
O que quer dizer?
Você vai ficar ou o quê?
Eu... ela parecia angustiada. Sim. Sim... vou ficar. Rony, nós dissemos que iríamos com Harry, nós dissemos que o ajud...
Eu entendi. Você o escolheu.
Rony, não... por favor... volte, volte!
Estava impedida pelo seu próprio Feitiço Escudo; na hora que ela o conseguiu desfazer ele já havia sumido na noite. Harry ainda permanecia quieto e em silêncio,
ouvindoa soluçando e chamando o nome de Rony entre as árvores. Depois de alguns minutos ela voltou, o cabelo molhado colado no rosto.
Ele se ffoi! Desaparatou!
Ela se jogou numa cadeira, se encolheu e começou a chorar. Harry se sentiu aturdido. Ele se inclinou para frente, pegou o Horcrux e colocou em volta do pescoço.
Tirou o cobertor da cama de Rony e o pôs sobre Hermione. Então subiu na sua cama e ficou olhando para o teto de lona, ouvindo os pingos da chuva.


CAPÍTULO DEZESSEIS
Godric's Hollow

Harry acordou no dia seguinte, passaramse vários segundos até que ele se lembrasse o que havia acontecido. Então ele desejou, de maneira infantil, que tivesse sido
um sonho, que Rony ainda estivesse lá e nunca tivesse partido. Porém ao virar sua cabeça no travesseiro ele pôde ver o beliche de Rony vazio. Parecia ver um cadáver
desenhado em seus olhos. Harry pulou de sua cama, desviando seus olhos da cama de Rony. Hermione, que já estava ocupada na cozinha, não desejou bom dia a Harry,
mas virou seu rosto rápido quando ele entrou.
Ele se foi, Harry falou para si. Ele se foi. Ele continuou pensando nisso enquanto tomava banho e se vestia, como se a repetição pudesse diminuir o choque disso.
Ele se foi e não voltará. E aquela era simplesmente a verdade, Harry sabia, porque os encantamentos de proteção tornavam isso impossível, ao menos que eles saíssem
daquele lugar, para Rony encontrálos de novo.
Ele e Hermione tomaram o café da manhã em silêncio. Os olhos de Hermione estavam inchados e vermelhos; ela parecia não ter dormido. Eles guardaram suas coisas, Hermione
desperdiçava tempo. Harry sabia por que ela queria desperdiçar tempo na margem do rio; várias vezes ele a viu olhar para o alto esperançosamente, e estava certo
de que ela tinha se enganado, pensando ter ouvido passos na chuva densa, mas nenhuma figura de cabelos vermelhos apareceu entre as árvores. Todas as vezes que Harry
a imitou, olhou ao seu redor (porque ele também não podia deixar de ter um pouco de esperança) e não viu nada além de árvores molhadas pela chuva, outra pequena
parcela de fúria explodiu dentro dele. Ele podia ouvir Rony falando, Nós pensamos que você soubesse o que estava fazendo!, e ele começou a sentir uma fisgada na
boca do estômago.
O rio enlameado ao lado deles estava enchendo rapidamente e logo iria inundar a margem. Eles haviam ficado um bom tempo, além do que costumavam ficar em seu acampamento.
Finalmente haviam empacotado as malas três vezes. Hermione pareceu incapaz de encontrar alguma outra razão para demorar: ela e Harry deram as mãos e desaparataram,
reaparecendo em um arbusto coberto por um declive, que balançava ao vento.
O instante que chegaram, Hermione soltou a mão de Harry e se afastou dele, finalmente sentandose numa grande pedra, o rosto em seus joelhos, tremendo com o que
ele sabia serem soluços. Ele a observou, pensando que deveria ir confortála, mas algo o manteve preso ao chão. Tudo dentro dele parecia frio e apertado: outra vez
viu a desdenhosa expressão no rosto de Rony. Harry saiu do arbusto, andando em um grande círculo com a distraída Hermione ao centro, lançando feitiços que ela costuma
usar para assegurar sua a proteção.
Eles não falaram sobre Rony nos poucos dias seguintes. Harry estava determinado nunca mencionar outra vez o nome dele e Hermione parecia saber que não deveria forçar
o assunto, embora s vezes durante a noite quando ela pensou que ele estava dormindo, ele pôde ouvila chorando. Porém, Harry tinha acabado de pegar o Mapa do Maroto
e examinálo luz da varinha. Ele estava esperando pelo momento em que o nome de Rony reaparecesse nos corredores de Hogwarts, provando que ele tinha voltado para
o confortável castelo, protegido por sua condição de sanguepuro. Porém, Rony não apareceu no mapa e depois de um tempo Harry se viu olhando o mapa unicamente para
ver o nome de Gina no dormitório feminino, imaginando se a intensidade com que ele a observava poderia atrapalhar seu sono, que de algum modo ela saberia que ele
estava pensando nela, desejando que ela estivesse bem.
Pela manhã, dedicaramse tentando determinar a possível localização da espada de Gryffindor, mas quanto mais falavam sobre os lugares em que Dumbledore poderia ter
escondido, mais desesperadas e ridículas suas idéias se tornavam. Se esforçando ao máximo, Harry não conseguia lembrar qualquer lugar que Dumbledore tivesse mencionado
como um bom lugar pra esconder algo. Havia momentos em que não soube se estava mais irritado com Rony ou com Dumbledore. Nós pensamos que você soubesse o que estava
fazendo...Nós pensamos que Dumbledore tivesse lhe contado o que fazer...Nós pensamos que você realmente tivesse um plano!
Ele não poderia esconder isso de si mesmo: Rony estava certo. Dumbledore havia deixadoo aparentemente com nada. Tinham descoberto uma Horcruxe, mas não sabiam como
destruílo: as outras estavam tão perdidas quanto sempre estiveram. Desesperadamente ameaçou engolilo. Agora ele estava pensando na própria presunção de aceitar
a oferta de seus amigos de acompanhálo nessa viagem sem rumo. Ele não sabia de nada, não tinha nenhuma idéia e estava constantemente com medo que Hermione também
dissesse que estava cheia, que também estava partindo.
Eles passaram muitas noites em silêncio e Hermione ficava pegando o retrato de Fineus Nigellus e colocandoo em cima de uma cadeira, como se pensasse que ele poderia
completar o vazio que a falta do Rony deixara. Apesar dele dizer antes que nunca os visitaria outra vez, Fineus Nigellus não pareceu capaz de resistir chance de
descobrir até onde Harry estava disposto a ir e consentiu em reaparecer, vendado, mesmo que por poucos dias. Harry estava mesmo contente de vêlo, porque era uma
companhia, apesar de ser do pior tipo. Eles não tinham nenhuma notícia do que estava acontecendo em Hogwarts, pareceu que Fineus Nigellus não era um informante ideal.
Ele venerava Snape, o primeiro líder de Sonserina desde que ele mesmo tinha controlado a escola, e eles tiveram que ter cuidado para não criticar ou não fazer perguntas
impertinentes sobre Snape, ou Fineus Nigellus deixaria imediatamente seu reatrato.
De qualquer modo, ele deixou escapar algumas coisas. Snape pareceu enfrentar uma constante rebelião da maioria dos alunos. Gina tinha sido proibida de entrar em
Hogsmeade. Snape tinha restabelecido a ordem decretada por Umbridge proibindo a reunião de três ou mais alunos ou qualquer sociedade estudantil não oficial.
Por causa de todas essas coisas, Harry deduziu que Gina, e provavelmente Neville e Luna também, estavam fazendo o que fosse possível para continuar com a Armada
de Dumbledore. Essas poucas notícias fizeram Harry desejar tanto ver a Gina que ele sentiu uma dor no estômago; mas isso também o fez pensar em Rony de novo, e em
Dumbledore, e até mesmo em Hogwarts, que ele sentia tanta falta quanto sentia de sua exnamorada. De fato, enquanto Fineus falava sobre as ações severas de Snape,
Harry experimentou um devaneio quando imaginou seu retorno escola para se unir revolta contra o regime de Snape: sendo alimentado e tendo uma cama suave, e outras
pessoas levando a culpa, parecia a coisa mais maravilhosa do mundo naquele momento. Mas então recordou que era o Indesejado Número Um, que havia a recompensa de
dez mil galeões pela sua cabeça, e que andar por Hogwarts naqueles dias era tão perigoso quanto andar pelo Ministério da Magia. Certamente, Fineus Nigellus inadvertidamente
enfatizou esse fato fazendo perguntas sobre o paradeiro de Harry e Hermione. Hermione o guardava dentro da bolsa toda vez que ele fazia isso, e Fineus invariavelmente
se recusava a reaparecer por vários dias depois dessas despedidas sem cerimônias.
O tempo ficou cada vez mais frio. Eles não permaneciam em um lugar por muito tempo, então era melhor que permanecessem no sul da Inglaterra, onde o chão congelado
era a pior de suas preocupações, eles continuaram andando pra cima e pra baixo do país, desbravando encostas de montanhas, onde a neve cobriu a barraca; um pântano
largo e plano, onde a barraca foi inundada com água fria; e uma pequena ilha no meio de um lago escocês, onde a neve quase cobriu a barraca noite. Eles tinham
visto árvores de natal brilhando através de diversas janelas de salas de estar antes que viesse uma noite quando Harry sugeriu novamente, o que parecia ser pra ele,
o único lugar que restava. Eles tinham apenas comido um banquete incomum: Hermione esteve em um supermercado com a Capa da Invisibilidade (escrupulosamente deixando
o dinheiro num caixa aberto quando partiu), e Harry pensou que ela poderia estar mais persuadível que de costume com um estômago cheio de espaguete a bolonhesa e
de pêras enlatadas.
Ele também tinha a intenção de sugerir que eles tirassem algumas horas de descanso na busca da Hocrux, que estava longe de terminar.
Hermione?
Hmm? Ela estava deitada nos braços da poltrona com o livro Os contos de Beedle, o bardo. Não poderia imaginar quanto mais ela poderia demorar no livro, que
não era, apesar de tudo, muito longo, mas evidentemente ela estava decifrando algo nele, por que o Silabário* do Feiticeiro (Spellman's Syllabary) jazia aberto no
braço da cadeira. Harry limpou a garganta. Ele se sentiu exatamente como na ocasião, alguns anos atrás, quando perguntou a professora Mc Gonagall se poderia ir
Hogsmeade, apesar de não ter persuadido os Dursleys para assinar sua permissão.
Hermione, eu estive pensando, e
Harry, você poderia me ajudar com uma coisa? Aparentemente ela não estava ouvindoo. Ela inclinouse para frente e mostrou o livro Os contos de Beedle, o bardo.
Olhe esse símbolo, disse, apontando para o topo de uma página. Acima do que Harry supôs ser o título da história (sendo incapaz de ler runas, ele não podia
ter certeza), havia um desenho do que se parecia com um olho triangular, a pupila dele cruzada com uma linha vertical.
Eu nunca traduzi runas antigas, Hermione.
Eu sei disso; mas isso não é uma runa e também não está no Silabário. Esse tempo todo eu pensei que fosse o desenho de um olho, mas não acho que seja isso! Ele
foi colocado aqui, olhe, alguém desenhou nele, e ele não é realmente parte do livro. Pense. Você já viu isso antes?
Não.....não, espere um momento. Harry olhou de perto. Não é o mesmo símbolo que o pai de Luna estava usando no pescoço?
Bem, foi isso que eu pensei também!
Então esta é a marca de Grindelwald.
Ela olhou para ele, boquiaberta.
O quê?
Krum me contou... Ele recontou a historia que Victor Krum havia contado para ele no casamento. Hermione olhou Harry atônita.
A marca de Grindewald? Ela olhou Harry, desviou o olhar para o símbolo e voltou a encarálo.
Eu nunca ouvi falar que Grindelwald tivesse uma marca. Não há menção sobre isso em qualquer coisa que eu tenha lido sobre ele.
Bem, como eu disse, Krum contou que o símbolo estava esculpido em uma parede de Durmstrang, e Grindenwald colocou ele lá.
Ela caiu para trás na poltrona velha, pensativa.
Isso é muito estranho. Se for um símbolo de magia negra, o que ele está fazendo em um livro de histórias para crianças?
Pois é, isso é estranho, disse Harry. E presumese que Scrimgeour o reconheceria. Ele era Ministro, ele deveria ter sido perito em coisas de magia negra.
Eu sei...talvez ele tenha achado que fosse um olho, assim como eu. Todas as outras histórias têm pequenas figuras sobre os títulos. Ela parou de falar, mas continuou
olhando atentamente a estranha marca. Harry tentou de novo.
Hermione?
Hmm?
Eu estive pensando. Eu Eu quero ir para Godric's Hollow. Ela olhou para ele, mas seus olhos estavam desfocados, e ele estava certo que ela ainda estava pensando
na misteriosa marca no livro.
Sim, Disse ela. Eu estive pensando nisso também. Eu realmente acho que nós devemos ir.
Você me ouviu bem? ele perguntou.
Claro que ouvi. Você quer ir para Godric's Hollow. Eu concordo. Eu acho que nós devíamos ir. Quero dizer, eu não consigo pensar em mais nenhum outro lugar que
devíamos ir. Será perigoso, mas quanto mais eu penso sobre isso, mais provável parece que está lá.
Er o que está lá? Perguntou Harry. Nessa hora, ela o fitou tão confusa quanto ele.
Bem, a espada, Harry! Dumbledore devia saber que você queria voltar lá, quero dizer, Godric's Hollow é o lugar onde Godric Gryffindor nasceu
Sério? Gryffindor nasceu em Godric's Hollow?
Harry, você alguma vez abriu o livro A história da magia?
Erm... ele disse, sorrindo pelo que ele achou ser a primeira vez em meses: os músculos em seu rosto pareciam estranhamente duros. Eu devo ter aberto, você
sabe, quando eu comprei... apenas uma vez...
Bem, como o vilarejo foi nomeado depois dele, eu achei que talvez você pudesse ter ligado as coisas disse Hermione. Soou no tom que ela falava antigamente; Harry
quase esperou ela anunciar que estava indo para a biblioteca. Há um bocado sobre a vila em A História da Magia, espere... Ela abriu sua bolsa magicamente aumentada
e revirou um pouco, finalmente extraindo sua cópia do antigo livro escolar, A História da Magia por Bathilda Bagshot, que folheou até encontrar a página que queria.

Desde a criação do estatuto do segredo em 1689, os bruxos têm se escondido bem. Era natural, talvez, que eles formassem suas próprias comunidades pequenas dentro
de uma comunidade. Muitas vilas pequenas e aldeias atraíram diversas famílias mágicas, que se uniram para a sustentação e proteção mútua. As vilas de Tinworsh em
Cornualha (Cornwall), Upper Flagley in Yorkshire, and Otery St. Catchpole na costa sul da Inglaterra eram repousos notáveis para o grupo das famílias de bruxos que
vivem sob a tolerância mútua e algumas vezes junto com trouxas. O mais famoso desses lugares místicos é, talvez, Godric's Hollow, o vilarejo a oeste do país onde
o grande bruxo Godric Gryffindor nasceu, e onde Bowman Wright, bruxo ferreiro, forjou o primeiro Golden Snitch. O cemitério está cheio de nomes de famílias mágicas
antigas, e isso explica, sem dúvida, as histórias dos lugares que tem mantido a pequena igreja ao lado, por muitos séculos.

Você e seus pais não foram mencionados. Hermione disse, fechando o livro, porque a professora Bagshot não cobriu nada depois do final do século IX. Mas você
vê? Godric's Hollow, Godric Gryffindor, a espada de Gryffinfor; você não acha que Dumbledore esperaria que você fizesse a conexão?
É claro... Harry não quis admitir que não tinha pensado na espada quando sugeriu que fossem a Godric's Hollow. Para ela a importância do vilarejo era o túmulo
de seus pais, a casa onde havia escapado da morte, e a pessoa de Bathilda Bagshot.
Lembra o que Muriel falou? ele perguntou eventualmente.
Quem?
Você sabe, ele hesitou. Ele não quis dizer o nome de Rony. A tia de Gina. No casamento. Aquela que disse que você tinha tonozelos finos.
Ah, falou Hermione. Houve uma pausa constrangedora: Harry sabia que ela sentiu o nome do Rony sendo omitido na fala. Ele apressouse: Ela disse que Bathilda
Bagshot continua morando em Godric's Hollow.
Bathilda Bagshot, murmurou Hermione, correndo o dedo indicador pelo nome de Bathilda na capa do livro, Bem, eu suponho que...
Ela ofegou tão dramaticamente que as entranhas de Harry se contorceram; ela pegou a varinha, olhando ao redor da entrada, esperando ver uma mão forçando
a entrada na tenda, mas não havia nada.
Que foi? Ele falou meio irritado, meio aliviado. Por que você fez isso? Eu pensei que você tivesse visto algum Comensal da Morte abrindo o zíper da tenda,
pelo menos.
Harry, e se Bathilda tiver a espada? E se Dumbledore tiver dado a ela?
Harry considerou essa possibilidade. Bathilda deveria ser uma mulher extremamente velha agora, e de acordo com Muriel, ela era caduca. Era possível que Dumbledore
tivesse deixado a espada de Gryffindor com ela? Se fosse, Harry sentiu que Dumbledore tinha feito um negócio muito arriscado: Dumbledore nunca mencionara que tinha
substituído a espada verdadeira por uma cópia, nem havia mencionado sua amizade com Bathilda. Agora, entretanto, não era o momento de duvidar da teoria de Hermione,
não quando ela estava surpreendentemente disposta como Harry gostava de ver.
Sim, ele pode ter feito isso! Então, vamos para Godric's Hollow?
Sim, mas nós teremos que planejar isso cuidadosamente, Harry. Ela estava sentandose agora, e Harry poderia dizer que ter um plano novamente teria melhorado o
humor dela tanto quanto o seu. Nós precisaremos praticar Desaparatação sob da Capa de Invisibilidade para começar, e talvez o Encantamento da Desilusão seja útil
também, a menos que você ache que devemos tomar a Poção Polissuco? Nesse caso precisaremos coletar cabelo de alguém. Eu realmente acho que é melhor fazer assim,
Harry, quanto maior nosso disfarce melhor...
Harry a deixou falar, assentindo e concordando sempre que havia uma brecha, mas seu pensamento não estava na conversa. Pela primeira vez desde que ele descobriu
que a espada em Gringotts era falsa, ele se sentiu excitado.
Ele estava prestes a ir pra casa, voltar para o lugar onde ele tinha tido uma família. Era Godric's Hollow o lugar onde, por culpa de Voldemort, ele não havia crescido
e passado os feriados escolares. Ele poderia ter convidado amigos para sua casa... ele poderia ter tido até mesmo irmãos e irmãs... seria sua mãe que faria seu bolo
do décimo sétimo aniversário. A vida que ele havia perdido nunca pareceu tão real pra ele quanto naquele momento, quando soube que estava prestes a ver o lugar que
tinha sido tirado dele. Depois que Hermione já tinha ido se deitar naquela noite, ele silenciosamente tirou sua mochila de dentro da bolsa mágica de Hermione, e
de dentro dela, o álbum de fotos que Hangrid lhe dera há tanto tempo. Pela primeira vez em meses, viu a velha foto de seus pais, sorrindo e acenando para ele de
dentro da foto, que era tudo que tinha deles agora.
Harry ficaria muito feliz se eles fossem para Godric's Hollow no dia seguinte, mas Hermione tinha outros planos. Convencida como ela estava que Voldemort estaria
esperando o retorno de Harry para o lugar onde aconteceu a morte de seus pais, ela estava determinada que eles só poderiam ir depois que tivessem se assegurado do
melhor jeito possível. Por isso que só uma semana depois depois que eles tinha secretamente obtido o cabelo de trouxas inocentes que estavam fazendo compras de
natal, e tinha praticado aparatação e desaparatação enquanto estavam juntos debaixo da Capa de Invisibilidade que Hermione concordou em fazer a viagem.
Eles iriam aparatar no vilarejo encoberto pela escuridão da noite, então era no fim da tarde quando eles finalmente tomaram a Poção Polissuco, Harry se transformou
em um trouxa calvo, de meia idade, Hermione em sua baixa e magra esposa trouxa. Suas bagagens e todos os seus pertences (com exceção da horcruxe que Harry carregava
no pescoço) foram guardados na bolsa mágica de Hermione. Harry jogou a Capa de Invisibilidade sobre eles, e então passaram pela escuridão sufocante novamente.
O coração pulsava em sua garganta, Harry abriu seus olhos. Eles estavam em pé, de mãos dadas em uma travessa coberta de neve sob o céu azul escuro, na qual a primeira
estrela da noite já estava brilhando bem fraca. As pequenas casas estavam do outro lado da estrada estreita, decoradas com enfeites natalinos que brilhavam em suas
janelas. Um curto caminho a sua frente, um fulgor de luzes douradas da rua indicava o centro do vilarejo.
Toda esta neve! Hermione sussurrou abaixo da capa. Por que nós não pensamos na neve? Depois de todas as nossas precauções, nós deixaremos rastros! Nós teremos
apenas que nos livrarmos delas Você vai frente, eu faço isso
Harry não queria entrar no vilarejo como um cavalo manco, tentando se esconder enquanto seus rastros eram cobertos magicamente.
Vamos tirar a capa. Disse Harry, enquanto Hermione pareceu estar com medo, Ah, vamos lá, nós não parecemos nós mesmo e não há ninguém por aqui.
Ele guardou a capa dentro de sua jaqueta e seguiram andando desimpedidos, o ar congelando seus rostos conforme passavam pelas casas. Qualquer uma poderia ser o lugar
onde Thiago e Lilian haviam vivido um dia ou onde Bathilda vivia agora. Harry olhava as portas da frente, seus telhados cheios de neve, e suas varandas, desejando
que reconhecesse alguma delas, sabendo no fundo que isso era impossível, que ele tinha pouco mais de um ano quando deixou aquele lugar para sempre. Ele nem mesmo
estava certo se seria capaz de ver a sua casa, afinal, não sabia o que tinha acontecido quando o Feitiço Fidelius foi quebrado. Então a pequena rua por onde caminhavam
fez uma curva para a esquerda e o coração do vilarejo, uma pequena praça, lhes foi revelado.
Enfeitada com luzes coloridas por todos os lados, havia o que parecia ser um memorial de guerra no meio, parcialmente oculto por uma enorme árvore de natal. Havia
diversas lojas, um correio, um bar e uma pequena igreja cujos vitrais brilhavam como jóias incandescentes através da praça.
A neve aqui tinha se tornado compacta: estava dura e escorregadia onde as pessoas haviam pisado durante todo o dia. Os aldeões estavam cruzando a praça na frente
deles, seus corpos iluminados brevemente pelas luzes da rua. Eles ouviram um misto de risadas e música popular no momento que a porta do bar abriu e fechou; então
ouviram um cântico alegre começar dentro da pequena igreja.
Harry, eu acho que é Véspera de Natal! Disse Hermione.
É? Ele havia perdido a noção do tempo; eles não viam um jornal há semanas.
Estou certa que é, disse Hermione, com os olhos na igreja. Eles... Eles então lá, não? Sua mãe e seu pai? Eu posso ver o cemitério ali atrás.
Harry sentiu uma emoção além da excitação, mais para o medo. Agora que ele estava tão perto, se perguntou o que ele queria ver afinal. Talvez Hermione soubesse como
ele estava se sentindo, porque ela o pegou pela mão e o guiou pela primeira vez, puxandoo para frente. No meio do caminho cruzando a praça, ela parou.
Harry olhe! Ela estava apontando para o memorial de guerra. Quando eles o passaram, ele havia se transformado. Em vez de um obelisco coberto de nomes, havia
uma estátua de três pessoas: um homem de cabelos desarrumados e óculos, uma mulher com um cabelo longo e um rosto amável, bonito, e um bebê embalado nos braços de
sua mãe. A neve posta sobre suas cabeças, como gorros brancos e macios.
Harry chegou mais perto, olhando o rosto de seus pais. Ele nunca tinha imaginado que ali haveria uma estátua... Como era estranho se ver representado em pedra, um
bebê feliz sem nenhuma cicatriz em sua testa...
Vamos, disse Harry, quando ele havia olhado o suficiente, e se viraram para a igreja de novo. Conforme cruzavam a rua, ele olhou de relance sobre o ombro; a
estátua tinha mudado novamente para o memorial de guerra. A cantoria ficou mais alta conforme e se aproximavam da igreja. Isso fez a garganta de Harry secar, o fez
lembrar vigorosamente de Hogwarts, da cantoria rude das armaduras vazias, das doze árvores de natal do Salão Principal, de Dumbledore usando um gorro que havia ganhado
em um biscoito, de Rony e seu suéter feito a mão...
Havia um portão na entrada do cemitério. Hermione empurrouo para abrir o mais silenciosamente possível e eles passaram por ele. Do outro lado, na parte escorregadia
dentro das portas da igreja, a neve permanecia espessa e intocada. Eles andaram pela neve, deixando rastros profundos no caminho por onde andavam contornando o prédio,
mantendose s sombras sob as janelas brilhantes.
Atrás da igreja, fileira após fileira de covas cobertas de neve ressaltadas por um manto azul pálido que estava tingido com um fascinante vermelho, dourado e verde
em qualquer lugar onde o reflexo dos vitrais atingisse a neve. Mantendo sua mão fechada segurando firmemente a varinha em seu bolso, Harry seguiu para a sepultura
mais próxima.
Olhe para isso, é uma Abbott, poderia ser algum parente distante da Ana!
Fale baixo, Hermione advertiuo. Eles continuaram com dificuldade cada vez mais para dentro do cemitério, deixando rastros escuros na neve atrás deles, inclinandose
para examinar as palavras nas lápides antigas, a todo o momento forçando a visão no meio da escuridão para ter certeza absoluta que não tinham companhia.
Harry, aqui!
Hermione estava a duas fileiras atrás; ele teve de voltar até ela, seu coração positivamente batia em seu peito.
Isso é ?
Não, mas olhe!
Ela apontou para a pedra escura. Harry se abaixou e viu, sob o congelado, granito escuro, as palavras Kendra Dumbledore e, logo abaixo as datas de nascimento e morte,
e sua filha Ariana. Havia também a frase:

Onde seu tesouro está seu coração também estará.

Então Rita Skeeter e Muriel haviam acertado sobre alguns fatos. A família de Dumbledore tinha de fato vivido ali, e parte dela tinha morrido também. Ver o túmulo
era pior do que ouvir a respeito. Harry não podia deixar de pensar que ele e Dumbledore tinham raízes profundas neste cemitério, e que Dumbledore devia ter contado
pra ele, mesmo que ele nunca tenha pensando em dividir a conexão. Eles poderiam ter visitadoos juntos; por um momento, Harry se imaginou indo para lá com Dumbledore,
de que o laço poderia ter existido, de como isso significaria para ele. Mas parecia que para Dumbledore, o fato de que suas famílias jaziam lado a lado no mesmo
cemitério era apenas uma coincidência sem importância, irrelevante, talvez, para o trabalho que ele queria que Harry fizesse. Hermione olhava Harry, e ele estava
feliz que seu rosto estivesse escondido na sombra. Ele leu as palavras na lápide novamente. Onde seu tesouro esta, seu coração estará também estará. Ele não entendeu
o que aquelas palavras significavam. Certamente Dumbledore tinha as escolhido, como o membro mais velho da família uma vez que sua mãe havia morrido.
Você tem certeza que ele nunca mencionou ?
Não, Disse secamente, então, vamos continuar procurando, e ele virou, desejando que não tivesse visto a pedra: Ele não queria que sua excitação virasse ressentimento.
Aqui! Gritou Hermione novamente um tempo depois de sair da escuridão. Ah não, desculpa! Eu pensei que dizia Potter.
Ela estava esfregando em uma pedra musgosa caindo aos pedaços, admirandoa, com um pequeno franzido em sua testa.
Harry, volte aqui um momento. Ele não queria retroceder de novo, e contra sua vontade fez o caminho de volta pela neve até ela.
Que foi?
Olhe isso! A sepultura estava extremamente velha, tão desgastada que Harry teria que se esforçar para ver o nome. Hermione mostroulhe o símbolo abaixo dele.
Harry, aquela é a marca no livro! Ele averiguou o lugar que ela estava apontando: a pedra estava tão desgastada que foi difícil ver o que estava gravado nela,
embora parecesse ser uma marca triangular abaixo de um nome quase ilegível.
Sim... poderia ser... Hermione iluminou sua varinha e apontou para o nome na lápide.
Está escrito Ig Ignotus, eu acho...
Eu vou continuar procurando meus pais, tudo bem? Harry a avisou, com certa indiferença em sua voz, e ele se virou de novo, deixandoa agachada ao lado da velha
sepultura.
Por várias vezes ele reconheceu um sobrenome que, como Abbott, havia conhecido em Hogwarts. Às vezes havia diversas gerações da mesma família de bruxos representada
no cemitério.
Harry poderia presumir a partir das datas que os membros atuais, ou haviam morrido, ou tinham se mudado para longe de Godric's Hollow. Quanto mais ele adentrava,
mais e mais ficava rodeado de sepulturas, e toda vez que alcançava uma nova lápide sentia uma pontada de apreensão e expectativa.
A escuridão e o silêncio pareciam tornarse, repentinamente, muito mais profundos. Harry olhou ao redor, preocupado, pensando nos dementadores, então percebeu que
os cânticos haviam terminado e que o falatório e o alvoroço das pessoas na igreja estavam diminuindo enquanto faziam seu caminho de volta na praça. Alguém dentro
da igreja tinha acabado de desligar as luzes.
Então a voz de Hermione saiu da escuridão pela terceira vez, clara e ansiosa a algumas fileiras dali.
Harry, eles estão aqui... bem aqui.
E ele sabia pelo tom dela, que dessa vez, eram seus pais: ele moveuse em sua direção, sentindo como se alguma coisa pesada estivesse apertando seu peito, a mesma
sensação que tivera logo depois que Dumbledore morrera, uma aflição que realmente pesava em seu coração e pulmão.
A lápide estava a apenas duas fileiras de distância atrás de Kendra e Ariana. Era feita de mármore branco, assim como o túmulo dos Dumbledore, e isto tornou fácil
a leitura, porque parecia brilhar no escuro. Harry não precisou ajoelhar ou aproximarse muito para ler as palavras gravas nela.

Thiago Potter Lilian Potter
Nascido em 27 de Março de 1960 Nascida em 30 de Janeiro de 1960
Morto em 31 de Outubro de 1981 Morta em 31 de Outubro de 1981

O último inimigo que deve ser derrotado é a morte.


Harry leu as palavras bem devagar, como se achasse que tinha apenas uma chance de entender seu significado, e leu a última delas ruidosamente.
O último inimigo que deve ser derrotado é a morte... Um pensamento horrível ocorreu a ele, e isso o causou pânico. Esse não é o lema dos Comensais da Morte?
Por que isso está aí?
Isso não quer dizer derrotar a morte com o mesmo sentido que os Comensais da Morte usam Harry, falou Hermione, gentilmente. Significa... você sabe... viver
além da morte, vida após morte.
Mas eles não estavam vivos, pensou Harry. Eles se foram. Aquelas palavras vazias não mudariam o fato que os restos de seus pais jaziam sob neve e pedras, indiferentes,
desconhecidos. E lágrimas surgiram antes que pudesse contêlas, esquentando e depois instantaneamente congelando em seu rosto, e qual era a razão de contêlas fingindo
não ser nada? Ele as deixou cair, seus lábios fortemente cerrados, olhando para baixo para a densa neve escondendo de seus olhos do lugar onde os restos de Lilian
e Thiago jaziam, ossos agora, certamente, ou cinzas, sem saber ou se importar que seu filho estivesse vivo e tão perto, seu coração ainda batia, estava vivo por
causa do sacrifício deles e quase desejando, naquele momento, que estivesse dormindo sob a neve com eles.
Hermione havia pegado sua mão novamente e estava apertandoa com força. Ele não podia olhar para ela, mas em retribuição apertou sua mão, agora respirando o profundo
e cortante ar da noite, tentando se acalmar, tentando recuperar o controle. Ele poderia ter comprado alguma coisa para dar pra eles, e não pensara nisso, e todas
as plantas no cemitério estavam mortas e congeladas. Mas Hermione ergueu sua varinha, moveua fazendo um círculo no ar, e um arranjo de rosas de natal floresceu
diante deles. Harry o pegou e colocouo no túmulo de seus pais.
Logo que se levantou quis ir embora: achava que não agüentaria ficar lá por mais tempo. Colocou seu braço em volta dos ombros de Hermione, e ela colocou os dela
em volta da cintura dele, e viraram em silêncio e caminharam pela neve, passando pela mãe e irmã de Dumbledore, voltando pela igreja escura e saindo pelo portão
de ferro.


Capítulo Dezessete
O Segredo de Bathilda
Harry, pare.
O que foi?
Eles tinham chegado sepultura de um desconhecido chamado Abbott.
Há alguém ali. Alguém nos espiando. Eu sinto. Ali, perto dos arbustos.
Eles pararam e permanecerem em silêncio, segurandose um ao outro, olhando o limite do cemitério emerso na densa escuridão. Harry não conseguia ver nada.
Tem certeza?
Eu vi alguma coisa se movendo. Eu poderia jurar.
Ela soltouse para deixar livre a mão que segura a varinha.
Nós estamos com aparência de Trouxas. afirmou Harry.
Trouxas que apenas vieram colocar flores nos túmulos de seus pais? Harry, tenho a certeza que tem alguém ali!
Harry pensou em A História da Magia; O cemitério era supostamente assombrado; e se ? Mas, em seguida, ele ouviu um farfalhar e viu um redemoinho se deslocando
e repelindo a neve precisamente no arbusto onde Hermione tinha apontado. Fantasmas não repelem a neve.
É um gato, disse Harry, depois de um ou dois segundos, ou um pássaro. Se fosse um Comensal da Morte já estaríamos mortos. Mas vamos sair daqui, e colocar
a capa da invisibilidade.
Olharam para trás repetidas vezes enquanto caminhavam para a saída do cemitério. Harry que não se sentia tão otimista quanto pretendia ao tranquilizar Hermione,
estava feliz em alcançar o portão e o pavimento úmido. Eles puseram a capa. O pub estava mais cheio do que estivera. Muitas vozes cantavam canções de Natal que eles
ouviram quando se aproximaram da igreja. Por momentos, Harry pensou que poderiam ficar lá, mas antes de o dizer Hermione murmurou, Vamos por aqu, e puxouo para
uma rua escura que os conduzia para fora da vila, na direção oposta por onde tinham entrado. Harry conseguia distinguir onde as casas acabavam e a ruela se transformava
em campo aberto novamente. Caminharam o mais rapidamente que conseguiam, passando por algumas janelas com luzes intermitentes, vislumbrando o contorno das árvores
de Natal através das cortinas.

Como vamos encontrar a casa de Bathilda? perguntou Hermione, que estava um pouco trémula e continuava olhando para trás. Harry? O que você acha? Harry?
Ela cutucou seu braço, mas Harry nem lhe prestou atenção. Ele olhava uma massa escura que se encontrava no fim das casas. Nesse momento, Harry se apressou,
arrastando Hermione junto com ele, fazendoa escorregar no gelo.
Harry
Olhe Olhe ali Hermione
Eu não oh!
Ele conseguia ver; o Feitiço Fidelus deveria ter morrido juntamente com Tiago e Lily. A sebe tinha crescido durante 16 anos, desde que Hagrid tirou Harry
dos destroços. A maioria da casa continuava de pé, embora tivesse ocupada pela neve e uma densa e escura hera. O lado direito do piso superior estava destruído;
Harry sabia que tinha sido aí que ocorrera a explosão. Ele e Hermione aguardavam no portão olhando a destruição e imaginando que outrora ali estivera uma casa harmoniosa.
Porque nunca ninguém reconstruiu isto? sussurrou Hermione.
Talvez não possa ser reconstruída? respondeu Harry. Provavelmente é como Magia Negra e não se pode reparar os danos.
Ele libertou uma mão da capa da invisibilidade e agarrou o portão enferrujado e com neve, não para abrilo, apenas para segurar uma parte da casa.
Você vai entrar? Parece inseguro, pode oh, Harry, olhe!
O toque do Harry parecia ter provocado isso. Um sinal, em frente a ele, se elevou do chão, sobrepondose s urtigas e ervasdaninhas, umas letras douradas
na madeira diziam:

Neste lugar, na noite de 31 de Outubro de 1981,
Lily e James Potter perderam suas vidas.
O seu filho, Harry, continua sendo o único bruxo
que sobreviveu maldição da morte.
Esta casa, invisível para os trouxas, foi deixada
em ruínas como monumento aos Potters
lembrando também da violência
que assolou esta família.

E em volta desta, outras mensagens tinham sido acrescentadas por bruxos e bruxas que visitaram o lugar onde o MeninoQueSobreviveu conseguira escapar. Alguns
tinham simplesmente assinado seu nome com tinta eterna; outros tinham esculpido suas iniciais na madeira e outros deixaram mensagens. A mais recente de todas, cintilava
por cima de 16 anos de grafites mágicos. Todas diziam coisas semelhantes.

Boa Sorte Harry, onde quer que você esteja.
Se ler isso, Harry, estaremos apoiando você!
Longa vida ao Harry Potter.

Eles não deveriam ter escrito na placa! disse Hermione, indignada.
Mas Harry sorriu para ela.
Está incrível. Fico feliz que eles fizeram isso. Eu
Ele parou. Uma pesada figura estava no final da ruela em que eles se encontravam, vislumbrandose a sua silhueta desenhada pelas luzes fracas da praça distante.
Harry pensou, embora fosse difícil de o dizer, que aquela silhueta era de mulher. Ela moviase lentamente, provavelmente com medo de cair no chão coberto de neve.
A sua inclinação, o seu jeito corpulento, o arrastar de seus pés, tudo o remeteu a uma idade avançada. Eles olhavam em silêncio enquanto ela se aproximava. Harry
aguardava para ver se a mulher entrava em alguma das casas por onde passava, mas algo lhe dizia que ela não o faria. Finalmente a velha parou a alguns metros deles
e ficou encarandoos, no meio da estrada gelada.
Ele não precisou do beliscão de Hermione para saber. Não havia dúvida, essa mulher não podia ser trouxa: ela permanecia parada contemplando a casa, que estaria invisível
caso ela não fosse bruxa. Mesmo assumindo que ela fosse uma bruxa, porque sairia numa noite como essa, para contemplar uma ruína? Além disso, ela não os poderia
ver porque eles se encontravam por baixo da capa. Mas Harry tinha a impressão que ela sabia perfeitamente que eles estavam ali e quem eles eram. Precisamente no
momento em que chegou a essa conclusão, a mulher ergueu uma mão e começou acenando.
Hermione aproximouse mais e seu braço pressionava o de Harry.
Como ela sabe?
Ele abanou a cabeça negativamente. A mulher acenou de novo porém mais vigorosamente. Harry poderia pensar em inúmeras razões para não responder. Também a
sua suspeita sobre a identidade parecia crescer a cada momento que eles ficavam se olhando.
Seria possível que ela estivesse esperando por eles todos esses meses? Que Dumbledore lhe tinha pedido para esperar por Harry? Teria sido ela que os espiara
no cemitério e os seguira até ali? Até mesmo sua habilidade de encontrálos... tudo parecia obra de Dumbledore. Finalmente Harry falou, fazendo Hermione saltar.
Você é Bathilda?
A mulher concordou com a cabeça e voltou a acenar.
Em baixo da capa, Harry e Hermione entreolharamse. Harry elevou uma sobrancelha e Hermione deu um aceno nervoso.
Eles avançaram e a mulher, virandose imediatamente, os encaminhou de volta pelo caminho que tinha percorrido. Conduzindoos por entre as casas, entrou em
um portão. Eles seguiramna por um caminho que atravessava o jardim, igual ao que tinham deixado pra trás. Ela procurou desajeitadamente a chave da porta da frente,
que abriu, e afastouse para que eles pudessem entrar.
Ela cheirava mal, ou então era a casa; Harry torceu o nariz e avançou para perto dela, tirando a capa. Agora que se encontrava do seu lado, percebeu que
a mulher era pequena; curvada pela idade, chegava até seu peito. Fechando a porta depois que eles entraram, se virou para Harry e ficou olhando sua face. Os olhos
dela eram grandes rodeados de pele transparente. Toda a cara dela era pontilhada com veias quebradas e manchas. Ele pensou se ela poderia entender o que se passava,
ele continuava sendo o trouxa e calvo.
O odor da velhice, de pó, de roupas sujas e comida podre intensificouse quando ela desenroulou o manto roído pelas traças, enquanto revelava uma cabeça
de poucos cabelos brancos na qual se via o couro cabeludo.
Bathilda? repetiu Harry.
Ela acenou com a cabeça novamente. Harry deu conta do medalhão que estava contra sua pele; a coisa que se encontrava dentro dele, começou fazendo tiquetaque;
ele conseguia sentilo pulsando através do ouro frio. Seria por que a coisa que o poderia destruir estivesse perto?
Bathilda passou por eles, empurrando levemente Hermione como se não tivesse percebido que ela estivesse ali, e entrou num cômodo que parecia ser a sala de
estar.
Harry, não tenho certeza sobre isto. disse Hermione.
Olha para o tamanho dela, penso que facilmente a dominaremos se for preciso disse Harry. Eu deveria terte falado, soube que ela não é assim muito
boa. Muriel chamoua de senil.
Venham! chamou Bathilda da sala.
Hermione puxou o braço de Harry.
Está tudo bem disse Harry para a tranquilizar, conduzindoa para o quarto.
Bathilda cambaleava pela sala iluminada por algumas velas, mas continuava muito escuro e o chão estava coberto por uma espessa camada de pó. Ele pensou quando
teria sido a última vez que alguém teria entrado na casa de Bathilda para ver o que estava acontecendo. Ela parecia ter esquecido que podia fazer magia, porque acendia
desajeitadamente as velas, aproximando a manga do fogo que ia acendendo.
Deixeme ajudála ofereceu Harry, pegando nos fósforos. Ela ficou obeservando Harry acabando de acender as velas que se encontravam ao redor da sala
por cima de pilhas de livros e em mesas com xícaras rachadas e bolorentas. A última vela que Harry tinha para acender encontravase numa cômoda onde estavam várias
molduras. Quando acendeu a vela, a sua luz refletiu no vidro e pratas empoeirados. Ele reparou que alguns retratos se moviam. Enquanto Bathilda se atrapalhava com
a lenha para o fogo, ele murmurou targeo. A poeira desapareceu e ele percebeu que faltavam fotografias de uma meia dúzia dos quadros. Ele pensou que Bathilda ou
alguém as teriam removido. Mas, logo em seguida, uma fotografia chamou a sua atenção.
Era o ladrão de cabelo dourado e rosto sorridente. O jovem, que havia se apoiado no parapeito de Gregorovitch, estava sorrindo para Harry da sua moldura
prateada. E então instantaneamente veio mente de Harry onde ele vira o garoto antes: A vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore, de braços dados com um Dumbledore
adolescente, e devia ser lá que todas as fotografias sumidas estavam: no livro de Rita.
Senhora. Madame Bagshot? disse ele, com a voz trêmula. Quem é esse?
Bathilda estava no centro da sala, olhando Hermione que acendia o fogo para ela.
Senhora Bagshot? repetiu Harry, e avançou com a fotografia. Bathilda ergueu o seu olhar para ele e Harry sentiu o Horcrux bater apressadamente contra
o seu peito.
Sabe quem é esse homem? ele disse numa voz mais alta e pausada do que o normal.
Este homem? Sabe quem é? Como se chama?
Bathilda olhou para ele vagamente e Harry sentiu uma terrível frustração. O quanto teria Rita Skeeter aberto as memórias de Bathilda?
Quem é esse homem? ele repetiu ainda mais alto.
Harry, o que você tá fazendo? perguntou Hermione.
Esta fotografia. Hermione, é o ladrão que roubou Gregorovitch! Por favor! ele disse para Bathilda. Quem é esse?
Mas ela apenas o olhava.
Porque você disse para a seguirmos, Senhora Madame Bagshot? perguntou Hermione. Queria nos falar algo?
Aparentando nem ter ouvido Hermione, Bathilda aproximouse de Harry. Fazendo um sinal com a cabeça, ela apontou para o saguão de entrada.
Você quer que a gente saia? perguntou ele.
Ela repetiu o gesto, dessa vez apontando frustradamente para ele, depois para ela mesma e para o teto.
Ah, ok Hermione, acho que ela quer que a gente vá com ela ao andar de cima.
Ok disse Hermione Vamos então.
Mas quando Hermione começou a andar, Bathilda abanou a cabeça com vigor, mais uma vez apontou para Harry e para ela mesma.
Ela quer que eu vá com ela, sozinho.
Porquê? perguntou Hermione, e a sua voz soou forte e clara na sala iluminada por velas. A velha senhora abanou mais uma vez a cabeça.
Talvez Dumbledore lhe tenha dito para dar a espada apenas a mim?
Você acha mesmo que ela sabe quem você é?
Sim afirmou Harry, olhando para os olhos de Bathilda. Acho que ela sabe sim!
Está bem, mas não demore Harry.
Mostreme o caminho Harry disse a Bathilda.
Ela pareceu entender, porque arrastou os pés em direção porta. Harry deu um sorriso tranquilizador para Hermione, mas não estava certo que ela o tivesse
visto; ela permaneceu na sala olhando a estante dos livros. Harry encaminhouse para o exterior da sala, e fora da visão de Hermione e Bathilda ele colocou a moldura
prateada dentro do seu casaco.
Os degraus eram íngremes e estreitos, e Harry estava tentado em ajudar Bathilda a subir para que esta não caísse em cima dele. Lentamente ela subiu para
o piso superior, virando imediatamente direita e conduzindo Harry para um quarto de teto baixo.
Estava muito escuro e cheirava mal. Harry tinha visto um penico debaixo da cama antes de Bathilda fechar a porta e o quarto mergulhar na escuridão.

Lumus disse Harry e a sua varinha acendeu. Ele deu um salto, Bathilda havia se movido para junto dele naqueles poucos segundos de escuridão.
Você é o Potter?
Sim, sou.
Ela acenou lentamente e Harry sentiu o Horcrux bater rapidamente, mais rápido que seu coração, o que dava uma sensação agitada e desconfortável.
Você tem alguma coisa para mim? perguntou Harry, mas ela parecia distraída contemplando a sua varinha.
Você tem alguma coisa para mim? repetiu ele.
Ela fechou os olhos e sucederamse várias coisas: a cicatriz de Harry pulsou dolorosamente; o Horcrux moviase agora frente do seu suéter; o quarto se
dissolveu momentaneamente. Ele sentiu um assomo de alegria e falou em uma voz alta e fria: Segureo!
Harry vacilou no lugar onde estava. O escuro e malcheiroso quarto parecia se fechar em sua volta de novo e ele não percebeu o que tinha acontecido.
Você tem alguma coisa para mim? ele perguntou pela terceira vez, bem mais alto.
Por aqui disse ela, apontando o canto do quarto. Harry levantou a sua varinha e viu os contornos de uma cômoda por baixo da janela.
Desta vez ele não esperou que ela o guiasse, avançando entre ela e a cama desfeita, com a varinha erguida. Ele não queria afastar o seu olhar dela.
O que é isso? perguntou ele assim que alcançou a cômoda que era maior do que parecia e cheirava a roupa suja.
Lá ela falou apontando de novo.
E, no momento em que ele olhou, seus olhos procurando um punho de espada e rubi, ela se moveu furtivamente. Ele viu pelo canto de seus olhos. O pânico o
fez virar e ficou paralizado olhando o corpo da velha explodindo e uma cobra gigante surgindo do lugar onde antes o pescoço havia estado.
A cobra atacou assim que ele ergueu a varinha. A força da investida em seu antebraço fez a varinha saltar em diração ao teto. A luz projetada pela varinha
percorreu o quarto por momentos até que se extinguiu. Depois com um poderoso golpe da cauda da cobra, acertando na barriga do Harry, ele caiu em cima da cômoda na
bagunça de roupas imundas.
Ele rolou desviandose da cauda, que destruiu a cômoda onde ele havia estado segundos antes. Fragmentos da superfície de vidro caíram sobre ele quando ele
bateu no chão. No piso de baixo, ele ouviu Hermione chamar: Harry?
Ele não conseguiu reunir fôlego suficiente para responder. Uma fumaça negra o esmagou contra o chão, e ele sentiu sobre ele algo forte e poderoso.
Não! ele disse com voz sufocada.
Sim! disse uma voz Sssim segurálo segurálo
Accio Accio varinha
Mas nada aconteceu e ele tentou afastar a cobra de cima dele ao mesmo tempo que ela se enrolava em volta de seu corpo, pressionando o horcruxe contra seu
peito. Seu coração batia descompassadamente e o seu cérebro estava se afogando numa luz branca e fria, todos os seus pensamentos se esvaíam, seu fôlego ficando cada
mais fraco, passos distantes, tudo se dissolvendo
Um coração de metal batia do lado de fora de seu peito, e agora ele estava voando com uma sensação de triunfo no coração, sem precisar de vassoura ou de
testrálios
Ele acordou abruptamente na fétida escuridão. Nagini o havia soltado. Ele se levantou e viu o contorno da cobra contra a luz. Ela atacou e Hermione caiu
para o lado com um berro. O seu feitiço protetor atingiu a janela, que se estilhaçou. O ar gelado entrou pelo quarto enquanto Harry escorregava para escapar dos
vidros quebrados. O seu pé deslizou em algo cilíndrico sua varinha.
Ele inclinouse e agarroua. A cobra ocupava todo o quarto, chocalhando a sua cauda; Harry não conseguia ver Hermione em lado nenhum e pensou o pior, mas
então houve um barulho e um flash de luz vermelha e a cobra voou pelo ar, batendo em seu rosto. Harry ergueu sua varinha, mas quando o fez a sua cicatriz começou
a pulsar dolorosamente, mais forte do que havia feito em anos.
Ele está vindo! Hermione, ele está vindo!
Enquanto ele gritava a cobra caiu, assobiando alto. Estava uma confusão. Ela esmagava gavetas contra a parede; coisas partidas voavam por todo o lado. Harry
pulou para cima da cama e agarrou um vulto negro que ele sabia ser Hermione.
Ela gritou de dor enquanto se estendia na cama. A cobra se colocou na retaguarda de novo, mas Harry sabia que algo pior que a cobra estava chegando. Provavelmente
estaria no portão já, a sua cabeça parecia rasgar de tanta dor na cicatriz.
A cobra atacou assim que ele começou a correr, arrastando Hermione com ele; Hermione gritou Confringo e o seu feitiço voou pelo quarto, fazendo explodir
o espelho do guardaroupas, fazendo ricochetear por todo o quarto. Harry sentiu algo bater na costa de sua mão. O vidro cortou sua bochecha quando, puxando Hermione
com ele, Harry saltou da cama para a cômoda e daí para o exterior pela janela despedaçada. O grito dela soou pela noite enquanto eles caíam.
A sua cicatriz explodiu e então ele era Voldemort. Estava correndo pelo quarto fétido, as suas mãos esguias e brancas apertando o peitoril da janela enquanto
ele controlava o homem careca e a mulher girava e desaparecia. Ele gritava de raiva, confundindose o seu grito com o da senhora, que ecoava pelos jardins negros
sobre os sinos da igreja soando no dia de Natal
E o seu grito, era o grito do Harry, a sua dor, era dor do Harry aquilo iria acontecer aqui, onde já tinha acontecido outrora aqui, dentro da visão daquela
casa que ele havia chegado tão perto de saber o que seria morrer morrer a dor era tão horrível rasgando seu corpo Mas se ele não tinha corpo, por que sua cabeça
doía tanto? Se ele estava morto, como podia ser tão insuportável a dor? Ela não parava com a morte, não parava?

A noite estava úmida e ventosa, duas crianças vestidas de abóboras perambulavam pela praça. As lojas estavam cobertas de papéis com aranhas, todas as armadilhas
trouxas de um mundo em que eles não acreditavam E ele estava deslizando, aquela sensação de intenção, poder e grandeza que ele conhecia naquelas ocasiões Não havia
raiva isso seria para as almas fracas mas triunfo, sim Ele tinha esperado ansiosamente por isso.
Bela fantasia, senhor!
Ele viu o sorriso do garoto hesitando, enquanto ele corria perto para vislumbrar debaixo da capa de invisibilidade, viu o medo assolar a sua cara e a criança
fugiu Sob a capa, ele segurou o cabo de sua varinha Um simples movimento e a criança nunca mais encontraria sua mãe mas seria desnecessário, um tanto desnecessário
E agora por uma nova rua escura ele seguia, e finalmente viu o que queria, o feitiço Fidelus havia sido quebrado, pensou que eles ainda não o sabiam Assim
ele fez o menor barulho possível enquanto deslizava pelo pavimento até chegar sebe negra e avançou
Eles não tinham cortinas; ele os viu claramente na minúscula sala de estar, o homem alto de cabelo preto e óculos, soprava fumaça colorida da sua varinha
entretendo o pequeno garoto de cabelo preto no seu pijama azul. A criança ria e tentava agarrar as espirais.
Uma porta abriuse e a mãe entrou, dizendo algo que ele não ouviu. O seu longo cabelo ruivo caía pela sua face. O pai pegando no filho ao colo entregouo
mãe. Atirando a varinha para baixo do sofá espreguiçouse, bocejando
O portão rangeu enquanto ele o abriu, mas Tiago Potter não escutou. Sua mão branca puxou a varinha debaixo da capa e apontoua porta, que se abriu com
um estrondo
Ele já tinha entrado quando Tiago veio correndo para o hall. Estava fácil, muito fácil, ele nem tinha pego a varinha
Lily, pegue Harry e vá! É ele! Vá! Corra! Eu seguroo aqui!
Segurálo sem uma varinha na mão!... Ele riu antes de lançar o feitiço
Avada Kedavra!
A luz verde encheu o apertado hall, iluminando o carrinho de bebê que estava encostado contra a parede. Tiago Potter caiu como uma marionete cujos cordões
são cortados.
Ele conseguia ouvir os gritos dela no andar de cima, presa, mas enquanto ela fosse sensata, não teria nada a temer Ele subiu os degraus, ouvindo com leve
prazer as tentativas dela se defender. Também não tinha varinha como eram estúpidos, e quão confiantes que pensavam que repousavam tranquilos entre amigos, onde
as armas poderiam ser largadas, mesmo que por momentos
Com um movimento da varinha, ele forçou a porta, empurrando para o lado a cadeira e as caixas que precariamente se encontravam empilhadas contra a porta
e ali se encontrava ela, a criança nos seus braços. Com a visão dele, ela colocou seu filho no berço atrás e abriu os braços, como se isso fosse ajudar, como se
protegendo ele da visão, ela esperasse ser escolhida ao invés
O Harry não, ele não! Por favor, o Harry não!
Sai da frente garota tonta sai da frente agora.
O Harry não, por favor, não! Leveme! Mateme ao invés
É o meu último aviso

O Harry não! Por favor Misericórdia O Harry não! Por favor Faço qualquer coisa
Sai da frente! Sai da frente, garota!
Ele poderia têla forçado a sair, mas era mais prudente acabar com todos
A luz verde iluminou toda a divisão e ela caiu como o marido. A criança não havia chorado todo esse tempo. Continuava segurando nas barras do seu berço e
levantou o olhar para o rosto do intruso com interesse. Pensando talvez que seria o seu pai escondido por baixo da capa, fazendo mais efeitos luminosos, e sua mãe
se levantaria a qualquer momento, rindo.
Ele apontou a varinha muito cuidadosamente para o rosto da criança. Ele queria ver a destruição deste perigo inexplicável. A criança começou a chorar. Percebeu
que não era Tiago. Ele nunca tinha tido paciência para suportar os pequenos chorando no Orfanato
Avada Kedavra!
E então ele desfezse. Ele não era nada, nada além de dor e terror, e precisava se esconder, não aqui nos escombros da casa em ruínas onde a criança que
tinha sido emboscada gritava, mas longe muito longe

Não ele gemeu.

A cobra sussurou no chão imundo, e ele tinha que matar o menino, e ao mesmo tempo ele era o menino
Não.

E agora ele olhava a janela partida da casa de Bathilda, emerso em memórias de suas grandes perdas, e aos seus pés, a cobra deslizou sobre os vidros e porcelana
quebrada. Ele olhou para baixo e viu algo viu algo incrível

Não!
Harry, está tudo bem! Você está bem!
Ele se inclinou e apanhou a fotografia amassada. Lá estava ele, o ladrão desconhecido, o ladrão que ele vinha procurando
Não Eu deixei cair Eu deixei cair
Harry, está tudo bem, acorde! Acorde!

Ele era Harry Harry e não Voldemort e quem sussurrava não era a cobra

Ele abriu os olhos.
Harry sussurrou Hermione você está está bem?
Sim mentiu ele.
Ele estava na tenda, deitado na cama debaixo do beliche coberto por várias mantas. Ele conseguiu perceber que era quase manhã pela quietude e pela luz além
do teto de lona. Ele estava encharcado de suor, podia perceber isso nos lençóis e mantas.

Nós escapamos!
Sim disse Hermione Eu tive de usar o feitiço de levitação para te trazer de volta até seu beliche. Eu não consegui erguêlo Você foi Você não foi
totalmente
Haviam manchas roxas debaixo de seus olhos castanhos e ele percebeu que ela segurava uma esponja na sua mão: ela havia estado passando na sua cara.
Você tem estado mal ela terminou bem mal.
Há quanto tempo regressamos?
Há várias horas. É quase manhã.
Eu estive inconsciente?
Não exatamente disse Hermione desconfortavelmente Você gritava e gemia e dizia coisas acrescentou ela numa voz que fez Harry ficar incomodado. O
que teria feito ele? Gritado feitiços que nem Voldemort? Chorado como o bebê no berço?
Eu não consegui tirar o Horcrux de você disse Hermione e ele percebeu que ela queria mudar de assunto Estava preso, preso no seu peito. E você ficou
com uma marca; me perdoe, tive que usar um Feitiço de Separação para tirar de você. A cobra também te feriu, mas eu já limpei a ferida e coloquei um pouco de Dittany
Ele puxou a camiseta suada que estava usando e olhou para baixo. Lá estava um círculo vermelho sobre o seu coração onde o medalhão havia queimado. Ele também
podia ver o machucado no antebraço que já estava meio curado.
Onde você colocou o Horcrux?
Na minha mala. Penso que devamos deixálo lá por uns tempos.
Ele se encostou nas almofadas e fitou Hermione.
Não deveríamos ter ido a Godric's Hollow. É minha culpa, tudo minha culpa! Hermione, eu sinto muito.
Não é sua culpa. Eu quis ir também. Eu pensei mesmo que Dumbledore poderia ter deixado a espada para você lá.
É. Bem, pensamos mal, não é?
O que aconteceu Harry? O que aconteceu depois que vocês foram para o andar de cima? Onde estava escondida a cobra? Apareceu e matou a mulher e atacou você?
Não disse ele Ela era a cobra ou a cobra era ela desde o princípio.
O qquê?
Ele fechou os olhos. Ainda conseguia sentir o cheiro da casa de Bathilda nele; fez com que tudo se tornasse horrivelmente verdadeiro.
Bathilda deveria ter morrido há algum tempo já. A cobra estava dentro dela. VocêSabeQuem mandou ela esperar em Godric's Hollow. Você tinha razão. Ele
sabia que eu iria lá.
A cobra estava dentro dela?
Ele abriu os olhos novamente. Hermione parecia revoltada e enojada.
Lupin falou que existiam magias que a gente nem fazia noção disse Harry Ela não quis falar na sua frente porque ela fala língua de cobra, e eu não
me deu conta, mas é claro! Eu conseguia entendêla. Quando já estávamos no quarto, a cobra mandou uma mensagem para VocêSabeQuem, eu ouvi isso acontecer dentro
da minha cabeça, eu o senti ficar contente, ele disse para a cobra me prender e depois

Ele se lembrou da cobra que saía do pescoço de Bathilda. Hermione não precisava saber os detalhes.
Ela mudou mudou para cobra e atacou.
Ele olhou as feridas.
Ela não me mataria, só queria me segurar até VocêSabeQuem aparecer.
Se ele ao menos tivesse conseguido matar a cobra, teria valido a pena Cansado de tudo, ele se sentou e jogou as mantas.
Harry, você precisa descansar!
Você que precisa de descanso. Sem querer ofender, mas você parece terrível. Eu estou bem. Fico de vigia agora. Onde está minha varinha?
Ela não respondeu. Ela nem olhou para ele.
Hermione, onde está minha varinha?
Ela estava mordendo o lábio e as lágrimas brotaram dos olhos dela.
Harry
Onde está minha varinha?
Ela a pegou debaixo da cama e lhe deu.
A varinha de azevinho e pena de Fênix estava partida em duas. Uma parte frágil mantinha os dois pedaços unidos. A madeira tinha lascado e estava completamente
separada. Harry pegoua como se fosse algo vivo que tivesse sofrido uma terrível maldição. Ele não conseguia pensar direito. Tudo era uma mistura de pânico e medo.
Então ele a entregou a Hermione.
Reparea. Por favor.
Harry, é melhor não. Quando uma varinha se parte
Por favor Hermione, tente!
RReparo.
A varinha brilhou delicadamente. Harry apontoua a Hermione.
Lumos!
A varinha brilhou fracamente e então apagou. Harry a apontou para Hermione.
Expelliarmus!
A varinha de Hermione deu uma pequena sacudida, mas não saiu de sua mão. O esforço mágico foi demais para a varinha de Harry. Esta dividiuse em duas de
novo. Ele a fitou, aterrorizado, incapaz de absorver o que estava acontecendo a varinha que tinha sobrevivido a tanta coisa
Harry sussurou Hermione tão baixo que ele mal ouviu Sinto muito. Penso que a culpa é minha. Quando estávamos saindo, sabe, a cobra estava vindo em
nossa direção, e então eu lancei o feitiço Bombarda*, e ela ricocheteou em tudo e deve ter deve ter acertado
Foi um acidente disse Harry mecanicamente. Ele se sentia vazio e atordoado Nós vamos nós vamos arrumar um jeito de consertála.
Harry, não acho que seremos capazes de fazêlo disse Hermione, abaixando a cabeça envergonhada você se lembra se lembra do que aconteceu a Rony? Quando
ele partiu a varinha ao bater no carro? Nunca mais foi a mesma, e ele teve que arrumar uma nova.

Harry pensou em Olivaras, sequestrado e mantido refém por Voldemort; de Gregorovitch, que agora estava morto. Como é que ele iria conseguir uma nova varinha?
Bem ele disse, num falso tom de conformidade então, por enquanto eu uso a sua, enquanto faço a vigia.
Chorando, Hermione entregou sua varinha, e ele a deixou sentada ao lado de sua cama, desejando apenas distância dela.


Capítulo Dezoito
A vida e as mentiras de Alvo Dumbledore

O sol estava nascendo: A pura, pálida vastidão do céu esticada sobre ele, indiferente para ele e seu sofrimento. Harry se sentou na entrada da tenda e respirou
fundo o ar puro. Simplesmente por estar vivo para olhar o nascer do sol sobre a nevoenta encosta cintilante deve ter sido o mais maravilhoso tesouro na terra, ainda
assim ele não podia apreciar aquilo: Os seus sentidos tinham sido desfigurados pela calamidade de perder seu amigo. Ele olhava em volta de um vale coberto de neve,
distantes sinos de igreja que tocavam através do silêncio resplandecente.
Sem perceber, ele cavava seus dedos em seus braços como se ele estivesse tentando resistir dor física. Ele tinha derramado seu próprio sangue mais vezes
do que ele poderia contar; Uma vez ele tinha perdido todos os ossos do braço direito; esta jornada já tinha dado para ele cicatrizes no seu peito e antebraço para
se ajuntarem as da sua mão e testa, mas nunca, até este momento, ele havia se sentido fatalmente fraco, vulnerável e nu, como se a melhor parte de seu mágico poder
tivesse sido tirado dele. Ele sabia exatamente o que Hermione diria se ele expressasse um pouco disso: A varinha é somente tão boa quanto o bruxo. Mas ela estava
errada, em seu caso era diferente. Ela não tinha sentido sua varinha girar como a ponta de um compasso e disparar flamas douradas em seu inimigo. Ele tinha perdido
a proteção das gêmeas, e somente agora que ele percebia o quanto ele contava com isso.
Ele pegou os pedaços da varinha quebrada em seu bolso e, sem olhar para eles, os colocou na bolsa de Hagrid e os amarrou em seu pescoço. A bolsa agora estava
muito cheia de quebrados e inúteis objetos. A mão de Harry tocou o pomo de ouro através da Mokeskin e por um momento ele teve que lutar contra a vontade de jogálo
fora. Impenetrável, sem proveito, inútil, como todas as outras coisas que Dumbledore havia deixado para trás.
E a sua raiva por Dumbledore o atingia como lava, queimandose por dentro, destruindo todos os outros sentimentos. Fora do puro desespero eles tinham conversado
entre eles e começavam a acreditar que Godric's Hollow escondia respostas, convencidos de que teriam que voltar, que tudo era parte de algum caminho secreto que
Dumbledore teria deixado para eles: mas não havia mapa, não havia plano. Dumbledore os deixou perdidos na escuridão, lutando com desconhecidas e inimagináveis criaturas,
sozinhos e sem ajuda: Nada era explicado, nada era fácil, eles não tinha espada nenhuma, e agora, Harry não tinha varinha. E ele tinha deixado cair foto do ladrão,
e certamente seria mais fácil agora para Voldemort descobrir quem ele era...Voldemort tinha toda a informação agora...
Harry?
Hermione olhou assustada por ele ter quase a azarado com sua varinha.Sua face marcada com lágrimas, ela se agachou ao seu lado, duas xícaras de chá tremendo
em suas mãos e alguma coisa volumosa embaixo de seu braço.
Obrigado ele disse, pegando uma das xícaras.
Você se importa se eu falar com você?
Não ele disse porque não queria chateála.
Harry, você queria saber quem era o homem da foto.Bem...Eu consegui o livro.
Timidamente ela empurrou o livro no colo de Harry, uma autêntica cópia do livro A vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore.
Onde como ?
Ele estava na sala de estar da Bathilda, simplesmente lá... Esta nota estava em cima dele.
Hermione leu as poucas linhas escritas em ponta fina e de cor verdelimão em voz alta.
'Querida Batty, Obrigado pela ajuda. Aqui está uma cópia do livro, espero que você goste. Você disse tudo, mesmo que não se lembre disto. Rita'. Eu acho
que isso chegou enquanto a verdadeira Bathilda estava viva, mas talvez ela não estava em condições de lêlo?
Não, ela provavelmente não estava.
Harry olhou para baixo no rosto de Dumbledore e presenciou o surgimento de um prazer selvagem: Agora ele saberia de todas as coisas que Dumbledore nunca
havia achado que fossem importantes para dizer para ele, querendo Dumbledore ou não.
Você ainda está bravo comigo, não está? Hermione disse, ele olhou para cima para ver suas frescas lágrimas escapando dos olhos dela, e sabia que ele devia
ter mostrado raiva em seu rosto.
Não ele disse calmamente Não, Hermione, eu sei que foi um acidente. Você estava tentando nos tirar de lá vivos, e você foi incrível. Eu estaria morto
se você não estivesse lá para me ajudar.
Ele tentou lhe dar um aguado sorrido, então voltou sua atenção ao livro. Sua lombada era espessa; claramente nunca havia sido aberto antes. Ele deu uma passada
nas páginas, procurando por fotografias. Ele passou por uma que lhe chamou atenção de primeira, o jovem dumbledore e um belo acompanhante, rindo de alguma piada
esquecida. Harry dirigiu seus olhos para a legenda.

Alvo Dumbledore, algum tempo depois da morte de sua mãe, com seu amigo Gellert Grindelwald.
Harry mirouse boquiaberto na última palavra por um grande momento. Grindelwald. Seu amigo Grindelwald. Ele olhou para os lados, para Hermione, que ainda
estava contemplando o nome como se ela não pudesse acreditar em seus olhos. Lentamente ela olhou para Harry.
Grindelwald?
Ignorando as outras fotografias, Harry procurou nas páginas para a reaparição daquele nome fatal. Rapidamente ele descobriu e leu com cobiça, mas acabou
perdido: Era necessário ir bem para trás para tudo isso fazer sentido, e eventualmente ele se encontrou no começo do capítulo chamado: O Bem Maior. Juntos, ele
e Hermione começaram a ler:

Agora se aproximando do seu aniversário de dezoito anos, Dumbledore deixou Hogwarts com um status de glória Monitor Chefe, Ganhador do Barnabus Frinkley por
Excepcional Lista de Feitiços que conseguia fazer, O mais jovem Britânico Representante ao Winzengamot, Ganhador de uma Medalha de Ouro por uma contribuição que
fez para a Internacional conferência de alquimia no Cairo. Dumbledore pretendia, depois, fazer uma grande viagem com Elphias Bafo de Cachorro* Doge, o estúpido,
mas devoto assistente que ele tinha escolhido na escola.
Os dois jovens homens estavam hospedados no Caldeirão Furado em Londres, preparandose para partirem para a Grécia na manhã seguinte, quando uma Coruja chegou
anunciando a morte da Mãe de Dumbledore. Bafo de Cachorro, que se recusou a ser entrevistado para este livro, deu ao público a sua versão sentimental sobre o que
teria acontecido depois. Ele representa a morte de Kendra como um trágico impacto, e a decisão de Dumbledore de desistir de sua expedição como um ato nobre de próprio
sacrifício.
Certamente Dumbledore retornou a Godric's Hollow imediatamente, supostamente para 'cuidar' de seu irmão e irmã mais novos. Mas quanto cuidado ele realmente
deu a eles?
Ele era um grande problema, aquele Aberforth, disse Enid Smeek, de quem a família vivia nos arredores de Godric's Hollow naquela época.Enfureceuse. Claro,
com Pai e Mãe ausentes você sentiria pena dele, somente ele continuou a tacar bosta de bode na minha cabeça. Eu não acho que Alvo estava ligando para ele. De qualquer
jeito, eu nunca os vi juntos.
Então o que Alvo estava fazendo, se não confortando seu rebelde irmão mais novo? A resposta parece que está certificando a continuidade do confinamento de
sua irmã. Embora que seu primeiro guarda tenha morrido, não houve mudanças na lamentável condição de Ariana Dumbledore. Sua existência continuou a ser conhecida
apenas por algumas pessoas, que como Bafo de Cachorro, poderiam contar a história para quem quisesse acreditar sobre a sua saúde ruim.
Outro amigo facilmente satisfeito da família era Bathilda Bagshot, a famosa historiadora mágica que viveu em Godric's Hollow por muitos anos. Kendra, obviamente,
havia rejeitado Bathilda quando ela foi dar s boas vindas família para a vila. Anos depois, no entanto, a autora mandou uma coruja para Alvo em Hogwarts, favoravelmente
impressionada pelo seu papel em transformação de transespécies em Transfiguração Hoje em Dia. Esse acordo incial levou a uma amizade com toda a família de Dumbledore.
Na época que Kendra morreu, Bathilda era a única pessoa em Godric's Hollow que tinha contato com a mãe de Dumbledore.
Infelizmente, a brilhante Bathilda agora era ofuscada. O fogo esteve aceso, mas o caldeirão vazio, foi como Ivor Dillonsbry descreveu isso para mim, ou,
em Enid Smeek, uma frase mais grosseira sua, Ela está totalmente louca. Todavia, umas combinações de tentadasetestadas técnicas de reportagem me permitiram extrair
fatos concretos o bastante para juntar com o resto de toda essa escandalosa história.
Como todo o resto do Mundo Bruxo, Bathilda associa a morte prematura de Kendra a um feitiço de contraexplosão, história repetida por Dumbledore e Aberforth
por muitos anos. Bathilda também mostrou a árvore genealógica em Ariana, chamandoa de frágil e delicada. No entanto, em uma coisa, Bathilda valeu os esforços
que tive procurando Veritaserum para ela, e ela sozinha, sabe da história completa do melhor segredo da vida de Alvo Dumbledore. Agora revelado pela primeira vez,
pondo em dúvida tudo e todos aqueles admiradores que acreditavam em Dumbledore: sua suposta aversão s Artes das Trevas, sua oposição opressão dos Trouxas, até
mesmo sua dedicação família.
No mesmo verão que Dumbledore foi para casa em Godric's Hollow, agora um órfão e chefe de família, Bathilda Bagshot concordou em aceitar em sua casa seu
sobrinhoneto, Gellert Grindelwald.
O nome de Grindelwald é simplesmente famoso: Na lista dos Mais Perigosos Bruxos das Trevas de todos os tempos, ele só perderia o primeiro lugar porque VocêSabeQuem
chegou, uma geração depois, para roubar sua coroa. Como Grindelwald nunca espalhou seu terror para a Inglaterra, no entanto, os detalhes da ascenção de seu poder
não são totalmente conhecidos aqui.
Educado em Durmstrang, uma famosa escola por sua infeliz tolerância s Artes das trevas, Grindelwald mostrouse tão precocemente brilhante quanto Dumbledore.
Em vez de canalizar suas habilidades na obtenção de troféus e prêmios, no entanto, Gellert Grindelwald não se dedicou a nenhum destes propósitos. Em seus 16 anos
de idade, nem Durmstrang podia mais fingir que não viam os distorcidos experimentos de Gellert Grindelwald, e assim ele foi expulso.
Até aqui, tudo o que se soube dos próximos movimentos de Grindelwald é que ele viajou por aí durante alguns meses. Agora pode ser revelado que Grindelwald
escolheu visitar sua tiaavó em Godric's Hollow, e que lá, isso irá ser intensamente chocante para quem ouvir isso, ele engatou uma amizade com ninguém menos que
Alvo Dumbledore.
Ele parecia um garoto encantador, para mim, murmura Bathilda, seja lá o que for que ele se tornou depois. Naturalmente eu o apresentei ao pobre Alvo,
que estava sentindo falta da companhia de alguém da sua idade. Os dois se simpatizaram um com o outro logo de cara.
Com certeza eles simpatizaram. Bathilda me mostrou uma carta, mantida por ela que Alvo Dumbledore mandou para Gellert Grindelwald na calada da noite.
Sim, mesmo depois de terem passado o dia inteiro discutindo ambos brilhantes garotos, era como um caldeirão em chamas Às vezes, eu ouvia uma coruja
batendo na janela do quarto do Gellert, entregando uma carta de Alvo! Uma idéia tinha brotado nele e ele precisava contar para Gellert imediatamente!
E que idéias que eles tinham. Profundamente chocante o fato que os fãs de Alvo Dumbledore irão saber disso, aqui estão os pensamentos de um herói de dezessete
anos, transmitidos ao seu novo melhor amigo. (Uma cópia original da carta pode ser vista na página 463.).

Gellert
Seu ponto de vista sobre o domínio Bruxo pelo BEM DOS PRÓPRIOS TROUXAS este, eu penso, é o ponto crucial. Sim, nós temos dado poder e sim, aquele poder nos deus
o direito regra, mas também nos deus responsabilidades sobre a regra. Nós devemos destacar este ponto, ele vai ser base de pedra sobre a qual nós construiremos.
Onde nós fomos opostos, como certamente seremos, essa deve ser base de todos os nossos contra argumentos. Nós tomamos o controle PELO BEM MAIOR. E a partir disso,
se encontrarmos resistência, nós devemos apenas usar a força que for necessária, e nada mais, (esse foi o seu erro em Durmstrang! Mas eu não me queixo, afinal, se
você não tivesse sido expulso nós nunca nos encontraríamos).
Alvo.

Surpresa e aprovada, como muitos dos admirados irão ficar, esta carta constituía o Estatuto do Segredo** e estabelecia as regras mágicas sobre os Trouxas.
Um golpe aos que sempre retrataram Dumbledore como o maior campeão aos nascidos Trouxas! Quão vazios os discursos promovendo direitos aos Trouxas pareciam sob a
luz dessa condenável nova evidência! Quão desprezível Alvo Dumbledore aparecia, ocupado embalando sua subida para o poder enquanto ele deveria estar de luto por
sua mãe e cuidando de sua irmã!Nenhuma dúvida que determinava manter Dumbledore em seu esfarelado pedestal iria permanecer que ele não tinha, depois de tudo, posto
seus planos em ação, que ele deveria ter sofrido uma mudança de coração, que ele voltara aos seus sentidos. No entanto, a verdade parece mais chocante ainda em um
conjunto só.
Apenas dois meses dentro de suas novas e grandes amizades, Dumbledore e Grindelwald separaramse, para nunca mais se verem novamente até eles se encontrarem
no legendário duelo (para mais, veja capítulo 22).O que causou essa abrupta ruptura?Dumbledore tinha voltado aos seus sentidos? Teria ele dito a Grindelwald que
ele não queria mais fazer parte dos planos? Ah, não.
Foi a pobre Ariana morrendo, eu acho, que fez isso, Diz Bathilda. Veio como um terrível choque. Gellert estava lá na casa quando isto aconteceu, e ele
voltou a minha casa cheio de temor, me contou que queria ir pra casa no próximo dia. Terrivelmente angustiado, sabe. Então eu lhe arranjei uma Chave do Portal e
essa foi última vez que o vi.
Alvo estava com ele mesmo na morte de Ariana. Era tão terrível para aqueles dois irmãos. Eles tinham perdido todo mundo exceto um ao outro. Nenhum bom temperamento
se manifestava ali. Aberforth culpou Alvo, sabe, como as pessoas irão perguntar essas terríveis circunstâncias. Mas Aberforth sempre falava um pouco furioso, pobre
garoto. Ao mesmo tempo, o nariz quebrado de Alvo não estava decente. Isto destruiria Kendra se ela visse seus filhos lutando daquele jeito, perto do corpo de sua
filha. Envergonhado Gellert não poderia ter ficado para o funeral... Ao menos ele teria sido um conforto para Alvo... A disputa ao lado do caixão, conhecida apenas
pelos poucos presentes no funeral de Ariana Dumbledore, gerou várias dúvidas. Por que exatamente Aberforth culpava Alvo pela morte da irmã? Era isso, como se fingisse
de louco, uma mera efusão de sofrimento? Ou ali poderia haver mais algumas concretas razões para a sua fúria? Grindelwald expulso de Durmstrang pelos fatais ataques
aos estudantes da escola, fugiu do país horas depois da morte da garota, e Alvo (envergonhado ou com medo?) nunca o viu novamente, não até ser forçado a fazêlo
por pedido do Mundo Bruxo.
Nem Dumbledore nem Grindelwald alguma vez parecerem se referir as suas amizades de infância, posteriormente em suas vidas. No entanto, não pode haver nenhuma
dúvida que Dumbledore adiou, por cinco anos de tumultos, fatalidades e desaparecimentos, seu ataque sobre Gellert Grindelwald. Era ima ligeira afeição pelo homem,
ou medo de expor, como um dia tendo sido seu melhor amigo, que fez Dumbledore hesitar? Era somente relutante que Dumbledore tomou a iniciativa para capturar o homem
que uma vez ele estava tão feliz em conhecer?
E como a misteriosa Ariana morreu? Fora ela uma vitima inadvertida de algum ritual das trevas? Teria ela falhado em algo que não deveria ter feito, como
os dois jovens homens sentados praticando para a sua tentativa de glória e domínio? Será que é impossível que Ariana tenha sido a primeira pessoa a morrer pelo
bem maior?

O capítulo terminava aqui e Harry olhou para cima.Hermione tinha chegado ao fim da página antes dele.Ela puxou o livro da mão de Harry, parecendo um pouco
alarmada, e fechou o livro sem olhar para ele, como se estivesse escondendo alguma coisa indecente.

Harry...
Mas ele chacoalhou a cabeça. Algo dentro dele certamente havia batido; era exatamente a mesma sensação de quando Rony partiu. Ele tinha confiado em Dumbledore,
acreditado nele: a personificação da bondade, inteligência e bom senso.Tudo estava escuro: Quando mais ele poderia perder? Rony, Dumbledore, a varinha de fênix...
Harry Ela perecia ter ouvido os pensamentos dele. Escuteme. Isso Isso não foi uma coisa muito boa de se ler .
É, você poderia dizer isso
...Mas não se esqueça, Harry, que é a Rita Skeeter escrevendo.
Você leu a carta ao Grindelwald, não leu?.
Sim, Eu Eu li Ela hesitou, parecendo chateada, segurando seu chá nas mãos geladas.
Eu acho que essa é a pior parte.Eu sei que Bathilda achava que tudo isso era só uma conversa, mas 'pelo bem maior' se tornou o slogan de Grindelwald, e
a sua justificativa para todas as atrocidades que ele cometeu mais tarde. E...A partir disso...Parece que Dumbledore deu a idéia para ele. Eles dizem que 'Pelo Bem
Maior' estava inclusive gravado na entrada de Nurmengard.
O que é Nurmengard?
A prisão que Grindelwald tinha construído para prender seus oponentes.Acabou que ele mesmo foi preso ali, uma vez que Dumbledore o pegou.De qualquer jeito,
é é um pensamento horrível que as idéias de Dumbledore tenham ajudado Grindelwald a subir ao poder. Mas por outro lado, mesmo Rita não pode fingir que eles se
conheciam um ao outro há mais de alguns meses, durante um verão quando os dois eram realmente muito jovens, e
Eu achei que você iria dizer isso Harry disse. Ele não queria descontar sua raiva nela, mas era difícil manter sua voz estável.
Eu achei que você diria 'Eles eram jovens'. Eles estavam na mesma idade que nós estamos agora. E olho só para nós, arriscando nossas vidas para lutar contra
as Artes das Trevas, e lá estava ele, em um grupo, com seu novo melhor amigo tramando a sua ascensão sobre os Trouxas.
O seu temperamento não permaneceria em choque por muito tempo. Ele se levantou e foi dar uma volta, tentando se distrair.
Eu não estou tentando defender o que Dumbledore escreveu disse Hermione.
Todo aquele lixo de 'direito sobre a regra' é 'Magia é Poder', tudo de novo. Mas Harry, a mãe dele tinha acabado de morre, ele estava preso sozinho em casa

Sozinho? Ele não estava sozinho! Ele tinha o seu irmão e a sua irmã para companhia, a sua irmã abortada que ele mantinha trancada
Eu não acredito nisso disse Hermione.Ela se levantou também. Seja lá o que havia de errado com aquela garota, eu não acho que ela era um Aborto. O Dumbledore
que agente conhecia nunca, já mais permitiria

O Dumbledore que nós achávamos que conhecíamos não iria querer conquistar Trouxas força! Harry gritou, sua voz ecoou por toda a vazia encosta, e vários
corvos subiram ao ar, gritando e espiralando contra o céu perolado.
Ele mudou, Harry, ele mudou! É tudo muito simples! Talvez ele realmente acreditava naquelas coisas quando ele tinha dezessete anos, mas por todo o resto
de sua vida ele se dedicou a lutar contra as Artes das Trevas! Dumbledore foi quem parou Grindelwald, foi quem sempre votou para a proteção dos Trouxas e para os
direitos dos nascidos Trouxas, quem lutou contra VocêSabeQuem desde o começo, e quem morreu tentando acabar com ele!
O livro de Rita caiu no chão entre eles, de um modo que a face de Alvo Dumbledore sorria tristemente para ambos.
Harry, sinto muito, mas eu acho que a verdadeira razão para você estar tão bravo é que Dumbledore nunca lhe contou nada disso, nada dele mesmo.
Talvez eu esteja! Harry berrou, e ele levou suas mãos até a cabeça, quase não sabendo se estava tentando conter sua raiva ou protegêlo do peso de sua
desilusão Olhe o que ele pediu pra mim, Hermione! Arrisque sua vida, Harry! E de novo! E de novo! E não espere que eu te explique tudo, apenas confie em mim cegamente,
confie que eu sei o que eu estou fazendo, confie mim mesmo que eu não confie em você! Nunca toda a verdade! Nunca!
Sua voz falhou com a tensão, e eles olhavam um para o outro dentro do vazio, e Harry se sentiu como se eles fossem insignificantes como insetos sob esse
largo céu.
Ele te amava Hermione sussurrou Eu sei que ele te amava.
Harry abaixou seus braços.
Eu não sei quem ele amava, Hermione, mas não nunca deve ter sido eu. Isto não é amor, a bagunça em que ele me deixou dentro. Ele dividiu uma maldita visão
a mais do que ele realmente estava pensando com Gellert Grindelwald que ele nunca dividiu comigo.
Harry pegou a varinha de Hermione, a qual ele tinha derrubado na neve, e se sentou de costas na entrada da tenda.
Obrigado pelo chá. Eu irei terminar de vigiar. Você volte para dentro.
Ela hesitou, mas reconheceu a derrota. Ela pegou o livro e então andou de volta para tenda, mas como havia feito, ela acariciou o topo da cabeça dele ligeiramente
com sua mão. Ele fechou os olhos com o seu toque, e se odiou por desejar que o que ela disse fosse verdade: que Dumbledore realmente se importava.


CAPÍTULO DEZENOVE
A Corça Prateada


Estava chovendo na hora em que a Hermione olhou o relógio de pulso meianoite. Os sonhos do Harry eram confusos e perturbadores: Nagini passeava por eles, primeiro
através de uma guirlanda de Natal de rosas. Ele acordou repetidamente, em pânico, convencido de que alguém o gritara distância, imaginando que o vento chicoteando
a barraca fossem passos ou vozes.
Finalmente, ele acordou na escuridão e juntouse a Hermione, que estava encolhida na entrada da barraca lendo A História da Magia iluminada por sua varinha. A neve
caía densamente e ela recebeu a sugestão dele de fazer as malas cedo e seguir em frente com alívio.
Vamos para algum lugar mais abrigado, ela concordou, tremendo enquanto vestia uma blusa por cima de seu pijama. Eu não paro de pensar que ouço pessoas andando
lá fora. Eu até pensei ter visto alguém uma ou duas vezes.
Harry parou o ato de vestir sua blusa e olhou para o silencioso e imóvel bisbilhoscópio na mesa.
Tenho certeza de que imaginei isso, disse Hermione, aparentando estar nervosa. A neve e a escuridão pregam peças aos nossos olhos Mas talvez nós devêssemos
Disaparatar debaixo da Capa da Invisibilidade, só para garantir.
Meia hora depois, com a barraca empacotada, Harry usando o Horcrux, e Hermione segurando a mochila enfeitada, eles Disaparataram. A rijeza usual os tragou; os pés
de Harry se separaram do chão cheio de neve, depois caíram com um baque no que parecia ser um chão de terra congelada coberto de folhas.
Onde estamos? ele perguntou, examinando o recente grande número de árvores enquanto Hermione abria a mochila enfeitada e começava a retirar as varetas da barraca.
A Floresta de Dean, ela disse, eu vim acampar aqui uma vez com a minha mãe e com o meu pai.
Aqui também havia neve nas árvores em volta e estava amargamente frio, mas eles estavam ao menos protegidos do vento. Eles passaram a maior parte do dia dentro da
barraca, encolhidos para se aquecerem nas úteis chamas azulclaro que Hermione era perita em produzir as quais podiam ser presas e carregadas num jarro. Harry sentiase
como se estivesse recuperandose de uma breve, porém severa doença, uma impressão reforçada pela preocupação de Hermione. Naquela tarde, flocos gelados caíam sobre
eles, por isso que até a clareira de abrigo deles possuía uma pequena quantidade de neve.
Após duas noites de pouquíssimo sono, os sentidos de Harry pareciam mais alertas do que o normal. A fuga deles de Godric's Hollow foi tão por pouco, que Voldemort
parecia mais perto que antes, mais ameaçador. Com a chegada novamente da escuridão, Harry recusou a oferta de Hermione para a guarda e mandoua dormir.
Harry colocou um velho travesseiro na porta de entrada da barraca e se sentou, usando todas as blusas que ele possuía, mas mesmo assim tremendo. A escuridão se aprofundou
com o passar das horas até ficar virtualmente impenetrável. Ele estava pensando em pegar o Mapa do Maroto, para olhar o pontinho da Gina por um tempo, antes de lembrar
que já era os feriados de Natal e que ela já devia estar de volta Toca.
Cada mínimo movimento parecia ampliado na vastidão da floresta. Harry sabia que ela deveria estar cheia de criaturas vivas, mas ele desejava que elas todas continuassem
em silêncio e sossegadas para que ele separasse os inocentes passeios e correrias de barulhos que poderiam indicar outros movimentos sinistros. Ele se lembrou do
som de uma capa sobre as folhas mortas há muitos anos e, ao mesmo tempo, ele pensou têlo ouvido outra vez antes de tremer. Os feitiços protetores deles haviam funcionado
por semanas; por que eles não iriam funcionar agora? Mas, mesmo assim, ele não conseguia se livrar do sentimento de que aquela noite era diferente.
Várias vezes ele acordava assustado, com o pescoço doendo porque havia pegado no sono, encostado num ângulo esquisito ao lado da barraca. A noite alcançou tamanha
profundeza de negrume aveludado que talvez ele estivesse suspenso naquele limbo entre Aparatação e Disaparatação. Ele havia acabado de erguer a mão na frente de
seu rosto para ver se ele conseguia enxergar seus dedos quando aconteceu.
Uma luz branca e clara apareceu bem frente dele, se movendo por entre as árvores. Qualquer que fosse a fonte, ela se movia sem sons. A luz parecia simplesmente vir
em direção a ele.
Ele ficou de pé num salto, sua voz congelou em sua garganta e ele ergueu a varinha da Hermione. Ele cerrou os olhos quando a luz ficou cegante, as árvores na frente
dela aparentavam uma silhueta preta e, ainda assim, a coisa chegava mais perto
Daí a fonte da luz saiu por detrás de um velho carvalho. Era uma corça brancoprateada, da cor da lua e ofuscante, fazendo seu caminho por sobre o chão, ainda sem
emitir som, e sem deixar pegadas de seus cascos na fina camada de neve. Ela caminhou em direção a ele, com sua bela cabeça e seus olhos largos de cílios grandes
erguidos.
Harry fitou a criatura, completamente maravilhado, não pela estranheza dela, mas pela inexplicável familiaridade. Ele se sentia como se esperasse ela vir, mas que
ele havia esquecido, até este momento, que eles haviam combinado de se encontrar. Seu impulso de gritar pela Hermione, que havia sido tão forte um instante atrás,
tinha desaparecido. Ele sabia, colocaria sua vida em jogo por isso, que ela havia vindo por ele, e só por ele.
Eles se olharam por vários momentos e depois ela se virou e foi embora.
Não, ele disse, sua voz estava rouca devido falta de uso. Volte!
Ela continuou a andar deliberadamente em direção s árvores, e logo seu brilho estava listrado pelos grossos e pretos troncos de árvores. Por um trêmulo segundo,
ele hesitou. A precaução lhe murmurou que isso poderia ser um truque, uma isca, uma armadilha. Mas o instinto, um instinto opressivo, lhe disse que isso não era
Arte das Trevas. Ele disparou em busca dela.
A neve se triturava ruidosamente debaixo de seus pés, mas a corça não fez barulho enquanto passava por entre as árvores, pois ela era muito leve. Ela o conduziu
cada vez mais adentro da floresta, e Harry andava rapidamente, certo de que quando ela parasse, ela o permitiria que se aproximasse mais. E depois ela falaria e
a voz lhe diria o que ele precisava saber.
Finalmente, ela fez uma parada. Ela virou sua bela cabeça para ele mais uma vez, e ele disparou numa corrida, com uma pergunta queimando dentro dele, mas quando
ele abriu seus lábios para perguntar, ela desapareceu.
Apesar da escuridão a engolir por completo, sua imagem brilhante ainda estava impressa nas retinas dele; isso escureceu a visão dele, brilhando enquanto ele abaixa
as suas pálpebras, desorientandoo. Agora veio o medo: a presença dela significara segurança.
Lumos! ele sussurrou, e a ponta da varinha se acendeu.
Os vestígios da corça iam desaparecendo a cada piscar de olhos enquanto ele ficava ali, ouvindo os sons da floresta, distantes quebrares de galhos, suaves assobios
de neve. Será que ele estava prestes a ser atacado? Será que ela havia o atraído para uma emboscada? Será que ele estava imaginando alguém que estava além do alcance
da luz de sua varinha, observandoo?
Ele ergueu mais varinha. Ninguém o atacou, nenhuma luz verde saiu de repente por detrás de alguma árvore. Por que, então, ela o havia trazido até este lugar?
Algo cintilou na luz da varinha, Harry se virou, mas tudo que havia era uma poça pequena e congelada, com sua superfície negra e quebrada irradiando enquanto ele
erguia sua varinha para examinálo.
Ele seguiu em frente bem conscientemente e olhou para baixo. O gelo refletiu sua sombra distorcida e o clarão da luz da varinha, mas debaixo da carapaça grossa,
cinza e sombria outra coisa brilhou. Uma grande cruz de prata
Seu coração veio parar na boca: ele caiu de joelhos s margens da poça e deixou a varinha em um ângulo como se fosse inundar o fundo da poça com o máximo de luz
possível. Um lampejo vermelho profundo era uma espada de rubis cintilantes no seu cabo a espada de Griffindor estava no fundo da poça da floresta.
Quase sem conseguir respirar, ele fitoua. Como isso era possível? Como ela veio parar numa poça na floresta, tão perto do lugar em que eles estavam acampando? Será
que alguma magia desconhecida havia atraído Hermione para esse lugar, ou será que a corça era, o que ele pensara ser um Patrono, algum tipo de guardiã da poça? Ou
será que a espada foi posta depois que eles chegaram, precisamente porque eles estavam ali? Em quaisquer das situações, onde estava a pessoa que queria passála
ao Harry? Mais uma vez, ele apontou a varinha para as árvores e arbustos, buscando por um contorno humano, por um reflexo no olho, mas ele não conseguiu ver ninguém
lá. Ainda assim, um pouco mais de medo fermentou sua alegria enquanto ele voltava sua atenção para a espada que repousava no fundo da poça congelada.
Ele apontou a varinha para o formato prateado e murmurou, Accio Espada.
Ela não se moveu. Ele não esperava que isso acontecesse. Se fosse tão fácil assim a espada estaria no chão para ele a pegar, não no fundo de uma poça congelada.
Ele começou a dar voltas na poça, pensando atentamente na última vez que a espada havia aparecido para ele por conta própria. Ele estava correndo grande perigo naquela
vez e havia pedido ajuda.
Socorro, ele murmurou, mas a espada continuou no fundo da poça, indiferente, imóvel.
O que, Harry se perguntou (andando novamente), o Dumbledore tinha lhe dito a última vez que ele tinha recuperado a espada? Somente alguém verdadeiramente de Grifinória
poderia ter a tirado do chapéu. E quais eram as qualidades que definiam alguém ser da Grifinória. Uma pequena voz dentro da cabeça de Harry respondeu: ousadia, sanguefrio
e nobreza destacam os alunos da Grifinória dos demais.
Harry parou de andar e soltou um longo suspiro, seu hálito esfumaçado dispersando rapidamente no ar congelado. Ele sabia o que tinha que fazer. Se ele fosse honesto
consigo mesmo, ele sabia que iria dar nisso desde o momento em que viu a espada no gelo.
Ele observou as árvores que o cercava novamente, mas estava convencido agora de quem ninguém o iria atacar. Eles tiveram suas chances enquanto ele caminhava sozinho
pela floresta, tiveram inúmeras oportunidades enquanto ele examinava a poça. O único motivo de demorar tanto assim era porque a perspectiva imediata era extremamente
desencorajadora.
Com dedos desajeitados, Harry começou a tirar suas muitas camadas de roupas. O que nobreza tem a ver com isso, ele pensou pesarosamente, ela não tinha total certeza,
a não ser que fosse nobre ele não chamar a Hermione para fazer no lugar dele.
Uma coruja piou em algum lugar enquanto ele se despia, e ele pensou com uma pontada em Edwiges. Agora ele estava tremendo, seus dentes batendo horrivelmente, mas,
mesmo assim, ele continuou a se despir até finalmente estar apenas de cueca e pés descalços na neve. Ele colocou a bolsa contendo sua varinha, a carta da sua mãe,
o pedaço do espelho de Sirius e o velho Pomo em cima das suas roupas, e depois ele apontou a varinha de Hermione para o gelo.
Diffindo.
Ele quebrou o silêncio como se fosse um projétil. A superfície da poça se quebrou e pedaços grossos de gelo escuro caíram na água. Pelo que Harry pôde perceber,
não era funda, mas para pegar a espada ele teria que submergir completamente.
Contemplar a obrigação não ia fazer dela mais fácil nem da água mais quente. Ele pisou na margem da poça e colocou a varinha de Hermione no chão, ainda acesa. E
tentando não imaginar o quão frio ele estava prestes a ficar ou a violência com que ele estaria tremendo em breve, ele pulou.
Cada poro do seu corpo gritou em protesto. O ar em seus pulmões parecia congelar quando ele estava submergido até os ombros na água congelante. Ele mal conseguia
respirar: tremendo tão violentamente que a água espirrava para fora da poça, ele procurou a lâmina com seu pé dormente. Ele queria mergulhar uma vez só.
Harry adiou o momento de total submersão segundo a segundo, ofegante e tremendo, até ele se convencer de que devia ser feito, juntou toda a sua coragem e mergulhou.
O frio era agonizante: atacouo feito fogo. Até seu próprio cérebro parecia ter congelado quando ele foi afundando para ao fundo da água escura e estendeu a mão,
agarrando a espada. Seus dedos se fecharam em volta do cabo; ele a puxou para cima.
Foi aí que algo se enrolou apertado em volta de seu pescoço. Ele pensou em ervas aquáticas, apesar de nada ter se prendido a ele quando ele mergulhou, e ergueu sua
mão para se livrar. Não eram ervas: a corrente da Horcrux havia apertado e estava aos poucos comprimindo sua traquéiaartéria.
Harry esperneava de um modo selvagem, tentando subir tona, mas ele mal conseguiu chegar até o lado rochoso da poça. Debatendose, sufocando, ele lutou contra a
corrente estrangulante, seus dedos congelados não conseguiam soltála, e agora pequenas luzes começavam a aparecer na sua cabeça, e ele iria se afogar, não havia
outra saída, nada que ele pudesse fazer, e os braços que se fecharam ao redor do seu peito eram com certeza da Morte
Asfixiandose e quase vomitando, ensopado e com um frio que ele nunca sentiu na vida, ele ficou de cara na neve. Em algum lugar, ali por perto, outra pessoa estava
ofegante e tossindo e cambaleando, Hermione havia chegado de novo, assim como ela chegou quando a cobra o atacou...todavia, não soava como ela, não com aquelas tosses
intensas, sem falar no peso dos passos.
Harry não tinha forças para erguer a cabeça e ver a identidade do seu salvador. Tudo que ele conseguiu fazer foi erguer sua mão trêmula até sua garganta e sentir
o local em que o medalhão havia cortado seu pescoço. Ele havia sumido. Alguém havia o cortado e o libertado. Então uma voz ofegante falou sobre a cabeça dele.
Você é retardado?
Nada além do choque de ouvir aquela voz poderia ter dado a Harry a força para se levantar. Tremendo violentamente, ele cambaleou até ficar em pé. Ali na frente dele
estava Rony, totalmente vestido, mas encharcado dos pés cabeça, o cabelo pregado ao rosto, a espada de Griffindor em uma mão e o Horcrux pendurado na corrente
quebrada na outra.
Por que diabos ofegou Rony, segurando o Horcrux, que balançava para frente e para trás na sua corrente diminuída num tipo de paródia de hipnose, você não tirou
essa coisa antes de mergulhar?
Harry não conseguiu responder. A corça de prata não era nada, nada comparada ao reaparecimento de Rony; ele não acreditava. Tremendo de frio, ele pegou a pilha de
roupas ainda s margens da poça e começou a colocálas. Enquanto ele punha uma blusa atrás da outra, Harry encarava Rony, meio que esperando que ele desaparecesse
toda vez que ele o perdia de vista, mas mesmo assim era real: ele tinha acabado de mergulhar na poça, ele tinha salvo a vida de Harry.
Foi vvocê? disse Harry finalmente, os dentes batendo, sua voz mais fraca do que nunca devido ao quase estrangulamento.
Bem, foi, disse Rony, parecendo ligeiramente confuso.
Vvocê conjurou aquela corça?
O quê? Não, é claro que não! Achei que foi você que o conjurou!
O meu patrono é um veado adulto.
Ah, é. Achei que estava diferente mesmo. Não tinha chifres.
Harry colocou o travesseiro de Hagrid de volta em seu pescoço, colocou sua última blusa, curvouse para pegar a varinha da Hermione e encarou o Rony novamente.
Como você veio parar aqui?
Aparentemente Rony esperava que isso fosse acontecer depois, se fosse o caso.
Bom, eu você sabe eu voltei. Se Ele limpou a garganta. Você sabe. Se você ainda me quiser.
Houve uma pausa, na qual o assunto da partida de Rony parecesse erguer uma parede entre os dois. Porém, ele estava ali. Ele retornara. Ele havia acabado de salvar
a vida do Harry.
Rony olhou para baixo, para suas mãos. Ele parecia momentaneamente surpreso em ver as coisas que estava segurando.
Ah é, eu peguei, ele disse, praticamente desnecessariamente, erguendo para que Harry inspecionasse a espada. Foi por isso que você pulou, não é?
Foi, disse Harry. Mas eu não entendo. Como você veio parar aqui? Como nos achou?
É uma longa história, disse Rony. Estive procurando vocês há horas, essa floresta é grande, não é? E eu comecei a achar que ia ter que dormir debaixo de alguma
árvore e esperar amanhecer quando eu vi aquele cervo vindo e você o seguindo.
Você não viu mais ninguém?
Não, disse Rony. Eu
Mas ele hesitou, olhando para duas árvores que cresciam juntas há alguns metros de distância.
Tenho quase certeza de que vi alguma coisa se mover logo ali, mas eu estava correndo para a poça naquela hora, porque você mergulhou e não subia, daí eu não ia
dar uma volta e ei!
Harry já havia disparado para o local que o Rony havia indicado. Os dois carvalhos cresciam juntos, só havia o espaço de alguns centímetros entre os troncos visto
a olho nu, um lugar ideal para se ver, mas não para se ser visto. O chão ao redor das folhas, entretanto, estava livre de neve, e Harry não conseguia ver sinais
de pegadas. Ele voltou até onde Rony estava esperando, ainda segurando a pesada e o Horcrux.
Achou alguma coisa? perguntou Rony.
Não, disse Harry.
Como a espada foi parar na poça, então?
Seja lá quem conjurou o Patrono deve ter a posto lá.
Ambos olharam para a espada de prata ornada, com seu cabo de rubis cintilando o suficiente luz da varinha de Hermione.
Você acha que esta é a verdadeira? perguntou Rony.
Só tem um jeito de descobrir, não é? disse Harry.
O Horcrux ainda estava balançando na mão de Rony. O medalhão estava praticamente caindo. Harry sabia que a coisa dentro dele estava inquieta outra vez. Havia sentido
a presença da espada e havia tentado matar Harry para não deixar que ele a pegasse. Agora não era a hora de discussões longas; agora era o momento de destruir de
uma vez por todas. Harry olhou em volta, segurando a varinha de Hermione no alto, e viu o lugar: uma pedra achatada na sombra de um sicômoro.
Venha aqui. ele disse e guiou o caminho e estendeu a mão para o Horcrux. Quando Rony lhe entregou a espada, entretanto, Harry balançou sua cabeça.
Não, você devia fazer isto.
Eu? disse Rony, aparentando chocado. Por quê?
Porque você tirou a espada da poça. Acho que você deve fazer.
Ele não estava sendo gentil ou generoso. Tão certo quanto ele estava de que a corça era benigna, ele sabia que Rony era quem devia empunhar a espada. Dumbledore
havia, ao menos, ensinado ao Harry algo sobre certos tipos de magia, do poder incalculável de certos atos.
Eu vou abrir, disse Harry, e você irá golpeálo. Imediatamente, certo? Porque seja lá o que estiver aí dentro, irá lutar. O pouquinho de Riddle no Diário tentou
me matar.
Como você vai abrilo? perguntou Rony. Ele aparentava aterrorizado.
Vou pedir para que ele se abra, usando Língua de Cobra, perguntou Rony. A resposta veio tão instantaneamente em seus lábios que ele pensou já sabêla sempre
bem fundo: talvez foi necessário o seu recente encontro com a Nagini para ele perceber isso. Ele olhou para o sinuoso S, cravado pedras verdes cintilantes: era
fácil visualizar uma minúscula cobra, enrolada na pedra fria.
Não! disse Rony. Não abra! Estou falando sério!
Por que não? perguntou Harry. Vamos nos livrar dessa desgraça. Faz meses que
Eu não consigo, Harry, é sério faz você
Mas por quê?
Porque essa coisa é ruim para mim, disse Rony, se afastando do medalhão na pedra. Eu não dou conta! Não estou inventando desculpas, pelo jeito que eu era,
mas ele me afeta de uma maneira pior do que afeta você ou a Hermione, ele me fez pensar em coisas coisas que eu já estava pensando mesmo, mas ele fez tudo pior.
Não dá para explicar, depois que o tirei e minha cabeça voltou ao lugar outra vez, depois eu tive que colocar essa desgraça de volta eu não consigo, Harry!
Ele havia recuado, a espada puxuandoo para o lado, balançando a cabeça.
Você consegue, disse Harry, você consegue! Você acabou de pegar a espada, eu sei que você é quem deve usála. Por favor, livrese disto, Rony.
O som de seu nome pareceu agir como um estimulante. Rony engoliu em seco, depois ainda respirando com dificuldades através do seu longo nariz, voltouse para a pedra.
Me fala quando estiver pronto, ele falou com a voz áspera.
No três, disse Harry, olhando para trás para o medalhão e cerrando seus olhos, concentrandose na letras S, imaginando uma serpente, enquanto o conteúdo do medalhão
chacoalhava como uma barata encurralada. Iria ser fácil compadecerse dele, a não ser pelo corte no pescoço do Harry que ainda queimava.
Um dois três abra.
A última palavra soou como um assobio áspero e as portas dourados do medalhão se abriram com um pequeno estalido.
Por detrás das duas janelas de vidro, de dentro piscou um olho vivo, escuro e belo como os olhos de Tom Riddle eram antes de se tornarem vermelhos e com pupilas
verticais.
Crave a espada, disse Harry, segurando o medalhão firme na rocha.
Rony ergueu a espada com suas mãos trêmulas: a mira balançava freneticamente sobre os olhos giratórios, e Harry agarrou o medalhão veementemente, apertando forte,
já imaginando o sangue escorrendo nas janelas vazias.
Daí uma voz assobiou de dentro do Horcrux.
Eu vi o seu coração e ele é me.
Não dê ouvidos a ele, disse Harry rudemente. Apunhaleo!
Eu vi os seus sonhos, Ronald Weasley, e eu vi os seus medos. Todos os seus desejos são possíveis, mas tudo que você tanto teme também é possível
Apunhaleo! gritou Harry, sua voz ecoou além das árvores ao redor, a ponta da espada tremeu e Rony olhou fixamente para os olhos de Riddle.
O menos amado, sempre, por uma mãe que ansiava por uma filha O menos amado, agora, pela garota que prefere seu amigo O segundo melhor, sempre, eternamente ofuscado
Rony, apunhaleo já! Harry berrou: ele podia sentir o medalhão estremecer em sua mão e estava com medo do que estava por vir. Rony ergueu a espada ainda mais
alto, e ao fazer isso, os olhos de Riddle brilharam vermelhos.
Do lado de fora das duas janelas do medalhão, fora dos olhos, ali aparecia, como duas bolhas grotescas, as cabeças de Harry e Hermione, estranhamente distorcidas.
Rony gritou em choque e recuou enquanto as figuras floresciam para fora do medalhão, primeiro o peitoral, depois a cintura, depois as pernas, até eles ficarem na
frente do medalhão, lado ao lado como árvores de raízes comuns, balançando na direção do Rony e do Harry verdadeiro, que havia tirado seus dedos do medalhão quando
ele começou a queimar e a ficar branco intenso.
Rony! ele gritou, mas o RiddleHarry estava agora falando com a voz de Voldemort e Rony estava fitandoo, fascinado, seu rosto.
Por que voltou? Estávamos melhores sem você, mais felizes sem você, radiantes com a sua ausência Nós rimos da sua estupidez, da sua covardia, da sua presunção

Presunção! ecoou o RiddleHermione, que era mais bonita e ainda mais terrível do que a verdadeira Hermione: ela balançava, gargalhando, na frente do Rony, que
parecia aterrorizado e, ainda, paralisado, segurando a espada sem mirar ao seu lado. Quem olharia para você, quem alguma vez olharia para você além do Harry Potter?
O que você já fez, comparado ao Escolhido? O que você é, comparado ao GarotoQueSobreviveu?
Rony, golpeio, GOLPEIO! Harry berrou, mas Rony não se moveu. Seus olhos estavam arregalados, e o RiddleHarry e o RiddleHermione estavam refletidos neles,
seus cabelos caindo como fogo, seus olhos brilhavam vermelhos, suas vozes geravam um dueto maligno.
Sua mãe confessou, zombou RiddleHarry, enquanto RiddleHermione ria dissimuladamente, que preferia a mim como filho, que ficaria feliz em fazer uma troca
Quem não iria preferir ele, que mulher iria aceitálo, você não é nada, nada, nada compara a ele, sussurrou RiddleHermione, e ela se esticou como uma cobra
e se entrelaçou no RiddleHarry, envolvendoo num abraço apertado: os lábios deles se encontraram.
No chão em frente deles, o rosto de Rony estava cheio de agonia, ele ergueu a espada bem alto, com os braços tremendo.
Faça, Rony, gritou Harry.
Rony olhou para a direção dele e Harry pensou ter visto um traço vermelho em seus olhos.
Rony ?
As espada flamejou e cravouse : Harry se jogou do caminho, houve um tinido de metal e um longo grito. Harry girou, escorregando na neve, com a varinha pronta para
se defender, mas não havia mais nada para lutar.
As monstruosas versões dele e da Hermione desapareceram: só havia Rony, ali parado segurando a espada de maneira frouxa em suas mãos, olhando para baixo, para os
restos despedaçados do medalhão na rocha achatada.
Devagar, Harry caminhou em direção a ele, sem saber o que dizer ou o que fazer. Rony estava respirando pesadamente: seus olhos não estavam mais vermelhos, estavam
seu azul normal: estavam também molhados.
Harry se inclinou para frente, fingindo que não vira, e apanhou o Horcrux quebrado. Rony havia furado o vidro das duas janelas: os olhos do Riddle haviam desaparecido
e a seda manchada que saía do medalhão era apenas fumaça. A coisa que vivia no Horcrux havia desaparecido; torturar o Rony tinha sido seu último ato. A espada cravou
no chão quando Rony a derrubou. Ele havia se afundado em seus joelhos, com a cabeça em seus braços. Ele estava tremendo, mas não, Harry percebeu, de frio. Harry
enfiou o medalhão quebrado dentro do seu bolso, ajoelhou ao lado de Rony e colocou sua mão cautelosamente no ombro dele. Ele achou que foi um bom sinal Rony não
tentar tirála.
Depois que você foi embora, ele disse numa voz baixa, grato pelo fato do rosto de Rony estar escondido, ela chorou por uma semana. Provavelmente até mais,
mas ela não queria que eu a visse. Houve um monte de noites em que nem nos falávamos. Sem você
Ele não conseguiu terminar; foi só agora que Rony estava ali novamente que Harry percebeu realmente o quanto a ausência dele havia lhe custado.
Ela é como minha irmã, ele prosseguiu. Eu a amo como a uma irmã e eu acho que ela sente a mesma coisa por mim. Foi sempre assim. Eu pensei que você soubesse.
Rony não respondeu, mas virou o rosto da direção de Harry e enxugou seu nariz ruidosamente na manga da sua camisa. Harry levantouse outra vez e caminhou até onde
a enorme mochila do Rony estava há alguns metros, que foi descartada quando Rony saiu correndo em direção poça para salvar o Harry do afogamento. Ele a colocou
nas suas próprias costas e voltou caminhando até o Rony, ficou de pé com as ajudas das mãos quando Harry aproximou, seus olhos avermelhados por outro lado serenos.
Me desculpa, ele disse numa voz cheia. Me desculpa por ir embora. Eu sabia que eu era um um
Ele olhou em volta para a escuridão, como se esperando que uma palavra ruim o suficiente fosse cair sobre ele e declarar o fato.
Você meio que compensou tudo esta noite, disse Harry. Pegando a espada. Destruindo o Horcrux. Salvando a minha vida.
Isso me faz parecer mais legal do que eu fui, Rony resmungou.
Essas coisas sempre parecem mais legais do que parecem, disse Harry. Estou tentando te falar isso há anos.
Simultaneamente, eles se precipitaram e se abraçaram, Harry agarrando a ainda molhada jaqueta do Rony.
E agora, disse Harry quando eles se soltaram, só precisamos achar aquela barraca de novo.
Mas não foi difícil. Apesar da caminhada pela floresta escura com a corça ter parecido extensa, com o Rony ao seu lado, a viagem de volta parecia ter se tornado
surpreendentemente curta. Harry mal podia esperar para acordar a Hermione e foi com uma ansiedade acelerada que ele entrou na tenda, com Rony um pouco atrás dele.
Ali estava gloriosamente quente depois da poça e da floresta, a única iluminação eram as chamas azuladas bruxuleando numa tigela no chão. Hermione estava dormindo,
encolhida debaixo dos seus cobertores e não se moveu até Harry dizer seu nome várias vezes.

Hermione!
Ela se mexeu e sentou direito rapidamente, tirando o cabelo da sua cara.
O que foi? Harry? Você está bem?
Estou bem, está tudo bem. Mais do que bem, estou ótimo. Tem uma pessoa aqui.
Como assim? Quem ?
Ela viu o Rony, que estava ali segurando a espada e pingando no surrado tapete. Harry foi para um canto escurecido, tirou a mochila do Rony e tentou se misturar
com a lona.
Hermione deslizou para fora da sua cama e foi como uma sonâmbula na direção de Rony, com os olhos sobre o rosto pálido dele. Ela parou bem em frente dele, com os
lábios ligeiramente separados, com os olhos arregalados. Rony deu um sorriso fraco, porém esperançoso e meio que ergue seu braço.
Hermione se projetou para frente e começou a bater em cada centímetro dele que ela alcançava.
Ai ow me larga! Mas que ? Hermione AI!
Ronald Weasley seu desgraçado!
Ela pontuava cada palavra com uma porrada: Rony recuou, protegendo sua cabeça enquanto Hermione avançava.
Você aparece aqui depois de semanas e semanas ah, cadê a minha varinha?
Ela parecia que estava pronta para lutar para retirála da mão de Harry e ele reagiu instintivamente.
Protego!
Um escudo invisível apareceu entre Rony e Hermione. A força dele jogouos de costas no chão. Cuspindo cabelo de sua boca, ela levantou num salto outra vez.
Hermione! disse Harry. Calma
Eu não vou me acalmar! ela gritou. Ele nunca tinha visto ela perder o controle desse jeito; ela parecia bastante insana. Devolva a minha varinha! Devolva a
minha varinha!
Hermione, por favor, dá para você?
Não me diga o que fazer, Harry Potter! ela gritou alto. Não se atreva! Devolvaa agora! E VOCÊ!
Ela estava apontando para Rony em acusação: era como se fosse uma maldição e Harry não podia culpar o Rony em dar alguns passos para trás.
Eu saí correndo atrás de você! Eu te chamei! Eu implorei para você voltar!
Eu sei, disse Rony, Me desculpa, Hermione, sinto muito
Ah, me desculpa!
Ela riu numa voz aguda e fora de controle; Rony olhou para Harry num pedido de ajuda, mas Harry mal fez uma careta expressando que não havia solução para ele.
Você voltou depois de semanas semanas e você acha que vai ficar tudo bem só porque você pediu desculpas?
Bom, o que mais eu posso dizer? Rony gritou, e Harry estava feliz que ele estava brigando também.
xxx
Ah, sei lá! berrou Hermione com um terrível sarcasmo. Use seu cérebro, Rony, só vai demorar alguns segundos
Hermione, interpôsse Harry, que considerou este um golpe baixo, ele acabou de salvar a minha
Não quero saber! gritou Hermione. Não quero saber o que ele fez! Semanas e semanas, nós poderíamos estar todos mortos pelo que ele saiba
Eu sabia que vocês não estavam mortos! berrou Rony, sufocando a voz dela pela primeira vez, e chegando o mais perto que podia do Feitiço de Escudo entre eles.
O Harry vive no Profeta, vivia no rádio, estão procurando vocês em todos os lugares, todos esses rumores e histórias malucas, eu sabia que ia ficar sabendo na
hora se vocês morressem, você não sabe como tem sido
Como tem sido para você?
Sua voz não estava tão agudo somente morcegos a conseguiriam ouvila em breve, mas ela chegou a um nível de indignação que a deixou temporariamente sem fala, e Rony
aproveitou sua oportunidade.
Eu queria voltar no minuto em que Disaparatei, mas eu cruzei com um bando de Raptores*, Hermione, e não consegui ir para lugar nenhum!
Um bando de quê? perguntou Harry, enquanto Hermione se jogava em uma cadeira com os braços e pernas cruzadas tão apertados que parecia improvável que ela fosse
separálos por vários anos.
Raptores, disse Rony, eles estão por toda parte bandos que tentam ganhar ouro pegando nascidosTrouxas e traidores do sangue, o Ministério está oferecendo
uma recompensa para todos que forem capturados. Eu estava sozinho e aparento estar na idade de escola; eles ficaram super felizes, pensaram que eu fosse um nascidoTrouxa
escondido. Eu tive que pensar rápido para não ser arrastado até o Ministério.
O que você disse a eles?
Disse que eu era o Lalau Shunpike. Primeira pessoa em que pensei.
E eles acreditaram nisso?
Não era muito inteligentes. Um deles era até definitivamente meio trasgo, o cheiro dele
Rony olhou para Hermione, claramente esperançoso de que ela fosse suavizar com essa pequena quantidade de humor, mas a expressão dela continuava dura sobre seus
membros intricados.
Enfim, eles tiveram uma discussão sobre eu ser Lalau ou não. Foi um pouco patético para ser sincero, mas havia cinco deles e só eu, e eles tomaram a minha varinha.
Depois dois deles começaram a brigar e enquanto os outros estavam distraídos eu consegui bater no estômago do que estava me segurando, peguei a varinha dele, Desarmei
o sujeito que estava segurando a minha, e Disaparatei. Eu não mandei muito bem. Eu me estrunchei outra vez.
Rony ergueu sua mão direita para mostrar duas unhas que faltavam: Hermione ergue suas sobrancelhas com indiferença e eu fui para há quilômetros de onde vocês
estavam. Quando eu voltei para aquele pedaço de barranco onde estávamos vocês tinham sumido.

Minha nossa, que história mais fascinante, Hermione disse numa voz imponente que havia adotado com intenção de ofender. Você deve ter ficado morrendo de medo.
Enquanto isso, nós fomos a Godric's Hollow e, deixeme ver, o que aconteceu lá mesmo, Harry? Ah,é, a cobra de VocêSabeQuem apareceu, ela quase matou nós dois,
e depois o próprio VocêSabeQuem chegou e quase nos pegou, foi por um triz.
O quê? disse Rony, olhando com espanto dela para Harry, mas Hermione o ignorou.
Imagina perder duas unhas, Harry! Isso realmente superar as nossas situações, não é?
Hermione, disse Harry baixo, o Rony acabou de salvar a minha vida.
Ela parecia não têlo ouvido.
Mas eu queria saber uma coisa, ela disse, fixando os olhos num lugar um pouco acima da cabeça de Rony. Como foi que você nos achou hoje? Isso é importante.
Assim que soubermos, conseguiremos nos certificar de que não seremos visitados por alguém que não queremos ver.
Rony olhou fixamente para ela, depois tirou um objeto pequeno de prata de dentro do bolso da sua calça jeans.
O Apagueiro? ela perguntou, tão surpresa que ela esqueceu aparentar frieza e raiva.
Ele não liga e desliga as luzes apenas, disse Rony. Não sei como ele funciona ou por que, isso aconteceu naquela hora e não aconteceu nenhuma outra vez, porque
estava querendo voltar desde que fui embora. Mas eu estava ouvindo o rádio bem cedo na manhã de Natal e eu ouvi eu ouvi você.
Ele estava olhando para Hermione.
Você me ouviu no rádio ela disse incrédula.
Não, eu ouvi você do meu bolso. Sua voz, ele levantou o Apagueiro outra vez, saiu disso aqui.
E o que eu disse exatamente? perguntou Hermione, seu tom de voz estava entre o ceticismo e a curiosidade.
Meu nome. 'Rony.' E você disse algo sobre uma varinha
Hermione ficou num tom de escarlate ígneo. Harry se lembrou: foi a primeira vez que o nome do Rony tinha sido dito em voz alta por algum deles desde que ele partiu;
Hermione havia mencionado enquanto falavam de consertar a varinha do Harry.
Daí eu tirei ele, Rony continuou, olhando para o Apagueiro, e ele não parecia diferente nem nada, mas eu tinha certeza de que tinha ouvido você. Daí eu o apertei.
E a luz do meu quarto se apagou, mas uma outra luz apareceu bem do lado de fora da janela.
Rony ergueu sua mão e apontou bem para a frente dele, seus olhos estavam focados em algo que nem o Harry nem a Hermione conseguiam ver.
Era uma bola de luz, meio pulsante, e azulada, tipo aquela luz de Chave de Portal, sabe?
Sei, disse Harry e Hermione juntos automaticamente.
Eu sabia que era a hora, disse Rony. Eu peguei minhas coisas e pus dentro da mochila, daí eu a coloquei e saí para o jardim.
A pequena bola de luz estava pairando ali, esperando por mim, e quando eu saí ela se agitou um pouco e eu a segui escondido e depois ela bem, ela entrou dentro
de mim.
Como é? disse Harry, certo de que não havia ouvido direito.
Ela meio que flutuou em minha direção, disse Rony, ilustrando o movimento com seu dedo indicador livre, até o meu peito, e daí passou por ele direto. Foi
bem aqui, ele tocou um ponto perto do seu coração, eu podia sentila, estava quente. E depois que ela estava dentro de mim, eu sabia o que eu devia fazer. Eu
sabia que ela me levaria para o lugar que eu precisava ir. Daí eu Disaparatei e vim parar do lado de uma colina. Havia neve por toda parte
Nós estávamos lá, disse Harry. Nós passamos duas noites lá, e na segunda noite eu fiquei achando que estava ouvindo alguém se movendo pelo escuro e chamando
por alguma pessoa!
É, bem, devia ser eu, disse Rony. Seus feitiços protetores funcionam afinal, porque eu não conseguia te ver nem te ouvir. Porém, eu sabia que você estava por
perto, daí eu entrei no meu saco de dormir e esperei algum de vocês aparecerem. Eu achei que vocês iam aparecer enquanto guardavam a barraca.
Na verdade, não, disse Hermione. Nós temos Disaparatado debaixo da Capa da Invisibilidade como um cuidado extra. E nós saímos bem cedo, porque como o Harry
disse, nós ouvimos alguém cambaleando por ali.
Bom, eu fiquei naquela colina o dia todo, disse Rony. Fiquei esperando que vocês aparecessem. Mas quando começou a ficar escuro eu sabia que devia ter perdido
vocês, daí eu apertei o Apagueiro outra vez, a luz azul saiu e entrou dentro de mim, daí eu Disaparatei e vim parar aqui nesta floresta. Eu ainda não conseguia ver
vocês, daí eu só podia esperar que algum de vocês aparecesse finalmente e o Harry apareceu. Bem, eu vi a corça antes, obviamente.
Você viu o quê? disse Hermione rapidamente.
Eles explicaram o que tinha acontecido e como a história da corça prateada e a espada no fundo da poça se desenrolou, Hermione franzia a sobrancelha para os dois,
concentrandose tanto que ela esqueceu de manter seus membros cruzados.
Mas deve ter sido um Patrono! ela disse. Vocês não viram quem o conjurou? Vocês não viram ninguém? E ela guiou vocês até a espada! Não acredito nisso! O que
aconteceu depois?
Rony explicou como ele havia observado o Harry pular na poça e como ele tinha esperado o Harry voltar tona; como ele tinha percebido que algo havia dado errado,
mergulhado e salvado o Harry, e depois voltou para pegar a espada. Como havia sido a abertura do medalhão, a hesitação dele e a intervenção de Harry.
e Rony o golpeou com a espada.
E e foi assim? Simples desse jeito? ela sussurrou.
Bem, a coisa a coisa gritou, disse Harry, olhando de canto para Rony. Toma.
Ele jogou o medalhão no colo dela, cuidadosamente ela o pegou e examinou suas janelas perfuradas.
Ao decidir que era seguro fazer isso, Harry removeu o Feitiço do Escudo com um aceno da varinha de Hermione e se voltou para o Rony.
Você disse que se livrou dos Raptores com uma varinha extra?
O quê? disse Rony, que estava observando Hermione examinar o medalhão. Ah ah, é.
Ele abriu com um puxão uma fivela da sua mochila e puxou uma varinha curta e escura do bolso. Pega, acho que é sempre válido ter uma reserva.
Você tinha razão, disse Harry, esticando o braço. A minha quebrou.
Está me zoando? disse Rony, mas assim que Hermione ficou de pé ele aparentou apreensivo de novo.
Hermione colocou o Horcrux derrotado dentro da mochila enfeitada, depois voltou para sua cama e sossegou sem dizer mais nada.
Rony passou a Harry a varinha nova.
Foi melhor do que você esperava, eu acho, Harry murmurou.
É, disse Rony. Poderia ter sido pior. Lembra daqueles passarinhos que ela mandou me atacar?
Ainda não descartei a possibilidade, surgiu a voz abafada de Hermione debaixo dos cobertores, mas Harry viu Rony sorrir rapidamente, enquanto ele tirava seu pijama
castanho da mochila.


Capítulo Vinte
Xenófilo Lovegood


Harry não esperava que a raiva de Hermione se abatesse durante a noite e foi sem surpresa que ela se comunicou basicamente por olhares de reprovação e momentos
de silêncio na manhã seguinte. Rony respondeu mantendo uma conduta melancólica que não era sua na presença dela, além de um aparente sinal de contínuo remorso.
De fato, quando os três estavam juntos, Harry sentiase o único que não estava de luto em funeral fracamente freqüentado. Durante esses poucos momentos que passou
sozinho com Harry, entretanto (buscando água e procurando por cogumelos na vegetação rasteira) Rony se tornou desavergonhadamente alegre.
? Alguém nos ajudou, ele continuava falando. ? Alguém mandou aquela corça. Alguém do nosso lado. Uma Horcrux menos, cara! ?
Animados pela destruição do medalhão eles debatiam as possíveis localizações das outras Horcruxes,ainda que eles já tivessem discutido o assunto tantas vezes
antes.
Harry sentiase otimista, certo que mais sucessos iriam suceder o primeiro. O mau humor de Hermione não podia frustrar seus espíritos leves; A repentina melhora
na sorte deles, o aparecimento da misteriosa corça, a recuperação da espada de Gryffindor, e acima de tudo, o retorno de Rony fizeram Harry tão feliz que era um
tanto difícil manterse sério.
No fim da tarde ele e Rony escaparam da presença sinistra de Hermione novamente e sob o pretexto de procurar na sebe por amoras, eles continuaram seu avanço
em troca de notícias. Harry tinha finalmente decidido contar a Rony a história completa dos vários passeios dele e de Hermione,seguindo para a história completa
do que aconteceu em Godric's Hollow; Rony estava agora perguntando a Harry tudo o que ele havia descoberto sobre o vasto Mundo Bruxo durante as semanas que esteve
fora.
E como você descobriu sobre o Tabu? ele perguntou a Harry depois de explicar as muitas e desesperadas tentativas dos nascidostrouxas de fugir do Ministério
?O o quê?
?Você e Hermione pararam de dizer o nome de VocêSabeQuem!
?Ah, sim. Bem, foi só um mau hábito pelo qual nós passamos. Disse Harry.
?Mas eu não tenho problema em chamálo de V
?NÃO! ? berrou Rony, fazendo Harry pular na direção da sebe e de Hermione (com o nariz enterrado num livro na entrada da barraca) olhar zangada para eles.
?Desculpa, ? disse Rony, tirando Harry dos espinhos.
?Mas o nome foi azarado, Harry, é como eles localizam as pessoas! Usar o nome dele quebra feitiços de proteção, ele causa uma espécie de distúrbio mágico
? foi assim que eles nos acharam na Estrada de Tottenham Court!
?Porque nos usamos o nome dele?
?Exatamente! Você tem que dar crédito a eles, isso faz sentido. Só pessoas que eram sérias em confrontálo, como Dumbledore, que ousavam usálo. Agora eles
colocaram um Tabu nele, qualquer um que o diga é rastreável um meio rápido e fácil de encontrar membros da Ordem! Eles quase pegaram Kingsley...
?Você está brincando!?
?É, um bando de Comensais da Morte o encurralaram, Gui disse, mas ele lutou e conseguiu escapar. Agora ele está foragido como nós.
Rony coçou o queixo pensativo com a ponta de sua varinha.
?Vocês não acham que Kingsley pode ter nos mandado aquela corça?
?O Patrono dele é uma lince, nós vimos no casamento, lembra?
?Ah é...
Eles se moveram ao longo da sebe,para longe da barraca e de Hermione.
?Harry... você não acha que poderia ter sido Dumbledore?
?Dumbledore o que?
Rony olhou um pouco embaraçado, mas disse numa voz baixa.
?Dumbledore ... a corça? Eu quero dizer.
Rony estava observando Harry pelos cantos dos olhos.
? Ele tinha a espada real,afinal,não tinha?
Harry não riu de Rony, porque ele entendeu muito bem o desejo por trás da pergunta. A idéia de que Dumbledore tinha conseguido voltar para eles, que ele
estava olhando por eles, seria inexpressivelmente reconfortante. Ele balançou a cabeça.
?Dumbledore está morto ? ele disse ? Eu vi acontecer, eu vi o corpo, ele definitivamente partiu. De qualquer maneira, o Patrono dele era uma fênix, não uma
corça.
?Patronos podem mudar,acredito, não podem? ? disse Rony ? O de Tonks mudou, não é?
?É, mas se Dumbledore estivesse vivo por que não se mostraria? Por que ele apenas não nos daria a espada?
? Não sei? disse Rony. ?Pela mesma razão que ele não a deu para você enquanto ele estava vivo? Pela mesma razão que ele deixou pra você um velho Pomo de
Ouro e pra Hermione um livro de histórias infantis?
?Qual seria? ? perguntou Harry, virando para olhar o rosto todo de Rony desesperado pela resposta.
?Eu não sei? disse Rony. ?Às vezes eu tenho pensado, quando eu estava um pouco frustrado, que ele estava rindo ou que apenas estava querendo deixar mais
difícil. Mas eu não acho que seja isso, não mais. Ele sabia o que estava fazendo quando me deu o Apagueiro, não foi? Ele bem, ? As orelhas de Rony se tornaram
vermelho claro e ele ficou profundamente interessado num tufo de grama em seu pé, que ele cutucou com seu dedão ? Ele devia saber que eu te abandonaria.
?Não, ? Harry o corrigiu ?Ele deve ter sabido que você sempre iria querer voltar.
Rony olhou agradecido, mas ainda desajeitado. Em parte para mudar de assunto, Harry disse:
?Falando no Dumbledore, você ouviu o que Skeeter escreveu sobre ele?
?Ah sim, ? disse Rony de uma vez ?As pessoas estão falando muito sobre isso. Claro, se as coisas fossem diferentes seria uma grande novidade, Dumbledore
sendo amigo de Grindelwald, mas agora é apenas algo engraçado para pessoas que não gostavam de Dumbledore, e um pouquinho um tapa na cara de todos que pensaram que
ele era um bom homem. Eu não acho que isso seja lá grande coisa. Ele era realmente jovem quando eles...
?Nossa idade? disse Harry, na hora que ele replicava Hermione algo em seu rosto pareceu ter decidido Rony a não prosseguir com o assunto.
Uma aranha grande acomodouse num teia coberta de geada nos arbustos espinhosos. Harry fez mira com a varinha que Rony tinha lhe dado na noite anterior,
a qual Hermione dignouse a examinar e decidiu que era feita de abrunheiro.
?Engorgio!
A aranha teve um pequeno arrepio, saltando levemente na teia. Harry tentou novamente. Desta vez a aranha ficou levemente maior.
?Pare com isso ? disse Rony rispidamente ? Desculpe se eu disse que Dumbledore era jovem, ok?
Harry tinha esquecido a aversão de Rony por aranhas.
?Desculpe... Reducio.
A aranha não encolheu. Harry olhou para a varinha de abrunheiro. Todo feitiço simples que ele lançou com ela até agora pareceu menos poderoso que os que
ele produziu com sua varinha de pena de fênix. A nova parecia intrusivamente estranha, como ter a mão de outra pessoa costurada no final de seu braço.
?Você só precisa praticar? disse Hermione, que se aproximou silenciosamente e ficou assistindo ansiosamente Harry tentar fazer a aranha crescer e encolher.
?É só uma questão de confiança, Harry.
Ele sabia porque ela queria que estivesse tudo bem. Ela ainda sentiase culpada por ter quebrado sua varinha. Ele reprimiu a retaliação que brotou em seus
lábios, que ela podia levar a varinha de abrunheiro se ela pensava que não havia diferença, e ele ficaria com a dela ao invés dessa. Muito interessado que eles três
voltassem a ser amigos novamente, entretanto, ele concordou, mas quando Rony deu a Hermione a tentativa de um sorriso, ela se moveu ameaçadoramente e desapareceu
atrás de seu livro novamente.
Os três voltaram para a barraca quando a escuridão caiu, e Harry ficou com o primeiro turno de vigia. Sentado na entrada ele tentou fazer com que a varinha
de abrunheiro levitasse pequenas pedras aos seus pés, mas a mágica dele ainda parecia desajeitada e menos poderosa do que tinha sido antes.
Hermione estava deitada em seu beliche lendo enquanto Rony, depois de muitas olhadelas nervosas sobre ela, pegou um pequeno rádio de madeira sem fio de sua
mochila e começou a tentar sintonizálo.
? Tem esse programa ? ele disse a Harry numa voz baixa ?que fala as notícias como elas realmente são. Todos os outros estão do lado de VocêSabeQuem e estão
seguindo a linha do Ministério mas este... espere até você ouvílo, é ótimo. Só que eles não podem fazer todas as noites, eles tem que ficar mudando de lugar no
caso de serem atacados e você precisa de uma senha para sintonizar... O problema é que perdi a última...
Rony Tocou levemente no alto do rádio com sua varinha que murmurando palavras aleatórias sob sua respiração. Rony Jogou muitas olhadelas para Hermione, temendo
claramente um ataque irritado, mas para Hermione era como se ele simplesmente não estivesse lá. Por dez minutos ou mais Rony bateu e murmurou, Hermione girou as
páginas de seu livro, e Harry continuou a praticar com a varinha de abrunheiro.

Finalmente Hermione escalou para baixo de seu beliche. Rony parou de bater instantaneamente.
? Se é irritante para você, eu pararei! ? disse para Hermione nervoso. Hermione não se dignou a responder, mas disse se aproximando de Harry:
?Nós precisamos conversar.
Olhou o livro ainda apertado em sua mão. Era A vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore.
?Que? ? disse apreensivo.Passou por sua mente que havia um capítulo sobre ele lá dentro; ele sentiu até a versão de Rita do interrogatório de seu relacionamento
com Dumbledore. A resposta de Hermione entretanto,era completamente inesperada.
?Eu quero ir ver Xenófilo Lovegood.
Ele olhou fixamente para ela.
?Hã?
?Xenófilo Lovegood, pai de Luna. Eu quero ir vêlo e falar com ele!
?Er...porquê?
Ela respirou profundamente, como se apoiasse nela mesma e disse:
? É essa marca, a marca em Beedle o Bardo. Olhe isto!
Empurrou A Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore sob os olhos indispostos de Harry e viu uma fotografia com a mensagem original que Dumbledore tinha escrito
a Grindelwald, com a letra fina de Dumbledore, inclinada como lhe era familiar. Odiou ver a prova absoluta que Dumbledore tinha escrito realmente aquelas palavras,
que não tinham sido invenção de Rita.
?A assinatura, ? disse Hermione. ?Olhe a assinatura, Harry!
Ele obedeceu. Por um momento não teve nenhuma idéia o que ela falava realmente, mas, olhando mais de perto com a ajuda da iluminação da varinha, ele viu
que Dumbledore tinha substituído o A de Alvo com uma versão minúscula da mesma marca triangular inscrita em cima de Os Contos de Beedle o Bardo.
?Er... o que vocês...? ? Rony tentou dizer, mas Hermione o reprimiu com um olhar e voltouse para Harry.
? Ela continua aparecendo, não? ? disse. ?Eu sei que Victor lhe disse que era marca de Grindelwald, mas definitivamente estava gravada naquela sepultura
velha em Godric´s Hollow e continua reaparecendo não é mesmo? E as datas nas lápides eram muito antes de Grindelwald aparecer! E agora isso! Bem nós não podemos
perguntar para Dumbledore ou Grindelwald o que significa... Eu nem ao menos sei se Grindelwald ainda está vivo... mas, nós podemos perguntar ao Sr.Lovegood. Ele
estava usando o símbolo no casamento. Eu tenho certeza que é importante Harry!
Harry não a respondeu imediatamente. Ele olhou em sua ansiosa e intensa face circundada pela escuridão pensando. Depois de uma longa pausa ele então disse:
?Hermione, nós não precisamos de outro Godric's Hollow. Nós nos convencemos a ir lá e...
?Mas continua aparecendo Harry!! Dumbledore me deixou Os Contos de Beedle, o Bardo, como você sabe que não é coincidência descobrirmos este sinal?
?Aqui vamos nós de novo. ? Harry se sentia ligeiramente exasperado. ?Nós continuamos a tentar nos convencer que Dumbledore nos deixou sinais secretos e pistas...
?O Apagador se mostrou bem útil? piou Rony ?Eu acho que a Hermione está certa, eu acho que deveríamos ir ver Lovegood.

Harry lhe lançou um olhar sombrio. Ele estava bastante seguro que com o apoio de Rony, Hermione teria pouco desejo de descobrir o significado da Runa triangular.
?Não será como Godric's Hollow? Rony adiantouse ?Lovegood está do seu lado Harry, O Pasquim desde o início continua falando para todos que têm que te ajudar.
?Eu estou segura que isso é importante? Hermione disse.
?Mas você não acha que se isso fosse, Dumbledore não teria me dito antes de morrer?
?Talvez... talvez seja algo que você precise descobrir sozinho.
Hermione disse com um ar lânguido
?É... ?Rony disse ?Isso faz sentido.
?Não, não faz? Hermione o cortou ?mas ainda acho que devemos falar com o Sr. Lovegood. Um símbolo que liga Dumbledore, Grindelwald e Godric's Hollow? Harry,
tenho certeza que devemos saber mais sobre isso!
?Eu acho que deveríamos votar isso.? disse Rony. ?Esses a favor de irem ver os Lovegood.
A mão dele voou para cima antes mesmo da de Hermione. Os lábios dela tremeram violentamente quando ela própria elevou a mão.
?Ganhamos Harry, desculpe. ? Rony disse dando tapinhas nas costas de Harry
?Ótimo.? Harry disse, meio se divertindo, meio irritado. ?Só uma coisa, uma vez que tivermos visto Lovegood, vamos tentar procurar por mais Horcruxes,não
vamos? Onde os Lovegood moram afinal? Algum de você sabe?
?Não é longe da minha casa? Rony disse ?Eu não sei exatamente aonde, mas meu pai e minha mãe sempre apontam para as colinas quando mencionam eles. Não deve
ser difícil de achar.
Quando Hermione voltou para o beliche dela, Harry sussurrou para ele:
?Você só concordou em aceitar para voltar as boas com ela.
?"No amor e na guerra,vale tudo" Rony disse brilhantemente, ?um pouco de cada. Se anime, é feriado de Natal, Luna estará em casa!
Eles tinham uma visão excelente da vila de Ottery St. Cachopole a partir da fresca colina de onde eles tinham aparatado na manhã seguinte. De seu alto ponto
de vista, a vila parecia uma coleção de casinhas de brinquedo no meio dos gigantes raios de sol que se esticavam em meio aos espaços de cada nuvem. Eles ficaram
um minuto ou dois olhando para a paisagem, suas mãos fazendo sombra em seus olhos, mas tudo que podiam ver eram as folhas no topo das árvores, que oferecia s pequenas
casas proteção contra os olhos de trouxas.
?É estranho estar tão perto mas não ir visitar. ? disse Rony.
?Não é que você não os tenha visto.Você estava lá no Natal? disse Hermione friamente.
?Eu não fui a Toca! ? disse Rony com uma risada incrédula.? Você acha que eu iria voltar lá e dizer a todos eles que eu deixei você? Claro, Fred e George
ficariam muito felizes com isso. E Gina, ela entenderia muito bem.
? Mas aonde você esteve então?? Perguntou Hermione surpresa.
? Na nova casa de Gui e Fleur. Casa das Conchas. Gui sempre foi decente comigo. Ele...não me recriminou quando ouviu o que eu tinha feito, mas não insistiu
nisso. Ele entendeu que eu estava realmente arrependido. Ninguém da família sabia que eu estava lá. Gui e Fleur falaram para mamãe que queriam passar o natal sozinhos.
Você sabe, primeiro feriado depois que casaram. Eu não penso que Fleur achou ruim. Você sabe o quanto ela odeia Celestina Warbeck.

Rony deu as costas para a Toca ?Vamos tentar aqui em cima? disse, conduzindoos sobre o alto do monte.
Andaram por algumas horas, Harry, por causa da insistência de Hermione, escondido sob a capa de invisibilidade. O conjunto de montes baixos parecia ser inabitado,
com somente uma casa de campo pequena, que parecia deserta.
?Você acha que é deles e eles saíram para o Natal? ? Hermione perguntou, observando através da janela uma cozinha pequena com os gerânios no peitoril da
janela.
Rony bufou: ? Escuta,eu acho que podese saber quem viveu lá,se olhar pela janela dos Lovegood. Vamos tentar próximo monte. ?
Assim eles Desaparataram para o norte algumas milhas mais distante.
?Aha! ?Rony berrou, com o vento chicoteando seus cabelo e roupa. Rony estava apontando para cima, para o alto do monte em que tinham aparecido, onde a mais
estranha casa se levantava verticalmente de encontro ao céu, um cilindro preto grande com uma lua fantasmagórica pendurada atrás dele no céu da tarde.
?Essa tem que ser a casa da Luna,quem mais viveria num lugar desses?Parece uma gralha!
?Não é nada parecido com um pássaro ? disse Hermione, desaprovando a torre.
?Eu estava falando sobre uma gralha xadrez, ? disse Rony.
? Um castelo para você. ? As pernas de Rony eram as mais longas e alcançaram o alto do monte primeiro. Quando Harry e Hermione o alcançaram, ofegando e apoiandose
de lado, encontraramno sorrindo amplamente ?É dele, ? disse Ron. ?Olhem.

Três avisos pintados mão tinham sido colocados no portão.
O primeiro,
EDITOR DO PASQUIM, X. LOVEGOOD
O segundo,
ESCOLHA SEU PRÓPRIO VISCO
O terceiro,
EVITE AS AMEIXAS DIRIGÍVEIS!

O portão rangeu quando eles abriram. O caminho em ziguezague se dirigindo ao portão da frente estava cercado por uma grande variedade de plantas ímpares,
incluindo um arbusto coberto por frutos tipo rabanetes laranjas que a Luna usava s vezes como brincos. Harry pensou ter reconhecido um Snargaluff e deulhe uma
batida com troncos secos. Duas velhas macieiras balançaram com o vento, sem folhas, mas ainda fortes com frutos vermelhos do tamanho de amoras e uma espessa geada
branca cobrindo.
?É melhor você tirar a Capa da Invisiblidade,Harry, ? disse Hermione, ?é você que o Sr.Lovegood quer ajudar,não nós.
Ele fez como ela sugeriu, e entregoulhe a capa para que ela guardasse em sua bolsa. Ela então bateu três vezes na porta negra que estava revestida por pregos de
ferro e possuía uma aldrava em formato de águia.
Passados dez segundos a porta se abriu ali estava Xenófilo Lovegood,descalço e vestindo pijamas manchados. Seu longo cabelo branco estava sujo e embaraçado. Por
comparação Xenófilo tinha sido positivamente garboso no casamento de Gui e Fleur.
?O que? O que é isto? Quem é você? O que você quer? ? Ele falou olhando primeiro para Hermione, depois para Rony e finalmente para Harry, quando então sua
boca se abriu em um perfeito e cômico O.

?Olá, Sr Lovegood? disse Harry estendendo sua mão. ?Sou harry Potter.
Xenófilo não retribuiu o aperto de mão e seu olhar mirava logo acima do nariz de Harry,para a cicatriz em sua testa.
?Tudo bem se entrarmos? ? perguntou Harry, ?Tem uma coisa que temos que perguntar a você.
? Eu...eu não sei se isso é aconselhável,sussurrou Xenófilo. Ele deu uma rápida olhada ao redor do jardim. ?Realmente um choque...Minha palavra...eu..eu
temo que...realmente acho que não devo...
?Não vai levar muito tempo? disse Harry desapontado por sua nada calorosa recepção.
?Hum..certo, então, entre rápido, rápido!
Eles tinham acabado de entrar quando Xenófilo fechou a porta logo atrás deles. Eles estavam em pé na mais peculiar cozinha que Harry já vira.
A sala era perfeitamente circular e ele sentiu como se estivesse dentro de um gigante pote de pimenta. Tudo estava curvado para caber nas paredes o fogão,
a pia, os armários e todos eles tinham sido pintados com flores, insetos e pássaros em cores primárias brilhantes. Harry pensou ter reconhecido o estilo de Luna.
O efeito em tal espaço era levemente opressor.
No meio do piso uma escada de ferro em espiral levava aos andares superiores. Havia uma grande sensação de movimento e batidas vindo de cima: Harry imaginou
o que Luna estaria fazendo.
? É melhor vocês subirem ? Disse Xenófilo, ainda parecendo extremamente desconfortável e ele indicou o caminho. A sala em seguida parecia uma combinação
de sala de estar e escritório, e como tal, era ainda mais amontoado do que a cozinha. Embora muito menor e inteiramente redonda, a sala se assemelhou um tanto a
Sala Precisa na ocasião que tinha se transformado em um labirinto gigantesco contendo séculos de objetos escondidos. Havia pilhas em cima de pilhas de livros e de
papéis em cada superfície. Os modelos delicados de criaturas que Harry não reconheceu, todas as asas agitando ou maxilares agarrando, penduradas do teto. Luna não
estava lá: A coisa que fazia tal barulho era um objeto de madeira coberto de feitiços, ele olhou como a bizarra bancada de um jogo de prateleiras, mas após um momento
Harry deduziu que era uma impressora fora de moda, devido ao fato de expedir Pasquims.
?Desculpeme, ? disse Xenófilo, que passou por trás da máquina, puxou uma toalha de mesa de baixo de uma pilha de livros e papéis, os quais caíram no chão,
e cubriu a máquina, abafando os altos bangs e estalas. Então, ele encarou Harry.
?Porque você veio aqui? ? Antes que Harry pudesse falar, entretanto, Hermione soltou um pequeno grito de choque.
?Sr. Lovegood o que é aquilo? ? Ela estava apontando para um chifre espiral enorme, cinzento,não de unicórnio, o qual tinha sido montado na parede, projetandose
a diversos metros no quarto.
?É o chifre de um Bufador de Chifre Enrugado, ? disse Xenófilo.
?Não, não é! ? disse Hermione.
?Hermione, ? murmurou Harry, embaraçado, ?agora não é o momento...
?Mas Harry, é um chifre de Erumpente! É um material Não comerciável Classe B e é uma coisa extraordinariamente perigosa de se ter em uma casa! ?
?Como que você sabe que é um chifre de Erumpente? ? Rony perguntou, desviando para longe do chifre tão rapidamente como poderia, dado a desordem extrema
do quarto.

?Há uma descrição em Animais Fantásticos e Onde Habitam. ? Sr. Lovegood, você precisa se livrar dele imediatamente, você não sabe que pode explodir num simples
toque?
?O Bufador de Chifre Enrugado ?disse Xenófilo muito claramente, com um olhar obstinado em sua cara, ?é uma criatura tímida e altamente mágica, e o seu chifre...
?Sr. Lovegood. Eu reconheço as marcas sulcadas em torno da base, aquele é um chifre de Erumpente e é incrivelmente perigoso... eu não sei aonde o senhor
o conseguiu.
?Eu o comprei, disse Xenófilo dogmaticamente. ?Duas semanas atrás, de um jovem bruxo que soube do meu interesse no esquisito Enrugado. Uma surpresa de
Natal para minha Luna. Agora, ? disse, girando para Harry, ?porque o exatamente você veio aqui, Senhor Potter? ?
?Nós precisamos de alguma ajuda, ? disse Harry, antes que Hermione poderia começar outra vez.
Ahh...ajuda...hmmm? disse Xenófilo. Seu olho bom moveuse outra vez para a cicatriz de Harry. Pareceu simultaneamente estarrecido e hipnotizado. ?Sim.
A questão é ajudar Harry Potter um pouco perigoso
?Você não é um daqueles que diz para todos que o dever deles é ajudar o Harry? ? Rony disse. ?Nessa sua revista?
Xenófilo olhou para ele escondido atrás da impressora, ainda tagarelando e batendo embaixo da toalha de mesa.
?Er... sim, eu expressei essa idéia antes, no entanto...
?Isso é para todos fazerem e não você pessoalmente? Rony disse.
Xenófilo não o respondeu. Ele continuava engolindo, os olhos esbugalhados entre os três. Harry teve a impressão que ele estava sofrendo uma dolorosa luta interna.
Onde está Luna? ?Perguntou Hermione ?Vejamos o que ela pensa.
Xenófilo engoliu em seco. Ele parecia estar tentando ganhar tempo. Finalmente ele disse com uma voz trêmula difícil de ouvir por cima do barulho da impressora.
?Luna está no córrego pescando abóboras de água doce. Ela... ela irá gostar de vêlos. Eu irei chamála... sim, muito bem. Eu tentarei ajudálos.
Ele desapareceu debaixo da escadaria em espiral, e ele ouviram a porta da frente abrir e fechar. Eles olharam um para o outro.
?Velho covarde,verruguento? Rony disse ?Luna tem dez vezes mais peito que ele.
?Ele provavelmente está preocupado com o que pode acontecer a eles se os Comensais da Morte descobrir o que houve aqui. ?Harry disse.
?Bem, eu concordo com você Rony? Hermione disse ?Velho hipócrita, dizendo para todos ajudarem você e se esquivando disso.E por Deus,mantenhao longe daquele
chifre...
Harry cruzou até a janela pelo lado mais distante do quarto. Ele podia ver um córrego, fino, brilhando do outro lado da colina. Eles estavam em um local
muito alto, um pássaro tremulou além da janela enquanto ele olhava em direção Toca, agora invisível atrás das outras linhas da colina.
Gina estava em algum lugar ali. Eles estavam mais próximos um do outro hoje do que qualquer outro dia depois do casamento de Gui e Fleur, mas ela não tinha
idéia que ele estava olhando por ela, pensando nela. Ele supõe que deveria estar alegre; qualquer um que ele entrasse em contato hoje estaria em perigo, a atitude
de Xenófilo provava isso.

Ele levou o olhar para longe da janela, e se deteve em um objeto peculiar,uma prancha encurvada,uma estátua de uma austera bruxa que usava um chapéu bizarro.
Dois objetos que se assemelhavam a trompetes de orelha dourados que encurvavam para fora e de lado. Um par de minúsculas e brilhantes asas azuis que estava presa
a uma correia de couro no topo da cabeça dela enquanto dois rabanetes laranja estavam presos em outra faixa de couro em volta da cabeça dela.
?Olhe isso? Harry disse.
Fashion? Rony disse ?Estou surpreso que ele não tenha usado isso no casamento.
Eles ouviram a porta da frente e no momento seguinte Xenófilo subia novamente a escada em espiral até o quarto, em suas pernas finas agora podiase notar
uma bota Wellington, segurando uma bandeja de chá com xícaras sortidas e uma chaleira fervendo.
?Ah você achou minha invenção ele disse empurrando a bandeja para os braços de Hermione e unindo Harry ao lado da estátua.
?Modelado, adequado o suficiente, sob a cabeça da bela Rowena Ravenclaw, Inteligência além da medida,é o maior tesouro do homem! ? Ele indicou os objetos
semelhantes a trompetes de orelha ?Estes são os sifões de Wrackpurt, para remover toda as fontes de distração das imediações de onde o pensador se encontra. Aqui,
? ele apontou as delgadas asas, ? um propulsor, para induzir um elevado estado de espírito.Finalmente, ? ele apontou para o rabanete laranja a ameixa dirigível,
?o aumento da habilidade de aceitar o extraordinário.
Xenófilo caminhou de volta para a bandeja de chá, que Hermione tinha conseguido equilibrar precariamente em uma das desordenadas mesinhas de lado.
?Posso oferecer a vocês um infusão de Gurdyroots? ? disse Xenófilo ?Nós mesmos o fazemos. ? Como este começou a derramar a bebida, que era de um roxo tão
profundo quanto o de suco de beterraba, ele acrescentou, ? Luna está mais além da Ponte de Botton, ela está tão excitada que você está aqui. Ela não deve levar muito
tempo, ela pegou abóboras quase o suficiente para fazer sopa para todos nós. Sentemse e sirvamse de açúcar.
?Agora, ? ele removeu uma pilha de papéis de uma poltrona e sentou, suas botas de Wellington cruzadas, ?como eu posso ajudalo, Sr. Potter?
?Bem?, Harry disse, olhando de relance para Hermione, que assentiu encorajandoo, ?é sobre o símbolo que o senhor usava no pescoço no casamento de Gui e
Fleur, Sr. Lovegood. Nós gostaríamos de saber o que ele significa.
Xenófilo levantou suas sobrancelhas.
?Você está se refirindo ao símbolo das Relíquias da Morte?

Capítulo Vinteeum
A Lenda dos três irmãos


Harry virou o olhar para Rony e Hermione, nenhum deles pareceu entender o que Xenófilo tinha dito.
As relíquias da morte?
É, isso mesmo, disse Xenófilo. Vocês nunca ouviram falar delas? Eu não estou surpreso. Muito poucos bruxos acreditam. Uma testemunha foi aquele jovem
cabeçudo no casamento do seu irmão, disse se virando para Rony, que me atacou porque achou que o que viu eram símbolos bem conhecidos de um bruxo das trevas!
Quanta ignorância. Não tem nada das trevas nas relíquias pelo menos não nesse sentido. Alguém simplesmente usa o símbolo para revelar a si mesmo para os outros
que acreditam, na esperança de quem alguém ajude na sua Busca.
Ele mexeu alguns torrões de açúcar na sua infusão de raiz de cuia e bebeu alguns goles.
Me desculpe, disse Harry, Eu ainda não entendi.
Para ser educado, ele também bebeu um gole de sua xícara e quase engasgou : A coisa era um tanto repugnante, como se alguém tivesse liquefeito os feijõezinhos
de todos os sabores sabor vômito.
Bem, você vê, as pessoas que acreditam procuram as Relíquias da Morte, disse Xenófilo, lambendo seus lábios em uma aparente apreciação da infusão de
raiz de cuia.
Mas, o que são as Relíquias da Morte? perguntou Hermione.
Xenófilo encheu sua xícara vazia.
Soate familiar 'A Lenda dos Três Irmãos'?
Harry disse, Não mas Rony e Hermione disseram Sim.
Bem, bem, senhor Potter, tudo começa com 'A Lenda dos Três Irmãos'. . . Eu tenho uma cópia em algum lugar. . .
Ele procurou pelo vagamente pelo quarto, por pilhas de papel e livros, mas Hermione disse, Eu trouxe uma cópia Sr. Lovegood.
E ela tirou da bolsa de contas As Lendas de Beedle e Bart.
O original? perguntou Xenófilo agudamente, e quando balançou a cabeça, ele disse, Bem, então por que você não lê pra gente? É o melhor jeito de fazer
com que entendam tudo.
Er... tudo bem, disse Herminone nervosa. Ela abriu o livro, e Harry viu o símbolo que estavam investigando no topo da página. Ela soltou uma pequena
tosse e começou a ler.

Uma vez três irmãos estavam viajando por uma rua deserta no crepúsculo

Mamãe disse que era a meia noite disse Rony, que tinha se esticado e colocado as mãos atrás da cabeça para ouvir. Hermione lhe deu um olhar de irritação.
Desculpe, eu só pensei que ia ser melhor se fosse a meia noite! disse Rony.
Sim, porque nós realmente precisamos de mais terror em nossas vidas, disse Harry antes que pudesse evitar. Xenófilo que não parecia estar prestando muita
atenção disse Vamos, continue Hermione.

Em tempo os irmãos acharam um rio muito fundo para atravessar e muito perigoso para atravessar a nado. Contudo, esses irmãos haviam aprendido as artes mágicas,
e quando eles simplesmente acenaram suas varinhas, uma ponte apareceu acima da água em revolta. Eles estavam na metade do caminho quando perceberam que a ponte estava
bloqueada por uma figura encapuzada.
E então, a Morte lhes falou.
Desculpe, interrompeu Harry, mas a Morte falou com eles?
É um conto de fadas Harry!
Certo, desculpe, continue.

E a Morte falou com eles. Ela estava brava, pois tinha sido enganada por suas três novas vítimas, que tiraram dela os viajantes que morriam no rio. Mas
a Morte, que era traiçoeira resolveu presentear os três irmãos por sua mágica e disse que cada um deveria pedir um prêmio por ser mais esperto que ela.
Assim, o irmão mais velho pediu a varinha mais poderosa que existisse, uma varinha que sempre ganhasse os duelos para seu dono, uma varinha digna do bruxo
que derrotou a Morte. Então a Morte foi até uma árvore, voltou e entregou a varinha para o irmão mais velho.
O segundo irmão, que era um homem arrogante, decidiu que ele ia humilhar a Morte até onde pudesse, e então pediu o poder de trazer pessoas de volta vida.
A Morte pegou uma pedra próxima ao rio e disse que com ela ele teria o poder de trazer pessoas da morte para a vida.
E então a Morte perguntou ao irmão mais novo o que ele queria, e ele que era o mais sábio e humilde, não confiava na Morte. Então ele pediu alguma coisa
que o fizesse deixar o lugar sem ser seguido pela morte. E ela, contra a sua vontade, deu a ele sua própria capa de invisibilidade.

A Morte tinha uma capa de invisibilidade? Harry interrompeu novamente.
Assim ela pode espiar as pessoas, disse Rony. Às vezes ela se cansa de correr atrás deles balançando seus braços e fazendo ruídos aterrorizantes. Desculpe
Hermione.

Então a Morte ficou parada e deixou os três irmãos continuarem seus caminhos, e eles seguiram conversando sobre a aventura e os presentes da Morte. Então
eles se separaram e cada um foi por um lado.
O primeiro viajou por mais uma semana e encontrando um vilarejo distante desafiou um bruxo com quem tinha uma desavença. Naturalmente, com a Primeira Varinha
como sua arma não haveria como perder o duelo que se seguiu. Deixando seu inimigo morto no chão, o irmão mais velho seguiu para uma estalagem, onde ele se gabou
da poderosa varinha que ele roubou da Morte, e como ela o fazia invencível.
Uma noite, outro bruxo o pegou desprevenido, bêbado e deitado. O ladrão pegou a varinha e cortou a garganta do irmão mais velho.
Assim a Morte pegou o primeiro irmão.
Enquanto isso o segundo irmão viajou até sua própria casa, onde ele vivia sozinho. Então ele pegou a pedra que tinha o poder de trazer os mortos, segurou
firme em sua mão e para se assombro e delírio, a figura de uma garota que ele tinha tido a esperança de casar, antes de sua morte repentina apareceu a sua frente.
Ela estava fria e triste separada dele como por um véu. Ela tinha retornado ao mundo dos vivos, mas não pertencia a ele e sofria. Finalmente o segundo irmão ficou
louco e se matou para poder de fato ficar com ela. E assim a Morte pegou o segundo irmão.
Mas mesmo a Morte tendo procurado pelo terceiro irmão por muitos anos, ela nunca o achou. Até que finalmente, em idade avançada, o irmão mais novo deu a
capa de invisibilidade a seu filho. E cumprimentou a Morte como um velho amigo, e foi até ela feliz, assim como fez em toda a sua vida.

Hermione fechou o livro. Passouse um minuto ou dois até Xenófilo perceber que ela tinha parado de ler; ele desviou sua atenção da janela e disse:
Bem, aí está.
Como? disse Hermione confusa.
Essas são as Relíquias da Morte. Disse Xenófilo.
Ele pegou uma pena de uma mesa entulhada na altura de seu cotovelo e puxou um pedaço de pergaminho de entre alguns livros.
A Primeira Varinha*, ele disse, e desenhou uma linha reta no pergaminho. A Pedra da Ressurreição disse, e adicionou um circulo no topo da linha,
A Capa de Invisibilidade ele terminou, colocando a linha e o círculo dentro de um triangulo, para fazer o símbolo que tanto intrigou Hermione. Juntos, ele
disse, as Relíquias da Morte.
Mas não há menção s Relíquias da Morte na história. disse Hermione.
Bem, com certeza não, disse Xenófilo um pouco irritado. Isso é uma história para crianças, contada mais para assustar do que para instruir. Nós que
entendemos desses assuntos reconhecemos que esses antigos objetos, ou Relíquias, quando unidos fazem de seu dono o Mestre da Morte.
Houve um pequeno silêncio até que Xenófilo disse:
Acho que Luna já conseguiu Dilátex (Plimpies) suficientes.
Quando você diz 'Mestre da Morte'... disse Rony.
Mestre, disse Xenófilo, sacudindo sua mão no alto, Conquistador, Exterminador. Qualquer termo que você preferir.
Mas então . . . você quer dizer . . . disse Hermione vagarosamente, e Harry podia jurar que ela estava tentando manter cada traço de ceticismo fora de
sua voz, que você acredita que esses objetos, essas relíquias, existem de verdade?
Xenófilo levantou os olhos novamente.
Sim, com certeza.
Mas, disse Hermione, e Harry pôde ouvir sua paciência começando a quebrar, Sr. Lovegood, como você pode acreditar?
Luna me contou sobre você, minha jovem, disse Xenófilo. Você não é burra, mas terrivelmente limitada. Intolerante. Cabeçadura.
Talvez você devesse usar o chapéu. Disse Rony, assentindo em direção a um estranho chapéu. Sua voz estava tensa para não rir.
Sr. Lovegood, Hermione começou denovo, Todos nós sabemos que existem coisas como capas de invisibilidade. Elas são raras, mas existem. Mas...
Ah, mas a terceira relíquia é um verdadeira capa da invisibilidade, senhorita Granger! Eu quero dizer, não é uma capa comum com um feitiço de desilusão,
ou carregando um Feitiço Deslumbrador** , ou qualquer coisa assim, que escondem quem usa por um tempo e depois de uns anos se torna opaca. Nós estamos falando de
uma capa que realmente e verdadeiramente torna quem a usa invisível, e isso acontece eternamente dando constante e impenetrável invisibilidade, não importa que feitiços
ou artimanhas se use para vencêla. Quantas capas assim você já viu senhorita Granger?
Hermione abriu a boca para responder, mas fechoua de novo, parecendo mais confusa do que antes. Ela, Harry e Rony trocaram olhares e eles sabiam que estavam
pensando a mesma coisa. Uma capa exatamente como a que Xenófilo descreveu estava com eles naquele momento.
Exatamente, disse Xenófilo, como se ele tivesse derrotado todos em uma argumentação. Nenhum de vocês já viu coisa parecida com essa. O dono deve ser
absurdamente rico, não é?
Ele voltou os olhos para a janela novamente. O céu estava agora tingido por traços rosados
Tudo bem, disse Hermione desconcertada. Digamos que a capa exista... e quanto a pedra, Sr. Lovegood? A coisa que você chama de Pedra da Ressurreição?
O que tem ela?
Como pode ser real?
Prove que não é, disse Xenófilo.
Hermione estava ultrajada.
Mas isso é—, me desculpe, mas isso é completamente ridículo! Como eu posso provar que não existe? Você espere que eu pegue todas as pedras do mundo e teste
uma por uma? Quer dizer, como eu posso acreditar que algo é real se a única base para isso é que ninguém provou o contrário!
Sim, você pode, disse Xenófilo. E eu estou feliz que você está abrindo sua cabeça, mesmo que seja só um pouco.
E a Primeira Varinha, disse Harry rápido, antes que Hermione pudesse fazer alguma coisa, você acha que existe também?
Oh, nesse caso tem uma interminável evidência. Disse Xenófilo. A Primeira Varinha é a Relíquia que é mais fácil de encontrar, por causa do jeito como
ela passa de mão a mão.
Que jeito? perguntou Harry.
O dono precisa capturála do dono anterior, só assim ele é o verdadeiro mestre dela, disse Xenófilo Certamente vocês ouviram falar de como a varinha
veio para Egbert, o egrégio, depois do massacre de Emeric, o perverso? De como Godelot morreu em seu próprio porão depois de seu filho, Hereward, pegou a varinha
para si? Ou o grande Loxias, que pegou a varinha de Baraabas Deverill, depois de matálo? A trilha de sangue da Primeira Varinha está espalhada ao longo da história
da magia.
Harry olhou para Hermione. Ela estava encarando Xenófilo, mas não o contradisse.
Então onde está a varinha agora? perguntou Rony.
Ninguém sabe. Disse Xenófilo, depois de tirar os olhos da janela. Quem sabe onde a varinha está escondida? A trilha fica fria depois de Arcus e Livius.
Não se sabe qual dos dois derrotou Loxias, nem qual dos dois pegou a varinha, e muito menos quem os derrotou posteriormente. A história não pode nos dizer mais nada.
Depois de uma pausa Hermione perguntou rígida, Sr. Lovegood, a família Peverell tem alguma coisa a ver com as relíquias da morte?
Xenófilo pareceu surpreendido, enquanto algo desenrolava na mende de Harry, mas ele não conseguia localizr. Peverell. . . Harry já havia ouvido falar esse
nome antes.
Mas você está tentando me enganar, minha jovem! disse Xenófilo, sentado muito mais perto do chão e encarando Hermione. Eu pensei que você não sabia
nada sobre a busca das relíquias! Muitos de nós acreditamos que os Peverell tem tudo a ver com as Relíquias da Morte!
Quem são os Peverell ? perguntou Rony.
Esse era o nome no túmulo com aquela marca, em Godric's Hollow, disse Hermione ainda olhando para Xenófilo. Ignotus Peverell.
Exato! Exclamou Xenófilo, com o seu dedo apontado O símbolo das Relíquias da Morte no túmulo de Ignotus é uma prova conclusiva!
De que? perguntou Rony.
Porque aqueles três irmãos da história que ouvimos são na verdade os três irmãos Peverell, Antioch, Cadmus e Ignotus! Eles são os donos originais das Relíquias!
Olhando novamente de relance para a janela, ele se levantou e foi até a escada em espiral.
Vocês vão ficar para o jantar? Todos sempre pedem nossa receita de Sopa de Dilátex (Pimply) com água fresca.
Provavelmente para mostrar ao departamento de venenos do Hospital St. Mungus sussurou Rony.
Harry esperou até que pudesse ouvir Xenófilo na cozinha abaixo deles para poder falar.
O que você acha? perguntou a Hermione.
Oh, Harry é uma pilha de asneiras. Isso não pode ser o significado do símbolo. Que perda de tempo.
Eu pensei que ele era o homem que nos apresentou os Bufadores de Chifre Enrugado, disse Rony.
E você acredita nisso também? Harry perguntou.
Não, aquela é somente uma daquelas histórias que contam para as crianças para ensinar coisas, não é? 'Não se meta em problemas, não compre briga, não vá
aonde não é chamado. Apenas mantenha sua cabeça preocupada com as suas coisas e você ficará bem.' Talvez aquela história é porque varinhas velhas podem dar má sorte.
Do que você está falando?
Uma daquelas superstições, não é? 'Bruxas nascidas em maio vão se casar com trouxas.' 'Azar no crepúsculo, desatado meia noite.' 'Varinha de velho, nunca
prospera.' Vocês já devem ter ouvido alguma, mamãe sabe todas.
Harry e eu fomos criados por trouxas, lembrou Hermione. Nós conhecemos superstições diferentes.
De repente um cheiro forte começou a sair da cozinha.
Eu acho que você está certo, disse ela, é uma história com moral, é óbvio qual presente é melhor, qual vocês escolheriam?
Os três falaram ao mesmo tempo,
Hermione disse A Capa.
Rony disse A Varinha.
E Harry disse A Pedra.
Eles olharam uns para os outros, meio surpresos, meio assustados.
Eu pensei em escolher a capa, disse Rony a Hermione, mas pra que você precisa ser invisível se você tem a varinha. Uma varinha invencível, Hermione,
pense bem!
Nós já temos uma capa da invisibilidade, disse Harry, E ela nos ajudou muito quando não queríamos ser notados! disse Hermione. E a varinha parece
atrair muito problema
Só se você não souber usála direito. Argumentou Rony. Só se você for idiota o bastante de sair por aí dançando e cantando 'Eu tenho uma varinha invencível,
venha e veja se você é forte o suficiente' É só você manter sua boca fechada.
Sim, mas você pode manter sua boca fechada? disse Hermione cética. Você sabe que a única coisa séria que ele disse pra gente é o fato de que existem
histórias de varinhas super poderosas através dos tempos.
Tem histórias? perguntou Harry.
Hermione olhou exasperada: a expressão em seu rosto foi tão familiar que Harry e Ron sorriram um para o outro.
A Vara da Morte, a Varinha do Destino, elas aparecem sobre diferentes nomes através dos séculos, normalmente em possessão de algum bruxo das trevas que
fica se gabando delas. Professor Binns falou de um monte delas, mas—, ah!, é um monte de besteiras. Varinhas são tão poderosas como quanto os bruxos que as usam.
Alguns bruxos simplesmente gostam de se gabar de suas varinhas e de que eles são melhores que os outros.
Mas como você sabe que essas varinhas a Vara da Morte e a Varinha do Destino não são a mesma varinha recebendo diferente nomes através dos séculos?
disse Harry.
O que? Então são todas na verdade a Primeira Varinha, feita pela Morte? disse Rony.
Harry riu. Uma idéia absurda veio sua mente, mas era ridícula, sua varinha não era velha e foi feita por Olivaras, e se fosse realmente invencível teria
derrotado Voldemort na noite no cemitério e não poderia ter sido quebrada.
Mas a pergunta de Rony o tirou dos pensamentos.
E porque você ia querer a pedra?
Se tivéssemos a pedra poderíamos trazer as pessoas de volta, aí a gente teria Sirius . . . Olhotonto, Dumbledore . . . meus pais. . .
Nem Rony nem Hermione sorriram.
Mas de acordo com a lenda eles não querem voltar, não é? disse Harry pensando no que acabara de ouvir. Não acho que deve haver um monte de histórias
sobre pedras que trazem pessoas de volta a vida, não é? ele perguntou a Hermione.
Não. Ela respondeu triste. Não acredito que alguém além do Sr Lovegood acreditaria que isso é possível. Beedle provavelmente deve ter pegado a idéia
da pedra filosofal, que deixa as pessoas imortais, está salvando da morte do mesmo jeito.
O cheiro da cozinha ficava mais forte, cheirava a cueca queimada, não dava pra saber o que Xenófilo estava cozinhando. Harry estava pensando se seria possível
comer a comida de Xenófilo para não magoar seus sentimentos.
E a capa? Rony disse devagar Não acham que ele te razão? Já me acostumei tanto com a de Harry e o quanto ela é boa que nunca parei pra pensar. Nunca
ouvi falar de uma como a dele.Nós já usamos muito a capa do Harry, e ela nunca falhou, nós nunca fomos achados com ela.—.
Com certeza não, nós ficamos invisíveis com ela, Rony!
Mas e tudo aquilo sobre as capas velhas que vão perdendo o poder, vão ficando com buracos, opacas, você sabe que é verdade, e a capa do Harry era do pai
dele, e mesmo assim parece nova. Simplesmente perfeita!
Sim, você está certo, mas Rony, a pedra. . .
Harry parou de ouvir, foi se aproximando da escada em espiral vendo o quarto acima, tinha um espelho, ele se aproximou mais e viu que era uma pintura. Curioso
ele começou a subir.
Harry, o que você está fazendo? Eu não acho que você pode ir olhando quando ele não está aqui.
Mas Harry já estava no andar de cima. Luna tinha decorado o teto do seu quarto com cinco lindos retratos: Harry, Rony, Hermione, Gina e Neville. Eles não
estavam se mexendo, como os quadros de Hogwarts, mas havia alguma mágica neles. Havia finas correntes de ouro juntandoos. Harry percebeu que eles repetiam milhares
de vezes em tinta dourada a mesma palavra: Amigos, amigos, amigos...
Harry sentiu uma grande afeição por Luna. Ele olhou pelo quarto, havia uma fotografia enorme perto da cama, de Luna mais nova junto com uma mulher muito
parecida com ela, elas estavam se abraçando, e Luna estava arrumada como Harry nunca tinha visto.
A figura estava suja. Alguma coisa estava errada. O carpete azul também estava um pouco sujo, não havia roupas no armário cujas portas estavam abertas. A
cama tinha um aspecto frio e estranho como se ninguém dormisse ali há dias. Ele notou uma teia de aranha na janela.
O que está errado? Hermione perguntou quando Harry desceu a escada, mas antes que ele pudesse responder Xenófilo apareceu com algumas tigelas.
Sr. Lovegood, disse Harry. Onde está Luna?
Como?
Onde está Luna?
Eu . . . Eu já disse, ela está na ponte pescando Dilátex (Plimpies).
Então porque você só colocou a mesa para quatro?
Xenófilo tentou falar, mas não saiu nenhum som. O único som que havia era o da impressora e as mãos de Xenófilo, que tremiam a ponto de chacoalhar a bandeja.
Eu acho que Luna não está aqui faz semanas, não há nenhuma roupa no armário, a cama está estranha... Onde está ela? E porque você não para de olhar para
a janela?
Xenófilo derrubou a bandeja, as tigelas caíram e quebraram, Harry, Rony e Hermione sacaram suas varinhas. Xenófilo congelou parado, com a mão sobre o seu
bolso. Naquele momento a máquina de impressão deu um grande bang e numerosos Pasquins vieram parar no chão por debaixo do pano; a maquina silenciou finalmente.
Hermione abaixou e apanhou uma das revistas, com a varinha apontada para o Sr. Lovegood pegou um e disse.
Harry, olhe isso,
Ele caminhou para ela o mais rápido que pôde. A frente do Pasquim tinha sua foto estampada com as palavras Indesejável número um e sua captura dava uma
recompensa em dinheiro.
O Pasquim está indo para um ângulo novo então? Harry perguntou frio, sua mente trabalhava rápido. Era isso que o senhor estava fazendo quando foi para
o jardim, Sr. Lovegood? Mandando uma coruja para o Ministro?
Xenófilo lambeu os lábios.
Eles pegaram a minha Luna, por causa do que eu tenho escrito. Eles pegaram a minha Luna e eu não sei onde ela está e o que eles tem feito a ela. Mas eles
disseram que me devolvem ela se eu, se eu...
Entregar Harry para eles? completou Hermione.
Nem pensar! disse Rony. Saia do caminho, estamos indo embora.
Xenófilo estava arrasado, parecia um século mais velho, sua boca contraída com uma terrível expressão.
Eles vão estar aqui a qualquer momento. Eu tenho que salvar Luna, vocês não podem sair. Ele abriu os braços bloqueando a passagem. Harry viu sua mãe
fazendo o mesmo com seu berço.
Não faça a gente machucar você, disse Harry Saia do caminho Sr. Lovegood.
HARRY! Gritou Hermione.
Figuras montadas em vassouras voaram através das janelas. Três deles acharam Harry. Xenófilo sacou sua varinha. Harry percebeu seu erro a tempo. Ele se lançou
para fora, empurrando Rony e Hermione . O feitiço estuporante de Xenófilo passou pelo cômodo e acertou um chifre de Erumpente.
Houve uma explosão colossal. Fragmentos de madeira e papel voaram em todas as direções junto com uma impenetrável núvem de poeira branca. Harry voou pelo
ar, batendo no chão, com as mãos sobre a sua cabeça. Ele ouviu o grito de terror de Hermione, Rony berrando e uma série de pancadas metálicas que pareciam indicar
que Xenófilo havia caído até o pé da escada em espiral.
Enterrado pela metade em entulho, Harry tentou levantar: Ele mal conseguia respirar ou enxergar devido a poeira. Metade do teto havia caído e a ponta da
cama de Luna estava pendurada no buraco. O busto de Rowena Ravenclaw estava a lado dele com metade do rosto faltando, frangmentos de pergaminhos estavam voando no
ar, e a maioria da máquina de impressão estava ao outro ladom bloqueando o topo da escada que dava para a cozinha. Então, outra forma branca caminhou pela sala,
e Hermione, coberta de poeira como uma segunda estátua, colocou o dedo sobre os lábios.
A porta abaixo deles se abriu.
Eu não falei para você que não precisava correr, Travers? disse uma voz rouca. Havia um traço de dor em Xenófilo. Esse louco apenas está tentando nos
enganar, como anteriormente.
Houve mais um baque surdo e um grito de dor vindo de Xenófilo.
Não... não... lá emcima... Potter!
Nós lhe dissemos na última semana Lovegood, nós não voltaríamos sem uma informação sólida Se lembra da semana passada? Quando você tentou trocar aquele
maldito chapéu pela sua filha. E na semana anterior —outro bang, outro gemido—, quando você tentou a trocar pelo Chifre—bang—do—bang—Bufador—bang—Enrugado?
Não—, não—, eu imploro! É Potter! Realmente é Potter!
E agora você nos trás aqui para nos explodir! vociferou o comensal da morte, e outra série e bangs misturados com gritos de agonia de Xenófilo.
Você poderia tentar limpar essa bagunça, você nunca viu Potter em sua vida, não é mesmo? Você acha que tentando nos matar vai ter sua garotinha de novo?
Eu juro, eu juro, Potter está lá em cima!
Homenum revelio. Disse a voz. Harry sentiu a estranha sensação de que algo estava imergindo seu corpo em sombras.
Realmente tem alguém lá em cima, Selwyn, disse o segundo homem.
É Potter, eu disse, é Potter! soluçou Xenophilus. Por favor, por favor, me dêem Luna, é só o que eu peço, me devolvam Luna...
Você terá sua menina, Lovegood, disse Selwyn, se você subir lá e me trouxer Harry Potter. Mas se for mentira, se for um estratagema para nos enganar
nós podemos te mandar sua filha para que você possa enterrála. Xenófilo deu um gritinho de dor e desespero e começou a subir as escadas.
Vamos sussurrou Harry. Temos que sair daqui.
Bem Xenófilo está quase nos alcançando, você confia em mim Harry? perguntou Hermione.
Harry concordou.
Ótimo, sussurrou Hermione, Me dê a capa de invisiblidade, Rony, você vai colocála.
Eu? Mas Harry...
Por favor, Ron! Harry segure a minha mão, Rony, segure meu ombro.
Xenófilo estava subindo. Harry não sabia o que ela estava esperando. O rosto branco de Xenófilo apareceu, Hermione apontou sua varinha para ele e gritou
Obliviate! Chorou Hermione, apontando a varinha primeiro para ele, depois para o chão abaixo deles Deprimo!
Ela havia aberto um buraco na sala de estar. Eles caíram como blocos, Harry ainda segurando em sua mão pra valer; houve um grito abaixo, e ele teve a visão
de dois homens tentando atravessar a vasta quantidade de entulho e móveis quebrados chuveram ao redor deles vindo do teto destruído. Hermione girou no ar e o som
de casa caindo foi no ouvido de Harry, enquanto ela os levava mais uma vez para a escuridão.


Capítulo VinteeDois
As Relíquias da Morte

Harry caiu, arquejando, na grama e levantou com dificuldade no mesmo momento. Parecia que eles haviam aterrissado no canto de um campo sombrio; Hermione
já estava correndo em um círculo a volta deles, balançando sua varinha.
Protego Totalum... Salvio Hexia...
Velho sanguinário traiçoeiro! Rony arquejou, emergindo da Capa de Invisibilidade e a jogando para Harry. Hermione, você é um gênio, um gênio total,
não acredito que saímos dessa!
Cave Inimicum... Eu não disse que era um chifre de Erumpente, eu não disse a ele? E agora a casa dele foi destruída!
Bem feito pra ele disse Rony, examinando seus jeans rasgados e os cortes em suas pernas O que você acha que vão fazer com ele?
Aaah, espero que não o matem! gemeu Hermione Foi por isso que deixei os Comensais da Morte ver o Harry de relance antes de sairmos, para que eles soubessem
que Xenófilo não estava mentindo!
Mas por que me escondeu? perguntou Rony.
Você deveria estar na cama com sarapintose, Rony! Eles seqüestraram Luna porque o pai dela apóia o Harry! O que aconteceria com sua família se soubessem
que você está com ele?
E quanto aos seus pais?
Eles estão na Austrália disse Hermione Eles devem estar bem. Eles não sabem de nada.
Você é um gênio. disse Rony, parecendo admirado.
É, você é Hermione disse Harry fervorosamente Não sei o que faríamos sem você.
Ela sorriu, mas ficou solene na mesma hora.
E quanto a Luna?
Bem, se eles estão falando a verdade e ela ainda está viva— começou Rony.
Não diga isso, não diga isso! guinchou Hermione Ela tem que estar viva, tem que estar!
Ela deve estar em Azkaban, eu acho disse Rony Se ela sobreviver ao local... Muitos não sobrevivem...
Ela vai. disse Harry. Ele não poderia agüentar contemplar a alternativa. Ela é forte, a Luna, mais forte do que vocês pensam. Ela provavelmente está
ensinando todos os parceiros de cela sobre Wrackspurts* e Nargulés*.
Espero que você esteja certo disse Hermione. Ela passou uma mão sobre os olhos Eu sentiria tanta pena do Xenófilo se—
Se ele não tivesse acabado de tentar nos vender para os Comensais da Morte, é. disse Rony.
Eles armaram a barraca e se abrigaram lá dentro, onde Rony vez chá para eles. Depois de escaparem por pouco, a fria, mofada e velha barraca parecia um lar:
a salvo, familiar e amigável.
Ah, pra quê a gente foi lá? gemeu Hermione depois de alguns minutos de silêncio. Harry, você estava certo, foi Godic's Hollow tudo de novo, uma completa
perda de tempo! As Relíquias da Morte... quanta besteira... se bem que, na verdade um pensamento repentino lhe bateu ele poderia ter inventado tudo, não poderia?
Ele provavelmente não acredita nem um pouco nas Relíquias da Morte, ele só queria nos manter falando até que os Comensais da Morte chegassem!
Eu não acho disse Rony É um tanto mais difícil inventar coisas quando se está sobre estresse do que você acha. Eu descobri isso quando os Raptores
me pegaram. Foi muito mais fácil fingir ser Stan, porque eu sabia um pouco sobre ele, do que inventar uma pessoa nova. O velho Lovegood estava sobre muita pressão,
tentando garantir que nós ficássemos lá. Eu acho que ele nos contou a verdade, ou o que ele acha que é verdade, só para nos manter conversando.
Bem, eu acho que isso não importa, disse Hermione Mesmo que ele estivesse sendo honesto, nunca ouvi tanta asneira em toda minha vida.
Ainda assim, espera aí, disse Rony A Câmara Secreta era pra ser um mito, não era?
Mas as Relíquias da Morte não podem existir, Rony!
Você continua dizendo isso, mas uma delas pode existir disse Rony A Capa de Invisibilidade do Harry—
'O conto dos Três Irmãos' é uma história, disse Hermione firmemente Uma história sobre humanos que tem medo da morte. Se sobreviver fosse tão simples
quanto de esconder embaixo de uma capa de invisibilidade, nós já teríamos tudo que precisamos!
Eu não sei. Nós bem que gostaríamos de uma varinha invencível. disse Harry, girando a varinha de abrunheiro que ele tanto desgostava com os dedos.
Essa coisa não existe, Harry!
Você disse que havia existido várias varinhas A Vara da Morte e o que seja como for do que eram chamadas—
Tudo bem, mesmo se você quer se iludir achando que A Varinha Mestra é real, e quanto a Pedra da Ressurreição? seus dedos desenharam pontos de interrogação
a volta do nome e seu tom pingava sarcasmo Nenhuma magia pode trazer de volta os mortos, e pronto!
Quando minha varinha se ligou com a do VocêSabeQuem, fez mamãe e papai aparecerem... e Cedrico...
Mas eles não haviam realmente voltado da morte, haviam? disse Hermione Aqueles tipos de— de pálidas imitações não são a mesma coisa do que realmente
trazer alguém de volta a vida.
Mas ela, a garota do conto, não voltou de verdade, não é? A história diz que uma vez que estão mortas, elas pertencem ao grupo dos mortos. Mas o segundo
irmão ainda conseguiu vêla e falar com ela, não foi? Ele até mesmo viveu com ela por um tempo...
Ele viu preocupação e algo menos facilmente definível na expressão de Hermione. Então, quando ela olhou para Rony, Harry percebeu que era medo: Ele a havia
assustado com a conversa dele de viver com pessoas mortas.
Então aquele tal Peverell que está enterrado em Godric's Hollow ele disse apressadamente, tentando soar robustamente são você não sabe nada sobre ele,
então?
Não, ela respondeu parecendo aliviada pela mudança de assunto I procurei por ele depois que vi a marca no túmulo dele; se ele tivesse sido alguém famoso
ou algo importante, tenho certeza que ele estaria em um de nossos livros. O único lugar que consegui achar o nome 'Peverell' foi em Nobreza da Natureza: Uma Genealogia
Bruxa. Eu peguei emprestado do Monstro ela explicou quando Rony levantou as sobrancelhas O livro lista as famílias de sanguepuro que agora estão extintas na
linha masculina. Aparentemente os Peverells foram uma das primeiras a desaparecer.
Extinta na linha masculina? repetiu Rony.
Quer dizer que o nome morreu, disse Hermione séculos atrás, no caso dos Peverells. Eles ainda podem ter descendentes, ainda assim, eles só teriam se
chamado algo diferente.
E então veio a Harry em uma peça brilhante, a memória que havia se ativado ao som do nome 'Peverell': um velho homem sujo brandindo um anel feio na cara
de um oficial do Ministério, e ele chorou em voz alta Marvolo Gaunt!
Que? disseram Rony e Hermione juntos.
Marvolo Gaunt! O avô de VocêSabeQuem! Na penseira! Com Dumbledore! Marvolo Gaunt disse que eles eram descendentes dos Perevells!
Rony e Hermione pareciam atordoados.
O anel, o anel que virou o Horcrux, Marvolo Gaunt disse que tinha o brasão dos Peverells nele! Eu o viele balançandoo na cara do sujeito do Ministério,
ele quase esfregou o anel no nariz dele!
O brasão dos Peverells? disse Hermione vividamente Você pode ver como ele era?
Não muito, disse Harry tentando lembrar Não havia nada ornamentado ali, até onde pude ver; talvez alguns arranhões. Eu só ele realmente de perto depois
que já havia sido quebrado.
Harry viu a compreensão de Hermione no repentino arregalar dos olhos dela. Rony estava olhando de um para o outro, assombrado.
Caramba... Vocês acham que era o sinal de novo? O sinal das Relíquias?
Por que não? disse Harry escusadamente Marvolo Gaunt era um velho idiota ignorante que vivia como um porco, tudo com que ele se importava era seus
ancestrais. Se aquele anel havia sido passado adiante por séculos, ele talvez não soubesse o que realmente era. Não havia livros naquela casa, e acredite, ele não
era do tipo que lia contos de fadas para os filhos. Ele teria adorado acreditar que aqueles arranhões na pedra eram um brasão, porque até onde eu sei ter sanguepuro
o tornava praticamente nobre.
Sim... E isso tudo é muito interessante disse Hermione cautelosamente mas Harry, se fosse está pensando o que acho que está—
Bem, por que não? Por que não? disse Harry, abandonando o cuidado Era uma pedra, não era? ele olhou para Rony para apoio E se era a Pedra da Ressurreição?
A boca de Rony caiu aberta.
Caramba—mas será que funcionaria se Dumbledore quebrou—
Funcionar? Funcionar? Rony, nunca funcionou! Não existe essa Pedra de Ressurreição!
Hermione levantou, parecendo exasperada e furiosa.
Harry, você está tentando encaixar tudo na história das Relíquias—
Encaixar? ele repetiu Hermione, tudo encaixa sozinho! Eu sei que o sinal das Relíquias da Morte estavam naquela pedra! Gaunt disse que era descendente
dos Peverells!
Um minuto atrás você disse que nunca havia visto a marca no anel pra ser exato!
Onde você acha que o anel está agora? Rony perguntou Harry O que Dumbleore fez com ele depois que quebrou?
Mas a imaginação de Harry estava acelerando a frente, bem longe da de Rony e Hermione...
Três objetos, ou Relíquias, que, se unidas farão o possessor Mestre da Morte... Mestre... Conquistador...Exterminador...O último inimigo a ser derrotado
é a morte...
E ele o viu mesmo, possessor das Relíquias, encarando Voldemort, cujos Horcruxes não eram páreos... Nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver. Seria
essa a resposta? Relíquias versus Horcruxes? Haveria uma maneira, apesar de tudo, de garantir quem triunfaria? Se ele fosse o mestre das Relíquias da Morte, ele
estaria a salvo?
Harry?
Ele mal ouviu a voz de Hermione: Ele havia tirado sua Capa de Invisibilidade e estava passandoa por entre seus dedos, o pano flexível como água, leve como
ar. Ele nunca havia visto nada igual e seus quase sete anos no Mundo Bruxo. A capa era exatamente como Xenófilo havia descrito: Uma capa que realmente e verdadeiramente
torna quem a usa invisível, e isso acontece eternamente dando constante e impenetrável invisibilidade, não importa que feitiços ou artimanhas se use para vencêla.
E então, com um arfar, ele se lembrou
Dumbledore estava com minha capa na noite que meus pais morreram!
A voz dele tremeu e ele podia sentir a cor em seu rosto, mas ele não se importava.
Minha mãe disse para Sirius que Dumbledore havia pegado emprestada a Capa! É por isso! Ele queria examinála, porque ele achava que era a terceira Relíquia!
Ignotus Peverell está enterrado em Godric's Hollow... Harry estava andando as cegas em volta da cabana, sentindo como se grandes novas perspectivas de verdade
estavam abrindo a volta dele. Ele é meu ancestral! Sou descendente do terceiro irmão! Tudo faz sentido!
Ele se sentiu armado de certeza, em sua crença nas Relíquias, como se a mera idéias de possuílas estava dandolhe proteção, e ele se sentiu alegre quando
virou de volta para os outros dois.
Harry disse Hermione de novo, mas ele estava ocupado desfazendo a bolsa em volta em seu pescoço, seus dedos tremiam muito.
Leia isso ele disse pra ela, enfiando a carta de sua mãe na mão dela Leia isso! Dumbledore tinha a capa, Hermione! Pra que mais ele ia querer ela?
Ele não precisava de capa, ele podia performar um Feitiço de Desilucionamento tão poderoso que o fazia completamente invisível sem uma capa!
Algo caiu no chão e rolou, brilhando, para baixo de uma cadeira; Harry havia desalojado o Pomo quando ele puxou a carta. Ele abaixou para pegálo, e então
a nova onda de fabulosas descobertas lhe jogaram outro presente, e choque e assombro explodiram dentro dele, e ele gritou.
ESTÁ AQUI DENTRO! Ele me deixou o anel está dentro do Pomo!
Você você acha?
Ele não conseguia entender por que Rony parecia surpreso. Era tão óbvio, tão claro para Harry: Tudo encaixava tudo... Sua capa era a terceira Relíquia, e
quando ele descobrisse como abrir o Pomo ele teria a segunda, e então tudo que ele precisava era achar a primeira Relíquia, A Varinha Mestra, e então—
Era como se uma cortina caísse em um palco iluminado: Toda sua excitação, toda sua esperança e felicidade foram extintas em um sopro, e ele estava sozinho
no escuro, e o glorioso feitiço foi quebrado.
É disso que ele está atrás.
A mudança em sua voz fez Rony e Hermione parecerem ainda mais assustados.
VocêSabeQuem está atrás da Varinha Mestra.
Ele deu as costas para os rostos tensos e incrédulos dos outros dois. Ele sabia que isso era a verdade. Tudo fazia sentido. Voldemort não estava procurando
uma nova varinha; ele estava procurando uma varinha velha, bem velha na verdade. Harry caminhou em direção a entrada da barraca, esquecendose de Rony e Hermione
conforme olhava para a noite afora, pensando...
Voldemort fora criado em um orfanato Trouxa. Ninguém poderia ter lhe lido Os contos de Beedle o Bardo quando ele era criança, assim como não contaram a
Harry. Quase nenhum bruxo acreditava nas Relíquias da Morte. Será que Voldemort saberia algo sobre elas?
Harry contemplou a escuridão... Se Voldemort soubesse das Relíquias da Morte, certamente ele as teria procurado feito qualquer coisa para possuílas: três
objetos que faziam o possessor Mestre da Morte? Se ele soubesse das Relíquias da Morte, ele talvez nem tivesse precisado criar as Horcruxes, pra início de conversa.
Será que o simples fato de que ele havia pegado uma Relíquia e transformado em um Horcrux já não demonstrava que ele não sabia desse último segredo Bruxo?
O que significaria que Voldemort estaria procurando a Varinha Mestra sem saber de seu poder, sem entender que era uma de três... Pois a varinha era a Relíquia
que não podia ser escondida, cuja existência era conhecida... A trilha sangrenta da Varinha Mestra está espalhada pelas páginas da História do Mundo Bruxo...
Harry observou o céu cheio de nuvens, curvas de fumaça cinza e prateada deslizando sobre a face branca da lua. Ele se sentiu tonto de estupefação pelas suas
descobertas.
He voltou para dentro da barraca. Foi um choque ver Rony e Hermione parados exatamente onde ele os havia deixado, Hermione ainda segurando a carta de Lílian,
Rony ao seu lado parecendo um pouco ansioso. Será que eles não haviam percebido o quão longe eles haviam chegado naqueles últimos minutos?
É isso disse Harry, tentando trazêlos para dentro da luz de sua própria assombrosa certeza. Isso explica tudo. As Relíquias da Morte são reais, e
eu tenho uma talvez duas— Ele levantou o Pomo. — VocêSabeQuem está procurando a terceira, mas ele não sabe... Ele só acha que é uma varinha poderosa—
Harry disse Hermione, andando em direção a ele e devolvendo a carta de Lílian Desculpa, mas eu acho que você entendeu errado, tudo errado.
Mas, você não vê? Tudo encaixa—
Não, não encaixa ela disse Não encaixa Harry, você está só empolgado. Por favor ela disse quando ele começou a falar por favor, só me responda
isso: Se as Relíquias da Morte realmente existissem, e Dumbledore sabia da existência delas, sabia que a pessoa que possuísse as três seria Mestre da Morte— Harry,
por que ele não teria te contando? Por quê?
Ele já tinha a resposta pronta.
Mas você mesma disse, Hermione! Você tem que achálas sozinho! É uma Busca!
Mas eu só disse isso pra tentar persuadir você a ir aos Lovegoods! chorou Hermione exasperada Eu não acreditava realmente nisso!
Harry não ouviu.
Dumbledore sempre me deixava descobrir as coisas sozinho. Ele me deixava testar minha força, me arriscar.
Harry, isso não é um jogo, isso não é um teste! Isso é a coisa de verdade, e Dumdledore te deixou instruções bem claras: Ache e destrua as Horcruxes!
Esse símbolo não significa nada, esqueça as Relíquias da Morte, a gente não pode se dar ao luxo de se desviar disso—
Harry mal a escutava. Ele estava revirando e revirando o Pomo em suas mãos, meio que esperando que ele abrisse, para revelar a Pedra da Ressurreição, para
provar para Hermione que ele estava certo, que as Relíquias da Morte eram reais.
Ela apelou para Rony.
Você não acredita nisso, acredita?
Harry levantou a cabeça. Rony hesitou.
Não sei... quer dizer... tem partes que encaixam disse Rony de um jeito estranho Mas quando você olha a coisa toda... Ele respirou fundo Eu acho
que deveríamos nos livrar das Horcruxes, Harry. Foi o que Dumbledore nos mandou fazer. Talvez... talvez devêssemos esquecer esse negócio de Relíquias.
Obrigada, Rony. disse Hermione. Eu vigio primeiro.
E ela passou por Harry e sentou na entrada da barraca, trazendo toda a conversa para um fim repentino.
Mas Harry mal dormiu naquela noite. A idéia das Relíquias da Morte o possuíra, e ele não pode descansar enquanto pensamentos agitados giravam em sua mente:
a varinha, a pedra e a capa, se ele pudesse possuir podas...
Eu abro ao fechar. Mas o que era o fechar? Por que ele não podia ter a pedra agora? Se ao menos ele tivesse a pedra, ele poderia perguntar a Dumbledore
todas aquelas perguntas pessoalmente... e Harry murmurou palavras para o Pomo na escuridão, tentando tudo, até Língua de Cobra, mas a bola de ouro não abriu...
E a varinha, a Varinha Mestra, onde estaria escondida? Onde estava Voldemort procurando agora? Harry desejou que sua varinha queimasse e lhe mostrasse os
pensamentos de Voldemort, porque pela primeira vez, ele e Voldemort estavam querendo a mesma coisa... Hermione não ia gostar disso, claro... Mas então, ela não havia
acreditado... Xenófilo estava certo de certa forma... Limitada. Intolerante. Cabeçadura. A verdade era que ela estava com medo da idéia das Relíquias da Morte,
especialmente da Pedra de Ressurreição... e Harry pressionou sua boca no Pomo de novo, beijandoo, quase engolindoo, mas o metal frio não se rendeu...
Já estava quase amanhecendo que ele se lembrou de Luna, sozinha numa cela em Azkaban, rodeada de dementadores, e de repente ele se sentiu envergonhado. Ele
havia se esquecido dela completamente, em sua contemplação febril s Relíquias. Se ao menos eles pudessem salvála; mas dementadores naqueles números seriam virtualmente
inexpugnáveis. Agora que ele veio parar pra pensar nisso, ele não havia ainda tentado produzir um patrono com a varinha de abrunheiro... Ele deveria tentar isso,
pela manhã...
Se ao menos houvesse um jeito de conseguir uma varinha melhor...
E o desejo pela Varinha Mestra, a Vara da Morte, infalível, invencível, o consumiu mais uma vez...
Eles desmontaram a barraca na manhã seguinte e continuaram em meio um fatigante banho de chuva. A chuvarada prosseguiu até a costa, onde eles armaram a barraca
aquela noite, e persistiu por toda a semana, por paisagens ensopadas que Harry achava isoladas e depressivas. Ele só pensava nas Relíquias da Morte. Era como se
uma chama tivesse acendido dentro dele e nada, nem a incredulidade dura de Hermione nem a dúvida persistente de Rony, poderia extinguila. E mesmo assim, quando
mais forte a chama pelas Relíquias queimava dentro dele, menos feliz ele se tornava. Ele culpou Rony e Hermione: A indiferença determinada deles era tão ruim quanto
chuva implacável que deprimia o espírito dele, mas nenhum deles conseguiu diminuir sua certeza, que continuava absoluta.
Obsessão? disse Hermione numa voz feroz e baixa, quando Harry foi descuidado o bastante para usar aquela palavra numa noite, depois de Hermione ter lhe
dado um sermão pela sua falta de interesse em localizar mais Horcruxes. Não somos nós que estamos obcecados, Harry! Somos nós que estamos tentando fazer o que
Dumbledore queria que fizéssemos!
Mas ele estava impermeável contra a crítica dissimulada. Dumbledore havia deixado o sinal das Relíquias para Hermione decifrar, e ele havia também, Harry
se convenceu disso, deixado a Pedra da Ressurreição dentro daquele Pomo de Ouro. Nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver... Mestre da Morte...Por que Rony
e Hermione não entendiam?
'O último inimigo que deve ser derrotado é a morte. ' Harry citou calmamente.
Achei que era VocêSabeQuem quem devíamos estar tentando derrotar? Hermione retorquiu, e Harry desistiu dela.
Até mesmo o mistério da corça prateada, sobre o qual os outros dois insistiam em discutir, parecia menos importante para Harry agora, um espetáculo secundário
vagamente interessante. A única outra coisa que importava pra ele era que sua cicatriz havia começado a formigar de novo, ainda que ele fizesse tudo que podia ara
esconder esse fato dos outros dois. Ele procurava a solidão, sempre que isso acontecia, mas ficava desapontado com o que via. A visão que ele e Voldemort estavam
dividindo havia mudado em qualidade; elas haviam se tornado embaçadas, trocando como se elas entrassem e saíssem de foco. Harry só foi capaz de distinguir traços
de um objeto que parecia um crânio, e algo como uma montanha que era mais sombra do que substância. Acostumado com imagens nítidas como a realidade, Harry estava
perturbado com a mudança. Ele estava com medo de que a conexão entre ele e Voldemort pudesse ter sido danificada, uma conexão que os dois temiam e, o que quer que
tivesse tido a Hermione, estimavam. De certa forma, Harry ligou essas imagens vagas insatisfatórias ao fato de sua varinha ter sido destruída, como se fosse por
culpa da varinha de abrunheiro que ele não conseguia mais ler a mente de Voldemort tão bem quanto antes.
Conforme as semanas se arrastavam, Harry não pode evitar mesmo imerso em sua concentração, que Rony estava tomando as rédeas. Talvez porque ele estava determinado
a recompensálos por têlos deixado, talvez porque o declínio de Harry apatia galvanizavam suas qualidades de líder adormecidas, agora era Rony quem estava encorajando
os outros dois a entrar em ação.
Só faltam três Horcruxes. ele continuava dizendo Precisamos de um planos de ação, anda! Onde ainda não procuramos? Vamos pensar de novo. O orfanato...
Beco Diagonal, Hogwarts, a casa dos Riddles, Borgin e Burkes, Albânia, todos os lugares que eles sabiam que Tom Riddle havia vivido ou trabalhado, visitado
ou assassinado, Rony e Hermione os varriam de novo, Harry se juntou só para Hermione parar de atormentálo. Ele teria ficado feliz se pudesse sentar sozinho em silêncio,
tentando ler os pensamentos de Voldemort, para descobrir mais sobre a Varinha Mestra, mas Rony insistiu em aventurarse por lugares cada vez mais improváveis simplesmente,
Harry tinha consciência, para mantêlos em movimento.
Nunca se sabe era o refrão constante de Rony Upper Flagley é uma vila bruxa, talvez ele quisesse morar lá. Vamos lá dar uma bisbilhotada.
Essas freqüentes correrias em territórios bruxos os fez ocasionalmente avistar Raptores.
Dizem que alguns deles são tão ruins quanto os Comensais da Morte disse Rony O bando que me pegou era meio patético, mas Gui acredita que alguns são
realmente perigosos. Ele disseram no Potterwatch (de olho no Potter)—
Aonde? disse Harry.
Potterwatch, eu não disse que era esse o nome? O programa que eu ficava tentando sintonizar no rádio, o único que realmente diz a verdade sobre o que está
acontecendo! Quase todos os programas estão seguindo a linha de VocêSabeQuem, todos menos Potterwatch, eu realmente quero que vocês escutem, mas é difícil sintonizar...
Rony passou noite após noite com sua varinha tentando sintonizar enquanto o mostrador girava. Ocasionalmente eles captavam trechos de conselhos sobre como
tratar sífilis de dragão, e uma fez algumas notas de Um Caldeirão Cheio de Amor Quente Forte. Enquanto ele batia a varinha, Rony continuava tentando acertar a
senha, murmurando faixas de palavras comuns em voz baixa.
Geralmente tem algo a ver com a Ordem ele lhes falou Gui tinha uma verdadeira habilidade para adivinhálas. Uma hora eu vou ter que conseguir...
Mas só em Março a sorte favoreceu Rony finalmente. Harry estava sentado na entrada da barraca, fazendo guarda, olhando inutilmente uma massa de jacinto de
uva que havia aberto caminho pelo chão frio, quando Rony gritou excitadamente de dentro da barraca.

Consegui, Consegui! A senha era Alvo! Chega aqui, Harry!
Tirado, pela primeira vez em dias, de sua reflexão sobre as Relíquias da Morte, Harry correu para dentro da barraca para achar Rony e Hermione ajoelhados
no chão ao lado do pequeno rádio. Hermione, que estava polindo a espada de Griffindor só para ter algo pra fazer, estava sentada de boca aberta, olhando fixamente
para a pequena caixa de som, de onde uma voz bastante familiar saia.
... pedimos desculpas por nossa ausência temporária das vias de radiocomunicação, que foi por causa de revistas de casas em nossa área feita pelos encantadores
Comensais da Morte.
Mas é Lino Jordan! disse Hermione.
Eu sei! sorriu Rony Legal, né?
... agora encontramos outro lugar seguro Lino estava dizendo e estou feliz em informar que dois contribuidores regulares se juntaram a mim essa noite.
Boa noite, rapazes!
Olá.
Boa noite, River.
'River', é o Lino. Rony explicou Todos eles tem nome falsos, mas dá pra perceber...
Shh! disse Hermione.
Mas antes de ouvirmos Royal e Romulus Lino continuou Vamos tirar um momento para reportar aquelas mortes que a Rede de Notícias de Bruxos e o Profeta
Diário não acham importante o suficiente para ser mencionadas. É com grande pesar que nós informamos aos nossos ouvintes dos assassinatos de Ted Tonks e Dirk Cresswell.
Harry sentiu uma doentia revirada no estômago. Ele, Rony e Hermione olharamse aterrorizados.
Um duende chamado Gornuk também foi morto. Acreditase que o nascidotrouxa Dino Thomas e o segundo duende estavam viajando com Tonksm Cresswell e Gornuk,
e ambos podem ter escapado. Se Dino estiver ouvindo, ou alguém que saiba do seu paradeiro, seus pais e irmãs estão desesperados por notícias.
Enquanto isso, em Gaddley, uma família de cinco trouxas foi achada assassinada em sua casa. As autoridades trouxas estão atribuindo essas mortes a um vazamento
de gás, mas membros da Ordem da Fênix informam que foi a Maldição da Morte— mais evidenciado, como se fosse necessário, pelo fato de que matança de trouxas está
se tornando um esporte no novo regime.
Finalmente, nós lamentamos informar nossos ouvintes que os restos de Bathilda Bagshot foram encontrados em Godric's Hollow. A evidência é que ela morreu
meses atrás. A Ordem da Fênix nos informou que o corpo dela possuía inegáveis sinais de machucados feito por Artes das Trevas.
Ouvintes, gostaríamos de convidálos a juntarse a nós em um minuto de silêncio em memória de Ted Tonks, Dirk Cresswell, Bathilda Bagshot, Gornuk, e os
anônimos, mas não menos lamentados, Trouxas assassinados pelos Comensais da Morte.
O silêncio caiu, e Harry, Rony e Hermione não falaram. Metade de Harry queria ouvir mais, e metade dele tinha medo do que poderia ouvir Depois de muito
tempo, era a primeira vez que ele se sentia totalmente conectado ao mundo bruxo.
Obrigado disse a voz de Lino E agora, voltamos ao nosso regular contribuinte Royal, para um update de como o novo regime Bruxo está afetando o mundo
trouxa.
Obrigado, River. disse uma voz inconfundível, profunda, ponderada, que dá confiança.
Kingsley! explodiu Rony.
Nós sabemos! disse Hermione, calandoo.
Os Trouxas continuam sem saber a fonte de seu sofrimento enquanto continuam a agüentar graves casualidades disse Kingsley Contudo, nós continuamos
a ouvir historia realmente impressionantes de bruxos e bruxas arriscando sua própria segurança para proteger amigos trouxas e vizinhos, geralmente sem que os trouxas
saibam. Gostaria de apelar para todos nossos ouvintes para seguirem esse exemplo, talvez apenas conjurando um escudo em algum trouxa vagando pela sua rua. Muitas
vidas podem ser salvas se coisas simples como essa forem feitas.
E o que você diria, Royal, para aqueles ouvintes que respondem que, nesses tempos perigosos, deveria ser Bruxos primeiro? perguntou Lino.
Eu diria que é uma distância pequena de Bruxos primeiro para Sanguespuros primeiro e então para Comensais da Morte. respondeu Kingsley Somos
todos humanos, não somos? Cada vida humana tem o mesmo valor, e vale ser salva.
Bem colocado, Royal, e você tem meu voto pra Ministro da Magia se conseguirmos sair de toda essa bagunça disse Lino E agora, passamos para Romulus
para nossa popular sessão Amigos do Potter.
Obrigado, River disse outra voz familiar; Rony começou a falar, mas Hermione o impediu num suspiro.
Nós sabemos que é o Lupin!
Romulus, você mantém, como tem mantido todas as vezes que apareceu nesse programa, a opinião de que Harry Potter está vivo?
Sim disse Lupin firmemente Não há dúvida nenhuma em minha mente que a morte dele seria proclamada o máximo possível pelos Comensais da Morte se isso
tivesse acontecido, porque isso atingiria mortalmente a moral daqueles que ainda resistem ao sistema. 'O Garoto que Sobreviveu' continua sendo o símbolo de tudo
pelo qual estamos lutando: o triunfo do bem, o poder da inocência, a necessidade de continuar resistindo.
Uma mistura de gratidão e vergonha brotou em Harry. Será que Lupin o havia perdoado, então, das coisas terríveis que ele havia dito a ele na última vez que
se encontraram?
E o que você diria a Harry se ele estivesse nos ouvindo, Romulus?
Eu lhe diria que estamos todos com ele em espírito disse Lupin, e então hesitou um pouco E para ele seguir seus instintos, que são bons e quase sempre
certos.
Harry olhou para Hermione, cujos olhos estavam cheios de lágrimas.
'Quase sempre certo' ela repetiu.
Ah, eu não disse? disse Rony surpreso Gui me disse que Lupin está morando com a Tonks de novo! E aparentemente ela ta ficando bem grande também...
...e nosso usual update sobre amigos de Harry Potter que estão sofrendo por aliaremse a ele? Lino ia dizendo.
Bem, como os ouvintes regulares já sabem, vários daqueles que apóiam Harry Potter tem sido presos, incluindo Xenófilo Lovegood, outrora editor de O Pasquim.
disse Lupin.
Pelo menos ele está vivo. resmungou Rony.
Nós também ficamos sabendo nas últimas horas que Rúbeo Hagrid os três ofegaram, e quase perderam o resto da frase bemconhecido guardador das chaves
da Escola de Hogwarts, escapou por pouco de ser preso dentro dos terrenos de Hogwarts, onde há rumores de que ele havia planejado uma festa 'Apóie Harry Potter'
na sua casa. No entanto, Hagrid não foi levado sob custódia , e está, nós acreditamos, refugiado.
Acho que ajuda escapar de Comensais da Morte se você têm um irmão de seis metros de altura, né? perguntou Lino.
Isso lhe daria uma vantagem concordou Lupin seriamente Gostaria só de adicionar que mesmo que nós do Potterwatch aplaudimos a coragem de Hagrid, nós
aconselharíamos os fãs mais devotos de Harry a não seguirem a linha de Hagrid. Festas 'Apóie Harry Potter' não são algo sábio em tempos como esses.
É verdade, Romulus disse Lino então sugerimos que você continue mostrando sua devoção ao homem com uma cicatriz em forma de raio na testa ouvindo o
Potterwatch!
E agora vamos seguir adiante para notícias que dizem respeito ao bruxo que está é tão ardiloso quanto Harry Potter. Gostamos de nos referir a ele como o Comensal
da Morte Chefe, e aqui para dar sua opinião nos rumores mais insanos que estão circulando, gostaria de lhes apresentar nosso mais novo correspondente: Rodent.
'Rodent'? disse ainda outra voz familiar, e Harry, Rony e Hermione choraram juntos:
Fred!
Não— é o Jorge!
É o Fred, eu acho. disse Rony, se aproximando do rádio, enquanto qualquer dos gêmeos dizia:
Não quero ser Rodent, nem pensar, eu disse que queria ser 'Rapier'!
Ah, tudo bem então, Rapier, você poderia por favor nos dar sua parte da várias histórias nós temos ouvido sobre o Comensal da Morte Chefe?
Sim, River, eu tenho. disse Fred Como nossos ouvintes saberão, a não ser que eles tenham se refugiado no fundo de um lago ou algum lugar parecido,
a estratégia de VocêSabeQuem de continuar nas sombras está criando um clima de pânico legal. Note bem, se todas as alegações de que ele foi avistado forem verdadeiras,
nós temos uns dezenove VocêsSabeQuem correndo por aí.
O que é bom para ele, claro disse Kingsley O ar de mistério está criando mais terror do que ele se mostrar.
Concordo. disse Fred Então, gente, vamos tentar e nos acalmar um pouco. As coisas já estão ruins o bastante sem inventarem coisas por aí. Por exemplo,
a nova idéia de que VocêSabeQuem pode matar com um simples olhar. Isso é um basilisco, gente.Um pequeno teste: confira se a coisa que está te encarando tem pernas.
Caso tenha, você pode olhar nos olhos, pensando bem se é mesmo VocêSabeQuem, ainda sim é possível que isso seja a última coisa que você faça.
Pela primeira ver em semanas e semanas, Harry estava rindo: Ele podia sentir o peso da tensão saindo dele.
E os rumores que ele continua sendo visto fora do país? perguntou Lino.
Bem, quem não gostaria de um pouco de férias de pois de tanto trabalho que ele tem feito? perguntou Fred A questão é, gente, não se enganem com uma
falsa sensação de segurança, pensando que ele está fora do país. Talvez ele esteja, talvez não esteja, mas o fato é que, quando ele quer, ele se move mais rápido
do que Severo Snape quando vê um shampoo, então não conte com o fato de ele estar milhas longe se você está planejando tomar riscos. Nunca pensei que fosse me ouvir
dizendo isso, mas segurança primeiro!
Muito obrigada por essas sábias palavras, Rapier disse Lino Ouvintes, chegamos ao fim de mais um Potterwatch. Nós não sabemos quando será possível
transmitir de novo, mas tenha certeza que voltaremos. Continuem sintonizando: A próxima senha será OlhoTonto. Mantenhamse a salvo: mantenham a fé. Boa noite.
O rádio saiu do ar e a luz atrás do painel de sintonização apagou. Harry, Rony e Hermione ainda estavam sorrindo. Ouvir vozes familiares e amigáveis era
um tônico extraordinário; Harry tinha se acostumado tanto com o isolamento deles que quase havia esquecido que haviam outras pessoas resistindo a Voldemort. Era
como acordar de um sono profundo.
Bom, né? disse Rony felizmente.
Brilhante disse Harry.
Eles são tão bravos suspirou Hermione admiradamente. Se eles fossem encontrados...
Bem, eles continuam fugindo, não é? disse Rony. Que nem a gente.
Mas vocês ouviram o que Fred disse? Harry perguntou excitadamente; agora que a transmissão havia acabado, seus pensamentos voltaramse para sua consumidora
obsessão. Ele está fora do país! Ele ainda está procurando a Varinha, eu sabia!
Harry—
Vamos, Hermione, por que você está tão determinada a não admitir isso? Vol—
HARRY, NÃO!
—demort está atrás da Varinha Mestra!
O nome é Tabu! Rony berrou, ficando de pé quando um alto crack soou do lado de fora da barraca. Eu te disse, Harry, eu te disse, a gente não pode
mais dizer—nós temos que por a proteção de volta na gente—rápido—é assim que eles acham—
Mas Rony parou de falar, e Harry sabia por quê. O Bisbilhoscopio na mesa havia acendido e começou a girar; eles podiam ouvir vozes se aproximando cada vez
mais: vozes duras e excitadas. Rony puxou o Apagueiro do bolso e o abriu: as lâmpadas deles apagaram.
Saia daí com suas mãos para cima! veio uma voz cortante pela escuridão Sabemos que está aí dentro! Você tem doze varinhas apontadas para você e não
nos importa quem amaldiçoaremos!


CAPÍTULO 23
A MANSÃO MALFOY

Harry olhou em volta para os outros dois, agora meros esboços na escuridão. Ele viu Hermione apontar sua varinha não para fora, mas em sua face houve um
estrondo, um jorro de luz branca, e ele caiu em agonia, incapaz de enxergar. Pôde sentir sua face inchar rapidamente sob suas mãos enquanto duras pisadas circundavamno.
Levantese, verme.
Mãos desconhecidas levantaram Harry, e antes que pudesse parálas, alguém procurou em seus bolsos e retirou sua varinha. Sentiu a excruciante dor em sua
face, seus dedos irreconhecíveis, apertados e inchados, como se estivesse sofrendo uma grave crise alérgica. Seus olhos tinham sido reduzidos a meras fendas por
onde mal conseguia ver, seus óculos caíram quando fora empurrado para fora da barraca; tudo que conseguia ver eram formas borradas de quatro ou cinco pessoas lutando
contra Rony e Hermione do lado de fora.
Sai... de... perto... dela! gritou Rony. Havia um inconfundível som de briga. Rony grunhiu de dor e Hermione gritou "Não! Deixeo em paz, deixeo em
paz!
Seu namoradinho vai ter algo pior se ele estiver na minha lista. disse uma voz horrivelmente familiar. Menina deliciosa... Um prazer... Aprecio muito
essa suavidade de pele...
O estômago de Harry revirouse; reconheceu a voz de Fenrir Greyback, o lobisomem que ganhou o direito de vestirse como Comensal da morte em troca de sua
selvageria.
Revistem a tenda! disse uma outra voz.
Harry foi jogado de bruços no chão. Uma batida indicou que Rony foi jogado ao lado dele. Podiam ouvir passos e batidas; os homens reviravam as cadeiras enquanto
procuravam.
Agora, vamos ver o que nós temos aqui... disse a voz regozijante de Greyback, e Harry foi virado de costas pro chão. Um feixe de luz de uma varinha caiu
sobre seu rosto e Greyback riu.
Eu vou precisar de cerveja amanteigada pra lavar esse daqui. O que aconteceu com você, feio?
Harry não respondeu imediatamente.
Eu perguntei, repetiu o lobisomem, e Harry levou um golpe no diafragma que o fez dobrarse de dor o que aconteceu com você?
Picado. Harry murmurou. Fui picado.
Claro, parece mesmo! disse uma segunda voz.
Qual o seu nome? perguntou em um grunhido Greyback.
Duda. disse Harry.
E o seu primeiro nome?
Eu... Válter, Válter Duda.
Cheque a lista, Scabior. disse Greyback, e Harry olhou o comensal moverse de lado para olhar abaixo para Rony.
E quanto a você?
Stan Shunpike. disse Rony.

O inferno que você é... disse o homem chamado Scabior. Nós conhecemos Stan Shunpike, e ele nos deu um pouco de trabalho quando o encontramos.
Houve uma outra batida.
Eu zou Bardy! disse Ron, e Harry pode ver que sua boca estava cheia de sangue Bardy Weadley!
Um Weasley? rosnou Greyback. Então você está relacionado com os traidores de sangue mesmo que não seja um sangueruim. E por último... Sua pequena
e bonita amiga.
O tom em sua voz fez Harry tremer.
Fácil, Greyback. Disse Scabior.
Ah, eu não vou morder ainda. Vamos ver se ela é mais rápida que Barny em lembrar seu nome. Quem é você, garota?
Penélope Clearwater. disse, parecendo apavorada, porém convincente.
Qual seu status de sangue?
Mestiça. respondeu Hermione.
Bastante fácil de checar. disse Scabior. Mas só de olhar, vocês ainda têm idade para estar em Hogwarts.
Dós zaíbos. disse Rony.
Saíram, você quer dizer? perguntou Scabior. E vocês decidiram ir acampar? E você pensou, apenas por brincadeira, que podia usar o nome do Lorde das
Trevas?
Não por brincadeira. disse Ron. Agidende.
Acidente? disse com uma risada sarcástica Você sabe quem costumava gostar de usar o nome do Lorde das Trevas, Weasley? rosnou Greyback A Ordem
da Fênix. Significa algo para você?
Dão... Bem, eles não mostram o devido respeito ao Lorde das Trevas, então o nome foi proibido. Alguns membros da Ordem foram seguidos. Veremos. Coloqueos
com outros dois prisioneiros!
Alguém levantou Harry pelo cabelo, o arrastando e o sentando, então o prendeu de costas com outra pessoa. Harry ainda estava meio cego, apenas permitido
de ver algo que estivesse bastante perto. Quando o homem amarrou o último e saiu, Harry sussurrou aos outros prisioneiros.
Alguém tem sua varinha?
Não. responderam Rony e Hermione um de cada lado dele.
É tudo minha culpa, eu disse o nome dele. Sinto muito...
Harry? era uma voz nova, mas familiar, e veio diretamente de trás de Harry, da pessoa amarrada esquerda de Hermione.
Dino?
É você! Se eles descobrem quem pegaram! São raptores, estão procurando somente desertores para trocar por ouro...
Nada mal para uma noite. Greyback dizia, enquanto um par de botas de sola pregada andava perto de Harry e ouviram mais ruídos de dentro da barraca.
Um sangueruim, um elfo fugitivo, e esses desertores. Você verificou seus nomes na lista, Scabior? rugiu.
Sim. Não há nenhum Válter Duda aqui, Greyback.
Interessante... disse Greyback Que interessante...
Encolheuse ao lado de Harry, que viu, com a abertura infinitesimal deixada entre seus olhos inchados, uma cara coberta de cabelo cinzento, com os dentes
e garras marrons nos cantos de sua boca. Greyback cheirava como no alto da torre onde Dumbledore tinha morrido: a sujeira, a suor, e a sangue.
Então você não é procurado, não é, Válter? Ou está naquela lista com um nome diferente? Que casa você era em Hogwarts?
Sonserina. disse Harry automaticamente.
Engraçado... Todos pensam que nós queremos ouvir isso. zombou Scabior fora das sombras Mas nenhum deles sabe nos dizer onde o Salão Comunal deles fica.
É nas masmorras, disse Harry claramente Você entra através da parede. É repleto de crânios e é embaixo do lago, e as luzes são todas verdes.
Houve uma pequena pausa.
Bem, parece que nós realmente pegamos um pequeno Sonserino. disse Scabior. Bom pra você, Válter, porque não há muitos sanguesruins da Sonserina. Quem
é seu pai?
Ele trabalha no Ministério. mentiu Harry. Sabia que toda sua história poderia ser desmascarada com a menor das investigações, porém, tinha somente até
seu rosto voltar sua aparência usual antes do jogo terminar. Departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas.
Você sabe, Greyback, disse Scabior Eu acho que tem um Duda lá.
Harry podia dificilmente respirar. Poderia a sorte, frágil sorte, deixálos a salvo nisso?
Bem, bem, disse Greyback, e Harry pôde ouvir a menor nota de trepidação em sua dura voz, e soube que Greyback estava querendo saber se tinha atacado
o filho de um Oficial do Ministério. O coração de Harry estava martelando devido a seus esforços por sair da situação, não seria surpresa que Greyback pudesse ver
isso. Se você está dizendo a verdade, feio, você não tem nada a temer em uma viagem ao Ministério. Eu espero que seu pai vá nos recompensar por termos te pegado.
Mas, disse Harry, sua boca secando Se você apenas nos deixar...
Hei! soou um grito vindo do interior da tenda Veja isso, Greyback!
Uma figura negra veio agitada em direção a eles, e Harry viu um brilho prateado sob a luz de suas varinhas. Ele haviam encontrado a espada de Gryffindor.
Muito bom! disse Greyback, valorizandoo, e tirando o objeto de seu companheiro. Ah, muito bom, de fato. Parece feita por duendes. Onde vocês conseguiram
uma coisa assim?
É do meu pai. mentiu, torcendo para que estivesse muito escuro para Greyback ler o nome gravado sob o punho da espada Pegamos isso emprestado para
cortar lenha...
Espere um minuto, Greyback! Olha isso aqui, no Profeta! Ao Scabior dizer isso, a cicatriz de Harry, que estava apertada ao longo de sua testa inchada,
queimou brutalmente. Mais claramente do que ele poderia perceber qualquer coisa ao seu redor, viu um alto edifício, uma fortaleza terrível, cor de azeviche e ameaçadora:
os pensamentos de Voldemort de repente vieram penetrantes novamente; ele estava deslizando em direção ao enorme edifício, com uma sensação de um calmo e eufórico
propósito.
Tão perto... Tão perto...
Com um enorme esforço e força de vontade, Harry fechou sua mente para os pensamentos de Voldemort, voltando sua atenção para onde ele estava sentado, amarrado
a Rony, Hermione, Dean e Griphook na escuridão, ouvindo Greyback e Scabior.
Hermione Granger, Scabior disse. A sangueruim que é conhecida por viajar com o Harry Potter.
A cicatriz de Harry queimou no silêncio, mas ele fez um esforço grandioso para se manter presente, para não penetrar na mente de Voldemort. Ouviu o som das
botas de Greyback enquanto ele se agachava perto de Hermione.
Sabe o que é, garotinha? Esse retrato parece muito com você...
Não sou eu! Não sou eu! o tom de terror e estarrecimento na voz de Hermione era quase uma confissão.
... Conhecida por viajar com Harry Potter. repetiu Greyback, calmamente.
Uma continuidade pareceu se instaurar na cena. A cicatriz de Harry estava estranhamente doendo, mas ele juntou todas as suas forças contra os pensamentos
de Voldemort. Nunca tinha sido tão importante para Harry permanecer em sua própria mente.
Isso muda as coisas, não é? disse Greyback. Ninguém falou: Harry sentiu a gangue de raptores olhando, congelados, e sentiu o braço de Hermione tremendo
contra o seu. Greyback se levantou e deu alguns passos até onde Harry estava, abaixouse de novo, para chegar mais perto com suas feições desfiguradas.
O que é isso na sua testa, Válter? perguntou amigavelmente, seu hálito chegou a Harry enquanto ele pressionava o dedo contra a sua cicatriz. Não toque!
gritou Harry; ele não conseguia controlar a si mesmo, achava que em qualquer momento passaria mal de tanta dor que estava sentindo.
Eu achava que você usava óculos, Potter. suspirou Greyback.
Eu achei os óculos! gritou um dos raptores que estava mais para trás Havia óculos na barraca, Greyback, espere...
E um segundo depois os óculos de Harry estavam sendo colocados em sua face. Os raptores estavam em volta dele agora, analisandoo.
É isso! bradou Greyback Pegamos Potter!
Muitos deles deram alguns passos para trás, impressionados com o que acabara de ocorrer. Harry, ainda lutando para manter sua própria mente, não conseguia
pensar em nada para dizer; Imagens fragmentadas estavam surgindo em sua mente...

Estava escondido perto das grandes muralhas da fortaleza negra...

Não, ele era Harry, fora capturado e estava amarrado, em grande perigo...

Olhava para cima, para a janela mais alta, da torre mais alta...
Ele era Harry, e eles estavam discutindo seu destino em voz baixa...
Hora de voar.
Para o Ministério?
Para o inferno com o Ministério! finalizou Greyback Eles vão levar todo o crédito, e nós não seríamos nem lembrados. Acho que deveríamos leválo direto
para Vocêsabequem.
Você vai convocálo agora, aqui? perguntou Scabior, soando um pouco aterrorizado.
Não! rosnou Greyback Eu não quero. Dizem que eles estão usando a Mansão dos Malfoy como base. Levaremos o garoto para lá.
Harry pensou que sabia o motivo de Greyback não chamar Voldemort. O lobisomem tinha permissão de usar a roupa de Comensal da Morte quando quisesse, mas apenas
o círculo íntimo de Voldemort era presenteado com a Marca Negra: Greyback não tinha sido contemplado com essa honra.
A cicatriz de Harry doeu novamente...
... E ele elevouse na noite, voando logo acima da mais alta torre...
... Tem toda a certeza de que é ele? Porque se não for, Greyback, estaremos mortos.
Quem está no comando aqui? rugiu Greyback, acobertando seu momento de incerteza Eu digo que é o Potter, e ele mais a sua varinha, são mil e duzentos
galeões bem ali. Mas se vocês são muito covardes pra vir junto, qualquer um de vocês, fica tudo pra mim, e com alguma sorte ainda consigo ficar com a garota de lambuja.

A janela era uma mera fenda na rocha negra, não era grande o suficiente para um homem passar... Uma figura esquelética era visível através dela, encolhida
debaixo de um cobertor... Morto ou dormindo...?

Tudo bem! respondeu Scabior Tudo bem! Estamos dentro! E quanto ao resto, Greyback, o que faremos com eles?
Melhor levar todos. Nós temos dois sanguesruins, são mais dez galeões. Dême a espada também. Se forem rubis, é mais uma pequena fortuna aqui.
Os prisioneiros foram forçados a ficar de pé. Harry podia ouvir a respiração de Hermione, rápida e aterrorizada.
Segurem e amarrem bem firme. Eu cuido do Potter! disse Greyback, segurando uma mão cheia de cabelos de Harry; ele podia sentir as unhas longas e amarelas
arranhando seu couro cabeludo. No três. Um, dois, três!
Eles desaparataram, puxando os prisioneiros junto com eles. Harry lutou, tentando afastar a mão de Greyback, mas era inútil. Rony e Hermione estavam apertados
firmemente um de cada lado, não podia se separar do grupo, e enquanto o ar era espremido para fora dele, sua cicatriz queimou mais dolorosamente ainda.
Enquanto ele se forçava através da fresta da janela como se fosse uma cobra e aterrissou, tão leve quanto vapor, dentro do cômodo que parecia uma cela...
Os prisioneiros se chocaram uns contras os outros quando eles aterrissaram numa travessa no campo. Os olhos de Harry, ainda inchados, levaram um momento
para se acostumar, então ele viu um par de portões de ferro forjados aos pés do que parecia ser uma longa estrada. Ele experimentou uma pequena sensação de alívio.
O pior ainda não havia acontecido: Voldemort não estava ali. Estava, Harry sabia, pois estava lutando para resistir visão, em algum lugar estranho, que parecia
uma fortaleza, no topo de uma torre. Quanto tempo demoraria até Voldemort chegar onde eles estavam já era outra história...

Um dos raptores foi até o portão e o balançou.
Como nós entramos? Eles estão trancados, Greyback. Eu não consigo Nossa!
Ele retirou suas mãos com medo. O ferro estava se contorcendo, torcendose das suas formas abstratas em um rosto amedrontador, que falou numa voz retinindo
e ecoando: "Diga seu propósito!
Nós temos o Potter! rosnou Greyback, triunfante. Nós capturamos Harry Potter!
Os portões se abriram.
Vamos! disse Greyback aos seus homens, e os prisioneiros foram empurrados através do portão em direção estrada, entre cercas altas que abafavam os
seus passos. Harry viu uma forma branca fantasmagórica acima dele, e percebeu que era um pavão albino. Tropeçou e foi posto em pé por Greyback; agora ele estava
cambaleando de lado; amarrado costaacostas com os outros quatro prisioneiros. Fechando seus olhos, permitiu que a dor em sua cicatriz tomasse conta dele por um
momento, querendo saber o que Voldemort estava fazendo, se ele já sabia ou não que Harry havia sido pego...
A emagrecida figura se espreguiçou embaixo do seu fino cobertor e rolou em seus profundos olhos abrindo num rosto caveiroso... O homem frágil se sentou,
grandes e fundos olhos fixados nele, em Voldemort, e então ele sorriu. A maioria dos seus dentes não estava mais lá...
Então você veio, eu achei que viesse... Um dia. Mas sua jornada foi toa. Eu nunca o tive.
Você mente!
Enquanto a raiva de Voldemort pulsava dentro dele, a cicatriz de Harry ameaçava explodir de dor, então forçou sua mente de volta ao seu corpo, lutando para
permanecer presente enquanto os prisioneiros eram empurrados sobre o cascalho. Uma luz caiu sobre todos eles.
O que é isso? perguntou a fria voz de uma mulher.
Nós estamos aqui para ver AqueleQueNãoDeveSerNomeado! rosnou Greyback.
Quem são vocês?
Você me conhece! disse a ressentida voz do lobisomem. Fenrir Greyback! Nós pegamos Harry Potter!
Greyback agarrou Harry e carregouo até a luz, forçando os outros prisioneiros a se moverem também.
Eu sei que ele está inchado, senhora, mas é ele! interveio Scabior Se você olhar um pouco mais perto, vai ver sua cicatriz. E essa aqui, vê a garota?
A sangueruim que estava viajando com ele, senhora. Não há dúvida de que é ele, e nós pegamos a sua varinha também. Aqui, senhora.
Através de suas pálpebras inchadas, Harry viu Narcissa Malfoy examinando minuciosamente seu rosto inchado. Scabior empurrou a varinha de abrunheiro pra ela.
Ela levantou suas sobrancelhas.
Tragaos para dentro. disse ela.
Harry e os outros foram empurrados e chutados por largos degraus de pedra para dentro de um corredor alinhado com retratos.
Sigamme. disse Narcissa, liderando o caminho através do corredor. Meu filho, Draco, está em casa para o feriado de Páscoa. Se esse é o Harry Potter,
ele saberá.
A sala de estar deslumbrava atrás da escuridão lá fora; mesmo com seus olhos quase fechados, Harry podia assimilar as enormes proporções da sala. Um lustre
de cristal estava pendurado no teto, mais retratos nas paredes roxoescuras. Duas figuras levantaramse de poltronas em frente a uma lareira ornada de mármore enquanto
os prisioneiros eram forçados para dentro da sala pelos raptores.
O que é isso?
A voz arrastada, terrivelmente familiar, de Lucius Malfoy caiu nos ouvidos de Harry. Estava entrando em pânico agora. Não conseguia ver um jeito de escapar,
e era mais fácil, na medida em que seu medo aumentava, bloquear os pensamentos de Voldemort, apesar da sua cicatriz ainda estar queimando.
Eles dizem que pegaram o Potter. disse a voz fria de Narcissa. Draco, venha aqui.

Harry não ousou olhar diretamente para Draco, mas o viu obliquamente; uma figura pouco mais alta que ele mesmo, levantando de uma poltrona, seu rosto um
borrão pálido e pontudo embaixo de um cabelo loiro quase branco. Greyback forçou os prisioneiros a girarem de novo para que Harry ficasse bem abaixo do lustre.
Então, garoto? rosnou o lobisomem.
Harry estava encarando um espelho, acima da lareira, grande e dourado em uma moldura intrincadamente enrolada. Através das fendas dos seus olhos, ele se
viu pela primeira vez desde que deixara o Largo Grimmauld Seu rosto estava gigante, brilhante e rosa, cada feição distorcida pelo feitiço de Hermione. Seu cabelo
negro alcançava seus ombros e havia uma sombra escura ao redor em seu queixo. Se ele não soubesse que era ele que estava ali, teria imaginado quem estava usando
seus óculos. Resolveu não falar, pois sua voz poderia entregálo, mas mesmo assim evitou contato visual com Malfoy quando ele se aproximou.
Bem, Draco... disse Lucius Malfoy. Ele soava ávido. É ele? É o Harry Potter?
Eu não... Eu não tenho certeza. disse Draco, que estava mantendose distante de Greyback, e parecia com tanto medo de olhar para o Harry, quanto o Harry
estava de olhar para ele.
Mas olhe para ele com cuidado, olhe! Chegue mais perto! Harry nunca ouvira Lucius Malfoy tão excitado. Draco, se formos nós que entregarmos Harry Potter
para o Lorde das Trevas, tudo será perdoa...
Agora, nós não vamos esquecer quem foi que realmente o capturou, eu espero, Sr. Malfoy. disse Greyback, ameaçadoramente.
Claro que não, claro que não. disse Lucius impacientemente. Aproximouse de Harry, chegando tão perto que ele podia ver seu rosto geralmente lânguido
e pálido em pequenos detalhes, mesmo através dos seus olhos inchados. Com seu rosto como uma máscara inchada, Harry sentia como se estivesse espiando por entre as
barras de uma jaula. O que vocês fizeram com ele? Lucius perguntou para Greyback. Como ele ficou nesse estado?
Não fomos nós.
Parece um Feitiço de Ferroadas pra mim. disse Lucius. Seus olhos cinza vasculharam Harry. Tem alguma coisa aqui murmurou Lucius. Poderia ser a
cicatriz esticada... Draco, venha aqui, olhe direito! O que você acha?
Harry viu o rosto de Draco bem perto agora, bem ao lado do de seu pai. Eles eram extraordinariamente parecidos, exceto que enquanto seu pai parecia fora
de si de tanta excitação, a expressão de Draco estava cheia de relutância, até mesmo medo.
Eu não sei. ele disse, e caminhou em direção lareira, onde sua mãe estava assistindo.
É melhor que tenhamos certeza, Lucius. Narcisa chamou por seu marido em sua clara e fria voz. Completamente certos de que é o Potter, antes de chamarmos
o Lorde das Trevas... Eles dizem que isso é dele. ela estava segurando a varinha de abrunheiro Mas não parece com a descrição do Olivaras... Se nós estivermos
enganados, se chamarmos o Lorde das Trevas aqui para nada... Lembra o que ele fez com Rowle e Dolohov?
E quanto a sangueruim, então? grunhiu Greyback. Harry quase caiu quando os raptores forçaram os prisioneiros a girar novamente para que a luz caísse
sobre Hermione.

Espere! disse Narcissa prontamente. Sim, sim, ela estava na Madame Malkins com o Potter! Eu vi a sua foto no Profeta! Olhe, Draco, não é a garota Granger?
Eu... Talvez... É.
Mas então, esse é o garoto Weasley! gritou Lucius, rodeando os prisioneiros amarrados para encarar Ron. São eles, os amigos de Potter, Draco? Olhe
para ele, não é o filho do Arthur Weasley, qual é o nome dele?
É... disse Draco novamente Pode ser.
A porta da sala de visitas abriuse atrás de Harry. Uma mulher falou, e o som de sua voz aumentou o medo de Harry ainda mais.
O que é isso? O que aconteceu, Ciça?
Bellatrix Lestrange andou lentamente entre os prisioneiros e parou direita de Harry, encarando Hermione, através de seu olhos pesados.
Mas certamente... disse ela Essa é a garota sangueruim? Essa é a Granger?
Sim, sim, essa é a Granger! exclamou Lucius E junto dela, nós achamos Potter!
Potter e seus amigos, pegos enfim!
Potter? clamou Bellatrix, então se virou para olhar melhor para Harry Você tem certeza? Bem, então o Lorde das Trevas tem que ser informado de uma
vez por todas!
Ela puxou a manga esquerda: Harry viu a Marca Negra queimada na carne do braço dela, e sabia que ela estava prestes a tocála, para notificar seu amado mestre...
Eu ia chamálo! disse Lucius, e na verdade sua mão segurava o pulso de Bellatrix, prevenindoa de tocar na Marca Eu devo chamálo, Bella. Potter foi
trazido para a minha casa e por isso está sob minha autoridade
Sua autoridade?! perguntou em tom de escárnio, cuidando de arrancar a mão dela de suas garras. Você perdeu sua autoridade quando perdeu sua varinha,
Lucius! Como ousa? Tire suas mãos de mim!
Isto não é da sua conta, você não pegou o garoto...
Com o seu perdão, Senhor Malfoy, interferiu Greyback mas fomos nós quem capturamos Potter, e somos nós que reclamaremos o ouro...
Ouro?! riu Bellatrix, ainda na tentativa de afastar seu cunhado, sua mão livre apalpando o seu bolso procura da varinha. Pegue seu ouro, seu lixo
imundo, o que eu quero com ouro? Busco somente a honra dessa... Dessa...
Ela parou de lutar, seus olhos escuros se fixaram sobre algo que Harry não pôde ver. Jubilante da rendição dela, Lucius largou a mão dela de si e levantou
a sua própria manga.
PARE! Gritou Bellatrix Não toque isso, todos nós iremos morrer se o Lorde das Trevas vier agora!
Lucius congelou, seu indicador suspenso no ar acima da sua Marca. Bellatrix andou a passos largos para fora do campo de visão de Harry.
O que é isso? a ouviu dizer.
Espada... grunhiu um dos raptores fora de vista.
Dême isso!
Não é sua, senhorita, é minha, eu creio que fui eu quem achou!
Houve um barulho e um flash de luz vermelha; Harry sabia que um deles tinha sido estuporado.
Houve um rugido de raiva dos amigos dele: Scabior pegou a varinha.
Com quem você acha que está brincando, mulher?
Estupefaça! ela gritou Estupefaça!
Eles não eram páreo para ela, mesmo que houvesse quatro deles contra ela. Ela era uma bruxa, pelo que Harry sabia, com uma habilidade prodigiosa e sem consciência.
Eles caíram onde estavam, todos exceto Greyback, que foi forçado a se agachar, seus braços estendidos. Fora dos cantos de seus olhos, Harry viu Bellatrix indo contra
o lobisomem, a espada de Gryffindor apertada firmemente na mão dela, sua expressão firme.
Onde você pegou essa espada?! murmurou para Greyback enquanto ela puxava a varinha de sua mão.
Como você tem coragem? rosnou ele, sua boca era a única coisa ele conseguia mexer enquanto ele era forçado a contemplála. Mostrou seus dentes pontudos.
Liberteme, mulher!
Onde você achou essa espada? repetiu, brandindo a varinha em sua cara Snape a enviou para o meu cofre no Gringotes!
Ela estava com eles! falou Greyback Liberteme, eu digo!
Ela brandiu a varinha e o lobo pulou nos seus pés, mas parecia muito cauteloso de se aproximar dela. Ele se escondeu atrás de um armário, suas imundas unhas
curvas agarrando as costas dele.
Draco, tire essa escória daí! disse Bellatrix, indicando o homem inconsciente. Se você não tiver coragem para dar um fim neles, leveos para o para
jardim para mim.
Você não ouse falar para Draco como... disse Narcissa furiosamente, mas Bellatrix gritou.
Fique quieta! A situação está mais grave do você sequer possa imaginar, Ciça! Nós temos um sério problema!
Ela se levantou, ofegando ligeiramente, olhando para baixo da espada, examinando o cabo. Então tornou a olhar o silencioso prisioneiro.
Se este é realmente o Potter, ele não pode ser ferido. resmungou, mais para si que para os outros O Lorde das Trevas quer dar um fim no Potter... Mas
se ele descobrir... Eu tenho... Eu tenho que saber...
Voltouse para a irmã novamente.
O prisioneiro tem que ser colocado na cela, enquanto eu penso no que fazer!
Esta é a minha casa, Bella, e você não dita ordens na minha...
Faça isso! Você não tem idéia do perigo que corremos! gritou Bellatrix. Olhou assustada, louca, e uma fina brasa de fogo saiu de sua varinha, queimando
um buraco no carpete.
Narcissa hesitou por um momento, então se dirigiu ao lobisomem.
Leve esses prisioneiros para a cela, Greyback!
Espere... disse Bellatrix violentamente Todos exceto... Exceto a sangueruim.
Grayback deu um uivo de prazer.
Não! gritou Rony Você pode ter a mim, fique comigo!
Bellatrix acertou a face de Rony e o barulho da bofetada ecoou pelo lugar.
Se ela morrer enquanto a interrogamos, pegarei você depois. falou Traidores de sangue estão logo abaixo de sanguesruins pra mim. Leveos para baixo,
Greyback, e faça com que eles fiquem seguros, mas não faça mais nada com eles, ainda.
Ela jogou a varinha de Greyback de volta para ele, então pegou uma pequena faca prateada de dentro de suas vestes. Libertou Hermione dos outros prisioneiros,
então a arrastou pelo cabelo até o meio da sala, enquanto Greyback forçava o resto deles a passar por outra porta em uma passagem sombria, sua varinha segura a sua
frente, protegendoo com uma invisível e irresistível força.
Será que ela me dá um pedaço da garota quando terminar com ela? sussurrou Greyback enquanto os forçava ao longo do corretor. Acho que pegaria um pedaço
ou dois, não?
Harry podia sentir Rony tremendo. Eles foram forçados a descer as escadas, ainda amarrados um contra o outro e com o perigo de escorregarem e quebrar seus
pescoços a qualquer momento. Em baixo havia uma pesada porta. Greyback destrancou com um toque de sua varinha, então os forçou a entrar na úmida e mofada sala e
depois ficaram em uma escuridão total. A ecoante batida da porta da cela ainda não havia morrido antes de um tenso e terrível grito os alcançar.
HERMIONE! gritou Rony, começando a se contorcer e lutar contra as cordas que os prendiam.
Fique quieto! falou Harry Cale a boca. Rony, precisamos trabalhar em uma forma...
HERMIONE! HERMIONE!
Nós precisamos de um plano, pare de gritar... Nós precisamos sair daqui...
Harry? veio um sussurro da escuridão. Rony? São vocês?
Rony parou de gritar. Havia um som de movimentação perto deles, então Harry viu uma sombra se movendo perto.
Harry? Rony?
Luna?
Sim, sou eu. Ah não,eu não queria que vocês fossem pegos!
Luna, você pode nos ajudar a tirar essas cordas? perguntou Harry.
Ah, sim, eu espero que sim... Tem um prego velho. Podemos usar se precisar quebrar alguma coisa... Só um instante...
Um grito de Hermione veio de novo, e eles podiam ouvir Bellatrix gritando também, mas as suas palavras eram inaudíveis, Rony gritou de novo:
HERMIONE! HERMIONE!
Sr. Olivaras? Harry podia ouvir Luna dizendo Sr. Olivaras, você está com o prego? Se você se mover só um pouco... Eu acho que estava atrás do jarro
de água.
Ela voltou em alguns segundos.
Você precisa agüentar firme disse ela.
Harry podia sentila cortando as cordas e o nó se afrouxando. Ouviram a voz de Bellatrix vindo do andar de cima.
Eu vou te perguntar de novo! Aonde você conseguiu essa espada? Aonde?
Nós a achamos, por favor! Hermione gritava de novo; Rony se esforçava mais do que nunca, e a corda começou a escorregar para o pulso de Harry.
Rony, por favor, fique parado. disse Luna Eu não consigo enxergar o que estou fazendo...
Meu bolso! exclamou Rony No meu bolso está o apagueiro, e ele esta cheio de luz!
Alguns segundos depois,um som de 'click', e as esferas luminescentes que o apagueiro tinha sugado das lâmpadas começaram a voar: incapaz de voltar de onde
vieram elas simplesmente ficaram ali como pequenos sóis enchendo o lugar com luz. Harry viu Luna, todos os olhos focados no seu rosto pálido, e a figura de Olivaras,
o fabricante de varinhas, curvado no chão no corredor. Olhando em volta, ele teve uma visão dos outros prisioneiros: Dean e Griphook, o duende, que parecia pouco
consciente, mantiveramse parados por causa das cordas que os outros haviam colocado neles.
Assim fica muito mais fácil, obrigada, Rony. disse Luna, então ela começou a cortar as cordas de novo Olá, Dino!


Do andar de cima veio a voz de Bellatrix.
Você está mentindo, sua sangueruim, e eu sei disso! Você esteve dentro do meu cofre em Gringotes! Diga a verdade, a verdade!
Outro grito terrível.
HERMIONE!
O que mais você pegou? O que mais você pegou? Digame a verdade ou, eu juro, eu irei enterrar em você essa faca!
Ali!
Harry sentiu as cordas caírem, então se virou a tempo de ver Rony correndo pela prisão, olhando para cima da cela, procurando uma porta para sair. Dean,
sua face machucada e coberta de sangue, disse "Obrigado" para Luna e ficou ali, tremendo, mas Griphook caiu no chão, parecendo desorientado, com muitos hematomas
em seu rosto.Rony agora tentava desaparatar sem uma varinha.
Não há como sair, Rony. disse Luna, olhando os seus esforços inúteis A prisão é completamente a prova de fugas. Eu tentei. Primeiro, Sr. Olivaras está
aqui há muito tempo e ele já tentou de tudo.
Hermione estava gritando de novo: seu grito atingiu Harry como uma dor física. Sua cicatriz doía tão intensamente que ele chegou ao limite da consciência.
Começou a correr em volta do porão, apalpando as paredes em busca de algo que ele nem sabia o que, sabendo em seu coração que era inútil.
O quê mais você pegou? RESPONDAME! CRUCIO!
O grito de Hermione ecoou pelas paredes subterrâneas. Rony estava quase chorando, enquanto batia na parede com seus próprios pulsos, e Harry, no ápice do
desespero, tirou a bolsa de Hagrid do pescoço e tateou s cegas em busca de algo: ele tirou o Pomo de Dumbledore e o balançou, esperando qualquer coisa, porém nada
aconteceu. Apontou os fragmentos da varinha de Fênix, mas elas já não funcionavam. O fragmento do espelho caiu no chão, então pôde ver um lampejo azul brilhante.
O olho de Dumbledore estava encarandoo.
Nos ajude! gritou desesperado. Nós estamos no porão da Mansão Malfoy, nos salve!
O olho piscou para ele e desapareceu. Harry não tinha certeza se ele realmente esteve ali. Inclinou o espelho de todas as maneiras possíveis e não viu nada
além das paredes e do teto de sua prisão, e logo acima Hermione gritava mais forte do que nunca, e próximo a ele Rony berrava "HERMIONE! HERMIONE!".
Como você entrou lá? ouviram Bellatrix berrar Aquele duende nojento do porão lhe ajudou?
Nós só o encontramos essa noite! disse Hermione. Nós nunca estivemos lá dentro... Não é a espada verdadeira! É uma cópia, só uma cópia!
Uma cópia? gritava Bellatrix cada vez mais Ah, que história emocionante!
Mas nós podemos descobrir isso fácil, fácil! Dessa vez era Lúcio quem falava Draco, traga o duende. Ele pode nos dizer se a espada é verdadeira ou
não.
Harry se lançou pela cela para onde Griphook estava jogado no chão.
Griphook, sussurrou para o Duende você deve contar que a espada é falsa, eles não podem saber que ela é a real, Griphook, por favor...
Ele pôde ouvir os passos de alguém descendo para a cela, e no próximo momento, a tremida voz de Draco falou de trás da porta.
Em pé. Fiquem contra a parede. Não tentem nada, ou eu mato vocês!
Eles fizeram como ordenados, e quando a fechadura virou Rony usou novamente o Apagueiro e todas as luzes voltaram para o objeto, restaurando a escuridão
inicial da cela. A porta foi aberta: Malfoy entrou com a varinha apontada para frente, pálido e determinado. Segurou o pequeno com o braço e voltou novamente, arrastando
Griphook com ele. A porta bateu e no mesmo momento um "crack" ecoou dentro da cela.
Rony apertou no Apagueiro. Três bolas de luz voltaram de seu bolso para o ar, revelando Dobby, o elfo doméstico, que apareceu aparatando no meio deles.
DOB !
Harry bateu em Rony com o braço para calálo, e Rony olhou amedrontado por seu erro. Passos cruzaram o lugar enquanto Draco levava Griphook para Bellatrix.
Os enormes, largos olhos em forma de bola de tênis de Dobby estavam ali. Ele tremia dos pés até as pontas de suas orelhas. Ele voltara para a casa de seus
velhos mestres, e estava claro que ele estava paralisado de medo.
Harry Potter. guinchou na menor voz que lhe foi possível Dobby veio resgatar você.
Mas como você...?
Um terrível grito interrompeu as palavras de Harry: Hermione estava sendo torturada novamente. Ele passou para o essencial.
Você pode desaparatar dessa cela? perguntou para Dobby, que acenou com a cabeça.
E você pode levar humanos com você?
Dobby confirmou com um aceno de cabeça de novo.
Certo. Dobby, eu quero que você pegue Luna, Dino e o Sr. Olivaras e leveos daqui... Para... Para...
Gui e Fleur. falou Rony Casa das Conchas, nos arredores de Tinworth!
O elfo acenou positivamente pela terceira vez.
E depois, volte aqui. falou Harry Você pode fazer isso, Dobby?
Claro Harry Potter. sussurrou o pequeno elfo. Ele correu até o Sr. Olivaras, que pareceu levemente consciente. Pegou uma das mãos do fabricante de varinhas
em sua própria, então deu a outra para Luna e Dino, porém nenhum dos dois se moveu.
Harry, nós queremos ajudar! sussurrou Luna.
Não podemos te deixar aqui! falou Dean.
Vão, os dois! Nós veremos vocês na casa do Gui e da Fleur.
Enquanto Harry falava, sua cicatriz pareceu pior que nunca, e por alguns segundos olhou para baixo, não para o fabricante de varinhas, mas para outro homem
que estava tão velho e magro, mas ria com desdém.
Mateme, então, Voldemort. A morte é bemvinda! Mas minha morte não irá trazer o que você procura... Tem muitas coisas que você não entende...
Sentiu a fúria de Voldemort, mas Hermione havia gritado novamente, então retornou para a cela e para o horror de sua própria pessoa.
Vão! ordenou para Luna e Dean Vão! Vamos seguir vocês, mas agora vão!
Eles agarraram nos dedos do elfo. Então houve outro "crack", e Dobby, Luna, Dean e Olivaras haviam sumido.
O que foi aquilo? gritou Lucius Malfoy do topo de suas cabeças Vocês ouviram isso? O que foi esse barulho na cela?
Harry e Rony se encararam.
Draco, não, chame Rabicho! Façao ir checar!
Passos cruzaram a sala acima deles, e logo houve silêncio. Harry sabia que as pessoas na sala de cima haviam ouvido mais barulhos da cela.
Nós teremos que tentar atacálo. sussurrou para Rony. Eles não tinham escolha: no momento em quem entrassem no lugar e vissem que três prisioneiros haviam
sumido, estariam perdidos Deixe as luzes ligadas... Adicionou Harry, então ouviram passos do lado de fora da porta. Voltaram para perto da parede de cada lado
do lugar.
Afastemse. veio a voz de Rabicho Fiquem longe da porta. Estou entrando.
A porta abriu. Por um segundo Rabicho observou a cela aparentemente vazia, incandescente por luzes de três sóis de miniatura flutuando no ar. Então Harry
e Rony lançaramse sobre ele. Rony agarrou o braço em que estava a varinha do homem e forçou para cima. Harry levou uma mão para sua boca, impedindo sua voz. Brigaram
silenciosamente: a varinha de Rabicho emitindo centelhas, sua mão de prata fechada em torno da garganta de Harry.
O que foi, Rabicho? chamou Lucio Malfoy de cima.
Nada! Rony respondeu numa razoável imitação de voz esganiçada de Rabicho Está tudo bem!
Harry mal conseguia respirar.
Você vai me matar? disse Harry chocado, tentando se livrar dos dedos prateados Depois que eu salvei sua vida? Você me deve uma, Rabicho!
Os dedos prateados se afrouxaram. Harry não esperava isso: ele se encontrou livre, atônito, mantendo sua mão sobre a boca de Rabicho. Viu os olhos marejados
do pequeno homem rato abertos com medo e surpresa. Parecia tão chocado quanto Harry pelo que sua mão tinha feito no fraco e misericordioso impulso que teve, então
continuou a estrangular mais forte, como forma de desfazer aquele momento de fraqueza.
A gente vai ficar com isso! sussurrou Rony, tomando a varinha de Rabicho de sua mão.
Desarmado, acuado, as pupilas de Petigrew se dilataram de medo. Seu olhos passaram do rosto de Harry para alguma outra coisa. Seus próprios dedos estavam
se movendo pra sua própria garganta.
Não!
Sem parar pra pensar, Harry tentou parar a mão, mas não havia como. A mão prateada que Voldemort deu ao seu servo mais covarde tinha se virado contra seu
desarmado e fraco dono; Pettigrew estava sendo punido pelo seu momento de hesitação, seu momento de misericórdia; ele estava sendo estrangulado diante dos seus olhos.
Não! Rony se juntou a Harry também, e juntos tentaram separar os dedos de metal do pescoço de Rabicho, enquanto Pettigrew já estava ficando azul.
Relashio! falou Rony, apontando a varinha para a mão prateada, mas nada aconteceu; Pettigrew caiu de joelhos, e no mesmo momento, Hermione deu um grito
terrível em cima deles. Os olhos de Rabicho viravam em sua face púrpura, que então se debateu pela última vez, e ficou imóvel.
Harry e Rony olharamse, então deixaram o corpo de Rabicho no chão atrás deles, correram as escadas e voltaram na sombria passagem para o lugar onde estiveram.
Cuidadosamente, arrastaramse até alcançar a Sala de Visitas. Agora eles tinham uma clara visão de Bellatrix olhando para baixo, onde Griphook estava segurando a
espada de Grifinória em sua mão com longos dedos. Hermione estava deitada aos pés de Bellatrix, movendose levemente.
Então? perguntou para Griphook É a espada verdadeira?
Harry esperou, segurando suas respiração, lutando contra as pontadas em sua cicatriz.
Não, falou o duende é falsa!
Você está certo disso? arquejou Bellatrix Completamente certo?
Sim... respondeu o duende.
Uma expressão de alívio surgiu em sua face, tendo toda a sua tensão se esvaído.
Bom... falou, e com um casual movimento de sua varinha ela fez outro corte profundo na face do duende que caiu, soltando um berro, a seus pés. Ela o
chutou. E agora... falou triunfante Nós chamamos o Lorde das Trevas!
Então ela puxou a manga de suas vestes e tocou com seu dedo indicador a Marca Negra.
Novamente, Harry sentiu sua cicatriz como se estivesse sendo aberta. Sua própria mente havia desaparecido: Ele era Voldemort, e o bruxo a sua frente estava
rindo desdentadamente para ele; ele estava enfurecido convocação ele tinha os advertido, ele tinha lhes dito que o chamassem para nada menos que Potter. Se eles
estivessem enganados...
Mateme então! Exigiu o idoso. Você nunca triunfará você não pode vencer! Essa varinha nunca, jamais será sua...
E a fúria de Voldemort atingiu o seu ápice: Uma explosão de luz verde preencheu o lugar e o frágil e velho corpo foi erguido de sua dura cama, então caiu
sem vida, e Voldemort retornou janela, sua raiva mal sendo controlada... Eles sofreriam sua retaliação caso não tivessem uma boa razão para o chamarem de volta...
E eu acho, falou a voz de Bellatrix que nós podemos dispensar a Sangueruim, Greyback, a leve se quiser.
Nãããããooooo!
Rony havia entrado na Sala de Visitas; Bellatrix olhou em volta, chocada; Virou sua varinha imediatamente para o rosto de Rony...
Expelliarmus! gritou, apontando a varinha de Rabicho para Bellatrix, e a dela voou no ar e foi pega por Harry, que tinha corrido depois de Rony. Lucius,
Narcissa, Draco e Greyback andaram ao redor; Harry gritou. "Estupefaça!E Lucio Malfoy foi atingido na altura do coração. Jatos de luz voaram das varinhas de Draco,
Narcissa e Greyback; Harry jogouse no chão, rolando para trás de um sofá para evitar os disparos deles.
PARE OU ELA MORRE!
Ofegante, Harry espreitou de trás do sofá. Bellatrix estava com Hermione, que parecia estar inconsciente, e estava segurando sua pequena faca de prata na
garganta de Hermione.
Joguem suas varinhas. falou Joguem ou veremos exatamente quão sujo o sangue dela é!
Rony ficou rígido, segurando forte a varinha de Rabicho. Harry se levantou, ainda segurando a varinha de Bellatrix.
Eu disse para a jogarem! gritou, pressionando a lâmina na garganta de Hermione. Harry viu um pouco de sangue aparecer.
Tudo bem! falou, jogando a varinha de Bellatrix no chão, aos seus pés. Rony fez o mesmo com a varinha de Rabicho. Os dois levantaram as mãos até a altura
de seus ombros.
Bom! falou Draco, pegue as varinhas! O Lorde das Trevas está vindo, Harry Potter! Sua morte se aproxima!
Harry sabia disso; sua cicatriz explodindo com a dor, e ele podia sentir Voldemort voando longe no céu, sobre um escuro e tempestuoso mar, e logo ele poderia
estar perto suficiente para aparatar até eles, e Harry não conseguia ver saída alguma.
Agora, falou Bellatrix suavemente, enquanto Draco corria até ela com as varinhas Ciça, eu acho que poderíamos amarrar esses pequenos heróis de novo,
enquanto Greyback cuida da Senhorita Sanguesujo. Estou certa que o Lorde das Trevas não irá se importar de lhe dar essa garota, Greyback, depois do que você fez
essa noite.
Em sua última palavra um peculiar barulho surgiu acima deles. Todos olharam para cima na hora em que o candelabro de cristal tremeu, então com um rangido
ameaçador, ele começou a cair. Belatrix estava bem embaixo dele, então largou Hermione, jogandose para o lado com um grito. O candelabro quebrou com uma explosão
se cristais e correntes, caindo em cima de Hermione e do duende, que ainda segurava firme a Espada de Grifinória. Pedaços de cristal voaram em todas as direções.
Draco foi atingido, e logo cobriu a sangrenta face com suas mãos.
Quando Rony correu para puxar Hermione para fora dos restos da destruição, Harry aproveitou a chance: Saltou em cima da poltrona e arrancou as três varinhas
das garras de Draco, apontando todas elas para Greyback, e gritou, "Estupefaça!". O lobisomem foi levantado de seus pés pelo feitiço triplo, voou para o teto e depois
caiu estatelado no chão.
Como Narcisa tirou Draco do caminho de perigos maiores, Bellatrix saltou sobre seus pés, seu cabelo voando quando ela brandiu a faca prateada; mas Narcisa
tinha apontado sua varinha para o saguão de entrada.
Dobby ela gritou e até Bellatrix congelou. Você! Derrubou o candelabro...?
O minúsculo elfo trotou sala dentro, seu dedo balançando apontado em direção a suas velhas senhoras.
Você não pode machucar Harry Potter! guinchou Dobby.
Mateo, Ciça! gritou Bellatrix, mas escutouse outro crack alto, e a varinha de Narcissa foi pelos ares e aterrissou no outro lado da sala.
Seu macaquinho imundo! vociferou Bellatrix. Como você pôde tirar a varinha de um bruxo? Como você teve a ousadia de desafiar seus mestres?
Dobby não tem mestre! Guinchou o elfo. Dobby é um elfo livre, e Dobby veio salvar Harry Potter e seus amigos!
A dor na cicatriz estava cegando Harry. Sombriamente ele sabia que eles tinham segundos antes que Voldemort estivesse com eles.
Rony, pegue e VÁ! ele gritou, jogando uma das varinhas para Rony. Depois voltou para rebocar Griphook de debaixo do candelabro. Guinchando, o duende
lamentoso ainda estava agarrado na espada sobre um de seus ombros, Harry segurou na mão de Dobby e girou no local para Desaparatar. Quando ele adentrou a escuridão,
teve uma visão pálida da sala, figuras congeladas de Narcissa e Draco, da réstia de luz vermelha que vinha do cabelo de Rony, e o brilho da prata voando, quando
a faca de Bellatrix atravessou a sala em direção ao local em que ele desapareceu.
Gui e Fleur... Casa das Conchas... Gui e Fleur...
Tinha desaparecido no desconhecido; tudo que ele podia fazer era repetir o nome do destino e esperar que isso fosse o suficiente para leválo para lá. A
dor em sua testa o perfurava, junto com o peso do duende sustentado por ele; podia sentir a lâmina da espada de Gryffindor ferindo suas costas. Então a mão de Dobby
sacudiu a sua; perguntouse se o elfo estava tentando carregar, para empurrálos na direção certa, e tentou, apertando os dedos, indicar que estava tudo bem...
Então eles atingiram terra sólida e sentiram o cheiro do ar salgado. Harry caiu sobre seus joelhos, abandonando a mão de Dobby, na tentativa de abaixar Griphook
delicadamente até o chão.
Está tudo bem? perguntou para o duende, enquanto o estirava no chão, porém o duende apenas choramingou.
Harry forçou a vista através da escuridão. Parecia haver uma cabana pouco depois, debaixo do imenso céu estrelado, e ele achou que tinha visto movimento
fora dela.
Dobby, essa é a Casa das Conchas? perguntou em um murmúrio, agarrando as duas varinhas que ele tinha trazido dos Malfoy, pronto para lutar se precisasse.
Viemos para o lugar certo, Dobby? Ele olhou em volta. O pequeno elfo ficou de pé em frente a ele. DOBBY!
O elfo balançou levemente, estrelas refletidas em seus grandes e brilhantes olhos. Juntos Harry e ele olharam para baixo, onde o punho prateado da faca saia
do peito do elfo.
Dobby Não AJUDEM! Harry saiu correndo em direção cabana, indo em direção s pessoas que estavam se mexendo lá. Ajudem! Ele não sabia nem dava
a mínima se eles eram bruxos ou trouxas, amigos ou adversários; tudo que ele se importava era que um filete escuro se espalhava pela frente do rosto de Dobby, e
que ele estendeu seus braços em direção a Harry com um olhar de súplica. Harry o segurou e o estendeu de lado na grama fria. Dobby! Não, não morra, não morra
Os olhos do elfo acharam os dele, e seus lábios tremeram com o esforço de formar as palavras.
Harry... Potter...
E então com uma leve tremida o elfo ficou quieto, e em seus olhos não tinha nada mais do que uma grande e opaca órbita, salpicada com a luz das estrelas
que eles não poderiam ver.


Capítulo 24
O feitor de varinhas

Foi como cair em um pesadelo antigo; por um instante, Harry ajoelhouse novamente ao lado do corpo de Dumbledore ao pé da torre mais alta de Hogwarts, mas na realidade
ele estava encarando um pequeno corpo curvado na grama, perfurado pela faca prateada de Belatriz. A voz de Harry ainda dizia "Dobby... Dobby..." mesmo sabendo que
o elfo tinha ido para onde não se podia chamálo de volta.
Após um minuto ou mais percebeu que eles tinham, no fim das contas, ido para o lugar certo, pois lá estavam Gui e Fleur, Dino e Luna, vigiando ao redor, enquanto
ele ajoelhava junto ao elfo.
Hermione ele disse de repente. Onde ela está?
Rony a levou para dentro disse Gui. Ela vai ficar bem.
Harry olhou de volta para Dobby. Ele esticou uma mão e puxou a lâmina afiada do corpo do elfo, então tirou seu próprio casaco e com ele cobriu Dobby como se fosse
um cobertor.
O mar estava batendo contra as rochas em algum lugar próximo; Harry ouvia enquanto os outros conversavam, discutindo assuntos sobre os quais não conseguia se interessar,
fazendo decisões. Dino carregava Griphook*, o duende machucado, Fleur corria com eles; agora Gui realmente estava dando sugestões sobre enterrar o elfo. Então, olhou
para baixo para o pequeno corpo, e sua cicatriz formigou e queimou, e em uma parte de sua mente, viu como se fosse do lado errado de um longo telescópio, viu Voldemort
punindo aqueles que ele havia deixado para trás na Mansão dos Malfoy. Sua raiva era terrível, e ainda o pesar de Harry por Dobby parecia diminuir isso, de modo que
virou uma tempestade distante que alcançou Harry, atravessando um vasto e silencioso oceano.
Eu quero fazer isso apropriadamente. foram as primeiras palavras das quais Harry estava totalmente consciente para falar. Não por magia. Você tem uma pá?
E logo depois ele começou a trabalhar, sozinho, cavando o túmulo no local que Gui o indiciou, no fim do jardim, entre os arbustos. Ele cavou com certa fúria, apreciando
o trabalho manual, exaltando o lado nãomágico disso, pois cada gota de seu suor e cada bolha parecia um presente para o elfo que salvou suas vidas.
Sua cicatriz queimou, mas ele era mestre da dor, ele a sentiu, mas se livrou dela. Ele, ao menos, havia aprendido a controlar, aprendido a fechar sua mente a Voldemort,
a única coisa que Dumbledore queria que aprendesse com Snape. Como Voldemort não tinha conseguido possuir Harry enquanto ele estava consumido de pesar por Sirius,
então seus pensamentos não poderiam penetrar Harry agora enquanto ele lamentava por Dobby. Angústia, ao que parecia, mantinha Voldemort longe... embora Dumbledore,
claro, teria dito que era o amor.
Harry cavava cada vez mais fundo na dura e gelada terra, transformando seu pesar em suor, negando a dor em sua cicatriz. Na escuridão, sem nada além do som de sua
própria respiração e o correr do mar lhe fazendo companhia, as coisas que aconteceram na casa dos Malfoy retornaram, as coisas que tinha ouvido voltaram para ele,
e o entendimento floriu na escuridão...
O movimento constante de seus braços acompanhou seus pensamentos. Hallows... Horcruxes... Hallows... Horcruxes... Mas agora não mais queimando com aquela estranha
e obsessiva espera. Perda e medo tinham lhe retirado isso. Ele sentiu como se um tapa no rosto o acordasse novamente.
Mais e mais fundo Harry afundouse na cova, e sabia onde Voldemort tinha estado esta noite, e quem ele tinha matado na cela mais alta de Nurmengard, e por que...
E ele pensou em Rabicho, morto por causa de um pequeno e inconsciente impulso de misericórdia... Dumbledore havia previsto isto... Quão mais ele teria sabido?
Harry perdeu a noção do tempo. Ele só percebeu que a escuridão havia diminuído um pouco quando Rony e Dino se juntaram a ele.
Como está Hermione?
Melhor. disse Rony. Fleur está cuidando dela.
Harry tinha a resposta pronta para quando lhe perguntassem por que ele simplesmente não criou uma cova perfeita com sua varinha, mas não precisou dela. Eles pularam
no buraco que ele havia feito, com suas próprias pás e juntos trabalharam em silêncio até que o buraco parecesse profundo o bastante.
Harry envolveu o elfo mais confortavelmente com seu casaco. Rony sentouse na borda da cova e tirou seus sapatos e meias, vestindo os pés descalços do elfo. Dino
fez um chapéu de lã, que Harry colocou cuidadosamente sobre a cabeça de Dobby, abafando suas orelhas de morcego.
Nós deveríamos fechar seus olhos.
Harry não ouviu os outros chegando através da escuridão. Gui estava vestindo uma capa de viagem, Fleur um largo avental branco, em cujo bolso havia uma garrafa do
que Harry reconheceu ser Esquelesce. Hermione estava envolvida em um vestido de baile emprestado, pálida e sem conseguir ficar firme em seus pés; Rony colocou um
braço em volta dela quando ela o alcançou. Luna, que estava envolvida em um dos casacos de Fleur, abaixouse e pôs seus dedos carinhosamente sobre cada uma das pálpebras
do elfo, deslizandoas sobre seu olhar vidrado.
Pronto. ela disse em voz macia. Agora ele poderia estar dormindo.
Harry colocou o elfo na cova, arrumou seus pequenos membros de modo que ele parecia estar cochilando, então subiu e olhou pela última vez para seu pequeno corpo.
Ele forçou a si mesmo a não perder o controle enquanto lembravase do funeral de Dumbledore, e as fileiras e mais fileiras de cadeiras de ouro, e o Ministro da Magia
na fileira da frente, e a recitação dos feitos de Dumbledore, a magnitude da tumba branca de mármore. Ele sentiu que Dobby merecia um funeral tão grandioso, enquanto
o elfo jazia entre arbustos em um buraco rudemente cavado.
Eu acho que a gente deveria dizer alguma coisa. disse Luna. Eu falo primeiro, posso?
E como todos olharamna, ela se voltou ao elfo morto no fundo do túmulo.
Muito obrigada Dobby, por me resgatar daquela cela. É tão injusto que você teve que morrer enquanto foi tão bom e corajoso. Eu vou sempre lembrar o que você fez
por nós. Espero que você esteja feliz agora.
Ela se virou e olhou com expectativa para Rony, que limpou sua garganta e disse em uma voz densa:
É... obrigado Dobby.
Obrigado. murmurou Dino.
Harry engoliu.

Adeus Dobby. ele disse. Isso foi tudo o que conseguiu dizer, mas Luna já havia falado tudo por ele. Gui levantou sua varinha, e a pilha de terra ao lado da cova
levantou no ar e caiu sobre ela, um pequeno, avermelhado monte.
Vocês se importam se eu ficar aqui mais um momento? ele perguntou aos outros.
Eles murmuraram palavras que ele não compreendeu; ele sentiu gentis tapinhas em suas costas, e então todos voltaram para o chalé, deixando Harry sozinho junto ao
elfo.
Ele olhou ao redor: havia várias pedras grandes e brancas, alisadas pelo mar, marcando a beirada dos canteiros. Ele pegou uma das maiores e a colocou, como se fosse
um travesseiro, sobre o lugar em que a cabeça de Dobby agora descansava. Então, colocou a mão em seu bolso para pegar uma varinha. Havia duas lá. Ele havia se esquecido,
perdido a noção; não conseguia lembrar agora de quem eram aquelas varinhas; parecia lembrarse de tirálas das mãos de alguém. Ele escolheu a mais curta das duas,
que sentiu amigavelmente em sua mão, e apontou para a rocha.
Vagarosamente, sob suas instruções murmuradas, cortes profundos apareceram na superfície da rocha. Ele sabia que Hermione poderia ter feito isso mais nitidamente,
e provavelmente mais rápido, mas queria marcar o lugar assim como havia querido cavar a cova. Quando Harry levantou, a pedra dizia:

AQUI JAZ DOBBY, UM ELFO LIVRE.

Ele olhou para seu trabalho manual por alguns segundos, então se foi embora, sua cicatriz ainda formigando um pouco, e sua mente cheia daquelas coisas que pensou
na cova, idéias que tinham tomado forma na escuridão, idéias ao mesmo tempo fascinantes e terríveis.
Eles estavam todos sentados na sala de estar quando ele entrou no pequeno hall, suas atenções focadas em Gui, que estava falando. A sala estava coloridamente iluminada,
linda, com um pequeno fogo e madeira queimando com brilho na lareira. Harry não queria derrubar lama no carpete, então ficou na porta, escutando.
.. sorte que a Gina está de férias. Se ela tivesse em Hogwarts eles teriam levadoa antes que conseguíssemos alcançála. Agora sabemos que ela também está a salvo.
Ele olhou ao redor e viu Harry parado ali.
Eu tirei todos da Toca. ele explicou. Os levei para a casa da Muriel. Os Comensais da Morte sabem que Rony está com você, eles podem atacar a família não
se desculpe. ele disse ao ver a expressão de Harry. Foi sempre uma questão de tempo, papai tem dito isso há meses. Nós somos a maior família traidora de sangue
que há.
Como eles estão protegidos? perguntou Harry.
Feitiço Fidelius. Papai é o Guardião do Segredo. E o fizemos neste chalé também; eu sou o Guardião do Segredo daqui. Nenhum de nós pode ir trabalhar, mas isso é
dificilmente a coisa mais importante agora. Uma vez que Olivaras e Griphook estão suficientemente bem, nós vamos leválos para a casa de Muriel também. Não há muitos
quartos aqui, mas ela tem suficiente. As pernas de Griphook estão se recuperando. Fleur lhe deu Esquelesce provavelmente poderíamos movêlos em uma hora ou
Não. disse Harry e Gui olhou surpreso. Eu preciso dos dois aqui. Eu preciso falar com eles. É importante.

Ele ouviu a autoridade de sua própria voz, a convicção, a voz do propósito em que ele veio a ele enquanto cavava a cova de Dobby. Os rostos de todos haviam se voltado
para ele parecendo perplexos.
Vou tomar banho. Harry disse para Gui, olhando para suas mãos ainda sujas de lama e do sangue de Dobby. Então eu tenho de ir vêlos, imediatamente.
Ele entrou na pequena cozinha, indo até a bacia abaixo de uma janela com vista para o mar. As primeiras luzes do dia estavam aparecendo no horizonte, rosapérola
e levemente dourado, enquanto ele tomava banho, novamente seguindo o trilho de pensamentos que ocorreramlhe no jardim escuro...
Dobby nunca poderia lhes dizer quem o havia enviado para a cela, mas Harry sabia o que ele havia visto. Um olho azul penetrante havia olhado do fragmento do espelho,
e então a ajuda havia chegado. Ajuda sempre será enviada em Hogwarts para aqueles que pedirem por ela.
Harry secou suas mãos, impermeável beleza da cena do lado de fora da janela e aos murmúrios dos outros na sala de estar. Ele olhou para o oceano e sentiu mais
perto, este amanhecer, do que nunca antes, mais perto do coração de tudo aquilo.
E ainda sua cicatriz formigava, e sabia que Voldemort estava chegando lá também. Harry entendia, e ainda assim não entendia. Seu instinto estava lhe dizendo uma
coisa, seu cérebro lhe dizia outra. O Dumbledore na cabeça de Harry sorriu, examinando Harry com seus dedos juntos como em oração.

Você deu a Rony o apagueiro... Você o entendeu... Você lhe deu uma maneira de voltar...
E você entendeu Rabicho também... Você sabia que havia um pouco de arrependimento nele, em algum lugar...
E se você soube deles... O que você sabia sobre mim, Dumbledore?
Deveria eu saber, mas não procurar? Você sabia o quanto eu sentia isso? Por isso você fez disso tão difícil? Pra que eu tivesse tempo de entender?

Harry permaneceu parado, olhos vidrados, olhando o local em que um brilhante raio dourado de sol se levantava no horizonte. Então olhou para suas mãos limpas e ficou
momentaneamente surpreso ao ver a roupa que segurava. Ele as largou e retornou sala, e enquanto o fazia, sentiu sua cicatriz pulsar ferozmente, e então um clarão
atravessou sua mente, rápido como o reflexo de uma libélula na água, o esboço de uma construção que ele conhecia extremamente bem.
Gui e Fleur estavam parados aos pés das escadas.
Eu preciso falar com Griphook e Olivaras. disse Harry.
Não. disse Fleur. Você vai ter que esperar, 'Arry. Ambos estão muito cansados
Desculpeme, ele disse sem hesitar. mas isso não pode esperar, eu preciso falar com eles agora. Em particular e separadamente. É urgente.
Harry, o que está acontecendo? perguntou Gui. Você chegou aqui com um elfo doméstico morto e um duende semiconsciente, Hermione parece ter sido torturada e
Rony se recusa a me dizer qualquer coisa
Nós não podemos dizer o que estamos fazendo. disse Harry. Você está na Ordem, Gui, você sabe que Dumbledore nos deixou uma missão. Não devemos falar sobre isso
com mais ninguém.

Fleur fez um barulho impaciente, mas Gui não olhou para ela; ele estava encarando Harry. Seu rosto cheio de profundas cicatrizes era difícil de ler. Finalmente,
Gui disse:
Tudo bem. Com quem você quer falar primeiro?
Harry hesitou. Ele sabia o que significava sua decisão. Não havia quase nenhum tempo sobrando; agora era o momento de decidir: Horcruxes ou Hallows?
Griphook. disse Harry. Vou falar com Griphook primeiro.
Seu coração acelerou como se ele estivesse correndo o mais rápido possível e estivesse agora passado por um enorme obstáculo.
Por aqui, então. disse Gui, mostrando o caminho.
Harry havia subido vários degraus antes de parar e olhar para trás.
Eu preciso de vocês dois também! ele chamou por Rony e Hermione, que estavam recostados na porta da sala de estar.
Os dois se moveram para a luz, parecendo estranhamente aliviados.
Como você está? Harry perguntou a Hermione. Você foi incrível inventando aquela história quando ela estava machucando você daquela maneira
Hermione deu um sorriso fraco quando Rony lhe abraçou com um braço só.
O que nós estamos fazendo agora, Harry? ele perguntou.
Vocês vão ver. Vamos.
Harry, Rony e Hermione seguiram Gui escada acima, até um pequeno corredor. Havia três portas.
Aqui dentro. disse Gui, abrindo a porta do quarto dele e de Fleur, que também tinha vista para o mar, agora tingido de dourado com o nascer do sol. Harry foi
até a janela, deu as costas para a vista espetacular, e aguardou com braços cruzados, sua cicatriz formigando. Hermione pegou a cadeira ao lado da penteadeira; Rony
sentou no braço desta.
Gui reapareceu, carregando o pequeno duende, colocandoo cuidadosamente na cama. Griphook disse obrigado e Gui saiu, fechando a porta atrás dele.
Desculpeme por lhe tirar da cama. disse Harry. Como estão suas pernas?
Doloridas. disse o duende. Mas remendando.
Ele estava ainda segurando a espada de Gryffindor, e tinha um olhar estranho: meio truculento, meio intrigado. Harry notou a pele amarelada do duende, seus longos
dedos finos, seus olhos negros. Fleur havia tirado seus sapatos: seus grandes pés estavam sujos. Ele era mais alto que um elfodoméstico, mas não muito. Sua cabeça
abobadada era muito maior que a de um humano.
Você provavelmente não se lembra Harry começou.
...que eu fui o duende que lhe mostrou seu cofre, a primeira vez que você visitou Gringotes? disse Griphook. Eu me lembro, Harry Potter. Mesmo entre os duendes
você é muito famoso.
Harry e o duende olharam um para o outro, se avaliando. A cicatriz de Harry ainda formigava. Ele queria acabar com essa entrevista com Griphook rápido, e ao mesmo
tempo estava com medo de dar um passo em falso. Enquanto tentava decidir a melhor maneira de fazer seu pedido, o duende quebrou o silêncio.
Você enterrou o elfo. ele disse, soando inesperadamente rancoroso. Eu assisti da janela do quarto ao lado.
Sim. disse Harry.
Você é um bruxo diferente, Harry Potter.
De que maneira? perguntou Harry, esfregando sua cicatriz.

Você cavou o túmulo.
E daí?
Griphook não respondeu. Harry preferiu pensar que ele estava sendo censurado por agir como um trouxa, mas não importava a ele se Griphook aprovava a cova de Dobby
ou não. Ele se preparou para o ataque.
Griphook, eu preciso lhe perguntar
Você também resgatou um duende.
O quê?
Você me trouxe para cá. Salvoume.
Bem, devo achar que você não está arrependido? disse Harry, um pouco impaciente.
Não, Harry Potter. disse Griphook, e com um dedo torceu a negra e fina barba em seu queixo, mas você é um bruxo muito estranho.
Certo. disse Harry. Bem, eu preciso de sua ajuda, Griphook, e você pode fazer isso.
O duende não fez nenhum sinal de encorajamento, mas continuou a encarar Harry como se ele nunca tivesse visto algo como ele.
Eu preciso arrombar um cofre do Gringotes.
Harry não pretendia dizer dessa maneira: as palavras saíram dele em um tiro de dor em sua cicatriz de raio e ele viu, novamente, um esboço de Hogwarts. Ele fechou
sua mente com firmeza. Ele precisava lidar com Griphook primeiro. Rony e Hermione estavam lhe encarando como se ele tivesse ficado louco.
Harry... disse Hermione, mas ela foi cortada por Griphook.
Arrombar um cofre de Gringotes? repetiu o duende, resmungando um pouco enquanto mudava sua posição na cama. Isso é impossível.
Não, não é. Rony o contradisse. Isso já foi feito antes.
Sim. disse Harry. No mesmo dia que eu lhe conheci, Griphook. Meu aniversário, há sete anos.
O cofre em questão estava vazio naquele tempo. disse o duende, e Harry entendeu que mesmo que Griphook tivesse deixado Gringotes, ele estava ofendido ante a idéia
de suas defesas terem sido quebradas. Sua proteção era mínima.
Bem, o cofre que nós precisamos não está vazio, e eu acredito que sua proteção seja bastante poderosa, disse Harry. Pertence aos Lestrange.
Ele viu Hermione e Rony se olharem, surpresos, mas haveria tempo o suficiente para explicar depois que Griphook desse sua resposta.
Você não tem nenhuma chance. disse Griphook. "Nenhuma chance mesmo. Se você busca um tesouro em nosso chão, um tesouro que nunca foi seu "
"Ladrão, você foi avisado, cuidado sim, eu sei, eu me lembro. disse Harry. Mas eu não estou tentando roubar nenhum tesouro, não estou tentando pegar nada
para ganho pessoal. Você pode acreditar nisso?
O duende olhou transversalmente para Harry, e a cicatriz em forma de raio na testa de Harry formigou, mas ele a ignorou se recusando a conhecer sua dor ou seu convite.
Se há um bruxo eu acredito que não procura ganho pessoal. disse Griphook finalmente, seria você, Harry Potter. Duendes e elfos não estão acostumados proteção
ou ao respeito que você mostrou essa noite. Não através de portadores de varinhas.

Portadores de varinhas. repetiu Harry: a frase pareceu estranha aos seus ouvidos assim que sua cicatriz formigou, quando Voldemort virou seus pensamentos para
o norte, e enquanto Harry ardia por perguntar a Olivaras no quarto ao lado.
O direito de carregar uma varinha. disse o duende, quieto. tem sido há muito contestado entre magos e duendes.
Bem, duendes podem fazer mágica sem varinhas. disse Rony.
Não é uma questão material! Bruxos se recusam a compartilhar os segredos de usar varinha com outros seres mágicos, eles nos negam a possibilidade de estender nossos
poderes!
Bem, duendes também não compartilham sua mágica. disse Rony. Vocês não nos ensinam a fazer espadas e armaduras como vocês fazem. Duendes sabem trabalhar o metal
de uma maneira que bruxos nunca puderam
Não importa. disse Harry, notando a cor de Griphhok. Isso não é sobre bruxos contra duendes ou nenhum outro tipo de criaturas mágicas
Griphook deu uma risada sombria.
Mas é, é precisamente isso! Enquanto o Lorde das Trevas fica ainda mais poderoso, sua raça fica ainda mais firme sobre a minha. Gringotes caindo sobre as regras
dos bruxos, elfosdomésticos são massacrados, e quem entre os portadores de varinhas protesta?
Nós protestamos! disse Hermione. Ela sentouse ereta, os olhos brilhando. Nós protestamos! E eu sou caçada tanto quanto duendes ou elfos, Griphook! Eu sou uma
sangueruim!
Não se chame Rony murmurou.
Por que não? disse Hermione. sangueruim, e orgulhosa disso! Eu não tenho nenhuma posição mais elevada que você tem nessa nova ordem, Griphook! Fui eu que eles
escolheram torturar, na casa dos Malfoy!
Enquanto ela falava, puxou de lado gola do vestido para mostrar o corte fino que Belatriz fizera, vermelho escarlate, em sua garganta.
Você sabia que foi Harry quem libertou Dobby? ela perguntou. Você sabia que nós tentamos a liberdade dos elfos por anos? (Rony se mexeu desconfortável no
braço da cadeira de Hermione.) Você não pode querer mais do que nós que VocêSabeQuem seja derrotado, Griphook!
O duende olhou para Hermione com a mesma curiosidade que mostrou em Harry.
O que vocês procuram no cofre dos Lastrange? ele perguntou abruptamente. A espada que tem lá é falsa. Essa é a verdadeira.
Ele olhou de um para o outro deles.
Eu acho que você já sabe disso. Você me pediu para guardar para você lá.
Mas a espada falsa não é a única coisa no cofre, não é? perguntou Harry.
Talvez você tenha visto outras coisas lá?
Seu coração estava batendo mais rápido do que nunca. Ele redobrou seus esforços para ignorar sua cicatriz pulsando.
O duende torceu sua barba nos dedos novamente.
É contra nosso código falar dos segredos de Gringotes. Nós somos guardiões de tesouros fabulosos. Nós temos um dever com os objetos colocados aos nossos cuidados,
que foram, tão usualmente, tocados por nossos dedos.
O duende segurou a espada, e seus olhos passaram de Harry para Hermione e depois para Rony, e então retornaram.

Tão jovens, ele disse finalmente. para estar lutando tanto.
Você vai nos ajudar? disse Harry. Nós não temos esperanças de invadir sem a ajuda de um duende. Você é a nossa única chance.
Eu devo... pensar sobre isso. disse Griphook, exasperante.
Mas... Rony começou, com raiva; Hermione o sacudiu nas pernas.
Obrigado. disse Harry.
O duende balançou sua cabeça em reconhecimento, então flexionou suas pernas curtas.
Eu acho. ele disse, se esticando com ostentação na cama de Gui e Fleur. que o Esquelesce terminou seu trabalho. Talvez eu possa dormir enfim. Perdoemme...
Sim, claro. disse Harry, mas antes de sair do quarto ele pegou a espada de Gryffindor ao lado do duende. Griphook não protestou, mas Harry pensou ter visto ressentimento
nos olhos do duende quando fechou a porta atrás dele.
Homenzinho estúpido. sussurrou Rony. Ele está gostando de nos ver esperar.
Harry. suspirou Hermione, puxando os dois da porta para o meio do corredor ainda escuro, Você está dizendo o que eu acho que você está dizendo? Você está dizendo
que há um Horcruxe no cofre dos Lestrange?
Sim. disse Harry. Belatriz ficou apavorada quando achou que estivemos lá. Por quê? O que ela pensou que nós vimos? O que mais ela pensou que nós pegamos? Algo
que ela ficou petrificada em pensar que VocêSabeQuem descobriria.
Mas eu pensei que estávamos procurando por lugares em que VocêSabeQuem esteve, lugares em que ele fez algo importante? disse Rony, parecendo confuso. Ele
já esteve dentro do cofre dos Lestrange?
Eu não sei se ele já esteve ao menos dentro de Gringotes. disse Harry. Ele nunca teve ouro quando era jovem, pois ninguém lhe deixou nada. Ele teria visto o
banco do lado de fora, entretanto, na primeira vez em que ele esteve no Beco Diagonal.
A cicatriz de Harry ardeu, mas ele ignorou; ele queria que Rony e Hermione entendessem sobre Gringotes antes de falarem com Olivaras.
Eu acho que ele teria invejado qualquer um que tivesse um cofre em Gringotes. Eu acho que ele deve ter visto isso como um símbolo real de pertencer comunidade
bruxa. E não esqueça, ele confiava em Belatriz e seu marido. Eles foram seus servos mais fiéis antes de ele cair, e eles o procuraram quando ele sumiu. Ele disse
isso na noite que voltou, eu o ouvi.
Harry esfregou sua cicatriz.
Não acho que ele tenha dito a Belatriz que era um Horcruxe, entretanto. Ele nunca disse a Lúcio Malfoy a verdade sobre o diário. Ele provavelmente a disse que era
um tesouro valioso que possuía e a pediu para guardar em seu cofre. O lugar mais seguro no mundo para algo que se queira esconder, Hagrid me disse... exceto por
Hogwarts.
Quando Harry terminou de falar, Rony balançou sua cabeça.
Você realmente o entende.
Partes dele. disse Harry. Partes... Eu só queria entender Dumbledore também. Mas veremos. Vamos Olivaras agora.
Rony e Hermione pareciam perplexos, mas impressionados enquanto o seguiam no pequeno corredor e bateram na porta do lado oposto ao quarto de Gui e Fleur. Um fraco
Entre! respondeu.

O feitor de varinhas estava deitado em um beliche, distante da janela. Ele havia sido preso na cela por mais de um ano, e torturado, Harry sabia, pelo menos uma
vez. Ele estava magro e enfraquecido, os ossos de sua face projetando sob sua pele amarelada. Seus grandes olhos acinzentados pareciam perdidos com olheiras. Suas
mãos que repousavam no cobertor poderiam ter pertencido a um esqueleto. Harry sentou na cama vazia, ao lado de Rony e Hermione. O sol nascente não estava visível
lá. O quarto tinha vista para o topo do jardim e a recém cavada cova.
Sr. Olivaras, desculpe por lhe perturbar. disse Harry.
Meu querido rapaz. a voz de Olivaras era febril. Você nos resgatou, eu achei que morreríamos naquele lugar, eu nunca poderei lhe agradecer... nunca poderei
lhe agradecer... o suficiente.
Nós ficamos felizes em fazêlo.
A cicatriz de Harry formigou. Ele sabia, ele tinha certeza, de que não havia quase nenhum tempo restante para impedir Voldemort de seu objetivo, ou pelo menos tentar.
Ele sentiu um estado de pânico... Ainda assim, ele havia feito sua escolha quando decidiu falar com Griphook primeiro. Fingindo uma calma que ele não sentia, ele
agarrou o pacotinho ao redor de seu pescoço e retirou as duas metades de sua varinha quebrada.
Sr. Olivaras, eu preciso da sua ajuda.
Qualquer coisa. Qualquer coisa. disse o feitor de varinhas, fracamente.
Você pode consertar isso? É possível?
Olivaras levantou uma mão trêmula, e Harry colocou os dois pedaços malconectados em sua palma.
Azevinho e pena de fênix. disse Olivaras com a voz trêmula. Vinte e oito centímetros. Boa e maleável.
Sim. disse Harry. Você pode ?
Não. sussurrou Olivaras. Sinto muito, muito mesmo, mas uma varinha que sofreu este grau de dano não pode ser reparada de nenhuma maneira que eu saiba.
Harry já esperava ouvir isso, mas foi um baque mesmo assim. Ele pegou as metades da varinha e as colocou no pacotinho ao redor de seu pescoço novamente. Olivaras
olhava para o lugar onde a varinha quebrada esteve, e não desviou o olhar até Harry tirar de seu bolso as duas varinhas que ele trouxe da casa dos Malfoy.
Você pode identificar estas? perguntou Harry.
O feitor de varinhas pegou a primeira das varinhas e segurou perto de seus olhos cansados, rodando entre seus dedos, flexionandoa levemente.
Noz e parte de coração de dragão. ele disse. trinta e dois vírgula quatro centímetros. Inflexível. Essa varinha pertenceu a Belatriz Lestrange.
E esta?
Olivaras examinou da mesma forma.
Espinheiro e pêlo de unicórnio. Vinte e cinco centímetros exatamente. Razoavelmente flexível. Essa era a varinha de Draco Malfoy.
Era? repetiu Harry. Não é mais?
Talvez não. Se você a pegou
Eu a peguei
Então pode ser sua. Claro, a maneira que pegou importa. Muito mais, depende da varinha por si própria. Geralmente, entretanto, onde uma varinha tenha sido vencida,
sua lealdade vai mudar.

Houve um silêncio no quarto, exceto pelo barulho distante do mar.
Você fala das varinhas como se elas tivessem sentimentos. disse Harry. Como se elas pudessem pensar por si próprias.
A varinha escolhe o bruxo. disse Olivaras. Isso sempre ficou claro pra nós que estudamos a arte das varinhas.
Uma pessoa pode ainda usar uma varinha que não a escolheu, entretanto? perguntou Harry.
Ah sim, se você é bruxo de alguma maneira, poderá canalizar sua mágica por quase qualquer instrumento. Os melhores resultados, entretanto, virão sempre da maior
e mais forte afinidade entre mago e varinha. Essas conexões são complexas. Uma atração inicial, então uma jornada mútua de experiência, a varinha aprendendo com
o mago, o mago aprendendo com a varinha.
O mar jorrava para frente e para trás; era um som melancólico. Eu peguei essa varinha de Draco Malfoy força. disse Harry. Posso usála com segurança?
Eu acho que sim. Leis sutis governam a posse de uma varinha, mas a varinha conquistada geralmente rende sua vontade ao seu novo mestre.
Então eu deveria usar esta? disse Rony, puxando a varinha de Rabicho de seu bolso e entregando a Olivaras.
Castanheira e corda de coração de dragão. Vinte e quatro centímetros e meio. Frágil. Eu fui forçado a fazer esta logo após meu seqüestro, para Pedro Pettigrew.
Sim, se você a ganhou, é muito mais provável que obedeça suas ordens, e o faça bem, que qualquer outra varinha.
E isso é verdade para todas as varinhas? perguntou Harry.
Eu acho que sim. replicou Olivaras, seus olhos protuberantes no rosto de Harry.
Você faz perguntas profundas, Sr. Potter. A arte das varinhas é um braço complexo e misterioso da magia.
Então, não é necessário matar o antigo dono para tomar posse da varinha? perguntou Harry.
Olivaras engoliu.
Necessário? Não, eu não deveria dizer que é necessário matar.
Há lendas, entretanto. disse Harry, e seu coração acelerou e a dor na cicatriz ficava mais intensa; ele tinha certeza que Voldemort decidiu pôr suas idéias em
ação. Lendas sobre uma varinha ou varinhas que são passadas de mão para mão por assassinato.
Olivaras ficou pálido. Contra o travesseiro branco como a neve, ele estava cinza claro, e seus olhos enormes, vermelhos e salientes com um olhar de medo.
Apenas uma varinha, eu acho. ele sussurrou.
E VocêSabeQuem está interessado nela, não está? perguntou Harry.
Eu como? resmungou Olivaras, e ele olhou fascinado para Rony e Hermione. Como você sabe disso?
Ele queria que você dissesse a ele como superar a conexão entre nossas varinhas. disse Harry.
Olivaras parecia aterrorizado.
Ele me torturou, você deve entender isso! A Maldição Cruciatus, eu eu não tive escolha a não ser lhe dizer o que eu sabia o que eu achava!
Eu entendo. disse Harry. Você disse a ele sobre as penas gêmeas? Você disse que ele tinha simplesmente que pegar emprestada a varinha de outro bruxo?

Olivaras parecia horrorizado, silenciado, pelo tanto que Harry sabia. Ele assentiu lentamente.
Mas não funcionou. Harry continuou. A minha ainda derrotou a varinha emprestada. Você sabe o porquê disso?
Olivaras balançou a cabeça lentamente como tinha assentido.
Eu nunca... tinha ouvido falar de algo assim. Sua varinha se comportou de forma única aquela noite. A conexão entre dois miolos da varinha é muito rara, e ainda
porque sua varinha iria quebrar a varinha emprestada, eu não sei...
Nós estávamos falando da outra varinha, a varinha que muda de mãos por assassinato. Quando VocêSabeQuem percebeu que a minha varinha havia feito algo estranho,
ele voltou e lhe perguntou sobre a outra varinha, não foi?
Como você sabe disso?
Harry não respondeu.
Sim, ele perguntou. sussurrou Olivaras. Ele queria saber de tudo que eu pudesse lhe dizer sobre a varinha conhecida como a Varinha da Morte, a Varinha do Destino,
ou a Varinha Mestra.
Harry trocou olhares com Hermione. Ela parecia lívida.
O Lorde das Trevas. disse Olivaras em uma voz abafada e amedrontada, sempre esteve feliz com a varinha que o fiz sim e com pena de fênix, trinta e quatro
centímetros. até ele descobrir a conexão entre as varinhas gêmeas. Agora ele procura outra varinha mais poderosa, como única maneira para derrotar a sua.
Mas ele vai saber logo, se já não sabe, que a minha está quebrada e sem conserto. disse Harry calmamente.
Não! disse Hermione, parecendo aterrorizada. Ele não pode saber disso, Harry, como ele poderia...?
Priori Incantatem. disse Harry. Nós deixamos sua varinha e a varinha de abrunheiro na casa dos Malfoy, Hermione. Se eles examinarem direito, poderão recriar
os últimos feitiços lançados, eles verão que a sua quebrou a minha, verão que você tentou e não conseguiu consertar, e eles irão perceber que temos usado a abrunheiro
desde então.
O pouco de cor que ela tinha adquirido desde que eles chegaram esvaiu de seu rosto. Rony deu a Harry um olhar repreensivo e disse:
Não vamos nos preocupar com isso agora...
Mas Sr. Olivaras interveio.
O Lorde das Trevas não procura mais a Varinha Mestra somente para sua destruição, Sr. Potter. Ele está determinado a possuíla porque ele acredita que isso o fará
invulnerável de verdade.
E o fará?
O dono da Varinha Mestra deve sempre temer ataque. disse Olivaras. Mas a idéia de o Lorde das Trevas sobre a posse da Varinha da Morte é, eu devo admitir...
formidável.
Harry de repente se lembrou de quão incerto, quando eles se conheceram, do quanto ele gostava do Olivaras. Ainda agora, tendo sido torturado e aprisionado por Voldemort,
a idéia de o Bruxo das Trevas em posse dessa varinha parecia fascinálo tanto quando causar repulsa.
Você... você realmente acha que a varinha existe, Sr. Olivaras? perguntou Hermione.

Ah sim. disse Olivaras. Sim, é perfeitamente possível rastrear o curso da varinha pela história. Há intervalos, claro, longos intervalos, onde some de vista,
temporariamente perdida ou escondida; mas ela sempre ressurge. Tem algumas características que a identifica, e aqueles que entendem a arte das varinhas a reconhecem.
Há escritos, alguns deles obscuros, que eu e outros feitores de varinhas fazemos do nosso negócio estudála. Eles têm o anel da autenticidade.
Então você você não acha que pode ser contodefadas ou um mito? perguntou Hermione, esperançosa.
Não. disse Olivaras. Se precisa passar por assassinato, eu não sei. Sua história é sangrenta, mas pode ser simplesmente com o fato de ser tão desejoso objeto,
e estimula tal paixão em bruxos. Imensamente poderosa e perigosa nas mãos erradas, e um objeto de incrível fascinação para todos nós que estudamos o poder das varinhas.
Sr. Olivaras. disse Harry, você disse a VocêSabeQuem que Gregorovitch estava com a Varinha Mestra, não disse?
Olivaras ficou, se possível, mais pálido ainda. Ele parecia fantasmagórico enquanto engolia.
Mas como como você ?
Não importa como eu sei disso. disse Harry, fechando seus olhos momentaneamente enquanto sua cicatriz queimava e ele viu, por alguns segundos, a visão da rua
principal de Hogsmeade, ainda escura, porque ficava muito longe ao norte. Você disse a VocêSabeQuem que Gregorovitch estava com a varinha?
Isso era um rumor. sussurrou Olivaras. Um rumor, anos e anos atrás, muito antes de vocês nascerem eu acredito que o próprio Gregorovitch o iniciou. Você pode
imaginar como isso ia ser bom pros negócios; que ele estava estudando e duplicando as qualidades da Varinha Mestra!
Sim, eu posso imaginar. disse Harry. Ele levantou. Sr. Olivaras, uma última coisa, e então nós lhe deixaremos descansar. O que você sabe sobre as Relíquias
da Morte?
As as o quê? perguntou o fabricante de varinhas, parecendo perplexo.
As Relíquias da Morte.
Temo não saber do que você está falando. Isso tem algo a ver com varinhas?
Harry olhou para o rosto afundado e acreditou que Olivaras não estivesse atuando. Ele não sabia sobre as Insígnias.
Obrigado. disse Harry. Muito obrigado. Nós lhe deixaremos descansar agora.
Olivaras pareceu chocado.
Ele estava me torturando! ele arfou. A Maldição Cruciatus... Você não faz idéia...
Eu faço. disse Harry. Realmente faço. Por favor, descanse um pouco. Obrigado por me dizer tudo isso.
Ele liderou Rony e Hermione escada abaixo. Harry teve vislumbres e Gui, Fleur, Luna e Dino sentados na mesa da cozinha, com xícaras de chá em frente a eles. Eles
todos olharam para Harry quando ele apareceu na entrada, mas ele apenas os cumprimentou e seguiu para o jardim, com Rony e Hermione atrás dele. O monte avermelhado
de terra que cobria Dobby jazia mais frente, e Harry andou até ele, com a dor em sua cabeça crescendo mais e mais forte. Era um enorme esforço agora se fechar
s visões que estavam se forçando sobre ele, mas ele sabia que deveria resistir apenas mais um pouquinho. Ele iria renderse logo, porque ele precisava saber se
sua teoria estava certa. Ele deveria fazer apenas mais um curto esforço, para que pudesse explicar a Rony e Hermione.

Gregorovitch tinha a Varinha Mestra há muito tempo atrás. ele disse. Eu vi VocêSabeQuem tentando achálo. Quando ele o rastreou, descobriu que Gregorovitch
não a tinha mais: foi roubada dele por Grindelwald. Como Grindelwald descobriu que Gregorovitch a tinha, eu não sei mas se Gregorovitch foi estúpido o suficiente
para espalhar o rumor, não deve ter sido difícil.
Voldemort estava nos portões de Hogwarts; Harry podia vêlo parado lá, e via também lâmpada acendendo no início do nascer do sol, chegando cada vez mais perto.
E Grindelwald usou a Varinha Mestra para ficar poderoso. E nesse nível de poder, quando Dumbledore descobriu que ele era o único que podia o deter, ele duelou com
Grindelwald e o derrotou, e ele pegou a Varinha Mestra.
Dumbledore estava com a Varinha Mestra? disse Rony. Mas então onde está agora?
Em Hogwarts. disse Harry, lutando para permanecer com eles no jardim.
Mas então, vamos lá! disse Rony urgentemente. Harry, vamos lá pegála antes que ele pegue!
É tarde demais para isso. disse Harry. Ele não pode se conter, mas sacudiu a cabeça, tentando resistir. Ele sabe que está lá. Ele está lá agora.
Harry! Rony disse furiosamente. Há quanto tempo você sabe disso por que estivemos perdendo tempo? Por que você falou com Griphook primeiro? Nós poderíamos
ter ido nós ainda podemos ir
Não. disse Harry, e ele caiu de joelhos na grama. Hermione está certa. Dumbledore não quis que eu a tivesse. Ele não queria que eu a pegasse. Ele queria que
eu fosse atrás dos Horcruxes.
A varinha imbatível, Harry! murmurou Rony.
Eu não devo... Eu devo ir atrás dos Horcruxes...
E agora tudo estava gelado e escuro: o sol quase não estava visível por trás do horizonte enquanto ele andava ao lado de Snape, nos jardins em direção ao lago.
Eu devo me juntar a você no castelo em pouco tempo. ele disse em sua alta e fria voz. Deixeme agora.
Snape acenou e saiu rumo ao pátio, sua capa esvoaçando atrás dele. Harry andou devagar, esperando a figura de Snape desaparecer. Ele não deixaria Snape, nem ninguém
mais, ver onde ele estava indo. Mas não havia luzes nas janelas do castelo, e ele podia se esconder... e em um segundo ele lançou sobre si mesmo o feitiço da Desilusão
que o escondeu até mesmo de seus próprios olhos.
E ele continuou andando, ao redor da margem do lago, pegando o caminho do amado castelo, seu primeiro reinado, seu direito de nascença...
E ali estava, ao lado do lago, refletida nas águas escuras. A tumba de mármore branca, uma mancha desnecessária no cenário familiar. Ele sentiu novamente uma corrida
de controlada euforia, aquele emocionante sentido de propósito na destruição. Ele levantou a velha varinha: Quão apropriado isso seria para um último grande ato.
A tumba se rompeu aberta da cabeça aos pés. A figura embrulhada era tão longa e magra como havia sido em vida. Ele levantou a varinha novamente.
As cobertas rasgaram. O rosto estava translúcido, pálido, submerso, e ainda quase perfeitamente preservado. Eles haviam deixado os óculos em seu nariz. Ele sentiu
uma zombaria divertida. A varinha de Dumbledore estava cruzada sob seu peito, e ali descansava, abaixo deles, enterrada com ele.

Teria o velho tolo imaginado que mármore ou morte protegeriam a varinha? Teria ele pensado que o Lorde das Trevas iria ter medo de violar sua tumba? A mão parecida
com aranha lançouse e puxou a varinha das mãos de Dumbledore, e quando a pegou, uma chuva de faíscas voaram ao seu redor, faiscando sobre o corpo de seu último
dono, pronto para servir, enfim, a um novo mestre.


Capítulo 25
Casa das Conchas*

A casa de Gui e Fleur se situava, solitária, no topo de um penhasco de frente para o mar, suas paredes caiadas encrustadas de conchas. Era um lugar solitário e bonito.
Em qualquer lugar onde Harry estivesse, na minúscula casa ou em seu jardim, ele podia ouvir o constante barulho, como a respiração de alguma criatura grande e sonolenta.
Ele passou uma boa parte dos dias que se seguiram inventando desculpas para fugir da casa lotada, desejando ter a vista do topo do penhasco, o céu aberto e vasto,
o mar vazio, e a sensação do vento frio e salgado em seu rosto.
A enormidade de sua decisão de não disputar com Voldemort a varinha ainda assustava Harry. Ele não conseguia se lembrar, mesmo em outros momentos, de ter escolhido
não agir. Estava cheio de dúvidas, dúvidas que Rony não ajudava sempre que as trazia tona quando eles estavam juntos.

E se Dumbledore queria que nós desvendássemos o símbolo em tempo de pegar a varinha? E se desvendar o que o símbolo significa o tornasse 'merecedor' de obter
as Relíquias? Harry, se aquela realmente é a Varinha Mestra, como diabos nós devemos acabar com VocêSabeQuem?

Harry não tinha respostas. Havia momentos em que ele se perguntava se teria sido completa loucura não tentar impedir que Voldemort violasse a tumba. Ele não encontrava
nem mesmo uma explicação satisfatória para ter decidido não fazêlo. A cada vez que tentava reconstituir os argumentos internos que tinham levado sua decisão,
eles pareciam mais fracos.
O mais estranho é que o apoio de Hermione o fazia se sentir tão confuso quanto as dúvidas de Rony. Agora forçada a aceitar que a Varinha Mestra era real, ela manteve
a posição de que se tratava de um objeto maligno, e que a forma como Voldemort tinha tomado posse dela era repulsiva, e não deveria ser considerada.
Você nunca poderia ter feito isso, Harry, ela disse várias vezes. Você não poderia violar a sepultura de Dumbledore.
Mas a idéia do cádaver de Dumbledore amedrontava Harry muito menos do que a possibilidade de ter entendido mal as intenções do Dumbledore vivo. Ele sentia que ainda
estava tateando no escuro; tinha escolhido seu caminho, mas seguia olhando para trás, questionando se não teria interpretado mal os sinais, se não deveria ter seguidooutro
caminho. De tempos em tempos, a raiva contra Dumbledore ia de encontro a ele novamente, tão poderosa quanto as ondas se batendo contra o penhasco sob a casa, raiva
por Dumbledore não ter dado explicações antes de morrer.
Mas ele está morto?, disse Rony, três dias depois da chegada casa. Harry estava olhando fixamente por sobre o muro que separava o jardim do penhasco quando
Rony e Hermione o encontraram; ele desejou que não o tivessem feito, pois não tinha vontade de se juntar a eles em sua discussão.
Sim, ele está, Rony, por favor não comece de novo!
Olhe para os fatos, Hermione, disse Rony, falando por cima de Harry, que continuava a mirar o horizonte. A corça prateada. A espada. O olho que Harry viu no
espelho...
Harry admite que pode ter imaginado o olho! Não é, Harry?
Sim, poderia, disse Harry, sem olhar para ela.
Mas você não acha que imaginou, acha? perguntou Rony
Não, não acho, respondeu Harry.
Aí está! disse Rony rapidamente, antes que Hermione pudesse continuar. Se não era Dumbledore, explique como Dobby sabia que estávamos no porão, Hermione?
Eu não posso... Mas como você explica que Dumbledore o tenha mandado para nós se ele está dentro de uma tumba em Hogwarts?
Não sei, poderia ter sido o fantasma dele!
Dumbledore não voltaria como um fantasma, disse Harry. Havia pouca coisa sobre Dumbledore de que Harry tivesse certeza nesse momento, mas disso ele sabia. Ele
teria continuado.
Como assim, 'continuado'? perguntou Rony, mas antes que Harry pudesse dizer mais, uma voz atrás deles chamou, Arry?
Fleur tinha vindo da casa, seu longo cabelo prateado flutuando com a brisa.
Arry, Grampo (Griphook*) gostarria de conversar com você. Ele está no quarto menor, disse que non quer ser escutado.
O desgosto dela por ter sido mandada pelo duende para dar recados estava claro; ela parecia irritável enquanto andava de volta para a casa.
Grampo estava esperando por eles, como Fleur havia dito, no menor dos três quartos da casa, no qual Hermione e Luna dormiram noite. Ele havia fechado as cortinas
de algodão vermelho sobre o brilhante céu nublado, o que dava ao quarto um brilho ígneo, em contraste com o restante da casa clara e ventilada.
Eu tomei minha decisão, Harry Potter, disse o duende, que estava sentado de pernas cruzadas numa cadeira baixa, tamborilando os braços com os dedos longos. Embora
os duendes de Gringotes considerem isso alta traição, eu decidi ajudálo...
Isso é ótimo!, disse Harry, o alívio tomandoo por inteiro. Grampo, muito obrigado, nós realmente...
.. Em troca, disse o duende com firmeza, de pagamento.
Ligeiramente abalado, Harry hesitou.
Quanto você quer? Eu tenho ouro.
Ouro, não, disse Grampo, isso eu tenho.
Seus olhos negros brilharam; não havia branco neles.
Eu quero a espada. A espada de Godric Gryffindor.
As esperanças de Harry desmoronaram.
Você não pode ficar com ela, ele disse. Sinto muito.
Então, disse o duende, suavemente, nós temos um problema.
Nós podemos dar alguma outra coisa, disse Rony, com ansiedade. Aposto que os Lestranges têm um bocado de coisas, você pode pegar o que quiser uma vez que estivermos
no cofre.
Ele havia dito a coisa errada. Grampo ficou vermelho de raiva.
Eu não sou um ladrão, garoto! Não estou tentando obter tesouros sobre os quais não tenho direito!
A espada é nossa...
Não é. disse o duende.
Nós somos da Grifinória, e foi Godric Gryffindor...
E antes de pertencer a Grifionória, a quem ela pertencia? interrogou o duende, sentandose melhor.
A ninguém, disse Rony. Ela foi feita para ele, não foi?
Não! gritou o duende, reagindo com raiva e apontando um dedo longo para Rony. Arrogância de bruxo novamente! Aquela espada foi de Ragnuk Primeiro, tomada dele
por Godric Gryffindor! É um tesouro perdido, uma obraprima de trabalho duende! Ela deve permanecer com os duendes! A espada é o preço pela minha ajuda, é pegar
ou largar!
Grampo olhou para eles de forma penetrante. Harry deu uma olhada rápida para os outros dois, e disse, Nós precisamos discutir isso, Grampo, se estiver bem para
você. Será que poderia nos dar alguns minutos?
O duende assentiu, parecendo mal humorado.
No andar de baixo, na sala de estar vazia, Harry foi até a lareira, a testa franzida, tentando pensar o que fazer. Atrás dele, Rony disse, Ele está de brincadeira.
Não podemos deixálo ficar com a espada.
Isso é verdade? Harry perguntou a Hermione. A espada foi roubada pelo Gryffindor?
Eu não sei, ela disse, sem esperança. A história do mundo bruxo geralmente evita falar sobre o que os bruxos fizeram a outras raças, mas não há relato que eu
conheça que diga que Gryffindor roubou a espada.
Deve ser uma dessas histórias de duende, disse Rony, sobre como os bruxos estão sempre tentando passar a perna neles. Imagino que nós devamos nos considerar
pessoas de sorte por ele não ter pedido uma de nossas varinhas.
Duendes têm uma boa razão para não gostar de bruxos, Rony, disse Hermione. Eles foram tratados de forma brutal no passado.
Duendes não são exatamente coelhinhos fofinhos, no entanto, são? retrucou Rony. Eles mataram muitos de nós. Eles lutaram sujo também.
s discutir com Grampo sobre qual raça é mais desonesta e violenta não vai tornálo mais propenso a nos ajudar, não é mesmo?
Houve uma pausa enquanto eles tentavam pensar numa saída para o problema. Harry olhou pela janela para a sepultura de Dobby. Luna estava arrumando lavandasdomar
num pote de geléia ao lado da lápide.

Certo, disse Rony, e Harry se virou de frente para ele, o que vocês acham disso? Nós dizemos ao Grampo que precisamos da espada até entrar no cofre, e então
ele pode ficar com ela. Mas há uma falsa lá, não há? Nós as trocamos, e damos a falsa a ele.
Rony, ele saberia a diferença melhor do que nós! disse Hermione. Ele é o único que percebeu que tinha havido uma troca!
Sim, mas nós poderíamos escapulir antes que ele perceba...
Ele teve medo do olhar que Hermione lançava para ele.
Isso, ela disse, calmamente, é desprezível. Pedimos a ajuda dele, então vamos lá e o enganamos? E você ainda se pergunta por que é que duendes não gostam de
bruxos, Rony?
As orelhas de Rony ficaram vermelhas.
Está bem, está bem! Foi a única coisa que eu consegui pensar! Qual é a sua solução, então?
Nós precisamos oferecer a ele alguma outra coisa, algo igualmente valioso.
Brilhante. Eu vou lá buscar uma das nossas outras espadas antigas feitas por duendes e você pode embrulhála para presente.
O silêncio permaneceu entre eles novamente. Harry tinha certeza de que o duende não aceitaria nada além da espada, ainda que eles tivessem algo igualmente valioso
para oferecer. Ainda que a espada fosse sua única e indispensável arma contra as Horcruxes.
Ele fechou os olhos por alguns momentos e ouviu o barulho do mar. A idéia de que Gryffindor poderia ter roubado a espada era desagradável: ele sempre tinha se orgulhado
de ser um grifinório; Gryffindor tinha sido a campeão dos nascidostrouxa, o bruxo que havia batido de frente com o Slytherin amante dos purosangues...
Talvez ele esteja mentindo, Harry disse, abrindo seus olhos novamente. Grampo. Talvez Grifinória não tenha tomado a espada. Como podemos saber se a versão duende
da história está correta?
Isso faz alguma diferença? perguntou Hermione.
Muda como me sinto a respeito disso, disse Harry.
Ele respirou fundo.
Vamos dizer que ele pode ficar com a espada depois de nos ajudar a entrar naquele cofre mas vamos ter o cuidado de evitar dizer a ele exatamente quando ele poderá
têla.
Um sorriso apareceu lentamente no rosto de Rony. Hermione, porém, parecia alarmada.
Harry, nós não podemos...
Ele pode ficar com ela, Harry continuou, depois que a usarmos em todas as Horcruxes. Então vou me assegurar de que ele fique com ela. Vou manter minha palavra.
Mas isso pode levar anos! disse Hermione.
Eu sei, mas ele não precisa saber. Eu não vou estar mentindo... realmente.
Harry a encarou num misto de desafio e vergonha. Ele se lembrou das palavras que estavam gravadas no portão de Nurmengard: PELO BEM MAIOR. Ele rechaçou a idéia.
Que escolha teria?
Eu não gosto disso. disse Hermione.
Nem eu gosto muito, admitiu Harry.
Bem, eu acho que é genial, disse Rony, levantandose novamente. Vamos lá contar a ele.
De volta ao menor quarto, Harry fez a oferta, formulandoa com cuidado para não estabelecer nenhum momento definido para a entrega da espada. Hermione franziu as
sobrancelhas para o chão enquanto ele falava; ele se sentiu irritado com ela, com medo de que ela pudesse revelar a estratégia. Mas Grampo só tinha olhos para Harry.
Eu tenho sua palavra, Harry Potter, de que você me dará a espada de Grifinória se eu os ajudar?
Sim. disse Harry.
Então aperte aqui, disse o duende, estendendo a mão.
Harry apertou a mão. Ele se perguntou se aqueles olhos negros estariam vendo qualquer sinal nele. Nisso, Grampo o soltou, juntou as mãos e disse. Então. Comecemos!
Era como planejar a invasão ao Ministério novamente. Eles se acomodaram para trabalhar no menor quarto, que era mantido, conforme a preferência de Grampo, na penumbra.
Eu visitei o cofre dos Lestrange apenas uma vez, Grampo contou a eles, na ocasião em que me requisitaram que depositasse nele a espada falsa. É uma das câmaras
mais antigas. As famílias bruxas mais antigas guardam seus tesouros no nível mais profundo, onde os cofres são maiores e mais bem protegidos...
Eles permaneciam fechados no quartoarmário por horas a fio, a cada vez. Lentamente os dias se transformaram em semanas. Um problema após o outro precisava ser solucionado,
e um que não era dos menores era que o estoque de Poção Polissuco estava praticamente esgotado.
Só tem realmente suficiente para um de nós, disse Hermione, examinando a poção espessa e lamacenta contra a luz.
É o suficiente, disse Harry, que estava examinando o mapa manuscrito, feito por Grampo, das passagens mais profundas.
Os outros habitantes da Casa das Conchas não podiam deixar de notar que algo estava acontecendo agora que Harry, Rony e Hermione só apareciam para as refeições.
Ninguém perguntou nada, embora Harry freqüentemente sentisse o olhar de Gui sobre eles três mesa, pensativo e preocupado.
Quanto mais eles ficavam juntos, mais Harry percebia que não gostava do duende. Grampo era inesperadamente sanguinário, ria da idéia de infligir dor a criaturas
menores, e parecia apreciar a possibilidade de que eles talvez precisassem ferir outros bruxos para chegar até o cofre dos Lestrange. Harry não sabia dizer se essa
antipatia era compartilhada pelos outros dois, mas eles não discutiam isso: precisavam de Grampo.
O duende comia com eles apenas relutantemente. Mesmo depois de suas pernas estarem consertadas, ele continuava a exigir bandejas de comida em seu quarto, como o
ainda frágil Olivaras, até que Gui (logo após uma explosão de raiva de Fleur) subiu para dizer a ele que aquela mordomia não continuaria. Desde então Grampo se juntou
a eles na mesa superlotada, embora se recusasse a comer a mesma comida, preferindo, ao revés, nacos de carne crua, raízes e cogumelos variados.
Harry se sentia responsável. Tinha sido ele, afinal, quem insistira para que o duende permanecesse na Casa das Conchas, para poder interrogálo; era por sua culpa
que toda a família Weasley tinha sido levada a se esconder, e que Gui, Fred, Jorge e o Sr. Weasley não podiam mais trabalhar.
Sinto muito, ele disse a Fleur, numa fresca noite de Abril, enquanto a ajudava a preparar o jantar. Eu nunca desejei que vocês tivessem que lidar com tudo isso.
Ela tinha acabado de colocar algumas facas para trabalhar, cortando bifes para Grampo e Gui, que começara a preferir carne sangrenta desde que fora atacado por Greyback.
Enquanto as facas cortavam atrás dela, sua expressão irritada se amenizava.
Arry, você salvou a vida da minha irmã, eu nunca vou esquecer.
Isso não era a mais pura verdade, mas Harry decidiu não lembrar a ela que Gabrielle nunca estivera em perigo real.
De qualquer forma, Fleur continuou, apontando sua varinha para a panela de molho, que começou a borbulhar imediatamente no fogão, o Sr. Olivaras vai embora para
a casa de Muriel esta noite. Isso vai tornar as coisas mais fáceis. O duende, e seu olhar endureceu a essa menção, pode ser movido para o andar de baixo, e você,
Rony e Dino podem ficar com aquele quarto.
Nós não nos importamos de dormir na sala, disse Harry, que sabia que Grampo não gostaria nada da idéia de dormir no sofá; manter Grampo satisfeito era essencial
para seus planos. Não se preocupe conosco. Quando ela tentou protestar, ele continuou nós vamos sair daqui brevemente, também, Rony, Hermione e eu. Não vamos
precisar ficar aqui por muito mais tempo.
O que você quer dizer? ela disse, franzindo a sobrancelha para ele, sua varinha apontando para a caçarola suspensa no ar. Claro que vocês não devem ir embora,
vocês estão seguros aqui!
Ela se parecia bastante com a Sra. Weasley enquanto dizia isso, e ele ficou feliz quando a porta se abriu naquele momento. Luna e Dino entraram, seus cabelos encharcados
de chuva e seus braços cheios de madeira.
.. E minúsculas orelhinhas, Luna dizia, parecidas com as de um hipopótamo, é o que diz papai, só que púrpuras e cabeludas. E se você quiser chamálos, tem que
cantarolar; eles preferem valsas, nada muito rápido...
Parecendo desconfortável, Dino deu de ombros para Harry enquanto passava, seguindo Luna até a combinação de sala de estar e sala de jantar onde Rony e Hermione estavam
preparando a mesa. Aproveitando a oportunidade de escapar das perguntas de Fleur, Harry agarrou duas jarras de suco de abóbora e os seguiu.
.. E se você algum dia vier nossa casa eu vou poder mostrar o chifre, papai me escreveu sobre ele mas eu ainda não o vi, porque os Comensais da Morte me levaram
do Expresso de Hogwarts e eu não estive em casa para o Natal, Luna ia dizendo, enquanto ela e Dino reacendiam o fogo.
Luna, nós já dissemos a você, Hermione gritou de longe. Aquele chifre explodiu. Ele veio de um Erumpente, não de um Bufador de Chifre Enrugado...
Não, era definitivamente um chifre de Bufador, disse Luna serenamente. Papai me falou. Ele provavelmente já se refez agora, eles se consertam sozinhos, você
sabe.
Hermione sacudiu a cabeça e continuou a colocar garfos no momento em que Gui apareceu, conduzindo o Sr. Olivaras pelas escadas. O artesão de varinhas ainda tinha
uma aparência extremamente frágil, e se agarrava ao braço de Gui enquanto este o sustentava, carregando uma grande mala.
Vou sentir sua falta, Sr. Olivaras, disse Luna, aproximandose do velho senhor.
E você, minha cara, disse Olivaras, dandolhe tapinhas no ombro, Você me foi um indescritível conforto naquele lugar tenebroso.
Então, au revoir, Sr. Olivaras, disse Fleur, beijandoo nas bochechas. Será que o senhor me faria o favor de entregar um pacote para a tia de Gui, Muriel? Eu
ainda não devolvi sua tiara.
Será uma honra, disse Olivaras com uma breve reverência, o mínimo que posso fazer em retribuição por sua generosa hospitalidade.
Fleur sacou um gasto invólucro de veludo, que abriu para mostrar ao artesão de varinhas. A tiara estava ali, brilhando sob a luz da lâmpada baixa.
Pedras da Lua e diamantes, disse Grampo, que havia se esgueirado para a sala sem que Harry percebesse. Feito por duendes, eu acredito?
E pago por bruxos, disse Gui calmamente, e o duende lançou a ele um olhar ao mesmo tempo furtivo e desafiador.
Um vento forte soprava contra as janelas da casa enquanto Gui e Olivaras saíam pela noite. Os demais se espremeram ao redor da mesa; cotovelo com cotovelo, mal tendo
espaço para se mover, eles começaram a comer. O fogo crepitava e pulava na grade ao lado deles. Harry percebeu que Fleur estava apenas brincando com sua comida,
olhando para a janela a todo momento; Gui, porém, voltou antes que eles tivessem terminado o primeiro prato, seu cabelo comprido embaraçado pelo vento.
Está tudo bem, ele disse a Fleur. Olivaras já se instalou, mamãe e papai mandaram um alô. Gina mandou lembranças a todos. Fred e Jorge estão enlouquecendo Muriel,
eles ainda estão operando um negócio de EncomendaCoruja no quarto dos fundos dela. Mas ela se animou ao receber a tiara de volta. Disse que pensou que nós a tivéssemos
roubado.
Ah, ela é charmant, a sua tia, disse Fleur, irritada, movendo sua varinha e fazendo os pratos sujos se levantarem e se empilharem em pleno ar. Ela os pegou e
marchou para fora do quarto.
Papai fez uma tiara, começou Luna. Bem, é mais como uma coroa, na verdade.
Rony entreolhou Harry e sorriu; Harry sabia que ele estava se lembrando do ridículo ornamento de cabeça que eles haviam visto em sua visita a Xenófilo.
Sim, ele está tentando recriar o diadema perdido de Corvinal. Ele acha que já identificou a maior parte dos elementos principais. Acrescentar as asas de GiraGira
realmente fez muita diferença...
Houve um estrondo na porta da frente. Todas as cabeças se voltaram naquela direção. Fleur veio correndo da cozinha, parecendo amedrontada; Gui se levantou de uma
vez, sua varinha apontada para a porta; Harry, Rony e Hermione fizeram o mesmo. Silenciosamente Grampo escorregou para debaixo da mesa, fora de vista.
Quem é? Gui gritou.
Sou eu, Remo João Lupin! gritou a voz, acima do uivo do vento. Harry sentiu um calafrio; o que teria acontecido? Sou um lobisomem, casado com Ninfadora Tonks,
e você, o FieldoSegredo da Casa das Conchas, me disse o endereço e me convidou a vir quando houvesse uma emergência!
Lupin, murmurou Gui, e correu para a porta, destrancandoa.
Lupin caiu sobre o batente da porta. Ele estava pálido, enrolado numa capa de viagem, seu cabelo grisalho atrapalhado pelo vento. Ele se endireitou, olhou ao redor
da sala, conferindo quem estava lá, e então gritou a plenos pulmões, É um menino! Nós o chamamos Ted, em homenagem ao pai de Dora!
Hermione berrou.
O quê? Tonks Tonks teve o bebê?
Sim, sim, ela teve o bebê!, exclamou Lupin. Ao redor da mesa vieram gritos de prazer, suspiros de alívio: Hermione e Fleur ambas guincharam Parabéns!, e Rony
disse, Caramba, um bebê! como se nunca tivesse ouvido falar de tal coisa antes.
Sim... Sim... Um menino, disse novamente Lupin, que parecia aturdido por sua própria felicidade. Ele andou ao redor da mesa e abraçou Harry; a cena no porão do
Largo Grimmauld parecia nunca ter acontecido.
Você aceita ser o padrinho? ele perguntou, quando soltou Harry.
Eeu? gaguejou Harry.
Você, sim, claro Dora concorda, ninguém melhor...
Eu... Sim... Caramba...
Harry se sentia tomado de surpresa, assombrado, deliciado; agora Gui estava correndo para buscar vinho, e Fleur estava convencendo Lupin a se juntar a eles para
uma bebida.
Não posso ficar muito tempo, preciso voltar, disse Lupin, sorrindo: ele parecia muitos anos mais novo do que Harry jamais o tinha visto. Obrigado, obrigado,
Gui.
Gui logo encheu todas as taças, e eles se levantaram e as ergueram em um brinde.
À Teddy Remo Lupin, disse Lupin, um grande bruxo em formação!
Com quem ele se parece? perguntou Fleur.
Acho que ele se parece com Dora, mas ela acha que é comigo. Não tem muito cabelo. O cabelo parecia preto quando ele nasceu, mas juro que ficou ruivo algumas horas
depois. Provavelmente vai estar loiro quando eu voltar. Andrômeda diz que o cabelo de Tonks começou a mudar de cor no dia em que ela nasceu. Ele esvaziou sua taça.
Ah, vamos lá, só mais uma, ele acrescentou, sorrindo, enquanto Gui fazia a taça se encher novamente.
O vento sacudia a pequena casa e o fogo pulava e crepitava, e Gui iria logo abrir uma outra garrafa de vinho. As notícias de Lupin pareciam têlos tirado de si,
e os removido de seu estado de cerco: notícias de uma nova vida eram animadoras. Apenas o duende parecia intocado pela atmosfera subitamente festiva, e depois de
um tempo se esgueirou de volta para o quarto que agora ocupava sozinho. Harry pensou ser o único a ter percebido isso, até que viu o olhar de Gui acompanhando o
duende enquanto este subia as escadas.
Não... não... Eu realmente preciso voltar, disse Lupin afinal, recusando outra taça de vinho. Ele ficou de pé e se envolveu na capa de viagem.
Adeus, adeus... Vou tentar trazer umas fotos para vocês em alguns dias... Eles vão todos ficar tão felizes de saber que vi vocês...
Ele amarrou sua capa e se despediu, abraçando as mulheres e apertando a mão dos homens, e então, ainda sorrindo, retornou para dentro da noite selvagem.
Padrinho, Harry! disse Gui quando entraram juntos na cozinha, ajudando a limpar a mesa. Uma verdadeira honra! Parabéns!
Enquanto Harry ajeitava as taças vazias que estava carregando, Gui fechou a porta atrás de si, isolandoos das vozes ainda entusiasmadas dos demais, que continuaram
a comemorar mesmo na ausência de Lupin.
Eu queria uma conversa privada, na verdade, Harry. Não foi fácil ter uma oportunidade com esta casa cheia de gente.
Gui hesitou.
Harry, você está planejando algo com Grampo.
Era uma afirmação, não uma pergunta, e Harry não tentou negar. Apenas olhou para Gui, aguardando.
Eu conheço duendes, disse Gui. Trabalhei para Gringotes desde que saí de Hogwarts. Na medida em que pode haver amizade entre bruxos e duendes, eu tenho amigos
duendes... Ou, pelo menos, duendes que conheço bem, e de quem gosto. Novamente, Gui hesitou.
Harry, o que você quer de Grampo, e o que prometeu em troca?
Não posso contar, disse Harry. Sinto muito, Gui.
A porta da cozinha se abriu atrás deles; Fleur estava tentando entrar com mais taças vazias.
Espere, pediu Gui a ela. Só um minuto.
Ela se virou e fechou a porta novamente.
Então eu tenho que dizer isto, Gui continuou. Se você fez algum tipo de acordo com Grampo, e principalmente se esse acordo envolve tesouros, você deve ser extremamente
cauteloso. A noção duende de propriedade, pagamento e retribuição não é a mesma dos humanos.
Harry sentiu um aperto de desconforto, como se uma pequena cobra se agitasse dentro dele.
O que você quer dizer? ele perguntou.
Nós estamos falando de uma raça diferente na essência, disse Gui. Negócios entre bruxos e duendes têm sido tensos por muitos séculos mas você sabe tudo isso,
é História da Magia. Houve culpa de ambos os lados, eu nunca afirmaria que os bruxos foram inocentes. No entanto, há uma crença entre alguns duendes, e aqueles em
Gringotes provavelmente sejam os que têm maior tendência a ela, que bruxos não são confiáveis em matéria de ouro e tesouros, que eles não têm respeito pela propriedade
dos duendes.
Eu respeito..., começou Harry, mas Gui sacudiu a cabeça.
Você não entende, Harry, ninguém poderia entender a não ser que tenha vivido entre os duendes. Para um duende, o mestre verdadeiro e por direito de qualquer objeto
é seu artesão, não o comprador. Todos os objetos feitos por duendes são, aos olhos dos duendes, sua propriedade por direito.
Mas se foi comprado...
.. Então eles consideram que foi alugado por quem pagou. Mas eles têm grande dificuldade com a idéia de objetos feitos por duendes serem passados de bruxo para
bruxo. Você viu a cara de Grampo quando a tiara passou por ele. Ele desaprova. Acredito que ele pense, como os mais impetuosos de sua raça, que ela deveria ter sido
devolvida aos duendes quando o comprador original morreu. Eles consideram que o nosso hábito de manter em nossa posse objetos de fabricação de duendes, passandoos
de bruxo para bruxo sem novo pagamento, é pouco mais do que furto.
Harry teve um pressentimento ruim; ele se perguntava se Gui saberia mais do que estava dando a entender.
O que quero dizer, disse Gui, colocando a mão na porta da sala de estar, é que você deve ser muito cuidadoso com o que promete a duendes, Harry. É menos perigoso
invadir Gringotes do que quebrar uma promessa feita a um duende.
Certo, disse Harry enquanto Gui abria a porta, sim. Obrigado. Vou me lembrar disso.
Seguindo Gui de volta ao encontro dos demais, um pensamento retorcido lhe ocorreu, provavelmente causado pelo vinho que havia bebido. Ele parecia estar no caminho
para se tornar um padrinho tão descuidado para Teddy Lupin quanto Sirius tinha sido para ele mesmo.

Capítulo Vinteeseis
Gringotes

Seus planos estavam elaborados, os preparativos estavam completos; no menor quarto, um único longo, grosso fio de cabelo negro (retirado do suéter que Hermione
vestia na mansão dos Malfoy) guardado dentro de um pequeno frasco de vidro sobre o consolo da lareira.
E você estará usando a varinha verdadeira dela, disse Harry, apontando com a cabeça em direção a varinha de nogueira, então eu creio que você será
bem convincente.
Hermione parecia estar com medo de que varinha pudesse picála ou mordêla quando ela a apanhasse.
Eu odeio essa coisa ela disse em voz baixa. Eu realmente odeio. Parece estar tudo errado, isso não funciona adequadamente para mim... É como se fosse
uma parte dela.
Harry não evitar de lembrar como Hermione havia descartado sua abominação pela varinha de abrunheiro, insistindo que ele estava imaginando coisas quando
ela não funcionava tão bem quanto a dele próprio, falando para ele simplesmente praticar. Ele preferiu não repetir o mesmo conselho para ela, afinal, a véspera da
tentativa de assaltarem o Gringotes parecia o momento errado para discutir com ela.
Ela provavelmente vai te ajudar a entrar no personagem, disse Rony. Pense no que esta varinha já fez!
Mas essa é a questão! falou Hermione. Esta é a varinha que torturou o pai e mãe do Neville, e quem sabe mais quantas pessoas? Esta é a varinha que
matou o Sirius!
Harry não havia pensado nisso. Ele olhou para a varinha e foi atingido por uma urgência brutal de quebrála, partila ao meio com a espada de Gryffindor,
que estava apoiada contra a parede ao lado dele.
Eu sinto falta da minha varinha. disse Hermione tristemente. Eu gostaria que o Sr. Olivaras tivesse feito outra para mim também.
Sr. Olivaras havia enviado Luna uma nova varinha naquela manhã. Ela estava no jardim de trás no momento, testando as capacidades dela até o início da noite.
Dino, que perdeu sua varinha para os Raptores, estava assistindo particularmente triste.
Harry observava a varinha de espinheiro que pertencia a Draco Malfoy. Ele estava surpreso, mas agradecido por descobrir que ela funcionava tão bem com ele
quanto a de Hermione. Relembrando o que Olivaras contou a eles sobre os poderes secretos das varinhas, Harry pensou saber qual era o problema de Hermione: ela não
ganhou a fidelidade da varinha de nogueira por ter sido tomada pessoalmente de Belatriz.
A porta do quarto se abriu e Griphook* entrou. Harry alcançou instintivamente o cabo da espada trazendoa para perto de si, mas se arrependeu no mesmo instante.
Ele poderia jurar que o duende notou. Procurando disfarçar o momento inoportuno, ele falou:
Estamos apenas fazendo uma checagem final, Griphook. Dissemos a Gui e a Fleur que estamos indo amanhã, e dissemos que não era necessário que se levantassem
para se despedirem.
Eles foram insistentes nesta questão, pois Hermione precisaria se transformar em Belatriz antes deles partirem, e o quanto menos Gui e Fleur soubessem ou
suspeitassem do que eles estavam prestes a fazer, melhor. Eles avisaram que não voltariam. Como eles perderam a velha barraca de Perkins na noite em que foram pegos
pelos Raptores, Gui emprestou a eles uma outra. Agora ela estava na mochila. Harry estava impressionado em descobrir como Hermione a tinha protegido dos Raptores
simplesmente escondendo dentro da meia.
Embora ele fosse sentir falta de Gui, Fleur, Luna e Dino, sem mencionar os confortos vividos nas últimas semanas, Harry estava ansioso para escapar do confinamento
da Casa de Concha. Ele estava cansado de ficar se certificar de que não estavam sendo ouvidos, cansado de ficar trancado num pequeno quarto escuro. Além de tudo,
ele queria se livrar de Griphook. Entretanto, precisamente como e quando eles deveriam partir sem que o duende desse falta da espada de Gryffindor, era uma questão
que ficava sem resposta. Era impossível descobrir como eles iriam fazer isso, porque o duende raramente deixava Harry, Rony e Hermione a sós por mais de cinco minutos.
Ele poderia dar aula para minha mãe, murmurou Rony enquanto os longos dedos do duende apareciam na fresta das portas. Com os conselhos de Gui em mente,
Harry não poderia ajudar suspeitando que Griphook estivesse espera por uma oportunidade de trapacear. Hermione desaprovou o que foi planejado tão firmemente que
Harry desistiu de colocar os esforços dela na melhor forma de fazer isto; Rony, em um dos raros momentos em que eles ficavam livres de Griphook, veio com nada melhor
que: Nós simplesmente teremos que protegêla, companheiro.
Harry dormiu mal naquela noite. Acordado durante as primeiras horas, ele pensou em como estava se sentindo na noite anterior invasão do Ministério da Magia
e lembrou com uma determinação quase excitante. Agora ele experimentava dúvidas surpreendentes: Ele não poderia afastar o medo de que tudo estivesse dando errado.
Ele continuava dizendo a si mesmo que o plano era bom, que Griphook sabia o que eles estavam armando, que eles estavam bem preparados para todas as dificuldades
que eles provavelmente encontrariam, mas mesmo assim se sentia inquieto. Uma ou duas vezes ele percebeu a inquietação de Rony e teve certeza de que ele também estava
acordado, mas eles estavam dividindo o quarto com Dino, então ele nada disse.
Foi um alívio quando s seis horas eles puderem sair dos seus sacos de dormir, se vestiram na penumbra, e foram para o jardim aonde encontraram Hermione
e Griphook. O tempo estava agradável, mas havia uma leve brisa, já que era maio. Harry observava as estrelas que ainda brilhavam palidamente no céu escuro, ouvindo
o barulho das ondas do mar batendo contra o penhasco. Ele sentiria falta deste som.
Pequenos galhos verdes os forçavam a subirem através da terra vermelha do túmulo de Dobby, em um ano o monte estaria coberto de flores. A pedra branca que
escreveu o nome do elfo já havia adquirido uma aparência desgastada. Ele percebeu que dificilmente eles poderiam ter conseguido um lugar mais bonito para que Dobby
descansasse, mas Harry sentiu dor e tristeza ao pensar em deixálo para trás. Olhando para o túmulo, ele desejou saber como o elfo sabia aonde ir para resgatálos.
Seus dedos se mexeram inconscientemente para a pequena bolsa ainda presa em seu pescoço, através do qual ele podia sentir o fragmento do espelho pontudo no qual
ele teve certeza de ter visto o olho de Dumbledore. Procurou em volta ao ouvir o som de uma porta se abrindo.
Belatriz Lestrange estava andando rapidamente através da relva na direção deles, acompanhada por Griphook. Enquanto ela andava, enfiava a pequena bolsa dentro
do bolso de dentro de um outro conjunto de velhas túnicas que eles trouxeram do Largo Grimmauld. Apesar de Harry saber perfeitamente bem que aquela era Hermione,
ele não podia conter um calafrio de ódio. Ela era mais alta do que ele, seus negros cabelos ondulados descendo pelas costas, pálpebras pesadamente desdenhosas, como
se estivessem fixos sobre ele; mas quando ela falou, e ele ouviu a Hermione através da baixa voz de Bellatriz.
Ela tem um gosto horrível, pior do que raiz de cuia (Gurdyroots)! Ok, Rony, venha aqui para que eu possa lhe...
Certo, mas não se esqueça que eu não gosto da barba muito comprida.
Oh, pelo amor de Deus, não se trata de parecer bonito.
Não é isso, é que atrapalha! Mas eu gostaria do meu nariz um pouco menor, tente, e faça do mesmo jeito que você fez a última vez.
Hermione suspirou e começou com a trabalhar, murmurando sob sua respiração enquanto transformava vários aspectos da aparência de Rony. Ele deveria ganhar
uma identidade completamente falsa, e eles estavam contando com a maligna atmosfera lançada por Belatriz para protegêlo. Enquanto isso, Harry e Griphook iriam estar
escondidos sob a Capa da Invisibilidade.
Pronto, disse Hermione. Como ele está, Harry?
Era possível distinguir Rony debaixo do seu disfarce, mas só porque, Harry pensou, ele o conhecia muito bem. O cabelo de Rony agora estava comprido e cheio,
tinha barba e bigode castanhos e grossos, sem sardas, nariz pequeno e largo e grossas sobrancelhas.
Bem, ele não faz o meu tipo, mas vai servir, disse Harry. Devemos ir, então?
Os três olharam de volta para a Casa das Conchas, que permanecia escura e em silêncio sob as pálidas estrelas, então se viraram e começaram a caminhar em
direção ao ponto, além da parede limite, onde o feitiço Fidelius parava de funcionar e eles estariam aptos para desaparatar.
Quando passaram do portão, Griphook falou:
Eu devo subir agora, Harry Potter, suponho?
Harry se abaixou e o duende subiu nas suas costas, suas mãos grudadas no pescoço de Harry. Ele não era pesado mas Harry não gostava da sensação do duende
e da surpreendente força com que ele se segurava. Hermione tirou a Capa da Invisibilidade de dentro da bolsa e a jogou sobre eles.
Perfeito, ela disse, balançando a capa para conferir os pés de Harry. Não dá para ver nada. Vamos.
Harry se virou e continuou a caminhada com Griphook nos seus ombros, se concentrando totalmente no Caldeirão Furado, a hospedaria que era a entrada do Beco
Diagonal. O duende se segurava cada vez mais forte conforme eles iam entrando na escuridão compressora; segundos depois os pés de Harry encontraram a calçada, eles
chegaram a Estrada Charing Cross. Trouxas passavam apressados com expressões derrotadas no início da manhã, completamente inconscientes da existência da pequena
hospedaria.
O bar do Caldeirão Furado estava quase deserto. Tom, o corcunda e desdentado senhorio, estava polindo os copos atrás do balcão do bar; dois bruxos que conversavam
em voz baixa num canto distante olharam para Hermione e voltaram para a escuridão.
Madame Lestrange, murmurou Tom, e então Hermione parou e inclinou a cabeça subservientemente.
Bom dia, disse Hermione, e enquanto Harry passava, ainda carregando Griphook nas costas debaixo da Capa da Invisibilidade, ele percebeu que Tom parecia
surpreso.
Muito educada, Harry sussurrou no ouvido de Hermione quando eles saiam da pensão em direção ao pequeno quintal. Você precisa tratar as pessoas como
se elas fossem lixo!
Ok, ok!
Hermione ergueu a varinha de Belatriz e bateu rapidamente num tijolo indefinível da parede em frente a eles. De repente, os tijolos começaram a girar e rodopiar:
um buraco apareceu no meio deles e crescia cada vez mais formando finalmente um portal para uma estreita rua, que era o Beco Diagonal.
Tudo estava quieto, era quase na hora das lojas abrirem, havia apenas alguns poucos compradores. A sinuosa rua estava muito diferente agora comparando com
o lugar animado que Harry conheceu antes do seu primeiro ano em Hogwarts, muitos anos antes. Mais lojas do que nunca haviam sido inauguradas, apesar de alguns estabelecimentos
dedicados as Artes das Trevas terem sido criados desde a sua última visita. O rosto de Harry resplandecia nos cartazes que estavam colados nas várias janelas, todos
titulados com as palavras INDESEJÁVEL NÚMERO UM.
Algumas pessoas maltrapilhas estavam sentadas desordenadamente nas portas. Ele os escutava gemendo para os transeuntes, pedindo por ouro, insistindo que
eram bruxos de verdade. Um homem possuía um curativo ensangüentado acima do olho.
Na medida em que eles caminhavam ao longo da rua, os pedintes olhavam para Hermione. Eles pareciam desaparecer sem serem notados na frente dela, esboçado
má sorte em seus rostos e fugindo o mais rápido que eles podiam. Hermione olhou curiosamente para eles, até que o homem com o curativo ensangüentado no olho chegou
atordoado atravessando seu caminho.
Minhas crianças, ele berrou, apontando para ela. A voz dele era dissonante e alta, soava perturbado. Onde estão minhas crianças? O que ele fez com
elas? Você sabe, você sabe!
Eeu, realmente... gaguejou Hermione.
O homem disparou para cima dela, alcançando seu pescoço. Então, com uma pancada e uma explosão de luzes vermelhas ele foi jogado para trás, caindo na calçada,
inconsciente. Rony estava imóvel, sua varinha ainda estendida e com uma visível expressão de choque por de trás da barba. Rostos apareceram nas janelas dos dois
lados da rua, enquanto um pequeno grupo de bruxos com boa aparência, que estavam passando, reuniram suas túnicas sobre eles, começaram a andar rapidamente, ansiosos
por acabarem com a cena.
A chegada deles no Beco Diagonal não poderia ter sido mais notável; por um momento Harry ponderou se não seria melhor eles irem embora agora e tentar pensar
em um plano diferente. Antes que ele pudesse se mexer ou falar com seus amigos eles escutaram um grito atrás deles.
Por que, Madame Lestrange?
Harry olhou a volta e Griphook apertou ainda mais seu pescoço: um bruxo alto e magro, com cabelos longos e grisalhos na parte superior da cabeça, nariz pontudo,
estava andando rapidamente na direção deles.
Este é Travers, assobiou o duende no ouvido de Harry, mas naquele momento Harry não podia pensar em quem era Travers. Hermione se ergueu e disse com
todo o desdém que ela conseguiu reunir:
E o que você quer?
Travers parou no lugar em que estava, claramente afrontado.
Ele é outro Comensal da Morte, sussurrou Griphook, e Harry andou de lado para poder repetir a informação no ouvido de Hermione.
Eu vim simplesmente lhe cumprimentar, disse Travers calmamente, mas se minha presença não for bemvinda...
Harry reconheceu agora sua voz. Travers era um dos Comensais da Morte que foram convocados para a casa do Xenófilo.
Não, não, de maneira nenhuma, Travers, disse Hermione rapidamente, tentando consertar seu erro. Como vai você?
Bem, confesso que estou surpreso por ver você fora e tão bem, Belatriz.
Verdade? Por quê? perguntou Hermione.
Bem, Travers tossiu, eu ouvi que os habitantes da Mansão dos Malfoy estavam confinados na casa, depois do... eh... da fuga.
Harry desejou que Hermione mantivesse a calma e tivesse cabeça. E se isso fosse verdade, e Bellatriz não devesse estar em público...
O Lorde das Trevas perdoa aqueles que o serviram mais fielmente no passado, falou Hermione numa magnífica imitação da mais impetuosa maneira de Belatriz.
Talvez, Travers, seu crédito com ele não seja tão bom quanto o meu. Apesar do Comensal ter parecido ofendido também pareceu menos desconfiado. Ele fitou
o homem que Rony havia acabado de atordoar.
Como isso ofendeu você?
Isso não importa, ele não fará novamente, disse Hermione calmamente.
Alguns desses sem varinha podem ser preocupantes, disse Travers. Enquanto eles não fazem nada a não ser pedir, não tenho nenhuma oposição; mas um deles
de fato me pediu para defender o seu caso no Ministério semana passada. Eu sou uma bruxa, senhor, eu sou uma bruxa, deixeme provar isso a você! ele disse em
uma imitação estridente. Como se eu fosse dar a ela minha varinha... mas a varinha de quem, disse Travers curiosamente, você está usando agora, Belatriz? Eu
ouvi dizer que a sua foi...
Eu estou com a minha varinha aqui disse Hermione friamente, erguendo a varinha de Belatriz. Eu não sei quais rumores você andou ouvindo, Travers, mas
você parece bastante mal informado.
Travers parecia um pouco abatido com aquilo, então se virou para Rony.
Quem é seu amigo? Não o reconheço.
Este é Dragomir Despard, disse Hermione; eles haviam decidido que um estrangeiro fictício era o disfarce perfeito para Rony assumir. Ela fala muito
pouco inglês, mas ele está na simpatia com os objetivos do Lorde das Trevas. Ele veio da Transilvânia para ver nosso novo regime.
Não me diga! Como vai Dragomir?
E você? disse Rony, erguendo a mão.
Travers estendeu dois dedos e apertou a mão de Rony como se estivesse com medo de se sujar.
Então, o que traz você e... eh... seu simpático amigo ao Beco Diagonal tão cedo? perguntou Travers.
Eu preciso ir ao Gringotes, disse Hermione.
Ah, eu também! disse Travers. Ouro, imundo ouro. Não podemos viver sem ele, eu confesso que lamento a necessidade de harmonizar com nossos amigos de
dedos longos.
Harry sentiu Griphook bater as mãos apertando sua garganta.
Vamos? disse Travers, gesticulando para que Hermione passasse.
Hermione não tinha outra escolha se não seguilo e acompanhálo ao longo da sinuosa rua até o lugar onde o Gringotes branco de neve permanecia acima das
outras pequenas lojas. Rony inclinouse ao lado deles, e Harry e Griphook os seguiram.
Um atento Comensal da Morte os vigiando era a última coisa que eles precisavam, e o pior era que com Travers ao lado de quem ele acreditava ser Belatriz
Lestrange não teria como Harry se comunicar com Hermione ou Rony. Logo eles chegaram base da escada de mármore que levava s grandes portas de bronze. Assim como
Griphook os havia avisado, os pálidos duendes que costumavam guardar a entrada haviam sido trocados por dois bruxos, ambos seguravam longos e dourados bastões.
Ah, sondas, apontou Travers teatralmente, tão grosseiro... mas tão eficiente!
E ele subiu os degraus, abaixando a cabeça para direita e para esquerda de forma a cumprimentar os bruxos, que levantavam os bastões dourados e passavam
de cima a baixo do seu corpo. As sondas, Harry sabia, que detectavam feitiços de ocultamento e objetos mágicos escondidos. Ciente de que ele só teria alguns segundos,
apontou a varinha de Draco para cada um dos guardas e sussurrou Confundus duas vezes. Imperceptível por Travers, que estava olhando para as portas de bronze no
hall menor, cada um dos guardas deu um pequeno sobressalto quando o feitiço os atingiu.
Os negros cabelos de Hermione ondulavam atrás dela enquanto ela subia as escadas.
Um momento, madame! disse o guarda erguendo sua sonda.
Mas se você acabou de me passar isso! disse Hermione com a voz arrogante de Belatriz. Travers olhou ao redor, sobrancelhas levantadas. O guarda estava
confuso, olhou para a fina e dourada sonda e então disse para o guarda que lha fazia companhia com uma voz levemente aturdida:
Sim, você acabou de checálos, Mário.
Hermione desviou adiante. Rony ao seu lado, Harry e Griphook andando invisíveis atrás deles. Harry olhou para os bruxos depois que passaram pela entrada.
Ambos coçavam a cabeça.
Dois duendes haviam levantado ao final das portas interiores, feitas de prata, e transmitiam um aviso de horrível retaliação para potenciais gatunos. Harry olhava
aquilo, e uma lembrança repentina veio até ele: estava neste mesmo local, no dia que ele tinha completado onze anos, o mais maravilhoso aniversário de sua vida,
Hagrid em pé ao lado dele dizendo. Como eu disse, só um louco tentaria roubar isso aí. Gringotes tinha parecido um lugar de sonho nesse dia, o encantamento aumentou
quando descobriu a quantidade de ouro que ele tinha e nunca havia tido conhecimento, e nunca por um instante ele sonhou que retornaria para roubar... Mas em segundos
eles eram levados em um amplo corredor do banco coberto de mármore.
O comprido balcão estava repleto de duendes sentados em altas cadeiras, atendendo os primeiros clientes do dia. Hermione, Rony e Travers iam em direção a um velho
duende que estava a examinar uma espessa moeda de ouro através de seus óculos. Hermione permitia que Travers mantivesse passo frente dela no pretexto de explicar
características do lugar para Rony.
O duende atirou a moeda que segurava de lado, disse a ninguém em particular Leprechaun*, e então cumprimentou Travers, que lhe cedeu então uma minúscula chave
dourada, que foi examinada e devolvida.
Hermione passou adiante.
Sra. Lestrange! disse o duende, evidentemente assustado. Perdão! Cocomo posso ajudála?
Eu desejo abrir o meu cofre disse Hermione.
O velho duende pareceu recuar um pouco. Harry olhou em volta. Não só Travers estava de volta, observando, mas vários duendes deixaram seus afazeres para fitar Hermione.
Você tem... identificação? perguntou o duende.
Identificação?! Eu... Eu nunca fui questionada a respeito de identificação antes... disse Hermione.
Eles desconfiam! sussurrou Griphook ao ouvido de Harry. Eles temem ser enganados por um impostor!
Sua varinha é suficiente, madame, disse o duende. Ele conteve um leve tremor na mão, e Harry sabia que os duendes de Gringotes estavam cientes de que a varinha
de Belatriz havia sido furtada.
Agora, agora, disse Griphook ao ouvido de Harry, a maldição Imperius!
Harry levantou a varinha por baixo da capa, mirando no velho duende, e sussurrou, pela primeira vez na sua vida Imperius!.
Uma curiosa sensação passou pelo braço de Harry, uma impressão de formigamento, calor que parecia fluir a partir de sua mente, as artérias e veias lhe conectando
até a varinha e a maldição foi lançada. O duende pegou a varinha de Belatriz, examinadoa de perto, e dizendo:
Ah , você tem uma nova varinha, Sra. Lestrange!
O que? disse Hermione. Não, não, essa é minha...
Uma nova varinha? disse Travers, aproximandose do balcão de novo; ainda com os duendes a observálo por toda parte. Mas como poderia ter feito, com que fabricante
de varinhas você conseguiu?
Harry agiu sem pensar: Apontando sua varinha para Travers, ele murmurou Imperius! mais uma vez.
Oh sim, eu vejo, disse Travers , olhando para a varinha de Bellatriz, sim, muito bonita. E está trabalhando bem? Eu sempre pensei que varinhas precisam ser
amansadas, não é?
Hermione olhou completamente confusa, mas para o enorme alívio de Harry ela aceitou a bizarra reviravolta dos acontecimentos sem comentar.
O velho duende atrás do balcão bateu palmas e um duende mais jovem se aproximou.
Eu devo precisar os Clankers, disse ao duende, que se afastou e regressou a seguir com uma bolsa de couro que parecia estar cheio de metal tilintando, que ele
entregou ao seu Sr. Bom, bom! Assim, queira seguirme, Sra. Lestrange, disse o velho duende saltando do seu assento e desaparecendo de vista. Eu devo levála
ao seu cofre.
Ele apareceu no final do balcão, caminhando alegremente em direção a eles, o conteúdo da bolsa de couro ainda estrepitava. Travers estava agora levantando silenciosamente
ainda de queixo caído. Rony estava prestando atenção para este estranho fenômeno que era a desatenção de Travers com confusão.
Espere... Bogrod!
Outro duende veio apressado em torno do balcão.
Nós temos instruções, ele dizia com um olhar para Hermione. Perdoeme, Senhora, mas tem havido recomendações especiais a respeito do cofre dos Lestrange.
Ele sussurrou urgentemente no ouvido de Bogrod, mas o duende sob a maldição Imperius o ignorou, desligado.
Estou ciente das instruções. Sra. Lestrange deseja visitar seu cofre. Família muito antiga... velhos clientes... Por aqui, por favor...
E, ainda tilintando, apressouse em direção a uma das muitas portas do salão. Harry olhou atrás para Travers, o qual era ainda fixava o local com um olhar anormalmente
perdido, e tomou sua decisão. Com um toque em sua varinha ele fez Travers vir com eles, andando mansamente no encalço deles ao alcançarem a porta e atravessar uma
passagem de pedra adiante, que era acesa com archotes flamejantes.
Estamos em apuros: eles suspeitam, disse Harry assim que a porta fechou atrás deles e ele puxou sua Capa da Invisibilidade. Griphook deu de ombros: nem Travers
nem Bogrod mostraram sequer uma leve surpresa ao repentino aparecimento de Harry Potter ao centro deles. Eles estão sob Imperius, ele adicionou, em resposta
a Hermione e Rony que estavam confusos sobre Travers e Bogrod, estavam ambos agora olhando o vazio. Eu não acho que eu fiz aquilo fortemente o suficiente, eu não
sei...
E outra lembrança veio em sua mente, a verdadeira Bellatriz Lestrange gritando a ele quando ele tinha pela primeira vez tentado usar uma Maldição Imperdoável: Você
precisa desejar, Potter!
O que faremos? perguntou Rony. Nós deveríamos cair fora enquanto podemos?
Se nós podemos, disse Hermione , olhando para trás em direção a porta que dava para o salão principal, além do qual eles sabiam o que estava acontecendo.
Nós já fomos longe, eu digo que devemos continuar. disse Harry.
Bom! disse Griphook. Então nós precisamos do Bogrod para controlar o carrinho; eu não tenho a autoridade. Mas lá não haverá aposentos para o bruxo.
Harry apontou sua varinha para Travers.
Imperio!
O bruxo desviou e saiu ao longo da escuridão a caminho em um caminhar elegante.
O que você está fazendo com ele?
Escondase, disse Harry apontando sua varinha para Bogrod, o qual apitou para convocar um carrinho que veio em direção a eles na escuridão. Harry estava certo
que ele podia ouvir berros atrás deles no salão principal, eles subiram com dificuldade, Bogrod frente de Griphook, Harry, Rony, e Hermione abarrotados atrás.
Com um solavanco o carrinho se moveu, ganhando velocidade: eles passaram rapidamente por Travers, que estava se retorcendo para dentro de uma rachadura na parede,
quando então o carrinho começou a rodar e a girar pelo labirinto das passagens, escorregando para baixo o tempo todo. Harry não conseguia escutar nada além do chacoalhar
do carrinho nos trilhos: seu cabelo voava para trás, enquanto eles desviavam de estalactites*, voando cada vez mais para baixo da terra, mas ele continuava olhando
para trás. Eles deveriam também ter deixado várias pegadas para trás; quanto mais ele pensava a respeito, mais tola parecia a idéia de ter disfarçado Hermione de
Bellatriz, de ter trazido a varinha dela, quando os comensais da morte sabiam quem a havia roubado...
Eles estavam mais profundo do que Harry jamais havia penetrado em Gringotes; eles olharam para o marcador de velocidade na curva e viram sua frente, com alguns
segundos de distancia, uma cascata de água caindo sobre os trilhos. Harry ouviu Griphook gritar Não!, mas não havia freio. Eles passaram zunindo através ela. A
água encheu os olhos e a boca de Harry: ele não podia ver ou respirar. Então, com uma virada para o lado terrível, o carrinho sacudiu, eles foram todos lançados
para fora. Harry ouviu o carro se estraçalhar em pedaços contra a parede, ouviu Hermione gritar alguma coisa, e se viu deslizar para o chão como se não tivesse peso,
caindo sem dor no solo rochoso da passagem.
Feitiço de amortecimento, Hermione balbuciou, enquanto Rony o levantava, mas para o terror de Harry ele viu que ela não era mais Bellatriz: ao contrário, ela
estava parada lá, com vestes muito largas, encharcada e completamente ela mesma; Rony estava ruivo e sem barba novamente. Eles estavam percebendo isso olhando uns
para os outros, sentindo suas próprias faces.
A Ruína do Ladrão! disse Griphook, levantandose e olhando de volta para o dilúvio sobre os trilhos, o qual, Harry saiba agora, havia sido mais do que água.
Ela lava todos os encantamentos, todas as ocultações mágicas. Eles sabem que há impostores em Gringotes, eles mandaram defesas contra nós.
Harry viu Hermione checar se ainda tinha a bolsa, e rapidamente enfiou a mão dentro da jaqueta para se assegurar de que ainda tinha a capa de invisibilidade. Então
ele se virou para ver Bogrod balançado sua cabeça de perplexidade: A Ruína do Ladrão parecia têlo libertado da maldição Imperius.
Nós precisamos dele, disse Griphook, Nós não podemos entrar no cofre sem um duende de Gringotes. E nós precisamos dos Clankers.
Imperius! disse Harry novamente; sua voz ecoou pela passagem de pedra enquanto ele sentia novamente a sensação de controle mental que fluía do cérebro para a
varinha. Bogrod submeteuse mais uma vez sua vontade, a expressão confusa de seu rosto foi substituída por uma educada indiferença, enquanto Rony se apressava
em pegar a bolsa de couro com as ferramentas de metal.
Harry, eu acho que estou escutando pessoas chegando! disse Hermione e apontou a varinha de Bellatriz para a parede de água e gritou Protego!. Eles viram o
feitiço escudo quebrar a corrente de água encantada enquanto bloqueava a passagem.
Boa idéia! disse Harry. Mostrenos o caminho Griphook!
Como é que nós vamos conseguir sair daqui novamente? perguntou Rony enquanto eles apressavam seus pés na direção do duende, Bogrod ofegando como um cachorro
velho.
Vamos nos preocupar com isso somente quando tivermos que fazer. Disse Harry. Ele estava tentando escutar: achava que estava escutando alguma coisa batendo e
se movendo nas proximidades. Griphook, quanto mais?
Não muito, Harry Potter, não muito.
Então eles dobraram em uma esquina e viram a coisa que Harry estava preparado para ver, mas que ainda assim fez com que eles parassem sobressaltados.
Um dragão gigante estava amarrado ao solo em frente a eles, barrando o acesso a quatro ou cinco dos cofres mais profundos do lugar. As escamas da fera haviam se
tornado pálidas e esfoliadas, durante seu longo cárcere sob o solo, seus olhos eram rosa leitoso; as duas patas traseiras estavam calçadas com pesados punhos dos
quais saiam correntes levando até pregos enormes, cravados profundamente dentro do chão rochoso. Suas grandes asas espetadas, dobradas fechadas perto de seu corpo,
encheriam a câmara se ele as espalhasse, e quando ele virou sua feia cabeça da direção dos garotos, rosnou com um barulho que fez a rocha tremer, abriu sua boca
e cuspiu um jato de fogo que mandou os garotos correndo de volta pela passagem.
Ele é parcialmente cego, ofegou Griphook, mas ainda mais selvagem por causa disso, no entanto, nós temos meios de controlálo. Ele foi ensinado sobre o que
esperar quando os Clankers aparecem, me entregue eles.
Rony passou a maleta para Griphook, e o duende puxou para fora um grande número de pequenos instrumentos metálicos que quando balançados faziam um longo barulho
como se miniaturas de martelos batessem em bigornas. Griphook entregouos: Bogrod aceitou docilmente.
Vocês sabem o que fazer, Griphook falou para Harry, Rony e Hermione. Ele vai esperar pela dor quando escutar o barulho. Ele vai recuar, e Bogrod deve colocar
a palma dele sob a porta do cofre.
Eles avançaram pela esquina novamente, balançando os Clankers, e o barulho ecoou pelas paredes rochosas, enormemente ampliado, tanto que a o crânio de Harry pareceu
vibrar com ele. O dragão soltou um outro rugido rouco, então recuou. Harry podia vêlo tremendo, e quando eles se aproximaram ele pôde ver as cicatrizes feitas por
várias queimaduras na sua face, e adivinhou que ele havia sido ensinado a temer espadas quentes quando escutasse o som dos Clankers.
Façao pressionar sua mão contra a porta, Griphook gritou para Harry, que virou sua varinha na direção de Bogrod. O velho duende obedeceu, pressionando sua palma
contra a madeira, e a porta do cofre derreteu, revelando a entrada de uma caverna, abarrotada do chão ao teto por moedas e globos de ouro, armaduras de prata, pele
de estranhas criaturas algumas com longas caudas, outras com asas encurvadas poções em frascos de jóias, e uma caveira ainda usando uma coroa. Procurem rápido!
disse Harry quando eles todos entraram correndo no cofre. Ele havia descrito a taça de Hufflepuff para Rony e Hermione, mas se também houvesse a outra Horcrux
desconhecida naquele cofre, ele não sabia como ela se pareceria. Ele mal teve tempo para olha ao redor, no entanto, antes que houvesse um barulho abafado atrás deles:
a porta tinha reaparecido, selandoos dentro do cofre, mergulhandoos numa total escuridão.
Não tem problema, Bogrod vai ser capaz de nos libertar! disse Griphook, quando Rony deu um grito de surpresa. Acendam suas varinhas, vocês não podem fazer
isso? Vamos, não temos muito tempo!
Lumus!
Harry percorreu sua varinha iluminada ao redor do cofre: o raio de luz caía sobre jóias cintilantes; ele viu a espada falsa de Gryffindor deitada em uma estante
alta entre uma confusão de correntes. Rony e Hermione haviam acendido suas varinhas também, e estavam agora examinando a pilha de objetos que os rodeava.
Harry, isto poderia ser... ? Aargh!
Hermione gritou de dor, e Harry virou sua varinha para ela a tempo de ver um globo de jóia caindo de sua mão. Mas quando ele caiu, o chão foi coberto com globos
idênticos, rolando em todas as direções, impossível de distinguir o original entre eles.
Isso me queimou! lamentou Hermione, chupando os dedos com bolhas.
Eles acrescentaram as maldições Germino e Flagrante! disse Griphook.
Tudo aquilo que você tocar vai queimar e se multiplicar, mas as cópias são sem valor... e se você continuar a segurar o tesouro, será certamente esmagado até a
morte pelo peso do ouro se expandindo.
Ok, não toquem em nada! disse Harry desesperadamente, mas enquanto ele dizia isso, Rony acidentalmente cutucou um dos globos caídos com o seu pé, e vinte novos
explodiram enquanto Rony saltava no lugar, parte de seus sapatos queimados pelo contato com o metal quente.
Fiquem parados, não se mexam! disse Hermione, agarrandose em Rony.
Apenas olhem ao redor, disse Harry. Lembremse, a taça é pequena e dourada, tem um texugo gravado nela, duas asas... de qualquer forma vejam se conseguem localizar
o símbolo de Ravenclaw em alguma coisa, uma águia...
Eles direcionaram suas varinha para cada canto e cada fenda, girando cuidadosamente no mesmo lugar. Era impossível não encostar em alguma coisa: Harry mandou
uma grande cascata de falsos galeões para o chão, onde eles se juntaram aos globos, e agora havia escassos lugares em que ele poderiam colocar seus pés, o ouro em
brasa emanava calor, então aquele cofre parecia uma fornalha. A luz da varinha de Harry passando por escudos e capacetes feitos por duendes, colocados em estantes
que iam até o teto, eles levantavam o feixe de luz cada vez mais alto, até que de repente ele encontrou um objeto que fez seu coração e suas mão tremerem.
Está ali, ali em cima!
Rony e Hermione apontaram suas varinhas para lá também, então a pequena taça cintilava sob três focos de luz: a taça que pertenceu a Helga Hufflepuff, que passou
para a posse de Hepzibah Smith, de quem foi roubada por Tom Riddle.
E como diabos é que nós vamos chegar lá em cima sem tocar em nada? perguntou Rony.
Accio taça! gritou Hermione, que evidentemente havia esquecido o que Griphook havia lhe contado durante a preparação dos planos, por causa do desespero.
Não adianta, não adianta! resmungou o duende.
Então o que a gente faz?! disse Harry, olhando ferozmente para o duende. Se você quer a espada, Griphook, então você vai ter que nos ajudar mais do que...
espere! Eu posso tocar uma coisa com a espada? Hermione, me dê ela aqui!
Hermione remexeu atrapalhadamente suas vestes, puxou a bolsa de contas, buscou minuciosamente por alguns segundos e então retirou a brilhante espada. Harry a agarrou
por seu cabo de rubi e tocou a ponta da lâmina em uma bandeira de prata que estava próxima, a qual não se multiplicou.
Se ao menos eu pudesse passar a espada pela asa... mas como é que eu vou chegar até lá em cima?
A estante na qual a taça repousava estava fora do alcance de qualquer um deles, mesmo Rony, que era o mais alto. O calor dos tesouros encantados subia em
ondas, e o suor descia pelo rosto e pelas costas de Harry enquanto ele se esforçava para encontrar um caminho rumo taça, e então eles ouviram o dragão rugir do
outro lado da porta do cofre, e o som tinindo mais e mais alto.
Eles estavam verdadeiramente encrencados agora: não havia nenhum jeito de sair exceto através da porta, e uma multidão de duendes pareciam estar se aproximando do
outro lado da porta. Harry olhou para Rony e Hermione e sentiu o terror em seus rostos.
Hermione, ele disse, enquanto o barulho ia ficando cada vez mais alto, eu preciso chegar ali em cima, nós temos que nos livrar disso...
Ela levantou sua varinha, apontou para Harry, e sussurrou, Levicorpus.
Suspenso no ar pelo tornozelo, Harry atingiu uma armadura e replicas brotaram como brancos corpos quentes, enchendo o espaço já abarrotado. Com gritos de dor, Rony
e Hermione, e os dois duendes foram jogados para o lado na direção dos objetos, que também começaram a se replicar. Parcialmente enterrados em uma montanha de tesouros
vermelhos e quentes, eles se esforçaram e gritaram enquanto Harry enfiava a espada pela asa da taça de Hufflepuff, prendendoa na lâmina.
Impervius! guinchou Hermione numa tentativa de proteger a si mesma, Rony e os duendes do metal que queimava.Então o pior grito de todos fez Harry olhar para
baixo; Rony e Hermione estavam perdidos no meio do tesouro, esforçandose para evitar que Bogrod deslizasse para baixo da montanha que crescia, mas Griphook havia
afundado para fora da visão, e nada além da ponta de longos dedos estava mostra.
Harry apanhou os dedos de Griphook e puxou. O duende cheio de bolhas emergiu gradualmente, uivando.
Liberatucorpus! gritou Harry, e com a batida ele e Griphook caíram na superfície do tesouro que se avolumava, e a espada voou das mãos de Harry.
Pegue ela! Harry gritou, lutando contra a dor que o metal quente produzia em sua pele, quando Griphook escalou seus ombros novamente, determinado a evitar a
crescente massa de objetos quentes. Onde está a espada? Ela está com a taça enganchada na lâmina!
O barulho do outro lado da câmara estava crescendo assustadoramente... era tarde demais...
Aqui!
Foi Griphook que avistou ela e foi Griphook que deu o bote, e naquele momento Harry soube que o duende nunca esperou que eles fossem manter sua palavra. Uma das
mãos segurando firmemente um punhado de cabelo de Harry, para ter certeza de que ele não afundaria no mar de calor que vinha do ouro que queimava, Griphook agarrou
o cabo da espada e lançoua para fora do alcance de Harry. A pequena taça dourada cortada pela lâmina da espada foi arremessada pelo ar. O duende montou em Harry,
que mergulhou e pegou a taça, e ainda que ele sentisse ela escaldando sua carne, ele não soltou o objeto, mesmo quando inumeráveis taças de Hufflepuff caíram de
seus pulsos, chovendo sobre ele quando a entrada do cofre abriu e ele se viu caindo incontrolavelmente em uma avalanche de ouro e prata ardentes, que trouxe ele,
Rony e Hermione para a câmara externa.
Pouco atento dor das queimaduras que cobriam seu corpo, e ainda suspenso sobre o volume de tesouros duplicados, Harry empurrou a taça para dentro de seu bolso
e tentou resgatar a espada, mas Griphook havia partido. Deslizando pelos ombros de Harry no momento em que pôde, ele saiu correndo rapidamente, procurando cobertura
entre os duendes, brandindo a espada e gritando Ladrões! Ladrões! Ajuda! Ladrões! ele desapareceu em meio multidão que avançava, todos eles usavam adagas e aceitaramno
sem questionar.
Deslizando pelo metal quente, Harry esforçouse para se levantar e sabia que o único caminho para fora era por entre eles.
Estupefaça! ele gritou, e Rony e Hermione se juntaram a ele: jatos de luz vermelha voaram na direção dos duendes, e alguns caíram, mas outros avançaram, e Harry
viu vários guardas bruxos correndo pela esquina.
O dragão amarrado deixou escapar um rugido, e uma golfada de chama sobre os duendes; os bruxos voaram, tontos, de volta pelo caminho do qual eles haviam vindo. E
uma inspiração, ou loucura, veio até Harry. Apontando sua varinha para os punhos que acorrentavam a fera ao solo, ele gritou, Relashio!
Os punhos abriramse com uma explosão alta.
Por aqui! Harry gritou, e continuou a lançar feitiços estuporantes nos duendes que avançavam, ele correu rápido na direção do dragão cego.
Harry... Harry... o que você está fazendo? gritou Hermione.
Sobe, sobe, vamos!
O dragão não tinha percebido que estava livre. O pé de Harry encontrou o Griphook de suas pernas escondidas e puxou a si mesmo para cima das costas do bicho. As
escamas eram duras como aço, ele nem pareceu sentir isso. Ele esticou um braço; Hermione içou a si mesma para cima, Rony escalou atrás deles e um segundo depois
o dragão percebeu que estava desamarrado.
Com um rugido ele se levantou: Harry afundou em seus joelhos, agarrando o mais forte que podia as escamas esfoliadas enquanto as asas se abriam, derrubando os duendes
que gritavam como pinos de boliche. E então ele levantou vôo. Harry, Rony e Hermione, agarrados em suas costas, roçando o teto quando ele mergulhou através da passagem
aberta, enquanto os duendes perseguidores atiravam adagas que ricochetearam em seu flanco.
Nós nunca vamos sair daqui, ele é muito grande! Hermione gritou, mas o dragão abriu a boca e cuspiu fogo novamente, queimando o túnel, cujo teto e chão racharam
e se despedaçaram. Pela simples força, o dragão encontrou seu caminho para fora. Os olhos de Harry estavam fechados fortemente por causa da poeira e do calor: protegido
pela quebra da rocha e pelos rugidos do dragão ele apenas podia se agarrar s costas do animal, esperando ser derrubado a qualquer momento, então ele escutou Hermione
gritar Defodio!.
Ela estava ajudando o dragão a alargar a passagem, entalhando o teto no esforço de subir em direção ao ar livre, para longe dos barulhentos e ruidosos duendes: Harry
e Rony a copiaram, derrubando o teto com outros feitiços. Eles passaram pelo lago subterrâneo e a grande besta rastejante que rosnava, pareceu sentir a liberdade
e o espaço á sua frente, atrás deles a passagem estava cheia dos estragos do dragão, destroçados pela cauda, grandes pedaços de rocha, estalactites gigantes quebradas,
e o barulho dos duendes parecia ficar mais abafado, enquanto frente, o fogo do dragão mantinha o progresso da fuga.
E finalmente, por conta de seus constantes feitiços e da força bruta do dragão, eles forçaram seu caminho para fora da passagem para dentro do hall de mármore. Duendes
e bruxos gritaram, correndo atrás de proteção, e finalmente o dragão tinha espaço para esticar suas asas. Virando sua cabeça chifruda na direção do ar gelado lá
de fora que ele podia sentir através da entrada, levando Harry, Hermione e Rony, ainda agarrados s suas costas, ele forçou seu caminho através das portas de metal,
deixandoas presas e balançando pelas dobradiças, enquanto cambaleava para dentro do Beco Diagonal, lançandose para o céu aberto.


Notas:
*Snatchers: 'Caçadores de Recompensa', grupo de bruxos que capturavam nascidos trouxas.
*Griphook(Grampo): Duende que trabalhava em Gringotes.
* Leprechaun: Duende irlandês que produz uma substância parecida com ouro que desaparece em algumas horas.
*estalactites: mineral alongado que se forma no teto das cavernas, crescendo para baixo.

Capítulo Vinteesete
O Último Esconderijo

Não havia meios de manobrar; o dragão que não podia ver onde estava indo, e Harry sabia que se ele virasse bruscamente ou rolasse no ar seria impossível segurarse
em cima de suas costas amplas. Contudo, enquanto eles iam mais e mais alto, Londres se abria abaixo deles como um mapa cinzaesverdeado, Harry estava sentindo um
grande alívio pela fuga que parecia impossível. Abaixandose fraco em cima do pescoço da fera, ele agarrou apertado as escamas metálicas, e a brisa fria estava amenizando
suas queimaduras e bolhas na pele, as asas do dragão batendo no ar como as pás de um moinho de vento. Rony continuava xingando com toda sua voz, e Hermione parecia
estar soluçando.
Depois de cinco minutos ou mais, Harry perdeu um pouco do medo de que o dragão fosse derrubálos, parecia ter intenção de leválos o mais longe possível de sua prisão
subterrânea; mas a questão de como e quando eles iriam descer permanecia um tanto amedrontadora. Ele não fazia idéia de quanto tempo dragões podiam voar sem aterrissar,
nem como esse dragão em particular, que podia ver muito pouco, localizaria um bom lugar para descer. Ele olhava ao redor constantemente, sentindo um frio na espinha.
Quanto tempo levaria para Voldemort saber que eles haviam arrombado o cofre dos Lestrange? Quão cedo os duendes de Gringotes notificariam Bellatriz? Quão rapidamente
eles perceberiam o que foi pego? E então, quando eles descobririam que o Cálice Dourado estava faltando? Voldemort saberia, enfim, que eles estavam caçando Horcruxes.
O dragão parecia necessitar de ar mais frio e fresco. Ele subia constantemente enquanto eles estavam voando entre a névoa fria, e Harry não podia mais decifrar a
pequena mancha colorida que eram carros entrando e saindo da capital. Eles voaram sem parar, sobre o campo dividido em terrenos de verde e marrom, sobre estradas
e rios passando pela paisagem como listras de tom fosco e brilhante.
O que você acha que ele está procurando? Rony gritou enquanto eles voavam mais e mais longe ao norte.
Não faço idéia, Harry falou alto para trás. Suas mãos estavam amortecidas com o frio, mas ele não ousou tentar moverse. Ele esteve imaginando por algum tempo
o que eles fariam se vissem o litoral abaixo deles, se o dragão se dirigisse a mar aberto, ele estava gelado e paralisado, sem mencionar desesperadamente faminto
e com sede. Quando, ele imaginou, a fera teria comido pela ultima vez? Certamente ele precisaria de alimento em pouco tempo? E o que aconteceria se, quele ponto,
ele percebesse que há três humanos altamente nutritivos nas suas costas? O sol desaparecia lentamente no céu, que estava se tornando azul escuro; e o dragão continuava
voando, cidades desaparecendo de vista abaixo deles, sua enorme sombra deslizando sobre a terra como uma gigante nuvem negra. Todas as partes do corpo de Harry doíam
com o esforço para segurarse nas costas do dragão.
É minha imaginação, gritou Rony depois de um considerável trecho de silêncio, ou nós estamos perdendo altura?
Harry olhou para baixo e viu montanhas de profundo verde e lagos, acobreados pelo pôrdosol. A paisagem parecia tornarse maior e mais detalhada enquanto ele olhava
pelo lado do dragão, e ele imaginou se este teria notado a presença de água fresca pelo brilho refletido pela luz do sol. O dragão voava cada vez mais lentamente,
girando em imensos círculos, dirigindose, parecia, para um dos menores lagos.
Pulamos quando ele estiver lento o bastante! Harry falou aos outros. Direto dentro da água antes que ele perceba que estamos aqui!
Eles concordaram, Hermione um pouco relutante, e agora Harry podia ver totalmente a barriga amarela do dragão agitando a água.
AGORA!
Ele deslizou sobre o dragão e mergulhou os pés primeiro na superfície do lago; a queda foi maior do que ele havia estimado e ele bateu com força na água, mergulhando
como uma pedra em um mundo enregelante, verde e cheio de algas. Ele deu impulso em direção superfície do lago e emergiu, ofegando, vendo enormes ondas emanando
em círculos dos lugares onde Rony e Hermione haviam caído. O dragão não pareceu ter notado algo; ele já estava a uns cinqüenta pés de distância, descendo lentamente
sobre o lago para abocanhar água com seu focinho cheio de cicatrizes. Enquanto Rony e Hermione emergiam, cuspindo água e respirando profundamente, das profundezas
do lago, o dragão voou, suas asas batendo esforçadamente, e por fim aterrissou em uma margem distante. Harry, Rony e Hermione se dirigiram margem oposta. O lago
não parecia ser fundo, era mais questão de conseguir passar entre algas e lama do que nadar, e no fim eles se jogaram, encharcados, ofegando, e exaustos, sobre a
grama escorregadia. Hermione desmoronou, tossindo e tremendo. Apesar de Harry sentir que podia deitar e dormir, cambaleando, puxou sua varinha, e começou a conjurar
os feitiços protetores de sempre em volta deles. Quando ele terminou, juntouse aos outros. Era a primeira vez que ele os via direito desde que se libertaram do
cofre. Ambos tinham queimaduras vermelhas e inflamadas sobre todo o rosto e braços, e suas roupas chamuscadas em vários lugares. Eles se contraíam de dor enquanto
aplicavam a essência de Ditamno(fungo mágico parecido com um cogumelo que cura ferimentos) sobre seus muitos ferimentos. Hermione entregou a Harry o frasco, então
tirou três frascos de suco de abóbora que ela havia trazido da Casa das Conchas e purificou, e secou túnicas para todos eles. Eles trocaram e beberam prazerosamente
o suco.
Bem, pelo lado bom, disse Rony, que estava sentado observando a pele em suas mãos nascer novamente, nós pegamos a Horcrux. Pelo lado ruim...
...nenhuma espada, disse Harry com os dentes cerrados, enquanto ele pingava Ditamno através do buraco queimado em suas jeans na queimadura inflamada embaixo.
Nenhuma espada, repetiu Rony. Aquele duascaras de uma figa...
Harry puxou a Horcrux do bolso da jaqueta molhada que ele tinha acabado de tirar e colocou na grama em frente deles. Brilhando no sol, ela atraía seus olhos enquanto
eles bebiam seus frascos de suco.
Pelo menos nós não podemos usála desta vez, pareceria um pouco esquisito têla suspensa em volta de nossos pescoços, disse Rony, limpando a boca nas costas
da mão. Hermione olhou no outro lado do lago na margem longe onde o dragão ainda bebia.
O que vai acontecer com ele, vocês sabem? ela perguntou, Ele vai ficar bem?
Você fala como Hagrid, disse Rony, É um dragão Hermione, ele pode cuidar de si mesmo. É conosco que precisamos nos preocupar.
O que você quer dizer?
Bem, eu não sei como explicar isso a você, disse Rony, mas eu acho que eles devem ter notado que nós arrombamos Gringotes.
Os três começaram a rir, e uma vez começado, era difícil parar. As costelas de Harry doíam, ele se sentiu tonto de fome, mas deitouse na grama debaixo do céu vermelho
e riu até sua garganta doer.
O que nós vamos fazer, de qualquer forma? disse Hermione enfim, soluçando de volta a seriedade. Ele saberá, não é? VocêSabeQuem saberá que nós sabemos sobre
suas Horcruxes!
Talvez, eles ficarão muito assustados para contar a ele! disse Rony esperançosamente, Talvez eles ocultarão...
O céu, o cheiro da água do lago, o som da voz de Rony apagaram. A dor rachou a cabeça de Harry como uma espada. Ele estava em pé em uma sala sombria, e um semicírculo
de bruxos o encaravam, e no chão aos seus pés, uma pequena e estremecida figura estava ajoelhada.
O que você disse? sua voz estava severa e fria, mas a fúria e medo queimavam dentro dele. A única coisa que ele tinha temido mas não podia ser verdade, ele
não podia ver como... O duende estava tremendo, incapaz de encontrar os severos olhos vermelhos acima dele. Diga novamente! murmurou Voldemort. Diga novamente!
Mmeu Lorde, gaguejou o duende, seus olhos pretos cheios de terror, mmeu Lorde... nós ttentamos pparálos... imimpostores, meu Lorde... arrombaram... arrombaram
o o cofre dos Lestranges
Impostores? Que impostores? Eu pensei que Gringotes tivesse meios de revelar impostores? Quem eram eles?
Era... era o mmenino PPotter e os ddois cúmplices...
E eles pegaram? ele disse, sua voz elevandose, um terrível medo invadindoo, Conteme! O que eles pegaram?
Um... um ppequeno ccálice dourado mmeu Lorde...
O grito de raiva, de recusa saiu dele como se fosse de um estranho. Ele estava enlouquecido, nervoso, não podia ser verdade, era impossível, ninguém sabia. Como
era possível que o garoto tivesse descoberto seu segredo?
A Varinha Mestra cortou o ar e uma luz verde atravessou a sala; o duende ajoelhado rolou morto, os bruxos que observavam dispersaramse diante dele, apavorados.
Bellatriz e Lucio Malfoy empurraram os outros para trás na sua corrida para a porta, e repetidamente a varinha cortou o ar, e aqueles que ficaram para trás estavam
mortos, todos eles, por trazêlo aquela notícia, por ouvirem sobre o cálice dourado.
Sozinho entre os mortos ele andou para cima e para baixo, e ele viu passar diante dele: suas riquezas, seus meios de segurança, suas fontes de imortalidade o diário
estava destruído e o cálice foi roubado. E se, e se o garoto soubesse sobre as outras? Ele poderia saber, ele já tinha agido, ele tinha achado mais delas? Dumbledore
era o responsável por isto? Dumbledore, que sempre tinha suspeitado dele; Dumbledore morreu por suas ordens; Dumbledore, cuja varinha era sua agora, que ainda podia
agir da infâmia da morte através do garoto, o garoto...
Mas certamente se o garoto tiver destruído alguma de suas Horcruxes, ele, Lord Voldemort, saberia? Sentiria? Ele, o maior bruxo de todos, o mais poderoso; ele, o
assassino de Dumbledore e de muitos outros inúteis e desconhecidos homens. Como poderia Lord Voldemort não saber, se ele, ele próprio, o mais importante e precioso,
tinha sido atacado, mutilado?
Verdade, ele não tinha sentido quando o diário foi destruído, mas ele pensou que era por que ele não tinha corpo para sentir, era menos que um fantasma... Não, certamente,
o resto estava seguro... As outras Horcruxes tinham que estar intactas...
Mas ele tinha que saber, tinha que ter certeza... Ele andou pelo quarto, chutando para um lado o corpo do duende enquanto passava e as figuras embaçadas e queimadas
no seu cérebro fervente: o lago, a cabana, e Hogwarts
Uma pequena dose de calma esfriou sua fúria agora. Como o garoto poderia saber que ele tinha escondido o anel na cabana dos Gaunt? Ninguém alguma vez soube que ele
era parente dos Gaunts, ele havia escondido a conexão, os assassinatos nunca foram ligados a ele. O anel, certamente, estava seguro.
E como o garoto, ou qualquer outro, poderia saber sobre a caverna ou penetrar sua proteção? A idéia de o medalhão ser roubado era absurda...
Quanto escola: Somente ele sabia onde em Hogwarts ele havia armazenado a Horcrux, por que somente ele conhecia os mais profundos segredos daquele lugar...
E ainda tinha Nagini, que teria que ficar perto dele agora, não mais enviada para cumprir suas ordens, ficaria sobre sua proteção... Mas para ter certeza, absoluta
certeza, ele teria que retornar a cada um dos seus esconderijos, ele teria que redobrar a proteção ao redor de cada uma das suas Horcruxes... Uma tarefa, digna para
a Varinha Mestra, que ele deveria responsabilizarse sozinho
Qual ele deveria visitar primeiro, qual estaria em maior perigo? Um velho desconforto tremeluzia dentro dele. Dumbledore sabia seu nome do meio... Dumbledore pode
ter feito a conexão com os Gaunts Sua casa abandonada era, talvez, o seu esconderijo menos protegido, era lá que ele iria primeiro...
O lago, certamente impossível... apesar de haver uma desprezível possibilidade de que Dumbledore poderia saber de algum de seus crimes passados, dentro do orfanato.
E Hogwarts... mas ele sabia que essa Horcrux estava segura; era impossível para Potter entrar em Hogsmeade sem ser descoberto, deixar a escola sozinho. No entanto,
seria prudente alertar Snape do fato de que o garoto provavelmente tentará entrar no castelo... Contar a Snape por que o garoto retornaria seria ridículo, é claro;
tinha sido um grave erro confiar em Bellatriz e Malfoy. A estupidez e descuido deles provaram como nunca era sábio confiar.
Ele visitaria a cabana dos Gaunt primeiro, então, e levaria Nagini com ele. Ele não se separaria mais da cobra... e saiu do quarto, em direção ao hall, e fora para
o escuro jardim onde a fonte jogava água; ele chamou a cobra em Ofidioglossia e ela saiu arrastandose para se juntar a ele como uma longa sombra...
Os olhos de Harry abriramse enquanto ele voltava realidade. Ele estava deitado na margem do lago no pôrdosol, e Rony e Hermione estavam olhando para ele. Julgando
pelos olhares preocupados, e pela dor de sua cicatriz que continuava, sua repentina excursão pela mente de Voldemort não passou despercebida. Ele se moveu, trêmulo,
vagamente surpreso que sua pele ainda estava molhada, e viu o cálice repousado inocentemente na grama diante dele, e o lago, profundamente azul colorido com dourado
pelo pôrdosol.
Ele sabe. sua voz soou estranha e baixa depois dos altos gritos de Voldemort. Ele sabe e ele vai checar onde as outras estão, e a última, ele já
estava em pé, está em Hogwarts. Eu sabia. Eu sabia.
O que? Rony estava boquiaberto; Hermione levantou, olhando preocupada. Mas o que você viu? Como você sabe?
Eu o vi descobrir sobre o cálice, eu... eu estava na sua cabeça, ele está Harry relembrou os assassinatos ele está seriamente enraivecido, e assustado também,
ele não consegue entender como nós sabemos, e agora ele está indo checar se as outras estão seguras, o anel primeiro. Ele acha que a de Hogwarts é a mais segura,
por que Snape está lá, por que vai ser muito difícil não ser visto entrando lá. Eu acho que ele irá conferir aquela por último, mas ele poderia estar lá em poucas
horas...
Você viu em que lugar de Hogwarts ela está? perguntou Rony, levantandose também.
Não, ele estava concentrado em avisar Snape, ele não pensou sobre onde exatamente ela está...
Espere, espere! gritou Hermione enquanto Rony pegava a Horcrux e Harry pegava a Capa da Invisibilidade novamente. Nós não podemos apenas ir, nós não temos
um plano, nós precisamos...
Nós precisamos ir andando, disse Harry determinado. Ele esperava dormir na nova tenda, mas era impossível agora. Você pode imaginar o que ele vai fazer quando
perceber que o anel e o medalhão estão destruídos? E se ele levar a Horcrux de Hogwarts, decidir que ela não está segura o bastante?
Mas como nós vamos entrar?
Nós iremos a Hogsmeade, disse Harry, e tentar organizar alguma coisa para ver qual a proteção em volta da escola. Entre embaixo da Capa, Hermione, eu quero
que fiquemos juntos desta vez.
Mas nós não cabemos...
Vai ficar escuro, ninguém vai notar nossos pés.
O bater de enormes asas ecoaram através da água escura. O dragão tinha bebido abundantemente e elevouse no ar. Eles pararam sua preparação para assistílo subir
mais e mais, agora negro contra o céu escurecendo rapidamente, até ele desaparecer por cima de uma montanha próxima. Então Hermione caminhou adiante e tomou seu
lugar entre os outros dois, Harry puxou a Capa para baixo o quanto ela ia sem rasgar, e juntos eles se dirigiram para a escuridão esmagadora.

Capítulo VinteeOito
O Espelho Desaparecido

Os pés de Harry tocaram a estrada. Ele viu saudosamente a familiar rua principal de Hogsmeade: as fachadas das lojas escuras; as linhas de névoa das montanhas
negras do outro lado da vila; a curva na estrada frente que levava Hogwarts; as luzes que saltavam da janela do Três Vassouras; e escutando os barulhos, ele
lembrou com exatidão como ele tinha chegado ali há quase um ano, carregando um Dumbledore extremamente fraco; tudo isso em um segundo, ao chegar e então, logo
após dele ter soltado os braços de Rony e Hermione, aconteceu.
O ar foi tomado por um grito semelhante ao de Voldermort quando ele descobriu que a taça tinha sido roubada: isso rasgou cada nervo no corpo de Harry, e ele sabia
que a sua aparição o tinha causado . Assim que ele olhou para os outros dois debaixo da Capa da Invisibilidade, a porta do Três Vassouras explodiu e uma dúzia de
Comensais da Morte encapuzados e com máscaras entraram, com as varinhas empunhadas.
Harry agarrou o pulso de Rony enquanto levantava sua varinha: havia muitos deles para tentar fugir. E qualquer tentativa poderia mostrar a eles onde se escondiam.
Um dos Comensais da Morte levantou sua varinha, e o grito parou, ainda ecoando pelas montanhas distantes.
Accio Capa! urrou um dos Comensais.
Harry segurou a capa, mas ela nem fez menção de escapar. O feitiço conjuratório não havia funcionado.
Então não está debaixo da sua capa, Potter? gritou o Comensal da Morte que tinha tentado o feitiço, e então gritou aos seus companheiros. Espalhemse. Ele
está aqui.
Seis dos Comensais da Morte correram para eles: Harry, Rony e Hermione impeliramse o mais depressa possível pela rua lateral mais próxima, e os Comensais
os erraram por poucas polegadas. Eles esperaram na escuridão, escutando os passos que corriam para cima e para baixo; raios de luz voavam pela rua, vindos das varinhas
dos Comensais da Morte que os procuravam.
Vamos partir agora! sussurrou Hermione. Desaparatem agora!
Boa idéia, disse Rony, mas antes que Harry pudesse responder, um Comensal da Morte gritou:
Nós sabemos que você está aqui, Potter, e não há como escapar! Nós o encontraremos!
Eles estavam esperando por nós, Harry sussurrou. Eles prepararam aquele feitiço para avisálos quando chegássemos. Eu calculo que eles fizeram algo para nos
manter aqui, para nos emboscar
E quanto os dementadores? perguntou o outro Comensal da Morte. Vamos dar a eles carta branca, eles o achariam bem rápido!
O Lorde das Trevas não quer Potter morto por ninguém além dele
Os dementadores não o matarão! O Lorde das trevas quer a vida de Potter, não sua alma. Ele será morto mais fácil se já tiver sido Beijado!
Havia ruídos de acordo. O medo tomou conta de Harry: para repelir os dementadores eles teriam que produzir patronos, o que os entregaria imediatamente.
Nós teremos que tentar desaparatar, Harry! Hermione sussurrou.
Logo após Hermione ter falado, ele sentiu o frio não natural se espalhando pela rua. A luz foi sugada do ambiente e das estrelas, que desapareceram. Na escuridão
injetada, ele sentiu Hermione agarrar seu braço, e juntos eles giraram no mesmo lugar.
O ar pelo qual eles precisavam se mover parecia ter ficado sólido: Eles não puderam desaparatar; os Comensais da Morte haviam lançado bem os seus feitiços. O frio
estava penetrando cada vez mais fundo no corpo de Harry. Ele, Rony e Hermione recuaram pela rua lateral, tateando seu caminho pelas paredes, tentando não fazer nenhum
barulho.
Então, ao redor da esquina, deslizando silenciosamente, apareceram dementadores, dez ou mais deles, visíveis, pois eram de uma escuridão mais densa do que a do ambiente,
com suas capas pretas e suas mãos com crostas apodrecidas. Poderiam eles sentir o medo ao seu redor? Harry estava certo disso: Eles pareciam estar vindo mais depressa
agora, tomando aqueles fôlegos forçados e chocalhados que ele detestava, espalhando desespero no ar, se aproximando
Ele ergueu sua varinha: ele não podia, não sofreria o beijo do dementador, não depois de tudo o que havia passado. Foi em Rony e Hermione que ele pensou quando sussurou:
Expecto Patronum!
O cervo prateado surgiu de sua varinha e avançou: os dementadores se dispersaram e ouve um grito triunfante de algum lugar fora do seu campo de visão.
É ele, lá embaixo, lá embaixo, eu vi o patrono dele, era um cervo!
Os dementadores haviam recuado, as estrelas estavam surgindo novamente e os passos dos Comensais da Morte eram cada vez mais altos; mas antes que Harry, em pânico,
decidisse o que fazer, houve um rangido de parafusos perto dali, uma porta se abriu no lado esquerdo da rua estreita, e uma voz áspera disse:
Potter, aqui dentro, rápido!
Ele obedeceu sem hesitar, e os três se apressaram através da entrada.
Subam as escadas, não tirem a capa, e fiquem quietos! ordenou a figura alta, enquanto passava por eles em direção a rua e batia a porta.
Harry não tinha idéia de onde estavam, mas agora ele via, através da luz tremula de uma única vela, o sujo bar do Cabeça de Javali. Eles correram por trás do balcão
e atravessaram uma segunda entrada, que conduzia a uma frágil escada de madeira, que eles subiram tão rápido quanto puderam. As escadas davam em uma sala de estar
com um velho tapete e uma pequena lareira, sobre a qual estava pendurado um grande e solitário retrato a óleo, de uma menina loira cujo olhar apresentava uma vaga
doçura.
Gritos vieram da rua abaixo. Ainda usando a Capa da Invisibilidade, eles se apressaram até a janela suja e olharam para a rua. Seu salvador, que agora Harry reconhecia
como o barman do Cabeça de Javali, era o único que não estava encapuzado.
E daí? ele estava gritando na cara mascarada de um deles. E daí? Vocês mandam dementadores para minha rua, eu vou mandar um patrono de volta! Eu não vou ficar
com eles perto de mim, já lhes disse isso. Eu não vou!
Aquele não era seu patrono, disse um Comensal. Aquilo era um veado. Era do Potter!
Veado! esbravejou o barman, e ele sacou a varinha. Veado! Seu idiota Expecto Patronum!
Alguma coisa grande e chifruda saiu da varinha. De cabeça baixa, ela avançou pela estrada, e desapareceu.
Aquilo não foi o que eu vi disse o Comensal, apesar de não estar muito certo agora.
O toque de recolher foi quebrado, você ouviu o barulho um dos companheiros do Comensal disse ao barman "Alguém estava fora de casa, contra o regulamento"
Se eu quiser soltar meu gato na rua, eu vou, e estou pouco me importando com seu toque de recolher!
Você disparou o feitiço guincho de gato?
E se fui eu? Vão me mandar pra Azkaban? Me matar por colocar o meu nariz fora da minha própria porta? Faça isso então, se você quer! Mas eu espero pro seu próprio
bem que vocês não tenham apertado sua pequenas marcas negras e chamado ele. Ele não vai gostar de ser chamado aqui por minha culpa e de meu gato velho, ou vai?
Não se preocupe com a gente. disse um dos Comensais. Preocupese com você, seu violador do toque de recolher!
E onde vocês vão armazenar poções e venenos contrabandeados quando meu bar estiver fechado? O que vai acontecer com esses seus pequenos negócios?
Você está ameaçando?
Eu mantenho minha boca fechada, é por isso que vocês vieram aqui, não é?"
Eu ainda digo que eu vi um patrono em forma de cervo! gritou o primeiro Comensal da Morte.
Veado? urrou o homem. É um bode, idiota!
Tudo bem, cometemos um erro, disse o segundo Comensal. Quebre o toque de recolher de novo e não seremos tão tolerantes!
Os comensais se dirigiram de volta rua principal. Hermione suspirou de alívio, saiu de baixo da capa e sentou em uma cadeira cambaleante. Harry fechou as cortinas
e saiu de baixo da capa com Rony. Eles podiam ouvir o barman no andar de baixo, reparafusando a porta do bar e subindo as escadas.
Harry teve sua atenção atraída por alguma coisa acima da prateleira sobre a lareira: um pequeno e retangular espelho, sustentado no topo dela, bem ao lado do retrato
da menina.
O barman entrou na sala.
Seus tolos malditos ele disse rudemente, olhando cada um deles O que vocês estavam pensando, vindo até aqui?
Obrigado disse Harry Nós não podemos lhe agradecer o suficiente. Você salvou nossas vidas!
O garçom soltou um grunhido. Harry se aproximou dele, olhando seu rosto: tentando ver através da longa, fina e acinzentada barba. Ele usava espectrocs. Por trás
das lentes sujas, os olhos eram de um brilhante e perfurante azul.
Era o seu olho que eu estive vendo no espelho.
Um silêncio cruzou a sala. Harry e o garçom se entreolharam.
Você enviou Dobby.
O garçom assentiu e procurou sua volta pelo elfo.
Pensei que ele estivesse com vocês. Onde vocês o deixaram?
Ele está morto disse Harry Belatriz Lestrange o matou.
O rosto do garçom estava impassível. Depois de alguns momentos, ele disse:
Eu sinto em ouvir isso, eu gostava daquele elfo.
Ele se virou, acendendo as lâmpadas com um aceno de sua varinha, sem olhar para nenhum deles.
Você é Aberforth Harry disse para as costas do homem.
Ele não confirmou nem negou, mas curvouse para acender o fogo.
Como você conseguiu isso? Harry perguntou, andando em direção ao espelho de Sirius, o espelho gêmeo daquele que ele quebrou aproximadamente dois anos atrás.
Comprei do Dunga, há mais ou menos um ano disse Aberforth. Alvo me disse o que era. Estive tentando dar uma olhada em você.
Rony arfou.
A corça prateada ele disse excitadamente Era você também?
Do que você está falando? perguntou Aberforth.
Alguém nos enviou um patrono em forma de corça!
Com um cérebro assim você poderia ser um Comensal da Morte. Não acabei de provar que meu patrono é um bode?
Ah, disse Rony é... bem, estou faminto! disse defensivamente enquanto seu estômago roncava.
Eu tenho comida. disse Aberforth, escapulindo do quarto, reaparecendo momentos depois com uma larga fatia de pão, um pouco de queijo e uma jarra de estanho
com hidromel, as quais ele colocou em uma mesinha de frente ao fogo. Ferozmente, eles comeram e beberam, e por algum tempo ouviuse apenas o barulho de mastigação.
Então, disse Aberforth quando eles acabaram de comer até se estufar e Harry e Rony sentaramse sonolentos em suas cadeiras nós precisamos pensar na
melhor maneira de tirar vocês daqui. Não poder ser noite, você ouviu o que acontece quando alguém sai de casa após anoitecer: violando o feitiço de guincho de
gato, eles estarão em cima de você como tronquilhos em ovos de diabretes. Eu não acho que você será capaz de se passar por bode ao invés de cervo outra vez. Espere
até a aurora, quando o toque de recolher cessa; então vocês podem pôr sua capa novamente e ir andando. Saiam de Hogsmead, direto para as montanhas, e vocês poderão
desaparatar lá. Provavelmente avistarão Hagrid. Ele está escondido em uma caverna lá em cima com Grope desde quando tentaram prendêlo.
Nós não vamos embora, disse Harry nós precisamos entrar em Hogwarts.
Não seja estúpido, garoto. disse Aberforth.
Nós precisamos ir. disse Harry.
O que vocês precisam, disse Aberforth, inclinandose para frente é se afastar daqui o máximo que puderem.
Você não entende. Não temos muito tempo. Nós precisamos entrar no castelo. Dumblerore... quero dizer, seu irmão... queria que nós...
A luz da lareira fez as lentes encardidas de Aberforth ficarem momentaneamente opacas, num branco vulgar e brilhante, e Harry lembrouse dos olhos cegos
da aranha gigante, Aragogue.
Meu irmão Alvo queria muitas coisas, disse Aberforth e as pessoas tinham o costume de se machucar enquanto ele colocava seus grandiosos planos em prática.
Você deve fugir dessa escola, Potter, e do país se puder. Esqueça meu irmão e seus estrategemas geniais. Ele se foi para aonde nada disso pode atingilo, e você
não deve nada a ele.
Você não entende. disse Harry novamente.
Ah, não entendo? disse Aberforth baixo. Você acha que eu não entendo meu próprio irmão? Você pensa que conhece Alvo melhor do que eu?
Eu não quis dizer isso, disse Harry, cujos pensamentos estavam vagarosos devido exaustão e gula de comida e vinho. É que... ele me deixou uma tarefa.
Deixou é? disse Aberforth. Boa tarefa, eu espero? Agradável? Fácil? Do tipo de coisa que você espera que um garoto bruxo desqualificado seja capaz de fazer
sem sobrecarregar a si mesmo?
Rony deu uma risada desconfortável. Hermione olhava tensa.
Nnão é fácil, não, disse Harry. Mas eu tenho que
"Tem que"? Por que você "tem que"? Ele está morto, não está? disse Aberforth bruscamente. Deixe isso pra lá, garoto, antes de você acabar como ele! Salvese!
Não posso.
Por que não?
Eu... Harry se sentiu sem rumo; ele não podia explicar, então ele resolveu ficar na ofensiva. Mas você está lutando também, você está na Ordem da Fênix
Eu estava, disse Aberforth. A Ordem da Fênix está acabada. VocêSabeQuem ganhou, está acabado, e não há ninguém que finja o contrário. Você nunca estará a
salvo se ficar aqui, Potter, ele quer você de qualquer forma. Então vá embora, se esconda, salvese. Melhor levar esses dois com você. Ele apontou o polegar para
Rony e Hermione. Eles estarão em perigo para o resto da vida agora que todos sabem que eles têm trabalhado com você.
Eu não posso partir, disse Harry. Eu tenho uma tarefa
Passe para outra pessoa!
Não posso. Só pode ser feito por mim, Dumbledore explicou tudo
Ah explicou, é? E ele lhe disse tudo, ele foi honesto com você?
Harry quis com todo o seu coração disser "Sim", mas de alguma forma a simples palavra não conseguiu sair de seus lábios, Aberforth parecia saber o que ele estava
pensando.
Eu conheci meu irmão, Potter. Ele aprendeu a manter segredos com nossa mãe. Segredos e mentiras, foi como crescemos, e Alvo... ele tinha o dom.
Os olhos do velho homem correram em direção pintura da garota na prateleira sobre a lareira. Ao olhar para o quarto mais atentamente, Harry percebeu que esta
era a única pintura na sala. Não havia fotos de Alvo Dumbledore ou de nenhuma outra pessoa.
Sr. Dumbledore, disse Hermione timidamente Aquela é sua irmã? Ariana?
Sim, disse Aberforth tensamente, andou lendo Rita Skeeter, mocinha?
Mesmo luz das chamas da lareira ficou claro que Hermione ficou vermelha.
Elphias Doge falou dela conosco. disse Harry tentando poupar Hermione.
Aquele velho idiota murmurou Aberforth, bebendo mais um gole de hidromel. Achava que o sol brilhava de dentro do escritório de meu irmão, aquele velho. Bom,
várias pessoas achavam o mesmo, incluindo vocês três, pelo que parece.
Harry mantevese quieto. Não queria expressar, agora, as dúvidas e incertezas sobre Dumbledore que o haviam intrigado por meses. Ele havia feito uma escolha enquanto
cavava a tumba de Dobby, ele havia decidido continuar o incerto e perigoso caminho que Alvo Dumbledore havia indicado, aceitar que nem tudo que queria saber lhe
foi dito, mas simplesmente confiar. Ele não tinha o desejo de duvidar novamente; não queria escutar algo que o fizesse desviar de seu propósito. Ele encontrou o
olhar de Aberforth, que era tão tocante quanto o de seu irmão: os olhos azuis claros davam a mesma impressão de estarem vendo através do objeto de seu interesse,
e Harry pensou que Aberforth sabia o que ele havia pensado e o desprezava por isso.
O professor Dumbledore gostava muito do Harry, muito disse Hermione com uma voz baixa.
Gostava? disse Aberforth Engraçado como quantas pessoas que meu irmão gostava muito acabavam piores do que se ele os deixasse seguirem seus caminhos sozinhos.
O que você quer dizer? perguntou Hermione, sem fôlego.
Não se preocupe disse Aberforth.
Mas isso é algo sério para se dizer! disse Hermione. Vovocê está falando da sua irmã?
Aberforth olhou para ela: seus lábios se moviam como se ele mastigava as palavras que estava segurando. E então começou a falar.
Quando minha irmã tinha seis anos, ela foi atacada por três garotos Trouxas. Eles estavam espiando através da cerca do jardim e a viram usar magia. Ela
era uma criança, não podia controlar, nenhum bruxo ou bruxa consegue nessa idade. O que eles viram os apavorou, eu acho. Eles passaram pela cerca e quando descobriram
que ela não estava fazendo truques, eles se empolgaram ao tentar fazêla parar.
Os olhos de Hermione estavam arregalados, iluminados pela luz da lareira; Rony parecia levemente doente. Aberforth ficou em pé, tão alto quanto Alvo, tão
grande era sua fúria e tão intensa era sua dor.
Acabou com ela, o que eles fizeram: ele nunca mais ficou bem. Não queria usar magia, mas também não conseguia se livrar dela; a magia se encurralou dentro
dela e a deixou louca, extravasando através dela quando ela não era capaz de controlar, e quando isso acontecia, ela ficava estranha e perigosa. Mas na maioria do
tempo ela era doce, assustada e inocente.
E meu pai foi atrás dos canalhas que fizeram aquilo. disse Aberforth E os atacou. Então o trancaram em Azkaban por causa disso. Ele nunca disse por que fez
aquilo, pois se o Ministério soubesse no que Ariana se tornara a trancariam no St. Mungus para sempre. Eles a veriam como uma séria ameaça para o Estatuto Internacional
de Sigilo, desequilibrada como ela era, com a magia extravasando dela nos momentos em que ela não podia mais controlar.
Nós tivemos que mantêla escondida e protegida. Mudamos de casa, dissemos que ela estava doente e que minha mãe cuidava dela, e tentamos mantêla calma e feliz.
Eu era seu favorito. ele disse, e quando o fez, um garoto pareceu despertar entre as rugas e a barba desarrumada de Aberforth. Não o Alvo. Ele sempre
ficava no quarto dele quando estava em casa, lendo seus livros e contando suas premiações, mantendo o seu titulo de um dos nomes mais notáveis da magia ultimamente.
complementou Aberforth Ele não queria se incomodar com ela. Ela gostava mais de mim. Eu a fazia comer quando minha mãe não conseguia, eu conseguia acalmála
quando ela tinha seus acessos, e quando ela estava bem ela me ajudava a alimentar meus bodes.
Então, quando ela tinha quatorze anos. . . veja bem, eu não estava aqui disse Aberforth. Se eu estivesse aqui, eu poderia têla acalmado. Ela teve uma de suas
crises, e minha mãe já não era mais tão jovem, e. . . foi um acidente. Ariana não podia controlar isso. Mas minha mãe foi morta.
Harry sentia uma horrível mistura de piedade e repulsão; ele não queria ouvir mais nada, mas Aberforth continuou falando, e Harry imaginou quanto tempo fazia desde
que ele falara sobre isso da ultima vez; na verdade, se ele já havia falado sobre isso alguma vez.
Então, isso colocou um ponto final na viagem de Alvo ao redor do mundo com o pequeno Doge. Os dois vieram para casa para o funeral de minha mãe, e então Doge foi
para sua viagem, deixando Alvo como pai de família. Ha!
Aberforth cuspiu no fogo
Eu teria cuidado dela, eu disse para ele, eu não ligava para a escola, eu teria ficado em casa e feito isso. Ele me disse que eu tinha que terminar meu aprendizado,
e ele assumiria o lugar de minha mãe. Um bocado de atrasos para o Sr. Brilhante, não havia troféus por cuidar de sua irmã meio louca, impedindoa de explodir a casa
todo dia. Mas ele fez tudo certo por algumas semanas . . . até que ele chegou.
E agora um olhar positivamente perigoso havia surgido na face de Aberforth.
Grindelwald. E afinal, meu irmão tinha um igual para falar, tão talentoso e brilhante quanto ele era. E cuidar de Ariana ficou em degundo plano então,
enquanto eles estavam maquinando todos os seus planos para uma nova ordem de Bruxos e procurando por relíquias, e tudo mais em que eles estavam tão interessados.
Grandiosos planos para o benefício de todos os bruxos, e se uma pequena menina fosse negligenciada, o que importava, enquanto Alvo estava trabalhando para o bem
maior?
Mas umas poucas semanas após disso, eu já estava cheio, eu estava. Era quase hora da minha volta Hogwarts, então eu disse para eles, ambos, cara a cara, como
estamos eu e você agora Aberforth olhou para baixo, e Harry precisou de um pouco de imaginação para vêlo como um adolescente, magro e furioso, confrontando seu
irmão mais velho eu disse para ele, é melhor você desistir agora. Você não pode mudála, ela não está ajustada, você não pode levála com você, seja lá onde você
esteja planejando ir, enquanto você está fazendo seus discursos inteligentes, tentando convencer pessoas a seguilo. Ele não gostou daquilo disse Aberforth, e
os seus olhos foram momentaneamente ocultados pela luz do fogo na lente dos seus oculos: eles ficaram brancos e opacos novamente
Grindelwald não gostou daquilo. Ele ficou furioso. Ele me disse o quão estúpido eu era, tentando ficar no caminho dele e de meu irmão brilhante . . . eu não havia
entendido, minha pobre irmã não teria que ficar escondida quando eles tivessem mudado o mundo, conduzido os bruxos para fora do esconderijo, e mostrassem aos trouxas
o seu lugar?
E então houve uma discussão... Eu puxei a minha varinha, ele puxou a dele, e a Maldição Cruciatus foi usada em mim pelo melhor amigo do meu irmão... e Alvo tentou
parálo, e então nós três estávamos duelando, e os jatos de luz e explosões deixaramna fora de ação, ela não podia suportar aquilo...
A cor da face de Aberforth foi sugada como se ele tivesse sofrido uma ferida mortal.
... E acho que ela queria ajudar, mas ela não sabia realmente o que estava fazendo, e eu não sei qual de nós fez aquilo, pode ter sido qualquer um de nós
e ela estava morta.
A voz de Aberforth se extinguiu após a última palavra e ele se jogou na cadeira mais próxima. O rosto de Hermione estava suado e cheio de lágrimas, e Rony
estava quase tão pálido quanto Aberforth. Harry não sentiu nada além de revolta: ele desejou não ter ouvido aquilo tudo, desejou poder limpar aquilo de sua mente.
Me...me desculpe Hermione sussurrou.
Foise grasnou Aberforth Foise para sempre.
Ele passou seu nariz no punho da camisa e limpou sua garganta.
Claro que Grindelwald fugiu. Ele já havia sido indiciado em seu próprio país, e ele não queria que Ariana aumentasse a lista ainda mais. E Alvo estava
livre, não estava? Livre do fardo que era sua irmã, livre para se tornar o maior bruxo do...
Ele nunca esteve livre disse Harry.
Como? disse Aberforth.
Nunca disse Harry A noite em que seu irmão morreu, ele tomou uma poção que o conduziu a loucura. Ele começou a gritar, suplicando por alguém que não
estava lá. Não os machuquem, por favor... machuquem a mim, ao invés deles.
Rony e Herminone estavam encarando Harry. Ele nunca havia entrado em detalhes sobre o que acontecera na ilha do lago: os eventos que ocorreram depois que
ele e Dumbledore retornaram Hogwarts obscureceram isso completamente.
Ele achava que ele estava com você e Grindelwald, no passado, eu sei disso. Disse Harry, lembrando de Dumbledore murmurando, suplicando.
Ele achava que estava vendo Grindelwald ferindo você e Ariana... Isso foi uma tortura para ele, se você o tivesse visto, não diria que ele estava livre.
Aberforth parecia perdido contemplando suas mãos entrelaçadas e cheias de veias. Depois de uma longa pausa, ele disse.
Como você pode ter certeza, Potter, que meu irmão não estava mais interessado em um bem maior ao invés de você? Como pode ter certeza de que você não era
dispensável como minha pequena irmã?
Um fragmento de gelo parecia furar o coração de Harry.
Eu não acredito nisso. Dumbledore amava Harry. disse Hermione.
Então, porque ele não disse pro Harry se esconder? retrucou Aberforth. Porque ele não disse a ele: Cuidese, é assim que se sobrevive?
Porque, Harry interveio antes que Hermione pudesse responder s vezes temos que pensar além de nossa segurança! Às vezes temos que pensar no bem maior!
Isso é uma guerra!
Você tem 17 anos garoto!
Eu tenho idade, e vou continuar lutando mesmo que você desista.
Quem disse que eu desisti?
A Ordem da Fênix está acabada. Harry repetiu. VocêSabeQuem venceu, está acabado, junto com qualquer um que se oponha s suas idéias.
Eu não disse que gosto disso, mas é a verdade!
Não, não é. disse Harry. Seu irmão sabia como acabar com VocêSabeQuem e me disse como. Eu vou continuar até ter sucesso... ou morrer. Não pense que
eu não sei como isso pode terminar. Eu sei disso há anos.
Ele esperou que Aberforth zombasse ou discutisse, mas ele nada fez. Ele mal se mexeu.
Nós precisamos entrar em Hogwarts, disse Harry novamente. Se você não pode nos ajudar, nós iremos esperar até a aurora, deixando você em paz, e tentar encontrar
um caminho nós mesmos. Se você pode nos ajudar... bem, agora seria uma excelente hora para mencionar.
Aberforth permaneceu parado em sua poltrona, olhando fixamente para Harry, com seus olhos que eram extraordinariamente parecidos com os de seu irmão. Finalmente,
ele limpou sua garganta, ficou em pé, andou em volta da pequena mesa, e aproximouse do retrato da Ariana.
Você sabe o que fazer, Aberforth disse.
Ela sorriu, virou, e andou pra longe, não como as pessoas em retratos costumavam fazer, saindo por um dos lados da moldura, mas em direção do que parecia ser um
longo tunel pintado atrás dela. Eles assistiram sua pequena figura diminuir até ela finalmente desaparecer na escuridão.
Er... o que...? começou Rony.
Há somente um jeito de entrar agora. disse Aberforth. Vocês devem saber que eles estão cobrindo todas as antigas passagens secretas nas duas entradas, dementadores
em volta do limite das paredes, patrulhas regulares dentro da escola, segundo as minhas fontes. O lugar nunca foi tão fortemente guardado. Como você espera fazer
alguma coisa quando você estiver lá, com o Snape no comando e os Carrows a seu dispor... bem, vocês vão ter que descobrir, não é? Você disse que está preparado para
morrer.
Mas o que...? disse Hermione franzindo as sombrancelhas para a pintura de Ariana.
Um pequeno ponto branco apareceu no final do tunel pintado, e agora, Ariana estava voltando até eles, ficando cada vez maior enquanto vinha. Mas havia alguém
a mais com ela agora, alguém mais alto do que ela era, que estava andando hesitantemente, parecendo excitado. Seu cabelo estava mais longo do que Harry jamais vira.
Ele apareceu e lacrimejou. Mais e mais as duas figuras cresciam, até que somente suas cabeças e ombros preenchiam o retrato. Então uma coisa apareceu na parede,
como uma pequena porta, e a entrada para o verdadeiro túnel apareceu. E, com seu cabelo crescido, seu rosto com alguns machucados, suas roupas rasgadas, saiu do
túnel o verdadeiro Neville Longbottom, que deu um rugido em deleite, pulando da prateleira acima da lareira e gritou.
Eu sabia que você viria! Eu sabia, Harry!

Capítulo Vinteenove
O Diadema Perdido

Neville... o que... como?
Mas Neville havia notado Rony e Hermione, e entre gritos de alegria, os abraçava. Quanto mais Harry olhava para Neville, pior ele parecia: Um de seus olhos
estava inchado, com manchas roxas e amarelas, havia marcas de corte em seu rosto e todo o seu jeito desarrumado sugeria que ele estava vivendo dificilmente. Entretanto,
seu rosto machucado brilhava de felicidade e enquanto soltava Hermione disse novamente: Sabia que vocês viriam! Falei para o Simas que era só uma questão de tempo!
Neville, o que aconteceu com você?
O quê? Isso? disse Neville, ignorando seus hematomas com um balanço de cabeça Isso não é nada, Simas está pior. Vão ver. Podemos ir agora? Oh...
ele se virou para Aberforth Ab, ainda tem mais algumas pessoas a caminho.
Algumas? repetiu Aberforth ameaçadoramente O que você quer dizer com mais algumas, Longbottom? Há o toque de recolher e Feitiços Caterwauling* por
todo o vilarejo!
Eu sei, por esse motivo eles vão aparatar diretamente no bar. disse Neville Só precisará mostrar a passagem a eles quando chegarem aqui, tudo bem?
Muito obrigado.
Neville ofereceu a mão para Hermione e a ajudou a subir sobre a lareira e entrar no túnel. Rony a seguiu, depois Neville. Harry se dirigiu para Aberforth.
Não sei como agradecer. Você salvou nossas vidas duas vezes.
Cuide deles, então. disse Aberforth rudemente Talvez eu não seja capaz de salválos uma terceira vez.
Harry subiu na lareira e entrou no buraco atrás do retrato de Ariana. Do outro lado haviam degraus de pedra polida; parecia que aquela passagem estava ali
há anos. As paredes eram iluminadas por pequenas luminárias de latão e o chão estava gasto e liso. Enquanto eles andavam, suas sombras ondulavam contra a parede.
Há quanto tempo isso está aqui? perguntou Rony enquanto prosseguiam Ela não estava no Mapa do Maroto, estava, Harry? Eu pensava que só haviam sete
passagens para entrar e sair do castelo!?
Eles lacraram todas elas antes do começo do ano. disse Neville Não tem como passar por elas, não agora, com todos aqueles feitiços nas entradas e Comensais
da Morte e Dementadores esperando nas saídas. Ele começou a andar de costas, todo sorridente, enquanto os guiava. Não liguem para isso... é verdade? Vocês arrombaram
Gringotes? E escaparam de lá montados num dragão? Está em todo lugar, todos estão falando disso. Terry Boot, Carrow o azarou quando ele gritou sobre isso no Salão
Principal.
É, é verdade. disse Harry.
Neville riu alegremente.
O que vocês fizeram com o dragão?
O soltamos. disse Rony Hermione estava toda assanhada para mantêlo como um bichinho de estimação.
Não exagere Rony...
Mas o que vocês estavam fazendo lá? Dizem que você estava fugindo, Harry, mas eu acho que não. Vocês estão aprontando alguma coisa.
E você está certo. disse Harry Agora nos fale sobre Hogwarts, Neville, ainda não ouvimos nada.
Tem sido... bem, não tem sido a mesma Hogwarts de antes. o sorriso desaparecendo de seu rosto enquanto falava Conhece os Carrows?
Os dois Comensais da Morte que ensinam aqui?
Eles fazem mais do que ensinar, disse Neville eles tomaram conta de toda disciplina. Gostam de punir os alunos, os Carrows.
Como a Umbridge?
Não, eles a fazem parecer boazinha. Os outros professores têm a ordem de nos encaminhar para os Carrows se fizermos algo errado. Mas eles não nos enviam,
se podem evitar. Podese dizer que eles odeiam tanto os Carrows como nós.
Amico, o cara ensina o que costumava ser Defesa Contra as Artes das Trevas. Agora é só Arte das Trevas. Temos que praticar a Maldição Cruciatus nos que
ganham detenção...
O quê?
As vozes de Harry, Rony e Hermione ecoaram por todo o túnel.
É, disse Neville foi assim que eu ganhei isso aqui. ele apontou para um corte profundo na bochecha Eu me recusei a usar. No entanto, há outros
que parecem gostar; Crabbe e Goyle adoram. Primeira vez que eles estão acima das médias, eu acho.
Aleto, a irmã do Amico, é quem ensina Estudo dos Trouxas, que é obrigatório para todos. Nós todos temos que ouvila explicar como os Trouxas se parecem
com animais burros e sujos, e como eles forçaram os bruxos a se esconder, sendo cruéis com eles, e como a ordem natural está sendo restabelecida. E ganhei isso,
indicou outro corte em seu rosto por perguntar quanto de sangue Trouxa ela e o irmão têm.
Caramba, Neville, exclamou Rony tem horas e lugares que é bom manter a boca fechada.
Você não a ouviu. disse Neville Você também não teria agüentado. O ponto é que ajuda quando alguém se opõe a eles, traz esperança para o restante.
Eu costumava reparar isso quando você fazia, Harry.
Mas eles têm usado você como um afiador de facas. disse Rony, se curvando levemente enquanto passava sob uma luminária, que salientava ainda mais os
ferimentos de Neville.
Neville deu de ombros.
Não importa. Eles não estão a fim de derramar muito sangue puro, então eles nos torturaram um pouco, se falarmos demais, mas eles não nos matariam.
Harry não sabia o que era pior, as coisas que Neville falava ou o modo indiferente com o qual ele falava.
Quem realmente está em grande perigo são aqueles cujos amigos e parentes estão causando tumulto lá fora. Eles os tomam como reféns. O velho Xeno Lovegood
exagerou um pouco na sinceridade numa publicação do Pasquim, então eles tiraram a Luna do trem na volta para as Férias de Natal.
Neville, ela está bem, nós a vimos...
É, eu sei, ela conseguiu me enviar uma mensagem.
Ele puxou do bolso uma moeda dourada, e Harry reconheceu um dos falsos galeões usados pela Armada de Dumbledore para enviar mensagens entre seus membros.
Têm sido muito úteis. disse Neville, sorrindo para Hermione Os Carrows nunca descobriram como nos comunicávamos, isso os tirava do sério. Costumávamos
escapulir noite e escrevíamos nas paredes Armada de Dumbledore, Continuamos Recrutando, coisas assim. Snape odiava.
Costumavam? comentou Harry, que havia notado o tempo verbal no passado.
Bem, é que ficou mais difícil com o tempo. disse Neville Perdemos a Luna no Natal e a Gina não voltou das Férias de Páscoa, éramos uma espécie de líderes.
Os Carrows pareciam saber que eu estava por detrás de tudo, então começaram a me pressionar, e daí pegaram Michael Corner soltando um aluno do primeiro ano que eles
haviam acorrentado, então eles o torturaram feio. O que dispersou o grupo.
Não brinca. disse Rony, quando a passagem começou a subir.
É, bem, eu não podia pedir para que eles passassem pelo que o Michael passou, então paramos com esse tipo de coisa, mas continuamos na luta, fazendo trabalhos
escondidos até umas duas semanas atrás. Foi então que decidiram que só havia um jeito de me parar, eu acho, e foram atrás da Vovó.
Eles o quê? disserem Rony, Harry e Hermione juntos.
É, disse Neville, um pouco ofegante porque a passagem agora se tornava cada vez mais inclinada dá pra ver como estão pensando. E tem funcionado muito
bem, seqüestrar crianças para forçarem seus parentes a se comportar. Eu sabia que era só uma questão de tempo até que eles começassem a fazer o inverso. O caso é
que, ele olhou para os amigos, Harry estava surpreso em ver que Neville sorria eles deram uma bocada maior do que a boca com a Vovó. Uma bruxa velha, morando
sozinha, provavelmente pensaram que não precisariam mandar ninguém muito forte. Em todo caso, Neville riu Dawlish ainda está no St. Mungos e Vovó, foragida.
Ela me enviou uma carta, ele pôs a mão no bolso interno de suas vestes dizendo que ela estava orgulhosa de mim, que sou realmente filho dos meus pais e que devo
me manter assim.
Legal. disse Rony.
É. disse Neville, contente O caso é que, depois que perceberam que não terão controle sobre mim, souberam que Hogwarts pode viver sem mim afinal de
contas. Eu não sei se eles estão planejando me matar ou me enviar para Azkaban, de todo modo, eu sabia que era hora de eu sumir.
Mas, disse Rony, completamente confuso Não estamos... não estamos indo diretamente para Hogwarts?
Claro. disse Neville Você verá. Já chegamos.
Eles fizeram uma curva e logo frente deles estava o fim da passagem. Mais um lance curto de escadas levava até uma porta como aquela escondida atrás do
retrato de Ariana. Neville a empurrou e saiu. Enquanto o seguia, Harry ouviu Neville chamar quem estava do lado de fora.
Olha quem está aqui! Não disse a vocês?
Quando Harry entrou na sala, houve vários berros e gritos: HARRY, É o Potter, é o POTTER, Rony!, Hermione!
Harry se sentia estranhamente confuso com as tapeçarias coloridas, os lustres e muitos, muitos rostos. No momento seguinte, ele, Rony e Hermione foram tragados,
abraçados, levaram tapinhas nas costas, seus cabelos desarrumados, suas mãos chacoalhadas pelo que parecia ser mais de vinte pessoas. Parecia que haviam acabado
de ganhar a final de Quadribol.
Tudo bem, tudo bem. Acalmemse! pediu Neville e, enquanto a multidão se afastava, Harry foi capaz de observar ao seu redor.
Harry definitivamente não reconhecia o dormitório. Era enorme e parecia muito com o interior de uma suntuosa casanaárvore, ou talvez, uma gigantesca cabine de
algum navio. Redes de dormir coloridas estavam fixas no teto e nos pilares que percorriam o aposento de madeira escura, paredes sem janelas, que estavam cobertas
por tapeçarias. Harry viu o leão dourado da Grifinória ornado com vermelho; o texugo negro da LufaLufa sobre um fundo amarelo e a águia em bronze da Corvinal, sobre
o azul. A única tapeçaria que faltava era a verde e prateada da Sonserina. Havia grandes caixas de livros, algumas vassouras encostadas nas paredes e num canto,
um radiofone em uma caixa de madeira.
Onde nós estamos?
Na Sala Precisa, é claro. disse Neville Ela se superou, não? Os Carrows estavam me perseguindo e eu sabia que só havia um lugar onde me esconder. Só precisava
passar pela porta e foi isso que encontrei! Bem, não era exatamente assim quando eu cheguei, era um pouco menor, havia só uma rede de dormir e várias bandeiras da
Grifinória. Mas ela se expandiu cada vez mais conforme a A.D. foi chegando.
E os Carrows não podem entrar? perguntou Harry, enquanto procurava pela porta.
Não. disse Simas Finnigan, quem Harry não reconhecera até ele falar. O rosto de Simas estava todo machucado e inchado. É o esconderijo perfeito, enquanto um
de nós permanecer aqui ninguém pode entrar, a porta não se abre. Tudo graças ao Neville. Ele realmente queria esta sala. Você tem que pensar exatamente o que você
precisa, como: Não quero que nenhum companheiro dos Carrows possa entrar. E ela fará pra você. Você só tem que se certificar se fechou bem as passagens. Neville
é o cara!
Isso foi bem direto, sério. disse Neville modestamente Estava aqui fazia um dia e meio e estava ficando faminto, então desejei algo para comer e foi aí que
a passagem para o Cabeça de Javali se abriu. Segui por ela e foi quando encontrei Aberforth. Ele nos tem fornecido comida, pois, por alguma razão, é a única coisa
que a sala não fornece.
Bem, comida é uma das cinco exceções da Lei Elementar de Transfiguração, de Gamp. disse Rony, para espanto geral.
Então estamos escondidos aqui por quase duas semanas. disse Simas E a sala sempre fornece mais redes sempre que precisamos delas, e ela até forneceu um banheiro
muito bom quando as garotas começaram a aparecer.
....e pensou que elas gostariam de se lavar, sim. complementou Lilá Brown, quem Harry ainda não havia notado até o momento. Agora que ele olhava atentamente,
havia muitos rostos conhecidos, as gêmeas Patil, Terry Boot, Ernie Macmillan, Anthony Goldstein e Michael Corner.
Conte o que vocês estão aprontando, disse Ernie Tem havido muitos rumores, estávamos tentando entrar em contato com você pelo Potterwatch. ele apontou para
o radiofone. Vocês não invadiram Gringotes, invadiram?
Invadiram. disse Neville E o dragão também era verdade!
Houve alguns aplausos e algumas ovações; Rony se curvara em agradecimento.
O que vocês estavam procurando? perguntou Simas, ansioso.
Antes que qualquer um deles pudesse responder a questão, Harry sentiu uma terrível dor na cicatriz. Harry deu as costas para as caras curiosas e alegres, a Sala
Precisa desaparecera e ele estava em pé, dentro de uma casa de pedras em ruínas, o assoalho decaído estava arrancado sob seus pés, ao lado de um buraco no chão,
desenterrada, estava uma caixa dourada, aberta e vazia e o grito furioso de Voldemort vibrou dentro de sua cabeça.
Com um enorme esforço ele deixou a mente de Voldemort, voltando para onde estava, na Sala Precisa, o suor escorria pelo seu rosto e Rony o segurava em pé.
Você está bem, Harry? disse Neville Quer sentar? Imagino que você esteja cansado, não...?
Não. interrompeu Harry. Ele olhou para Rony e Hermione, tentando contar a eles, sem usar palavras, que Voldemort havia descoberto que perdera uma de suas Horcruxes.
Estavam ficando sem tempo: se Voldemort escolhesse visitar Hogwarts depois, eles perderiam a chance.
Nós precisamos prosseguir. disse, e as expressões mostraram que eles haviam entendido.
O que faremos então, Harry? perguntou Simas Qual é o plano?
Plano? repetiu Harry. Ele estava exercitando toda sua força de vontade para evitar sucumbir fúria de Voldemort; sua cicatriz ainda queimava. Bem, tem algo
que nós... Rony, Hermione e eu, precisamos fazer e depois sairemos daqui.
Ninguém mais estava aplaudindo ou ovacionando. Neville parecia confuso.
Que você quer dizer com sair daqui?
Não viemos para ficar. disse Harry, coçando a cicatriz, tentando amenizar a dor. Tem algo importante que precisamos fazer...?
O que é?
Eu... não posso contar.
Houve uma explosão de sussurros. As sobrancelhas de Neville se contraíram.
Por que não podem nos contar? Tem algo haver com lutar com VocêSabeQuem, certo?
Bem, é...
Então vamos te ajudar.
Os outros membros da Armada de Dumbledore concordavam; alguns entusiasmados, outros solenes. Alguns se levantaram das cadeiras mostrando sua vontade perante uma
ação imediata.
Vocês não entendem, Harry sentia ter dito isso várias vezes nas últimas horas nós... nós não podemos contar vocês.Temos que fazer isso... sozinhos.
Por quê? perguntou Neville.
Porque sim. em seu desespero para começar a procura pela Horcrux desaparecida, ou pelo menos em ter uma conversa em particular com Rony ou Hermione sobre por
onde deveriam começar sua busca; Harry achava difícil reunir seus pensamentos. Sua cicatriz ainda queimava Dumbledore deixou uma tarefa a nós três, disse cuidadosamente
e nós não deveríamos contar, quero dizer, ele queria que nós a fizéssemos, só nós três.
Somos a armada dele. Armada de Dumbledore. Estamos juntos nessa, mantivemos a Armada funcionando enquanto vocês estavam fora...
Não tem sido exatamente um piquenique, cara. disse Rony.
Eu nunca disse isso, mas não vejo o porquê não confiar em nós. Todos nesta sala têm lutado e estão nessa sala porque os Carrows os estavam perseguindo. Todos aqui
se provaram leais Dumbledore, leais a você.
Olhem... começou Harry, sem saber o que iria dizer, mas não importava. A porta do túnel se abriu logo atrás dele.
Nós recebemos a sua mensagem, Neville. Olá vocês três, eu achei que deviam estar aqui!
Eram Luna e Dino. Simas deu um urro de satisfação e correu para abraçar seu melhor amigo.
Oi todo mundo. disse Luna alegremente É ótimo estar de volta!
Luna, disse Harry, meio confuso o que você está fazendo aqui? Como foi que você...?
Eu a avisei, disse Neville, segurando o falso galeão Eu prometi a ela e Gina que avisaria caso vocês voltassem. Todos nós pensávamos que, com sua volta,
significaria revolução. Que derrubaríamos Snape e os Carrows.
E é isso que significa disse Luna alegremente Não é, Harry? Nós vamos arrancar eles de Hogwarts?
Ouçam... disse Harry, com uma crescente sensação de pânico Me desculpem, mas não foi por isso que voltamos. Tem algo que precisamos fazer e depois...
Vai nos abandonar no meio dessa confusão? reprovou Michael Corner.
Não! Disse Rony. O que estamos fazendo beneficiará a todos vocês no final, estamos tentando nos livrar de VocêsSabequem....
Então nos deixe ajudar! disse Neville, com raiva Queremos fazer parte disso!
Houve outro barulho detrás deles, e Harry se virou. Seu coração pareceu parar. Gina estava passando pelo buraco na parede, seguida de perto por Fred, George e Lino
Jordan. Gina lançou a Harry um sorriso radiante que ele havia esquecido, ou nunca o havia apreciado por completo, o quão bonito ele era, mas ele nunca se sentira
tão pouco animado em vêla.
Aberforth está começando a ficar irritado. disse Fred, erguendo a mão em cumprimento. Ele quer tirar uma soneca e seu bar se transformou numa estação de trem.
O queixo de Harry caiu, logo atrás de Lino estava sua antiga namorada, Cho Chang. Ela sorriu para ele.
Recebi a mensagem. disse, erguendo o falso galeão e foi se sentar ao lado de Michael Corner.
Então, qual o plano, Harry? perguntou George.
Não há plano. disse Harry, ainda desorientado pela aparição repentina de todas essas pessoas, incapaz de absorver tudo enquanto sua cicatriz queimava.
Vamos bolando o plano conforme for acontecendo? É o meu tipo favorito. disse Fred.
Você tem que parar com isso! Harry disse a Neville Para que você chamou todos de volta? Isso é idiotice...
Estamos lutando, não estamos? disse Dino, pegando o falso galeão. A mensagem dizia que Harry havia voltado e que nós iríamos para a luta. Embora eu tenha que
pegar uma varinha...
Você não tem uma varinha...? começou Simas.
Rony virouse de repente para Harry.
Por que eles não podem ajudar?
O quê?
Eles podem ajudar. ele abaixou a voz de modo que ninguém pudesse ouvir a não ser Hermione, que estava entre eles. Não sabemos onde ele está. Temos que encontrálo,
e rápido. Não precisamos contar a eles que é uma Horcrux.
Harry olhava de Rony para Hermione, que sussurrou:
Eu acho que Rony está certo. Nós nem sabemos o que estamos procurando. Precisamos deles. E quando Harry não parecia ter se convencido, Você não precisa fazer
tudo sozinho, Harry.
Harry pensava rápido, sua cicatriz ainda incomodando. Sua cabeça ameaçava ceder novamente. Dumbledore havia dito para ele não contar a ninguém sobre os Horcruxes,
a não ser para Rony e Hermione. Segredos e mentiras foi assim que crescemos, e Alvo... ele era especialista... Estaria ele se tornando Dumbledore, mantendo seus
segredos presos sob o peito, com receio de confiar? Mas Dumbledore confiou em Snape, e onde isso levou? Em seu assassinato no topo da torre mais alta...
Tudo bem. ele disse baixo para os dois Certo... ele falou para a sala e todos os sons cessaram. Fred e George, que estavam contando piadas para beneficio
dos próximos a eles, se aquietaram; estavam todos alertas, excitados.
Tem algo que precisamos encontrar. disse Harry Algo que... algo que nos ajudará a vencer VocêsSabemQuem. Está aqui em Hogwarts, mas não sabemos onde. Deve
ter pertencido Corvinal. Alguém ouviu falar de algo semelhante? Alguém, por um acaso, se deparou com algo com a águia gravada nele?
Ele olhou, esperançoso, para o pequeno grupo da Corvinal, para Padma, Michael, Terry e Cho, mas foi a Luna que respondeu, sentada no braço da cadeira de Gina.
Bem, tem o diadema perdido dela. Eu falei com você sobre isso, lembra, Harry? O diadema perdido de Ravenclaw. Papai estava tentando duplicálo.
É, mas o diadema perdido, disse Michael Corner, virando os olhos está perdido, Luna. Esse é o problema.
Quando ele foi perdido? perguntou Harry.
Séculos atrás, dizem. disse Cho, e o coração de Harry despencou. Professor Flitwick disse que o diadema sumiu junto com a própria Ravenclaw. As pessoas procuraram,
mas... ela olhou para seus amigos da Casa ninguém nunca encontrou vestígios dele, não é?
Todos balançaram a cabeça.
Desculpem, mas o que é um diadema? perguntou Rony.
É um tipo de coroa. disse Terry Boot A de Ravenclaw era suposto ter propriedades mágicas, que tornava quem a usasse mais sábio.
Sim, os Sifões de zonzóbulos* do papai...
Mas Harry a interrompeu.
E nenhum de vocês nunca viu algo parecido com isso?
Todos negaram novamente. Harry olhou para Rony e Hermione e o mesmo desapontamento foi devolvido pelos olhares dos amigos. Algo que fora perdido há tanto tempo,
aparentemente sem deixar rastro, não parecia um forte candidato Horcrux escondida no castelo. Antes que pudesse formular uma nova pergunta, Cho falou:
Se você quiser saber com o que o diadema se parece, Harry, posso leválo Sala Comunal de Corvinal e te mostrar. Ela está usando o diadema em sua estátua.
A cicatriz de Harry queimou novamente. Por um momento a Sala Precisa saiu do seu redor, e ao invés ele viu o solo escuro e revirado sob seus pés, ele podia sentir
a gigantesca cobra enrolada em seus ombros. Voldemort estava voando novamente, fosse para o lago subterrâneo ou para o castelo, ele não sabia. Mesmo assim, de qualquer
maneira, restava pouco tempo.
Ele está a caminho. disse baixo para Rony e Hermione. Ele olhou para Cho e de volta para Rony e Hermione. Ouçam, sei que não é uma boa pista, mas vou olhar
essa estátua e descobrir como esse diadema é. Esperem por mim aqui e mantenham, vocês sabem... um ao outro... em segurança.
Cho ficou em pé, mas Gina disse ferozmente:
Não. A Luna vai levar o Harry, não é, Luna?
Oooh, sim, será um prazer. disse Luna, sorridente, enquanto Cho voltava a se sentar, parecendo desapontada.
Como saímos daqui? Harry perguntou Neville.
Por aqui.
Neville guiou Harry e Luna até um canto, onde um pequeno armário se abriu, revelando uma escadaria. Ela sai cada dia num lugar diferente, tornando impossível que
eles nos encontrem. ele disse O único problema é que nunca sabemos aonde ela vai dar quando saímos. Tenha cuidado, Harry, eles patrulham os corredores noite.
Sem problema, disse Harry vejo vocês daqui a pouco.
Ele e Luna subiram correndo a escadaria comprida e iluminada por tochas, com curvas nos locais mais inesperados. Finalmente eles alcançaram o que parecia ser uma
parede sólida.
Entre aqui embaixo! Harry falou para Luna, puxando a Capa de Invisibilidade e jogando sobre eles. Ele deu um pequeno empurrão na parede.
Ela desapareceu ao simples toque e eles saíram. Harry olhou para trás e viu que ela havia se fechado novamente. Estavam parados num corredor escuro. Harry puxou
Luna para as sombras, apalpando a bolsa ao redor de seu pescoço e retirou o Mapa do Maroto. Segurandoo próximo ao nariz ele procurou e localizou os pontos dele
e de Luna.
Estamos no quinto andar. sussurrou, vendo Filch se distanciar deles, um corredor frente. Vamos, por aqui.
E começaram a se mover.
Harry já havia rondado pelo castelo noite por muitas vezes, mas nunca seu coração bateu tão rápido. Nunca houve nada que dependesse tanto de sua travessia segura
pelo lugar. Passaram por quadrados de luz da lua projetados no chão, por armaduras, cujos capacetes rangiam ao som de seus passos, por curvas que nenhum dos dois
sabia o que os aguardava logo frente. Harry e Luna caminharam, consultando o Mapa do Maroto sempre que a luz permitia, parando duas vezes para deixar um fantasma
passar por eles sem despertar sua atenção. Ele esperava encontrar algum obstáculo a qualquer momento; seu maior medo era Pirraça, apurando os ouvidos a cada passo
para poder ouvir se o poltergeist arruaceiro se aproximava.
Esse é o caminho, Harry. murmurou Luna, segurando na manga do garoto e o guiando por uma escada em espiral.
Eles subiam por círculos compactos e vertiginosos; Harry nunca havia estado ali em cima antes. E finalmente alcançaram a porta. Não havia maçaneta nem buraco de
fechadura, nada a não ser um extenso painel de madeira envelhecida e uma aldrava de bronze em forma de águia.
Luna levou sua pálida mão aldrava, que pareceu singularmente sinistra, flutuando no ar, sem um braço ou um corpo. Ela bateu uma vez, mas no silêncio, soou como
uma explosão de um canhão. O bico da águia se abriu, mas ao invés de um canto de ave, uma voz suave e musical falou:
Quem veio primeiro, a fênix ou a chama?
Humm, o que você acha Harry? perguntou Luna, pensativa.
Quê? Vocês não têm uma senha?
Ah, não, você tem que responder a uma pergunta. disse Luna.
E se você errar?
Você tem que esperar que apareça alguém e acerte. disse Luna Assim você aprende, sabe?
Tá, mas o problema é que não podemos esperar por alguém, Luna.
Não. Entendi o que você quis dizer. disse Luna, seriamente Bem, então acho que a resposta é que um ciclo não tem um começo.
Bem pensado. disse a voz e a porta se abriu.
A Sala Comunal da Corvinal deserta, era ampla, circular, mais espaçosa do que qualquer outra que Harry já vira em Hogwarts. Janelas em arcos delicados pontuavam
as paredes, com cortinas de seda azul e bronze. Durante o dia, os alunos da Corvinal tinham uma vista espetacular das montanhas lá fora. O teto era abobadado e pintado
com estrelas, que se destacavam no carpete azul escuro. Havia mesas, cadeiras, estante de livros, e num nicho, do lado oposto porta, estava uma estátua alta de
mármore.
Harry reconheceu Rowena Revenclaw do busto que tinha visto na casa de Luna. A estátua ficava ao lado de uma porta que levava, pensou ele, aos dormitórios. Ele se
aproximou da figura em mármore e ela pareceu retribuir o olhar, com um sorriso zombeteiro no rosto, bonito e ao mesmo tempo levemente intimidador. Um delicado diadema
fora reproduzido em mármore, no topo de sua cabeça. Não era como a tiara que Fleur usara em seu casamento. Havia pequenas palavras gravadas na pedra. Harry saiu
debaixo da Capa e subiu no pedestal da estátua de modo que pudesse lêlas.
Sabedoria sem medida é o maior tesouro da vida.
O que o faz parecer bem encrencado, estúpido! disse uma voz entre risos.
Harry girou o corpo, escorregou do pedestal e caiu no chão. A figura curvada de Aleto Carrow estava parada em frente a ele. E antes que Harry pudesse puxar a varinha,
ela pressionou, com um dedo curto e grosso, a cobra e o crânio, gravados a fogo em seu braço.

*Caterwauling Essa magia consiste em uma espécie de alarme, disparando um grito alto e estridente quando alguém ultrapassar o perímetro que ela estabelece.


Capítulo Trinta
A demissão de Severus Snape

No momento em que o dedo dela tocou a Marca, a cicatriz de Harry ardeu brutalmente, a sala estrelada sumiu de vista, e ele estava numa rocha protuberante debaixo
de um penhasco, e o mar estava balançando sua volta e havia um triunfo em seu coração Eles têm o garoto.
E um barulho ensurdecedor trouxe Harry de volta para onde ele estava: desorientado, ele ergueu sua varinha, mas a bruxa a sua frente já estava caindo para trás;
ela se estatelou tão fortemente que o vidro nas estantes tiniu.
Eu nunca estuporei ninguém a não ser nas nossas aulas na A.D disse Luna, parecendo docemente interessada Isso foi mais barulhento do que eu imaginava que seria.
Dito e feito: o teto começou a tremer. Apressandose, passos ecoantes vinham cada vez mais altos de trás da porta que levava aos dormitórios: o feitiço de Luna tinha
acordado os corvinais que estavam dormindo.
Luna, cadê você? Eu preciso me esconder na capa!
Os pés de Luna apareceram do nada; ele correu para o lado da garota e ela fez com que a capa caísse sobre eles assim que a porta se abriu e um mar de corvinais,
todos em trajes de noite, inundou a sala comunal. Suspiros e gritos de surpresa ecoaram quando eles viram Aleto deitada lá, inconsciente. Devagar eles se misturaram
em volta dela, um monstro brutal que talvez acordasse a qualquer momento e os atacasse. Então um corajoso e pequeno primeiroanista lançouse frente e espetou
o traseiro dela com o dedão do pé.
Eu acho que talvez esteja morta! ele gritou com deleite.
Oh, olha sussurrou Luna felizmente, quando os corvinais se amontoavam em volta de Aleto Eles estão contentes!
É... ótimo...
Harry fechou os olhos, e quando a cicatriz palpitou, ele resolveu se afundar de novo na mente de Voldemort... Ele estava se movendo pelo túnel em direção primeira
caverna... Ele tinha escolhido conferir o medalhão antes... mas não demoraria muito.
Houve uma pancada na porta da sala comunal e todos os estudantes congelaram. Do outro lado, Harry ouviu a voz musical emitida pela aldrava em forma de águia:
Para onde vão objetos sumidos?
E eu lá sei? Calese resmungou uma voz grosseira que ele sabia ser a do irmão Carrow, Amico Aleto? Aleto? Você está aí? Você o pegou? Abra a porta!
Os corvinais estavam sussurrando entre si, horrorizados. Então, sem nenhum aviso, veio uma série de pancadas, como se alguém estivesse atirando na porta.
ALETO! Se ele vier, e nós não tivermos Potter... você quer ter o mesmo caminho que os Malfoy? RESPONDA! berrou Amico, balançando a porta com tudo que podia,
mas ainda assim esta não abria. Os corvinais estavam todos recuando, e alguns dos mais assustados fugindo pela escadaria de volta para suas camas. Então, bem quando
Harry estava pensando sobre levar a porta ao chão e estuporar Amico antes que o comensal pudesse fazer qualquer coisa, uma segunda voz, mais familiar, apareceu além
da porta.
Posso saber o que você está fazendo, professor Amico?
Tentando... passar... por essa... maldita... porta! gritou Amico Vá e traga Flitwick! Tragao para abrir isso, agora!
Mas sua irmã não está lá dentro? perguntou McGonagall Professor Flitwick não a deixou entrar há pouco, no início da noite, sob sua urgente solicitação? Talvez
ela possa abrir a porta para você. E então você não precisaria acordar metade do castelo.
Ela não está respondendo, sua vassoura velha! Abra você! Faça isso agora!
Certamente, se deseja disse professora McGonagall, com frieza e desagrado. Houve um gentil toque na aldrava e a voz musical perguntou novamente:
Para onde vão objetos sumidos?
Para o inexistente, como, deve ser dito, todas as coisas respondeu professora McGonagall.
Bem expressado respondeu a águiaaldrava, e a porta se abriu.
Os poucos corvinais que tinham continuado atrás correram para as escadas quando Amico explodiu pela entrada, brandindo sua varinha. Arqueado como sua irmã, ele tinha
um rosto pálido e pastoso e olhos minúsculos, que caíram de uma vez sobre Aleto, espalhada inerte no chão. Ele soltou um grito de fúria e espanto.
O que fizeram a ela estes cãezinhos? ele gritou Vou torturar todos eles até que alguém diga quem fez isto... e o que dirá o Lord das Trevas? ele gritou,
debruçado sobre a irmã, batendo na própria testa com os punhos Nós não o pegamos, e eles mataram!
Ela só foi estuporada, está bem? disse professora McGonagall impaciente, que tinha se inclinado para examinar Aleto Ela ficará perfeitamente bem.
Não, ela não vai! berrou Amico Não depois que o Lord das Trevas pegála! Ela o chamou, eu senti minha marca queimando, e ele acha que nós pegamos Potter!
Pegaram Potter? disse professora McGonagall com severidade Como assim 'pegaram Potter'?
Ele nos disse que Potter talvez tentasse entrar na Torre da Corvinal, e para chamarlhe se pegássemos o garoto!
Porque Potter tentaria entrar na Torre da Corvinal? Ele pertence minha Casa!
Por baixo da descrença e raiva, Harry ouviu um caráter de orgulho na voz dela, e afeição por Minerva McGonagall brotou dentro dele.
Professora McGonagall levantouse e seus pequenos e brilhantes olhos varreram a sala. Duas vezes eles passaram exatamente onde Harry e Luna estavam.
Nós podemos forçar as crianças disse Amico, seu rosto suíno repentinamente astuto É, é isso que vamos fazer. Nós vamos dizer que Aleto foi emboscada pelas
crianças, aquelas crianças lá em cima ele olhou para o teto estrelado em direção aos dormitórios e vamos dizer que eles a forçaram a tocar a Marca, e foi por
isso que ele recebeu um falso alarme... Ele pode punilos. Umas duas crianças mais ou menos, qual a diferença?
Apenas a diferença entre verdade e mentira, coragem e covardia. disse professora McGonagall, que tinha empalidecido A diferença, em poucas palavras, que você
e sua irmã não podem contemplar. Mas permitame deixar uma coisa bem clara: você não vai jogar suas idiotices para cima dos estudantes de Hogwarts. Eu não irei permitir.
Como é?
Amico se adiantou até ficar ameaçadoramente próximo a professora McGonagall, seu rosto a centímetros do dela. Ela recusou recuar, mas olhou para baixo como se ele
fosse algo nojento preso em um assento de privada.
Não é um caso de 'você vai permitir', Minerva McGonagall. Seu tempo já se foi. Somos nós que estamos no comando aqui agora, e você vai me apoiar ou pagará o preço.
E ele cuspiu no rosto dela.
Harry jogou a capa para fora dele, ergueu a varinha, e disse:
Você não devia ter feito isso.
Quando Amico se virou, Harry gritou:
Crucio!
O Comensal da Morte tinha sido alçado do chão. Ele estava se retorcendo pelo ar como um homem se afogando, se debatendo e uivando de dor, e depois, com um triturado
e rompido de vidro, ele colidiu com uma estante e dobrouse, insensível, no chão.
Eu vejo o que Bellatrix queria dizer disse Harry, o sangue pulsando no cérebro você precisa realmente querer.
Potter! sussurrou professora McGonagall, agarrando o coração. Potter... você está aqui! O que ...? Como...? ela se esforçou para se recompor Potter, isso
foi tolice!
Ele cuspiu em você disse Harry.
Potter, eu... isso foi muito... muito gentil da sua parte... mas você não percebe...?
Sim, eu percebo Harry asseguroulhe. De alguma forma o pânico dela lhe deu força. Professora, Voldemort está a caminho.
Ah! Nós podemos dizer o nome agora? com um ar de interesse, tirando a capa. Essa aparição de um segundo infringente pareceu devastar professora McGonagall que
balançou para trás e caiu em uma cadeira por perto, se agarrando na gola de seu velho vestido de tartã.
Eu não acho que faça alguma diferença como nós o chamamos. Harry disse a Luna. Ele já sabe onde eu estou.
Numa parte remota do cérebro de Harry, a parte conectada a cicatriz ardente, ele podia ver Voldemort navegando rapidamente pelo rio negro no barco fantasmagoricamente
verde... Ele estava quase chegando ilha onde ficava a bacia de pedra...
Você precisa fugir sussurrou McGonagall. Agora, o mais rápido que puder!
Eu não posso disse Harry. Tem algo que preciso fazer. Professora, você sabe onde está o diadema de Ravenclaw?
O ddiadema de Ravenclaw? Claro que não... não está perdido há séculos? Ela se endireitou na cadeira. Potter, foi loucura, loucura absoluta, você entrar neste
castelo...
Eu precisei disse Harry. Tem algo escondido aqui que eu preciso encontrar, e isso poderia ser o diadema de Ravenclaw... se você pudesse falar com o professor
Flitwick...
Houve um som de movimento, de vidro tinindo: Amico estava voltando consciência. Antes que Harry ou Luna pudessem agir, professora McGonagall levantouse, apontou
a varinha para o Comensal debilitado e disse: Imperio!.
Amico se levantou, caminhou até sua irmã, pegou a varinha dela, depois se virou obedientemente para professora McGonagall e entregoulhe a varinha, junto da sua.
E então ele deitou no chão, ao lado de Aleto. Professora McGonagall acenou novamente a varinha e um pedaço cintilante de corda prateada apareceu do ar e se arrastou
em volta dos irmãos Carrow, prendendoos juntos fortemente.
Potter disse professora McGonagall, virando para olhálo no rosto novamente com excelente indiferença com a situação dos irmãos Carrow Se AqueleQueNãoDeveSerNomeado
sabe realmente que você está aqui ...
Quando ela disse isso, ira que parecia dor física queimou através de Harry, incendiando sua cicatriz, e por um segundo ele olhou para baixo, para uma bacia cuja
poção tinha se tornado cristalina, e viu que nenhum medalhão descansava seguro sob a superfície.
Potter, você está bem? disse uma vez, e Harry voltou. Ele estava apoiado no ombro de Luna para se equilibrar.
O tempo está correndo, Voldemort está cada vez mais perto. Professora, estou agindo sob ordens de Dumbledore, eu preciso achar o que ele queria que eu achasse!
Mas nós precisamos tirar os alunos do caminho enquanto eu vasculho o castelo... sou eu quem Voldemort quer, mas ele não vai se importar em matar alguns a mais, não
agora... Não agora que eu estou atacando Horcruxes, Harry terminou a frase em sua cabeça.
Você está agindo sob ordens de Dumbledore? ela repetiu com um espanto esclarecedor. Então ela se levantou, se endireitando para atingir sua altura máxima.
Nós vamos proteger o castelo contra AqueleQueNãoDeveSerNomeado enquanto você procura esse... esse objeto.
Isso é possível?
Eu acredito que sim disse professora McGonagall secamente. Nós professores somos consideravelmente bons em magia, você sabe. Eu tenho certeza que nós podemos
segurálo por um tempo se nós todos pusermos todas as nossas forças nisso. É claro que algo deve ser feito com relação ao professor Snape...
Deixeme...
E se Hogwarts está mesmo prestes a ser sitiada, com o Lorde das Trevas nos portões, seria realmente conveniente tirar o máximo de pessoas possível do caminho.
Com o Sistema de Pó de Flu sob observação, e desaparatação sendo impossível dentro do território...
Há um caminho disse Harry rapidamente, e ele explicou sobre a passagem que levava ao Cabeça de Javali.
Potter, nós estamos falando de centenas de alunos...
Eu sei, professora, mas se Voldemort e os Comensais estão se concentrando nos limites da escola, então eles não devem se interessar em ninguém desaparatando para
fora do Cabeça de Javali.
É, você pode ter razão ela concordou. Ela apontou a varinha para os Carrows e uma rede prateada caiu sobre os corpos pregados, atouse em volta deles e os alçou
para o ar, onde eles balançaram sob o teto azul e dourado, como duas feias criaturas marinhas. Venha. Nós devemos alertar os outros diretores das Casas. É melhor
você pôr essa capa de volta.
Ela marchou em direção porta, e quando o fez ela ergueu a varinha. Da ponta brotaram três gatos prateados, com marcas de óculos em volta dos olhos. Os patronos
correram, como se estivessem deslizando, enchendo a escada em espiral de luz prateada, enquanto McGonagall, Harry e Luna se apressavam descendo.
Pelos corredores eles correram e, um por um, os patronos os deixaram; o vestido em tartã da professora McGonnagal se arrastava pelo chão, e Harry e Luna corriam
atrás dela debaixo da capa. Eles tinham descido mais dois andares quando mais um conjunto de murmúrios de pegadas se juntou ao deles. Harry, cuja cicatriz ainda
palpitava, ouviu primeiro: ele tocou a bolsa em volta do pescoço em busca do Mapa do Maroto, mas antes que ele pudesse tirálo, professora McGonagall também pareceu
notar a companhia deles. Ela hesitou, ergueu a varinha, preparada para duelar, e disse:
Quem está aí?
Sou eu disse uma voz baixa.
De trás de uma armadura progrediu Severus Snape.
Ódio ferveu dentro de Harry ao vêlo: ele tinha esquecido sobre os detalhes da aparência de Snape, ofuscada pelos seus crimes... esquecido como seus cabelos oleosos
se dispunham como cortinas sobre seu rosto, como seus olhos tinha um olhar frio, morto, mas estava vestido em sua capa preta habitual, e ele também estava segurando
a varinha pronto para lutar.
Onde estão os Carrow? ele perguntou calmamente.
Onde quer que você os tenha mandado estar, eu espero, Severus. disse professora McGonagall.
Snape se aproximou mais ainda, e seus olhos se movimentaram pelo ar por volta de McGonagall, como se ele soubesse que Harry estava lá. Harry ergueu a varinha também,
pronto para lutar.
Eu tive a impressão disse Snape de que Aleto tinha apreendido um intruso.
Sério? disse professora McGonagall. E o que lhe deu essa impressão?
Snape fez um leve movimento flexionando o braço esquerdo, onde a Marca Negra estava impressa na pele.
Ah, mas naturalmente disse professora McGonagall. Vocês Comensais da Morte têm seus próprios meios privados de se comunicar, eu esqueci.
Snape fingiu não têla escutado. Seus olhos ainda estavam sondando o vazio por toda a volta dela, e ele estava se movendo gradativamente para mais perto, fingindo
mal notar o que estava fazendo.
Eu não sabia que era o seu dia de patrulhar os corredores, Minerva.
Você tem alguma objeção?
Eu fico me perguntando o que a trouxe fora da sua cama há essa hora.
Eu achei que tinha ouvido um distúrbio disse professora McGonagall.
Sério? Mas tudo parece calmo.
Snape olhou nos olhos dela.
Você viu Harry Potter, Minerva? Porque se você o viu, eu devo insistir...
Professora McGonagall se moveu mais rapidamente do que Harry podia acreditar. Sua varinha cortou o ar e por um segundo Harry achou que Snape se dobraria no chão,
inconsciente, mas a rapidez de seu Feitiço Escudo foi tanta que McGonagall se desequilibrou. Ela agitou a varinha para uma tocha na parede, que caiu do suporte:
Harry, prestes a amaldiçoar Snape, foi forçado a tirar Luna do caminho das chamas, que se transformaram num anel de fogo que encheu o corredor e voou como um laço
em Snape...
E então não havia mais fogo, mas uma grande serpente negra que McGonagall por sua vez transformara em fumaça, que se reformou e se solidificou em segundos para se
transformar num enxame de adagas voadoras: Snape as evitou simplesmente forçando a armadura sua frente, e com um som estridente as adagas se afundaram, uma atrás
da outra, no peito da armadura.
Minerva! disse uma voz aguda, e olhando para trás, ainda protegendo Luna dos feitiços voadores, Harry viu professor Flitwick e Sprout correndo pelo corredor
em direção a eles, em seus trajes de noite, com o enorme professor Slughorn ofegando logo atrás.
Não! gritou Flitwick, erguendo a varinha. Você não vai mais cometer assassinatos em Hogwarts!
O feitiço de Flitwick acertou o peito da armadura atrás da qual Snape tinha se abrigado: com um ruído ela veio vida. Snape se livrou dos braços esmagadores com
certo esforço e mandou a armadura voando de volta para seus agressores: Harry e Luna tiveram que mergulhar para os lados para evitála, quando esta colidiu com a
parede e se destroçou. Quando Harry olhou para cima novamente, Snape estava em plena fuga, com McGonagall, Flitwick e Sprout todos trovejando atrás dele: ele se
jogou contra uma porta de uma sala e, momentos depois, Harry ouviu McGonagall gritar:
Covarde! COVARDE!
O que aconteceu, o que aconteceu? perguntou Luna.
Harry a ergueu de volta aos pés e eles correram pelo corredor, arrastando a Capa de Invisibilidade atrás deles, em direção sala deserta em que os professores McGonagall,
Flitwick e Sprout estavam de frente para uma janela quebrada.
Ele pulou disse professora McGonagall quando Harry e Luna chegaram sala.
Você quer dizer que ele está morto? Harry correu para a janela, ignorando os gritos de choque em sua aparição repentina.
Não, ele não está morto disse McGonagall. Diferentemente de Dumbledore, ele ainda carregava uma varinha... e parece ter aprendido alguns truques com seu mestre.
Com um tremorzinho de horror, Harry viu distância uma grande forma, como de um morcego, voando pela escuridão em direção ao muro do perímetro do castelo.
Ouviramse passos pesados atrás deles, e, pelo barulho, pareciam custar muito fôlego: Slughorn acabava de alcançálos.
Harry! ele ofegou, massageando seu imenso busto debaixo de seus pijamas de seda verdeesmeralda. Meu querido garoto... que surpresa... Minerva, por favor explique...
Severus... o que...?
Nosso diretor vai tirar uma folga disse professora McGonagall apontando para o buraco com forma de Snape na janela.
Professora! Harry gritou, com as mãos na testa. Ele podia ver o lago cheio de Inferi abaixo, e ele sentiu o fantasmagórico barco verde trombar na costa subterrânea,
e Voldemort deixou o barco abruptamente, com sede de assassinato no coração.
Professora, nós temos que proteger a escola, ele está vindo agora!
Muito bem. AqueleQueNãoDeveSerNomeado está a caminho. ela contou aos outros professores. Sprout e Flitwick engasgaram; Slughorn soltou um leve gemido.
Potter tem trabalhos a fazer no castelo sob ordens de Dumbledore. Nós precisamos pôr toda proteção que somos capazes de fazer no lugar enquanto ele faz o que deve
fazer.
Você entende, claro, que nada que nós façamos será capaz de segurálo indefinidamente? guinchou Flitwick.
Mas nós podemos segurálo disse professora Sprout.
Obrigada, Pomona. disse professora McGonagall, e entre as duas bruxas passou um olhar desgostoso de entendimento. Eu sugiro que se estabeleçam proteções básicas
ao redor do lugar, e então juntar os alunos e nos encontrar no hall de entrada. A maioria deve ser evacuada, embora se algum daqueles que são maiores desejar ficar
e lutar, eu acho que eles merecem a chance.
De acordo disse professora Sprout, já se apressando em direção porta. Eu devo encontrálos no hall de entrada em vinte minutos com minha Casa.
E enquanto ela corria levemente até sumir de vista, eles podiam ouvila murmurando:
Tentáculos venenosos. Visgododiabo. E Arapucosos... Sim, eu gostaria de ver Comensais da Morte lutando contra estes.
Eu posso começar por aqui disse Flitwick, e embora mal olhasse, ele apontou a varinha para a janela quebrada e começou a murmurar encantos de grande complexidade.
Harry ouviu um barulho, como se Flitwick tivesse liberado o poder dos ventos pelo terreno.
Professor disse Harry, se aproximado do minúsculo mestre de Feitiços. Professor, desculpe interromper, mas é importante. Você tem alguma idéia de onde está
o diadema de Ravenclaw?
... Protego Horribilis... o diadema de Ravenclaw? grunhiu Flitwick. Um pouco mais de sabedoria nunca vem em má hora, Potter, mas acho muito difícil que isso
seria útil nessa situação!
Eu só quis dizer... você sabe onde está? Você já o viu?
Se já o vi? Ninguém vivo já o viu! Perdido há muito tempo, garoto!
Harry sentiu uma mistura de desapontamento e pânico. O que, então, era o Horcrux?
Nós devemos encontrar você e seus alunos no hall de entrada, Filius! disse professora McGonagall, convidado Harry e Luna para seguila.
Eles tinham acabado de alcançar a porta quando Slughorn veio fala.
Minha palavra ele ofegou, pálido e suado, o bigode de cavalomarinho tremendo. Quanta coisa a fazer! Eu não tenho plena certeza de que isso é inteligente,
Minerva. Ele deve encontrar uma maneira, você sabe, e qualquer um que tentar atrasálo estará exposto ao mais doloroso perigo...
Eu espero você e os sonserinos no hall de entrada em vinte minutos, também disse professora McGonagall. Se você desejar partir com seus alunos, não vamos impedir.
Mas se algum de vocês tentar sabotar nossa resistência ou se armar contra nós neste castelo depois. Horácio, nós duelaremos para matar.
Minerva! ele disse, horrorizado.
Chegou a hora para os integrantes da Sonserina decidirem sobre seus laços de lealdade interrompeu professora McGonagall. Vá e acorde seus alunos, Horácio.
Harry não ficou para assistir ao falatório de Slughorn: ele e Luna estavam seguindo a professora McGonagall, que se posicionou no meio do corredor e ergueu sua varinha.
Piertotum... ah, não, pelo amor de Deus, Filch, agora não...
O velho zelador vinha mancando, gritando
Estudantes fora da cama, estudantes nos corredores!
Eles devem estar, seu idiota tagarela! gritou McGonagall. Agora vá e faça algo de produtivo. Chame o Pirraça!
PPirraça? gaguejou Filch como se nunca tivesse ouvido o nome antes.
Sim, Pirraça, seu tolo, Pirraça! Você não vem reclamando sobre ele por um quarto de século? Vá e busqueo de uma vez!
Filch evidentemente achou que professora McGonagall tinha abandonado os sensos, mas foise mancando, torto, murmurando sob a respiração.
E agora... Piertotum Locomotor! gritou professora McGonagall.
E por todo corredor as estátuas e armaduras pularam para fora de suas bases, e pelas pancadas ecoantes dos andares de cima de baixo, Harry sabia que seus companheiros
por todo o castelo tinham feito o mesmo.
Hogwarts está sob ameaça! gritou professora McGonagall. Guarneçam os limites, nos protejam, façam seu trabalho pela escola!
Fazendo muito barulho e berrando, a multidão de estátuas se amontoou passando por Harry: alguns deles menores, outros maiores. Haviam animais também, e as armaduras
barulhentas agitavam as espadas e espetavam bolas em correntes.
Agora, Potter disse McGonagall você e a Srta. Lovegood devem voltar para os seus amigos e leválos ao hall de entrada... eu vou despertar os outros grifinórios.
Eles se separaram no fim da escadaria seguinte, Harry e Luna correndo de volta para a entrada escondida da Sala Precisa. Enquanto corriam, eles encontraram multidões
de estudantes, a maioria vestindo capas de viagem por cima dos pijamas, sendo pastorados para o hall de entrada por professores e monitores.
Aquele era Potter!
Harry Potter!
Era ela, eu juro, eu o vi!
Mas Harry não olhou para trás, e finalmente eles alcançaram a entrada da Sala Precisa. Harry se inclinou contra a parede encantada, que abriu para deixálos entrar,
e ele e Luna desceram correndo a escadaria íngreme.
O q ...?
Quando a sala apareceu vista, Harry escorregou alguns degraus pelo choque. Estava comprimida, bem mais apertada do que da última vez em que ele esteve lá. Kingsley
e Lupin estavam olhando para ele, bem como Olívio Wood, Katie Bell, Angelina Johnson e Alicia Spinner, Gui e Fleur, e Sr. e Sra. Weasley.
Harry, o que está acontecendo? perguntou Lupin, encontrandoo no pé da escadaria.
Voldemort está a caminho, estão barricando a escola... Snape fugiu... O que vocês estão fazendo aqui? Como vocês souberam?
Nós enviamos mensagens para o resto da Armada de Dumbledore Fred explicou. Você não poderia esperar que nós perdêssemos toda a diversão, Harry. E a A.D. passou
as informações para a Ordem da Fênix, e tudo meio que cresceu como uma boladeneve.
Mas e aí, Harry? chamou George. O que está havendo?
Estão evacuando as crianças mais novas e todo o mundo vai se encontrar no hall de entrada para se organizar Harry disse. Nós vamos lutar.
Houve um imenso urro e uma agitação em direção ao pé da escadaria. Harry foi pressionado contra a parede enquanto a multidão passava por ele, todos os membros da
Ordem da Fênix, a Armada de Dumbledore, e o velho time de quadribol, todos com as varinhas desembainhadas, em direção ao castelo.
Vamos, Luna Dino chamou enquanto passava, estirando a mão livre; ela agarrou e o seguiu pelos degraus.
A multidão estava diminuindo: apenas um pequeno grupo de pessoas permaneceu na Sala Precisa e Harry se juntou a eles. Sra. Weasley se esforçava para segurar Gina.
Ao redor delas estavam Lupin, Fred, George, Gui e Fleur.
Você é menor de idade! Sra. Weasley gritou para a filha enquanto Harry se aproximava. Eu não vou permitir! Os garotos sim, mas você, você vai para casa!
Não vou!
O cabelo de Gina esvoaçou quando ela finalmente conseguiu se soltar da mãe.
Eu sou da Armada de Dumbledore...
Uma gangue de adolescentes!
Uma gangue de adolescentes que está para continuar o legado, o que ninguém mais ousou fazer! disse Fred.
Ela tem dezesseis anos! gritou Sra. Weasley. Ela não é madura o suficiente. O que vocês dois estavam pensando quando a trouxeram junto...
Fred e George pareciam levemente envergonhados por si mesmos.
Mamãe está certa, Gina disse Gui gentilmente. Você não pode fazer isso. Todos os menores de idade terão que sair... é simplesmente o certo.
Eu não posso ir para casa! Gina gritou, lágrimas furiosas marejando os olhos. Minha família inteira está aqui, eu não posso suportar esperar lá sozinha sem
saber...
Os olhos dela encontraram os de Harry pela primeira vez. Ela olhou para ele esperançosa, mas ele balançou a cabeça e ela se virou amarguradamente.
Tudo bem ela disse, fitando os olhos no túnel que levava de volta ao Cabeça de Javali. Eu vou me despedir agora, então, e...
Houve um esforço descomunal e uma pancada. Alguém mais tinha saído do túnel, cambaleado, e então caído. Ele se recompôs se apoiando na cadeira mais próxima, sondou
o lugar através dos óculos feitos de chifre, tortos no rosto, e disse:
Eu estou muito atrasado? Já começou? Eu acabei de ficar sabendo, então eu... eu...
Percy tagarelou até silenciar. Evidentemente ele não esperava dar de cara com a maior parte de sua família. Houve um longo momento de espanto, quebrado por Fleur
se virando para Lupin e perguntando, numa extremamente óbvia tentativa de quebrar a tensão:
E então? Como vai o Tedinho?
Lupin piscou para ela, surpreso. O silêncio entre os Weasley parecia estar se solidificando como gelo.
Eu ... Ah! ... ele está bem! Lupin disse alto. Sim, Tonks está com ele... na casa da mãe...
Percy e os outros Weasley continuavam a encarar uns aos outros, inertes.
Aqui! Eu tenho uma foto! Lupin gritou, tirando uma fotografia de dentro da jaqueta e mostrando para Fleur e Harry, que viram um bebê minúsculo com um tufo azulturquesa
de cabelo, acenando com os gordos punhos para a câmera.
Eu fui um panaca! Percy urrou, tão alto que Lupin quase derrubou a fotografia. Eu fui um idiota, eu fui um burro pomposo, eu fui um... um...
Babão do Ministério, renegador de família, um estúpido com sede de poder completou Fred.
Percy engoliu o ar.
Sim, eu fui!
Bem, você não pode dizer coisa mais justa disse Fred, estirando a mão para Percy.
Sra. Weasley explodiu em lágrimas. Ela correu frente, empurrou Fred para o lado e apertou Percy num abraço sufocante, enquanto ele dava tapinhas leves nas costas
da mãe... com os olhos no pai.
Eu sinto muito, pai Percy disse.
Sr. Weasley piscou rapidamente e então também correu para abraçar o filho.
O que lhe fez enxergar o senso, Percy? inquiriu George.
Vem vindo já há algum tempo disse Percy, enxugando os olhos debaixo dos óculos com a ponta da capa de viagem. Mas eu tive que encontrar uma maneira de sair
do Ministério: eles têm apreendido traidores a todo tempo. Eu encontrei um jeito de falar com Aberforth e ele me deu o toque a dez minutos atrás, de que Hogwarts
estava prestes a entrar em conflito, então aqui estou eu.
Bem, nós realmente esperamos que nossos monitores nos liderem em momentos como este disse George numa boa imitação de Percy no auge de sua pomposidade. Agora
vamos subir e lutar, ou então todos os bons Comensais já terão sido pegos.
Então, você é minha cunhada agora? disse Percy, apertando a mão de Fleur enquanto eles corriam para a escadaria com Gui, Fred e George.
Gina! gritou Sra. Weasley.
Gina estava tentando, na esperança de que sob toda a conciliação lhe permitissem, escorregar para o castelo também.
Molly, que tal o seguinte? disse Lupin. Por que Gina não fica aqui, então ela ao menos estará por dentro do que está acontecendo, mas ela não ficará no meio
do conflito.
Eu...
É uma boa idéia disse Sra. Weasley firmemente. Gina, você fica aqui nesta sala, está me ouvindo?
Gina não pareceu gostar muito da idéia, mas sob o olhar severo nada usual do pai, ela concordou. Sr. e Sra. Weasley e Lupin saíram em direção s escadas também.
Onde está Rony? perguntou Harry. Onde está Hermione?.
Eles já devem ter ido para o hall de entrada respondeu Sr. Weasley sobre os ombros.
Eu não os vi passando por mim disse Harry.
Eles disseram alguma coisa sobre um banheiro disse Gina Não muito depois de você sair.
Um banheiro?
Harry caminhou a passos largos pela sala para abrir a porta que levava para fora da Sala Precisa e checou o banheiro do outro lado. Estava vazio.
Você tem certeza que eles disseram ban...?
Mas então a cicatriz ardeu e a Sala Precisa sumiu: ele estava olhando através dos altos portões de ferro forjado com porcos alados em pilares dos dois lados, olhando
pelo terreno escuro em direção ao castelo, incandescente em luzes. Nagini descansava como um cachecol nos ombros dele. Ele estava possuído por aquele propósito frio
e cruel que precedia assassinato.


Capítulo TrintaeUm
A Batalha de Hogwarts

O teto encantado do Salão Principal estava escuro e incrustado de estrelas, e debaixo dele as quatro longas mesas das Casas estavam forradas de estudantes desordenados,
alguns em capas de viagem, outros em roupões. Aqui e ali brilhavam as figuras brancoperoladas dos fantasmas da escola. Todos os olhos, vivos ou mortos estavam fixos
na Professora McGonagall que estava falando da plataforma elevada ao no fundo do Salão. Atrás dela estavam o resto dos professores, inclusive o centauro Palomino,
Firenze, e os membros da Ordem do Fênix que haviam chegado para lutar.
..a evacuação será supervisionada pelo Sr. Filch e Madame Pomfrey. Quando eu der a ordem, vocês organizarão suas casas e pegarão suas coisas em perfeita ordem
até o local de evacuação combinado.
Muitos dos estudantes pareciam petrificados. No entanto, enquanto Harry junto a parede, corria os olhos pela mesa da Grifinória procurando Rony e Hermione, Ernie
Macmillan ficou de pé na mesa da LufaLufa e gritou:
E se nós quisermos ficar e lutar?
Houve uma aprovação por alguns aplausos.
Se você for maior de idade, você pode ficar. Disse a Professora McGonagall.
E nossas coisas? chamou uma menina mesa da Corvinal. Nossas malas, nossas corujas?
Nós não temos tempo para pegar nossas posses. disse Professor McGonagall. A coisa importante é sair daqui com segurança.
Onde está o Professor Snape? gritou uma menina da mesa da Sonserina.
Ele, usando uma expressão popular, abandonou o navio.* respondeu Professora McGonagall e uma grande alegria explodiu da Grifnória, LufaLufa, e Corvinal.
Harry andou ao lado da mesa da Grifnória, ainda procurando o Rony e Hermione. Enquanto ele passava, rostos se viravam em sua direção, e um grande número de sussurros
irrompia em seu caminho.
Nós já colocamos proteções ao redor do castelo, dizia a Professor McGonagall, mas é improvável que se mantenham por muito tempo a menos que as reforcemos.
Então, eu preciso pedilos que saiam rápido e calmamente, façamos como os monitores...
Mas as palavras finais dela foram cobertas quando uma voz diferente ecoou pelo salão. Era alta, fria, e clara. Não havia como saber de onde ela veio; Parecia sair
das paredes. Como o monstro que havia uma vez comandando, e parecia estar dormindo ali há séculos. Eu sei que vocês estão se preparando para lutar.
Houve gritos entre os estudantes, que se abraçaram, procurando em volta pela origem do som. Seus esforços são fúteis. Vocês não me podem lutar comigo. Eu não quero
matálos. Eu tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Eu não quero derramar sangue bruxo.
Houve silêncio agora no Salão, o tipo de silêncio comprime os tímpanos, grande demais para ser contido por paredes.
Entreguemme Potter disse a voz de Voldemort e ninguém será machucado. Entreguemme Harry Potter e eu deixarei a escola intacta. Entreguemme Harry Potter
e vocês serão recompensados. Vocês têm até a meianoite.
Eles foram então engolidos pelo silêncio novamente. Todas as cabeças se viraram, cada olhar do local parecia encontrar Harry, mantendoo congelado sobre os milhares
de raios invisíveis. Então uma figura levantou da mesa da Sonserina e ele reconheceu Pansy Parkinson enquanto ela levantava um braço trêmulo e gritava:
Mas ele está ali! Potter está ali. Alguém agarreo!
Antes que Harry falasse, houve um longo silêncio. Os alunos da Grifnória em frente a ele se levantaram e continuaram encarando, não Harry, mas os alunos da Sonserina.
Então os alunos da Lufalufa, e quase no mesmo momento, os da Conrvinal, todos deram as costas para Harry, e olharam em direção a Pansy, e Harry, hipnotizado e apavorado,
viu varinhas emergirem de todos os lados, saindo de debaixo de casados e de dentro de mangas.
Obrigado, Senhorita Parkinson. Disse a Professora McGonagall curtamente. Você deixará o Salão primeiro com Sr. Filch. Se o resto de sua Casa quiser seguíla...
Harry ouviu o ranger dos bancos e então o som dos alunos da Sonserina saindo juntos do outro lado do Salão.
Corvinal, os sigam! Ordenou Professor McGonagall.
Lentamente as quatro mesas se esvaziaram. A mesa da Sonserina estava completamente deserta, mas vários alunos mais velhos da Corvinal permaneceram sentados enquanto
seus colegas se juntavam lá fora; até mesmo alguns da Lufalufa ficaram para trás, e a metade da Grifnória permaneceu em seus bancos, sendo necessário a Professora
McGonagall descer da plataforma dos professores para mandar os menores de idade aos seus lugares.
Absolutamente não, Creevey, vá! E você, Peakes!
Harry correu até os Weasleys, sentados todos juntos mesa da Grifinoria.
Onde estão Rony e Hermione?
Você não os achou? começou Sr. Weasley, parecendo preocupado.
Mas ele foi interrompido por Kingsley que tinha pisado na frente da plataforma para ordenar aqueles que tinham permanecido atrás.
Nós só temos meia hora até a meia noite, então nós temos que agir rápido. Um plano de luta já foi feito entre os professores de Hogwarts e a Ordem da Fênix. Professores
Flitwick, Sprout e McGonagall vão levar grupos de duelistas até as três torres mais altas Corvinal, Astronomia, e Grifinória onde eles terão boa visão, excelentes
posições para lançar feitiços. Enquanto isso, Remo ele indicou Lupin Arthur ele apontou para o Sr. Weasley, sentando mesa da Grifinória e eu levaremos
grupos ao terreno da escola. Precisaremos de alguém para organizar a defesa das entradas e passagens até a escola.
Parece um trabalho para nós. chamou Fred, indicando a si e ao George, e o Kingsley acenou com a cabeça sua aprovação.
Certo, os líderes subam aqui que nós dividiremos as tropas!
Potter, disse a Professora McGonagall indo até eles enquanto os estudantes subiam na plataforma se acotovelando por um lugar e recebendo instruções. Você não
devia procurando por algo?
O que? Ah disse Harry. Ah é!Estou!
Ele quase havia se esquecido da Horcrux, quase esquecendo que a luta que estava por começa e que ele poderia procurar por isso: A ausência inexplicável de Rony e
Hermione tinha ocupado momentaneamente todo seu pensamento.
Então vá, Potter, vá!
Certo ...sim.
Ele sentia olhos o seguindo quando ele saiu novamente pelo Grande Salão, na entrada ainda aglomeravamse os estudantes em evacuação. Ele acabou sendo levado pela
escadaria de mármore com eles, mas no alto dela ele correu por um corredor deserto. Medo e pânico anuviavam seus pensamentos. Ele tentou se acalmar, se concentrar
em achar a Horcrux, mas os pensamentos dele zumbiam frenética e infrutiferamente como vespas presas embaixo de um copo. Sem Rony e Hermione para ajudálo, ele parecia
não ser capaz de ordenar suas idéias. Ele reduziu a velocidade, chegando ao meio do caminho ele se sentou no pedestal da estátua destruída e tirou o Mapa do Maroto
da bolsa ao redor do pescoço dele. zxxxx Ele não pôde ver os nomes de Rony e Hermione em qualquer lugar do mapa, entretanto a quantidade de pontos no caminho para
a Sala
Precisa poderia, pensou ele, os estar escondendo. Ele guardou o mapa, apertou as mãos contra o rosto e fechou os olhos tentando se concentrar.
Voldemort pensou que eu iria para Torre da Corvinal.
Lá estava um fato claro, o lugar para começar. Voldemort tinha estacionado Aleto Carrow na sala comunal da Corvinal, e poderia só haver uma explicação; Voldemort
temia que Harry já soubesse que sua Horcrux estava conectada quela Casa.
Mas o único objeto que parecia se associar com a Corvinal era o diadema perdido... e como a Horcrux poderia ser um diadema? Como era possível que Voldemort, o sonserino,
tivesse encontrado o diadema que iludiu gerações de Corvinais? Quem poderia lhe ter contado onde procurar, quando ninguém havia visto a diadema, em memória viva?
Em memória viva...
Em baixo de seus dedos, os olhos de Harry se abriram novamente. Ele se levantou do pedestal e disparou pelo caminho que ele havia feito, voltando, agora atrás de
uma última esperança. O som de centenas das pessoas indo para o Sala Precisa aumentou mais e mais enquanto ele voltava pelos degraus de mármore. Monitores estavam
gritando instruções, tentando manter os estudantes no caminho com suas próprias casas, mas estavam empurrando e gritando muito; Harry viu Zacharias Smith, deslizando
sobre alguns alunos do primeiro ano, tentando chegar até a frente da fila. Aqui e ali estudantes mais jovens choravam, enquanto outros mais velhos chamavam desesperadamente
por amigos ou irmãos.
Harry avistou uma figura brancoperolada flutuando embaixo da entrada do salão e gritou tão alto quanto ele pode sob todo o barulho.
Nick! NICK! Eu preciso falar com você!
Ele forçou a passagem pela maré de estudantes, finalmente alcançando o fim dos degraus próximo a onde NickQuaseSemCabeça, fantasma de Torre de Grifinória, estava
esperando por ele.
Harry! Meu querido garoto!
Nick agarrou as mãos de Harry com ambas as suas; Harry sentia como se elas tivessem sido mergulhadas em água gelada.
Nick, você precisa me ajudar. Quem é o fantasma de Torre da Corvinal?
NickQuaseSemCabeça parecia surpreso e um pouco ofendido.
A Dama Cinzenta, é claro; mas se são serviços fantasmagóricos que você precisa...?
Tem que ser com ela... você sabe onde ela é?
Vejamos...
A cabeça de Nick cambaleou um pouco em seu pescoço quando ele virou para cá e para lá, enquanto ele flutuava acima do mar de estudantes.
É ela lá em cima, Harry, a jovem mulher com cabelos longos.
Harry olhou na direção do dedo transparente de Nick e viu um fantasma alto que avistou Harry olhando para ela, elevou as sobrancelhas, e flutuou por uma parede sólida.
Harry correu atrás dela. Primeiro pela porta do corredor no qual ela havia desaparecido, ele a viu bem no fim da passagem, ainda flutuando suavemente bem longe dele.
Ei.. espera.. volte aqui!
Ela decidiu pausar, flutuando a alguns centímetros do chão. Harry achou ela bonita, com o cabelo na altura da cintura e a capa que ia até o chão, mas ela também
parecia arrogante e orgulhosa. Chegando mais perto, ele a reconheceu como um fantasma que por quem ele havia passado muitas vezes no corredor, mas com a qual ele
nunca tinha conversado.
Você é a Dama Cinzenta?
Ela acenou com a cabeça, mas não disse nada.
O fantasma de Torre da Corvinal?
Sim, está correto.
O tom dela não era encorajador.
Por favor: eu preciso de ajuda. Eu preciso saber qualquer coisa você possa me dizer sobre a diadema perdida.
Um sorriso frio encurvou os lábios dela.
Eu receio disse ela, se virando para sair que eu não possa ajudálo.
ESPERE!
Ele não pretendia ter gritado, mas raiva e pânico estavam ameaçando dominálo. Ele olhou seu relógio enquanto ela flutuava a frente dele. Eram quinze para meianoite.
Isto é urgente. ele disse ferozmente. Se aquele diadema está em Hogwarts, eu tenho que achalo, rápido!
Você não é o primeiro estudante a querer o diadema. ela disse desdenhosamente. Gerações de estudantes me incomodaram.
Isto não é sobre tirar melhores notas! Harry gritou para ela, é sobre Voldemort...derrotar Voldemort ou você não está interessada nisso?
Ela não pôde ficar vermelha, mas as bochechas transparentes dela ficaram ainda mais opacas, e a voz dela estava mais acalorada quando ela respondeu É claro que
eu... como ousa achar que...?
Bem, então me ajude!
A compostura dela estava caindo.
Isto não é uma questão de ela gaguejou. O diadema de minha mãe...
Da sua mãe?
Ela parecia brava consigo mesma.
Quando eu vivi, ela disse cerimoniosamente, eu era Helena Ravenclaw.
Você é filha dela? Mas então, você deve saber que aconteceu com ele.
Enquanto a diadema dá sabedoria, ela disse com um esforço óbvio botar pra fora, eu duvido que isso possa aumentar suas chances de derrotar o bruxo que se intitula
Lord
Eu já não lhe disse, eu não estou interessado em usála! Harry disse ferozmente. Não há tempo para explicar, mas se você se preocupa com Hogwarts, se você
quer ver Voldemort derrotado, você tem que me contar tudo que você sabe sobre o diadema!
Ela ainda permaneceu quieta, flutuando no ar, encarandoo, e um sentimento de desesperança inundou Harry. Claro que, se ela soubesse qualquer coisa, ela teria contado
para Flitwick ou Dumbledore que certamente devem ter lhe feito a mesma pergunta. Ele balançou a cabeça e quando começava a se virar disse numa voz baixa.
Eu roubei o diadema de minha mãe.
Você... você fez o que?
Eu roubei o diadema. repetiu Helena Ravenclaw num sussurro. Eu tentei me tornar mais inteligente, mais importante que minha mãe. Eu fugi com ele.
Ele não soube como ele tinha conseguido ganhar a confiança dela e não perguntou, ele simplesmente escutou atentamente, enquanto ela continuava.
Minha mãe, eles dizem, nunca admitiu que o diadema tivesse sido roubado, mas fingiu que ela ainda o tinha. Ela escondeu sua perda, minha terrível traição, até
mesmo dos outros fundadores de Hogwarts.
Então minha mãe ficou doente. Fatalmente doente. Apesar de minha perfídia, ela estava desesperara para me ver mais uma vez. Ela mandou o homem que havia me amado
muito, entretanto eu rejeitei os esforços dele para me achar. Ela sabia que ele não descansaria até que o fizesse.
Harry esperou. Ela respirou fundo e jogou a cabeça para trás.
Ele me achou na floresta onde eu estava me escondendo. Quando eu me recusei a voltar com ele, ele ficou violento. O Barão sempre era foi um homem ponderado. Furioso
com minha recusa, cheio de ciúmes de minha liberdade, ele me apunhalou.
O Barão? Você quer dizer...?
O Barão Sangrento, sim, disse a Dama Cinzenta, e ela ergueu parte da capa branca que usava para mostrar uma única ferida negra em seu tórax branco. Quando
ele viu o que tinha feito, ele ficou cheio de remorso. Ele pegou a arma com a qual tinha tirado minha vida, e usou para se matar. Depois de todos estes séculos ele
usa as correntes como um ato de penitência... como ele deveria. ela somou amargamente.
E... e o diadema?
Permaneceu onde eu tinha escondido quando eu ouvi o Barão tropeçar pela floresta vindo em minha direção. Escondido dentro de uma árvore oca.
Uma árvore oca? Harry repetiu. Que árvore? Onde ela estava?
Uma floresta na Albânia. Um lugar que eu pensei que estivesse fora do alcance de minha mãe.
Albânia repetiu Harry. Algum sentido parecia emergir milagrosamente de toda confusão, e agora ele entendeu por que ela estava lhe contando o que ela tinha negado
a Dumbledore e Flitwick. Você nunca contou para alguém esta história, pois contou? Outro estudante?
Ela fechou os olhos dela e acenou com a cabeça.
Eu tive... você não entende... Ele era bajulador. Ele parecia... entender... simpatizar...
Sim, Harry pensou. Tom Riddle teria certamente entendido o desejo de Helena Ravenclaw em possuir objetos fabulosos pelos quais ela tinha certamente algum direito.
Bem, você não seria a primeira pessoa a quem Riddle se insinuou para pegar objetos. Harry murmurou. Ele conseguia ser encantador quando queria...
Assim, Voldemort tinha conseguido bajular a Dama Cinzenta para retirar dela o esconderijo do diadema perdido. Ele tinha viajado a essa longínqua floresta e recuperado
o diadema do seu esconderijo, talvez assim que ele deixou Hogwarts, antes mesmo que começasse a trabalhar na Borgin e Burkes.
E esses reclusos bosques albaneses não teriam parecido um refúgio excelente quando, muito depois, Voldemort precisou de um lugar para ficar quieto, imperturbado,
durante dez longos anos?
Mas a diadema, veio a se tornou seu precioso Horcruxe, não poderia ser deixado naquela humilde árvore. . . . Não, a diadema tinha sido devolvida secretamente para
sua verdadeira casa, e Voldemort deve ter posto ela lá.
Na noite em que ele pediu o emprego! disse Harry, terminando seu pensamento.
Perdão?
Ele escondeu a diadema no castelo, na noite que ele pediu a Dumbledore que o deixasse ser professor! disse Harry. Dizer isso alto fez com que tudo fizesse sentido.
Ele deve ter escondido a diadema no caminho de subida, ou de descida, do escritório de Dumbledore! Mas isso bem que valeu o preço de tentar arrumar o emprego...
então, ele teve a chance de ter a espada de Gryffindor também... obrigado, obrigado!
Harry a deixou flutuando lá, parecendo absolutamente desnorteada. Quando ele girou para entrar no salão, ele olhou o relógio. Faltavam cinco minutos para a meianoite,
e ele agora sabia o que era a última Horcruxe, mas não estava nem perto de saber onde ela estava. . .
Gerações de estudantes falharam em encontrar o diadema; isso queria dizer que não estava na torre da Corvinal... mas se não está lá, onde está? Que esconderijo Tom
Riddle teria descoberto dentro do Castelo de Hogwarts que ele acreditou permanecer secreto para sempre?
Perdido em especulações desesperadas, Harry virou pelo corredor, mas ele tinha dado só alguns passos no corredor que entrara quando a janela a sua esquerda quebrou,
se despedaçando de forma ensurdecedora. Conforme ele pulou para o lado, um corpo gigante voou através da janela e atingiu a parede oposta.
Algo grande e peludo se destacou, choramingando, pela nova entrada se lançando até Harry.
Hagrid! Harry berrou, afastando Canino, o cão de caça, enquanto a enorme figura barbada ficava de pé Mas que m...?
Harry, você está aqui! Você está aqui!
Hagrid se inclinou dandolhe um abraço de quebrar os ossos e então correu de volta até a janela despedaçada.
Bom garoto, Grope! ele berrou pelo buraco na janela. Eu vou vêlo num segundo, ele é um bom rapaz!
Além de Hagrid, lá fora na escura noite, Harry viu a luz de explosões e ao longe ouviu um estranho, e fino grito. Ele olhou para seu relógio: Era meianoite. A batalha
havia começado.
Puxa, Harry, arquejou Hagrid, Então é isso, hã? Hora de lutar?
Hagrid de onde você veio?
Ouvi Vocêsabequem de dentro da nossa caverna, disse Hagrid sério. A voz dizia isso não era? Vocês têm até a meianoite para me entregar Potter. Sabia que
você devia estar aqui, sabia o que devia estar acontecendo. Quieto, Canino. Então nós viemos até aqui nos juntar, Eu, Grope e Canino. Abrimos nosso caminho através
da fronteira da floresta, Grope nos trouxe, Canino e eu. Eu lhe disse para me deixar no castelo, então ele me jogou pela janela, abençoado seja. Não exatamente o
que eu quis dizer, mas onde estão Rony e Hermione?
Essa, disse Harry, é uma boa pergunta. Vamos.
Eles se apressaram pelo corredor, Canino sacudia a língua ao lado deles. Harry podia ouvir movimento em todos os corredores ao redor: passo de pessoas correndo,
gritos; pelas janelas, ele pode ver mais flashes de luz no terreno escuro.
Onde nós estamos indo? ofegou Hagrid , correndo junto aos calcanhares de Harry, fazendo o chão de madeira tremer.
Eu não sei exatamente, disse Harry, enquanto fazia outra curva, mas Rony e Hermione devem estar por aqui ao redor. . .
As primeiras vítimas da batalha já estavam espalhadas a frente: As duas gárgulas de pedra, que normalmente vigiavam a entrada para a sala dos professores, haviam
sido destruídas por uma azaração que tinha voado por outra janela quebrada. Os restos delas se mexeram fracamente no chão, e quando Harry pulou uma de suas cabeças
sem corpos elas gemeram fracamente. Oh, não se preocupem comigo. . . eu só vou ficar aqui quieta e esfarelar...
Sua face de pedra feia fez Harry pensar de repente no busto de marmóre de Rowena Ravenclaw na casa de Xenophilius, usando aquela touca maluca... e então na estátua
na torre da Corvinal, com aquele diadema de pedra sobre seus cachos brancos. . .
E enquanto ele chegava ao fim da passagem, a lembrança da terceira estátua de pedra voltou a sua mente: a de um bruxo velho e feio, sobre o qual Harry mesmo tinha
coloca uma peruca e uma velha e gasta tiara. O choque lançou por Harry a excitação de uísque de fogo, e ele quase tropeçou.
Ele soube, afinal, onde a Horcruxe estava sentada, esperando por ele. . . .
Tom Riddle que não confiou em ninguém e fez tudo sozinho, poderia ter sido arrogante bastante para assumir que ele, e só ele, tinha penetrado os mistérios mais fundos
de Castelo de Hogwarts. Claro que, Dumbledore e Flitwick, alunos modelo, nunca haviam entrado naquele lugar em particular, mas ele, Harry, tinha saído dos trilhos
em seu tempo na escola aqui era afinal uma área secreta que ele e Voldemort conheciam, que Dumbledore nunca tinha descoberto.
Ele foi encontrado pela Professora Sprout que passava gritando seguida por Neville e meia dúzia outros alunos, todos usando tapa orelhas carregando o que pareciam
ser grandes plantas em vasos.
Mandrágoras! Neville berrou a Harry por cima do ombro enquanto corria, vamos colocálas pelas paredes eles não gostarão disto!
Harry sabia aonde ir agora. Ele saiu, com Hagrid e Canino galopando atrás dele. Eles passaram retrato por retrato, os quadros corriam ao lado deles, bruxos e bruxas
com golas de pena e calções, em armaduras e capas, se amontoando nas telas, gritando notícias de outras partes do castelo.
Quando chegaram ao fim do corredor, o castelo inteiro tremeu, e Harry soube, quando um vaso gigantesco caía de seu supor com uma força explosiva, que aquilo tinha
sido um encantamento mais sinistro que qualquer outro fosse dos professores ou da Ordem. Está tudo bem Canino, está tudo bem! gritou Hagrid, mas o
grande cão de caça tinha desparado enquanto os pedaços de porcelana voavam pelo ar como granadas, e Hagrid foi atrás do cachorro apavorado, deixando Harry sozinho.
Ele começava a caminhar pelas passagens trêmulas, sua varinha armada, e ao longo do corredor, um pequeno quadro de um cavaleiro, Sir Cardogan, movendose de quadro
pra quadro ao lado dele, com sua armadura a trepidar, gritando frases de encorajamento, e seu pequeno e gordo pônei arriado embaixo dele.
Fanfarrões e velhacos, cachorros e salafrários, escorraceos, Harry Potter, boteos pra fora!
Harry virava bruscamente por um corredor quando achou Fred e um pequeno bolo de estudantes, inclusive Lino Jordan e Ana Abbott, de pé ao lado de outro pedestal vazio,
cuja estátua escondia uma passagem secreta. Suas varinhas estavam mão, e eles estiveram escutando pelo buraco escondido.
Bela noite para isto! Fred gritou enquanto o castelo tremia novamente, e Harry correndo atá ele, feliz e apavorado em igual medida. Não longe dali ele parou,
pois havia corujas por todos os lados, e Madame Norrra miavam e batia nelas com as patas, sem dúvida tentando devolvêlas a seus devidos lugares. . . .
Potter!
Aberforth Dumbledore bloqueava o corredor frente, apontado sua varinha, armado.
Eu tive centenas de crianças aparecendo no meu bar, Potter!
Eu sei, nós estamos evacuando, Harry disse, Voldemort está...
...atacando porque eles não te entregaram, eu sei, disse Aberforth. Eu não sou surdo, toda Hogsmeade o ouviu. E não ocorreu a nenhum de vocês ficarem com
alguns reféns da Sonserina? Havia filhos de Comensais da Morte que você acabou de salvar. Não teria sido um pouco mais inteligente mantêlos aqui?
Isso não pararia Voldemort, disse Harry, e seu irmão nunca teria feito isto. Aberforth grunhiu e grasnou indo em direção oposta.
Seu irmão nunca teria feito isto.... Bem, isso era verdade, Harry pensou enquanto começava a correr novamente: Dumbledore, que tinha defendido Snape por tantos anos,
nunca teria mantido os estudantes aqui para resgate...
E então derrapando ao final de um corredor com um grito de reconhecimento em tom de alívio e fúria ele os viu: Rony e Hermione; ambos com os braços cheios de grandes
objetos amarelos e sujos, Rony com um cabo de vassoura debaixo do braço.
Onde diabos vocês estavam? Harry gritou.
Na câmara Secreta, disse Rony.
Câmara... o que!? disse Harry, chegando numa parada brusca diante deles.
Foi o Rony, tudo idéia do Rony! disse Hermione sem ar. Não é absolutamente brilhante? Lá estávamos nós, depois de sairmos, e eu disse ao Rony, mesmo se achássemos
o outro, como iremos nos livrar dele? Nós continuávamos sem ter um jeito de nos livrar! E então ele pensou nisto! O basilísco!
Mas que...?
Alguma coisa para quebrar as Horcruxes, disse Rony simplesmente.
Os olhos de Harry caíram sobre os objetos apertados entre os braços de Rony e de Hermione: grandes dentes curvos; arrancados, ele percebeu, do crânio de um basilisco
morto.
Mas como vocês entrar lá dentro? ele perguntou, ainda olhando os dentes com Rony. Você precisa falar a língua das cobras!
Ele fala! sussurrou Hermione. Mostre para ele, Rony! Rony fez um horrível som de assobio.
É o que você fez para abrir o medalhão, ele disse para Harry. Eu tive que fazer algumas vezes para fazer direito, mas, ele encolheu os ombros modestamente,
a gente conseguiu no final das contas.
Ele foi incrível! disse Hermione. Incrível!
Então... Harry lutava para continuar. Então...
Assim, nós acabamos com outra Horcruxe disse Rony, e de dentro de sua jaqueta ele puxou os restos destruídos da taça de Hufflepuff. Hermione a apunhalou. Achei
que deveria. Ela não havia tido o prazer de fazêlo ainda.
Genial! gritou Harry.
Não foi nada, disse Rony, entretanto ele pareceu feliz consigo mesmo. Então, quais suas novidades?
Enquanto dizia isso, houve uma explosão em cima deles: Todos eles olharam pra cima enquanto pó caia do céu e eles ouviam um grito distante.
Eu sei como é o diadema, e eu sei onde está, disse Harry, falando rapidamente. Ele escondeu exatamente onde estava meu velho livro de Poções, onde todos esconderam
coisas por séculos. Ele pensou que era o único que poderia achar isso. Vamos.
Enquanto as paredes tremiam novamente, ele conduziu os dois pela entrada escondida e escadas até a Sala Precisa. Estava vazio com exceção de três mulheres: Gina,
Tonks e uma bruxa anciã que usa um chapéu roído por traças a quem Harry reconheceu imediatamente como a avó de Neville.
Ah, Potter, ela disse energicamente como se ela tivesse esperando por ele. Você pode nos dizer o que está acontecendo.
Estão todos bem? disseram Gina e Tonks juntas.
Sabemos tanto quanto vocês. disse Harry. Ainda tem gente na passagem pro Cabeça de Javali?
Ele sabia que a sala não podia se transformar enquanto houvesse pessoas a usando.
Eu fui a última a passar, disse a Sra. Longbottom. Eu a selei, não achei que seria inteligente deixa isso aberto agora que Aberforth saiu do bar. Você viu
meu neto?
Ele está lutando. disse Harry.
Naturalmente. disse a velha senhora orgulhosamente. Com licença, eu tenho que ir vêlo. Com velocidade surpreendente ela trotou para fora pelos degraus de
pedra.
Harry olhou para Tonks.
Eu pensei que você deveria estar com Teddy na sua mãe?
Eu não consegui ficar sem saber notícias Tonks parecia angustiado. Ela cuidará dele por mim...vocês viram Remo?
Ele planejava liderar um grupo de lutadores pelos terrenos...
Sem mais palavras, Tonks saiu..
Gina, disse Harry, eu sinto muito, mas nós precisamos que você saia também. Por pouco tempo. Depois você volta.
Gina pareceu simplesmente encantada em deixar seu santuário.
Então você poderá voltar pra dentro! ele gritou com ela, enquanto ela corria pelos degraus atrás de Tonks. Você tem que voltar aqui pra dentro!
Espera um pouco! disse Rony com voz aguda. Nós esquecemos alguém!
Quem? perguntou Hermione.
Os elfos domésticos, eles estão todos lá embaixo na cozinha, não estão?
Você quer dizer que nós devemos mandálos lutar? perguntou Harry.
Não, disse Ron seriamente, Eu quero dizer que nós deveríamos dizer a eles para saírem. Nós não queremos mais Dobbies, queremos? Nós não podemos ordenar que
eles morram para nós...
Houve um barulho dos caninos de basilisco caindo dos braços de Hermione. Correndo até Rony, ela o abraçou ao redor de seu pescoço e o beijou na boca. Rony jogou
fora os caninos que segurava e respondeu com tal entusiasmo que ele ergueu Hermione no ar, tirando seus pés do chão.
É hora pra isso? Harry perguntou fracamente, e quando nada aconteceu a não ser que Rony e Hermione se agarraram ainda mais firmemente um ao outro e giraram no
mesmo lugar, ele elevou sua voz. OI! Tem uma guerra acontecendo aqui!
Rony e Hermione se separaram, seus braços continuaram um ao redor do outro.
Eu sei, parceiro disse Rony que olhou como se tivesse acabado de ser atingido atrás da cabeça por um porrete, então é agora ou nunca, não é?
Não se importe com isso, e a Horcruxe? Harry gritou. Acha que poderiam apenas... apenas segurar isso até que tenhamos o diadema?
Sim... certo... desculpe. disse Rony, e ele e Hermione recolheram os caninos, ambos com o rosto rosado.
Estava claro, que enquanto os três ficaram para trás no corredor de escadas, naqueles minutos que eles gastaram na Sala precisa a situação no castelo tinha piorado
muito: As paredes e o teto tremiam mais do que nunca; o ar encheuse de pó, e pela mais próxima janela, Harry viu estouros de luz verde e vermelha tão próxima dos
pés do castelo que ele soube que os Comensais da Morte estavam perto de entrar ali. Olhando para baixo, Harry viu Grope o gigante que passava vagando, balançando
o que parecia uma gárgula de pedra arrancada do telhado e rugia seu desgosto.
Vamos torcer para que ele pise em alguns deles! disse Rony enquanto mais gritos ecoavam de perto dali.
Contanto que não seja nenhum do nosso grupo! disse uma voz: Harry virou e viu Gina e Tonks, ambas com as varinhas apontadas na janela mais próxima, a qual tinha
várias vidraças faltando. Mesmo enquanto ele assistia, Gina mandou uma azaração certeira na multidão de lutadores ali embaixo.
Boa garota! rugiu uma figura que trespassava a poeira até eles, e Harry viu Aberforth novamente, o cabelo cinza dele voando como quando ele levava um grupo de
estudantes. Parece que eles talvez estejam passando pelos lutadores ao norte, eles trouxeram seus próprios gigantes.
Você viu o Remo? Tonks disse depois dele.
Ele estava duelando com Dolohov, gritou Aberforth, não o viu desde então!
Tonks, disse Gina, Tonks, eu tenho certeza de que ele está bem...
Mas Tonks tinha corrido pela poeira atrás de Aberforth.
Gina se virou, desamparada, para Harry, Rony, e Hermione.
Eles ficarão bem. disse Harry, entretanto ele sabia que essas eram palavras vazias. Gina, nós voltamos num segundo, só fique fora do caminho, fique segura...
vamos lá! ele disse a Rony e Hermione, e eles correram de volta até a parede atrás da qual a Sala Precisa estava esperando pela necessidade do próximo a entrar.
Eu preciso do lugar onde tudo está escondido. Harry enfiou isso dentro de sua cabeça, e a porta se materializou na terceira vez que eles passaram correndo.
O furor da batalha morreu no momento em que eles cruzaram a o limiar e fecharam a porta atrás deles: Tudo era silêncio. Eles estavam em um lugar do tamanho de uma
catedral com a aparência de uma cidade, suas paredes altas eram construídas de objetos escondidos por estudando que a muito já tinham saído.
E ele nunca percebeu que qualquer um poderia entrar? disse Rony, a voz dele ecoando no silêncio.
Ele pensou que ele era o único. disse Harry. Ruim pra ele que eu tive que esconder coisas no meu tempo... por aqui. ele acrescentou. Eu acho que está aqui
embaixo...
Ele passou pelos restos do Troll e o Armário Sumidouro que Draco Malfoy havia consertado no ano passado com conseqüências desastrosas, então hesitou, olhando para
lá e para cá pelos corredores de lixo; ele não sabia para onde ir agora...
Accio Diadema! guinchou Hermione em desespero, mas nada voou pelo ar em direção a eles. Parecia que, como o cofre de Gringotes, a sala não entregaria
seus objetos escondidos tão facilmente.
Vamos nos separar Harry disse aos outros dois Procurem por um busto de pedra de um homem velho, vestindo uma peruca e uma tiara. Ele está em cima de um armário
embutido e definitivamente próximo daqui...
Eles se apressaram pelos corredores adjacentes; Harry podia ouvir os passos dos outros que ecoam pelas muitas pilhas altas de objetos jogados fora, garrafas, chapéus,
engradados, cadeiras, livros, armas, cabos de vassoura, morcegos...
Em algum lugar por aqui, Harry murmurou para si mesmo. Em algum lugar... em algum lugar...
Mais e mais profundamente no labirinto ele foi olhando objetos que ele reconheceu de sua última vinda quela sala. Sua respiração estava alta a seus ouvidos, e sua
alma parecia tremer. Lá estava bem a sua frente, o velho armário empoeirado no qual ele tinha escondido seu velho livro de Poções, e em cima dele, o velho bruxo
deformado que usa uma peruca velha parda e o que se parecia com uma velhíssima tiara descolorada.
Ele já tinha esticado a mão, e ele estava a poucos centímetros, quando uma voz atrás dele disse:
Agüenta aí, Potter.
Ele baixou os pés e se virou. Crabbe e Goyle estavam de pé atrás dele, ombro a ombro, varinhas apontadas direto para Harry. Pelo pequeno espaço entre seus rostos
zombeteiros ele viu Draco Malfoy.
É a minha varinha que você está segurando, Potter. disse Malfoy, enquanto passava pelo espaço entre Crabbe e Goyle.
Não mais. latejou Harry, apertando seu punho na varinha quebrada Achado não é roubado, Malfoy. Quem te emprestou essa?
Minha mãe. disse Draco.
Harry riu, entretanto não havia nada muito humorístico na situação. Ele não podia ouvir Rony ou Hermione mais. Eles pareciam ter corrido fora do alcance de seus
ouvidos, procurando a diadema.
Então como é possível, vocês três não estarem com Voldemort? perguntou Harry.
Nós seremos recompensados. disse Crabbe. A voz dele era surpreendentemente macia para uma pessoa tão grande: Harry quase nunca tinha o ouvido falar antes. Crabbe
estava sorrindo como uma criança pequena a quem tinham prometido uma grande sacola de doce. Nós voltamos, Potter. Nós decidimos não ir. Decidimos entregálo a
ele.
Bom plano. disse Harry em falsa admiração. Ele não pôde acreditar que ele estava tão perto, e que seria atrapalhado por Malfoy, Crabbe, e Goyle. Ele começou
a escorregar lentamente para trás, em direção ao lugar onde a Horcruxe estava inclinada sobre o busto. Se ele pudesse apenas colocar suas mãos naquilo antes que
a luta começasse...
Então, como você entrou aqui? ele perguntou, tentando distraílos.
Eu praticamente morei na Sala de Coisas Escondidas todo o último ano, disse Malfoy, a voz dele frágil. Eu sei como entrar.
Nós estávamos escondidos no corredor lá fora, grunhiu Goyle. Nós conseguimos fazer feitiços desilusórios agora! E então, seu rosto se dividiu num sorriso estúpido,
você virou bem na nossa frente e disse que estava procurando por um diaduma!** O que é um diaduma?
Harry? a voz de Rony ecoou de repente do outro lado da parede a direita de Harry. Você está falando com alguém?
Com um movimento de chicote, Crabbe apontou a varinha dele para a montanha de mobília velha, de caldeirões quebrados, de livros velhos e roupões e de coisas indistinguíveis,
e gritou, Descendo!
A parede começou a cambalear, então o terço superior caiu no corredor próximo a porta onde Rony estava.
Rony! Harry berrou, enquanto em algum lugar longe da vista Hermione gritou, e Harry ouviu inúmeros objetos que se chocavam no chão do outro lado da parede instável:
Ele apontou a varinha dele montanha, dizendo, Finite! e ela se estabilizou.
Não! gritou Malfoy, segurando o braço de Crabbe que ameaçava para repetir o feitiço. Se você destruir a Sala, talvez você possa enterrar esse tal de diadema!
Qual é o problema? disse Crabbe, se libertando. É Potter que o Lorde das Trevas quer, quem se importa com esse diaduma?
Potter, veio até aqui pegar alguma coisa, disse Malfoy disfarçando doentiamente a impaciência com a lerdeza de seus colegas. então isto significa que...
Significa que? Crabbe se virou para Malfoy com ferocidade indisfarçada. Quem se preocupa com o que você pensa? Eu não obedeço as suas ordens, Draco. Você
e seu papai estão acabados.
Harry? gritou Rony novamente, do outro lado da pilha de entulho. O que está acontecendo?
Harry? imitou Crabbe. O que está acontecendo... não, Potter! Crucio!
Harry tinha se jogado até a tiara; A azaração de Crabbe errou o alvo, mas bateu no busto de pedra que voou pelos ares; a diadema voou e caiu onde ele não podia ver,
em uma pilha de objetos onde o busto havia estado.
PARE! Malfoy gritou a Crabbe, a voz dele ecoando pelo quarto enorme. O Lord das Trevas o quer vivo...
E daí? Eu não o estou matando, estou? gritou Crabbe, enquanto se livrava do braço de Malfoy que o continha. Mas se eu conseguir, eu matarei, o Lorde das Trevas
o quer morto de qualquer maneira, o que é a dif...?
Um jato de luz escarlate havia passado a centímetros de Harry: Hermione correu pela quina do corredor e mandou um Feitiço Estuporante diretamente na cabeça de Crabbe.
Só não acertou porque Malfoy o tirou do caminho.
É aquela sangueruim! Avada Kedavra!
Harry viu Hermione mergulhar para o lado, e a fúria com Crabbe por ele ter apontado para matar tirou tudo de sua mente. Ele atirou um Feitiço Estuporante em Crabbe
que se jogou para fora do caminho batendo na varinha de Malfoy fazendo ela sair de sua mão; ela rolou para longe da vista, embaixo de uma montanha de mobília quebrada
e ossos.
Não o mate! NÃO O MATE! Malfoy uivava a Crabbe e Goyle os quais ambos estavam apontando a Harry: O espaço de um segundo de hesitação era tudo que Harry precisava.
Expelliarmus!
A varinha de Goyle voou para longe da mão dele e desapareceu no monte de objetos ao lado dele; Goyle pulou idiotamente no mesmo lugar, tentando reavêla; Malfoy
saltou para fora do alcance do segundo Feitiço Estuporante de Hermione, e Rony, aparecendo de repente no fim do corredor, atirou um Feitiço de Corpo Preso em cheio
em Crabbe que por muito pouco não pegou.
Crabbe rolou em volta e gritou, Avada Kedavra! novamente.
Rony pulou para fora de vista para evitar o jato de luz verde. Procurando sua varinha Malfoy se agachou atrás de um guardaroupa de três pernas enquanto Hermione
se armava atrás deles, derrubando Goyle com um feitiço estuporante enquanto ela vinha.
Está em algum lugar aqui! Harry gritou a ela, apontando para pilha de coisas jogadas fora na qual a tiara velha tinha caído. Procure por ela enquanto eu vou
ajudar Ro...
HARRY! ela gritou.
Um rangido, variante atrás dele lhe chamou a atenção. Ele virou e viu Rony e Crabbe correndo o mais que podiam pelo corredor em que estavam.
Gosta de quentura, escória? rugiu Crabbe enquanto corria.
Mas ele parecia não ter nenhum controle sob o que tinha feito. Chamas de tamanho anormal os estavam perseguindo, lambendo as pilhas de coisas jogadas fora dos lados
que estavam se esmigalhando em fuligem ao simples toque deles.
Aguamenti! Harry gritou, mas o jato de água que voou da ponta da varinha dele evaporou no ar.
CORRAM!
Malfoy agarrou um atordoado Goyle e o arrastou; Crabbe ultrapassou todos eles, parecendo apavorado agora; Harry, Rony, e Hermione o seguiram, e o fogo os perseguiu.
Não era um fogo normal; Crabbe havia usado uma maldição a qual Harry desconhecia. Quando eles viraram a um canto, as chamas os assaram como se estivessem vivas,
com intenção de matálos. Agora o fogo estava mudando: Formando um gigantesco grupo de impetuosas bestas de fogo: serpentes, quimeras e dragões, erguendose e caindo,
e erguendose novamente, e os detritos de séculos dos quais eles estavam se alimentando, eram arremessados no ar até suas bocas ferozes, jogados alto pelas patas
com garras, antes de serem consumidas pelo inferno*.
Malfoy, Crabbe, e Goyle haviam sumido de vista: Harry, Rony e Hermione pararam terrificados; os impetuosos monstros estavam cercando eles, chegando mais e mais perto,
garras, chifres e caudas atacando, e o calor era sólido como uma parede ao redor deles.
O que faremos? Hermione gritou sobrepondose ao som ensurdecedor dos rugidos do fogo O que faremos?
Aqui!
Harry agarrou um par de pesadas vassouras da pilha de lixo mais próxima e jogou uma para Rony, que puxou Hermione para trás dele. Harry passou sua perna através
da segunda vassoura e, com um forte impulso no chão, eles levantaram vôo no ar, escapando por pouco da chifrada do raptor flamejante que rangeu suas mandíbulas para
ele. A fumaça e o calor estavam tornandose insuportáveis. Abaixo deles, o maldito fogo estava consumindo o contrabando de gerações de estudantes caçados, o resultado
perverso de milhares de experimentos banidos, os segredos de incontáveis almas que procuraram refúgio nessa Sala. Harry não podia ver vestígios de Malfoy, Crabbe
ou Goyle em lugar algum. Ele desceu o mais baixo que pode sobre os monstros marotos para tentar achálos, mas não havia nada além de fogo. Que terrível forma de
morrer... Ele nunca quis isso...
Harry, vamos sair daqui, vamos sair daqui! Gritou Rony, embora fosse impossível ver onde estava a porta através da fumaça negra.
Então Harry ouviu um pequeno som, um lastimoso grito humano por entre a terrível comoção, o trovão da chama devoradora.
É — muito — perigoso! Rony gritou, mas Harry rodopiou no ar. Com seus óculos dando aos seus olhos alguma proteção contra a fumaça, ele varreu a tempestade
de fogo abaixo, procurando um sinal de vida, um braço ou uma face que ainda não havia torrado como madeira...
E ele viu algo: Malfoy com seus braços em torno do inconsciente Goyle, a dupla empoleirada em uma frágil torre de mesas queimadas, e Harry abaixou. Malfoy
o viu vindo e levantou um braço, mas quando Harry o agarrou ele soube que aquilo não foi uma boa idéia. Goyle era muito pesado e a mão de Malfoy, coberta de suor,
deslizou instantaneamente de Harry.
SE NÓS MORRERMOS POR ELES, EU TE MATO, HARRY! Rosnou a voz de Rony, e como uma grande quimera de chamas abria caminho abaixo deles, ele e Hermione arrastaram
Goyle para suas vassouras, rolando e inclinando, no ar mais uma vez, enquanto Malfoy subia atrás de Harry.
A porta, vá para a porta! Gritou Malfoy no ouvido de Harry, e Harry apressouse, seguindo Rony, Hermione e Goyle através da crescente fumaça negra, com
dificuldades para respirar: e em torno deles os últimos objetos não queimados pelas chamas devoradoras foram lançados no ar, conforme as criaturas da maldição de
fogo os lançaram em celebração: taças e escudos, um colar brilhante e uma velha e descolorida tiara.
O que você está fazendo, o que você está fazendo, a porta é para aquele lado! gritou Malfoy, mas Harry recuou em um giro e mergulhou. O diadema parecia cair
em câmera lenta, girando e brilhando enquanto ia em direção da boca de uma serpente voraz, e então ele a pegou, encaixandoa ao redor de seu pulso.
Harry desviou novamente quando a serpente deu o bote; ele levantou vôo e foi imediatamente em direção ao local onde, ele rezou, a porta estava aberta; Rony, Hermione
e Goyle haviam desaparecido; Malfoy estava gritando e se segurando em Harry tão forte que o machucou. Então, através da fumaça, Harry viu uma mancha retangular na
parede e se dirigiu até ela, e momentos depois, o ar limpo encheu os seus pulmões, e eles colidiram com a parede do corredor frente.
Malfoy caiu da vassoura e ficou deitado com o rosto virado para o chão, respirando, tossindo e com ânsia de vômito. Harry rolou e se levantou: A porta da Sala Precisa
havia sumido e Rony e Hermione estavam sentados no chão, ofegando ao lado de Goyle, que continuava inconsciente.
CCrabbe, gaguejou Malfoy assim que conseguiu falar. CCrabbe...
Ele está morto disse Rony com aspereza.
Estava tudo silencioso, a não ser pela tosse e ofegos. Então um grande número de estrondos balançou o castelo, e uma grande cavalgada de figuras transparentes surgiu,
galopando seus cavalos, suas cabeças gritando com sede de sangue sob seus braços. Harry chocouse quando a Caçada dos SemCabeça passou e olhou ao redor: A batalha
continuava ao sua volta. Ele podia ouvir mais gritos do que os daqueles fantasmas. O pânico tomou conta dele.
Onde está Gina? disse ele severamente. Ela estava aqui. Ela deveria ter voltado para dentro da Sala Precisa.
Caramba, você acha que ela ainda vai funcionar depois desse fogo? perguntou Rony, mas abaixouse também, esfregando o peito e olhando para os dois lados.
Devemos nos separar e procurar?
Não disse Hermione, se abaixando também. Malfoy e Goyle continuaram caídos, sem esperança, no chão do corredor; nenhum deles tinha varinha.
Vamos ficar juntos. Acho que deveríamos.... Harry, o que é isso no seu braço?
O que? Ah é...
Ele tirou o diadema da sua cintura e a segurou na altura dos olhos. Ainda estava quente, escurecido pela fuligem, mas ao olhar de perto ele conseguiu discernir as
pequenas palavras gravadas nele; O ESPÍRITO SEM LIMITES É O MAIOR TESOURO DO HOMEM.
Uma substância parecida com sangue, escura e com aspecto de pixe, parecia estar saindo do diadema.
De repente Harry sentiu a coisa vibrar violentamente e então se quebrar em suas mãos e quando isso aconteceu, ele achou que tinha ouvido o mais distante grito de
dor, ecoando não dos campos do castelo, mas da coisa que estava quebrada nas suas mãos.
Deve ter sido o Fiendfyre*** se exaltou Hermione, seus olhos na peça quebrada.
Não entendi...
Fiendfyre fogo amaldiçoado é uma das únicas substâncias que destroem horcruxes, mas eu nunca, nunca mesmo ia usar, é muito perigoso... como Crabble sabia a
maneira de usálo?
Deve ter aprendido dos Carrows. disse Harry sinistramente.
Pena que ele não estava concentrado quando eles mencionaram como parar o fogo, realmente! disse Rony, cujo cabelo, como o da Hermione, estava chamuscado e o
rosto estava escurecido. Se ele não tivesse tentado matar todo mundo eu ficaria triste por ele ter morrido.
Mas você não percebe? suspirou Hermione. Isso significa que se nós pegarmos a cobra...
Mas ela parou enquanto gritos e batidas e o inconfundível barulho de batalha enchia o corredor. Harry olhou ao redor e seu coração pareceu falhar: Comensais da Morte
tinham entrado em Hogwarts. Fred e Percy tinham aparecido de costas, os dois duelando os homens mascarados e encapuzados.
Harry, Rony e Hermione correram pra ajudar: jatos de luz voavam em todas as direções e o homem duelando com Percy se afastou rápido: Então seu capuz escapuliu e
eles viram uma testa alta e cabelo com mechas brancas.
Olá Ministro! gritou Percy mandando um hábil feitiço até Thicknesse que deixou cair sua varinha e se engalfinhou nas suas roupas aparentemente em horrível desconforto.
Eu mencionei que estou pedindo demissão?
Você está brincando Percy!! gritou Fred enquanto o Comensal da Morte com quem ele estava lutando caiu com o peso de três estuporações. Thicknesse havia caído
no chão com pequenas erupções por todo o corpo; ele parecia estar se transformando em algum tipo de ouriço do mar. Fred olhou para Percy divertindose.
Você realmente está fazendo piadas, Percy! Acho que não ouço você brincando desde que você era... O ar explodiu. Eles tinham se agrupado juntos, Harry, Rony,
Hermione, Fred e Percy, os dois Comensais da Morte aos seus pés, um estuporado, outro transfigurado, e naquele pequeno momento, quando o perigo parecia temporariamente
suspenso, o mundo tinha se partido. Harry sentiuse voando pelo ar, e tudo o que ele pôde fazer era agarrar o mais forte possível naquela vara de madeira que era
sua única arma e resguardar sua cabeça com seus braços.
Ele ouviu os gritos e os berros dos seus companheiros sem esperança de saber o que estava acontecendo com eles e então o mundo se dissolveu em dor e escuridão:
Ele estava com metade do corpo soterrado nos destroços de um corredor que tinha sido alvo de um terrível ataque.
O ar frio disse a ele que um lado do castelo tinha sido explodido, e a viscosidade quente em sua bochecha lhe dizia que ele estava sangrando muito.
Então ele ouviu um terrível lamento que revirou suas entranhas, que expressou uma agonia de um tipo que nenhuma chama ou maldição poderia causar, e ele levantouse,
cambaleando, mais aterrorizado do que tinha estado naquele dia, mais aterrorizado, talvez, do que jamais havia estado em toda sua vida...
Hermione se esforçava para tirar os pés dos destroços, e três ruivos estavam agrupados no chão aonde a parede tinha explodido. Harry agarrou a mão de Hermione enquanto
eles cambaleavam e tropeçavam sobre pedra e madeira.

Não! Não! Não! Alguém estava gritando. Não! Fred! Não! E Percy chacoalhava seu irmão, enquanto Rony se ajoelhava ao lado dele, e os olhos de Fred olhavam
sem ver, e o fantasma de seu último sorriso ainda estava gravado em seu rosto.


Nota da Revisora:
* Na frase original, Minerva diz: He has, to use a common phrase, done a bunk.
Common phrase quer dizer expressão popular. A expressão que ela usa é done a bunk que significa algo como sair sem permissão. Por falta de expressão melhor,
escolhi abandonar navio, pensando no fato de que um capitão não deve abandonar o navio antes dele afundar (assim como ele como diretor, abandonou Hogwarts).
** No original, Crabble diz diadum quando deveria dizer diadem. Logo, traduzi diaduma.
***Fiendfyre não lembro da J.K. ter mencionado esse feitiço em outro livro, então achei melhor não traduzir. Mas ao pé da letra, seria algo como Fogo do Diabo,
Fogo do Inferno.


Capítulo TrintaeDois
A Varinha Mestra

O mundo havia acabado, então por que a batalha não cessava, o castelo caía silenciosamente no horror, e cada combatente tinha baixado suas armas? A mente
de Harry estava em queda livre, girando fora de controle, incapaz de absorver a impossibilidade, por que Fred Weasley não poderia estar morto, tudo que seus sentidos
mostravam deviam ser mentiras.
E então um corpo passou chispando ao lado da escola e maldições voaram neles, vindas da escuridão, atingindo a parede atrás de suas cabeças.
Abaixemse! Harry bradou, enquanto mais maldições voavam através da noite: ele e Rony agarraram Hermione e a puxaram para o chão, mas Percy estava deitado
ao lado do corpo de Fred, o escudando de mais sofrimento, e quando Harry gritou Percy, venha! Precisamos sair daqui! ele sacudiu a cabeça.
Percy! Harry viu fundas marcas cobrindo o rosto sujo de Rony enquanto ele pegava os ombros de seu irmão mais velho e tentava levantálo, mas Percy não
iria desistir.
Percy, você não pode fazer nada por ele! Nós vamos... Hermione gritou, e Harry, virandose, não precisou perguntar o por que. Uma monstruosa aranha, do
tamanho de um carro pequeno estava tentando escalar através de um enorme buraco na parede. Um dos descendentes de Ararogue estava se juntando briga.
Rony e Harry berraram ao mesmo tempo; seus feitiços colidiram e o monstro caiu para trás, suas pernas balançando horrivelmente, e sumiu na escuridão.
Ele trouxe companhia! Harry falou para os outros, olhando de relance pela borda do castelo através do buraco na parede que as maldições haviam aberto.
Mais aranhas gigantes estavam escalando a lateral do prédio, libertadas da Floresta Proibida, pela qual os Comensais da Morte deviam ter penetrado. Harry lançou
Feitiços Estupeficantes para baixo, na direção delas, derrubando o monstro que estava frente sobre seus colegas, de forma que eles rolaram de volta para baixo
e para fora de sua de seu campo de visão. Então mais maldições vieram sobre a cabeça de Harry, tão perto que sentiu seus cabelos arrepiarem.
Vamos sair, AGORA!
Puxando Hermione para frente dele e de Rony, Harry se inclinou para pegar embaixo da axila do corpo de Fred. Percy percebendo o que Harry estava tentando
fazer, parou de abraçar o corpo e ajudou: juntos, agachandose para evitar as maldições que voavam em sua direção, tirando Fred do caminho.

Aqui disse Harry, e eles o colocaram no lugar em que uma armadura ficava. Ele não poderia suportar olhar para Fred nem por mais um segundo além do que
era necessário, e depois de se certificar que o corpo estava completamente escondido, ele saiu correndo atrás de Rony e Hermione. Malfoy e Goyle tinham sumido, mas
no fim do corredor, que agora estava coberto de poeira e tijolos caídos, vidro que há muito tinha sido de janelas, ele viu muitas pessoas correndo para lá e para
cá, se eram amigos ou não ele não sabia dizer. Depois da curva, Percy deixou escapar um rosnado:
ROOKWOOD e saiu na direção de um homem alto, que estava perseguindo alguns estudantes.
Harry, aqui! Hermione gritou.
Ela havia puxado Rony para trás de uma tapeçaria. Eles pareciam estar lutando, e por um segundo louco Harry pensou que estavam se abraçando de novo, então
ele viu Hermione estava tentando impedir Rony de ir atrás de Percy.
Ouçame, OUÇA RONY!
Eu quero ajudar... eu quero matar Comensais da Morte!
Seu rosto estava contorcido, sujo de poeira e fumaça, e ele tremia de raiva e tristeza.
Rony, nós somos os únicos que podemos acabar com isso! Por favor... Rony... nós precisamos da cobra, nós precisamos matar a cobra! disse Hermione.
Mas Harry sabia como Rony estava se sentindo: perseguir outra Horcrux não poderia trazer a satisfação da vingança; ele também queria lutar, punilos, as
pessoas que haviam assassinado Fred, e ele queria achar os outros Weasley, e acima de tudo ter certeza, certeza absoluta, de que Gina não estava mas não, ele não
poderia permitir que essa idéia penetrasse sua mente.
Nós iremos lutar! Hermione disse. Nós teremos que fazêlo, que alcançar a cobra! Mas não vamos esquecer agora do que temos que ffazer! Nós somos os
únicos que podemos acabar com isso!
Ela também estava chorando, e limpou suas lágrimas do rosto na manga enquanto falava, ainda segurando Rony firmemente, ela se virou para Harry.
Você precisa descobrir onde Voldemort está, por que a cobra estará com ele, não vai? Faça isso Harry, olhe dentro dele!
Por que isso era tão fácil? Por que sua cicatriz estava queimando por horas mostrando os pensamentos de Voldemort? Ele fechou os olhos quando ela falou e
imediatamente todos os gritos e barulhos e sons difusos da batalha foram se tornando longínquos, como se ele estivesse muito longe de todos eles...
Ele estava no meio de uma desolada, porém familiar sala, com o papel saindo das paredes e todas as janelas cobertas, exceto uma. Os sons do assalto do castelo
eram difusos e distantes. A única janela desbloqueada revelava distantes pontos de luz onde o castelo estava, mas dentro do quarto estava escuro, exceto por uma
lâmpada a óleo solitária.
Ele estava brincando com a varinha por entre os dedos, observando tudo, seus pensamentos no castelo, a sala secreta se ele tivesse a encontrado, como a câmera,
que você devia ser inteligente e astuto e inquisitivo para achar... Ele estava confiante que o garoto não encontraria a coroa... Porém o bonequinho de Dumbledore
tinha ido muito mais longe que ele jamais esperara... Longe demais...
Milorde, disse uma voz, desesperada e falha. Ele virouse: lá estava Lucio Malfoy sentado no canto mais escuro, esfarrapado e ainda carregando as marcas
da punição que recebera depois da última vez que o garoto escapara. Um de seus olhos continuava fechado e inchado. Milorde... por favor... meu filho...

Se o seu filho está morto, Lucio, não é minha culpa. Ele não veio e se juntou a mim, como o resto dos sonserinos. Talvez ele tenha decidido virar amigo
de Harry Potter?
Não... Nunca sussurrou Malfoy.
Você deve esperar que não.
O senhor não não está com medo, meu senhor, que Potter talvez morra em outras mãos que não sejam as suas? perguntou Malfoy, sua voz vacilando. Não
seria...perdoeme... mais prudente acabar com a batalha, entrar no castelo e buscálo o senhor mmesmo?
Não finja, Lucio. Você deseja que a batalha acabe para que possa descobrir o que houve com seu filho. E eu não preciso procurar Potter. Antes que a noite
acabe, Potter irá vir me encontrar.
Voldemort voltou seu olhar mais uma vez para seus dedos e voltou a brincar com a varinha...Isso o incomodava... E essas coisas que incomodavam Lord Voldemort
precisavam ser rearranjadas.
Vá e ache Snape.
Snape, mmeu Lord?
Snape. Agora. Eu preciso dele. Tem um... serviço... eu preciso dele. Vá.
Amedrontado, escorregando um pouco na poeira, Lucio saiu do quarto. Voldemort continuou ali, passando a varinha pelos dedos, olhandoa fixamente.
É o único jeito, Nagini. ele sussurrou, e olhou em volta, e lá estava a enorme serpente, agora suspensa meia altura, se virando graciosamente dentro
de um encanto, protegida por ele, uma enorme transparente esfera entre uma gaiola brilhante e um tanque.
Com um engasgo, Harry estava de volta e abria seus olhos no mesmo momento que seus ouvidos eram pegos de assalto com os gritos e choros, as coisas quebrando
e os estampidos da batalha.
Ele está na Casa dos Gritos. A cobra está com ele, está com alguma proteção mágica em sua volta. Ele acabou de mandar Lucio Malfoy atrás de Snape.
Voldemort sentado na Casa dos Gritos? disse Hermione alarmada. Ele nem está, nem está LUTANDO?
Ele acha que não precisa lutar, disse Harry. Ele acha que eu vou atrás dele.
Mas por quê?
Ele sabe que eu estou atrás da Horcrux! Ele está mantendo Nagini perto dele obviamente eu vou ter que ir até ele para chegar perto da coisa.
Certo disse Rony, levantando os ombros. Então você não pode ir, é o que ele quer, o que ele está esperando. Você fica aqui e cuida de Hermione, e
eu vou atrás dele.
Harry impediu Rony.
Vocês dois fiquem aqui, eu vou com a Capa e vou voltar assim que...
Não, disse Hermione, faz muito mais sentido se eu pegar a Capa e...
Nem pense nisso! Rony resmungou para ela.
Antes que Hermione tivesse dito Rony, eu sou tão capaz quanto... a tapeçaria em cima da escadaria embaixo da qual eles estavam, foi rasgada.
POTTER.
Dois Comensais da Morte mascarados estavam lá, mas mesmo antes que eles terminassem de levantar as varinhas, Hermione lançou :
Glisseo!

As escadas abaixo deles se transformaram em um tobogã onde ela, Harry e Rony desceram, incapazes de controlar sua velocidade, mas tão rápido que os Feitiços
Estuporantes dos Comensais da Morte voaram por cima da cabeça deles. Eles atiravam através da tapeçaria e os feitiços ricocheteavam no chão, atingindo a parede oposta.
Duro! gritou Hermione, apontando sua varinha para a tapeçaria, e um barulho muito alto, alto demais de furar os tímpanos irrompeu da tapeçaria quando
ela virou pedra e os comensais ficaram lutando contra a pedra lisa.
Volte gritou Rony, e ele, Hermione e Harry se jogaram contra uma porta enquanto um bando de escrivaninhas trovejavam além deles, conduzidas por uma Prof.
Mc Gonagall correndo a toda. Seu cabelo caía do coque e tinha um corte em sua bochecha. Quando ela virou a curva do corredor, eles ouviramna gritar:
CARGA!
Harry, você coloca a Capa, disse Hermione. Não se preocupe com nós!
Mas ele já havia jogado em cima dos três; como estavam muito altos, ele duvidava que a Capa os cobrisse por inteiro, e que alguém devia ver seus pés sem
corpo através da poeira que enchia o ar, as pedras caídas, a miscelânea de feitiços. Eles correram para a próxima escada e se viram em um corredor cheio de duelos.
Os porta retratos nos dois lados dos duelistas estavam coalhados de figuras gritando avisos e encorajamentos, enquanto os Comensais da Morte, tanto mascarados quanto
sem máscaras, duelavam com estudantes e professores. Dino estava cara a cara com Dolohov, Parvati com Travers. Harry Rony e Hermione levantaram as varinhas de uma
só vez, prontos para revidar, mas os outros levantavam tanta poeira que havia uma enorme probabilidade de que acertassem algum dos seus com suas maldições. Mesmo
enquanto continuavam parados, procurando por uma oportunidade de agir, ele ouviram um grande Wheeeeeeeeeeeeeeeee! e olharam para cima, Harry viu Pirraça passando
por cima deles, jogando potes de Arapucosos nos Comensais da Morte, em cujas cabeças começavam a crescer tubérculos como grossos braços.
ARGH!
Um pouco dos tubérculos haviam atingido a Capa, acima da cabeça de Rony; o líquido verde pairava estranhamente enquanto Rony tentava fazêlo sair.
Tem alguém invisível ali! falou um Comensal da Morte mascarado, apontando. Dino aproveitou o momento de distração dos Comensais e acabou com ele com
um Feitiço Estuporante; Dolohov tentou revidar, mas Parvati lançou um Corpo Preso nele.
VAMOS LOGO! Harry gritou, e ele, Rony e Hermione arrumaram a Capa a sua volta e foram, com as cabeças baixas, através dos muitos duelistas escorregando
um pouco em poças de Arapucosos, através do topo da escada para dentro do salão de entrada.
Eu sou Draco Malfoy, Eu sou Draco, eu estou do seu lado!
Draco estava do outro lado, lutando com outro comensal mascarado. Harry estuporou o Comensal quando passaram. Malfoy olhou em volta, procurando quem o salvara,
e Rony deulhe um soco por debaixo da Capa. Malfoy caiu em cima do Comensal, com a boca sangrando, meio aberta.
E essa é a segunda vez que salvamos sua vida essa noite, seu bastardo de duas caras! berrou Rony.
Por todas as escadas e pelo hall, havia gente duelando. Comensais por todo lado que Harry olhava: Yaxley, perto da porta da frente, em combate com Flitwick,
um Comensal mascarado duelava com Kingsley ao lado deles. Estudantes corriam por todos os lados; alguns carregando ou arrastando amigos feridos. Harry apontou um
Feitiço Estuporante no Comensal mascarado, ele errou e por pouco não acertou Neville, que havia saído de lugar nenhum lutando com Tentáculos Venenosos, que o giravam
alegremente em volta dos Comensais e começavam a girálo.
Harry, Rony e Hermione desceram a escada de mármore: vidro voou da esquerda, e a ampulheta em que eram computados os pontos da Sonserina derramava as suas
esmeraldas por todo lado, de forma que as pessoas escorregavam e caíam enquanto corriam. Dois corpos caíram do andar superior acima de suas cabeças quando eles alcançaram
a rua, e o Harry viu algo acinzentado que achou ser um animal sair correndo em quatro patas através do hall para enfiar seus dentes em alguém caído.
NÃO! gritou Hermione, e com um gesto da varinha, Fenrir Greyback foi jogado para trás do corpo que agonizava de Lilá Brown. Ele bateu no corrimão e lutou
para voltar a ficar de pé. Então, com uma luz branca e um barulho de quebra, uma bola de cristal caiu no topo de sua cabeça, ele caiu no chão e não se mexeu mais.
Eu tenho mais! berrou a Professora Trelwney de acima do corrimão. mais para quem quiser! AQUI.
E como um saque no tênis, ela tirou outra enorme bola de cristal da bolsa, jogoua para cima e fez a bola quebrar uma janela. Nesse momento as enormes portas
de carvalho se abriram com um estrondo e mais enormes aranhas forçaram sua entrada no hall.
Gritos de terror cortaram o ar: os duelistas dispersaram, Comensais e Hogwartianos da mesma forma, e jatos de luz verdes e vermelhos voaram na direção dos
monstros que vinham, que estremeceram e levantar nas patas traseiras, mais assustadoras que nunca.
Como vamos sair? gritou Rony acima de todos os berros, mas antes que Harry e Hermione pudessem responder, eles foram empurrados para o lado; Hagrid vinha
correndo escadas abaixo com um estrondo, brandindo seu guardachuva rosa florido.
Não os machuque! Não os machuque! ele gritava.
HAGRID, NÃO! Harry esquecera de tudo: ele saiu de debaixo da Capa, correndo abaixado para evitar as maldições que enchiam o salão.
HAGRID, VOLTA AQUI! mas ele nem estava a meio caminho de Hagrid quando ele viu acontecer: Hagrid desapareceu por entre as aranhas, e com um movimento
rápido, elas se retraíram abaixo dos muitos feitiços que voavam, Hagrid enterrado no meio delas.
HAGRID! Harry ouviu alguém gritar seu próprio nome, se era amigou o inimigo não importava: ele saía pelos degraus de pedra para as terras escuras, e
as aranhas fugiam com sua presa, e ele não podia ver nada de Hagrid.
HAGRID! ele achou que tinha visto um enorme aceno de braço vindo do meio do bando de aranhas, mas quando ele foi ir atrás delas, seu caminho foi impedido
por pé enorme, que veio da escuridão e caiu estatelado no chão. Ele olhos para cima: um gigante estava parado na frente dele, três metros de altura, sua cabeça escondida
nas sombras, não era possível ver nada alem de sua juba iluminada pelas luzes que vinham do castelo. Com um movimento brutal, fluido, ele amassou um pedaço de janela
e vidro choveu em cima de Harry, forçandoo a voltar para baixo na proteção das portas.
Oh meu...! Hermione se esganiçou, quando ela e Rony alcançavam Harry e olharam para cima enquanto o gigante tentava tirar pessoas pela janela quebrada.
NÃO! Rony gritou, pegando a mão de Hermione quando ela levantava a varinha. Se você o estuporar, ele amassa metade do castelo!
HAGGER?

Grope veio caminhando pelo lado do castelo; só agora Harry percebia que Grope era um gigante um tanto pequeno. O monstruoso gigante tentava amassar pessoas
nos andares superiores, se virou e soltou um rosnado. Os degraus de pedra sacudiram quando ele se virou para sua pequena família, e a boca de Grope se abriu de lado,
mostrando dentes amarelos, meio quebrados; e então eles se jogaram uns contra os outros com a selvageria de leões.
CORRAM! Harry berrou, a noite cheia de terríveis estampidos e gritos enquanto os gigantes se aproximavam, ele pegou a mão se Hermione e desceu os degraus
correndo para os jardins, Rony cobrindo a parte de trás deles. Harry não havia perdido esperança de achar e salvar Hagrid; ele correu tão rápido que eles estavam
a meio caminho da floresta até se darem conta do que acontecia.
O ar em volta deles congelou: a respiração de Harry presa e sólida em seu peito. Formas se moviam na escuridão, figuras de escuridão concentrada, se movendo
em grandes ondas até o castelo, seus rostos escondidos, sua respiração dissonante...
Rony e Hermione se esconderam atrás dele e o som da batalha foi rapidamente ficando muda, aterrorizado, por que somente dementadores podiam fazer isso, e
de repente a verdade desabou sobre ele, e Fred tinha se ido, e Hagrid estava morrendo nesse momento ou já estava morto...
Vamos, Harry! disse a voz de Hermione de algum lugar muito, muito longe. O patrono, Harry!
Ele levantou a varinha, as a desesperança estava se abrindo sobre ele: quanto mais já tinham morrido e ele nem sabia? Ele sentiu que sua alma já estava a
meio caminho do corpo...
HARRY, ANDA!! gritou Hermione.
Cem dementadores avançavam, indo na direção deles, sugando seu caminho próximo ao desespero de Harry, que era como uma promessa de um banquete...
Ele viu o cão Terrier prateado de Rony no ar, piscar debilmente e sumir; ele viu a foca de Hermione se virar no ar e sumir, e sua varinha tremeu em sua mão,
e ele quase agradeceu a paz que vinha, a promessa de nada, de não sentir...
E então ele viu uma lebre, um porco e uma raposa prateada passarem pela cabeça dos três: os dementadores recuaram antes que as criaturas se aproximassem.
Mais três pessoas tinham chego vindo da escuridão para parar ao lado deles, suas varinhas em riste, continuando a guiar os patronos: Luna, Ernie e Simas.
Isso mesmo, disse Luna cheia de coragem, como se estivessem de volta Sala Precisa, Isso mesmo, Harry...pense em algo feliz...
Algo feliz? ele disse, com a voz falhando.
Nós ainda estamos aqui, ela sussurrou, Nós ainda estamos lutando. Venha agora...
Houve uma fagulha prateada, e então uma enorme luz, e assim, com o maior esforço que já lhe custara o cervo saiu da ponta da varinha de Harry. Ele foi em
frente, e agora os dementadores sairam para o escuro, e imediatamente a noite voltou de novo, mas o som da batalha voltou forte aos ouvidos dele.
Não podemos agradecer o suficiente. disse Rony tremendo, se virando para Luna Ernie e Simas, vocês salvaram...
Com outro rosnado de fazer o coração parar, outro gigante veio correndo de fora da escuridão na direção da floresta, brandindo um bastão maior que qualquer
um deles.
CORRAM! Harry gritou de novo, mas os outros não precisavam de nenhum aviso; Todos eles estavam dispersos, e foi bem na hora, no próximo segundo o vasto
pé da criatura caiu exatamente onde eles estavam antes. Harry olhou em volta: Rony e Hermione o haviam seguido, mas os outros haviam desaparecido de volta para a
batalha.
Vamos sair do alcance! Rony gritou enquanto o gigante agitava seu bastão de novo e seus grunhidos ecoassem através da noite, através das terras onde
jatos de luz verde e vermelha continuavam a iluminar a escuridão.
A Casa dos Gritos disse Harry, vamos!
De alguma forma, ele conseguiu conter tudo na sua mente, escondido em um pequeno espaço em que ele não podia olhar agora: pensamentos sobre Fred e Hagrid,
e o terror por todas as pessoas que ele amava, dentro e fora do castelo, deviam esperar, por que eles precisavam correr, precisavam achar a cobra e Voldemort, por
que era, como Hermione disse, a única maneira de acabar com isso.
Ele correu mais rápido, meio que acreditando que podia não morrer, ignorando os jatos de luz que voavam na escuridão por toda a volta dele, e o som do lago
quebrando como o mar, e os barulhos da floresta proibida apesar de que a noite estava sem vento; pensando que fora por culpa dele que a rebelião começara, ele correu
mais rápido do jamais correra na vida, e foi ele que viu a grande árvore primeiro, o Salgueiro que protegia a entrada secreta, enquanto ele rangia e brandia seus
grossos galhos.
Tossindo e engasgando, Harry diminuiu a velocidade, olhando os galhos que rangiam do salgueiro, passando pelo escuro na direção de seu tronco, tentando ver o único
nó na base da velha arvore que o paralisaria. Rony e Hermione o alcançaram, Hermione tão sem fôlego que não podia falar.
Co como vamos entrar? ofegou Rony. eu posso... ver o lugar... se nós tivéssemos... o Bichento de novo...
Bichento? Hermione chiou, se curvando. Você é um bruxo ou o que?
Ah... é... verdade...
Rony olhou em volta, então dirigiu sua varinha para um galho seco no chão e disse:
Vingardium Leviosa! o galho levitou, andou no ar com se tivesse sido pego por alguém invisível na direção da base do Salgueiro. Ele tocou o nó e a arvore
ficou completamente parada.
Perfeito! elogiou Hermione.
Espere.
Por um balançado segundo, enquanto os estampidos e barulhos da batalha enchiam o ar, Harry hesitou. Voldemort queria que ele fosse até lá fazer isso, queria
que ele fosse... Estaria ele guiando Rony e Hermione para uma armadilha?
Mas a realidade parecia perto demais em cima dele, cruel e dolorosa: a única maneira de seguir em frente era matando a cobra, e a cobra estava com Voldemort,
e Voldemort era o fim desse túnel...
Harry, nós vamos... entra aí logo! disse Rony, empurrandoo para frente.
Harry entrou vagarosamente na passagem de terra escondida entre as raízes da arvore. Era uma passagem muito mais apertada que da outra vez que tinham entrado.
O túnel era baixo: eles tinham que se dobrar ao meio para se mover através dela há quatro anos, agora não tinha outra maneira senão engatinhar. Harry foi primeiro,
sua varinha iluminou, esperando que a qualquer momento teriam que enfrentar algo, mas nada veio.
Eles se moveram em silêncio, o olhar de Harry estava fixo em um feixe de luz que vinha de sua varinha, segurandoa no punho. Até que finalmente o túnel começou
a subir e Harry viu uma nesga de luz frente. Hermione agarrou seu pulso.
A Capa! ela sussurrou. Coloque a Capa!

Ela foi atrás dele e forçou a capa escorregadia em sua mão livre. Com dificuldade ele a arrastou para cima do corpo, murmurou Nox extinguindo a luz da
varinha, e continuou de quatro, o mais silenciosamente possível, todos seus sentidos ressonado, esperando que a cada segundo seria descoberto, ouviria uma voz fria,
veria uma luz verde.
E então ele ouviu vozes vindas de uma sala vindo diretamente da frente deles, camufladas apenas pelo fato que a abertura pelo fim do túnel pelo que parecia
ser um velho engradado. Mal ousando respirar, Harry levantouse para a abertura e passou por uma pequena passagem por entre a pedra e a parede.
O quarto a seguir, era muito escuro, mas ele podia ver Nagini, virando e girando como se estivesse debaixo d'água, em segurança em seu encantamento, a esfera
transparente, que flutuava sem suporte no ar. Ele podia ver a ponta da mesa, e um longo dedo branco com uma varinha.
Então Snape falou, e o coração de Harry bateu enlouquecido: Snape estava a centímetros de onde ele estava agachado, escondido.
... Milorde, a resistência dele está caindo...
E está assim sem a sua ajuda, disse Voldemort, com sua voz aguda e clara. bruxos talentosos acharam que você estava ajudando, eu não acho que você
fará muita diferença agora. Nós estamos quase lá... quase.
Deixeme encontrar o garoto. Deixeme trazer Potter para o senhor. Eu sei que posso achálo, milord. Por favor.
Snape deu passos largos pela abertura, e Harry se afastou um pouquinho, deixando os olhos fixos em Nagini, imaginando se sabia algum Feitiço que poderia
penetrar a proteção em volta dela, mas ele não podia pensar em nada. Uma tentativa mal sucedida entregaria sua posição...
Voldemort levantouse. Harry podia vêlo agora, vendo os olhos vermelhos, a face branca serpentina, a pele parecia emanar uma luz na semiescuridão.
Eu tenho um problema, Severo disse Voldemort suavemente.
Meu lorde? disse Snape.
Voldemort levantou a Varinha Mestra, segurandoa delicadamente e precisamente como um maestro.
Por que isso não funciona comigo, Severo?
Em silêncio, Harry imaginou que havia ouvido a cobra sibilar enquanto virava e revirava ou era a ira sibilante de Voldemort no ar?
Memeu lorde? disse Snape reticente. Eu não entendo. O sesenhor já fez mágicas espetaculares com essa varinha.
Não, disse Voldemort. eu fiz minha mágica normal. Eu sou extraordinário, mas essa varinha... não. Não revelou as mágicas extraordinárias que me haviam
sido prometidos. Não senti diferença dessa para a que sempre usei do Olivaras todos esses anos.
O tom de Voldemort era calmo, afável, mas a varinha de Harry tinha começado a latejar e pulsar: a dor começava em sua testa, e ele sabia muito bem que a
fúria controlada de Voldemort começava a explodir.
Nenhuma diferença. disse Voldemort novamente.
Snape não falou. Harry não podia ver seu rosto. Ele imaginava se Snape teria sentindo o perigo se estava procurando as palavras certas para se esquivar de
seu mestre.
Voldemort começou a caminhar pela sala: Harry não conseguia mais vêlo por alguns segundos enquanto ele murmurava, falando no mesmo tom de voz controlado,
com a dor e a fúria dentro de Harry.

Eu tenho pensado longa e persistentemente, Severo... você sabe por que eu chamei você da batalha?
E por um momento, Harry viu o perfil de Snape. Seus olhos estavam fixos acima da esfera da cobra.
Não, Milorde, mas eu aposto que me deixará retornar. Deixeme achar Potter.
Você falou igual a Lucio. Nenhum de vocês entende Potter como eu entendo. Ele não precisa ser achado. Potter virá para mim. Eu conheço sua fraqueza, entende,
sua grande falha. Ele odiará ver os outros lutando em sua volta, sabendo que é ele que eu quero. Ele vai querer para isso de qualquer maneira. Ele virá.
Mas, Milorde, ele poderia ser morto por outro que não o senhor...
Minhas instruções aos Comensais foram perfeitamente claras. Capturar Potter. Mate seus amigos, quanto mais, melhor, mas não matemno. Mas não é sobre isso
que desejo falar com você, Severo, não Harry Potter. Você tem me sido muito valoroso. Muito valoroso.
Milorde sabe que só quero servilo. Mas deixeme ir e achar o garoto, Milorde. Deixeme trazêlo para o senhor. Eu sei que posso...
Eu já disse que não! disse Voldemort, e Harry viu uma certa vermelhidão em seus olhos quando ele se virou de novo, e o farfalhar de sua capa pareceu
o sibilar de uma cobra, e ele sentiu a impaciência de Voldemort queimando sua cicatriz. Meu problema no momento, Severo, é o que acontecerá quando eu finalmente
ver o garoto!
Milorde, com certeza não há o que questionar...?
Mas há uma questão, Severo. Há.
Voldemort parou, e Harry pôde ver seu rosto plano de novo enquanto ele escorregava a Varinha Mestra pelos dedos brancos, encarando Snape.
Por que as duas varinhas que eu usei contra Potter falharam?
Nnão sei responder, Milorde.
Não pode?
O acesso de raiva parecia com uma faca na testa de Harry: ele enfiou o punho na própria boca para impedir que chorasse de dor. Ele fechou os olhos, e de
repente ele era Voldemort olhando o rosto pálido de Snape.
Minha varinha de condão fez tudo que pedi, Severo, exceto matar Harry Potter. Falhou duas vezes. Olivaras me disse sob tortura dos gêmeos Core, me disse
para usar outra varinha. Eu o fiz, mas a varinha de Lucio quebrou quando encontrou a de Potter.
Eeu não tenho explicação, Milorde.
Snape não olhava Voldemort agora. Seus olhos negros ainda fixos num ponto acima do globo protetor da serpente.
Eu consegui uma terceira varinha, Severo. A Varinha Mestra, a Varinha do Destino, a Varinha da Morte. Eu a peguei de seu mestre antigo. Eu a peguei de
Alvo Dumbledore.
E agora Snape olhava para Voldemort, e o rosto de Snape era uma máscara da morte. Estava vermelha e branca e continuava quando ele falou, era um choque ver
que ninguém vivia por trás dos olhos fechados.
Milorde, deixeme pegar o garoto...
Por toda essa longa noite quando eu estou a um piscar de olhos da vitória, eu sentei aqui disse Voldemort, sua voz mal passava de um sussurro, imaginando,
imaginando, por que a Varinha Mestra se recusa ser o que provou ser, se recusa a se mostrar como a lenda diz que deveria com seu dono mais correto... e eu acho que
tenho a resposta.
Snape não falou.
Talvez você já saiba? Você é um homem esperto, apesar de tudo, Severo. Você tem sido um servo leal, e eu me arrependo do que possa acontecer.
Milorde...
A Varinha Mestra não pode me ser próspera, Severo, por que eu não sou seu mestre verdadeiro. A varinha pertence ao mago que matou o último dono. Você matou
Alvo Dumbledore. Enquanto você viver, Severo, a Varinha Mestra não pode ser realmente minha.
Milorde! Snape protestou, levantando sua varinha.
Não pode ser de outro jeito, disse Voldemort. eu preciso ser mestre da varinha Severo. Mestre da varinha, e mestre de Potter finalmente.
E Voldemort riscou o ar com a Varinha Mestra. Não aconteceu a Snape, que por um momento pensou ter sido poupado: mas então a intenção de Voldemort pareceu
clara. A esfera da cobra estava rolando pelo ar, e antes que Snape pudesse fazer algo além de gritar, tinha caído sobre ele, enrolando seus ombros e sua cabeça,
e Voldemort disse em língua de cobra.
Mate.
Houve um terrível grito. Harry viu o rosto de Snape perder a pouca cor que tinha, ia ficando branco, seus olhos iam arregalando, enquanto a cobra enfiava
suas presas em seu pescoço, e ele não conseguia mais empurrar a gaiola para longe de si, seus joelhos falhavam e ele caía no chão.
Me arrependo disso disse Voldemort frio.
Ele se virou; não havia tristeza nele, nem remorso. Era hora de sair dali e ir carga, com uma varinha que agora iria funcionar completamente. Ele a apontou
para a gaiola que protegia a cobra, que levitou alto, para longe de Snape, que caiu completamente no chão, sangue saindo dos buracos de seu pescoço. Voldemort saiu
da sala sem olhar para trás e a enorme gaiola flutuou atrás dele.
De volta ao túnel e em sua própria mente, Harry abriu os olhos; ele tinha tirado sangue das gengivas na tentativa de não gritar. Agora ele olhava pelo pequeno
buraco, vendo um pé em uma bota preta passando.
Harry! murmurou Hermione atrás dele, mas ele já tinha apontado sua varinha bloqueando sua visão. Ele levantou um centímetro no ar e olhou para os dois
lados. O mais silenciosamente que pode pulou para dentro do quarto.
Ele não sabia por que estava fazendo isso, por que estava se aproximando do homem moribundo: ele não sabia o que sentia vendo o rosto branco de Snape, os
dedos tentando estancar o sangue do pescoço. Harry tirou a Capa da Invisibilidade e olhou para o homem que odiava, os olhos negros encontraram Harry e ele parecia
querer falar. Harry se abaixou ao lado dele, e Snape agarrou a frente de seu manto e puxouo para perto.
Um som terrível, raspada, como um gargarejo veio de Snape
Pegue... isso... Pegue... isso.
Algo além de sangue saía de Snape. Azul prateado, nem gás nem liquido, saiu de algum lugar entre sua orelha e sua boca, e Harry sabia o que era, mas não
sabia o que fazer um frasco, conjurada de ar puro, foi enfiado em sua mão por Hermione. Harry colocou a estranha substancia dentro dele com sua varinha. Quando
o frasco estava cheio até a borda, Snape olhava e pensava, mas não havia mais sangue nele, seu aperto no manto de Harry afrouxou.
Olhe... para... mim ele sussurrou.

Os olhos verdes encontraram os negros, mas depois de um segundo, algo desapareceu do segundo par, deixandoo fixo, incompleto e vazio. A mão segurando Harry
caiu no chão e Snape não se mexeu mais.

Capítulo Trinta e Três
O Conto do Príncipe


Harry permaneceu ajoelhado ao lado de Snape, observandoo, quando de repente uma voz alta e fria falou tão perto deles que Harry levantouse de sobressalto,
o frasco muito apertado em suas mãos, achando que Voldemort tinha entrado na sala novamente.
A voz de Voldemort ressoou pelas paredes e pelo chão, e Harry percebeu que ele falava para Hogwarts e para toda a redondeza, para todos os residentes de
Hogsmeade e todos que ainda lutavam no castelo, de forma que todos pudessem ouvilo claramente, como se estivesse falando bem ao lado das pessoas, sua respiração
bem atrás de seus pescoços como um assopro de morte.
Vocês têm lutado, disse a voz alta e fria, valentemente. Lorde Voldemort sabe valorizar bravura.
Entretanto, vocês têm enfrentado grandes perdas. Se continuarem resistindo a mim, vocês todos morrerão, um por um. Eu não desejo que isso aconteça. Cada
porção de sangue mágico derramado é uma grande perda.
Lorde Voldemort é misericordioso. Eu ordeno que minhas forças voltem imediatamente.
Vocês têm uma hora. Disponham seus mortos com dignidade. Cuidem de seus feridos.
Agora eu falo, Harry Potter, diretamente para você. Você tem permitido que seus amigos morram por ti ao invés de você mesmo me enfrentar. Eu esperarei
por uma hora na Floresta Proibida. Se, ao final de uma hora, você não tiver vindo até mim, não tiver se rendido, então a batalha recomeçará. Desta vez, eu mesmo
entrarei na luta, Harry Potter, encontrarei você e punirei todos os últimos homens, mulheres e crianças que tentarem te esconder de mim. Uma hora.
Rony e Hermione sacudiram a cabeça freneticamente, olhando para Harry.
Não escute ele, disse Rony.
Vai dar tudo certo, disse Hermione descontrolada. Vamos vamos voltar para o castelo, se ele foi para a floresta, precisamos pensar em um novo plano
.
Ela deu mais uma olhada ao corpo de Snape, e se apressou pela entrada do túnel. Rony a seguiu. Harry pegou a Capa de Invisibilidade, e olhou para Snape.
Ele não sabia o que sentir, exceto choque pela forma com que Snape fora morto e as razões para que isso tenha sido feito...
Eles se arrastaram de volta pelo túnel, sem conversar, e Harry imaginava se Rony e Hermione ainda ouviam Voldemort soando em suas cabeças como ele ouvia.
Você tem permitido que seus amigos morram por ti ao invés de você mesmo me enfrentar. Eu esperarei por uma hora na Floresta Proibida... Uma hora...
Pequenos sacos de lixo pareciam encobrir o gramado na frente do castelo. Deveria faltar mais ou menos uma hora para o amanhecer, no entanto, continuava muito
escuro. Os três se apressaram em direção aos degraus de pedra. Um cachorro solitário, do tamanho de um barco, estava deitado abandonado na frente deles. Não havia
qualquer sinal de seu agressor ou de Grope.
O castelo encontravase anormalmente silencioso. Não havia flashes de luz, nenhum estrondo ou gritos agora. A laje do hall de entrada estava deserta manchada
de sangue. Esmeraldas ainda estavam esparramadas por todo o chão, bem como pedaços de mármore e madeira. Partes dos corrimãos tinham sido arrancadas.
Onde está todo mundo? sussurrou Hermione.
Rony liderou o caminho até o Salão Principal. Harry parou na porta.
As mesas das Casas tinham sumido e o salão estava lotado. Os sobreviventes encontravamse em grupos, seus braços em volta dos pescoços uns dos outros. Os
feridos estavam sendo tratados em uma plataforma por Madame Pomfrey e um grupo de ajudantes. Firenze estava entre os feridos; seus flancos estavam cobertos de sangue,
e ele tremia deitado, incapaz de se levantar.
Os mortos estavam deitados em fila no meio do Salão. Harry não conseguia ver o corpo de Fred porque a família estava toda em volta dele. Jorge estava ajoelhado
próximo cabeça do irmão; A Sra. Weasley estava debruçada no peito de Fred, e seu corpo tremia. O Sr. Weasley acariciavalhe os cabelos enquanto lágrimas caíam
por suas bochechas.
Sem uma palavra a Harry, Rony e Hermione se afastaram. Harry viu Hermione se aproximando de Gina, que tinha o rosto inchado e manchado, e a abraçou. Rony
se juntou a Gui, Fleur e Percy, que colocou seus braços sobre os ombros de Rony. Quando Gina e Hermione moveramse para mais perto do restante da família, Harry
teve uma visão clara sobre quem estava deitado próximo a Fred. Remo e Tonks, pálidos e parecendo em paz, como se estivessem dormindo sob o escuro e encantado teto.
Assim que Harry cambaleou de volta para a porta do Salão, esse pareceu desaparecer, encolher. Ele não conseguia respirar direito. Ele não conseguia suportar
olhar para os outros corpos, ver quem mais tinha morrido por ele. Ele não conseguia suportar se juntar aos Weasley, não podia olhálos nos olhos, uma vez que se
tivesse desistido e se entregado da primeira vez, talvez Fred nunca tivesse morrido...
Ele se virou e seguiu pela escada de mármore. Lupin, Tonks... Ele queria não sentir... Ele desejava poder arrancar seu coração, suas entranhas, tudo estava
gritando dentro dele...
O castelo estava completamente vazio; mesmo os fantasmas pareciam ter se juntado a massa em luto no Salão Principal. Harry correu sem parar, apertando o
frasco de cristal com as últimas lembranças de Snape, e não desacelerou até atingir a estátua de gárgula que guardava a sala do diretor.
Senha?
Dumbledore! disse Harry sem pensar, porque era ele quem Harry almejava ver, e para sua surpresa a gárgula deu passagem revelando a escada em espiral
atrás.
Mas quando Harry adentrou a sala circular, ele encontrou uma mudança. Os quadros pendurados por toda parte estavam vazios. Nenhum diretor ou diretora permaneceu
para vêlo; todos eles pareciam ter saído através dos quadros do castelo para dar uma olhada no que estava acontecendo.
Harry olhou sem esperanças para o quadro deserto de Dumbledore, pendurado diretamente atrás da cadeira do diretor, e deulhe as costas. A Penseira de pedra
estava dentro do armário, no lugar onde sempre estivera. Harry despejou as memórias de Snape dentro da ampla bacia com escritas em runas por toda sua borda. Fugir
para a cabeça de outra pessoa seria um alívio abençoado... Nada que Snape tivesse deixado para ele poderia ser pior do que seus próprios pensamentos. As memórias
rodaram, brancoprateadas e estranhas, e sem hesitar, com um sentimento de imprudente abandono, como se isso diminuísse sua torturante tristeza, Harry mergulhou.
Ele caiu abruptamente em um lugar ensolarado, e seus pés encontraram o chão quente. Quando ele se endireitou, viu que estava perto de um playground deserto.
Uma única e grande chaminé dominava o distante horizonte. Duas garotas balançavamse para frente e para trás enquanto um garoto magricela escondido atrás das moitas
as observava. Seus cabelos negros muito compridos estavam tão desalinhados que parecia ser de propósito, usando uma calça jeans muito curta, um casaco muito grande
e esfarrapado que deveria ter pertencido a um homem adulto e uma estranha camiseta que parecia um avental.
Harry aproximouse do garoto. Snape não parecia ter mais do que nove ou dez anos, e era amarelado, pequeno, fibroso. Seu rosto fino apresentava uma cobiça
indisfarçável quando ele olhava para a mais nova das garotas, que se balançava cada vez mais alto do que sua irmã.
Não faça isso, Lílian! gritou a mais velha das duas.
Mas a garota tinha levado o balanço até a maior altura de seu arco e voou no ar, quase que literalmente, lançandose para o céu com gritos de risadas, e
ao invés de se espatifar no asfalto do playground, ela subiu como uma trapezista pelo ar, ficando no alto por muito tempo e aterrissando brilhantemente.
A mamãe disse para você não fazer isso!
Petúnia parou o seu balanço, fazendo um barulho agudo e arranhado ao fincar os calcanhares das sandálias no chão, e saltou, com as mãos nos quadris.
Mamãe disse que você não tem permissão, Lílian!
Mas eu estou bem, disse Lílian, rindo. Túnia, olhe isso. Olhe o que eu posso fazer.
Petúnia olhou em volta. O playground estava deserto, embora as garotas não soubessem que Snape estava ali. Lílian pegou uma flor caída da moita atrás da
qual Snape espreitava. Petúnia aproximouse, evidentemente dividida entre curiosidade e desaprovação. Lílian esperou que Petúnia se aproximasse o suficiente para
ter uma boa visão, e então ela abriu a palma da sua mão. A flor, que ali estava, abria e fechava suas pétalas, como uma ostra bizarra cheia de lábios.
Pare com isso! gritou Petúnia.
Não está te machucando, disse Lílian, mas ela fechou sua mão sobre a flor e a jogou no chão.
Não é certo, disse Petúnia, mas seus olhos seguiram o vôo da flor ao solo e permaneceram nela. Como você faz isso? ela acrescentou, em um tom de
voz longo e claro.
É óbvio, não é? Snape saiu de trás da moita, não podendo mais se conter. Petúnia gritou e correu para trás dos balanços, mas Lílian, embora claramente
assustada, permaneceu onde estava. Snape pareceu se arrepender de ter aparecido. Um pequeno rubor apareceu nas suas bochechas amareladas assim que ele olhou para
Lílian.
O que é óbvio? perguntou Lílian.
Snape tinha um ar de nervosa excitação. Com uma olhada na distante Petúnia, agora parada ao lado dos balanços, ele baixou a voz e disse, Eu sei o que você
é.
O que você quer dizer?
Você é... você é uma bruxa, sussurrou Snape.
Ela olhou ofendida.
Isso não é uma coisa muito agradável de dizer para alguém!
Ela se virou, com o nariz arrebitado, e foi em direção da irmã.
Não! disse Snape. Ele estava muito vermelho agora, e Harry pensou porquê ele não tirou aquele casaco ridículo e enorme, a não ser que fosse para não
revelar o avental embaixo dele. Ele adiantouse em direção s garotas, parecendo ridiculamente um morcego, como a versão mais velha de Snape.
As irmãs o avaliaram, unidas em desaprovação, ambas segurando um dos postes do balanço, como se fosse mais seguro.
Você é, disse Snape para Lílian. Você é uma bruxa. Eu estive te observando por um tempo. E não há nada errado nisso. Minha mãe é uma, e eu também sou
um bruxo.
A risada de Petúnia foi como água fria.
Bruxo! ela gritou, sua coragem retornando agora que ela tinha se recobrado do choque da presença inesperada do garoto. Eu sei quem você é. Você é o
filho do Snape! Eles moram lá embaixo na Rua da Fiação, perto do rio, ela contou a Lílian, e era evidente pelo seu tom que ela considerava o endereço de baixa
recomendação. Por que você estava espionando a gente?
Não estava espionando, disse Snape, quente e desconfortável, com os cabelos sujos brilhando pela luz do sol. Nunca espionaria você, de qualquer forma,
ele acrescentou sem se conter, você é Trouxa.
Embora Petúnia evidentemente não tivesse entendido a palavra, ela não pode deixar de perceber o tom.
Lílian, venha, nós vamos embora! ela disse agudamente. Lílian imediatamente obedeceu a irmã, olhando para Snape quando partia. Ele continuou parado olhandoas
até que atravessassem o portão do playground, e Harry, o único que restou para observálo, reconheceu o desapontamento amargo de Snape, e entendeu que ele estivera
planejando esse momento durante um tempo, e tudo tinha dado errado...
Antes que Harry percebesse, a cena dissolveuse e reformulouse ao seu redor. Ele estava agora em uma pequena moita formada por árvores. Ele podia ver um
rio brilhando ensolarado através dos troncos. As sombras lançadas pelas árvores formavam uma área de sombra verde e fria. Duas crianças estavam sentadas olhando
uma para a outra, com as pernas cruzadas no chão. Snape tinha tirado o casaco agora; seu estranho avental parecia menos esquisito com pouca luz.
... e o Ministério pode punir você se você fizer mágica fora da escola, você recebe cartas.
Mas eu tenho feito mágicas fora da escola!
Está tudo certo. Nós ainda não temos varinhas. Eles deixam de te punir quando você é criança e não consegue se controlar. Mas assim que você faz onze anos,
ele acrescentou com importância, e eles começam a te treinar, então você deve tomar cuidado.

Fezse um pouco de silêncio. Lílian tinha pegado um graveto e o girado no ar, e Harry sabia que ela estava imaginando faíscas saindo dele. Após, ela largou
o graveto, inclinandose para o garoto, e disse:
Isso é verdade, não é? Não é piada? Petúnia diz que você está mentindo para mim. Petúnia diz que não existe Hogwarts. Isso é verdade, não é?
É real para nós, disse Snape. Não para ela. E nós receberemos a carta, você e eu.
Verdade? sussurrou Lílian.
Definitivamente, disse Snape, e mesmo com seu corte de cabelo malfeito e suas roupas estranhas, ele parecia uma figura estranhamente impressionante
na frente dela, entusiasmado com a certeza de seu destino.
E a carta virá realmente por coruja? Lílian sussurrou.
Normalmente, disse Snape. Mas você é NascidaTrouxa, então alguém da escola deverá vir e explicar tudo aos seus pais.
E não faz diferença ser NascidaTrouxa?
Snape hesitou. Seus olhos negros, ansiosos no escuro esverdeado, moveramse pelo rosto pálido e os cabelos vermelhos escuros.
Não, ele disse. Não faz nenhuma diferença.
Que bom, disse Lílian, relaxando. Estava claro que ela estivera preocupada com isso.
Você tem uma grande carga mágica, disse Snape. Eu vi isso. Todo o tempo eu fiquei te observando...
A voz dele apagouse; ela não estava ouvindo, e esticouse no chão cheio de folhas olhando para o topo das árvores frondosas. Ele a observava cobiçoso da
mesma forma como a observara no playground.
Como estão as coisas na sua casa? Lílian perguntou.
Uma pequena sombra apareceu nos olhos dele.
Bem, ele disse.
Eles não estão discutindo mais?
Ah, sim, eles estão discutindo, disse Snape. Ele pegou um monte de folhas na mão e começou amassálas, aparentemente desatento sobre o que estava fazendo.
Mas isso não vai durar muito tempo e vou embora.
Seu pai não gosta de mágica?
Ele não gosta muito de nada. disse Snape.
Severo?
Um pequeno sorriso voltou boca de Snape quando ela disse seu nome.
Sim?
Conteme sobre os dementadores de novo.
Porque você quer saber sobre eles?
Se eu usar mágica fora da escola
Eles não te mandam para os dementadores por isso! Dementadores são para pessoas que realmente fizeram coisas más. Eles guardam a prisão dos bruxos, Azkaban.
Você não vai terminar lá, você é tão...
Ele ficou vermelho de novo e picou mais folhas. De repente um pequeno farfalhar atrás de Harry fez ele se virar: Petúnia, escondida atrás de uma arvore,
perdeu seu esconderijo.
Túnia! disse Lílian, surpresa e dando as boasvindas, mas Snape levantouse de sobressalto.
Quem está espionando agora? ele gritou. O que você quer?
Petúnia estava sem fôlego, alarmada por ter sido pega. Harry pode ver que ela estava se esforçando para dizer alguma coisa que o machucasse.
Então, o que é isso que você está usando? ela disse, apontando para o peito de Snape. A blusa de sua mãe?
Veio um barulho. Um galho que estava acima da cabeça de Petúnia caiu. Lílian gritou. O galho atingiu Petúnia nos ombros, ela cambaleou para trás e caiu no
choro.
Túnia!
Mas Petúnia estava fugindo. Lílian voltou para Snape.
Você fez aquilo acontecer?
Não. Ele parecia ao menos tempo desafiador e assustado.
Fez sim! Ela estava se afastando dele. Fez sim! Você a machucou!
Não não, não fiz!
Mas a mentira não convenceu Lílian. Depois de mais uma olhada mordaz, ela correu da pequena moita atrás de sua irmã, e Snape parecia infeliz e confuso...
E a cena se reformulou. Harry olhou em volta. Ele estava na plataforma 9 ¾, e Snape estava parado ao seu lado, ligeiramente encurvado, próximo a uma mulher
magra, de rosto amarelado e malhumorado, que se parecia muito com ele. Snape olhava uma família de quatro pessoas a uma pequena distância dali. As duas garotas
estavam um pouco afastadas dos pais. Lílian parecia implorar algo a irmã. Harry moveuse para perto delas para escutar.
... Me desculpe, Túnia, me desculpe! Ouça... Ela pegou a mão da irmã e segurou forte, embora Petúnia tentasse se desvencilhar. Talvez assim que eu
estiver lá não, ouça, Túnia! Talvez assim que eu estiver lá, eu possa falar com o Professor Dumbledore e persuadilo a mudar de idéia!
Eu não quero ir! disse Petúnia, e ela tentou puxar a mão das mãos da irmã. Você acha que eu quero ir para um castelo estúpido aprender a ser uma
uma...
Seus olhos pálidos moveramse através da plataforma, sobre os miados dos gatos nos braços de seus donos, sobre as corujas que se agitavam e gritavam umas
para as outras nas gaiolas, sobre os estudantes, alguns já vestidos com suas roupas negras, carregando as malas para o trem vermelho ou cumprimentando uns aos outros
com gritos alegres depois de um verão separados.
você acha que eu quero ser uma uma aberração?
Os olhos de Lílian se encheram de lágrimas assim que Petúnia conseguiu puxar sua mão de volta.
Eu não sou um aberração, disse Lílian. Isso é uma coisa horrível de se dizer.
É esse o lugar para onde você está indo, disse Petúnia com satisfação. Uma escola especial para aberrações. Você e o garoto Snape... esquisitos, é
o que vocês dois são. É bom que você seja separada de pessoas normais. É para nossa segurança.
Lílian olhou na direção dos pais, que olhavam em volta da plataforma com um ar de sincero divertimento, apreciando a cena. Então ela olhou de volta para
a irmã, e sua voz era baixa e firme.
Você não achava que era uma escola para aberrações quando escreveu para o diretor e implorou que ele te aceitasse.
Petúnia ficou escarlate.
Implorar? Eu não implorei!
Eu vi a resposta dele. Foi muito bondosa.
Você não deveria ter lido... sussurrou Petúnia, era particularcomo você pôde?
Lílian desviou o olhar meio que olhando para a direção de Snape ali perto.
Petúnia ofegou.
Aquele garoto encontrou a carta! Você e ele estiveram xeretando no meu quarto!
Não não xeretando Agora Lílian estava na defensiva. Severo viu o envelope, e não acreditava que um Trouxa pudesse contatar Hogwarts, isso é tudo!
Ele disse que devem existir bruxos trabalhando secretamente nos correios que cuidam da
Aparentemente bruxos metem o nariz em todos os lugares! disse Petúnia, agora tão pálida como tinha ficado ruborizada. Aberração! ela xingou sua irmã,
e saiu para onde estavam seus pais...
A cena se dissolveu novamente. Snape se apressava pelo corredor do Expresso de Hogwarts enquanto o trem se aproximava do campo. Ele já vestia as vestes da
escola, provavelmente trocadas na primeira oportunidade que encontrou para tirar suas desagradáveis roupas de Trouxa. Finalmente ele parou, fora de um compartimento
no qual um grupo de garotos barulhentos conversava. Encurvada em um canto ao lado da janela estava Lílian, sua cabeça encostada no vidro. Snape abriu a porta do
compartimento e sentouse no assento oposto ao dela. Ela olhou para ele e voltou a olhar para a janela. Ela estivera chorando.
Eu não quero falar com você. ela disse numa voz contida.
Por que não?
Túnia me oodeia. Porque a gente viu a carta de Dumbledore.
E daí?
Ela deulhe uma olha de profundo desgosto.
Daí que ela é minha irmã!
Ela é apenas uma... Ele segurouse depressa; Lílian, muito ocupada tentando enxugar os olhos sem que ninguém percebesse, não o ouviu.
Mas nós estamos indo! ele disse, incapaz de suprimir a excitação em sua voz. É isso! Nós estamos indo para Hogwarts!
Ela assentiu, esfregando os olhos, mas não pode se conter e quase sorriu.
É melhor você ficar na Sonserina, disse Snape, encorajado já que ela estava um pouco mais alegre.
Sonserina?
Um dos garotos que dividiam o compartimento e que não tinha demonstrado qualquer interesse em Lílian e Snape até então, olhou para o lado ao ouvir a palavra,
e Harry, cuja atenção estava focada inteiramente para os dois ao lado da janela, viu seu pai: magro, cabelos negros como Snape, mas com aquele ar indefinível e despreocupado,
até adorável, que Snape notadamente não tinha.
Quem quer ficar na Sonserina? Eu acho que eu iria embora se isso acontecesse, você também? Tiago perguntou acenando para o garoto na sua frente, e com
choque, Harry percebeu que era Sirius. Sirius não sorriu.
Minha família inteira esteve na Sonserina. ele disse.
Nossa, disse Tiago, e eu achei que você parecia normal!
Sirius sorriu.
Talvez eu quebre a tradição. Onde você quer ficar, caso possa escolher?
Tiago brandiu uma espada invisível.
Grifinória, onde estão os bravos de coração! Como o meu pai.
Snape fez um pequeno barulho depreciativo. Tiago voltou a olhálo.
Algum problema com isso?
Não, disse Snape, embora seu leve sorriso dissesse o contrário. Se você prefere ser musculoso ao invés de inteligente...
E para onde você espera ir, uma vez que você não parece ser nenhum dos dois? interpelou Sirius.
Tiago caiu na risada. Lílian endireitouse, bastante vermelha, e olhou de Tiago para Sirius com desgosto.
Vamos, Severo, vamos procurar um outro compartimento.
Oooooo...
Tiago e Sirius imitaram sua voz arrogante; Tiago tentou passar uma rasteira em Snape quando este passou.
Vejo você por aí, Ranhoso! uma voz chamou, assim que a porta do compartimento bateu...
E a cena se dissolveu novamente...
Harry estava parado bem atrás de Snape e os dois olhavam as mesas das Casas iluminadas pela luz de velas, alinhadas com rostos absortos. E então a Professora
McGonagall disse, Evans, Lílian!
Ele observou sua mãe, com as pernas tremendo, caminhando e sentandose no banquinho instável. A Professora McGonagall colocou o Chapéu Seletor em sua cabeça,
e ele mal tocou seus cabelos vermelhos escuros, quando gritou, Grifinória!
Harry escutou Snape dar um pequeno gemido. Lílian tirou o chapéu, devolveuo a Professora McGonagall, e se dirigiu a mesa alegre da Grifinória, mas assim
que chegou, olhou para Snape, e havia um pequeno e triste sorriso no rosto dela. Harry viu Sirius levantarse do banco para dar lugar a Lílian. Ela o olhou, e pareceu
reconhecêlo do trem, cruzou os braços firmemente, dando as costas para ele.
A chamada continuou. Harry assistiu Lupin, Pettigrew, e seu pai se juntar a Lilian e Sirius na mesa da Grifinória. Finalmente, quando apenas uma dúzia de
estudantes esperava para ser sorteada, a Professora McGonagall chamou Snape.
Harry caminhou com ele até o banquinho, observandoo colocar o chapéu na cabeça. Sonserina! gritou o Chapéu Seletor.
E Severo Snape seguiu para o outro lado do Salão, longe de Lílian, onde os estudantes da Sonserina o recebiam felizes, onde Lúcio Malfoy, com um distintivo
de monitor brilhando em seu peito, deu palmadinhas nas costas de Snape quando este se sentou ao seu lado...
E a cena mudou...
Lílian e Snape estavam andando pelo pátio da escola, evidentemente discutindo. Harry se apressou para alcançálos e ouvilos. Quando chegou perto, ele percebeu
o quão maior eles estavam. Poucos anos pareciam ter se passado desde a Seleção.
... pensei que fôssemos amigos? Snape dizia, Melhores amigos?
Nós somos, Sev, mas não gosto de algumas pessoas com quem você anda saindo! Desculpeme, mas eu detesto Avery e Mulciber! Mulciber! O que você vê nele,
Sev, ele é asqueroso! Você sabe o que ele tentou fazer com Mary Macdonald outro dia?
Lílian chegou a um pilar e encostouse nele, olhando para o rosto magro e amarelado.
Não foi nada demais, disse Snape. Foi uma brincadeira, só isso...
Foi Magia Negra, e se você acha isso engraçado...
E as coisas que o Potter e seus amigos fazem? interpelou Snape. Sua cor novamente voltou quando ele disso isso, parecendo incapaz de segurar seu ressentimento.
O que o Potter tem a ver com isso? disse Lílian.
Eles xeretam durante a noite. Tem alguma coisa estranha com aquele Lupin. Aonde ele sempre vai?
Ele está doente, disse Lílian. Eles dizem que ele está doente...
Todo mês na lua cheia? disse Snape.
Eu sei sua teoria, disse Lílian, e soou fria. Por que você está tão obcecado com isso? Por que se preocupa com o que eles fazem durante a noite?
Só estou tentando te mostrar que eles não são tão maravilhosos como todos pensam que são.
A intensidade de seu olhar fez Lílian corar.
Pelo menos eles não usam Magia Negra. Ela baixou a voz. E você está sendo malagradecido. Eu ouvi o que aconteceu na outra noite. Você foi xeretar
aquele túnel sob o Salgueiro Lutador, e Tiago Potter salvou você do que tinha lá embaixo...
O rosto inteiro de Snape se contorceu e ele explodiu:
Salvou? Salvou?! Você acha que ele estava bancando o herói? Ele estava salvando o próprio pescoço e de seus amigos também! Você não vai Eu não vou permitir
que você...
Me permitir? Me permitir?
Os olhos brilhantes e verdes de Lílian pareciam fendas. Snape recuou imediatamente.
Eu não quis dizer Só não quero ver você fazer papel de boba para Ele gosta de você, Tiago Potter gosta de você! As palavras pareciam escapar contra
a sua vontade. E ele não é... todo mundo acha... grande herói do Quadribol... A amargura e o desgosto de Snape despedaçavamno incoerentemente, e as sobrancelhas
de Lilian estavam cada vez mais levantadas em sua testa.
Eu sei que Tiago Potter é um idiota arrogante, ela disse, cortando Snape. Eu não preciso que você me diga isso. Mas a idéia de humor de Mulciber e
Avery é completamente má. Má, Sev. Eu não entendo como você pode ser amigo deles.
Harry duvidava que Snape tivesse escutado as restrições dela Mulciber e Avery. No momento em que ela insultou Tiago Potter, todo o corpo dele relaxou,
e quando eles voltaram a caminhar, havia uma nova primavera nos passos de Snape...
E a cena se dissolveu...
Harry viu novamente Snape saindo do Salão Principal após seu N.O.M. de Defesa Contra as Artes das Trevas, para fora do castelo e parando, perdido em pensamentos,
próximo da árvore onde Tiago, Sirius, Lupin e Pettigrew estavam sentados. Mas Harry manteve distância dessa vez, porque ele sabia o que aconteceria após Tiago lançar
Severo no ar e insultálo; ele sabia o que tinha acontecido e o que tinha sido dito, e ouvir isso novamente não lhe daria nenhum prazer... Ele observou Lílian se
aproximar do grupo para defender Snape. Distante, ele ouviu Snape, em sua humilhação e fúria, gritar para ela a palavra imperdoável: Sangueruim.
A cena mudou...
Desculpeme.
Eu não quero saber.
Desculpeme!
Poupe seu fôlego.
Era noite. Lílian, que vestia um roupão, estava parada com os braços cruzados na frente do retrato da Mulher Gorda, na entrada da Torre da Grifinória.
Eu só vim porque Mary me disse que você estava ameaçando dormir aqui.
Eu disse. Eu teria dormido. Eu nunca quis te chamar de Sangueruim, foi só que...
Escapou? Não havia piedade na voz dela. Tarde demais. Eu escuto desculpas suas por anos. Nenhum de meus amigos entende porque eu ainda converso com
você. Você e seus preciosos amiguinhos Comensais da Morte veja bem, e você nem se importa em negar! Você nem se importa com o que vocês estão se tornando! Você
mal pode esperar para se juntar a VocêSabeQuem, não é?
Ele abriu a boca, mas fechou sem falar nada.
Não posso fingir mais. Você escolheu seu lado, e eu escolhi o meu.
Não ouça, eu não tive a intenção...
de me chamar de Sangueruim? Mas você chama todos com o mesmo nascimento que o meu de Sangueruim, Severo. Por que seria diferente comigo?
Ele esforçouse para voltar a discursar, mas com um olhar desdenhoso ela virouse e entrou pelo buraco do retrato...
O corredor se dissolveu, e a cena demorou um pouco a tomar forma: Harry parecia voar através de formas e cores que mudavam, até que o lugar se solidificou
mais uma vez e ele estava parado no topo de uma colina, deserta e fria na escuridão, o vento assoviando através dos galhos das poucas árvores sem folhas. O Snape
adulto ofegava, avançando pelo local, com sua varinha firmemente segura em sua mão, esperando por alguma coisa ou alguém... Seu medo também infestou Harry, apesar
deste saber que não poderia ser machucado, e olhando sobre os ombros, imaginava o que Snape estaria esperando...
Então um brilhante e afiado raio de luz branco voou pelo ar. Harry pensou que fosse um raio, mas Snape caiu de joelhos e sua varinha voou de sua mão.
Não me mate!
Essa não era a minha intenção.
Qualquer som da aparatação de Dumbledore foi abafado pelo som do vento nos galhos. Ele parou perante Snape com suas vestes chicoteando ao redor, e seu rosto
foi iluminado pela luz lançada pela sua varinha.
Bem, Severo? Que mensagem Lorde Voldemort tem para mim?
Não nenhuma mensagem Eu estou aqui por minha conta!
Snape esfregava as mãos. Ele parecia meio louco, com seus cabelos negros espalhados voando ao seu redor.
Eu eu vim com um aviso não, um pedido por favor
Dumbledore abaixou a varinha. Apesar das folhas e troncos ainda voarem através do ar da noite ao redor deles, um silêncio caiu no lugar onde ele e Snape
se encaravam.
Que pedido um Comensal da Morte poderia fazer a mim?
A a profecia... a predição... Trelawney...
Ah, sim, disse Dumbledore. Quanto dela você reportou a Lorde Voldemort?
Tudo tudo que eu ouvi! disse Snape. É por isso essa é a razão ele acha que significa Lílian Evans!
A profecia não se refere a uma mulher, disse Dumbledore. Fala de um garoto nascido no final de Julho
Você sabe o que eu quero dizer! Ele acha que se trata do filho dela, ele vai caçála matar todos eles...
Se ela significa tanto para você, disse Dumbledore, certamente Lorde Voldemort a poupará? Você não poderia pedir misericórdia pela vida da mãe, em
troca da do filho?
Eu pedi eu pedi a ele...
Você me dá nojo, disse Dumbledore, e Harry nunca tinha ouvido tanto desdém em sua voz. Snape parecia se encolher um pouco, Você não se importa, então,
com as mortes do marido e do filho dela? Eles podem morrer, desde que você tenha o que quer?
Snape não disse nada, apenas olhou para Dumbledore.
Esconda todos, então, ele disse rouco. mantenha ela eles salvos. Por favor.
E o que você me dará em troca, Severo?
Em em troca? Snape encarou Dumbledore por um tempo, e Harry esperava que ele protestasse, mas após um longo momento ele disse, Qualquer coisa.
O topo da colina se desfez e Harry estava agora na sala de Dumbledore, e alguma coisa fazia um som terrível, como um animal ferido. Snape se afundava na
cadeira e Dumbledore estava parado bem atrás dele observandoo severamente. Após um momento, Snape levantou seu rosto e tinha a aparência de um homem que tinha vivido
cem anos de miséria desde que partiu do topo da colina.
Eu pensei... que você fosse... mantêla... a salvo...
Ela e Tiago confiaram na pessoa errada, disse Dumbledore. Como você, Severo. Você não esperava que ele a poupasse?
A respiração de Snape era superficial.
O filho dela sobreviveu. disse Dumbledore.
Com um pequeno aceno de cabeça, Snape parecia espantar uma mosca nojenta.
O filho dela sobreviveu. Ele tem os olhos dela, precisamente os olhos dela. Você se lembra da forma e cor dos olhos de Lílian Evans, eu tenho certeza?
NÃO! gritou Snape. Se foi... morta...
Isso é remorso, Severo?
Eu queria... eu queria que eu estivesse morto...
E que utilidade isso teria para alguém? disse Dumbledore friamente. Se você amava Lílian Evans, se você realmente a amava, então seu caminho de agora
em diante está limpo.
Snape parecia observar através de uma neblina de dor, e as palavras de Dumbledore pareciam levar um tempo para atingilo.
O que o que você quer dizer?
Você sabe como e porque ela morreu. Faça com que isso não tenha sido em vão. Ajudeme a proteger o filho de Lílian.
Ele não precisa de proteção. O Lorde das Trevas se foi...
O Lorde das Trevas retornará, e Harry Potter estará em perigo mortal quando ele ressurgir.
Houve uma grande pausa, e devagar Snape recobrou seu autocontrole e sua própria respiração. Finalmente ele disse:
Muito bem. Muito bem. Mas nunca nunca conte, Dumbledore! Isso deve ficar entre nós! Jure! Eu não posso tolerar... Especialmente o filho do Potter...
Eu quero a sua palavra!
Minha palavra, Severo, que eu nunca revele o melhor de você? Dumbledore suspirou, olhando para o rosto feroz e angustiado de Snape. Se você insiste...
A sala dissolveuse e reformulouse instantaneamente. Snape andava para lá e para cá em frente a Dumbledore.
...medíocre, arrogante como o pai, determinado a violar as regras, encantado por descobrir ser famoso, sempre buscando atenção e impertinente...
Você vê o que espera ver, Severo, disse Dumbledore, sem tirar os olhos da cópia de Transfiguração hoje. Outros professores disseram que o garoto é
modesto, agradável, e razoavelmente talentoso. Particularmente, eu o achei uma criança encantadora.
Dumbledore mudou de página, e disse, sem levantar os olhos, Fique de olho em Quirrel, ok?
Um redemoinho de cores, e agora tudo estava escuro, Snape e Dumbledore estavam parados um pouco afastados do hall de entrada, enquanto os últimos retardatários
do Baile de inverno passavam para irem dormir.
Bem? murmurou Dumbledore.
A Marca de Karkaroff também está ficando mais escura. Ele está em pânico, ele teme represália; você sabe o quanto de informações ele passou ao Ministério
após a queda do Lord das Trevas. Snape olhou de lado para o perfil do nariz quebrado de Dumbledore. Karkaroff pretende fugir se a Marca queimar.
Pretende? disse Dumbledore calmamente, ao mesmo tempo em que Fleur Delacour e Roger Davies vinham sorrindo pelo terreno em frente. E você tentará se
juntar a ele?
Não, disse Snape, seus olhos negros pousandose nas figuras de Fleur Delacour e Roger Davies. Eu não sou um covarde.
Não, concordou Dumbledore. Você é um homem muito mais corajoso do que Igor Karkaroff. Você sabe, s vezes eu acho que nós Selecionamos cedo demais...*
Ele partiu, deixando Snape, aparentemente abalado...
E agora Harry estava na sala do diretor novamente. Era noite, e Dumbledore afundava de lado na cadeira parecida com um trono atrás da mesa, aparentemente
semi consciente. Sua mão direita caída para o lado, preta e queimada. Snape murmurava encantamentos, apontando sua varinha do pulso até a mão, enquanto com a mão
esquerda ele segurava um cálice cheio de uma poção dourada espessa que derrubava pela garganta de Dumbledore. Após um momento, as pálpebras de Dumbledore pestanejaram
e se abriram.
Por que, disse Snape, sem preâmbulo, por que você colocou aquele anel? Ele carrega um feitiço, certamente você percebeu isso. Por que, ao mesmo, tocálo?
O anel de Servolo Gaunt estava em cima da mesa em frente a Dumbledore. Estava quebrado; a espada de Grifinória ao lado dele.
Dumbledore sorriu.
Eu... fui um tolo. Imensamente tentado...
Tentado pelo quê?
Dumbledore não respondeu.
É um milagre que você tenha conseguido retornar até aqui! Snape parecia furioso. Aquele anel carrega um feitiço extremamente poderoso, contêlo é o
máximo que nós podemos fazer; Eu pausei a maldição em uma mão por enquanto...
Dumbledore levantou sua mão negra, sem uso, e a examinou com uma expressão de interessante curiosidade.
Você fez muito bem, Severo. Quanto tempo você acha que eu tenho?
O tom de Dumbledore era de conversa, como se ele estivesse perguntando sobre a previsão de tempo. Snape hesitou, e então disse:
Eu não sei dizer. Talvez um ano. Não há encantamento para esse tipo de maldição que reverta o processo para sempre. Ela se espalhará aos poucos, é do tipo
de feitiço que ganha força com o tempo.
Dumbledore sorriu. A notícia de que ele tinha menos de um ano de vida parecia ter pouco ou nenhuma importância para ele.
Eu sou um afortunado, extremamente afortunado, de ter você, Severo.
Se tivesse me chamado um pouco mais cedo, eu talvez tivesse sido capaz de fazer mais, ganhar mais tempo para você! disse Snape furioso. Ele olhou para
o anel quebrado e a espada. Você achou que quebrar o anel pudesse quebrar o feitiço?
Alguma coisa assim... eu estava delirando, sem dúvida... disse Dumbledore. Com esforço ele se endireitou na cadeira. Bem, realmente, isso adianta bastante
coisa.
Snape parecia altamente perplexo. Dumbledore sorriu.
Eu me refiro ao plano de Lorde Voldemort no que concerne a mim. O plano de querer que o garoto Malfoy me mate.
Snape sentouse na cadeira na qual Harry freqüentemente ocupava, na mesa, em frente a Dumbledore. Harry poderia dizer que ele queria falar mais sobre o assunto
da mão enfeitiçada de Dumbledore, mas o outro o interrompeu com uma educada recusa a discutir mais sobre isso. Franzindo o cenho, Snape disse, O Lorde das Trevas
não espera que Draco tenha êxito. Isso é apenas para punir Lúcio pelos recentes fracassos. Uma longa tortura para os pais de Draco, enquanto eles assistem o garoto
falhar e pagar o preço.
Resumindo, o garoto tem uma sentença de morte pronunciada sobre ele assim como eu, disse Dumbledore. Agora, eu acredito que o sucessor natural para
o trabalho, uma vez que Draco falhe, seja você?
Houve uma pequena pausa.
Isso, eu acredito, é o plano do Lorde das Trevas.
Lorde Voldemort prevê um momento num futuro próximo em que não precisará de um espião em Hogwarts?
Ele acredita que em breve a escola estará nas mãos dele, sim.
E se realmente isso acontecer, disse Dumbledore, e quase, parecia, uma observação, eu tenho a sua palavra de que você fará tudo que estiver ao seu
alcance para proteger os estudantes de Hogwarts?
Snape assentiu firmemente.
Ótimo. Agora então, sua prioridade é descobrir o que Draco está fazendo. Um adolescente assustado é um perigo para os outros e também para si mesmo. Ofereça
a ele ajuda e assistência, ele deve aceitar, ele gosta de você...
muito menos desde que seu pai perdeu o favoritismo. Draco me culpa e acredita que usurpei a posição de Lúcio.
De qualquer forma, tente. Estou menos preocupado comigo do que com vítimas acidentais que possam surgir através dos planos que ocorram ao garoto. Finalmente,
é claro, há apenas uma coisa a ser feita para salválo da ira de Lorde Voldemort.
Snape levantou as sobrancelhas e seu tom era sarcástico quando perguntou, Então você deixará ele te matar?
Certamente que não. Você deve me matar.
Houve um grande silêncio, quebrado apenas por um estranho estalo. Fawkes, a fênix, estava um pouco atormentada no poleiro.
Você gostaria que eu fizesse isso agora? perguntou Snape, sua voz carregada de ironia. Ou gostaria de uns instantes para elaborar um epitáfio?
Oh, não, não ainda, disse Dumbledore, sorrindo. Eu ouso dizer que o momento se apresentará por si só no decorrer do curso. Veja o que aconteceu hoje
a noite, ele indicou sua mão murcha, nós podemos ter certeza que acontecerá em aproximadamente um ano.
Se você não se importa em morrer, disse Snape bruscamente, por que não deixar que Draco faça isso?
A alma do garoto ainda não está tão danificada, disse Dumbledore. Eu não gostaria que isso acontecesse por minha causa.
E a minha alma, Dumbledore? A minha?
Você é o único que conhece o dano a sua alma por ajudar um velho homem a evitar a dor e a humilhação, disse Dumbledore. Eu peço esse grande favor a
você, Severo, porque a morte está vindo até mim tão certamente quando os Chudley Cannons atingirão o último lugar da liga esse ano. Eu confesso que prefiro uma partida
rápida e indolor a um prolongado e bagunçado encontro, que poderia ser, por exemplo, se Greyback estiver envolvido Eu ouvi que Voldemort o recrutou? Ou a querida
Belatriz, que gosta de brincar com a comida antes de comêla.
Seu tom era leve, mas seus olhos azuis estudavam Snape da mesma forma com que, freqüentemente, fazia com Harry, como se a alma que eles estavam discutindo
fosse visível a ele. Por fim, Snape deu um breve aceno de cabeça.
Dumbledore parecia satisfeito.
Obrigado, Severo...
A sala desapareceu, e agora Snape e Dumbledore passeavam juntos pelos terrenos do castelo sob o crepúsculo.
O que você anda fazendo com Potter, todas essas noites em que estão fechados juntos? Snape perguntou abruptamente.
Dumbledore olhou exausto.
Por quê? Você está tentando dar mais detenções a ele, Severo? Assim, em breve o garoto passará mais tempo nas detenções que fora delas.
Ele é como seu pai...
Na aparência, talvez, mas em sua natureza mais profunda se parece muito mais com a mãe. Eu passo tempo com Harry porque eu tenho coisas para discutir com
ele, informações que devo lhe dar antes que seja tarde demais.
Informações, repetiu Snape. Você confia nele... você não confia em mim.
Não é questão de confiança. Eu tenho, como nós dois sabemos, pouco tempo. É necessário que eu dê ao garoto informação suficiente para que ele faça o que
precisa fazer.
E por que eu não posso ter as mesmas informações?
Eu prefiro não colocar todos os meus segredos em uma única cesta, particularmente não em uma cesta que passa muito tempo balançando nos braços de Lorde
Voldemort.
O que eu faço sob suas ordens!
E o faz extremamente bem. Não pense que eu subestimo o constante perigo no qual você se encontra, Severo. Dar a Voldemort o que parece ser informações
valiosas enquanto retém as essenciais é um trabalho que eu não confiaria a ninguém a não ser você.
Ainda assim você confia muito mais em um garoto incapaz de aprender Oclumência, cuja magia é medíocre, e que tem uma direta conexão com a mente do Lorde
das Trevas!
Voldemort teme essa conexão, disse Dumbledore. Não há muito tempo, ele teve uma pequena prova do que, realmente, significa para ele, dividir a mente
de Harry. Foi uma dor que ele nunca havia experimentado antes. Ele não tentará possuir Harry novamente, tenho certeza disso. Não daquela forma.
Eu não entendo.
A alma de Lorde Voldemort, mutilada como está, não pode suportar um contato direito com a alma de Harry. Como uma língua em ferro congelado, como carne
em chamas...
Almas? Nós estamos falando de mentes!
No caso de Harry e Lorde Voldemort, falar de uma coisa é falar da outra.
Dumbledore olhou em volta para ter certeza de que eles estavam sozinhos. Eles estavam próximos Floresta Proibida agora, e não havia sinal de ninguém por
perto.
Após você me matar, Severo...
Você se recusa a me contar tudo, e ainda espera esse pequeno serviço de mim! resmungou Snape, e uma raiva real espalhouse pelo seu rosto magro agora.
Você espera muito de mim Dumbledore! Talvez eu tenha mudado de idéia!
Você me deu sua palavra, Severo. E já que estamos falando em serviços que você me deve, eu pensei que você tinha concordado em ficar de olho no seu jovem
amigo da Sonserina?
Snape parecia furioso, rebelde. Dumbledore suspirou.
Venha a minha sala hoje noite, Severo, s onze, e você não poderá reclamar que eu não tenho confiança em você...
Eles estavam de volta sala de Dumbledore, as janelas escuras, e Fawkes quieta, assim que Snape sentouse em silêncio, enquanto Dumbledore andava em volta
dele, falando.
Harry não deve saber, não até o último momento, não até que seja necessário, de outra forma, como ele terá a força necessária para fazer o que deve ser
feito?
Mas o que ele deve fazer?
Isso é entre Harry e eu. Agora, ouça bem, Severo. Virá um tempo depois de minha morte não discuta, não interrompa! Virá um tempo em que Lorde Voldemort
parecerá temer pela vida de sua cobra.
Por Nagini? Snape olhou surpreso.
Precisamente. Se esse tempo vier, quando Lorde Voldemort parar de enviar a cobra para executar seus planos, e começar a mantêla em segurança sob proteção
mágica, então eu acredito que é seguro contar a Harry.
Contar o que a ele?
Dumbledore respirou fundo e fechou os olhos.
Conte a ele que na noite em que Lorde Voldemort tentou matálo, quando Lílian colocou a própria vida entre eles como um escudo, o Feitiço da Morte retornou
a Lorde Voldemort e um fragmento de sua alma se separou desta, e lançouse na única alma viva na casa destruída. Parte de Lorde Voldemort vive dentro de Harry, e
é isso que dá a ele o poder de falar com cobras, e a conexão com a mente de Lorde Voldemort que ele nunca entendeu. E, enquanto esse fragmento de alma, desconhecido
por Voldemort, permanecer preso e protegido por Harry, Lorde Voldemort não poderá morrer.
Harry parecia observar os dois homens do fundo de um longo túnel, eles estavam tão longe dele, suas vozes ecoando estranhamente em seus ouvidos.
Então o garoto... o garoto deve morrer? perguntou Snape bastante calmo.
E o próprio Voldemort deve fazer isso, Severo. Isso é essencial.
Outro silêncio longo. Então Snape disse, Eu pensei... todos esses anos... que nós estávamos protegendo ele por ela. Por Lílian.
Nós o protegemos porque é essencial ensinálo, fazêlo crescer, deixálo testar suas forças, disse Dumbledore, seus olhos ainda muito fechados. Enquanto
isso, a conexão entre eles está cada vez mais forte, um crescimento parasita. Às vezes eu acho que ele próprio suspeita disso. Se eu conheço Harry, ele terá se preparado
e quando ele puserse a caminho de sua morte, isso realmente significará o fim de Voldemort.
Dumbledore abriu os olhos. Snape parecia horrorizado.
Você o manteve vivo para que ele pudesse morrer no momento certo?
Não fique chocado, Severo. Quantos homens e mulheres você assistiu morrer?
Ultimamente, somente aqueles os quais eu não pude salvar, disse Snape. Ele se levantou. Você me usou.
Isso significa?
Eu tenho espionado para você e mentido por você, me colocado em perigo mortal por você. Tudo supostamente para manter o filho de Lílian Potter a salvo.
Agora você me diz que esteve fazendo o garoto crescer como um porco para o matadouro...
Isso é tocante, Severo, disse Dumbledore sério. Você passou a se importar com o garoto, finalmente?
Por ele? gritou Snape. Expecto Patronum!
Da ponta de sua varinha emergiu uma corsa prateada. Ela aterrissou no chão da sala, caminhou por esta e se elevou para fora da janela. Dumbledore a assistiu
ir embora, e quando seu brilho prateado desapareceu, ele se virou para Snape, e seus olhos estavam cheios de lágrimas.
Depois de todo esse tempo?
Sempre, disse Snape.
E a cena mudou. Agora, Harry viu Snape conversando com o retrato de Dumbledore atrás de sua mesa.
Você terá que dar a Voldemort a data correta da partida de Harry da casa dos tios, disse Dumbledore. Não fazer isso criará suspeitas, já que Voldemort
acredita que você é muito bem informado. Entretanto, você deve plantar a idéia das iscas que, eu acredito,irá assegurar que Harry chegue em segurança. Tente confundir
Mundungo Fletcher. E Severo, se você for forçado a fazer parte na perseguição, tenha certeza de estar fazendo seu papel convincentemente... Eu conto com você para
continuar nas graças de Lorde Voldemort por mais tempo que puder, ou então Hogwarts será deixada a mercê dos Carrows...
Agora Snape estava frente a frente com Mundungo em uma taverna estranha, o rosto de Mundungo parecendo curiosamente vazio, e Snape franzindo o cenho em concentração.
Você sugerirá Ordem da Fênix, Snape murmurava, que eles usem iscas. Poção Polissuco. Potters idênticos. É a única coisa que deve funcionar. Você
esquecerá que eu sugeri isso. Você apresentará isso como idéia sua. Entendeu?
Entendi, murmurou Mundungo, seus olhos sem foco...
Agora Harry voava ao lado de Snape em uma vassoura numa noite muito escura: Ele estava acompanhado de outros Comensais da Morte, e na frente estava Lupin
e um Harry que na verdade era Jorge... Um Comensal da Morte tomou a dianteira de Snape e levantou sua varinha, apontando diretamente para as costas de Lupin.
Sectumsempra! gritou Snape.
Mas o feitiço, dirigido para a mão do comensal que empunha a varinha, se perdeu e acertou Jorge ao invés...
E agora, Snape estava ajoelhado no velho quarto de Sirius. Lágrimas caíam até a ponta de seu nariz de gancho enquanto ele lia a velha carta de Lílian. A
segunda página tinha apenas algumas palavras:

tinha sido amigo de Gellert Grindelwald. Eu, particularmente, acho que ela não está muito bem da cabeça!
Muito amor,
Lílian

Snape pegou a página que continha a assinatura de Lílian, e seu amor, e a guardou dentro de suas vestes. Após, ele cortou a fotografia que segurava em duas,
e guardou consigo a parte em que Lílian dava risadas, jogando a parte que mostrava Tiago e Harry no chão, embaixo do baú de gavetas...
E agora Snape estava de novo na sala do diretor quando Phineas Nigellus chegou apressado em seu quadro.
Diretor! Eles estão acampados na Floresta do Dino! A Sangueruim
Não use essa palavra!
a garota Granger, então, mencionou o lugar quando abriu a mochila e eu a ouvi!
Bom. Muito bom! gritou o quadro de Dumbledore atrás da cadeira do diretor. Agora, Severo, a espada! Não se esqueça que ela deve ser pega sob condições
de necessidade e valor e ele não deve saber que foi você quem deu! Se Voldemort ler a mente de Harry e ver você agindo por ele...
Eu sei, disse Snape bruscamente. Ele se aproximou do retrato de Dumbledore e o colocou de lado. O quadro girou para frente, revelando uma cavidade escondida
atrás de onde Snape pegou a espada de Gryffindor.
E ainda assim você não vai me contar porque é tão importante dar a espada a Potter? disse Snape enquanto colocava uma capa de viagem sobre as vestes.
Não, acho que não, disse o quadro de Dumbledore. Ele saberá o que fazer com ela. E Severo, seja muito cuidadoso, eles não o receberão bem após o acidente
de Jorge Weasley...
Snape virouse para a porta.
Não se preocupe, Dumbledore, ele disse friamente. Eu tenho um plano...
E Snape deixou a sala. Harry saiu da penseira, e momentos depois deitouse no carpete do chão exatamente na mesma sala na qual Snape teria acabado de fechar
a porta.

*Nota da editora(Juliana):
Coloquei Selecionar com letra maiúscula pois no livro aparece com letra maiúscula. Para quem não entendeu, Dumbledore está se referindo a Cerimônia de Seleção
das Casas, e lamenta selecionar tão cedo.

Capítulo Trinta e Quatro
A floresta novamente

Finalmente, ele sabia a verdade. Caído com o rosto pressionado no carpete empoeirado do escritório onde outrora pensara estar aprendendo os segredos para a vitória,
Harry compreendeu finalmente que ele não deveria sobreviver. A sua função era encaminharse para a Morte que o esperava de braços abertos. No caminho, ele teria
que destruir as ligações restantes de Voldemort vida, para que, quando finalmente eles estivessem frente a frente, e ele não levantasse a sua varinha para se defender,
o fim seria fácil e o trabalho que deveria ter sido feito em Godric´s Hollow poderia ser terminado. Nenhum poderia viver, nem sobreviver.
Ele sentiu o seu coração bater velozmente no seu peito. Como era estranho que no seu medo da morte, ele bombeava tão forte, corajosamente, mantendoo vivo. Mas ele
teria que parar, e em breve. As suas batidas acalmaram. Quanto mais tempo ele levaria, para se erguer e encaminharse pelo castelo, uma última vez, para os terrenos
e em direção floresta?
O terror apoderouse dele enquanto estava estendido no chão, com aquele tambor de funeral que soava dentro dele. Morrer seria doloroso? Em todos aquelas vezes em
que havia pensado que estava prestes a acontecer e ele conseguia escapar, ele percebeu que nunca havia pensado na coisa em si: a sua vontade de viver sempre foi
mais forte que o medo de morrer. Porém, não pensou que poderia fugir ou escapar de Voldemort agora. Acabouse, ele sabia, e tudo o que lhe sobrava era a coisa em
si: a morte.
Se ele pudesse ter morrido naquela noite de verão, quando deixou a Rua dos Alfeneiros pela última vez, quando a sua varinha de pena de Fênix o havia salvado! Se
ele pudesse ter morrido, como Edwiges, tão rápido que nem tivesse percebido o que acontecera. Ou se ele pudesse terse lançado na frente de uma varinha para salvar
alguém que amasse ele invejou os seus pais já mortos. O sanguefrio com que se encaminhava, para a sua própria destruição, exigia dele uma coragem diferente. Sentiu
os seus dedos tremerem ligeiramente e fez um esforço para controlálos, embora ninguém pudesse vêlo. Os retratos na parede encontravamse vazios.
Lentamente, muito lentamente, ele sentouse, e quando o fez, sentiuse mais vivo e mais consciente do seu corpo vivo do nunca. Porque é que jamais soubera apreciar
o milagre que era. Cérebro, nervos e coração? Tudo iria acabar ou pelo menos, ele os abandonaria. A sua respiração ficou lenta e pesada, e a sua boca e garganta
estavam completamente secas, assim como seus olhos.
A traição de Dumbledore não foi quase nada. Claro que havia um plano maior e Harry havia sido demasiado tolo para vêlo, entendeu ele agora. Ele nunca tinha se questionado
do porquê de Dumbledore o querer vivo. Agora ele percebeu que a sua vida estava dependente do tempo que levaria para eliminar todos os Horcruxes. Dumbledore passaralhe
o trabalho de os destruir, e, obediente, ele havia continuado eliminando, não só sua ligação com Voldemort, mas a ligação dele mesmo, com a vida! Tão puro e tão
elegante, não desperdiçar mais vidas, mas para dar a perigosa tarefa ao rapaz que já tinha sido marcado pela morte, e cuja morte não seria uma calamidade, mas outro
sopro contra Voldemort.
E Dumbledore sabia que Harry não desistiria, que continuaria até ao fim, mesmo sabendo que seria o seu fim, porque ele tinha se dado ao trabalho de o conhecer, não
tinha? Dumbledore sabia, como Voldemort também sabia, que Harry não deixaria que mais ninguém morresse agora que descobrira que estava em seu poder parálo. As imagens
de Fred, Lupin e Tonks mortos no Salão Principal forçaramno a recuar nos pensamentos e por um momento mal conseguiu respirar. A morte era impaciente
Mas Dumbledore havia o avaliado mal. Ele havia falhado: a cobra estava viva. Um Horcrux continuaria a prender Voldemort vida, mesmo depois de Harry morrer. É verdade
que isso significaria um trabalho facilitado para alguém. Ele pensou quem poderia fazêlo Rony e Hermione saberiam como agir, é claro Por isso é que Dumbledore
quis que ele partilhasse tudo com eles para que se o destino o apanhasse mais cedo, os outros poderiam continuar
Como a chuva a bater numa janela fria, os seus pensamentos batiam contra a superfície difícil da verdade irreversível ele tinha que morrer. Eu tenho que morrer.
Aquilo tinha que terminar.
Rony e Hermione pareciam estar longe, num país distante; ele sentiuse como se estivesse separado deles há muito. Não haveria despedidas nem explicações, ele estava
determinado. Era um caminho que não poderiam partilhar juntos e as tentativas que fariam para o impedir tomariam tempo precioso. Ele olhou para o relógio dourado
que havia recebido no seu 17º aniversário. Quase metade da hora que Voldemort tinha dado para a sua rendição tinha se passado.
Ele levantouse. O seu coração batia contra as suas costelas como um pássaro frenético. Talvez soubesse que tinha pouco tempo, talvez estivesse cumprindo os batimentos
de uma vida antes do fim. Não olhou para trás quando fechou a porta do escritório.
O castelo estava vazio. Ele sentiuse um fantasma a percorrêlo sozinho, como se já tivesse morrido. As pessoas dos retratos continuavam sumidas; tudo estava quieto,
como se a vida do castelo estivesse concentrada no Salão Principal, onde jaziam os mortos na companhia de seus familiares e amigos inconsoláveis.
Harry se cobriu com a capa de invisibilidade e desceu, percorrendo, por fim, a escadaria de mármore para o Salão de entrada. Uma parte dele desejou que os outros
o vissem e o parassem, mas a capa, como sempre, estava impenetrável e ele alcançou as portas facilmente.
Então, Neville quase bateu nele. Ele carregava, juntamente com outro, um corpo para dentro do Castelo. Harry olhou de relance e sentiu um nó no estômago: Colin Creevey,
embora menor de idade, deveria terse esgueirado tal como Malfoy, Crabbe e Goyle. Faltava pouco para sua morte.

Quer saber? Eu dou conta dele sozinho, Neville disse Olívio Wood, e levantouo até seus ombros, carregandoo para o salão.
Neville inclinouse para a ombreira da porta por uns momentos e limpou a testa com as costas de sua mão. Ele parecia um homem velho. Partiu, de novo, para a escuridão
a fim de encontrar mais corpos.
Harry olhou a entrada do salão. As pessoas moviamse, tentando confortaremse umas com as outras, bebendo, ajoelhandose ao lado dos mortos, mas ele não conseguia
ver nenhuma das pessoas que ele amava, nenhum vestígio de Hermione, Rony, Gina, ou dos outros Weasley, nem de Luna. Ele teria dado todo o tempo restante para apenas
poder dar uma última olhada neles; mas e depois ele teria força suficiente para deixar de olhar? Era melhor assim.
Ele desceu os degraus e entrou na escuridão. Eram quase quatro da manhã, e a calma mortal que emanava dos campos o fez sentirse como se algo lhe prendesse a respiração,
esperando para ver se faria o que devia.
Harry moveuse em direção a Neville, que se debruçava sobre outro corpo.
Neville.
Caramba, Harry, você quase me matou de susto.
Harry tinha tirado a capa. A idéia tinha surgido do nada, nascida do desejo de ter absoluta certeza.
Onde você está indo sozinho? perguntou Neville, duvidosamente.
É uma parte do plano. disse Harry Há uma coisa que eu preciso fazer. Escute Nevillhe—
Harry! Neville pareceu repentinamente assustado Harry, você não está pensando em se entregar, está?
Não mentiu Harry Claro que não é outra coisa. Mas possivelmente ficarei sem aparecer por um tempo. Você sabe a cobra do Voldemort, Neville? Ele tem uma grande
cobra chamada Nagini
Sim, eu ouvi falar dela O que tem ela?
Tem que ser morta. O Rony e a Hermione sabem disso, mas no caso deles...
Aquela possibilidade horrível sufocouo por instantes, fazendo com que fosse impossível continuar falando. Mas ele esforçouse para continuar: aquilo era crucial,
ele tinha que ser como Dumbledore, manter a cabeça fria, certificarse de que haveria alternativas, outros para continuar. Dumbledore tinha morrido sabendo que três
pessoas sabiam dos Horcruxes. Agora Neville tomaria o lugar de Harry continuavam três sabendo do segredo.
Só no caso de eles estarem ocupados e você tiver oportunidade.
Matar a cobra?
Matar a cobra. repetiu Harry.
Tudo bem, Harry. Você está bem?
Sim. Obrigado, Neville.
Mas Neville agarrou o pulso de Harry, obrigandoo a parar.
Nós vamos continuar lutando, Harry. Sabe disso, não é?
Sim, eu—.
O sentimento estrangulado não o permitiu acabar a frase; ele não poderia continuar. Neville pareceu não o achar estranho. Batendo de leve no ombro de Harry, libertouo
e foi procurar mais corpos.
Harry colocou a capa de invisibilidade de novo e começou a andar. Alguém se movia perto de outro corpo no chão, não muito longe de onde ele se encontrava. Estava
a alguns passos de distância quando percebeu que era Gina.
Ele parou. Gina agachavase por cima de uma menina que sussurrava pedindo pela sua mãe.
Está tudo bem dizia Gina Está tudo bem. Vamos para dentro.
Mas eu quero ir para casa sussurrou a menina. Não quero lutar mais!
Eu sei disse Gina, e sua voz falhou Vai ficar tudo bem.
Correntes de frio percorreram o corpo de Harry. Ele quis gritar, ele queria que Gina soubesse que ele se encontrava ali, ele queria que ela soubesse para onde ele
se dirigia. Ele queria ser parado, ser arrastado para trás, ser mandado para casa
Mas ele estava em casa. Hogwarts foi a sua primeira e melhor casa. Ele, Voldemort e Snape, os rapazes abandonados, que se sentiam em casa ali.
Gina ajoelharase junto da menina ferida, segurandolhe a mão. Com um enorme esforço, Harry continuou. Ele pensou ter visto Gina olhar ao redor quando ele passou,
e imaginou se ela teria sentido alguém caminhar próximo, mas ele não falou nada, nem olhou para trás.
A cabana de Hagrid apareceu na escuridão. Não havia luzes, nem rastro do Canino arranhando a porta nem ladrando em sinal de boasvindas. Todas aquelas visitas a
Hagrid, a caldeira de cobre no fogo, os bolos de pedra e larvas gigantescas, a sua grande cara barbuda, Rony vomitando lesmas, Hermione o ajudando a salvar Norberto
Ele continuou. Chegando orla da floresta, ele parou.
Um grupo de dementadores pairava por cima das árvores; ele conseguia sentir o seu frio, e não tinha a certeza se poderia passar em segurança. Não tinha forças para
lançar um Patrono. Já nem sequer conseguia parar de tremer. Afinal, não era tão fácil morrer. Cada segundo que respirava, o cheiro da grama, o ar fresco em seu rosto,
era tudo precioso. Pensar que as pessoas tinham anos e anos de vida, tempo para gastar, tanto tempo, e ele aproveitava os seus últimos segundos. Ao mesmo tempo,
ele pensava que não iria conseguir continuar, mas que tinha o que fazer. O jogo havia terminado, o pomodeouro fora capturado, era hora de regressar a solo firme.
O pomodeouro. Os seus dedos nervosos dirigiramse bolsa no seu pescoço e a tiraram.
Eu abro ao fechar
Respirando mais rápido e forte, ele o fitou. Agora que precisava de tempo para se mover o mais lentamente possível, ele parecia ter acelerado, e a compreensão veio
tão rápido que parecia ter ultrapassado a velocidade de um pensamento. Isto era o fechar, o fim. Este era o momento.
Ele pressionou o metal dourado contra os seus lábios e sussurrou Estou a ponto de morrer.
Este se abriu. Ele baixou a mão trêmula, levantou a varinha de Draco por baixo da capa e murmurou Lumus.
A pedra negra com um corte no centro, ajustouse nas duas metades do pomo. A Pedra da Ressurreição tinha quebrado na linha vertical representando a Varinha Mestra.
O triângulo e o círculo que representavam a capa e a pedra ainda eram visíveis.
E, novamente, Harry percebeu sem sequer pensar. Não tinha importância trazêlos de volta, para ele era apenas ir para junto deles. Ele não os procurava. Eles é que
o procuravam.
Ele fechou os olhos e virou a pedra três vezes na sua mão.
Ele sabia que tinha ocorrido, porque ouviu suaves movimentos ao seu redor que pareciam ser frágeis corpos que tocavam o chão que marcava o limiar da floresta. Ele
abriu os olhos e observou.
Eles não eram nem fantasmas nem seres vivos, podia ver isso. Se pareciam muito com o Riddle que surgira no diário há algum tempo, que era uma memória tornada sólida.
Menos sólidos que corpos vivos, mas mais que fantasmas, eles avançaram até ele. E, em cada um, estava um sorriso terno.
Tiago era da mesma altura que Harry. Ele usava as roupas com as quais morrera, o seu cabelo estava desarrumado e ondulado, e seus óculos estavam um pouco tortos,
como o senhor Weasley.
Sirius estava alto e bonito, e muito mais jovem do que Harry o conhecera. Ele andava com graça, com as mãos nos bolsos e um sorriso no seu rosto.
Lupin estava mais novo também e muito menos desgastado. O seu cabelo estava mais grosso e mais escuro. Ele parecia feliz em voltar a este lugar tão familiar, espaço
de tantas aventuras adolescentes.
O sorriso de Lilian era o mais largo de todos. Ela empurrou os seus cabelos longos para trás medida que se aproximava dele, e os seus olhos eram verdes, iguais
aos seus. Ela procurava seu rosto ansiosamente como se nunca mais o pudesse fazer.
Você tem sido tão corajoso.
Ele não conseguia falar. Seus olhos a fitaram, e ele pensou que poderia ficar ali a olhando para sempre, e aquilo seria suficiente.
Você está quase chegando disse Tiago Muito perto. Nós estamos muito orgulhosos de você.
Dói?
A pergunta infantil saiu dos lábios de Harry sem que ele a conseguisse segurar.
Morrer? De jeito nenhum disse Sirius Mais rápido e fácil que adormecer.
E ele vai querer que seja rápido. Ele quer acabar logo. afirmou Lupin.
Eu não queria que você morresse afirmou Harry. Estas palavras saíram sem sua vontade Nenhum de vocês. Sinto muito.
Ele dirigiuse a Lupin, mais que a qualquer um dos outros.
logo depois de ter seu filho Remo, sinto muito.
Sinto também disse Lupin Lamento não poder conhecêlo mas ele saberá porquê morri e espero que entenda. Eu estava lutando por um mundo onde ele pudesse ter
uma vida mais feliz.
Uma brisa gelada que parecia vir do coração da floresta, levantou os cabelos de Harry. Ele sabia que ninguém o iria pressionar, tinha que ser sua a decisão.
Vocês ficarão comigo?
Até ao fim disse Tiago.
Eles não conseguem vêlos? perguntou Harry.
Nós somos parte de ti assegurou Sirius Invisíveis para os outros.
Harry olhou para sua mãe.
Fique perto de mim ele disse calmamente.
E ele começou a andar. O frio dos dementadores não o dominou; ele passou por eles com os seus companheiros. Estes atuavam como Patronos, e, juntos, seguiam, passando
pelas velhas árvores que cresceram juntas, os seus ramos entrelaçados, as suas raízes rangeram e torceramse a seus pés. Harry ajustou mais a capa sua volta na
escuridão, sem qualquer idéia onde Voldemort pudesse estar, mas confiante que o encontraria. Junto dele, mal fazendo um som, caminhavam Tiago, Sirius, Lupin e Lilian,
e a sua presença o encorajou. Eles eram a razão que o fazia continuar pondo um pé em frente de outro.
O seu corpo e mente sentiramse desconectados, os seus membros caminhavam sem instrução consciente, como se ele fosse o passageiro e não o motorista, no corpo que
ele estava a ponto de deixar. Os mortos que andavam com ele eram muito mais reais do que a vida que ele deixara no castelo: Rony, Hermione, Gina, e todos os outros.
Ele sentiaos como espíritos, medida que ele tropeçava e deslizava em direção ao fim de sua vida, em direção a Voldemort
Uma batida e um sussurro: alguma outra criatura viva tinha se agitado perto. Harry parou por debaixo da capa, perscrutando em sua volta, e sua mãe, seu pai, Lupin
e Sirius pararam também.
Alguém ali veio um sussurro áspero perto de sua mão Ele tem uma capa da invisibilidade. Poderia ser ?
Duas figuras apareceram por detrás de uma árvore próxima. As suas varinhas lançavam faíscas, e Harry viu Yaxley e Dolohov olharem na escuridão, diretamente para
o lugar onde ele e seus companheiros se encontravam. Aparentemente, eles não conseguiam vêlos.
Tenho certeza que ouvi algo. disse Yaxley Um animal, você acha?
Aquele caso em que o Hagrid guardou um grupo de bichos aqui disse Dolohov, olhando de relance sobre seu ombro.
Yaxley olhou para o relógio.
O tempo está se esgotando. O Potter teve a sua hora. Ainda não apareceu.

É melhor regressarmos disse Yaxley Vamos ver como é o plano agora.
Ele e Dolohov viraram e entraram mais profundamente na floresta. Harry seguiuos, sabendo que eles o levariam exatamente para onde ele queria. Ele lançou
um olhar para o lado, e viu que sua mãe sorria para ele e seu pai acenou com a cabeça o encorajando.

Eles tinham andado uns minutos quando Harry viu uma luz adiante. Yaxley e Dolohov saíram em uma clareira que Harry sabia ter sido a casa da monstruosa Aragogue.
Os rastros da sua teia ainda estavam lá, mas os seus descendentes tinham sido expulsos pelos Comensais da Morte, lutando por sua causa.
Um fogo ardia no centro da clareira, e a sua luz brilhava sobre uma multidão de Comensais de Morte, que se encontravam em silêncio e vigilantes. Alguns deles
continuavam mascarados e cobertos, outros mostravam as caras. Dois gigantes sentaramse nos arredores do grupo, lançando sombras maciças na clareira. As suas faces
eram cruéis e ásperas, talhadas como rochas. Harry viu Fenrir, escondido, que roía suas unhas. O grande loiro Rowle tocava o seu lábio sangrento. Viu Lúcio Malfoy,
que parecia derrotado e estarrecido, e Narcisa, cujos olhos estavam dissipados e cheios de apreensão.
Todos os olhos estavam postos em Voldemort, que tinha sua cabeça curvada, e suas mãos brancas estavam dobradas por cima da Varinha Mestra. Ele poderia estar
rezando, ou pensando silenciosamente em sua mente. Harry permaneceu imóvel no limiar da clareira, como uma criança que espera no jogo de escondeesconde. Atrás de
sua cabeça, girando e enrolando, a grande cobra Nagini flutuou com seu brilho, na jaula mágica, como um halo monstruoso.
Quando Dolohov e Yaxley se reuniram multidão, Voldemort olhou para cima.
Nenhum sinal dele, meu Senhor. disse Dolohov.
A expressão de Voldemort não se alterou. Os olhos vermelhos pareciam arder no fogo. Lentamente ele segurou a Varinha Mestra entre os seus longos dedos.
Meu senhor.
Bellatrix tinha falado. Sentouse mais próxima de Voldemort. Estava despenteada e com a cara sangrenta, embora incólume.
Voldemort levantou a mão para silenciála, e ela não disse mais nada, os olhos dele olhavam as chamas. Eu pensei que ele viesse.
Ninguém falou. Pareciam tão assustados quanto Harry, cujo coração batia descompassadamente como se estivesse determinado a escapar. As suas mãos estavam suando,
enquanto retirava a capa da invisibilidade e a colocava dentro do seu manto, juntamente com a varinha. Ele não quis ser tentado a lutar.
Eu estava, parece que enganado. disse Voldemort.
Não estava não.
Harry falou o mais alto possível, com toda a força que conseguira juntar. Ele não queria parecer medroso. A pedra da ressurreição escapou por entre os seus dedos,
e pelo canto dos seus olhos ele viu seus pais, Sirius e Lupin desaparecendo medida que se aproximava do fogo. Naquele momento, ninguém importunaria Voldemort.
Eram somente os dois.
A ilusão passou assim que ele chegou mais perto. Os gigantes rugiram e os Comensais de Morte ergueramse juntos, e houve muitos gritos, arquejos e até risadas. Voldemort
tinha se congelado onde ele estava, mas seus olhos vermelhos encontraram Harry. Ele o olhava medida que Harry se aproximava e apenas o fogo os separava.
Em seguida, uma voz gritou HARRY! NÃO!
Ele voltouse: Hagrid estava sendo arrastado e amarrado a uma árvore próxima. O seu corpo maciço sacudiu os ramos enquanto ele lutava, desesperado.
NÃO! NÃO! HARRY O QUE VOCÊ ESTÁ ?
SILÊNCIO! gritou Rowle, e com uma chicotada da sua varinha, Hagrid silenciou.
Bellatrix que estava de pé arfando, olhava ansiosamente de Voldemort para Harry. As únicas coisas que se moveram foram as chamas e a cobra, se enrolando e desenrolando
na jaula brilhante, por trás de Voldemort.
Harry sentia a sua varinha contra seu peito, mas ele não tinha intenção de a retirar. Ele sabia que a cobra estava bem protegida. Se ele sequer tentasse erguer a
varinha para Nagini, cinquenta maldições seriam lançadas contra ele. Entretanto, Voldemort e Harry olharam um para o outro. Voldemort inclinou a cabeça para o lado,
olhando o rapaz que estava na sua frente. Um sorriso particularmente triste surgiu no canto da sua boca.
Harry Potter disse ele, suavemente. A sua voz poderia ter sido parte do fogo que cuspia O MeninoQueSobreviveu.
Nenhum dos Comensais da Morte se moveu. Eles esperavam. Tudo esperava. Hagrid esforçandose, Bellatrix arquejava e Harry só conseguiu pensar em Gina, no seu olhar
ardente, no sabor dos seus lábios.
Voldemort ergueu a varinha. A sua cabeça continuava de lado, como uma criança pensando no que aconteceria se continuasse. Harry olhou nos olhos vermelhos, ele queria
que acontecesse agora, rapidamente, enquanto ele ainda conseguia se manter em pé, antes de perder o controle, antes de ser traído pelo medo.
Ele viu a sua boca se mover e uma luz verde. E depois tudo se esvaiu.


Capítulo Trinta e Cinco
King`s Cross

Estava deitado com o rosto para baixo, prestando atenção no silêncio. Ele estava completamente sozinho. Ninguém o olhava. Ninguém mais estava lá. Ele não
tinha total certeza da presença de si mesmo.
Um bom tempo depois, ou talvez tempo algum, percebeu que ele devia existir, devia ser mais que pensamento sem corpo, porque estava deitado, definitivamente
deitado sobre algo. Portanto, tinha uma sensação do toque, e a coisa sob a qual estava deitado existia também.
Quase no instante em que chegou a esta conclusão, Harry se tornou consciente de sua nudez. Convencido de sua solidão total, isto não o perturbou, mas o intrigou
ligeiramente. Ele imaginava que, como podia sentir, poderia também ver. Ao abrílos, descobriu que tinha olhos.
Estava deitado numa névoa clara, embora não fosse como qualquer outra névoa a qual tivesse visto. O ambiente ao seu redor não estava coberto pelo vapor,
aliás o ambiente ao seu redor era formado pelo vapor. O chão em que ele deitava parecia ser branco, nem quente nem frio, mas simplesmente estava lá, algo branco
e achatado.
Ele se sentou. Seu corpo parecia ileso. Ele tocou sua face. Não estava mais usando óculos.
Então um barulho chegou até ele através do nada que o cercava: batidas pequenas, macias, que abanavam, giravam e se debatiam. Era um som penoso, e ainda
assim ligeiramente indecente. Ele tinha a sensação desconfortável de estar bisbilhotando algo furtivo, vergonhoso.
Pela primeira vez, desejou estar vestido.
Este desejo mal se formara em sua cabeça quando vestes apareceram numa curta distância. Ele as pegou e vestiu: elas eram macias, limpas e quentes. Foi extraordinário
como elas apareceram, simples assim, no momento em que ele as quis...
Ele se levantou, olhando ao redor. Será que ele estava em uma grande Sala Precisa? Quanto mais ele olhava, mais tinha para ver. Um teto grande de vidro,
abobadado, reluzia bem acima dele na luz do sol. Talvez fosse um palácio. Tudo estava silencioso e parado, exceto por aquela batida esquisita e os barulhos chorosos
vindo de algum lugar na névoa...
Harry se virou devagar onde estava, e os arredores pareceram se criar diante de seus olhos. Um espaço aberto e amplo, brilhante e limpo, com teto de vidro abobadado;
um salão muito maior que o Salão Principal. Estava vazio. Ele era a única pessoa ali, exceto por...
Ele se voltou, tinha visto a coisa que estava fazendo os barulhos. Ela tinha a forma de uma criança nua, pequena, enrolada no chão, sua pele crua e dura,
como se a estivesse trocando, tremendo, deitada debaixo de um banco, desnecessária, escondida fora de vista, se esforçando para respirar.
Ele estava com medo dela. Embora fosse pequena, frágil e parecia machucada, ele não queria se aproximar. Contudo ele foi chegando mais perto, vagarosamente,
pronto para recuar a qualquer momento. Logo ele estava perto o bastante para tocála, embora não conseguisse fazêlo. Sentiuse um covarde. Ele devia confortála,
mas ela o enojava.
Você não pode ajudar.
Ele se virou. Alvo Dumbledore caminhava em sua direção, enérgica e firmemente, usando longas vestes azul meianoite.
Harry. Ele abriu bem os braços, e suas mão estavam ambas inteiras, brancas e ilesas. Garoto maravilhoso. Corajoso, homem corajoso. Vamos dar uma volta.
Atônito, Harry o seguiu enquanto Dumbledore se afastava do local onde a criança estava, choramingando, o levando até duas cadeiras, que Harry até o momento
não tinha notado, um pouco distante daquele teto alto e brilhante. Dumbledore se sentou em uma delas, e Harry se jogou na outra, encarando o seu antigo diretor.
A barba e os cabelos longos e prateados, os olhos azuis penetrantes por traz de óculos de meia lua, o nariz torto: tudo estava como se lembrava. E ainda...
Mas você está morto disse Harry.
Ah sim disse Dumbledore casualmente.
Então... Eu morri também?
Ah, disse Dumbledore, sorrindo ainda mais abertamente. esta é a questão, não é mesmo? Contudo, meu garoto, eu acho que não.
Eles se entreolharam, o velho ainda sorrindo radiante.
Não? repetiu Harry
Não. disse Dumbledore.
Mas... Harry levou sua mão instintivamente em direção cicatriz em forma de raio. Ela não parecia estar lá. Mas eu devo ter morrido, eu não me defendi!
Eu quis que ele me matasse!
E isso... disse Dumbledore irá, eu creio, ter feito toda a diferença.
Felicidade parecia irradiar de Dumbledore como luz, como fogo: Harry nunca tinha visto um homem tão completamente, tão palpavelmente contente.
Explique. disse Harry
Mas você já sabe. disse Dumbledore, girando os polegares.
Eu deixei ele me matar. disse Harry Não deixei?
Deixou. disse Dumbledore, concordando com a cabeça. Continue!
Então a parte da alma dele que estava em mim...
Dumbledore balançou a cabeça ainda mais entusiasticamente, encorajando Harry a continuar, com um sorriso largo em seu rosto.
...se foi?
Ah, sim! Disse Dumbledore. Sim, ele a destruiu. Sua alma agora está inteira e é completamente sua, Harry.
Mas então...
Harry olhou por sobre seus ombros, para onde a pequena, desfigurada criatura tremia debaixo da cadeira.
O quê é aquilo, professor?
Algo que está além de nossa ajuda. disse Dumbledore.
Mas se Voldemort usou a Maldição da Morte, Harry recomeçou. e ninguém morreu por mim dessa vez, como posso estar vivo?
Eu acho que você sabe. disse Dumbledore. Tente se lembrar. Lembrese do que ele fez, em sua ignorância, sua ganância e crueldade.
Harry pensou. Deixou sua vista vagar pelo local. Se era, de fato, um palácio onde eles estavam, era um tanto esquisito, com cadeiras arrumadas em fileiras
pequenas e pedaços de balaustradas aqui e ali, e ainda assim, ele e Dumbledore e a criatura sob o banco eram os únicos seres ali. Então a resposta veio em seus lábios
facilmente, sem esforço.
Ele usou meu sangue. disse Harry
Precisamente! Disse Dumbledore. Ele usou seu sangue para reconstruiu o corpo em que ele vive! Seu sangue está nas veias dele, Harry, a proteção de
Lílian está dentro de vocês dois! Sua vida está amarrada dele!
Eu vivo... enquanto ele viver! Mas eu pensei... eu pensei que era ao contrário! Eu pensei que ambos devíamos morrer? Ou é a mesma coisa?
As batidas e o choro da criatura agonizante atrás deles o distraia, seus olhos se voltaram para ela mais uma vez.
Tem certeza de que não podemos fazer nada?
Não existe ajuda possível.
Então explique... mais. disse Harry, e Dumbledore sorriu.
Você era o sétimo Horcrux, Harry, o Horcrux que ele nunca teve intenção de criar. Ele tinha tornado sua alma tão instável, que ela se quebrou quando cometeu
aqueles atos de um mal inominável, o assassinato de seus pais e a tentativa de matar uma criança. Mas o que fugiu daquela sala era ainda menos do que ele sabia.
Ele deixou mais do que seu corpo para trás. Ele deixou parte de sua própria alma atada a você. A possível vítima que sobreviveu.
E seu conhecimento continuou lamentavelmente incompleto, Harry! Aquilo que Voldemort não dá valor, ele não se dá ao trabalho de compreender. Sobre elfosdomésticos
e contos infantis, sobre amor, lealdade e inocência, Voldemort não conhece e não entende nada. Nada. Eles têm um poder além do seu, um poder além de qualquer magia,
é uma verdade da qual ele nunca soube.
Ele usou seu sangue acreditando que isso o deixaria mais forte. Ele tem em seu corpo uma pequena parte do encantamento que sua mãe deixou em você quando
morreu por você. Seu corpo mantém vivo o sacrifício dela, e enquanto este encantamento existir, será a única esperança para você e para Voldemort.
Dumbledore sorriu para Harry, e Harry o encarou.
E você sabia disso? Você sabia... o tempo todo?
Eu adivinhei. Mas minhas adivinhações são, geralmente, boas. disse Dumbledore alegremente, e eles ficaram em silêncio pelo que pareceu um bom tempo,
enquanto a criatura atrás deles continuava a chorar e tremer.
Tem mais. disse Harry. Tem mais coisa. Por que minha varinha quebrou a varinha que ele havia emprestado?
Quanto a isso, não posso ter certeza.
Adivinhe, então. disse Harry, e Dumbledore riu.
O que você deve entender, Harry, é que você e Lorde Voldemort rumaram juntos por áreas da magia até agora desconhecidas e não testadas, e nenhum fabricante
de varinhas poderia, creio eu, alguma vez ter previsto ou explicado isso a Voldemort.
Sem mencionar que, como você agora sabe, Lorde Voldemort duplicou o laço entre vocês quando retomou a forma humana. Uma parte de sua alma ainda estava
atrelada a sua, e, pensando estar se fortalecendo, ele tomou uma parte do sacrifício de sua mãe. Se ele, ao menos, pudesse entender o poder exato e terrível desse
sacrifício, ele não teria, talvez, ousado tocar seu sangue... mas então, se ele tivesse sido capaz de entender, ele não seria Lorde Voldemort, e poderia nunca ter
matado.
Tendo assegurado esta conexão, tendo entrelaçado seus destinos como nunca dois bruxos entrelaçaram na história, Voldemort agiu, atacando você com uma varinha
que compartilhava o mesmo cerne da sua. E algo muito estranho aconteceu, como sabemos. Os cernes reagiram de uma forma que Lorde Voldemort, que nunca soube que sua
varinha era gêmea da dele, nunca esperou.
Ele estava mais amedrontado do que você naquela noite, Harry. Você tinha aceitado, talvez até abraçado, a possibilidade de morrer, algo que Lorde Voldemort
nunca foi capaz de fazer. Sua coragem venceu, sua varinha sobrepujou a dele. E agindo assim, algo aconteceu entre estas varinhas, algo que repetiu o relacionamento
entre seus mestres.
Eu acredito que sua varinha absorveu um pouco do poder e qualidades da varinha de Voldemort naquela noite, o que quer dizer que ela continha um pouco do
próprio Voldemort. Então sua varinha o reconheceu quando ele o perseguiu, reconheceu um homem que era seu parente e inimigo mortal, e ela regurgitou algumas de sua
própria magia contra ele, magia muito mais poderosa que qualquer coisa que a varinha de Lúcio já tivesse produzido. Sua varinha continha o poder de sua enorme coragem
e habilidade mortal do próprio Voldemort: que chance tinha aquela pobre vareta de Lúcio Malfoy?
Mas se minha varinha era tão poderosa, como Hermione conseguiu quebrála? perguntou Harry.
Meu caro garoto, os efeitos notáveis da varinha eram direcionados apenas Voldemort, quem tinha rompido, inadvertidamente, com as mais profundas leis
da magia. Somente com ele aquela varinha era tão anormalmente poderosa. De outra forma ela era uma varinha como qualquer outra... embora uma varinha muito boa, tenho
certeza. Dumbledore concluiu gentilmente.
Harry pensou por um longo tempo, ou talvez segundos, era muito difícil ter certezas de coisa como o tempo, aqui.
Ele me matou com sua varinha.
Ele falhou em matar você com minha varinha. Dumbledore corrigiu Harry. Eu acho que podemos concordar que você não está morto, embora, é claro, ele
adicionou, como se temesse ter sido descortês, eu não subestime seu sofrimento, dos quais, tenho certeza, foram severos.
Me sinto ótimo neste momento, de qualquer forma... disse Harry, olhando para baixo em direção a suas mãos limpas, sem manchas. Onde estamos, exatamente?
Bem, eu ia te perguntar isso. disse Dumbledore, olhando ao redor. Onde você diria que estamos?
Até Dumbledore perguntar, Harry não sabia. Agora, no entanto, ele achou que tinha uma resposta para dar.
Parece, ele disse devagar com a Estação King's Cross. Só que parece mais limpa e vazia, e não há trens pelo menos até onde consigo ver.
Estação de King's Cross! Dumbledore estava rindo sem moderação. Minha nossa, sério?
Bem, onde você acha que estamos? perguntou Harry, na defensiva.
Meu caro garoto, eu não faço idéia. Esta é, como eles dizem, sua festa.
Harry não tinha idéia do que isso significava; Dumbledore estava sendo irritante. Ele olhou para ele, e então se lembrou de uma questão muito mais urgente
do que a de sua localização atual.
As Relíquias da Morte. ele disse, e estava feliz de ver que as palavras limparam o sorriso da face de Dumbledore.
Ah, sim. ele disse. Ele até parecia um tanto preocupado.
Bem?
Pela primeira vez desde que Harry conheceu Dumbledore, ele parecia menos que um velho, muito menos. Ele parecia, furtivamente, como um garoto pequeno que
foi pego fazendo travessuras.
Pode me perdoar? ele disse. Pode me perdoar por não confiar em você? Por não te contar? Harry, eu simplesmente receava que você falhasse como eu falhei.
Eu só receei que você cometeria meus erros. Eu imploro o seu perdão, Harry. Eu sei, já há algum tempo agora, que você é um homem melhor.
Do que é que você está falando? perguntou Harry, alarmado pelo tom de Dumbledore, pelas lágrimas repentinas em seus olhos.
As Relíquias, as Relíquias. murmurou Dumbledore. O sonho de um homem desesperado!
Mas elas são reais!
Reais, e perigosas, e uma ilusão para tolos. disse Dumbledore. E eu fui tal tolo. Mas você sabe, não sabe? Eu não escondo mais segredos de você. Você
sabe.
O que eu sei?
Dumbledore virou seu corpo inteiro para encarar Harry, e lágrimas ainda cintilavam nos brilhantes olhos azuis.
Mestre da Morte, Harry, mestre da Morte! Será que fui melhor, ultimamente, do que Voldemort?
É claro que foi. disse Harry. É claro. Como você pode perguntar isso? Você nunca matou se pudesse evitar!
Verdade, verdade. disse Dumbledore, e ele era como uma criança procurando certeza. Ainda assim, eu também procurei um meio de dominar a Morte, Harry.
Não da mesma forma que ele. disse Harry. Apesar de toda raiva por Dumbledore, quão estranho era sentar aqui, entre o alto teto fechado, e defender Dumbledore
dele mesmo. Relíquias, não Horcruxes.
Relíquias, murmurou Dumbledore, não Horcruxes. Precisamente.
Houve uma pausa. A criatura atrás deles chorava, mas Harry não olhou mais para traz.
Grindelwald estava procurando por elas também? perguntou
Dumbledore fechou seus olhos por um momento, e concordou.
Isso foi o que, acima de tudo, nos juntou ele disse quietamente. Dois garotos inteligentes, arrogantes, com uma obsessão compartilhada. Ele queria
ir a Godric's Hollow, como eu tenho certeza que você imaginou, por causa do túmulo de Ignotus Peverell. Ele queria explorar o lugar em que o terceiro irmão morrera.
Então é verdade? perguntou Harry. Tudo? Os irmãos Peverell...
...eram os três irmãos do conto. disse Dumbledore, concordando com a cabeça. Ah, sim, eu acho que sim. Agora, se eles encontraram a Morte em uma estrada
solitária... eu acho mais provável que os irmão Peverell eram simplesmente talentosos, bruxos perigosos que tiveram sucesso em criar aqueles objetos poderosos. A
história de elas serem as Relíquias da própria Morte me parece o tipo de lenda que pode ter originado tais criações.
A capa, como você agora sabe, viajou através das eras, de pai para filho, mãe para filha, direto até o último descendente vivo de Ignotus, que nasceu,
assim como Ignotus, na vila de Godric's Hollow.
Dumbledore sorriu para Harry.
Eu?
Você. Você imaginou, eu sei, porque a Capa estava comigo na noite em que seus pais morreram. Tiago havia me mostrado apenas alguns dias antes. Isso explicava
muito de suas travessuras não detectadas pela escola! Eu mal podia acreditar no que via. Eu a pedi emprestada, para examinála. Eu tinha, há tempos, desistido de
meu sonho de unir as Relíquias, mas eu não pude resistir, não pude evitar dar uma olhada mais de perto... era uma Capa como eu nunca tinha visto, imensamente antiga,
perfeito em cada aspecto... e então seu pai morreu, e eu tinha duas Relíquias afinal, todas para mim!
Seu tom era insuportavelmente amargo.
No entanto, a Capa não teria ajudado eles a sobreviver, Harry disse rapidamente, Voldemort sabia onde minha mãe e meu pai estavam. A Capa não podia
têlos tornado a prova de maldições.
Verdade. suspirou Dumbledore. Verdade.
Harry esperou, mas Dumbledore não falou, então ele o impeliu.
Então você tinha desistido de procurar pelas Relíquias até quando viu a Capa?
Ah, sim. disse Dumbledore baixo. Parecia que ele tinha se forçado a encontra os olhos de Harry. Você sabe o que aconteceu. Você sabe. Não pode me desprezar
mais do que eu me desprezo...
Mas eu não te desprezo...
Pois deveria disse Dumbledore. Ele respirou bem fundo. Você sabe o segredo da péssima saúde de minha irmã, o que aqueles Trouxas fizeram, o que ela
se tornou. Você sabe como meu pobre pai procurou vingança, e pagou o preço, morreu em Azkaban. Você sabe como minha mãe desistiu de sua própria vida para cuidar
de Ariana. Eu me sinto culpado por isso, Harry.
Dumbledore disse isso ousadamente, friamente. Ele olhava, agora, por cima da cabeça de Harry, para o além dele.
Eu era talentoso, brilhante. Eu queria escapar. Queria brilhar. Queria glória.
Não me interprete mal, ele disse, e dor cruzou sua face de tal forma que agora ele parecia velho de novo. Eu os amava. Amava meus pais, amava meu irmão e minha
irmã, mas eu era egoísta, Harry, mais egoísta que você, que é uma pessoa notavelmente altruísta, pode imaginar.
Tanto que, quando minha mãe morreu, e eu fiquei responsável por uma irmã deteriorada e um irmão teimoso, eu retornei a minha vila com raiva e amargura.
Enjaulado e desperdiçado, eu pensei! E então, é claro, ele veio...
Dumbledore olhou diretamente nos olhos de Harry, mais uma vez.
Grindelwald. Você não pode imaginar como suas idéias me cativaram, Harry, me inflamaram. Trouxas forçados a submissão. Nós bruxos, triunfantes. Grindelwald
e eu, os gloriosos jovens líderes da revolução.
Ah, eu tinha alguns escrúpulos. Eu suavizei minha consciência com palavras vazias. Seria tudo pelo bem maior, e qualquer dano cometido seria reparado centenas
de vezes mais em benefícios para os bruxos. Sabia eu, no fundo de meu coração, o que Gellert Grindelwald era? Eu acho que sabia, mas fechei meus olhos. Se os planos
que fazíamos dessem frutos, todos os meus sonhos se realizariam.
E no centro de nossos esquemas, as Relíquias da Morte! Como elas o fascinavam, como elas nos fascinava a ambos! A Varinha Imbatível, a arma que nos levaria
ao poder! A Pedra da Ressurreição... para ele, embora eu fingia não saber, significava um exército de Inferi! Para mim, eu confesso, significava o retorno de meus
pais, e a retirada de toda a responsabilidade de meus ombros.
E a Capa... de alguma forma, nós nunca discutimos muito sobre a Capa, Harry. Ambos podíamos nos esconder suficientemente bem sem a Capa, a verdadeira mágica
dela é que ela pode ser usada para proteger e cobrir outros tão bem quanto seu dono. Eu pensei que se alguma vez ela fosse encontrada, ela seria usada para esconder
Ariana, mas nosso interesse pela Capa era principalmente porque ela completava o trio, pois a lenda dizia que o homem que unisse todos os três objetos seria verdadeiramente
mestre da Morte, o que para nós significava invencibilidade.
Mestres da Morte, invencíveis, Grindelwald e Dumbledore! Dois meses de insanidade, de sonhos cruéis, e negligência daqueles dois únicos membros restantes
de minha família. E então... você sabe o que aconteceu. A realidade retornou, na forma de meu bruto, iletrado, e infinitamente mais admirável irmão. Eu não quis
ouvir as verdades que ele gritou para mim. Eu não quis ouvir que eu não podia partir para procurar as Relíquias com uma irmã frágil e instável na bagagem.
A discussão se transformou numa briga. Grindelwald perdeu controle. Aquilo que eu sempre senti nele, embora tenha fingido não sentir, agora se mostrara
como um ser terrível. E Ariana... depois de todo o cuidado de minha mãe... jazia morta sobre o chão.

Dumbledore deu um pequeno soluço, e começou a chorar. Harry esticou a mão, e ficou feliz de descobrir que podia tocálo: ele apertou seu braço firmemente,
e Dumbledore gradativamente reassumiu seu controle.
Bem, Grindelwald fugiu, como qualquer um, exceto eu, teria previsto. Ele desapareceu, com planos para tomar o poder, e suas idéias de torturar Trouxas,
e seus sonhos com as Relíquias da Morte, sonhos dos quais eu o encorajei e ajudei. Ele fugiu, enquanto eu fui deixado para enterrar minha irmã e aprender a viver
com minha culpa, e minha terrível lástima, o preço de minha vergonha.
Anos se passaram. Houve rumores sobre ele. Eles diziam que ele procurava uma varinha de imenso poder. Eu, enquanto isso, me foi oferecido o cargo de Ministro
da Magia, não uma vez somente, mas várias vezes. Naturalmente, eu recusei. Eu aprendi que não devia ser confiado com poder.
Mas você teria sido melhor, bem melhor, que Fudge ou Scrimgeour! explodiu Harry.
Seria? perguntou Dumbledore pesarosamente. Eu não estou certo. Eu tinha provado, quando jovem, que o poder era minha fraqueza e minha tentação. É uma
coisa curiosa, Harry, mas talvez aqueles que são melhores encaixados no poder são aqueles que nunca o procuraram. Aqueles que, como você, tem a liderança encravada
em si, e tomam o manto porque eles devem, e descobrem para a própria surpresa que lhes cai bem. Eu estava mais seguro em Hogwarts. Eu achava que era um bom professor...
O senhor era o melhor.
Você é muito gentil, Harry. Mas enquanto eu me ocupava em treinar jovens bruxos, Grindelwald estava formando um exército. Eles dizem que ele tinha medo
de mim, e talvez temesse, mas menos, eu acho, do que eu o temia.
Ah, não a morte. disse Dumbledore, em resposta ao olhar questionador de Harry. Não o que ele podia causar em mim magicamente. Eu sabia que nós nos
comparávamos igualmente, talvez eu fosse um pouco mais habilidoso. Era a verdade o que eu temia. Veja, eu nunca soube qual de nós, naquela última, horrorosa luta,
tinha na verdade lançado a maldição que matou minha irmã. Você pode me chamar de covarde: você estaria certo. Harry, eu temia além de todas as coisas o conhecimento
de que tinha sido eu que havia provocado a morte dela, não meramente através de minha arrogância e estupidez, mas que eu na verdade havia dado o golpe que a havia
tirado sua vida.
Eu acho que ele sabia disso, eu acho que ele sabia o que me assustava. Eu adiei nosso encontro até que, finalmente, percebi que seria vergonhoso resistir
por mais tempo. Pessoas estavam morrendo e ele parecia invencível, e eu tive que fazer o que devia. Bem, você sabe o que aconteceu depois. Eu venci o duelo. Eu ganhei
a varinha.
Outro silêncio. Harry não perguntou se Dumbledore chegou a descobrir quem havia matado Ariana. Ele não queria saber, e menos ainda queria que Dumbledore
contasse a ele. Finalmente ele soube o que Dumbledore tinha visto quando olhou no Espelho de Osejed, e porquê Dumbledore tinha compreendido tanto a fascinação que
o espelho havia exercido sobre Harry.
Eles sentaram em silêncio por um longo tempo, o choro da criatura atrás deles não mais perturbava Harry.
Finalmente ele disse:
Grindelwald tentou impedir Voldemort de ir atrás da varinha. Ele mentiu, você sabe, fingiu que nunca a possuiu.
Dumbledore acenou com a cabeça, olhando para o seu colo, lágrimas ainda brilhando em seu nariz torto.
Eles dizem que ele mostrou remorso nos anos posteriores, sozinho em sua cela em Nurmengard. Eu espero que seja verdade. Eu gostaria de pensar que ele sentiu
o horror e a vergonha do que fez. Talvez mentir para Voldemort foi sua tentativa de fazer reparos... de impedir Voldemort de tomar as Relíquias...
...ou talvez de violar seu túmulo? sugeriu Harry, e Dumbledore enxugou seus olhos.
Depois de uma pequena pausa, Harry disse:
Você tentou usar a Pedra da Ressurreição.
Dumbledore concordou com a cabeça.
Quando eu a descobri, depois de todos aqueles anos, enterrada na casa abandonada dos Gaunts, a Relíquia que eu ansiei mais do que todas, embora em minha
juventude eu a quisesse por diferentes razões, eu perdi minha cabeça, Harry. Eu esqueci que ela era agora um Horcrux, que o anel com certeza carregava uma maldição.
Eu o peguei e o coloquei, e por um segundo eu imaginei que estava prestes a ver Ariana, e minha mãe, e meu pai, e dizêlos o quanto, quanto arrependido estava...
Eu fui tão tolo, Harry. Depois de todos esses anos, eu não havia aprendido nada. Eu não era digno de unir as Relíquias da Morte, eu havia provado isso
de novo e de novo, e ali estava a prova final.
Por quê? disse Harry. Era natural! Você queria vêlos de novo. O que há de errado nisso?
Talvez um homem em um milhão possa reunir as Relíquias, Harry. Cabia a mim apenas possuir a pior delas, a menos extraordinária. Cabia a mim ter a Varinha
Mestra, e não se gabar disso, não matar com ela. Foime permitido domála e usála, porque eu a tomei, não por ganho, mas para salvar outros de sua influência.
Mas a Capa, eu tomei por curiosidade vã, então ela nunca poderia funcionar para mim como funciona para você, seu verdadeiro dono. A Pedra, eu a teria usado
para trazer de volta aqueles que estão em paz, ao contrário de usála como autosacrifício, como você fez. Você é merecidamente o dono das Relíquias da Morte.
Dumbledore deu um tapinha na mão de Harry, e Harry olhou para cima para o rosto velho e sorriu; ele não podia evitar. Como ele poderia continuar bravo com
Dumbledore agora?
Por que você fez tudo parecer tão difícil?
O sorriso de Dumbledore estava trêmulo.
Receio que contei com a senhorita Granger para lhe atrasar, Harry. Eu temia que sua cabeça quente pudesse dominar seu bom coração. Eu tinha medo de que,
se apresentado diretamente aos fatos sobre estes objetos tentadores, você poderia agarrar as Relíquias assim como eu, na hora errada, pelas razões erradas. Se você
tivesse que pôr as mãos nelas, queria que você as possuísse de forma segura. Você é o verdadeiro mestre da Morte, por que o verdadeiro mestre não procura fugir da
Morte. Ele aceita que têm que morrer, e entende que existem coisas bem, bem piores em viver do que em morrer.
E Voldemort nunca soube das Relíquias da Morte?
Eu acredito que não, pois ele não reconheceu a Pedra da Ressurreição que ele transformou numa Horcrux. Mas mesmo se ele soubesse sobre elas, Harry, eu
duvido que ele tenha se interessado em qualquer uma exceto pela primeira. Ele não acharia que precisasse da Capa, quanto a Pedra, quem ele gostaria de trazer dos
mortos? Ele teme os mortos. Ele não ama.
Mas você esperava que ele fosse atrás da varinha?
Eu estava certo de que ele ia tentar, desde que sua varinha venceu a dele no cemitério em Little Hangleton. No começo, ele temia que você o tivesse vencido
devido a habilidades superiores. Depois de ter seqüestrado Olivaras, de qualquer forma, ele descobriu a existência dos cernes gêmeos. Ele pensou que isso explicava
tudo. Ainda assim a varinha emprestada não funcionou melhor contra a sua! Então Voldemort, ao invés de se perguntar qual era a qualidade que existia em você que
fez de sua varinha tão forte, que dom você possuía que ele não, naturalmente saiu em procura daquela única varinha que, assim diziam, iria subjugar qualquer outra.
Para ele, a Varinha Mestra se tornou uma obsessão que rivalizava a obsessão por você. Ele acreditava que a Varinha Mestra removeria sua última fraqueza e o faria
verdadeiramente invencível. Pobre Severo...
Se você planejou sua morte com Snape, você quis que ele terminasse com a Varinha Mestra, não queria?
Eu admito que era essa a minha intenção. disse Dumbledore. Mas não funcionou como eu quis, funcionou?
Não. disse Harry. Essa parte não deu certo.
A criatura atrás deles esperneou e reclamou; Harry e Dumbledore ficaram sem falar durante um período maior. A compreensão do que ele, Harry, teria que fazer
em seguida descia gradativamente sobre ele últimos longos minutos, como neve caindo.
Eu tenho que voltar, não tenho?
Essa é sua decisão.
Eu tenho uma escolha?
Ah, sim. Dumbledore sorriu para ele. Nós estamos em King's Cross, você disse? Eu acho que se você decidir não voltar, você estaria... vamos dizer...
apto a pegar um trem.
E onde ele me levaria?
Para frente. disse Dumbledore, simplesmente.
Silêncio mais uma vez.
Voldemort têm a Varinha Mestra.
Verdade. Voldemort têm a Varinha Mestra.
Mas você quer que eu volte?
Eu acho, disse Dumbledore. que se você escolher retornar, existe uma chance que ele possa ser liquidado mesmo. Não posso prometer. Mas eu sei, Harry,
que você tem menos medo de retornar para cá do que ele tem.
Harry olhou mais uma vez para a criatura de aparência crua que tremia e sufocava na sombra entre a cadeira distante.
Não tenha pena dos mortos, Harry. Tenha pena dos vivos, e, acima de tudo, aqueles que vivem sem amor. Retornando, você pode assegurar que menos almas sejam
divididas, menos famílias sejam separadas. Se isso parece a você um objetivo que vale a pena, então diga adeus para o presente.
Harry concordou e suspirou. Deixar este lugar não seria nem um pouco mais difícil do que seu caminhar para a Floresta, mas era quente e luminoso e pacífico
aqui, e ele sabia que ele estava voltando para a dor e o medo de mais perdas. Ele se levantou, e Dumbledore fez o mesmo, e eles se olharam nos rostos por um longo
momento.
Me diga uma última coisa. disse Harry. Isso é real? Ou está tudo acontecendo na minha cabeça?
Dumbledore sorriu para ele, e sua voz soou alta e forte nos ouvidos de Harry mesmo com a névoa clara descendo de novo, obscurecendo sua imagem.
É claro que isso está acontecendo dentro de sua cabeça, Harry, mas por que isso deve significar que não seja real?


Capítulo Trinta e Seis
A falha no plano


Ele estava voando de encontro ao chão outra vez. O cheiro da floresta encheu suas narinas. Ele podia sentir a terra dura e fria tocando sua face, as dobradiças
de seus óculos bateram de lado pela queda cortandoo. Cada polegada de seu corpo doía, e o lugar que a Maldição da morte havia o atingido, ele sentia a contusão
de um soco inglês. Ele não se moveu, ficou parado exatamente onde havia caído, com seu braço esquerdo dobrado em um ângulo desajeitado e sua boca abrindo. Ele esperava
ouvir exclamações de triunfo e júbilo por sua morte, mas em vez disso, apressados passos, sussurros e solícitos murmúrios preencheram o ar.
? Meu Senhor, meu Senhor...
Era a voz de Bellatrix, e ela falava como se fosse a um amante. Harry não ousou abrir os olhos, mas usou seus outros sentidos para explorar sua situação.
Ele sabia que sua varinha estava entre suas vestes, pois a sentia pressionada entre seu peito e o chão.
Um efeito de leve proteção em sua área do estômago o disse que a Capa da Invisibilidade também estava lá, desmaterializada de vista.
? Meu Senhor...
? Aquilo vai fazer, ? Disse a voz de Voldermort.
Mais passos. Várias pessoas estavam se distanciando do mesmo local. Desesperado para ver o quê estava acontecendo e por que ,Harry abriu seus olhos um milímetro.
Voldemort parecia estar chegando a seus pés. Vários Comensais da Morte estavam se apressando rapidamente para longe dele, retornando para a multidão que
forrava a clareira. Bellatrix permaneceu sozinha atrás, ajoelhandose ao lado de Voldemort.
Harry fechou seus olhos novamente e considerou o que tinha visto. Os comensais de morte se reuniram em volta de Voldemort, a quem parecia ter caído no chão.
Alguma coisa aconteceu quando ele atingiu Harry com a maldição da morte. Voldemort estava tendo um colapso? Assim parecia. E os dois numa palavra caíram inconscientes
e os dois agora retornaram...
? Meu Senhor, deixeme
? Eu não pedi ajuda ? Disse Voldemort friamente, e ainda que não pudesse ver, Harry imaginou Bellatrix retirando uma mão de ajuda. ? O garoto...ele está
morto?

Estava um completo silêncio na clareira. Ninguém se dirigiu a Harry, mas ele sentia seus olhares fixamente concentrados; isso pareceu o pressionar mais ainda
contra o chão, e foi estarrecido um dedo ou uma pálpebra pôde contrairse.
? Você ? Disse Voldemort, e houve um estrondo e um pequeno guincho de dor. ? Examineo, diga se ele está morto.
Harry não soube quem foi mandado para verificar. Poderia somente encontrarse lá, com seu coração batendo rapidamente, mas ao mesmo tempo nada, o pequeno
conforto era que, Voldemort estava com medo de se aproximar, Voldemort suspeitava que tudo não tinha sido conforme o plano...
Uma mão mais macia que o esperado, tocou a face de Harry e sentiu seu coração.
Ele pode ouvir a respiração rápida da mulher.
? Draco está vivo? Ele está no castelo?
O sussurro era quase inaudível, seus lábios a uma polegada de sua cicatriz, sua cabeça dobrada tão para baixo que seu cabelo longo protegeuo dos espectadores.
?Sim ? respirou de volta. Sentiu as mãos em seu peito contraindo: suas unhas o furaram. Ela havia sentado.
? Ele está morto? Narcisa chamou os observadores. E agora gritavam, guinchavam de triunfo e estamparam seus pés, e através de suas pálpebras, Harry pode
ver tiros de luz vermelha e prata no ar em comemoração. Continuando a fingir sua morte no chão, ele entendeu. Narcisa sabia que a única maneira de ser permitida
a entrar em Hogwarts, e achar seu filho, era conquistando parte do exército. Ela não se importava mais se Voldemort havia ganho.
? Vocês vêem? ? Guinchou Voldemort sobre o tumulto. ? Harry Potter está morto pelas minhas mãos e nenhum homem vivo pode me ameaçar agora! Assistam! Crucio!
Harry esperava isso, sabia que seu corpo não podia continuar sem manchar o chão da floresta; ele tinha que ser sujeito a humilhação para provar a vitória
de Voldemort. Foi levantado no ar e usou toda sua determinação para se manter desacordado, mas a dor que ele esperava não veio.Foi jogado uma,duas, três vezes no
ar. Seus óculos voaram e sentiu sua varinha deslizar um pouco entre suas vestes, mas se manteve flexível e sem vida, e quando caiu no chão pela última vez, a lareira
ecoou com zombaria e guinchos de risadas.
? Agora ? disse Voldemort, ? Nós vamos ao castelo mostrar o que aconteceu com seu herói. Quem deveria levar o corpo? Não Espere ? Houve uma leve pausa
de risos, e poucos momentos depois Harry sentiu a terra tremendo embaixo dele.? Você o carrega ? disse Voldemort. ?Será agradável e visível em seus braços, não?
Pegue seu pequeno amigo Hagrid. E os óculos coloque os óculos ele precisa estar reconhecível.
Alguém colocou os óculos de Harry de volta a seu rosto com deliberada força, mas as mãos que o levantaram no ar estava excedendo gentileza. Harry podia sentir
os braços de Hagrid tremendo com os fortes soluços ,grandes lágrimas caindo sobre ele. Harry não se atreveu,seja por palavra ou movimento,contar a Hagrid que tudo
não estava, ainda,perdido.
?Movase? disse Voldemort, e Hagrid tropeçou para frente, forçando seu caminho entre as árvores através da floresta.Os galhos travavam nos cabelos e vestes
de Harry,mas ele permanecia quieto,sua boca entreaberta, olhos fechados,na escuridão,enquanto os comensais de morte se amontoavam em torno deles,e quando Hagrid
soluçou cegamente, ninguém viu uma pulsação no pescoço de Harry.Os dois gigantes seguiram atrás dos comensais de morte,Harry podia ouvir as árvores quebrando e caindo
enquanto passavam,eles fizeram tanto barulho que os pássaros voaram gritando no céu,e os guinchos dos comensais de morte foram abafados. A vitoriosa procissão marchou
para o campo aberto, e após um momento Harry poderia dizer, que pela luz através da escuridão de suas pálpebras fechadas, as árvores estavam começando a ficar mais
finas.
?MAS QUE CRUELDADE!
Hagrid gritou inesperadamente forçando o olho de Harry a abrir. ? Felizes agora né? Não tiveram que lutar, bando de mulas covardes. Vocês estão felizes com
a mmorte de Harry Potter? ? Hagrid não podia continuar, caía de novo aos prantos.Harry se perguntou quantos centauros assistiam a procissão passar;ele não se atreveu
abrir os olhos.Alguns Comensais de Morte gritavam insultos para os centauros conforme iam os deixando para trás.Um pouco depois, Harry sentiu pelo frescor do ar,
que tinham alcançado a orla da floresta.
? Pare.
Harry achou que Hagrid tinha sido forçado por Voldemort a parar, pois balançou um pouco. Um ar frio fixou sobre eles, e Harry pode sentir a respiração áspera
dos dementadores que patrulhavam as outras árvores.Eles não poderiam o afetar agora.
O fato de sua própria sobrevivência queimou dentro dele, um talismã contra eles, como se seu patrono continuasse o protegendo dentro de seu coração.
Alguém passou perto de Harry, e ele sabia que era o próprio Voldemort, porque ele falou um momento depois, sua voz tão ampliada magicamente, que aumentou
além do chão, colidindo nos ouvidos de Harry.
?Harry Potter está morto. Morreu enquanto fugia,enquanto vocês apostavam sua vida por ele.Nós trouxemos seu corpo como prova que seu herói se foi.
?A batalha está ganha. Vocês perderam metade de seus guerreiros.O número de meus Comensais de Morte é maior que o de vocês, e o garoto que sobreviveu acabou.Não
há mais guerra. Aquele que tentar resistir,homem mulher ou criança, será massacrado assim como os membros de sua família.Saiam do castelo, ajoelhemse diante de
mim, e você será poupado.Seus pais e filhos viverão e serão perdoados,e você se unirá a mim nesse novo mundo que construiremos juntos.
Houve silêncio dentro e fora do castelo. Voldemort estava tão perto que Harry não se atreveu a abrir os olhos novamente.
?Venha. ?Disse Voldemort, e Harry o sentiu andando, e Hagrid foi forçado a seguir. Agora Harry abriu uma fração de seus olhos, e viu Voldemort dando largos
passos na frente deles, com a grande Nagini em seus ombros, agora livre e fora de sua gaiola encantada. Mas Harry não tinha a chance de tirar sua varinha debaixo
de suas vestes sem ser notado pelos Comensais de Morte,que marchavam de seus dois lados.
? Harry ? Soluçou Hagrid. ?Oh Harry...Harry
Ele fechou seus olhos novamente. Sabia que estavam se aproximando do castelo e apurou seus ouvis para distinguir, sobre as prazerosas vozes dos Comensais
de Morte e seus passos, sinais de vida daqueles de dentro.
?Pare.
Os Comensais de morte pararam. Harry ouviuos se espalhando em uma linha, encarando a porta de entrada da escola. Ele podia ver, mesmo com os olhos fechados,
que a luz do saguão de entrada aumentava sobre ele. Ele esperou. A qualquer momento, as pessoas pelas quais ele tentou morrer vão querer vêlo, aparentemente morto,
nos braços de Hagrid.
?NÃO!

O som foi mais terrível porque ele nunca esperou ou sonhou que a professora McGonagall pudesse fazer sequer um barulho. Ele pode ouvir uma risada, e soube
que era de Bellatrix glorificando sobre o desespero de McGonagall.
Espiou de novo e viu a porta aberta ser preenchida por pessoas, conforme os sobreviventes vinham de fora para saber se era verdade a morte de Harry Potter.
Viu Voldemort parado um pouco a frente dele passando a mão na cabeça de Nagini com um único dedo branco. Fechou seus olhos novamente.
?Não!
?Não!
?Harry!HARRY!
As vozes de Rony, Hermione e Gina eram piores que a de McGonagall; Harry não queria nada mais que responder de volta; ainda que tivesse que mentir silenciosamente,
o choro deles era como um gatilho; a multidão de sobreviventes tomaram a causa,gritando e guinchando para os comensais de morte, até
? SILÊNCIO? gritou Voldemort, e ouve um estalo e um brilho de luz, e forçou o silêncio de todos. Acabou! Coloqueo no chão Hagrid,aos meus pés,onde ele merece.
Harry sentiu ser colocado na grama.
? Vocês vêem? ? disse Voldemort, e Harry o sentiu dando largos passos para frente e para trás bem a seu lado. ?Harry Potter está morto! Vocês entendem agora,
desiludidos? Ele não era nada além de um garoto que contava com os outros para sacrificar suas vidas por ele!
? Ele te superou! ? gritou Rony, e o silêncio foi quebrado, e os defensores de Hogwarts estavam falando e gritando novamente até que um segundo a mais, outra
explosão mais forte extinguiu as vozes outra vez.
? Ele foi morto tentando sair dos terrenos do castelo ? disse Voldemort, e havia um gosto de mentira em sua voz ? morto tentando se salvar
Mas Voldemort se calou. Houve uma briga e um grito, então outro estrondo e um flash de luz, e um grunhido de dor; abriu seus olhos uma quantia mínima. Alguém
saiu da aglomeração e atacou Voldemort: Harry viu a figura cair no chão. Desarmandoo, Harry viu Voldemort jogando longe a varinha do desafiador e rindo.
? E quem é este? ? disse Voldemort com seu silvo de cobra ? quem foi o voluntário a demonstrar o que acontece com a aqueles que continuam lutando quando
a batalha está perdida?
Bellatrix deu uma gargalhada prazerosa.
? É Neville Longbottom, meu Senhor! Aquele que estava dando muito problema ao Carrows! O filho dos aurores, lembra?
? Ah, sim, me lembro ? disse Voldemort, olhando para Neville que estava se arrastando para trás, desarmado e desprotegido, parado entre os comensais de morte
e os sobreviventes.
? Mas você é sangue puro, não é, meu bravo garoto? ? perguntou a Neville, que estava o encarando, suas mãos vazias, onduladas no pulso.
? E daí se eu for? ? disse Neville alto.
? Você mostra espírito e bravura, vem do estoque nobre. Você dará um valioso comensal de morte. Nós precisamos de pessoas como você, Neville Longbottom.
? Eu me juntarei a você quando o inferno congelar? respondeu Neville ?Armada de
Dumbledore! ? gritou, e houve um apoio da aglomeração, a quem os feitiços para silenciar de Voldemort pareciam não fazer efeito.

? Muito bem ? disse Voldemort, e Harry sentiu mais perigo em sua voz que na mais poderosa maldição. ?Se é sua escola Longbottom, revertemos o plano original.
Em sua cabeça ele disse quietamente ? assim seja.
Ainda prestando atenção, Harry viu Voldemort agitando sua varinha. Segundos depois algo que parecia um pássaro disforme, entrou por uma das janelas quebradas,
voando, e aterrissou na mão de Voldemort. Agitando o pela extremidade,viu o objeto que carregava, vazio e áspero: o chapéu seletor.
? Não haverá mais seleção em Hogwarts, ? disse Voldemort ? não haverá mais casas. O emblema, escudo e cores de meu nobre ancestral, Salazar Slythering vai
suprir a todos. Não vão Neville Longbottom? ? ele apontou sua varinha em Neville, forçando o chapéu em sua cabeça, até que deslizou em seus olhos. Havia uns movimentos
da aglomeração prestando atenção na frente do castelo, e como um, os comensais de morte levantaram suas varinhas, prendendo os defensores de Hogwarts na baía.
? O Neville aqui vai demonstrar o que acontece a quem é tolo o bastante pra continuar a me opor. ?Disse Voldemort e com um movimento em sua varinha, fez
com que o chapéu seletor estourasse em chamas.
Gritos rasgaram o amanhecer, e Neville estava em chamas, incapaz de se mover. Harry não podia suportar: tinha que agir
Então várias coisas aconteceram no mesmo momento.
Eles ouviram um tumulto que vinha dos limites da escola, as pessoas estavam se amontoando na parede, atirando em direção do castelo, clamando gritos de guerra.
Grope veio se arrastando nas bordas do castelo e gritando HAGGER!
Seu grito foi respondido com um rugido dos gigantes de Voldemort: eles correram até Grope como se fossem touros e elefantes fazendo um terremoto. Então houve
ruído de arcos, e flechas caíram repentinamente entre os comensais de morte, os quais perderam a classe, exclamando surpresa. Harry aproveitou e tirou a capa de
invisibilidade de dentro de suas vestes, colocando sobre si mesmo.
Rapidamente, soltou Neville do feitiço que o prendia; o chapéu em chamas caiu de sua cabeça e tirou de seu fundo algo prata ,reluzente
O som da lâmina de prata não podia ser ouvido sobre o rugido da aglomeração ali perto, ou pelo conflito dos gigantes, ou o dos cascos dos centauros, no entanto,
ele parecia estar em cada olho. Como único recurso, Neville cortou a cabeça da grande cobra, a qual girou altamente no ar, brilhando na luz que inundava o salão
de entrada , e a boca de Voldemort estava aberta em um grito de fúria que ninguém poderia ouvir, e o corpo da serpente bateu terra em seus pés.
Escondido embaixo da capa de invisibilidade, Harry lançou um feitiço protetor no meio entre Neville e Voldemort antes que este levantasse sua marca para
a luta dos gigantes. O grito de Hagrid veio antes de tudo.
? HARRY! ?, Hagrid gritou. ?HARRY AONDE ESTÁ O HARRY?
O caos dominava. O carregamento de centauros dispersava os Comensais da Morte, e todos estavam sentindo os fortes passos dos gigantes, cada vez mais próximos,
trovejando contra os reforços que chegavam de algum lugar; Harry viu grandes criaturas aladas planando sobre as cabeças dos gigantes de Voldemort, testrálios e Bicuço,
o Hipogrifo, arranhando seus olhos enquanto Grope esmurrava e socava eles. E agora os bruxos, defensores de Hogwarts e Comensais da Morte foram forçados a entrarem
no castelo. Harry estava atirando feitiços e maldições em qualquer Comensal da Morte que ele podia ver, e eles, machucados, não sabiam o que o quem os acertara,
e seus corpos eram atropelados pela multidão em fuga. Ainda escondido sob a Capa de Invisibilidade, Harry adentrou o Hall de Entrada: Estava procurando por Voldemort
e viu ele do outro lado da sala, disparando feitiços de sua varinha enquanto voltava para o Grande Salão, continuando a gritar instruções para seus seguidores, enquanto
mandava maldições para todos os lados; Harry jogou mais Feitiços Escudo, e Voldemort era sua provável vítima. Simas Finnigan e Anna Abbott, encontraramse perto
dele no Grande Salão, onde entraram na luta já formada lá dentro.
Havia agora mais pessoas lutando, e Harry viu Carlinhos Weasley alcançando Horácio Slughorn, que ainda vestia seus pijamas esmeralda. Parecia que as famílias
e os amigos de todos os alunos de Hogwarts haviam ficado para lutar junto dos moradores de Hogsmeade e dos outros que estavam ali. Os centauros Bane, Ronan e Magorian
entraram com um estouro no Hall com grande barulho de seus cascos, enquanto atrás de Harry as porta que levavam para a cozinha eram explodidas.
Os elfos domésticos de Hogwarts entraram em massa no Hall de Entrada, gritando e balançando facas, e em seu comando, Monstro com o medalhão de Black balançando
em seu peito. Sua voz de sapo sempre audível:
? Lutem! Lutem! Lutem pelo meu Mestre, defensor dos elfos domésticos! Lutem contra o Lorde das Trevas, em nome do corajoso Régulus! Lutem!
Estavam alcançando os Comensais da Morte, e tinham suas pequenas faces lívidas de maldade, e aonde quer que Harry olhasse, Comensais da Morte estavam caindo
em quantidade ,submetidos por feitiços, andando com dificuldade devido as feridas, apunhalados nas pernas por duendes, ou então simplesmente tentando escapar, mas
foram engolidos pela aproximação da multidão.
Mas isso não havia acabado ainda: Harry se apressou entre os combatentes, passando pelos prisioneiros, até o salão principal.
Voldemort estava no centro da batalha, e parecia estar destruindo tudo ao seu alcance. Harry não poderia dar um feitiço certeiro nele, mas poderia lutar
a sua maneira, uma vez que continuava invisível, e o Salão Principal parecia cada vez mais e mais cheio como se todos que pudessem andar tivessem sido forçados a
entrar.
Harry viu Yaxley sendo surrado no chão por Jorge e Lino Jordan, viu Dolohov cair com um grito pelas mãos do Flitwick, viu o carrasco Macnair ser jogado através
do salão por Hagrid, bater na parede do outro lado, e deslizar inconscientemente rumo ao chão. Viu Rony e Neville derrubarem Fenrir Greyback. Aberforth atacando
Rookwood, Arthur e Percy derrotando Thicknesse, e Lucius e Narcisa Malfoy, correndo através do salão, nem ao menos atenta a batalha, gritando por seu filho.
Voldemort estava agora duelando com McGonagall, Slughorn e Kingsley juntos, e havia um ódio frio em seus rostos quando eles se moveram e mergulharam em volta
dele, incapazes de derrotálo.
Bellatrix também continuava lutando, cinqüenta jardas longe de Voldemort, e como seu mestre, duelava com três de uma vez: Hermione, Gina e Luna, todas elas
dando seu máximo, mas Bellatrix se esforçava tanto quanto elas, e a atenção de Harry foi desviada por uma maldição da morte que passou tão próximo de Gina que a
errou por um dedo—
Harry mudou seu trajeto, indo de encontro a Bellatrix assim como Voldemort, mas antes que ele pudesse dar alguns passos, sentiu algo passando ao seu lado.
?A MINHA FILHA NÃO, SUA VACA!
A Sra. Weasley jogou fora seu casaco enquanto corria, deixando os braços livres, Bellatrix deu um giro, rindo estridentemente ao ver a nova desafiante.
? FIQUEM FORA DO MEU CAMINHO? A Sra. Weasley berrou para as três garotas, e com um simples balançar de varinha ela começou a duelar. Harry observava com
seu terror aumentando enquanto a varinha de Molly torceu e reluziu, e o sorriso de Bellatrix Lestrange hesitou e transformouse em um ranger de dentes. Os jatos
de luz voavam de ambas varinhas, o chão em volta dos pés das bruxas rachou; as duas estavam duelando para matar.
? Não! ? A Sra. Weasley gritou para alguns estudantes que pareciam vir em sua ajuda. Se afastem! Se afastem! Ela é minha!
Centenas de pessoas estavam próximas as paredes, observando as duas lutas, Voldemort com seus três oponentes, e Bellatrix e Molly, e Harry continuava parado,
invisível, entre as duas batalhas, querendo atacar e ao mesmo tempo proteger, incapaz de ter certeza de que não acertaria um inocente.
? O que acontecerá com seus filhos quando eu tiver te matado? ? provocou Bellatrix, tão irada quanto seu mestre, saltando como se os feitiços de Molly estivessem
dançando em torno dela. "Quando mamãe tiver ido embora da mesma forma que Fred?
?Você... nunca... mais... tocará... nossos... filhos... novamente! ? gritou a Sra. Weasley.
Bellatrix gargalhou da mesma forma como quando seu primo, Sirius, havia atravessado o véu, e surpreendentemente Harry sabia o que iria acontecer antes que
acontecesse.
O feitiço de Molly passou por debaixo do braço de Bellatrix e a acertou em cheio no peito, exatamente sobre seu coração.
O sorriso zombeteiro de Bellatrix congelou, seus olhos pareceram esbugalhar: Em um pequeno espaço de tempo ela soube o que havia acontecido, e então ela
caiu no chão, e a multidão de pessoas assistindo e Voldemort gritou.
Harry sentiu como se tudo estivesse girando: viu McGonagal, Kingsley e Slughorn explodindo para trás, caindo no ar, e a fúria de Voldemort estava no seu
auge, explodindo com a força de uma bomba, Voldemort ergueu sua varinha na direção de Molly Weasley.
?Protego! ? gritou Harry, e o feitiço protetor se expandiu no meio do salão, Voldemort olhou fixamente para a fonte do feitiço quando Harry finalmente retirou
a capa de invisibilidade.
O grito de choque, de prazer, os gritos de todos: "Harry!!ELE ESTÁ VIVO!" eram imensos. A multidão estava com medo, e o silencio caiu bruta e completamente,
enquanto Voldemort e Harry olhavam um para o outro, e começaram, no mesmo momento, a circular um ao outro.
? Eu não quero que mais ninguém me ajude, ? Harry disse em voz alta, e no silêncio total sua voz foi levada como o barulho de tambores. ? Tem que ser desse
jeito. Tem que ser eu. ? Voldemort assobiou.
? Potter não quer dizer isso, ? ele disse, seus olhos vermelhos bem abertos. ? É assim que isso funciona, não é mesmo? Quem você vai usar como escudo hoje,
Potter?
? Ninguém, ? disse Harry de forma simples. ? Não existem mais Horcruxes. É apenas você e eu. Nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver, e um de nós está
prestes a ir embora para sempre...
? Um de nós? ? zombou Voldemort, com todo o seu corpo confiante e seus olhos vermelhos encarando, a cobra estava para atacar. ? Você acha que será você,
não é mesmo. O menino que sobreviveu por acidente, e porque Dumbledore estava puxando suas cordinhas?

? Acidente, foi quando, minha mãe morreu para me salvar? ? perguntou Harry. Ainda haviam sombras se movimentando, os dois, em um perfeito circulo, mantendo
a mesma distancia um do outro, e para Harry não existia nenhum rosto a não ser o de Voldemort. ?Acidente, quando eu decidi lutar no cemitério? Acidentalmente, que
eu não me defendi essa noite, e ainda sobrevivi, e voltei para lutar novamente?
?Acidentes! ? gritou Voldemort, mas ainda sim ele não acertou, e a multidão estava paralisada como se estivessem petrificados, e de todas as pessoas que
haviam na Hall, ninguém parecia respirar a não ser os dois. ? Acidente, chance e o fato que você se encolheu e choramingou atrás de grandes homens e mulheres, e
me permitiu te matar!
? Você não irá matar mais ninguém está noite, disse Harry enquanto eles circulavam, e se encaravam um nos olhos do outro, verde no vermelho."Você não será
capaz de matar mais ninguém. Você não entende?Eu estava pronto pra morrer, pra te impedir de machucar essas pessoas
? Mas você não o fez!
?Eu penso que sim e foi o que fiz. Fiz o que minha mãe fez. Eles estão protegidos de você. Não notou que nenhum de seus feitiços os acertou? Você não pode
torturálos. Você não aprendeu com os seus erros, Riddle, aprendeu?
? Você me desafia?
? Sim eu te desafio disse Harry. Eu sei de coisas que você não sabe, Tom Riddle. Eu sei montes de coisas que você não sabe!Quer ouvir mais, antes de
cometer outro grande erro?
Voldemort não falou, andou em círculos, e Harry sabia que ele estava temporariamente na mesmice de sempre, preso a menor possibilidade que Harry tinha em
saber um segredo final...
? É o amor de novo? ? disse Voldemort, sua cara de cobra zombando. ? Solução favorita do Dumbledore, amor, o que pode vencer a morte, acho que o amor não
parou sua falha na torre parecendo um boneco de cera? Amor, que não me impediu de matar sua mãe sangueruim como uma pedra, Potter e ninguém, parece que ama você
o suficiente para entrar na frente do meu feitiço e parar meu feitiço. Então o que irá parar sua morte quando eu lançálo?
?Só uma coisa disse Harry circulando junto ao outro, seguro por nada mais que pelo último segredo.
? Não será o amor que salvará você agora. ? disse Voldemort ? você deve acreditar que sabe magias que eu não sei, ou tem uma arma mais poderosa que a minha?
? Eu acredito em ambos ? disse Harry, e ele viu um choque passar no rosto de cobra, pensando que ele estava se dissipando instantaneamente, Voldemort voltou
a si, e o som mais do que medo, insanidade e humor, ecoou no Hall silencioso.
? Você acha que sabe mais magias do que eu? ele disse. Do que o Lorde Voldemort, que fez magias que Dumbledore nunca sonhou em fazer?
? Ah, ele sonhou com isso. disse Harry Mas ele sabia mais do que você, sabia o suficiente para não fazer o que você fez.

? Fraco, você quer dizer! ? gritou Voldemort. ?Muito fraco para se atrever, muito fraco para pegar o que podia ter sido dele, o que será meu!
?Não, ele era mais esperto que você, ?disse Harry, ?um bruxo melhor, um homem melhor.
? Fui eu que ordenei a morte de Dumbledore!
?Você pensou que fez isso, ? disse Harry, ?mas você está enganado.
Pela primeira vez, a multidão se movimentou enquanto as cem pessoas envolta das paredes respiravam como um.
? Dumbledore está morto! ? Voldemort gritou para Harry ?ele está em tumulo de mármore nas terras desse castelo, eu vi, Potter, e ele não irá retornar!
? Sim, Dumbledore está morto, ?disse Harry. ?Snape era a favor Dumbledore desde o momento em que você começou a caçar a minha mãe. E você nunca percebeu,
porque era um a coisa que você não podia entender. Você nunca viu, Snape lançar um Patrono, viu, Riddle?
Voldemort não respondeu. Eles continuaram em circulo como lobos prestes a rasgar outro ao meio.
?O patrono de Snape era uma corça, ? disse Harry, ?o mesmo que o da minha mãe, porque ele a amou por praticamente toda sua vida, desde que eles eram crianças.
Você deveria ter percebido, ? ele disse enquanto ele via as narinas de Voldemort se alargarem, ?ele pediu para você poupar a vida dela, não pediu?
?Ele a desejava, isso era tudo, ?zombou Voldemort, ?mas quando ela se foi, ele concordou que haveria outra mulher, uma de Puro Sangue, digna para ele
?É claro que ele lhe disse isso, ? disse Harry, ?mas ele era o espião de Dumbledore desde o momento que você a ameaçou, e vinha trabalhando contra você desde
então! Dumbledore já estava morrendo quando Snape o matou!
?Não importa! ? gritou Voldemort, que tinha ouvido todas as palavras com atenção, mas agora deixava escapar uma gargalhada. ?Não importa se Snape era meu
ou de Dumbledore, ou que patéticos obstáculos eles tentaram colocar no meu caminho! Eu os esmaguei como esmaguei sua mãe,e o suposto grande amor de Snape!Oh, mas
tudo faz sentido, Potter, em jeitos que você não entenderia! Dumbledore estava tentando manter a Varinha Mestra longe de mim! Ele pretendia que Snape fosse o verdadeiro
mestre da varinha! Mas eu a consegui antes que você, a pequena Varinha Mestra, a Varinha da Morte, a Varinha do Destino é verdadeiramente minha! O último plano de
Dumbledore saiu errado, Harry Potter!
?Sim, saiu. ? disse Harry. ?Você está certo. Mas antes de você tentar me matar, eu aconselho você a pensar sobre o que você fez... pense, e sinta algum remorso,
Riddle...
? O que é isso?
De todas as coisas que Harry havia dito para ele, além de qualquer revelação ou insulto, nada havia chocado Voldemort como isso. Harry viu suas pupilas se
contraindo, viu a pele em volta dos seus olhos ficando brancas ?É a sua última chance, ?disse Harry, ?é tudo que sobrou pra você... eu não vejo outra forma... seja
um homem... tente... tente sentir algum remorso...
? Você se atreve? ? disse Voldemort novamente.
? Sim eu me atrevo, ? disse Harry, ? porque o último plano de Dumbledore não saiu pela culatra de jeito não. Saiu pela culatra com você Riddle.

As mãos de Voldemort estavam tremendo com a Varinha Mestra, e Harry segurou Draco muito forte. O momento que ele sabia, estava a segundos de distância.
? A varinha ainda não está funcionando direito pra você porque você assassinou a pessoa errada. Severus Snape nunca foi o verdadeiro mestre da Varinha Mestra.
Ele nunca derrotou Dumbledore.
? Ele matou
? Você não estava ouvindo? Snape nunca derrotou Dumbledore!A morte de Dumbledore foi planejada entre eles! Dumbledore pretendia morrer, vitorioso, como o
último verdadeiro mestre da varinha! Se tudo tivesse saído como ele havia planejado, o poder da varinha teria morrido com ele. Porque ninguém nunca havia ganhado
dele!
Mas aí Potter, Dumbledore era tão bom que me deu a varinha. A voz de Voldemort saiu com um quê de malícia. Eu roubei a varinha no tumulo do último mestre!
Eu a removi contra o desejo de seu mestre! Seu Poder é meu!
Você não ganhou poder, Riddle, Ganhou? Possuir a varinha não é o suficiente! Segurála, usála, isso realmente não te pertence. Não ouviu ao Olivaras?
A varinha escolhe o bruxo... A Varinha Mestra reconheceu um novo mestre antes de Dumbledore morrer, alguém que nunca tocou nela. Um novo mestre removeu a varinha
de Dumbledore contra seu desejo, não realizando assim o que ele fez,neste mundo a mais perigosa varinha foi totalmente fiel a ele!
O peito de Voldemort rosnou rapidamente, e Harry pode sentir a maldição vindo, sentindo dentro de si a varinha apontada para seu rosto.
O verdadeiro mestre da Varinha Mestra era Draco Malfoy
Um branco passou na face de Voldemort por um momento, mas rapidamente sumiu.
Mas o que isso importa? ele disse mansamente. Se você estiver certo, não faz diferença para você ou para mim. Você não tem há varinha de fênix a um
tempo: Vamos duelar com habilidades apenas... e depois de eu te matar, passo para Draco Malfoy.
Mas é tarde demais. disse Harry. Você perdeu sua chance. Eu o peguei primeiro. Eu derrotei Draco semanas atrás. Eu tirei a varinha dele.
Harry puxou a varinha de unicórnio, e viu que os olhos de todo mundo no Hall estavam nela.
Então tudo acaba aqui, não é? disse Harry A varinha que está em sua mão sabe que seu ultimo mestre foi desarmado? Porque se ela souber... Eu sou o novo
mestre da Varinha Mestra.
Um brilho dourado passou subitamente no céu acima deles e a luz solar ia aparecendo próximo a janela, iluminando todas as faces ao mesmo tempo. Harry ouviu
uma voz alta e então também gritou:
Avada Kedavra!
Expelliarmus!
A colisão pareceu um tiro de canhão, e as chamas douradas que saíram entre eles, na parte central do circulo que ambos formavam, marcaram o ponto onde os
feitiços colidiram.
Harry viu o jato de luz verde de Voldemort bater no seu próprio peito, viu a Varinha Mestra voar alto, a escuridão sobre a luz solar, girando através do
teto encantado como na cabeça de Nagini, girando pelo ar não mataria seu mestre, mas quem não tomasse posse total dela por último. E Harry, com sua enorme agilidade
de apanhador,pegou a varinha com sua mão livre e Voldemort caiu para trás, braços arqueados, as pupilas vermelhas rolaram para cima, Tom Riddle bateu no chão com
um fim mundano, seu corpo espalhado e vazado, as mãos brancas vazias, sua aparência de cobra tinha saído de sua cara. Voldemort estava morto, morto por seu próprio
ricochete de feitiço, e Harry ficou com as duas varinhas nas mãos, aonde abaixo jazia o corpo de seu inimigo.
Um tiritar de segundo de silêncio, o choque momentâneo suspendeuse: e ai o tumulto quebrou sobre Harry, então os gritos, os berros, e os rugidos dos que
assistiam encheram o ar. Uma nova luz solar ainda mais forte rompia da janela trovejando nela, e os primeiros a alcançarem ele foram Rony e Gina, e isso era, seus
braços estavam agarrados nele, o incompreensível acontecia com ele. Gina, Neville, e Luna estavam lá, e todos os Weasleys e Hagrid. E Quim e McGonagall e Flitwick
e Sprout, e Harry não podia ouvir uma palavra que qualquer um falava, não sabia quantas mãos estava nele, puxando ele, tentando pegar alguma parte dele, centenas
delas apertando, todos determinados em tocar no MeninoQueSobreviveu, a razão então veio tona.
O sol nasceu firmemente sobre Hogwarts, e o Grande Salão brilhava com vida e luz.
Harry era uma indispensável parte da aglomeração da festa na manhã, de pesar e celebração. Eles o queriam lá com eles, o seu líder e símbolo, seu salvador e guia,
e aquele que não havia dormido, aquele que havia ansiado por companhia de apenas alguns deles, parecia não pedir auxílio a ninguém. Ele precisava falar para os corajosos,
batendo palmas, testemunhando suas lágrimas, recebendo seus obrigados, ouvindo as notícias que agora se espalhavam enquanto a manhã se estendia; aqueles que estavam
sendo controlados com o Império foram libertados, e voltaram a si, os Comensais da Morte estavam fugindo ou sendo capturados, os inocentes que estavam em Azkaban
estavam sendo libertados naquele mesmo instante, e Kingsley Shacklebolt havia sido nomeado temporariamente a ministro da magia.
Eles moveram o corpo de Voldemort e o deitaram numa câmera do Hall, longe dos corpos de Fred, Tonks, Lupin, Colin Creevey, e outros quinze que haviam morrido
lutando com ele. McGonagall havia trocado as mesas das casas, ninguém mais estava sentado de acordo com suas casas: todos se misturaram, professores e alunos, fantasmas
e parentes, centauros e meioelfos e Firenze deitou se recuperando num canto, e Grope olhava por trás de uma janela quebrada, e as pessoas estavam arremessando comida
em sua boca sorridentes.
Depois de um tempo, exausto, Harry estava sentado em um banco ao lado de Luna.
? Eu quero um pouco de paz e silêncio, se você estiver aqui comigo, ? ela disse.
? Eu adoraria um pouco, ? ele respondeu.
? Eu vou distraílos?ela disse, ? Use sua capa.
E antes que ele dissesse uma palavra ela gritou, ?Ohh, olhem, um Blibbering Humdinger! ? e apontou para janela. Todos que ouviram olharam ao redor, e Harry
colocou a capa sobre ele, e levantou.
Agora ele poderia se mover no Salão sem interferências. Ele localizou Gina duas mesas a diante; ela estava sentada com a cabeça no ombro de sua mãe: Eles
teriam tempo para conversar depois, hora e dias e talvez anos para poder conversar. Ele viu Neville, a espada de Gryffindor estava ao lado do seu prato enquanto
ele comia, cercado por um grupo de fervorosos admiradores. Enquanto ele andava ao longo do corredor entre as mesas, ele identificou os três Malfoys, abraçados juntos
e amedrontados como se eles não devessem estar ali, mas ninguém estava prestando atenção. Em qualquer lugar que ele olhasse ele viu famílias reunidas, e finalmente,
ele viu duas pessoas cuja companhia ele desejava mais q tudo.

?Sou eu? ele murmurou, encurvandose entre eles. ?Vocês querem vir comigo? ?
Eles se levantaram imediatamente, e juntos, ele, Rony e Hermione deixaram o Salão Principal. Faltavam grandes pedaços de mármore nas escadarias, parte da balaustrada
tinha sumido, havia cascalho e manchas de sangue pela escada enquanto eles subiam.
Em algum lugar distante eles podiam ouvir Pirraça zumbir pelos corredores cantando uma canção de sua própria composição:
Nós conseguimos, nós vencemos eles, Potter é o cara,
E o péssimo Voldemort está morto, então vamos ter um pouco de diversão!
?Realmente passa um sentimento da tragédia que foi, não? ? disse Rony, empurrando uma porta para deixar Harry e Hermione passarem.
A felicidade viria, Harry pensou, mas no momento ele estava se arrastando de tão exausto, e a dor de ter perdido Fred e Lupin e Tonks perfuravao como se
fosse uma ferida física a cada passo. Grande parte dele se sentia estupendamente aliviado, e ansiando por dormir. Mas antes de tudo ele devia uma explicação a Rony
e Hermione, que tinham estado com ele por tanto tempo, e mereciam a verdade. Detalhadamente ele contou o que havia visto na penseira e o que aconteceu na floresta,
e eles não tinham nem começado a expressar seu choque e perplexidade, quando chegaram no último degrau, embora nenhum deles tivesse mencionado o destino.
Da última vez que ele a tinha visto, a Gárgula do escritório do diretor, ela tinha sofrido uma pancada de lado, estava torta, parecendo ter apanhado e Harry
quis saber se poderia descobrir mais senhas.
? Nós podemos subir? ? Harry perguntou Gárgula.
? Sintamse livres! ? gemeu a Gárgula.
Eles subiram e a escada de pedra em espiral se moveu lentamente para cima liberando a passagem. Harry empurrou a porta que estava aberta.
Ele deu um olhar breve na Penseira em cima da mesa onde a tinha deixado e um ruído ensurdecedor o fez chorar, pensando nas maldições imperdoáveis e no retorno
dos Comensais da Morte e no renascimento de Voldemort.
Mas eram aplausos. Todos em torno das paredes, os diretores e diretoras de Hogwarts davamlhe aplausos; acenaram seus chapéus e em alguns casos suas asas.
Alcançaram através de seus quadros para darse as mãos; dançaram acima e para baixo em suas cadeiras onde foram pintados: Dilys Derwent começou a chorar
sem vergonha. Dexter Fortescue escutava com sua corneta apertada na orelha; e Phineus Niggelus chamou, em sua pronta voz elevada, e que seja anotado que a casa
de Sonserina fez sua parte! Não deixe nossa contribuição ser esquecida!
Mas Harry manteve seus olhos no homem que esteve no quadro logo atrás da cadeira do direto. Lágrimas estavam escorrendo por de trás dos óculos da meia lua
até
a grande e prateada barba, e o orgulho e as congratulações emanavam dele enchendo Harry com a mesma tranqüilidade da canção da fênix. Por último, Harry levantou
suas mãos e o porta retrato silenciouse respeitavelmente, esfregou seus olhos enquanto esperava que ele falasse. Ele direcionou suas palavras para Dumbledore, entretanto,
as escolheu com um enorme cuidado. Exausto e com sua visão turva, teve que fazer um último esforço, procurando por uma última parte do aviso.
?O que estava escondido no pomo de ouro?, ele começou, ?Eu o deixei cair na floresta.
Não exatamente aqui, mas não vou voltar a procurar por isso de novo.
Você concorda?

? Eu concordo, meu garoto. ? Disse Dumbledore, quando os retratos de seus companheiros olharam confusos e curiosos. ? Uma decisão sábia e corajosa, mas eu
não esperava menos de você.
? Mas alguém sabe onde caiu?
? Não ninguém?, disse Harry, e Dumbledore demonstrou sua satisfação.
?Estou indo pegar o presente de Ignotus, penso. ? disse Harry, e Dumbledore irradiou felicidade.
? Mas é claro, Harry, é seu para sempre, a não ser que você o passe!
? E então tem isto
Harry levantou a Varinha Mestra, e Rony e Hermione olharamna com reverência,
que nem em seus mais confusos sonhos, Harry gostaria de ver.
? Eu não a quero. Disse Harry.
?O que??? ? Rony falou alto. ?Você é doido.
? Eu sei que ela é poderosa, ? falou Harry cansado. ? Mas eu estou feliz com a minha. Então...
Ele vasculhou a bolsa em volta de seu pescoço, e puxou a sua varinha quebrada, as duas partes de azevinho conectadas apenas por um fino pedaço de pena da
fênix. Hermione disse que eles não poderiam reparála, o dano tinha sido grande. Tudo o que ele sabia é que se isso não funcionasse, mais nada funcionaria.
Ele pôs a varinha quebrada sobre a mesa do diretor, encostou a ponta da Varinha Mestra nela e murmurou Reparo.
Conforme as partes de sua varinha se juntaram, fagulhas vermelhas saíram de sua varinha. Harry sabia que tinha sido bem sucedido. Ele pegou de azevinho e
fênix e sentiu um repentino aquecimento em seus dedos, como se a varinha e a mãos estivessem restaurando sua união.
Colocarei a Varinha Mestra. ele disse a Dumbledore, que o assistia com enorme afeição e admiração, de volta pra onde ela veio. Ela poderá ficar aqui.
Se eu morrer por morte natural como Ignotus, este poder será quebrado, não será? O último mestre jamais será derrotado. Então será o fim disso tudo
Dumbledore assentiu. Eles sorriram entre si.
Você tem certeza? disse Rony. Tinha um traço mais fraco em sua voz enquanto olhava a Varinha Mestra.
Eu acho que Harry está certo! disse Hermione baixo.
Essa varinha não causará mais dano! disse Harry. E honestamente ele virouse para a os quadros pintados, pensando: agora só me resta uma cama de dossel
esperando por ele na torre da Grifinória, e desejando que Monstro pudesse levar a ele um sanduíche lá Eu tive problemas o suficiente por toda minha vida!


Epílogo
Dezenove anos depois

O outono pareceu chegar sem aviso naquele ano. A manhã de primeiro de Setembro estava fresca e dourada como uma maçã, enquanto a pequena família cruzava
a barulhenta estrada em direção grande estação, as chaminés das locomotivas fumegavam e a respiração dos pedestres condensava no ar frio, como uma teia de aranha.
Duas gaiolas estavam empilhadas sobre dois malões nos carrinhos, que eram empurrados pelos pais. As corujas dentro delas piavam zangadas; uma garota de cabelos vermelhos
passou chorosa por seus irmãos e se segurou no braço do pai.
Não vai demorar muito para você embarcar também. Harry disse a ela.
Dois anos, choramingou Lílian eu quero ir agora!
As pessoas olhavam curiosamente para as corujas enquanto a família se dirigia para a barreira entre as plataformas nove e dez. A voz de Alvo chamou a atenção
de Harry para uma discussão que seus filhos haviam começado ainda no carro.
Não vou! Não serei da Sonserina!
Tiago, dá um tempo! disse Gina.
Eu só disse que ele poderia ser! disse Tiago, sorrindo para seu irmão mais novo. Não tem nada de errado nisso. Ele pode ser da Sonse...
Mas os olhos de Tiago encontraram os da mãe e ele ficou quieto. Os cinco Potters se aproximaram da barreira. Sorrindo convencidamente para seu irmão, por
sobre o ombro, Tiago pegou o carrinho das mãos da mãe e se pôs a correr. Segundos depois, ele havia desaparecido.
Vocês vão me escrever, certo? Alvo perguntou para seus pais, aproveitando a ausência de seu irmão.
Todo dia, se quiser. disse Gina.
Não todo dia. respondeu rapidamente Alvo Tiago disse que a maioria só recebe uma carta por mês da família.
No ano passado escrevíamos para ele três vezes por semana. disse Gina.
E não queira acreditar em tudo o que ele diz sobre Hogwarts. complementou Harry. Ele gosta de umas travessuras, o seu irmão.
Lado a lado, eles empurraram o segundo carrinho, ganhando impulso e, quando chegaram barreira, Alvo fechou os olhos, esperando por uma colisão que não
veio. Ao invés disso, a família emergiu na plataforma Nove e Meia que estava coberta pelo vapor lançado pela locomotiva vermelha do Expresso de Hogwarts. Figuras
indistintas se moviam através da névoa, na qual Tiago já havia desaparecido.
Onde eles estão? quis saber Alvo, ansioso, observando as pessoas entre a fumaça enquanto eles cruzavam plataforma.
Nós vamos achálos. disse Gina, tranqüilizandoo.
Mas o vapor era denso, tornando difícil distinguir o rosto de alguém. Separada de seus donos, as vozes pareciam anormalmente altas, Harry pensou ter ouvido
Percy discursar sobre a Regulamentação de Vassouras e ficou agradecido por ter uma desculpa para não ter que parar e cumprimentálo...
Eu acho que são eles ali, Al. disse Gina de repente.
Um grupo de quatro pessoas saiu da neblina, próximos ao último vagão. Seus rostos só se tornaram nítidos quando Harry, Gina, Alvo e Lílian se aproximaram
deles.
Olá. disse Alvo, imensamente aliviado.
Rose, que já estava usando os trajes novos de Hogwarts, sorriu para o garoto.
Então, estacionou bem? Rony perguntou a Harry Eu estacionei. Hermione não acreditou que eu pudesse passar no exame de direção dos Trouxas, não é? Ela
achava que eu teria que Confundir o examinador.
Não, não achei. disse Hermione Depositei minha fé em você!
De fato, eu o Confundi um pouco. Rony sussurrou para Harry, enquanto ambos colocavam o malão e a coruja de Alvo no trem. Eu só me esqueci de usar o
espelho retrovisor, mas na real, eu posso usar um Feitiço Supersensorial para isso.
De volta plataforma, eles encontraram Lílian e Hugo, o irmão mais novo de Rose, tendo uma conversa animada sobre em qual Casa ficariam quando finalmente
fossem para Hogwarts.
Eu o deserdo se você não for da Grifinória, disse Rony mas nada de pressão!
Rony!
Lílian e Hugo riram, mas Alvo e Rose permaneceram sérios.
Ele não quis dizer isso! disseram Gina e Hermione, mas Rony não estava mais prestando atenção. Olhando para Harry ele indicava com a cabeça um local
a alguns metros dali. A névoa parecia ter diminuído um pouco, tornando possível ver três pessoas paradas, aliviadas pela neblina que se movia.
Olha quem é.
Draco Malfoy estava em pé, com sua mulher e filho, um casaco abotoado até o pescoço. Seu cabelo estava com uma entrada, te tal modo que acentuava seu queixo
fino. O filho lembrava tanto Draco assim como Alvo lembrava Harry. Draco percebeu que Hermione, Harry, Rony e Gina olhavam para ele, acenou brevemente, e deu as
costas ao grupo.
Então aquele é pequeno Scorpio. disse Rony entre os dentes Arraseo em todos os testes, Rosie. Graças a Deus que você tem o cérebro de sua mãe.
Pelo amor de Deus, Rony. disse Hermione, um pouco nervosa, um pouco sorridente. Não os tente colocar um contra o outro antes mesmo de as aulas começarem!
Você está certa, desculpe. disse Rony, mas incapaz de se segurar, completou, Mas não fique muito amiga dele, Rosie, vovô Weasley nunca a perdoaria
se você se casasse com um purosangue!
Ei!
Tiago havia retornado. Tinha se livrado do carrinho, do malão e da coruja e agora parecia explodir com novidades.
Teddy está lá atrás. disse sem fôlego, apontando por sobre os ombros, para uma cortina de fumaça. Acabei de vêlo! E adivinha o que ele estava fazendo?
Beijando a Victoire!
Ele olhou para os adultos, evidentemente desapontado pela falta de reação.
Nosso Teddy! Teddy Lupin! Beijando a nossa Victoire! Nossa prima! E eu perguntei o que ele estava fazendo...
Você os interrompeu? quis saber Gina Você é tão parecido com o Rony...!
... e ele disse que estava aqui para vêla partir! E daí ele me mandou embora. Ele a estava beijando! completou Tiago, achando que não havia sido claro
o bastante.
Não seria lindo se eles se casassem. murmurou Lílian, extasiada Daí sim o Teddy realmente faria parte da família.
Ele já janta em casa umas quatro vezes na semana. disse Harry Por que não o convidamos para morar conosco e acabamos logo com isso?
Boa! disse Tiago, entusiasmado Eu não me importo em dividir o quarto com o Al....Teddy poderia ficar com o meu!
Não. disse Harry firmemente Você só irá dividir um quanto com o Al quando eu decidir demolir a casa.
Ele olhou para o relógio gasto que antes pertencera a Fabiano Prewett.
Já são quase onze, é bom subirem a bordo.
Não se esqueça de dar um abraço em Neville! disse Gina ao filho mais velho enquanto o abraçava.
Mãe! Eu não posso dar um abraço a um professor!
Mas você conhece o Neville...
Tiago girou os olhos.
Fora de escola sim, mas lá, ele é o Professor Longbottom, né? Eu não posso entrar na aula de Herbologia e lhe oferecer carinho...!
Balançando a cabeça para as bobagens da mãe, ele aliviou seu aborrecimento dando um chute no irmão.
Te vejo mais tarde, Al. E cuidado com os testrálios!
Pensei que eles fossem invisíveis? Você me disse que eles eram invisíveis!
Mas Tiago simplesmente sorriu e deixou que a mãe o beijasse, deu um abraço rápido no pai e entrou no trem. Ele acenou e depois atravessou o corredor, em
busca de seus amigos.
Não se preocupe com os testrálios. disse Harry Eles são bem dóceis, não precisa ter medo deles. Além disso, você não vai para a escola em carruagens
esse ano, você vai de barco.
Gina deu um beijo de despedia em Alvo.
Te vejo no Natal.
Até mais, Al. sussurrou Harry enquanto seu filho o abraçava Não se esqueça que o Hagrid convidou você para tomar chá na sexta. Não se meta com o Pirraça.
Não duele com ninguém até você ter aprendido como, e não deixe o Tiago te incomodar.
Mas se eu for para a Sonserina?
Sussurrou somente para o pai, que percebeu que só o momento da partida revelou o verdadeiro e sincero medo que Alvo estava sentindo.
Harry agachouse, seu rosto um pouco abaixo ao rosto de Alvo. O único entre os seus três filhos que herdou os olhos de avó.
Alvo Severo. disse Harry tão baixo que somente eles e Gina puderam ouvir, embora ela fingisse, discretamente, que acenava para Rose, que já havia embarcado.
Você tem o nome de dois diretores de Hogwarts. Um deles era da Sonserina e provavelmente o homem mais corajoso que já conheci.
Mas e se...
A Casa de Sonserina ganhará um excelente aluno, não é? Isso não é importante para nós, Al. Mas se é importante para você, você pode escolher a Grifinória
ao invés da Sonserina. O Chapéu Seletor considera a sua escolha.
Sério?
Ele considerou a minha. disse Harry.
Ele nunca havia contado isso a nenhum de seus filhos, e ele foi capaz de ver a surpresa no rosto de Alvo quando o fez. Mas como as portas estavam se fechando
pelos vagões e os pais davam os últimos beijos de despedida, Alvo correu para seu vagão e Gina fechou a porta atrás dele. Os estudantes estavam debruçados na janela,
olhando para deles. Um grande número de rostos, dentro ou fora do trem, parecia estar voltado para Harry.
O que eles estão olhando? quis saber Alvo, enquanto ele e Rose olhavam em volta, para os outros estudantes.
Não se preocupe. disse Rony É que eu sou muito famoso.
Alvo, Rose, Hugo e Lílian riram. O trem começou a se mover e Harry se pôs a andar ao seu lado, vendo o rosto do filho, cheio de excitação. Harry continuou
sorrindo e acenando, mesmo que não fosse realmente uma despedida, vendo seu filho se distanciar dele....
O último vestígio da fumaça sumiu no ar do outono. O trem fez a curva. Harry ainda tinha a mão erguida, se despedindo.
Ele ficará bem. murmurou Gina.
Harry olhou para ela, abaixou a mão distraidamente e tocou a cicatriz em forma de raio em sua testa.
Eu sei.
Há dezenove anos a cicatriz não o incomodava mais. Tudo estava bem.

Fim!

Se você aconpanhou os livros, deve ter chegado até aqui, com uma
certa tristeza no olhar, por ser ruim? Não, por ter acabado uma coisa
tão boa e gostosa de ler...
Nada científico, mas...
Viajar na leitura também faz parte de nossa vida.. concorda?

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