MANUAL DO SEXO
OPINIÕES
"Tudo que sei sobre sexo, aprendi lendo este livro."
Madonna
"Tudo que sei sobre sexo, aprendi chupando este livro."
Cicciolina
"Eu também."
Margareth Thatcher
"Morri de rir ao ler este livro."
Kurt Cobain
"Não precisei ler este livro. Sexo para mim é mole."
Austregésilo de Ataíde
"Punheta digital, submasturbação atómica nuclear, submundo do sexo pós-
apocalíptico, bronha belzebu."
Fausto Fawcett
"Sexo para mim só a dois. Dois cabeças-de-área."
Parreira
"Na minha última viagem, a coisa mais parecida com uma mulher que eu vi foi este
livro."
Amir Klink
"Este livro não tem nada demais. Na minha gestão no Ministério da Fazenda tinha
muito mais sacanagens."
Zélia Cardoso de Mello
"Não goste do livro. Cheirei ele todo e não senti nada."
Maradona
INTRODUÇÃO
(No Bom Sentido, De Fora Pra Dentro)
Depois de ficar com as mãos calejadas de tanto pesquisar o mercado de livros
sobre sexo erótico de sacanagem explícita, Casseta & Planeta concluiu que
ainda havia uma lacuna a ser preenchida nesse meio. E sabe como é: tem
lacuna no meio, a gente tá metendo!
O Manual do Sexo Manual não pretende apresentar nenhuma novidade.
Tudo que abordamos você poderia aprender na rua. Desde que não se
importasse com a multidão que se formaria em volta.
Pela primeira vez um manual revela de maneira crua e repulsiva o que podem
fazer duas pessoas adultas, maduras e conscientes, que estão a fim de foder
adoidado e não estão nem aí porque o mundo vai acabar mesmo.
Enfim, não podemos garantir que este livro possa resolver os problemas
sexuais das pessoas, mas temos certeza de que ele pode solucionar muitos dos
nossos problemas financeiros.
PREFÁCIO À PRIMEIRA EDIÇÃO
Sexo: Fricção ou Realidade?
O homem, a mulher e o cachorro dinamarquês adultos não podem gozar da
total plenitude de suas existências enquanto não souberem utilizar de maneira
criativa todo o potencial de sensualidade que carregam em seus suportes
atléticos.
Uma vida sexual gratificante e satisfatória passa necessariamente por um
doloroso processo de aprendizado, durante o qual os amantes do sexo, ou
aqueles que estão comendo-o, ficam várias semanas sem poder sentar.
Trata-se aqui, ou no meu apê, de enfatizar a qualidade do coito carnal, e não a
quantidade de relações sexuais físicas. De que adianta você ir para a cama
com a Luísa Brunet, a Xuxa, a Lilian Ramos e a Teresinha Sodré se você não
as ama e além do mais se amarra mesmo é numa boa trolha?
Todo ser humano traz dentro de si instintos animais
que devem ser colocados para fora a fim de fazerem suas necessidades na
calçada, evitando assim que caguem no carpete do nosso apartamento.
No entanto, nem só de instinto vivem o homem e a mulher. O sexo carnal
representa para o ser humano um canal uretral por onde ele pode desafogar
suas energias, suas mágoas, suas tensões e suas idiossincrasias acumuladas
durante anos de chope com os parceiros da noite.
Mas a maioria dos homens ainda fica cheia de dedos diante do sexo feminino,
e as mulheres, não se valendo de suas ventosas, hesitam em subir pelas
paredes como lagartixas profissionais no cio. Destas frustrações costumam
nascer livros do Artur da Távola e vários outros problemas. As disfunções
sexuais mais conhecidas do grande público são, da esquerda para a direita: a
ejaculação precoce, o vaginismo, o quercismo e a incapacidade de chegar ao
orgasmo na hora marcada devido ao engarrafamento nas vias de acesso.
A ejaculação precoce é um problema tão freqüente que existe inclusive um
caso, registrado no INAMPS, de um recém-nascido que, no momento do
parto, ao sentir o contato da mão do obstetra em suas nádegas, enquanto tinha
diante de si a visão erótica de sua mãe de pernas abertas e a enfermeira de
cócoras, ejaculou imediatamente, sem esperar que o anestesista chegasse ao
orgasmo.
Além da pomada, o que os casais modernos precisam, no frigir dos testículos,
é encontrar um espaço e tempo para a criação de um clima propício a ser
debatido a nível de cópula sexual.
O primeiro contato é fundamental para um acasalamento satisfatório e gratificante. Uma música suave, um champanhe Dijon,
um jeans metalizado, uma Vanessa de Oliveira certamente facilitarão uma
abordagem erótica gratificante e satisfatória para os parceiros.
Um método muito utilizado em Portugal para quebrar o gelo no primeiro
encontro é o uso da poesia. No caso, o parceiro, ao notar um certo
constrangimento por parte de sua companheira, deve dirigir-se à janela e,
fingindo-se sensível, tecer comentários cheios de lirismo a respeito das
condições meteorológicas. Costumam surtir grande efeito frases como: "Oh!
Que belo luar!" "Esta é uma noite linda para o amor!" "Está chovendo pra
pênis... e por falar em caralho..." Certamente, daí por diante, a atmosfera será
de puro coito.
Outra maneira de conseguir um bom rendimento na atividade erótica é o
banho a dois. No sábado, como quem não quer nada, convide sua parceira
para, juntos e nus, irem lavar o carro na calçada. A esfregação, o
ensaboamento da lataria, a estopa correndo pelos corpos molhados, o
polimento das partes com cera GrandPrix e os gritos de incentivo da
vizinhança constituem elementos de alta periculosidade que irão enriquecer
sua vida sexual ilicitamente.
Enfim, não existem fórmulas para uma satisfação garantida ou seu orgasmo de
volta. Cada ser humano é um pequeno átomo nesta imensa suruba que é o
Universo. E a criatividade é fundamental para organizar esta bacanal, porque
eu já fui penetrado quinze vezes, felacionei sete membros viris e até agora não
comi ninguém.
AGRADECIMENTOS
Este livro não poderia ser realizado sem a contribuição da equipe de
pesquisadores do Instituto de Altos Estudos de Altas Sacanagens da
Universidade de Albuquerque, Wisconsin.
Membros da Equipe:
Theodore Mapplethorn Van Burk, M. PhD.
Sexólogo, filósofo e síndico. Depois de observar durante vinte anos o trabalho
do casal Masters e Johnson atrás de um buraco de fechadura, Mapplethorn
publicou um trabalho pioneiro sobre o voyeurismo. Há quarenta anos vem se
dedicando em vão ao estudo da sua impotência.
Lindoval B. Pomeroy, M. PhD.
O mais idoso e importante dos sexólogos americanos ainda em atividade.
Dotado de uma espantosa capacidade de trabalho para um homem de 98 anos,
Pomeroy participou do Relatório Kinsey, do Relatório Masters e Johnson e
ainda saiu correndo de pau duro atrás de Shere Hite.
Loreley J. Sullivan, M, PhD.
Psicóloga, sexóloga e astróloga, doutora Honoris Causa pela Universidade de
Massachusetts, Tennessee, Ohio. Devido a seus trabalhos pioneiros em vários campos
da sexologia avançada, Loreley é considerada uma boa trepada pela comunidade
científica norte-americana.
Sebastian B. Johnson, torneiro mecânico
Negro, alto, forte - um verdadeiro deus de ébano. A realização deste manual teria
sido impossível sem a sua colaboração prestativa, seu temperamento dócil e afável.
O graaaande Sebastian esteve sempre pronto a satisfazer os mais bizarros caprichos
da equipe e a realizar pequenos consertos e serviços de última hora.
Capítulo 1
SEXO: NOÇÕES BÁSICAS
"Clitóris ou clitóris? Lá no Norte mulher não tem essas coisas não. E, se
tiver, entra na vara!"
Raquel de Queiroz
PAPO CABEÇA DO MEU PAU
Sexo não é um bicho-de-sete-cabeças. Pra falar a verdade, o bicho tem uma cabeça
só, vermelhona. A menos que você seja adepta da suruba. Então, vamos direto ao
assunto.
Autoconhecimento - descobrir seu próprio corpo é muito importante. Mas divertido
mesmo é descobrir o corpo dos outros. O método Braille é ainda o mais
recomendado.
Virgindade - apesar do que se fala por aí, ela desempenha um papel fundamental
na formação psicológica do adolescente. Há muitos casos em que se perde a virgindade por
pressão do grupo. Você tá numa festinha com um grupo de dez pessoas. De
repente, nove te seguram e a outra te come à força. Não é fácil.
Principalmente se a turma resolver revezar depois. Os mais recentes estudos
na área psíquica recomendam que a virgindade deve ser mantida pelo menos
até a primeira trepada. Depois, deixa pra lá.
As vantagens do sexo anal - só tem vantagem pra quem come, é claro. Deve
ser evitado durante o inverno e nos países frios porque o bafo na nuca pode
causar choque térmico e pneumonia.
A freqüência - há médicos que costumam pedir a suas clientes uma certa
moderação. E estão certíssimos. Se, cada vez que for lá, a cliente quiser trepar
com o cara, não há doutor que agüente! Muitos casais mantêm relações
sexuais todo dia. E de noite ainda dão mais umazinha.
A conversa franca com os pais - é uma atitude positiva mas nunca deve ser
feita durante o ato. Fatalmente você acaba perdendo a concentração.
Fantasias - ora, todo mundo tem suas fantasias. Mas as do Clóvis Bornay
são um luxo, e ele tá vendendo um monte baratinho.
HIGIENE INTIMA
Não há nada que deixe os aficionados do sexo mais satisfeitos do que receber
uma carta de referência de um
ex-usuário provando que seu futuro parceiro é limpinho, não rouba comida e é
crente.
O corpo humano é um verdadeiro pólo petroquímico produtor de secreções,
gases, aromas, inhacas e ziquiziras. Portanto, para que o congraçamento das
carnes alcance uma otimização plena, as mulheres devem cuidar de seu asseio
e de sua bunda e os homens devem levar seu ganso ao veterinário pelo menos
duas vezes por ano. Deve-se lavar com atenção redobrada as pregas e os
cantinhos da escadaria da igreja de Nosso Senhor do Bonfim.
O asseio corporal básico compreende os seguintes cuidados:
• Todas as manhãs, após soltar uma estatueta de barro, Mestre Vitalino deve
limpar cuidadosamente a região da fiofoz do rio São Francisco com o auxílio
de verbas da Sudene extra-soft ou um chumaço de algodão embebido em
querosene.
• "Lava a vulva todo dia, que agonia..." O antigo hábito das lavadeiras, que
lavavam suas vulvas nos rios, batendo-as nas pedras, atualmente foi
substituído com vantagem pelos modernos "lava-rápidos", que oferecem
também excelentes serviços de lubrificação de pino e troca de óleo.
• Não é aconselhável o uso de desodorantes íntimos e azeite, uma vez que está
provado definitivamente que os amantes portugueses preferem o cheiro
natural de uma vulva à Gomes de Sá.
• Procure sempre que possível trocar de calcinha, cueca e parceiro após as
refeições.
• Muitas vezes, no período de menstruação, as donas-de-casa não encontram
absorventes íntimos
nas prateleiras. Nesse caso, recomenda-se o uso de serragem. OBs podem ser
substituídos por saquinhos de chá ou a granel.
A BUNDA COMO VALOR UNIVERSAL
As estatísticas comprovam que, de todo o mundo, o povo brasileiro é o que
tem maior atração pela parte baixa do traseiro da fêmea. A "bunda", como é
chamada coloquialmente essa região, é realmente uma preferência nacional. O
que hoje se faz necessário é um aprofundado estudo sociológico sobre o
porquê dessa obsessão.
A origem: de onde vieram e para onde vão
A história conta que tanto o nome quanto o objeto, vieram da África. A
primeira bunda de que se tem notícia foi avistada nas costas do continente
negro pela nau capitania de Vasco da Gama. Contam, inclusive, que o
navegador português chegou a ter um contato mais próximo com um
avantajado espécime e foi ali que ele dobrou o Cabo da Boa Esperança, sendo
imediatamente atendido pelo médico da expedição.
No Brasil, as primeiras notícias remontam ao século XVI, quando do
naufrágio de uma caravela portuguesa nas costas da Bahia. Os livros de
história não registram, mas a verdade é que, além do Bispo Sardinha, foram
comidas várias bundas naquela ocasião. É importante lembrar que naquela
época os índios ainda não tinham
acesso à manteiga, maionese, ketchup, chantilly ou qualquer outra coisa que
ajudasse a deglutição do alimento.
Depois as bundas se espalharam pelo mundo, chegando ao Brasil, ao Caribe e
a grande parte da América do Sul e da Europa. Nos Estados Unidos, ainda
recebem grande oposição por parte dos produtores de peitos, e no Japão só se
produzem miniaturas. Mas, com resistência ou não, o importante é que as
bundas ganharam mundo, tendo hoje apreciadores em qualquer vilarejo, por
mais isolado que seja.
O que é bunda?
Antes de começarmos qualquer análise aprofundada, é preciso definir aqui,
com muita segurança, qual é o material de nosso estudo. É preciso, em
primeiro lugar, questionar alguns conceitos que já viraram dogmas do
conhecimento humano. Por exemplo, já faz parte do senso comum dizer que
bunda todo mundo tem. Ora, trata-se de um equívoco lamentável. É evidente
que todo mundo tem um pouco de carne em volta do ânus, mas daí a chamar
isso de bunda vai uma distância enorme. Pense comigo: você já viu a bunda
da Xuxa? Como é que você pode pensar então em dar o mesmo nome a esta
coisa que você carrega embaixo das costas? Não é possível. Para ser chamado
por esse belo nome, é preciso atender a certos pré-requisitos.
Partamos de um princípio básico: homem não tem bunda, tem traseiro. Bunda
é coisa de mulher. Eu sei, a afirmação, assim a seco, causa estranheza. Afinal,
se você conhece tantos homens que já deram a bunda, como
é que alguém pode dar o que não tem? Veja bem, funciona mais ou menos
como os papéis do governo. Você não compra Bônus do Tesouro Nacional?
Alguma vez você parou para perguntar "Que tesouro?" Pois é, você pode até
dar o que não tem, desde que tenha alguma credibilidade. O problema é que
quem dá a bunda perde a credibilidade... Como vemos, a questão é bem mais
complicada do que parece.
Dos tipos e seus doadores
No Brasil, as bundas abundam. Temos uma variedade enorme, para todos os
gostos. É verdade que os puristas descartam essas classificações, por
considerarem que só existe um tipo de bunda: a perfeita. Para esses
especialistas, a bunda é uma coisa efêmera que aconteceu por pouco tempo na
vida de poucas pessoas. Você olha e pronto, está ali uma bunda! Você cutuca
um amigo e quando olham de novo... o sonho acabou! Ela já não está tão
firme, virou traseiro...
Mas não nos prendamos tanto a essas opiniões de experts. Sabemos, por
exemplo, que nas costas do Brasil há uma grande incidência de bundas do
tipo peixe, aquela que, para comer, você precisa antes tirar as espinhas.
Também é natural, principalmente em mulatas, você encontrar o tipopinball.
É aquela que você precisa apertar dos dois lados, pois costumam ser de um
tamanho incomensurável e, se você jogar bem, ganha uma partida grátis.
Quem freqüenta as praias cariocas no verão pode observar um fenômeno
natural muito interessante: as
bundas múltiplas. Pois é, embora a ciência insista que por trás não existe
possibilidade de reprodução, a vida prova o contrário. O que acontece é que,
com a idade, vai se formando embaixo da original uma reprodução em
miniatura, resultado do amolecimento da carne glútea. Este fenômeno não tem
volta e vai acontecendo sucessivamente, sendo registrados casos de pessoas
que chegaram ao fim da vida com umas sete ou oito bundas. Quanto aos
doadores, estão em quatro grupos: o tipo A, que é mais selecionado, é aquele
que pode doar pra todo mundo, menos pra você. O tipo B já é mais fácil de
encontrar, mas cuidado, ele tem um prazo de validade muito pequeno e uma
taxa de coliformes fecais muito alta. O tipo AS... profunda é aquele que doa a
quem doer. O "AB... profunda" é insaciável e, nessa característica, só perde
para os do tipo O, doadores universais.
Conclusão
Seria muita pretensão tentar esgotar aqui um tema tão amplo e complexo. O
que nós pretendemos foi levantar uma discussão que, convenhamos, andava
meio caída. Este é apenas um estudo preliminar que nos abre caminho para,
no futuro, responder a questões prementes, que angustiam nosso povo, como a
questão do brioco. O brioco faz parte da bunda? Todos se perguntam, mas
ninguém nos dá uma resposta. Até quando reinará esse desgoverno? É
pobinho bunda!
TARAS, PERVERSÕES, DESVIOS & OUTRAS ESQUISITICES
O homem é um animal estranho. Além de assoar o nariz, pagar IPTU e dançar
lambada, muitas outras coisas o diferem das demais criaturas de Deus.
No sexo então as diferenças se avolumam. Foi o ser humano que inventou a
sem-vergonhice e a punheta russa. Analisando vários compêndios sobre as
mais exóticas práticas sexuais desse ser único, coletamos algumas das
sacanagens, perversões, manias, taras e desvios sexuais que rolam soltos por
aí e que você, na sua santa ignorância, jamais imaginou que existissem.
Papagaio de Piranhas (Pechinchismo)
Por puro preconceito, esse atalho comportamental era creditado,
exclusivamente, aos filhos de Israel, mas estudos mais recentes provam que
esta depravação tem raízes muito mais profundas e está entronizada em todos
os segmentos sociais.
Nesta modalidade repugnante do sexo, o clímax do tarado é diretamente
proporcional ao tamanho do desconto que ele venha a obter no michê das
profissionais do amor, chegando a lutar por parcelamentos e dilatações de
prazos, tipo 45 dias fora do mês.
Indiossincrasia
Surgida na década de 60, essa esquisita mania só foi catalogada muitos anos
depois. Oriunda de regiões como Canoa Quebrada, Trancoso, Mauá,
Tiradentes e muitas outras, essa tara caracteriza-se pela exacerbação do
naturebismo. Ou seja, trata-se da fixação de certas fêmeas em manter,
preferencialmente, relações com nativos dessas localidades, mesmo que
fedam, sejam desdentados, vendam horrorosas pulseirinhas de palha e toquem
flauta doce.
Filatelia
Trata-se de uma variante heavy-metal do furor uterino. A moça acometida por
esta fome de vara não consegue ficar sem rechear o seu rosbife e, por uma
questão de método, se sente na obrigação de organizar uma fila para cumprir
seu objetivo: ficar sebenta de sexo.
Comeastia
Trata-se de uma bifurcação na fixação edipiana. O menino em idade escolar
sente uma vontade louca de comer a sua professora na impossibilidade de
traçar a própria mãe.
A educadora, percebendo o problema, age de maneira moderna e esclarecida,
chamando os pais do aluno para uma conversa.
Os três geralmente descobrem que são todos modernos e esclarecidos e partem para uma suruba. Nesse ato, é aconselhável
internar o punheteirinho para o pentelho não atrapalhar a fodelança.
Hidrantismo
Patologicamente, trata-se de um estágio mais avançado da popular "síndrome
da comichão". A fêmea, enlouquecida por aquele calor louco que ela carrega
consigo, não vê alternativa a não ser se roçar num hidrante.
É muito comum nas praticantes dessa anomalia o desenvolvimento de efeitos
colaterais que eclodem durante o ato, como, por exemplo, imitar uma sirene
no ápice orgástico e gritar a plenos pulmões: "Isso, liga o mangueirão. Me
afoga. Me faz uma operação rescaldo!"
Clorofilia
Um pouco mais difundida, esta aberração leva esse nome devido ao interesse
acentuado que os seus praticantes têm pelas plantinhas e outras criaturas do
mundo vegetal, como cenouras, nabos e pepinos.
Na vertente sadomasoquista desse hábito, os clorofilistas curtem, por
exemplo, enfiar um abacaxi no orifício anal e pedir para o parceiro ficar
girando-o. Só assim esses devassos atingem o idealizado "estado vegetativo",
ou seja, o êxtase no jargão clorofílico.
Aniversarismo
Uma das mais antigas e, paradoxalmente, menos conhecidas taras é o aniversarismo,
ou furar o bolo.
Os adeptos dessa prática só conseguem atingir a plenitude sexual recheando com
"leite moça" o bolo de aniversário de inocentes festinhas de criança para as quais o
tarado foi convidado.
Pior perversão que esta só mesmo freqüentar e gostar de festa infantil.
Pederastia
O mundo moderno, com seu cotidiano frenético, muitas vezes impede que as pessoas
usem sua imaginação e realizem suas fantasias sexuais.
Nas grandes cidades, a divisão da sociedade entre motoristas e pederastas acabou por
criar uma legião de seguidores deste desvio comportamental.
Assim surgiu a pederastia, que, na sua definição mais simples, é ato ou efeito de
trepar nos transeuntes da calçada.
Arianismo
De extrema sofisticação, esta forma de prazer é praticada por mulheres que já
fizeram de tudo e, para combater o fastio, exacerbam a seletividade em seus jogos
amorosos.
Como o nome mesmo já diz, as devotas deste hábito
só atingem o orgasmo com anões que se chamam Ananias.
Ricardismo
O ricardismo é a compulsão que certos indivíduos sentem em comer a mulher dos
outros. Esse costume é muito usual nas regiões do Brasil onde o marido sai de casa
para trabalhar. Seus maiores entusiastas são as donas-de-casa, os encanadores, os
carteiros e entregadores de pizza.
O ricardista tem um papel importante na economia, impulsionando a indústria
madeireira para manter sempre crescente a produção de armários.
Capítulo 2
DESCOBRINDO A MULHER
"Mundo, mundo, vasto mundo Se eu me chamasse Raimundo Seria feia de
cara mas boa de rima."
Carlos Drummond de Andrade
MOCRÉIA, DISFARÇA E LEVA
Maio é o mês das noivas. Em maio tem o Dia das Mães, a mulher é
homenageada, cantada em prosa e verso só porque é maio, Pera aí. Todas não,
tem uma categoria de mulher que é esquecida, discriminada, ignorada até pelo
imposto de renda! A mulher feia, a mocréia, o bagulho, o urutu, o canhão, o
dragão ou qualquer outra maneira que você chame a mulher feia mais
próxima. Mulher feia é pior que homem porque homem (se for homem
mesmo) não dá em cima de você.
Ninguém dá a mínima pra mulher feia. Ninguém toca punheta em intenção de
mulher feia. Tem até gente que come mulher feia, mas se alguém come uma
mocréia não vai ficar por aí contando para todo mundo. A mocréia não chora
na vara, é a vara que chora nela. A mulher feia sim é que faz o homem gemer
sem sentir dor. Mas de onde vem esta coisa? Onde se encontram as manadas
de mocréias? É fácil, vamos explicar.
As mocréias, os dragões, atacam em bandos, em divisões, brigadas, patrulhas
etc. Canhão nunca anda sozinho.
Geralmente as mulheres feias têm uma amiga gatinha, daquelas ótimas, que
sempre anda com o bando. É o jeito que elas encontraram para atrair sua
presa: eu ou você.
Amocréia é facilmente encontrável. Os lugares mais prováveis são: no
Maracanã, no movimento estudantil, no quarto de empregada, no Globo
Esporte e lá em casa. Geralmente a mulher feia é a melhor amiga da sua irmã.
Alguns cientistas também consideram mulher aquelas "coisas" que andam
pela Escola de Engenharia. Uma outra corrente, mais avançada, sugeriu a
criação da categoria IPB, ou seja, Indivíduos Portadores de Buceta. Tem uns
seres tão incríveis, tão estranhos que quando você encontra um ou uma, sei lá,
dá vontade de dizer: "Leve-me ao seu líder." Mas, por incrível que pareça,
tem gente que curte mulher feia, entra numa, coleciona. Tem um amigo meu
que diz: "Não vejo a menor vantagem de comer essas gatinhas, quero ver
comer as bregas que eu como. Tem que ser macho."
Muitas vezes você está de posse de um canhão e nem
percebe. Você chega todo cheio de entusiasmo na galera e pergunta que tal a
gatinha com quem você tá e coisa e tal e vem um amigo e diz: "É a maior
mais ou menos", ou então quando a sua mãe comenta com as amigas que a
sua nova namorada é muito simpática. Toda mulher feia é sempre muito
simpática. A maior cabeça. Ela está ali disponível, sempre pronta pra te
escutar depois que você leva um pé na bunda daquela gatinha.
A mulher feia, o dragão, é o maior fim de festa, aliás é aquela xepa da festa.
Você sabe como é que é. Quatro da manhã, só toca música lenta, todos os
casais pelos cantos e você ali de pau na mão. Você e a mocréia. A mulher feia
é aquela que, depois de ser rebocada, depois de ser comida, tem a capacidade
de se transformar de manhã numa mulher horrorosa. Outros já pensam
diferente. Dizem que não existe mulher feia, o que existe é pouca bebida. São
os tarados.
Agora se você está resolvido a correr o risco, se você é daquele que já fez de
tudo na vida e quer porque quer comer um bicho feio, então vão aqui alguns
conselhos: lugar de comer brega é lugar longe, se possível onde ninguém vai
te ver, você não vai encontrar nenhum amigo a não ser aquele que foi prum
lugar longe pra comer uma outra mocréia.
Lugar de comer mulher feia é Niterói. Comer um canhão, um jaburu, deve ser
um crime perfeito, mas previna-se, pois o criminoso sempre volta ao local do
crime. Muito importante. Não deixe ninguém saber, principalmente as
meninas gatinhas, pois aí você tá ferrado, sua cotação cai e ninguém mais dá
pra você. Você ficou sujo na praça e seu nome vai pró SPC - Sociedade de
Proteção ao Caralho e para tirar o nome
de lá é a maior dificuldade, precisa até de despachante. E muita atenção!
Amocréia procura sempre te conquistar. Ela tenta fazer um gênero. O gênero
humano.
Mas isso tudo não passa de preconceito, discriminação. Por que não tem
revista de mulher feia pelada? É isso aí, chega de ficar sacaneando os jaburus,
os calhaus, A gente não come dobradinha? Bife de fígado? Jiló? Então, por
que não experimentar uma mulher bem feia?
TESTE PREVENTIVO
Você é uma mocréia?
1 - Quando você se olha no espelho, o que você vê?
a) Zezé Macedo.
b) O Homem-elefante.
c) OGeabra.
2 - Quando alguém lhe oferece flores isto é...
a) Engano.
b) Um fenômeno paranormal.
c) Crime contra a economia popular.
3 - Quando você convida aquele gato da academia de
musculação para ir tomar uma Fanta no seu apê ele responde:
a) Tu não é prima da Konga, a Mulher-Gorila?
b) Você é assim mesmo ou está do lado do avesso?
c) Obrigado, mas eu ainda não renovei o seguro do meu pau.
4 - Para qual destas revistas masculinas você gostaria de posar nua?
a) Pequenas Empresas, Grandes Negócios.
b) Ciência Hoje.
c) Armas de Fogo.
COMO RECONHECER UMA LOURA
Comer uma loura fora de casa é sempre muito arriscado. A falsa loura você só
conhece no dia seguinte, pois a falsa loura é como uísque paraguaio: dá uma
enorme dor de cabeça. Mas como fazer para não levar gata por lebre? Como
saber que você está comendo a Xuxa e não o Júnior Baiano de peruca? A
verdadeira loura solta as tiras? Tem cheiro? Vem escrito "Made in Germany"
em algum lugar?
Existem diversas formas de se reconhecer uma loura.
A primeira maneira de se desmascarar uma falsa loura é perguntar o nome. Se
ela disser que se chama Daiana, Vanessa ou Andressa, desapareça. Se ela
disser que se chama Ingrid e vier com o papo de "...vamo ir fazê um pograma
lá em casa, num tem probrema...", pode desistir. Essa é tão loura quanto a
sambista Alcione, a Marrom.
A segunda forma, mais avançada, exige que você esteja na casa da loura. Aí,
como quem não quer nada (só comer ela), você pode ir ao banheiro, dando
uma desculpa qualquer, tipo: "...pera aí, broto, que vou ali largar um barro e já
volto..." ou, se você for muito tímido: "...onde é que fica o banheiro que eu
preciso enforcar um
mulato...", enfim, qualquer desculpa serve. Trancado no banheiro, você
começa a pesquisa:
1 - Verifique o prazo de validade dos vidros de água oxigenada. Se o prazo
já estiver estourado, tudo bem. Vai ver que a loura é portuguesa e só usa água
oxigenada para clarear o buço, e não a buça.
2 - Verifique cuidadosamente a existência de pentelhos no sabonete. Mas
atenção! Não se precipite. O pentelho preto que você acaba de descobrir
indignado pode ser do negão que comeu ela ontem. Toda loura que se preza é
comida por um negão, aliás, muito bem comida, com muito mais competência
do que você pretende comê-la daqui a pouco.
3 - Saia do banheiro e vá logo perguntando: "Cadê o negão que te comeu
ontem?" Se a "loura" perguntar: "...que negão!?", ela não é loura.
Se a loura pedir para apagar a luz antes de tirar a calcinha, cuidado! Ou a sua
'loura" não é loura, ou a sua "loura" é o Gugu Liberato.
Outra forma de desmascarar uma falsa loura é chegar logo pagando: "Você
não é loura!" Se ela responder: To, aí, brou, nada a ver, aí..." Cuidado! Você
está comendo um surfista.
Apesar de tudo, a ciência evoluiu bastante e hoje já existem várias formas de
clarear os pêlos, mesmo nos mais secretos buracos femininos. Portanto, só
existe uma maneira cem por cento eficaz para reconhecer uma galega. Invente
uma desculpa qualquer para ver o fiofó
da moça.
Qualquer coisa serve: "Aposto que a minha hemorróida é muito maior que a
sua..." ou, então, se você for tímido: "Quantas pregas você tem? Posso
conferir?"
Não aceite imitações, só as legítimas louras têm o brioco cor-de-rosa...
DÁ O PÉ, LOURA!
Todo mundo acha que manja pra cacete do maravilhoso mundo dourado, mas
os estudos lourológicos estão cada vez mais avançados, e, se você não se
mantiver atualizado, nunca vai sacar as delícias e tentações do jeito
escandinavo de ser. Por isso, leia com atenção como são classificadas as
mulheres a nível de louritude.
Tipo 1 - Ainda por Cima É Loura
Definição: São aquelas deusas maravilhosas paudurescentes que podiam até
ser carecas mas, só pra sacanear, ainda por cima são louras.
Exemplos: Vera Fisher, Kim Bassinger, Xuxa, Michelle Pffeifer, Sharon
Stone, Madonna. Ah, meu irmão, completa aí... se tu não sabe do que a gente
tá falando, vai ler a Marie Claire, ô baitola.
Tipo 2 - Loura Padrão
Definição: São as louras propriamente ditas. São mais ou menos como as
Williams, podem até não ganhar, mas que são sempre favoritas são.
Exemplos: Vera Zimmerman, Marinara, Patrícia Pular, Rita Camata e a
Carlinha que é prima de um
amigo meu, que se não fosse loura ia ser gatinha, mas também não ia ser essa
coisa toda.
Tipo 3 - Mas É Loura
Definição: São aquelas que, depois do terceiro uísque, você começa a analisar
criteriosamente os prós e contras. Depois manda o critério pró inferno, pensa:
"Ah, mas é loura, foda-se!" E encara.
Exemplos: Marília Gabriela, Leila Cordeiro, Vanusa e a irmã da Carlinha, que
é bem malfeitinha, mas tu já tá ali mesmo, três da manhã, cheio de uca, manda
pica, mane!
Tipo 4 - Nem Sendo Loura
Definição: Aqui chegamos à impossibilidade absoluta, o famoso paradoxo de
Bussen: só dá pra traçar a moera se colocar uma fronha na cabeça. E, se
colocar uma fronha não dá mais pra ver que é loura. Portanto, não dá pra
traçar. Afinal, a louritude é um dom, faz até milagre, mas dentro de um limite
razoável.
Exemplos: Zélia Cardoso de Mello, Adriana Calcanhoto, Miguel Falabella e a
mãe da Carlinha que aí também já é demais!!!
TESTE: VOCÊ É MULHER-OBJETO?
Amigas,
Já caminhamos muito rumo à nossa libertação. Mas muito é muito pouco.
Ainda hoje vivemos momentos em que a mulher é tratada como um simples
objeto de amor, que é usado e não é jogado fora.
Chega! Devemos dar um basta nessa situação humilhante em que muitas de
nós nos encontramos.
E você? É, você! Como será que você reage quando é vista como um animal,
que deve satisfazer os instintos de amizade, carinho e compreensão desses
homens insaciáveis?
Responda a este testículo simples e descubra você mesma como você é.
1) Seu namorado diz que só transa com você. Você:
a) Dá na cara dele.
b) Diz que ele é viado.
c) Manda ele fazer análise.
2) Um homem interessante abre a porta do carro pra você entrar primeiro.
Você:
a) Fura o pneu do carro dele e arranha a lataria com um prego.
b) Diz que todo motorista de táxi é um machista filho da puta.
c) Diz com sarcasmo: "Eu quero ver essa iniciativa toda é na cama..."
3) Um homem interessante, que você nunca comeu antes, de repente lhe oferece
flores. Você:
a) Agradece, diz que as flores são lindas, coloca num vaso e puxa a descarga.
b) Diz pra ele ir na zona resolver a questão edipiana com a mãe.
c) Pergunta com sarcasmo: "Isso é Impulse, boneca?"
4) Você está numa festa. Pega um cigarro e logo vem um homem interessante com o
isqueiro. Você:
a) Manda ele enfiar o isqueiro no cu.
b) Com um golpe rápido, joga o isqueiro no chão e diz que você não é
inválida.
c) Diz com sarcasmo: "Pelo visto, esse é mesmo o único fogo que você é
capaz de me mostrar."
5) Um homem interessante convida você para jantar. Quando vem a conta ele diz
que vai pagar. Você:
a) Pergunta em alto e bom som qual é o motivo da agressão.
b) Chama o garçom e diz que tem uma barata sentada na sua frente, com um
talão de cheques na mão.
c) Diz com sarcasmo: "Se está pagando a comida agora é porque não garante
o que vem depois..."
6) Uma amiga apresenta você a um homem interessante. Ele quer logo conversar.
Você:
a) Explica que até tem vontade, mas que as coisas não são assim, imediatas.
Quem sabe depois de algumas trepadas?
b) Pisa no pé dele com o salto fininho do seu sapato e diz calmamente: "Eu
não sou puta."
c) Diz com sarcasmo: "Será que papo é a única coisa que você sabe bater?"
7) Seu chefe - que é um homem interessante - diz que, além de gostosa e tesuda,
você consegue articular algumas idéias. Você:
a) Pede demissão, afinal não é para articular idéias que você está ali.
b) Espalha para o escritório inteiro que ele é tarado e quis agarrar suas idéias.
c) Diz com sarcasmo: "Eu poderia mostrar idéias muito mais profundas, mas o
senhor não faz o meu tipo."
8) Você acaba de conhecer um homem interessante e o está levando para um motel.
No meio do caminho fura um pneu e ele se oferece para trocá-lo. Você:
a) Manda ele parar com gracinhas e o ameaça com a chave de roda.
b) Explica que até seria uma experiência nova, mas que você não foi criada
pra isso.
c) Diz com sarcasmo: "Parece que vamos precisar do macaco pra levantar
outra coisa."
9) Você sai pra passear com o seu cãozinho. Um homem interessante pára e faz
festinha nele. Você: a) Pergunta por que ele não faz festinha em outro
lugar.
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b) Mostra pra ele que você também tem pêlos macios.
c) Diz com sarcasmo: "Não adianta... O meu cachorro é heterossexual."
10) Um homem interessante chama você para o apartamento dele e começa a
mostrar os discos e livros que tem. Você:
a) Pede pra ele mostrar o pau primeiro.
b) Sem demonstrar pânico, diz que vai ao banheiro e liga para a polícia.
c) Diz com sarcasmo: "Eu entendo. Se eu fosse homem e brocha também teria
livros e discos como você, para passar o tempo."
Se Você Contou:
Menos de 17: Você está muito ansiosa. Converse com os amigos ou busque a
orientação de um psicoterapeuta.
Entre 18 e 31: Você está meio mal. Relaxe ou busque a orientação de um
psicoterapeuta.
Mais de 31: Você, além de nervosa, não deve ser boa de conta. Conte de novo
e, se o resultado for esse mesmo, busque a orientação de um psicoterapeuta.
ENTREVISTA EXCLUSIVA: ROBERTA GLOSE E A CONDIÇÃO
FEMININA
Casseta & Planeta - Roberta, você não acha que nós mulheres somos vítimas da
opressão machista que, através dos séculos, vem nos submetendo a uma condição
inferior e que esta situação é intolerável e que é dever de toda mulher se rebelar e
conquistar seu espaço através da luta pela dignificação da condição feminina?
R. Close - Acho que é...
C&P - Roberta, você não acha que no Brasil esta situação insuportável se agrava
ainda mais devido à nossa formação colonial e patriarcal, que sempre reservou para a
mulher os papéis mais insignificantes no teatro da vida, e que este quadro tem que
ser alterado imediatamente através do trabalho de conscientização para a conquista
do nosso espaço como seres humanos plenos e livres?
R. Close - É mesmo?
C&P - E, para terminar, Roberta, você não acha que nós mulheres, dentro deste
contexto, temos que lutar também pelo nosso direito ao prazer total? E por falar
nisto, o que você acha do orgasmo vaginal?
R. Close hora...
Bem, eu vou indo, acho que tá na minha
Capítulo 3
DESCOBRINDO o HOMEM
"A inveja do pênis é uma merda."
O HOMEM AOS 20, 30, 40, 50, 60, 70 ANOS
Apresentamos para os leitores mais cultos (uns três ou quatro) uma resenha do
principal livro a ser lançado no mercado editorial brasileiro nos próximos
meses. Esse fabuloso estudo foi realizado pelas eminentes doutoras B.
Lombardi, da Universidade de Illinois, M. Proença, da Universidade de
Pasadena, M. Evans, da Universidade de Stanford, e V. Fisher, da
Universidade da Vida, que, num estudo aprofundado e úmido, verificaram o
comportamento do homem durante toda a sua vida. Para tanto, contaram com
a prestimosa colaboração da enfermeira L. Vendramini para a realização de
alguns testes e da auxiliar de enfermagem Zezé Macedo, para não se sabe bem
o quê.
Na realidade, esta pesquisa abrange o comportamento do homem desde muito
cedo, e enfoca apenas os aspectos fundamentais da existência humana, ou
seja, o sexo.
A vida sexual do homem começa mais ou menos aos treze anos, quando ele
passa a produzir o espermatozóide, que é como se fosse um girino, só que
menor. O homem quando nasce é, portanto, um grande nadador, mas nem
todo homem quando cresce vai ser igual ao Rômulo Arantes, pois alguns
espécimes são providos de inteligência.
Descoberta a sexualidade aos treze anos, o homem é classificado
cientificamente na categoria dos pentelhos. A voz passa a ser uma coisa
ridícula e insuportável. O buço faz o garoto ficar parecido com uma
portuguesa, e surgem os primeiros pêlos pubianos, que, junto com o filho do
porteiro, passam todo o tempo jogando botão. O adolescente vive no
banheiro, onde treina para barman, sacudindo a coqueteleira, despentelhando
o palhaço em intenção a toda Playboy, Ele & Ela, Private e até Manchete,
dependendo da matéria de capa. O adolescente vive momentos de amor
sincero com a Carla Marins, a Hortência ou a moça do póster central da
Playboy. Mas às vezes trai suas namoradinhas com uma daquelas vadias da
Ele & Ela, que estão em início de carreira e topam qualquer parada.
O dia do jovem punheteiro começa cedo, com o toque, ou batida, da alvorada
em intenção à mulher do tenente que mora no 304. O jovem só sai do
banheiro para ir à banca da esquina conseguir mais inspiração. O pai do
adolescente não deve se preocupar caso ele passe o dia
inteiro no banheiro. Nem se ele passar o dia inteiro trancado no banheiro com
um amigo.
Chegando aos vinte anos, o homem entra na era da putaria. O controle de
qualidade vai pró caralho, o negócio é quantidade. O rapaz come de tudo,
igualzinho a um bode. Aeromoça, rodomoça, enfermeira, manicure, coroa,
balzaca, garotinha, a prima, o primo sensível, a filha da empregada, a
secretária do pai, a faxineira jeitosinha, a dentista, a síndica, a esposa do
major do
304. Naturalmente, depois dessa maratona ele pega, pelo menos, umas quinze
gonorréias. A vida do rapaz dos vinte aos trinta é uma fudelança só. Usa saia
e faz sombra e ele tá traçando. Ele tem carro, tá com tudo em cima. Tem em
média 431 orgasmos por semana. Sem contar as bronhas. Acorda umas sete
vezes por mês com o pau em estado de ereção de noventa graus acima do
nível horizontal, considerando o azimute e o meridiano de Greenwich. Essa
vida de esbórnia, porém, não é só com mulheres. Toma também porres
fantásticos, bebedeiras homéricas, surubas, drogas de todos os tipos. Só não
fica viciado em Cebion. Ao fínal dos trinta anos ele está um caco. Já não
come mais qualquer aeromoça, só da Varig e empresas internacionais. Sua
vara escalavrada começa a refugar algumas buçanhas que, tempos atrás, não
rejeitaria. Está na hora do casamento. Ele procura uma virgem, mas sem muita
esperança. Acha que as mulheres com cabaço que existem e ele não comeu
algum amigo rebocou. Ele pede então em casamento a prima de nove anos.
A calvície começa a entrar pela sua cabeça. Parece que a Volkswagen
comprou uma fazenda no seu couro cabeludo. O desmatamento avança, é
melhor chamar o
Gabeira. O estômago já não é mais o mesmo. Já não rebate aquelas feijoadas
com a tranqüilidade com que encarava a rabada da Carmen lá da Prado Júnior.
Vão-se embora as últimas alegrias: o vatapá, o sarapatel e aquele churrasco
gordo. Adeus. Ele começa a ficar preocupado com o colesterol, os glicídios,
os lipídios. A última coisa com gordura que comeu foi a mulher do coronel do
304.
Pronto, o homem chegou aos cinqüenta anos e sua vida sexual se intensifica,
pois, agora, tem que foder com a paciência dos filhos. Suas principais
preocupações são saber se a filha ainda é virgem e o que o seu filho, o Dudu,
anda fazendo trancado no banheiro com seu amigo Thiago (com h). A mulher
já tá mais arriada que pneu vazio. Ele tá mais careca que o Magalhães Pinto.
Aliás, ele é o único que ainda lembra do Magalhães Pinto. Sua barriga,
enorme e caída, não o deixa mais jogar peteca direito. Ninguém o
compreende. Ninguém o quer. Só a viúva do general do 304.
Caramba, sessenta anos, é a grande curva. O homem arranja uma amante,
quarenta anos mais nova. Ela o chama de paizinho e obriga-o a abrir uma
conta conjunta. Vai uma vez por semana ao Motel Shalimar com a Marineide
- este é o nome da amante - ver fita de sacanagem, chorar e comer o
almoço executivo. É a única coisa que ainda come todinha. Sua filha é uma
piranha, seu filho assumiu a relação com o Thiago (com h), é líder gay e dá
entrevista com nome e sobrenome para o Fantástico, A viúva do marechal do
304 morreu.
Setenta anos. Fim de linha. Seu pau não levanta nem com o David
Copperfield. A vida agora é em pretoe-branco. Passa as tardes no Posto 6
jogando damas.
Mas os parceiros morrem dia a dia. Seu passatempo predileto passa a ser
contar para os netos as putarias de outrora. As aventuras da sua piroca, mais
exploradora que o Jacques Cousteau, que freqüentou mais cavernas que o
professor Saknussen. O homem agora virou inglês e vive do passado. Fica
ensinando porcaria pras crianças, seu velho devasso. Vai amanhã pró asilo pra
ver o que é bom!
HOMEM, ESSE DESCONHECIDO
Nós, enquanto mulheres, precisamos aprender a conhecer melhor esses seres
que chamamos de homem. Já basta de sermos enganadas todos os dias,
levando lebre por gato. Aquele que a gente espera que dê dez faz meia... De
onde a gente menos espera é que nada vem mesmo... Isso tem que acabar!
Já é tempo de sabermos mais sobre esses animais peludos que nos rodeiam.
Por trás de uma grande mulher há sempre um grande homem, e como dói...
mas a gente acaba se acostumando... E tudo uma questão de escolher o
homem certo. Escolha seu tipo e se entregue por inteira.
Tipo Sensível
Você conhece bem... É aquele cara que chega como quem não quer nada e
quando você repara já está com a coisa dentro. Se você reclamar, ele explica:
To, neguinha, desculpa, mas é que rolou uma atração incrível... Eu senti uma energia
vindo de você, uma coisa tão forte que me puxou..." É aquele que te conheceu
há cinco minutos e disse: "Eu acho que a gente tem tudo a ver, sabia?" O
homem sensível não tem médico, tem homeopata. É aquele que só conversa
alisando a sua mão, que te encontra na rua e fica dez minutos acariciando seus
cabelos e dizendo: "E aí? Massa? Que bom te ver... Massa! Massa..." E um
tipo que pode ser facilmente encontrado na região de Minas Gerais.
Tipo To Mal
Ele está em todos os lugares, na verdade é uma variação heavy do tipo
sensível. Senta sozinho na última mesa do bar e fica se embriagando, olhando
para o infinito. É muito fácil um relacionamento com ele, difícil é terminar...
Ele tenta o suicídio a cada cinco minutos e, infelizmente, nunca consegue.
Adota como lema que "homem também chora" e leva isso às últimas
conseqüências quando te acorda às seis horas da manhã de domingo para ir
chorar na sua casa.
Chidetão
Ele acredita piamente que ganhar mulher é um esporte de resistência. Te
telefona pra dar bom-dia, boa-noite, bom apetite... vai em todos os lugares
que você freqüenta. Ele mora em Realengo, mas você sempre o encontra
casualmente perto do seu trabalho em Copacabana ou de sua casa na Barra da
Tijuca. Ele
acredita que quem nunca sai de cima um dia trepa... e insiste tanto que você
tem duas saídas; dar pra ele ou dar pra alguém mais forte.
O Comedor
Conhecido também como bimbão ou fodão, ele tem uma estranha mania de
cagar na sua cabeça e passar a mão na sua bunda ao mesmo tempo. O
comedor não mora em apartamento ou casa, mora em matadouro. Ele tem
quinze tipos de licor, doze de uísque, tem maconha do Maranhão, do Ceará e
do Dona Marta. Tem cama vibratória, maquininha de fazer massagem, luz de
néon no quarto... tudo isso pra compensar aquilo que ele chama de piroca.
O Gatinho Legal
É aquele carinha lindo, sensual, que te compreende... Supercarinhoso,
atencioso, te trata como uma flor. Conversa com você de igual para igual e,
além de tudo isso, na cama tem uma performance invejável... E o tamanho do
vergalhão? Você nem imagina... É um cara comunicativo, engraçado e bem-
humorado. Geralmente tem uma empresa própria, onde se dedica a escrever e
atuar em programas de humor na TV. Mas corra. Esse tipo é raríssimo... No
Rio de Janeiro, por exemplo, só tem sete e dois já estão arrumados.
Capítulo 4
PRIMEIROS Picos
"Tenho apenas duas mãos E o pensamento na bunda Mas estou cheio de
calos Nunca saio do banheiro Nem de noite, nem de dia Dez contra um é
covardia."
Carlos Drummond de Andrade
E A GENTE FICAVA NA MÃO
História sincera da adolescência
Bem, agora que todos crescemos, uns mais, alguns menos, outros mais ou
menos, já nos sentimos à vontade e desinibidos o bastante para dissertar sobre
tão rico, atual, palpitante e onanista assunto: a adolescência.
Da apresentação
O adolescente, assim como o peixe, tem muitas espinhas. Contudo, para
diferenciar um do outro, não se deve cheirá-los (pode ser uma adolescente
mal-lavada), basta olhar para baixo, pois peixe não usa tênis All Star.
O adolescente, quando do sexo masculino, costuma se alimentar de
hambúrgueres e empregadas. Quando judeu, nem um nem outro: treina
futebol na Hebraica.
O adolescente, nos dias de hoje, tem uma profunda ligação com a informática,
intrínseca até, pois ambos são extremamente chatos.
A principal atividade do adolescente é tocar punheta. Isso vai da primeira fase
(pré-adolescência) até os 36 anos, aproximadamente, quando, depois de muita
análise, passa a tocar punheta tranqüilamente, sem culpa.
O adolescente do subúrbio, quando não está descascando uma, está soltando
pipa para exercitar o braço.
Fetiche do adolescente
São fetiches do adolescente: a professora de português, ou a de inglês, ou a de
matemática, ou a de história, ou a de geografia, ou a mulher do cafezinho, ou
aquela manicure que dava, ou ainda a mãe boazuda e a irmã do melhor amigo.
O adolescente intelectual, aos onze anos, leu Sartre e tentou um suicídio em
Veneza. Todo mundo passa a mão na bunda do adolescente intelectual.
Mas os adolescentes mudaram muito com o advento do McDonald's. Nunca
mais foram ao Federal, o Campestre anda às moscas e o Cine Jussara, o
saudoso
Jussara, senhoras e senhores, o grande Jussara, aquele onde a gente sempre
limpava a cadeira antes de sentar, pois é, o Jussara fechou.
Dicas para uma adolescência feliz
Da punheta (Como abstrair)
Uma tendência muito utilizada é a de sentar sobre a mão que será utilizada até
ela ficar dormente. Assim, você pensa que a mão não é sua. Um complemento
para tal técnica é pintar as unhas da dita com esmalte de cores bem vivas. A
única ressalva é a radicalização: alguns que começaram a pintar uma das mãos
passaram para a outra, pintaram também os pés, os cabelos... e se perderam de
vez.
De como arranjar uma namorada
Beba, beba, beba, beba, beba. Tudo que tiver pela frente. Misture tudo, cheire
maconha, tome chope de canudinho. É tiro e queda. Principalmente queda.
Você vai vomitar até o baço. Tudo bem, não foi desta vez. Mas, na próxima,
ela é sua.
Pouco importa se ela namora aquele lourão que tem um BMW novinho. Isso é
detalhe, você vai conseguir. Esquece aquela história de ter que levar um bom
papo. Você em pouco tempo se tornaria o seu melhor amigo e dali a três dias
seria promovido à categoria de irmãozinho. E vai ter que ouvir ela falando do
seu profundo
amor por aquele sujeitinho que nem vai às reuniões do grêmio, passa as tardes
todas surfando ou vendo Sessão da Tarde.
Mas não desanime nunca, pois a adolescência, ao contrário da inflação e das
músicas do Gabriel, o Pensador, tem um fim.
TEEN-TEEN POR TINTIM
Se as pessoas maduras, vividas, inteligentes e preparadas têm diversas
dúvidas sobre questões cruciais da vida, imagina um ser malfeito,
insignificante, metido a revoltado e dotado de um vocabulário precaríssimo
como um adolescente?
Se você está nesta faixa de idade complicada que começa no nascimento dos
peitinhos e acaba com o fim das espinhas, é preciso saber de algumas coisas.
Primeiro: Precaríssimo quer dizer rarefeito, escasso, muito pouco, mais ou
menos como esses pelinhos que estão começando a nascer aí no
seuplayground.
Segundo: Nunca tenha medo de fazer qualquer pergunta; por mais idiota que
ela seja, ninguém espera mesmo nada inteligente de você.
Veja agora as principais perguntas que todo adolescente sempre quis fazer
mas tinha vergonha de perguntar.
Até Onde Devo Ir no Primeiro Encontro?
É uma pergunta que toda menina, ainda crua para as coisas do mundo, se faz.
A resposta depende muito de cada pessoa, não há uma regra geral. Mesmo
porque, se houver uma regra, você não deve ir a lugar nenhum. Não fica bem,
já no primeiro encontro, chegar tirando o OB. Mas o mais importante para
saber até onde se deve ir é definir logo quem vai pagar a passagem. Se for
você, não vá muito longe; se for ele, pode ir até o Curuzu.
Quando Começar a Usar Sutiã?
Olhe para baixo. Está vendo os seus pés? Então fique tranqüila, ainda é muito
cedo para pensar nessas coisas. Os peitos são como os prédios, quando eles
começam a crescer, ninguém imagina que um dia aquilo vai despencar. O
sutiã é uma espécie de viga de sustentação para um prédio malplanejado, que
não agüenta o próprio peso. O sutiã é também uma espécie de óculos para os
peitos. Quando eles estão olhando para a frente, está tudo bem, mas quando
começam a ficar estrábicos é preciso botar o sutiã. Apesar dos avançados
estudos, ainda não foi inventada a lente de contato para os seios.
Todas as Minhas Amigas Já Transaram, Menos Eu. Por que Sou Tão
Diferente?
Não se preocupe, toda adolescente assim... como diríamos... mocréia se faz
essa pergunta. Primeiro é preciso responder a uma questão fundamental: você
tem espelho em casa? Em caso afirmativo, ainda é preciso saber outra coisa:
seu reflexo cabe no espelho? De qualquer jeito, relaxe, o sexo não é tudo na
vida. Existem outros sentimentos mais fortes, como a inveja, por exemplo.
Você pode ser aquela gordinha simpática, carente, fofoqueira e se dedicar à
política. Quem sabe você não chega a ministra da Economia ou prefeita de
São Paulo?
Como Evitar a Gravidez?
Com o advento dos filmes de sacanagem, a sexualidade entre os adolescentes
ficou meio confusa. É preciso deixar claro que não há reprodução quando o
macho goza na barriga da fêmea. Aliás, o coitus interruptus, mais conhecido
como "gozar fora", continua sendo um dos métodos anticoncepcionais mais
utilizados. Mas cuidado! Explique direito ao seu namorado, gozar fora não
quer dizer atingir o clímax em outra rua, outro bairro ou outra cidade.
Ele Está me Olhando de um Jeito Estranho. O que Devo Fazer?
Depende do clima romântico que estiver rolando. Se você e seu parceiro
estiverem sozinhos, no escurinho, de frente um para o outro, você deve
primeiro verificar se não se trata de um assalto. Sendo ou não um assalto, não
é de bom-tom sair pegando na pistola do rapaz.
No Próximo Livro:
Outras respostas fundamentais para outras questões fundamentais.
Meu namorado quer tatuar o escudo do Bragantino na minha virilha. Devo
permitir?
Meu namorado é traficante internacional e, nas horas vagas, terrorista do
IRA. Devo contar para os meus pais?
Minha melhor amiga tem buço, fala grosso e me convidou para ir à sua casa
ouvir um disco da Adriana Calcanhoto. O que fazer?
MANUAL DO MODERNO PAQUERA
- Ô chuchu!
- Você é a sogra que mamãe pediu a Deus...
- Te comia todinha e não palitava os dentes...
Se B. sua tática é por aí, se você costuma chamar mulher de tetéia, se você
vive chamando tudo quanto é mocréia pra ir ali, então não leia este texto. Este
artigo é verdadeiramente revolucionário, definitivo e único.
As mulheres mudaram muito nesses últimos tempos. Podemos agrupá-las em
três grandes tipos:
1- Aquelas que não darão jamais pra você.
2. Aquelas que até dariam pra você.
3. Aquelas que você já comeu.
No 1 grupo se acham Xuxa, Geórgia Wortmann,
Monique Evans, sua mãe, sua irmã e minha mulher; no
3 grupo está sua mulher. Portanto, estão fora de cogitação. Vamos tratar do
2- grupo, que é o que interessa.
O Paradoxo de Bussen
Erwin Von Bussen (1789-1753), cientista dinamarquês que traz em seu
pedigree extensos e conclusivos estudos sobre o comportamento libidinoso da
mulher, definiu:
"Se você está a fim, ela não dá.
Quando você não está a fim, ela quer dar.
Mas à medida que você finge que está a fim de sim,
Ela finge estar a fim de não.
Ou seja, ambos desejam exatamente o oposto.
Logo, ninguém está a fim."
Baseado no princípio de Bussen, fomos buscar no Oriente, no Egito (Alto e
Baixo) e em Angola os segredos da sedução, do flerte e do galanteio.
Começar Pela Aparência
A não ser que você tenha nascido no III Batalhão de Infantaria e está aí até
hoje (inclusive, agora, lendo este livro), você deve saber o que é uma mulher.
De qualquer forma, no mundo contemporâneo, mesmo os consumidores mais
habituais podem se enganar, comendo gato por lebre, dobradinha por
hambúrguer e Antenor por Ediléia.
Segundo os grandes gurus dos paqueras, Vagareza e Zé Trindade, só se
paquera mulher boa, ou melhor,
boazuda. Daquelas que estão no 1 grupo. Logo não é o seu caso. Portanto,
vai pegando por aí qualquer jaburu lá na praça Serzedelo Correia, daquelas
que usam bobs de jornal, henê Pelúcia, esmalte de bolinha e colant cor de
abóbora.
Método Silva Mind-Control
Pensamento sempre positivo. Pela manhã bem cedo, antes da bronha, retirada
a touca de meia da cabeça, estufe o peito e berre a plenos pulmões:
"Eu sou o máximo!"
"Eusoufodão!"
"Meu pau impávido, qual o sol, em plena aurora se levanta decidido, é o
pássaro condor procurando seu ninho de pentelhada..."
- Então enfia essa porra no rabo e vai dormir, ô filho da puta.
Como pudemos perceber, esse método possui alguns inconvenientes. Se você
mora num conjunto habitacional, jamais o aplique tão cedo. Os vizinhos vão
querer introduzir uma ou outra sugestão não muito otimista e podem pôr tudo
a perder.
Shopping
Onde se vestir?
Quinta Avenida, tudo bem; no cachorro da Tavares; Impecável Maré Mansa;
Roupas Sir; Temper Lojas; Richard's, Company... qualquer loja dessas deve
estar de acordo com a lebre que você vai abater, Mas, não é
demais lembrar, nunca coma gato por lebre. Lebre não tem alavanca de apoio
ou pino de segurança.
O Bote
Você tem de impressionar logo de cara, se mostrando original, criativo e de
bom hálito. Uma frase seca e direta, contendo um duplo sentido:
- Você tem fogo?
Caprichando no sorriso de canto de boca e no trejeito de sobrancelhas, pode ir
logo atalhando:
- Pois eu tenho aqui a mangueira pra apagar esse fogo todo...
Relaxe, se ela fingiu indignação e repugnância. Bolsada de amor não dói. E,
afinal, quem desdenha quer comprar.
Se ela atender à cantada usando de um vocativo sensual e carinhoso, "Seu
animal!", você aproveita a deixa e solta da ponta da língua:
- Você não é a primeira que diz isso...
Assim, ela ficará sabendo que você é um garanhão e tem na sua carreira um
sem-número de lebres abatidas. Nessa hora, suas pernas (as delas) vão tremer,
e pode estar certo de que aquela oncinha já está toda molhadinha. No que
você volta a atacar. Pode até tentar uma tacada com ironia, mas deixe no tom
de sua voz um certo molho de charme:
- Quando e onde? Onde, quero dizer assim... lugar geográfico... pantera... (se
requebre um pouco, mas sem exagero).
Ela poderá ficar boquiaberta. Você poderia até aproveitá-la boquiaberta, mas
essa tática costuma dar cadeia. Banque o durão, pois bem sabemos que mulher e mingau se comem
pelas beiradas. Você já jogou a semente, agora é esperar e colher. Pode até
partir pra outra que essa já tá na caçapa... Não se precipite, pois galinha de
casa não se corre atrás. A você, na pior das hipóteses, restará sempre a certeza
de que ela (a lebre) curtiu o momento.
EDUCAÇÃO SEXUAL: CAI DE BOCA NO MEU...
Há muito vem se debatendo o problema do ensino de educação sexual para
crianças e adolescentes.
Muita gente já se descabelou por este tema, e outros apresentam as mãos
calejadas de tanto debater. Mas a realidade é que ninguém tocou ainda no
ponto G, aliás, desculpem, no xis da questão.
As nossas escolas estão muito desatualizadas em relação a essa temática e
continuam ensinando conceitos extremamente ultrapassados. É hora de
tomarmos consciência de que ter uma boa educação sexual não é só aprender
a comer de boca fechada. Isso também é importante, evidentemente, mas não
é o fundamental.
A verdade é que Educação Sexual todo mundo tem um pouco. Nunca ouvi
falar de ninguém tão desinformado que tentasse fazer sexo enfiando o
cotovelo no sovaco da parceira. Na hora da coisa, todo mundo sabe o que
fazer.
O grande problema da Educação Sexual é o timing,
Não existe esse negócio de vergonha, de não saber onde colocar as mãos.
Todo mundo sabe muito bem onde
deve colocá-las, só não sabe se já é o momento. É essa a grande questão que
deve ser enfrentada pelos nossos orientadores sexuais de hoje.
Noventa por cento dos problemas que enfrentamos nessa área são decorrentes
de uma falta de padronização do ensino da Educação Sexual. Sim, porque,
vejam bem, se meninos e meninas estudassem pela mesma cartilha, a maior
parte dos problemas já teria sido superada. Na realidade, é tudo uma questão
de códigos diferentes.
Todos sabemos que as meninas se educam sexualmente através das
fotonovelas, das Sabrinas e das revistas Nova, Cláudia e Carinho. Já os
varões recebem a mesma orientação pelas revistinhas de Carlos Zéfiro,
fotonovelas da Cicciolina, Fiesta, Club, Prive, Internacional e, num último
estágio, como que um doutorado, RudolfeAnalSex. E aí é que os códigos se
embaralham. Vejamos por exemplo:
Eles são primos. Ela tem dezessete anos. Ele tem dezenove. Eles cresceram
juntos e moram na mesma casa. Ela gosta dele como um irmão. Ele acha que
ela é prima mesmo, e prima mais nova é louca para dar para primo mais
velho, é só uma questão de oportunidade. Ela conta pra ele que acabou com o
namorado e que está muito triste. Ele pensa: "Ela deve estar sentindo falta de
uma pica. Essa xotinha deve estar coçando!" Ela diz que está cansada de tudo
e precisa dar um tempo. Ele propõe uma viagem, ela topa.
Ela sai pra comprar um livro e um bronzeador. Ele compra vinho, maconha e
camisinhas.
Eles entram no ônibus, só há lugar nos dois últimos bancos. Ela pensa: "Que
merda! Logo aqui ao lado do
banheiro!" Ele pensa: "Que beleza! Se bobear eu traço ela aqui mesmo..." O
ônibus sai e as luzes se apagam. Ela acende a luzinha em cima dela e começa
a ler. Ele também acende sua luzinha, mas fica olhando para ela. De repente,
num estalo, ele tem uma idéia brilhante. Agora ele está fingindo que dorme,
com o foco de luz bem em cima do pênis, que ele endurece ao ponto máximo
se imaginando na cama com a Xuxa e a Luísa Brunet. Ele pensa: "Agora ela
está olhando o volume nas minhas calças, mordendo os lábios e pensando
como vai ser bom agasalhar esse jebão." Ela dorme.
Eles chegam à casa de praia. Ele vai entrando no quarto de casal. Ela entra no
de solteiro. Ela diz que esqueceu a escova de dentes e pede a dele emprestada.
Ele vibra: "Ahá! Eu sabia que essa piranha queria sentar numa manjuba!" Ele
sabe que emprestar escova de dentes e chupão de língua são duas versões da
mesma história. Ela vai fazer xixi, deixa a porta do banheiro entreaberta. Ele
raciocina: "Aputona tá me provocando, eu vou dar o que ela gosta!"
Ele entra no banheiro com o pauzão pra fora da calça e diz: "Priminha, deixa
comigo, eu estou aqui pra satisfazer essa bucetinha sedenta de sexo!" Ela fica
estarrecida: "Vo-vo-você está louco!? E eu que pensei que pudesse contar
com um amigo. Você não vê que eu estou passando por um momento difícil
da minha vida? Que decepção! E... sai já daqui que eu to menstruada!" Ele
pensa: "Oba! Hoje é eu!"
Este foi apenas um exemplo do tipo de desentendimentos que ocorrem nesta
área. E o pior é que esta situação só vai melhorar quando as nossas
professoras se liberarem dos seus preconceitos e se conscientizarem
de que quando elas pegam naquele pedaço de giz e se viram para o quadro-
negro é porque estão a fim de dar aquela bundinha maravilhosa para o aluno
da primeira carteira.
Capítulo 5
MASTURBANDO-SE A Si MESMO
"A punheta é tão importante que deveria ser batida pelo presidente do clube."
Neném Prancha
A PUNHETA E OS NOVOS TEMPOS
O verdadeiro cientista social não é aquele que fica estudando escravismo,
neocolonialismo, instrumentos do poder ou babaquices afins. O cientista
social que quer transformar, que quer realmente transgredir tem que se voltar
para os temas que afligem de forma profunda a cultura de nosso povo. Todo
mundo sabe que o Brasil é o país dos punheteiros, menos os cientistas sociais.
Já está na hora de nossos acadêmicos estudarem assuntos sérios como a
punheta, em vez de ficarem descabelando o palhaço pra Luma e pra Luísa
entre um documento histórico e outro. Mais teoria e menos prática!
A liberalização dos costumes, notadamente nos últimos anos, fez com que o
mercado de enredos punhetais aumentasse sobremaneira, trazendo novos
problemas para os nossos adolescentes punheteiros e aumentando a produção
de bronha de uma forma geral. O Brasil mudou. A sua empregada agora vota
no Lula e você não vai comê-la pra não acirrar contradições, certo?!
Voltemos alguns anos no tempo. Você se lembra quando era aquele rapaz
cheio de disposição mas com uma incrível dificuldade de enredo pra bater
uminha!? Comprar Carlos Zéfiro era uma operação clandestina. Existia um
trabalho de contato com o jornaleiro, seguido da aproximação e, finalmente,
depois de meses, você ficava, enfim, amigo dele e ele se tornava seu
fornecedor. Mas quantas Mônicas e Cebolinhas você não teve que comprar
pra ganhar a confiança dele? E malocar as revistas em casa? Lembra? E
quando o estoque começava a aumentar? Mas até ter o seu fornecedor
exclusivo de revistinha sueca você se virou com tudo.
Anúncio de sutiã de Cláudia, Manchete de carnaval. Tem um amigo meu que
tocou punhetas e punhetas pra Penélope Charmosa! Lembra?
E as técnicas? Pintar as unhas de vermelho pra parecer mão de mulher. Sentar
na mão até ela ficar formigando pra não sentir ela durante o ato. A punheta
era uma arte. Exigia antes de mais nada pesquisa e criatividade.
E isso tudo mudou. Quem precisa de Carlos Zéfiro ou revistinha sueca,
quando às dez da manhã rola a Tia Xuxa bucetando pra lá e pra cá, dançando
lambada com as Paquitas?! Apivetada já tá gozando no terceiro ilariê.
Isso porque os pais se trancaram no banheiro desde o primeiro ôôô.
Mas a bronha, assim como o futebol, não piorou nem melhorou, apenas
mudou. Didi seria um craque do futebol de hoje? Provavelmente sim, mas
ninguém garante. Da mesma maneira a garotada hoje (e você também, seu
punheteiro!) encara a punheta de forma diferente. Hoje tem a Lilian Ramos, a
Enoli Lara, Fiesta de carnaval e tantas outras. Se por um lado facilita, por
outro complica. Apolêmicabronha-arte ou bronha-força surge dividindo
opiniões, arrebatando discussões intermináveis. Ouve-se falar do movimento
pós-punheta, que valoriza revistas de Carlos Zéfiro, mas só amareladas e
cheias de manchas. Sexo explícito pra eles é out. Existe uma tendência mais
romântica e menos saudosista que curte mesmo é se acabar com Carinho, a
revista da gatinha. E tem o movimento Punheta-Livre, que defende o "5
contra l, seja como for". Os mais radicais da tendência heavy anal-sex só
praticam o sexo solitário com pelancas. A mulher tem que ser muito escrota e
a fotografia deve ser em preto-e-branco e da pior qualidade possível. Muitos
argumentam, inclusive, que essa modalidade não merece ser definida como
bronha-força, mas como bronha-arte, se bem que arte surrealista. Existem
inclusive os que se autoproclamam punheteiros-verdes, que defendem a
bronha-pura, ou seja, nada de revistas, vídeos, TVs, filmes, o lance é só a
imaginação. Alguns mais puristas defendem a punheta sem mãos, só no
pensamento. Enfim, a polêmica é infindável. O mundo moderno, com seu
avanço tecnológico, traz novas tendências a cada dia. A paranóia da AIDS
também mudou o comportamento punhetal. Em
certos países, aconselha-se a masturbação de camisinha e luvas, pois todo
cuidado é pouco. Tudo muda a cada hora, e os amigos de Onã acompanham a
evolução. A criatividade e a pesquisa persistem, mas mudaram de rumo. Em
outras palavras, o assunto é vasto. Um desafio para os estudiosos. Mas os
nossos cientistas sociais preferem não ver. Eles preferem dizer que "futebol é
o ópio do povo" ou inventar polémicas culturais. No fundo no fundo, eles
ainda querem saber se é verdade que a Neide Aparecida dava por 20 contos de
réis.
Na intimidade de seus lares eles compram aPlayboy pra ler a entrevista do
ministro da Economia na sala e o póster central no banheiro, e ainda morrem
de tesão pela vizinha do 103, que, com todas as mudanças de comportamento,
continua dando mais enredo que a novela das oito. Por quê? A sua é a do 204?
Ela é demais, né? Já viu o biquininho que ela usa quando vai à praia? Pó, eu
não güento! Dá só um minutinho que eu vou ali dentro que tão me chamando.
Eu volto já, não demoro. É rapidinho.
PERGUNTE AO BRONHA
Caro Bronha,
Tenho doze anos e meu maior sonho é tocar punheta numa banda de rock.
Mas meus pais não me dão a menor força, e, quando eu fico trancado no
banheiro estudando, eles ficam batendo na porta e ficam dizendo que se eu
não parar vai nascer cabelo na minha mão e
que eu vou ficar cheio de espinha e eu vou ficar cego e que meu pau vai cair.
E ainda por cima não tenho dinheiro pra comprar um amplificador. Que que
eu faço? - Serginho(SP)
' Meu querido pónei,
Você já está na idade de falar abertamente com seus pais sobre roc'ríroll.
Mostrar pra eles que na adolescência a gente gosta de ficar trancado no
banheiro, mas, à medida que o tempo passa, o gosto vai se apurando e a gente
larga mão dessas bobagens e passa a curtir coisas mais refinadas, como o sexo
com sanguessugas, a ordenhadeira mecânica, o aspirador de pó e o cachorro
desdentado, o melhor amigo do onanista.
Caro Bronha,
Meu nome é Danielle Aparecida, tenho quinze anos (mas um corpinho de
treze) e aprendi um truque com o meu irmão, o Cléverson Carlos, que me
disse que, se a gente sentar em cima da mão até ela ficar dormente, na hora de
me masturbar ia parecer que era mão de uma mulher. Acho que tem alguma
coisa errada, seu Bronha, porque eu não quero ser lésbica que nem o meu
irmão. Será que dava pró senhor me explicar esse lance? - Danielle
Aparecida (MG)
Minha pochetinha,
Você não entendeu direito. Você tem é que sentar em cima da mão do seu
irmão até seu traseiro ficar dormente. Aí sim você terá a sensação de que a sua
bunda é a bunda de outra pessoa.
CABELO NA MÃO: MITO OU REALIDADE?
por Silvinho
Cheguei esta semana da Europa, onde participei do
24a Congresso Internacional de Cabeleireiros no Hospital de Base de Paris e
pude constatar que atualmente vale tudo nos penteados de mão, desde os
cabelos descoloridos até o "Reco Look". Depois que Paul Simon fez um disco
com aqueles negões enormes, verdadeiros deuses de ébano, as tranças afro se
transformaram numa mania. Hoje é comum ver masturbadores rastafáris
desfilando pelas ruas de Londres com suas enormes e coloridas toucas de
tricô nas mãos.
Mas se você é um onanista contumaz, eu sugiro uma permanente. Agora, gel
nem por um caralho: vai ficar o maior mele. A moda não é uma coisa fechada.
O importante é você encontrar o seu estilo. Você pode muito bem um dia usar
o cabelo da mão repartido no meio, de lado, maria-chiquinha ou rabo-de-
cavalo. Eu, pessoalmente, prefiro tudo pra trás.
ESTUDO DE CASO: CONVERSANDO COM O POLICARPO
Você está em casa, deitadão no sofá. É um sábado, noite, o Inter de Limeira
está ganhando de dois a zero, mas o Luciano do Valle acredita que a sua Lusa
pode virar. Você levanta para aumentar a TV, no meio do caminho o calção
do pijama cai inerte aos seus pés. Acontece o inevitável, você olha
envergonhado para o Policarpo, que, cabisbaixo e já cansado de pedir, nem te
olha mais. Ele te acha um bundão. O telefone toca, vocês dois levantam a
cabeça juntos: "Bem que podia ser uma mulherzinha!"
- Oi, é a Aninha, aqui do 1003... Eu to dando uma festa, você não vem não?
O Policarpo já está prontinho, se esticando na direção da porta, você diz:
- Calma, Policarpo! E ela:
- Policarpo? Quem é Policarpo?
- Ahn... É um amigo meu...
- Ah, então chama o Policarpo também... - Ele fica dando pulinhos de
alegria...
- Eu não sei... - Gol do Inter, 3x0. - Tá bom, eu vou!
Enquanto tomam banho, você tenta convencer o Policarpo a se controlar, você
já está cansado de passar vergonha por causa dele. Ele promete se comportar
quando você ameaça colocar aquela cueca estranguladora. Pronto... O
Policarpo dormiu... Em silêncio, você vai vestindo a roupa e sai devagar, de
fininho.
Dim-dom. Aporta se abre. Aninha está trajando uma
microssaia que te tira do sério. Enquanto você tenta adivinhar a cor da
calcinha, Policarpo já acordou aos berros: "É rosa! É rosa!" Você pensa na
sua mãe morta, no caixão. Ele se acalma.
- Oi, tudo bem?
- Oi, Marquinho, entra... O Policarpo não veio? - Ele começa a se remexer
de novo. Você se arrepende amargamente de não ter colocado sua cueca
estranguladora. Você não aprende, Marquinho. Deixar o Policarpo solto assim
em festa é pedir para passar vergonha! Você resolve ir ao banheiro. No
caminho duas meninas te pedem um dropes, você diz que não tem e pronto,
vira o antipático da festa.
- Deve ser judeu! Não custava nada dar um dropes pra gente!
Elas não olharam direito, você não é judeu.
Entrando no banheiro, você já está desesperado. Bate a porta e resolve ter um
papo muito sério com ele, mas o Policarpo já está travado, não consegue se
acalmar. A dona da casa bate na porta e grita:
- Marquinho! Se for bater alguma coisa, bate no mármore da pia, tá?
O Policarpo te olha sorridente.
Você resolve atender a seus desejos, sonhando em ter um pouco de
tranqüilidade na festa.
Sai do banheiro mais tranqüilo. Policarpo também relaxou e está mais afável.
Dois garotões altos e fortes, com pinta de surfistas, entram no banheiro.
Enquanto você respira fundo, se preparando para voltar ao salão, alguém grita
no banheiro:
- Que porra é essa!?
Antes que você tenha tempo para pensar, o Policarpo já respondeu
orgulhosamente:
- É minha!
Daí pra frente você não entende mais nada, fecha o tempo e você acaba do
lado de fora da festa aos gritos de "tarado, tarado!"
Desolado e humilhado, você entra no elevador. Aperta o botão do seu andar.
Se segurando nas paredes, você consegue chegar no seu apartamento e abre a
porta pendurado na chave. Lá dentro, na TV ainda ligada, o técnico da Lusa
explica que perdeu de seis a zero, mesmo jogando bem. Você cai no sofá e
olha para o Policarpo. Ele engole seco. Pensando bem, até que foi engraçado.
Você ri, dá um tapinha nas costas do seu amigo e comenta:
- Policarpo, tu é o maior cabeça!
capítulo 6
HOMOSSEXUALISMO ENTRE PESSOAS
DO MESMO SEXO
Podem sentar à vontade."
HOMOSSEXUALISMO, UMA INTRODUÇÃO
Uma questão que muito preocupa a todos nós é a questão do
homossexualismo. Muitos pais consultam sexólogos, educadores, com
dúvidas a respeito do comportamento de seus filhos. Nós vamos finalmente
esclarecer esse assunto.
A começar, vamos acabar com um mito: o homossexualismo não é uma
doença - é uma coisa muito pior! (Doença tem remédio.) Imagine o senhor,
um bem-sucedido na vida, um homem de respeito, com uma certa posição,
passar a ser conhecido como "o pai do viadinho
do 1002"! Ou agüentar as chacotas no trabalho, os risinhos dissimulados no
elevador, ou mesmo o pior! Numa terça-feira de carnaval, ao ligar seu televisor, dar
com o Neco, que você sempre sonhou que seria zagueiro central do time da rua,
fantasiado de Assurbanipal, Apogeu e Glória do povo assírio, categoria luxo!
Da prevenção
Nesse caso a prevenção é fundamental. Observe cuidadosamente os hábitos
de seu filho. Existe uma série de indícios que absolutamente não são
conclusivos: uma roupa mais colorida, uma calcinha na gaveta, o
desaparecimento de um batom ou dos pepinos que o senhor comprou sábado
na feira, se seu filho trancou engenharia para fazer teatro, abandonou o IBEU
para fazer expressão corporal ejazz. Tudo isso pode ser um aviso, mas nunca
tire conclusões apressadas. Mas, se um dia, o senhor, sem querer, revirando os
pertences de seu filho, encontrar um ingresso usado da última festa da Vai
Demente, aí não há mais dúvidas, não há indício mais conclusivo. O senhor
acaba de ter a certeza de que é pai de um perobão, umgay, um viado, um
fresco, uma bichona. Há! Há! Há!... Pai do viadinho do 1002, hein?
Calma, calma, calma! Não se desespere! Existem dois métodos de se
combater esse mal. O primeiro é usando a psicologia: enfie-lhe a porrada.
Bata nele até ficar roxo. Roxo não, que é cor de viado. Sente-lhe o cacete, sem
dó. Depois interne-o uma semana numa zona e, finalmente, coloque-o no
exército, na cavalaria. Na infantaria não (é "a rainha das armas"). Quem sabe
ele não acaba comandando uma dessas divisões blindadas, aqueles canhões, aquelas bazucas cuspindo fogo e ele lá na frente
gritando: "Homens, comigo, ao ataque." Uhhhh! Uma loucura. E o banho
então? Ahh! É bom parar por aqui.
2 Método
A saída preconizada pelos modernos educadores é a da compreensão, do amor
e do carinho. Converse tranqüilamente com seu fílho, procure entendê-lo, seja
mais companheiro. Saia com ele, freqüente os mesmos bares, conheça seus
amigos, torne-se amigo deles também, conheça o mundo de seu fílho, você
verá que o mundo gay não é tão mau assim. Existem compreensão,
sensibilidade, afeto, companheirismo...
- Aí, hein, o viadão do 1002! Dando muito esse cuzinho?
- Pobre Dona Duzinete...
- Vai ver é sapatão!
- Naquela casa ninguém dorme!
- Deve ser uma loucura!
Doutora OSWALDA ARANHA RESPONDE
Dúvida Atrás
"Cara Oswalda,
Em termos de infância, a minha foi muito difícil. Eu sempre fui enquanto
pessoa, reprimida pela sociedade
pequeno-burguesa, chauvinista e opressora. Meus pais me mantinham num
verdadeiro cativeiro, presa às 96 paredes dos 24 quartos de minha pequena mansão.
Nessa época, enquanto ser psicológico, eu ainda nem suspeitava de minha vocação,
muito embora já vestisse todas as bonequinhas Suzy de minha coleção com
roupinhas do Vigilante Rodoviário.
O primeiro grande choque de minha vida eu tive aos
28 anos, ao descobrir que nem todos os lares do mundo possuíam uma piscina com
água aquecida. O segundo, aos 29, ao encostar o dedo num fio desencapado de meu
abajur lilás."
Maria Eudóxia Bueno Vidigal Camargo Correia (SP)
Cara Maria Eudóxia,
A descoberta de nossa identidade sexual, como todo crescimento, é um processo
doloroso no qual o ser humano, às vezes, passa anos sem poder sentar. Mas não se
desespere, no seu caso não há nada que um bom suicídio não possa resolver.
Dúvida Atroz
"Querida(o) Oswalda,
Lembra de mim? Sou aquela(e) moça(o), nascida(o) no(a) Brasil, filha(o) de
portugueses(as), que tinha problemas de inteligência, que a(o) senhora(sr.) resolveu
tão bem. Sou a(o) Maria João, filha(o) da(do) Maria José, e do(a) Antônio Maria.
Dra(Dr.), tenho tido sérios(as) problemas de identificação sexual, não sei qual é o(a)
meu(minha) sexo. Sei que é difícil identificar, perceber assim por carta, a(o)
gravidade do(a) problema. Pois o(a) sintoma se mostra sutilmente. Já escrevi para
o(a) Eduardo Mascarenhas, e ele gentilmente sugeriu que eu fosse tomar no(na) cu.
Não pude fazê-lo(la) pois não sei se isso é uma(um) prática do(da) sexo feminino(a)
ou do(da) sexo masculino(na). Espero que você possa me ajudar a resolver esse(a)
questão. E muito grave, e está cada vez pior. Há três dias eu não consigo fazer xixi,
pois, sem saber se sou homem ou mulher, como posso decidir se mijo sentada(o) ou
em pé?
Indecisa do Grajaú - RJ
Cara(o) Indecisa(o),
É claro que lembro de você. Seu problema é muito grave mesmo e, honestamente,
muitos psicólogos até hoje não sabem se são terapeutas ou terapeutas. Sugiro que
você olhe entre as pernas com cuidado e faça por carta uma descrição detalhada do
que você viu. Enviarei assim que possível sua descrição para nosso centro de
pesquisas em Genebra. Se puder envie fotos também, facilitará muito nosso
trabalho. Por enquanto, acho que a medida adotada de não mijar é providencial.
Aguardo sua carta com maiores informações.
Capítulo 7
DISFUNÇÕES E ENFERMIDADES: O
SEXO, MOLÉSTIA À PARTE
"Quando o órgão genital do hermafrodita está sangrando, é menstruação ou
fimose?"
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Prof. Frite Von Kahn
Com o advento da AIDS, voltou à baila um assunto que o Benzetacil havia remetido
a divertidas recordações do passado: as doenças venéreas. O fato é que esse negócio
de doença venérea não é pra ficar por aí comentando, muito menos na frente das
meninas. Virou moda agora discutir camisinha em coquetel e em caderno de cultura.
Tem que acabar com essa frescura! O nosso
negócio é doença de macho, daquelas que ardem e deixam a chapeleta
inchada.
Aí sim, eu quero ver!
Lembra daquele dia, depois de uma noitada de Sodomia e Gomorria, quando
você acordou com dor de cabeça, sem saber onde estava? Olhou pra baixo,
pró seu companheiro de farras, e não conseguiu lembrar por que ou como
conseguiu rebocar aquela mocréia que ronca ao seu lado na cama. Você
olhava pró bimbo. Ele olhava pra você. Aquele constrangimento. Mais uma
semana e lá estava ele, abatido, caído, fungando pelos cantos da cueca. Nada
tema. Estamos aqui pra orientar o leitor desavisado. Antes que o seu pau fique
roxo e caia, leia este artigo.
O principal é sempre prevenir. Para ajudar você e seu pau, descrevemos em
seguida a sintomatologia básica e a terapêutica indicada para cada caso,
procurando estudar a etiologia de cada um dos principais males.
Chapeleta Levadiça (ou Prepúcio de Cubatão ou Coice de Mula ou Mal de
Bussen)
- Erwin Von Bussen foi, sem dúvida, o cientista que mais se dedicou à
descoberta de novas doenças venéreas, pegando todas e ainda criando
algumas. A contribuição do Dr. Bussen nesse campo foi tão vasta que, em sua
homenagem, foi criado o Instituto Von Bussen de Doenças Venéreas,
localizado na Praça Mauá, Rio de Janeiro. O famoso "mal de Bussen", uma
das principais descobertas do eminente professor, caracteriza-se por uma
desarticulação da glande do restante do corpo peniano, chegando nos casos
mais críticos a formar um perfeito "L" (existem
relatos do corpo peniano ter formado a palavra "Leopoldo"). Este mal traz
consigo muitos transtornos, principalmente na hora de mijar ou ejacular,
quando é possível molhar a ponta do nariz. Faça um torniquete, chupe o local,
mas cuspa, não engula, coloque uma tala e chame um médico.
Baba de Moça (ou Gripe Peniana)
- Antes de se dedicar à cura da paralisia infantil, o cientista Albert Sabin
pesquisou esta doença, ganhando pelo seu trabalho o Prémio Von Bussen de
1958 e se desquitando de sua primeira esposa.
Trata-se de um corrimento masculino, um tipo de coriza. Muito
inconveniente, traz àqueles que dela sofrem muitos transtornos e situações
embaraçosas quando o seu pau espirra ou fica à noite fungando
insistentemente, não deixando dormir a sua companheira. Sem dúvida,
atrapalha o convívio social. A fase mais aguda é a Sinusite Pélvica, com
complicações da pleura e do entressaco. Terapêutica indicada: escalda-pau
com água fervente, esfregar com sapólio, nebupaulização com Halls
Mentoliptus (extra-strong). Depois polvilhar o local com Vim.
Ânus Carcomido (ou Chicão Pelado ou Lady Lauro)
- Doença parasitária cujo transmissor é um pequeno inseto encontrável
debaixo de sua cama. Esse animalzinho, também conhecido como Carúcula,
no interior de Minas, ou Perrengue, Guaxuleba e Imbiriboca,
é portador de um microrganismo, o HTVL-03-Luxo, que, uma vez
introduzido na reta retal, vai corroendo por dentro as entranhas do portador,
ocasionando em seu estágio terminal o popular "CUOCO". Trata-se de uma
moléstia incômoda e dificílima de disfarçar, uma vez que, quando o portador
se senta ou cai com o traseiro em superfícies rígidas, faz "BONG".
Mal de Brofíel
O padre jesuíta Rodrigo de Bronel desenvolveu, na segunda metade do século
XVI, na Espanha, esta doença peculiar, cuja principal característica é o
nascimento de tufos de cabelo na ponta da chapeleta. A etiologia é
basicamente a prática exagerada do coito anal, que, ao longo dos anos, mercê
do acúmulo de matéria fecal no local, vai adubando a região, fertilizando a
glande e favorecendo a propagação dos pêlos.
Cacharrel de Bico Inchado (ou Ampulhetão ou Cinturinha de Moça ou Tênis
Novo ou Cefaléia Peniana)
Essa temível moléstia, extremamente dolorosa, atinge o homem no coito,
quando o prepúcio não esgarça suficientemente, estrangulando o fluxo
sangüíneo e para os corpos cavernosos, provocando inchaço, dores, edemas e
pústulas. Forma-se a popular "Crista de Galo" ou "Couve-Flor" na ponta do
cabeção. Em sua forma aguda leva ao hospital, e, em sua forma crônica, ao
Marrocos, Muitas vezes obtêm-se bons resultados trocando a marca da cueca. A ciência não avançou nada na cura dessa doença.
Chuveirão Blenorrágico (ou Mal de Corona ou Cabezas Cortadas-de
Gláuber Rocha)
Mal provocado por um parasita que penetra na uretra e provoca a difusão de
orifícios na extremidade posterior do pênis masculino. A quantidade de laudas
já escritas não deixou à ciência espaço para a cura de tal moléstia.
Minipimer Vaginal
Trata-se de violenta contração vaginal, causando a trituração de qualquer
objeto que esteja naquele momento envolto pelo "pastel de cabelo". Bom para
moer carne, fazer patê ou um bom suco de pica. Quem tenta penetrar uma
mulher que sofre desse mal fica imprestável para os jogos de amor. A única
terapêutica indicada para quem insistir em penetrá-la é bater com o martelo de
carne para amolecer bem, temperar com sal e pimenta-do-reino, untar a
frigideira com óleo e fritar, pois, como pau, no sentido original da palavra,
aquilo não serve mais.
Nota importante
Todas as mulheres transmitem doenças venéreas, menos minha mãe, minha
irmã e minha esposa. Isto
porque a mulher tem por natureza um comportamento galinha e promíscuo,
dando pra qualquer um, não se importando se o seu parceiro mandou fazer seu
pau na H . Stern ou o achou no banheiro do Maracanã. Nem tampouco se ele
acabou de comer o Hubert e limpou o pau na cortina. Enfim, o risco é sempre
alto.
Glossário
A Ciência catalogou até hoje 23.456 doenças venéreas, mais 56.057 dialetos e
um sem-número de variações. O American Journal of Venereal Diseases and
Pennis Affair estudou e catalogou doenças encontradas no Brasil. Veja a lista
e escolha uma. Ou duas:
A
• ampulheta
* azeitona no pastel
B
• baba de moça
• boka loka
cacharrel de ponta escalavrada cancro mole cancro mole duplo cancro mole de nó
de saco carnegão de serra de bico inchado cefaléia peniana
• chapeleta levadiça
• chuveirão (também conhecido como mal de corona)
• cinturinha
• coice de mula
E
• escalavramento exagerado purulento com asma
F
• filha de lavadeira
• fratura exposta peniana
G
• gengivite anal
• gonorréia dupla enviesada cercada pelos sete lados
• gripe de jeba
I
• inhaca xerecosa
M
• mau hálito
p
pastel estragado pau-cavalo péla-saco pescoço de frango prepúcio de cubatão
R
• racha soldado
• repolhão
• rompimento na mutreta
]s
* sífilis gonorréica de bicha canhota
• siso incluso inclusive
T
• trinca papaiz
• trouxa rouxa
X
xereca Braun-Minipimer
TUDO QUE VOCÊ QUERIA PERGUNTAR
SOBRE AIDS MAS NUNCA TEVE CORAGEM DE SABER
Se você acha que nós vamos dizer que para evitar a infecção basta mudar de
calçada e fingir que não é com você, pode tirar o cavalinho da chuva. Porque
seguro morreu de velho, e nós não estamos aqui pra botar azeitona na empada
de ninguém (relação de altíssimo risco e com grande probabilidade de
intoxicação).
Algumas pessoas, movidas pela ignorância e pela paranóia, acreditam que
podem contrair a doença bebendo sêmen no mesmo copo usado por uma
pessoa infectada ou apertando a mão e o pau de um travesti.
Tudo isso não passa de crendice e superstição! A melhor maneira de se evitar
a infecção ainda é fazendo um bom despacho numa encruzilhada ou uma
simpatia com alho, mastruço e catuaba. Eu não acredito nessas coisas, mas,
pelo sim, pelo não, não custa nada, né? Sabe lá?... O importante é ter sempre
em mente que:
AIDS É IGUAL PASSARINHO: É DE QUEM PEGAR PRIMEIRO.
Como ficar infectado e influenciar pessoas
O vírus foi encontrado em todos os fluidos corporais: o catarro, a meleca, a
remela, o esmegma e o ranho. Basta você entrar em contato com qualquer
uma dessas nojeiras pelo telefone 286-6392, falar com Ivan (relação oral de
alto risco) e você receberá inteiramente grátis em sua casa um vírus da AIDS.
Na maior parte das vezes, as pessoas se infectam nos contatos sexuais,
naqueles momentos em que há troca de óleo e de fluidos corporais. É foda.
No meu tempo, era a maior dificuldade você comer alguém, as meninas
faziam o maior jogo duro. Agora que o negócio tava ficando bom, pinta essa
porra! (fluido de alta periculosidade). Pó, sacanagem! (relação possivelmente
segura mas grandes possibilidades de risco). Mas tudo bem, o importante é
tomar as devidas precauções, não se desesperar e lembrar sempre que:
O SEXO COM SEGURANÇA, DESDE QUE DENTRO DA CABINE E NÃO NA FRENTE
DE TODO MUNDO NO BANCO, PODE SER GRATIFICANTE.
Quem corre o risco de infecção
Todo mundo, mas principalmente:
1. Pessoas do 1 grupo.
2. Escolas de samba do le grupo.
3. Pessoas que tiveram contato com pessoas do l9 grupo e caíram para o 29 grupo.
4. Parceiros sexuais de empresários do grupo 14 da FIESP.
5. Elementos que tiveram contato sexual com integrantes da Torcida Suicida do
Botafogo.
6. Costureiros que usaram agulhas não-esterilizadas de integrantes dos grupos l e 2.
Se você não se encaixa em nenhum desses grupos, experimente usar vaselina ou
Creme Nívea. O importante é ter sempre em mente que:
TUDO É FORÇA, MAS SÓ DEUS É PODER!
AIDS: A doença e sua transmissão
Algum tempo atrás, poucos sabiam da existência da AIDS. Quase ninguém era capaz
de dizer o que esta doença significava, qual era a sua mensagem, a sua
proposta, se era uma coisa realmente nova ou se era mais uma armação das
multinacionais.
Hoje, graças a um excelente trabalho de divulgação, tendo por trás (relação de alto
risco) um tremendo esquema promocional, a AIDS se espalhou por todo o mundo,
sem distinção de credo, raça, cor, sexo e time. Por falar nisso, que time é teu?
(Relação possivelmente segura mas com taxa considerável de periculosidade.)
Os estudiosos nordestinos divergem quanto à origem desta moléstia da molesta.
Alguns crêem na teoria de que ela foi trazida por macacos rastafaris das ilhas do
Caribe. Outros cientistas defendem a tese de que os porcos do Haiti são os
verdadeiros responsáveis pela praga. Uma terceira corrente insiste em afirmar que a
coisa começou num grupo de pererecas promíscuas da África.
Na verdade, o surgimento da AIDS se deve a um somatório de causas, uma série de
fatores, vetores e condicionantes, determinantes e variáveis, uma coisa muito
complicada, vocês não iam entender mesmo. A primeira coisa a lembrar, portanto, é:
AMAR É JAMAIS TER QUE PEDIR PERDÃO E COMPROVANTE DE TESTE DE AIDS
NEGATIVO.
Como evitar o contágio
Chegamos na parte chata da coisa. Todo tratamento de prevenção tem o seu ônus
(orifício de altíssimo risco). Mas é muito simples. Você só tem que mudar o seu
comportamento sexual. Vamo parar com essa galinhagem de sair por aí dando pra todo mundo. Toma jeito na vida, meu irmão! Tás
pensando que berimbau é gaita? Outra forma de se evitar a AIDS é adotar a
abstinência sexual em horário integral. Mas isso não quer dizer que você
tenha que abdicar do seu prazer. Já vai longe o tempo em que moralistas e
pregadores fanáticos tentavam controlar a sexualidade das pessoas com
ameaças de inferno, castigos draconianos, ordens de despejo e planos
econômicos. Não, nada disso. Vivemos uma outra época, muito pior! Não se
pode confiar em ninguém. Hoje em dia todo mundo quer levar vantagem em
tudo, passar os outros pra trás (relação de inenarrável grau de periculosidade).
No entanto, as pessoas que desejam ter uma vida sexual normal, em vez de
ficar trancadas em casa de madrugada assistindo ao programa do Amaury Jr.
(atividade possivelmente arriscada), têm que botar na cabeça (relação
potencialmente perigosa) que a mudança de hábitos sexuais arraigados pode
ser uma experiência prazerosa e gratificante.
O importante é lembrar sempre que:
CINEMA AINDA É A MELHOR DIVERSÃO.
Serviço de orientação educacional sexual
Os sexólogos, quando não estão trepando, estão sempre pensando em
sacanagem e em maneiras de ajudar você a reduzir o risco de infecção pelo
vírus da AIDS durante o contato sexual.
Antes de mais nada, os especialistas dividiram as
múltiplas possibilidades sexuais em três grupos distintos, a saber:
1) SEXO ARRISCADO
2) SEXO MENOS ARRISCADO
3) SEXO SEGURO BRADESCO
O importante é ter sempre em mente que:
O SEXO SEGURO NÃO É CHATO CHATO É O BAFO NO CANGOTE E A UNHA
NO CALCANHAR.
1) Sexo arriscado
Toda atividade sexual em que o fluido de um indivíduo passar para o isqueiro
de seu parceiro é altamente arriscada. Também é considerada de alto risco
toda e qualquer prática sexual que envolva pessoas com ferimentos, lesões,
escoriações e cortes profundos, o que tem levado os cronistas esportivos a
diagnosticarem o fim iminente do futebol brasileiro.
Os cientistas são unânimes também em afirmar que o risco de contágio é
diretamente proporcional ao número de parceiros, mas não se desespere.
Deve-se ter sempre em mente que:
O QUE IMPORTA É A QUALIDADE E NÃO A QUANTIDADE DAS RELAÇÕES.
DE QUE ADIANTA VOCÊ COMER A MALU MADER, A XUXA, A SÔNIA BRAGA,
A CLÁUDIA RAIA, A MAITÊ PROENÇA E ABRUNA LOMBARDI SE ISSO SERÁ
APENAS UMA AVENTURA FÚTIL E PASSAGEIRA QUE NADA ACRESCENTARÁ À SUA VIVÊNCIA ENQUANTO SER
HUMANO?
Principais práticas arriscadas:
a) Relação vaginal sem preservativo e sem frescura Os cientistas estão
surpresos com a versatilidade do
vírus da AIDS, pois ele pode ser encontrado no sémen, na secreção vaginal e
no baixo Gávea. Apesar do risco desse tipo de relação não ser de todo mau, é
preciso observar bem se o pênis ou a vagina do seu parceiro não estão
escalavrados, pois qualquer escalavramento, por mais microscópico que seja,
pode permitir a entrada do vírus que, mesmo que não tenha convite, sempre
acaba entrando dizendo que conhece alguém lá dentro.
b) Relação anal sem preservativo e sem vergonha
A relação anal já foi por demais difamada em prosa e verso. A essa altura da
evolução dos costumes, não seremos nós a dar pra trás (relação de
elevadíssimo índice de risco). O maior problema da relação anal é que, em
geral, dela resultam pequenos cortes ou fissuras, entre elas a fissura de comer
e/ou dar um cu.
c) Relação oral sem preservativo
É importante que todos falem abertamente sobre a relação oral, mas, ao falar,
devemos manter uma distância mínima de 2 metros e 30 cm do parceiro, de
maneira que o cuspe lançado pelo falante não atinja os cornos do receptor da
mensagem, já que não se sabe se os perdigotos contêm ou não o vírus da
AIDS.
d) Introduzir o punho ou braço no reto
Parece incrível, mas tem gente que gosta dessas coisas. Lembre-se apenas de
arregaçar bem as mangas e lavar as mãos antes das refeições.
e) Lamber o ânus
Escove os dentes após as refeições.
f) Beber urina, comer cocô e rasgar dinheiro
Essas práticas são na verdade excrescências, um resíduo dos anos de autoritarismo,
da longa noite da ditadura onde rolou de tudo e ninguém era de ninguém.
2) Sexo menos arriscado
Na verdade, as práticas menos arriscadas são aquelas que envolvem ou são
envolvidas por preservativos.
O preservativo, no entanto, de nada vale se for utilizado de maneira incorreta, como
decoração de aniversário de criança ou sendo jogado cheio de mijo na geral do
Maracanã.
Principais práticas menos arriscadas:
a) Beijo de língua
O "beijo de língua", ou "chupão", não pode ser considerado completamente seguro.
É impossível provar que alguém foi infectado por causa de um "beijo de língua",
pois as pessoas que se beijam dessa maneira geralmente passam logo para contatos
mais íntimos, e, se não passam, logo correm o sério risco de melar e infectar a cueca.
b) Relação oral com preservativo
O felattio, ao lado do carpaccio, é a última moda em matéria de degustação,
mas esses requintados prazeres devem ser revestidos de cuidados especiais e
de um preservativo. É provável que você leve algum tempo até se acostumar
ao gosto da borracha. Mas é possível que algum fabricante venha, com o
tempo, a produzir preservativos que tenham sabores gostosos. Sabemos que a
Johnson & Johnson, numajoint-venture com a PingPong, já está testando
novos tipos de camisinhas com os tradicionais sabores tutti-frutti e hortelã,
além de uma linha de produtos naturais, com camisinhas nos sabores pau
lavado e pau sebento com pedaços de porra.
c) Bacanal com preservativo
A bacanal com preservativo é calorosamente preconizada pelos sexólogos,
contanto que a luz esteja acesa, pois certa feita participei de uma suruba no
escuro na qual revesti com preservativos mais de cinqüenta pênis, apliquei
geléia espermicida em dezessete vaginas e, com medo de pegar AIDS, não
comi ninguém! (risos)
3) Sexo Seguro Bradesco
Procure hoje mesmo o gerente de sua agência e pergunte se ele já fez o teste
da AIDS. O sexo seguro exige dos parceiros uma grande dose de lirismo,
além da sífilis, é claro. O importante é ter sempre em mente que:
"TUDO VALE A PENA QUANDO A JEBA NÃO É PEQUENA "
Fernando Pessoa
Use a sua imaginação (e não a imaginação de outra pessoa, que pode estar
com o vírus) e bote pra quebrar (relação potencialmente perigosa e dolorosa).
a) Pêra, uva ou maçã
Esta milenar prática sexual, que muitos julgavam esquecida, voltou com força
total e vem sendo utilizada longamente por pedófilos que não querem se
arriscar.
b) Aperto de mão
Muitas pessoas só agora estão percebendo toda a imensa gama de sensações
eróticas que o aperto de mão pode proporcionar. O roçar ávido dos dedos
voluptuosos, o encontro úmido de palmas sedentas de prazer, o gozo
indescritível proporcionado pelo encaixe perfeito de polegares sôfregos. A
conjunção das articulações que, em movimentos ritmados e espasmódicos, se
unem e se transformam numa só carne que, num frêmito, atinge os píncaros
do prazer. Fatigadas pelo gozo, as mãos se separam e limpam os restos de
amor na calça ou no paletó.
c) Masturbação mútua pelo telefone
A masturbação mútua pelo telefone vem arrebanhando muitos adeptos e se
mostrando uma prática segura, desde que os parceiros tomem certas
precauções, como pagar a conta do telefone.
Abordagem
Muita gente ainda sente dificuldade de tratar abertamente do assunto. Para
auxiliar essas pessoas, imaginamos um diálogo hipotético. Entre um rapaz e
uma moça. A leitura deste diálogo certamente ajudará as pessoas a se
colocarem melhor diante do problema.
ELE - Olá, você vem sempre aqui nesse bar?
ELA - Não, eu nunca consegui entrar aqui, mas hoje o gerente me botou
para dentro porque eu prometi dar pra ele.
ELE - Você também está com medo da AIDS? Eu estou!
ELA - Você desistiu de ter relações sexuais?
ELE - Não, não é isso. Eu consegui ler esta matéria até o fim e aprendi um
monte de coisas sobre como fazer sexo com segurança, sem riscos.
ELA - E como é que se faz?
ELE - É fácil! Você está vendo este enorme volume no meu bolso?
ELA - Estou.
ELE - Pois é, são centenas de preservativos que sempre trago comigo para
estas ocasiões!
ELA - Pó, que decepção! Pensei que tu era o maior pé-de-mesa...
Conselhos Finais
l - Antes de se relacionar com qualquer pessoa, procure conhecer bem seu
passado, seus antecedentes, sua ficha criminal. Por exemplo, se você tem uma
namorada, antes de ter com ela qualquer relacionamento mais íntimo, procure
conhecer melhor sua família: coma a mãe dela, o pai, a avó, o irmão e o
cachorro. Só aí então você poderá ter um relacionamento seguro e sem riscos.
2 - O risco de contrair a AIDS cai com a diminuição do número de
parceiros. E o dinheiro dos direitos autorais aumenta consideravelmente.
3 - Use a imaginação. Use a criatividade. O importante é ter sempre em
mente que:
"VOCÊ SÓ PRECISA DE UM PAU NA MÃO E UMA IDÉIA NA CABEÇA."
Gláuber Rocha
NO DIVÃ (REDONDO, VIBRATÓRIO E COM
ESPELHO NO TETO) DO DR. HÉLIO
MASCARENHAS
Doutor Hélio: Ontem à noite tive um sonho que me deixou muito
impressionada: eu estava sentada num banco da praça dando pipoca para uma
pombinha branca. O que quer dizer isso? Esse sonho é normal? Será que estou
ficando louca? - Atormentada da Mooca - São Paulo.
Cara Atormentada: Ao receber sua cartinha, percebi logo tratar-se de um caso
muito complexo, desses que só a psicanálise é capaz de resolver. Os sonhos
são o
espelho de nossa alma e revelam de maneira simbólica nossos desejos ocultos,
nossas inseguranças, nossas taras, nosso tesão por mulheres vestidas de couro
preto chicoteando nossas nádegas.,, aquela loucura!... Bem, voltando à sua
cartinha, a pombinha branca obviamente representa a genitália feminina em
busca do falo paterno, um falo gigantesco, roliço, com veias salientes... aquela
loucura!... Mas, como eu ia dizendo, sua atitude de dar pipoca é uma clara
simbologia do desejo reprimido feminino de se entregar ao prazer sem culpas,
de sentar em algo duro como um banco de praça, de se dar todinha, nuazinha,
toda molhadinha, aquela loucura!... Ahhhh! Você não quer vir aqui agora,
não? O consultório fica ao lado do Motel Holiday na Barra. Vem pra gente
resolver logo o nosso problema.
(Hélio Mascarenhas é psicanalista, membro (gigantesco, cheio de veias,
aquela loucura!) da APB, Associação dos Psicanalistas do Brasil. Não
confundir com APB, Associação do Povo do Brasil, e APB, Associação dos
Peixeiros do Brasil.)
TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL, UMA TEMÁTICA ABSORVENTE
Esse negócio de sangrar todo mês deve ser muito desagradável. A supor pelos
sintomas, é uma daquelas coisas que tiram a pessoa do sério, levando-a às raias da
loucura. Há teorias que sugerem que o fluxo de sangue para o canal vaginal
provoca uma falta de hemoglobinas no cérebro, causando assim a tão temida:
TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL. Nossa pesquisa procurou ouvir as vítimas e os
familiares das vítimas desse verdadeiro mal do século.
A mãe natureza tem razões que a própria razão desconhece. Vejamos o caso das
mulheres, ou fêmeas, ou as duas coisas. Todo mês elas pagam o preço de poder
engravidar e ter os seus bebés, um ato praticamente impossível para os homens do
sexo masculino. E pagam com o próprio sangue! Pelo prazer de passar nove meses
gorda feito uma porca, sem fumar e sem beber, e depois mais tantos meses
amamentando e cuidando de uma bolinha que caga e chora. E ainda acham que os
homens têm inveja disso...
Os Sintomas
Um dos principais sintomas do distúrbio pré-menstrual é a perda da memória.
Uma mulher que sofra desse mal jamais recordará que a mesma coisa
aconteceu no mês passado. É muito comum, para os maridos das enfermas,
escutá-las reclamando:
- Hoje eu não to boa!
Não ouse perguntar por quê, a menos que deseje ouvir um grito alguns
decibéis acima do máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
Pode ser só um "não seeeeeeeeiiiiiiiiii!''estridente, ou então aquela
interminável lista de coisas que você ainda não fez porque acabou de acordar:
"Você quer mesmo saber? Eu não to boa porque você não jogou o lixo fora,
não comprou o pão e fica andando por aí, com esse cuecão ridículo!"
Se você é parente de uma pessoa que está sofrendo
desse mal, fique calmo. É melhor não tentar argumentar, ela não está mesmo em
condições de compreender, imagine o que é ter uma fimose de 28 em 28 dias!
Cuidado, a menstruação é como um alerta vermelho: se você fizer alguma coisa
errada, pode causar uma explosão de tamanho incalculável. E cuidado, não diga
nunca: "Querida, será que você não está nervosa assim porque vai ficar
menstruada?" Foi assim que começou o drama de Hiroshima. A mulher não
consegue compreender por que todo homem acha que ela fica irritada na época da
menstruação, e isso a deixa particularmente nervosa.
Os Efeitos Colaterais
Com a perda da memória e a dificuldade da mulher de transar essa coisa de sangrar
todo mês, quem sai perdendo são os homens. Há muito tempo, os homens são
tachados de machistas, injustamente, apenas por não perceberem com mais
profundidade essa enfermidade, causada pela menstruação. Por exemplo, quando
alguém diz a frase: "mulher no volante, perigo constante!", evidentemente trata-se
de uma afirmação profundamente preconceituosa. Mas, se considerarmos que grande
parte das mulheres que está guiando seu automóvel pode estar sofrendo de TPM, aí o
buraco é mais embaixo... e é bom tapar com alguma coisa, senão vai vazar. Quando
a mulher está nesses dias, ela tem certeza de que 99,9% das pessoas são barbeiras e
só ela está dirigindo direito.
Por falar nisso, não é só quando o ser humano do sexo feminino está dirigindo
automóveis que o bicho
pega. Imaginem uma moça que sofre desse mal dirigindo uma cidade, ou um país! É
o tipo de coisa que devia exigir um certificado de menopausa. Imaginem uma mulher
sofrendo de terríveis cólicas menstruais ao lado do botão que detona a bomba
atómica! Nós já vivemos essa experiência no Ministério da Economia... quem não se
lembra?
- Ô, Ibrahim, confisca a poupança desses putos!
- Mas, ministra, mexer na poupança?
- O quê, não gostou? Então sai demitindo o funcionalismo e fecha todas as
torneiras! Agora é assim!
- Tudo bem, ministra, mas pra que serve essa cordinha?
E foi aquele banho de sangue... até hoje a nação se pergunta de onde veio tanta
violência.
A Cura
Apesar de várias religiões oferecerem curas milagrosas e dos séculos de pesquisas
científicas sobre o assunto, a verdade é que a doença ainda permanece vencendo a
batalha. O pior é que o vírus acaba embotando a capacidade de percepção das
mulheres afetadas e vai, cada vez mais, tomando conta do já debilitado organismo
das fêmeas. Algumas pacientes num estágio mais avançado da enfermidade chegam
a criar grupos que se autodenominam "Movimento Feminista". Aí elas passam 24
horas por dia injuriadas, para provar que é o maior preconceito esse negócio de dizer
que elas só ficam irritadas na época da tensão pré-menstrual. Mas você, que chegou
até aqui, deve estar se perguntando qual é a graça deste artigo. Por que será que uma
bobagem
dessas ocupa tanto espaço num livro de humor? Será que esses caras não se
cansam de ganhar dinheiro com a discriminação e o preconceito contra as
camadas mais sofridas da nossa sociedade? Se esse é o seu caso, não se
preocupe, dê uma olhada no calendário e renove o seu estoque de Modess,,. ó
ela aí de novo, gente!
OUTROS PROBLEMAS SEXUAIS
Ejaculação Precoce
É quando você goza antes de gozar. Se esse é o seu problema, não se
preocupe. É muito difícil o homem e a mulher gozarem ao mesmo tempo. O
normal é a mulher gozar antes: quando você tira a cueca e ela, olhando para o
seu pau, dá uma gargalhada. É o famoso orgasmo múltiplo.
Bestialismo
Ocorre muito em finais de festa, passeios a Paquetá, ou na famosa xepa da
madrugada. Nada sobrou pra você, a não ser aquela besta.
Frigidez
É a incapacidade da mulher sentir prazer no ato sexual. É isso mesmo. Ela não
goza. Não fica molhadinha. Seu pau fica ralado, esfolado, escalavrado
mesmo!
E ela nem assim acha a menor graça no que está acontecendo. Pode ser um problema
psicológico dela. Procure verificar direito: ela pode estar morta ou ser inglesa.
Afrodisíaca
Perversão introduzida por Desmond Tutu em Willie Mandela. O padre tarado não
podia ver o lesoto de Míriam Makeba. Era siri na toca. Sargentelli é o maior
entusiasta dessa prática, introduzindo no Brasil Adele de Fátima, Malauí, Gana,
Costa do Marfim e outros países que não estão no mapa.
Sexo marital
A pior perversão. É quando você obriga sua mulher a fazer sexo TODAS as noites. É
como um rodízio de chuchu. É como Olaria e Madureira, sábado à noite na rua
Bariri. E mais ou menos como uma suruba comandada pelo Joelmir Betting.
Capítulo 8
O SEXO NO CASAMENTO É POSSÍVEL
CASAMENTO: ASCENSÃO E QUEDA
Todos os anos milhares de homens e mulheres se casam, ou melhor, contraem
justas núpcias. Na verdade, o verbo contrair é o mais adequado para o
substantivo núpcias, pois o casamento é uma doença venérea, que,
infelizmente, até hoje não tem cura.
E quais seriam os sintomas de tão terrível moléstia?
O principal sintoma do casamento é a paixão. A paixão é uma espécie
perversa de cegueira em que a vítima tudo vê, mas nada enxerga, correndo
então o risco de fazer as maiores besteiras.
Existem outras manifestações patológicas capazes de levar uma pessoa ao
matrimônio, a mais grave delas seria um estado catatônico, onde o paciente
apresenta gostos bastante esquisitos, como ler poesia, escutar discos dos
Carpenters, pendurar um Garfield no carro e ficar suspirando pelos cantos:
"Como é belo o amor!!!"
Um sujeito quando chega neste estado não se encontra de posse de suas
perfeitas faculdades mentais, devendo ser imediatamente interditado e internado numa clínica, antes que faça uma
besteira e acabe cometendo casamento.
Resumindo, casar é igual fazer cocô: você está ali no vaso, sentado, e sabe
exatamente o que está fazendo, mas sempre que acaba você faz questão de levantar
para ver a merda que fez, antes, é claro, de tocar a descarga... ou melhor, pedir o
divórcio.
Casar é como pular de pára-quedas, à noite e sem calças, bem em cima de uma
floresta de pirocas: você sabe que vai se foder, é só uma questão de tempo.
Mas se você odeia uma pessoa suficientemente para querer casar com ela, então o
problema é seu. Casa só pra ver.
Para começar, um casório pra valer tem que ter juiz, testemunhas, advogados etc. Só
faltam as algemas, aliás como em todos os maus negócios que um homem faz na
vida sempre tem um advogado por perto. Geralmente o mesmo que daqui a alguns
anos vai arrancar o seu couro, desta vez na hora do divórcio.
Todos sabem que antes do amor e do sexo todo casamento tem como pano de fundo
interesses económicos e comerciais, por isso mesmo muita gente ainda confunde
matrimônio com patrimônio.
E este é o motivo de algumas mulheres preferirem casar com homens bem mais
velhos. Segundo elas, os homens velhos são mais experientes, mais maduros, mais
que maduros... são quase podres... e podres de rico, por sinal. Essa é a melhor parte.
No início do matrimónio tudo são flores. Flores e fodelança. Os casais enamorados
chamam-se por apelidos carinhosos: Quinha e Quinho, Kika e Xuxu, Fofo e
Fofa, Dundum e Didoca, Ratinha e Gatinho... Por outro lado, quer dizer, por
todos os lados e por todos os buracos possíveis e imagináveis, o casal
experimenta novas e exóticas formas de fazer amor. E não é só amor que eles
fazem. Trepa-se e fode-se a noite inteira percorrendo o jovem casal todas as
posições do Kama-Sutra de frente pra trás e principalmente, de trás pra frente.
No final da lua-de-mel não sobrou prega sobre prega.
Infelizmente, com o passar do tempo, a antiga Quinha vira Débil, Zebrona,
Baleia, Galinha, Vaca, qualquer bicho... mas o casamento começa mesmo a
descambar quando ela, a ex-Quinha atual Zebrona, resolve se referir a você
pelo sobrenome:
- O Almeida detesta quiabo - ou, pior ainda: - Almeeiiidaaaa!!! Vem jantar, ô
coisa!!! A sopa vai esfriar, peste!!!
Aí, você que está no bar, bebendo com os amigos, pede licença pois, afinal:
- A patroa está me chamando.
Patroa. A antiga Kika virou Patroa. Rádio-Patroa, Dona Encrenca, Jararaca,
"Aquela Coisa que Eu Tenho em Casa" e por aí vai.
Até o dia em que você, vendo a transmissão dos bailes de carnaval na TV,
aquele bando de mulher gostosa sambando na telinha e você, em casa, deitado
na cama com uma Kombi roncando do lado, não resiste e, revoltado, acorda a
sua mulher no meio da madrugada só para dar porrada nela.
Todo mundo que já foi casado um dia sabe como é difícil ter tesão pela
mesma criatura trinta, quarenta, cinqüenta anos seguidos. Pergunte só para a
sua mulher
Para sair da rotina os casais inventam milhões de fantasias e perversões
tentando manter acesa a tocha olímpica do casamento. Várias novas posições
são inventadas para acabar com a rotina da vida conjugal. A última de que se
tem notícia e aproveitando a onda Country-Sertaneja é a famosa Foda-Rodeio,
que consiste em botar a patroa de quatro, penetrando na madame, no buraco
de sua preferência. Aí você segura firme na crina, ou melhor, nos cabelos da
criatura, e murmura: "Benhê, você trepa muito gostoso, mas a minha
secretária..."O recorde brasileiro está com um de Uberaba que conseguiu
ficar cinco segundos em cima da esposa.
Isso sem contar as vezes em que você se veste de encanador, padeiro,
entregador depizza, ou fica pendurado no lustre.
Afinal, comer a mesma mulher todos os dias, anos a fio, sem trocadilho, por
favor, por mais gostosa que ela seja não é mole (sem trocadilho pelo amor de
Deus!!!). Imagine você condenado a comer lagosta, e só lagosta, pelo resto da
vida... um terror! Em pouco tempo você não iria mais conseguir olhar nem
para o rabo da lagosta. É por isso que os casamentos acabam, as pessoas
enjoam de comer lagosta.
Por outro lado, as pessoas que não gostam de comer crustáceos garantem que
as verdadeiras causas para acabar um casamento são outras: tédio, a(o)
amante, a sogra e, principalmente, a famosa "crise dos sete anos". Sete anos é
o tempo necessário para começarem a quebrar todos aqueles eletrodomésticos
que o casal ganhou de presente de casamento. Todos ao mesmo tempo. Por
outro lado, em sete anos não deu ainda para o casal estabilizar-se
financeiramente, e aí começa a lenga:
"Almeida, precisa comprar geladeira nova, a máquina de lavar quebrou, a
televisão está um lixo..."
A televisão aliás é um item de suma importância para a manutenção do
casamento. Além de ser o único anticoncepcional eletrônico realmente eficaz,
a televisão permite que marido e mulher coabitem sob o mesmo teto anos a fio
sem que um tenha que olhar para o outro.
Mas chega de falar em casamento: afinal, já está tarde e a minha patroa já
gritou lá da cozinha avisando que a sopa está na mesa. A zebrona me chamou
pelo sobrenome.
O FINAL DE UM CASAMENTO
Muito bem. Quarenta e cinco minutos do segundo tempo, 45 não! Já estava
nos descontos! E o juiz apitou. Fim de papo. Você quer dar entrevistas, mas
os repórteres já cercaram a sua mulher. Ex-mulher, melhor dizendo. Você sai
de campo pelo túnel escuro do vestiário dos derrotados. Ninguém para dar um
apoio, trocar a camisa. Três a zero, meu irmão, pra ela. E tu só não apanhou
de mais porque o jogo só tem 90 minutos. De repente, oh! surpresa! Uma
pessoa se lembrou de você. Enfim um ombro amigo pra você chorar suas
mágoas. Qual nada, é o advogado da sua mulher, melhor dizendo, ex-mulher.
É, a partida acabou. E você começa a lembrar os melhores lances de seu
casamento. Isto porque os melhores objetos ela já levou. Ela e o advogado.
Aliás, eles já estão vivendo juntos. Vivem de renda. A sua renda, ou melhor, a
sua ex-renda.
Terminar um casamento é uma tarefa complicada, uma lição de bom senso,
onde duas pessoas maduras, que sonharam e viveram muitas coisas em
comum, chegam consensualmente à conclusão de que o outro é um grande
filho da puta. Isto posto, vamos à divisão de bens. Tudo bem, sejamos amigos,
vamos discutir coisas subjetivas de um ponto de vista objetivo, isto é, a partir
da ligação de cada um com cada objeto. Ótimo.
Então tá!
- Eu fico com a televisão, a geladeira, o videocassete, o som, o forno de
microondas, o ar-condicionado, o freezer, o tapete persa e os livros de arte.
Ah! Ia me esquecendo, a cama e o colchão. Você fica com as suas roupas, o
pôster do Che Guevara, aquele lustre da sala que você adorou consertar e o
rodo. Você pode ficar com o rodo.
- Poxa, obrigado, você deixou o radinho de pilha.
- Ah, não! O radinho de pilha, não. Você sabe que a Nininha não passa sem
o programa da Cidinha.
- Mas querida!
- Querida não, ex-querida, devagar com as intimidades.
Realmente desfazer um lar é penoso e triste, ainda mais quando se trata de
questões materiais. Se o afeto por ela já se acabou, convém, também, encerrar
a conta conjunta.
Existem diversas formas de se fazer o rescaldo de um casamento:
1 - Par ou ímpar
2 - Zero ou cinco, no caso de casais de três ou quatro
3 - Tesoura, pedra ou papel
4 - Disputa de embaixadinha
Porém, o melhor método, o mais moderno, o mais difundido, o usado por
casais maduros é a porrada. Nada como uma boa pancadaria para resolver a
divisão das coisas. E tem mais, o que ficar com ela vai ficar muito bem
dividido. Dividido em mil pedacinhos.
Bem, chegamos na questão da pensão. Aliás são duas pensões. A que você vai
morar e a que você vai pagar. A pensão dela não é pensão. E um hotel inteiro,
é o Méridien. Você tem que pedir grana emprestada pró sogro pra poder
pagar. Aliás, ex-sogro. Aliás, com juros.
A Partilha dos Filhos
Todo cuidado é pouco pra se definir se as crianças vão ficar com a sua mãe ou
com a mãe dela. É preciso não traumatizar as crianças. A experiência costuma
dizer que a separação é muito penosa para os filhos. Não é verdade. Esses
passam a ser os melhores anos dos fedelhos. Eles vão morar com a avó,
passam a ter duas festas de aniversário, recebem presentes, não apanham mais
dos pais, são mimados pelos(as) namorados(as) dos pais e ainda podem matar
aula. Os programas culturais das crianças mudam da água para o vinho. É
teatrinho infantil, Tivoly Park, circo, festival de marionetes, Pão de Açúcar...
coisas que você não queria nem ouvir falar e hoje é um entusiasta. Você passa
a ser connaisseur. A bruxinha que era boa, mas na platéia tem coisa melhor.
A menina e o vento... e a mãe da menina. O seu filho não
agüenta mais peça infantil. Ele já fez dezessete anos e você ainda leva ele
para ver Pluft, o fantasminha.
Os filhos adolescentes são mais complicados de cuidar. É uma fase muito
perigosa, quando seu filho começa a dar em cima da sua namorada. Ou
quando você começa a dar em cima da namorada dele, aquela desquitada
maravilhosa.
A Repescagem
Depois da separação vem a fase colóide. Você se sente com uma consistência
um tanto híbrida, pois se acha meio homem meio bosta. E aí aquela bandida,
que já tinha te atropelado de frente, resolve engatar a ré. Arruma um
namorado em frente da sua casa e com ele passa a freqüentar os mesmos
bares, a mesma praia, e ele sempre vestido com uma bonita camisa pólo ou
um blaser de linho que você comprou em Londres, naquela viagem com a ex.
Mas a vida dá muitas voltas. Sua mulher também. Com um, com outro... e até
com o seu advogado, ou melhor, seu ex-advogado. Um dia, inesperadamente,
depois de três horas em frente ao telefone, pensando em ligar pra ela, o
telefone toca.
- Nicanor, como é que vai? Tudo bem? Eu tava pensando em te ver,
conversar um pouco. To com saudades...
- Saudades de quê, do rodo?
- É, e do abajur também.
Vocês se encontram e passam a tarde passeando nas Casas da Banha,
relembrando o dia em que compraram aquele rodo. E tantas histórias
românticas passam pelas mentes que vocês resolvem se dar mais uma chance. Só que a coisa é mais
difícil, porque vocês têm que se encontrar escondido dos amigos. Afinal,
todos vão saber que você é o Ricardão de você mesmo.
O CASAMENTO E SEUS SUBPRODUTOS: O CORNO
Existem muitas espécies de animais que correm sério risco de extinção. Este
não é o caso do corno, um bicho cada vez mais disseminado na face da Terra.
Como todo animal de chifres, o corno, bem como o veado, tem uma incrível
capacidade de adaptação às condições mais inóspitas, climas que seriam
inaceitáveis a qualquer criatura normal. Assim, o bicho corno consegue
sobreviver tanto nas estepes geladas da Sibéria quanto no calor insuportável
do deserto do Saara, e até nas florestas equatoriais e banheiros de cinema.
Nas cidades e nos campos, no mar eu na montanha, em Belo Horizonte, Bagé,
Manaus ou Recife, na sua rua ou no seu prédio, na sua casa, ou até mesmo
lendo jornal neste exato momento, é fácil encontrar um corno. É igual a Coca-
Cola: existe em toda parte.
Mas quem é o corno, esse desconhecido? Onde vive? O que come? Quais os
seus hábitos? A que horas volta para casa? A mulher dele é gostosa? Algumas
pessoas que não conhecem zoologia afirmam que o corno é uma espécie de
pato, só que de chifres. Esta definição não é errada de todo. Vamos explicar.
O Corno Manso e o Corno-do-Mato
Como o veado e a borboleta, ninguém nasce corno. É preciso passar por um
longo processo de amadurecimento, onde a mãe natureza age auxiliada pelo
padeiro, pelo leiteiro, pelo encanador, pelo japonês da tinturaria e pelo
entregador de pizza.
São conhecidas duas espécies de corno, a saber: o corno manso e o corno
brabo, também conhecido como corno selvagem ou corno-do-mato.
O corno brabo ou corno selvagem é um bicho muito desconfiado e, apesar de
tomar banho todos os dias, sempre fica com uma pulga atrás da orelha. Ao
contrário do corno manso, que vive calado no seu canto, o corno brabo tem o
seu grito selvagem característico, que é: "Eu mato! Eu mato!" Vai daí que é
conhecido em muitas regiões como corno-do-mato.
O corno brabo é um bicho muito perigoso, pois, como a cobra, ataca de
surpresa nas horas mais inconvenientes.
Vive pelos cantos, mexendo nas gavetas, ouvindo telefone pela extensão,
escutando conversa dos outros, e, sempre que entra em casa de surpresa grita:
"A-HÁ! PEGUEI!"
Aí o corno brabo dá de cara com a mulher dele na sala fazendo tricô. É
verdade que ela está nua, mas a fêmea está, sem dúvida nenhuma, fazendo
tricô. O corno então olha desconfiado para sua companheira, com aquela cara
que só o corno brabo tem.
O corno brabo é um animal irascível e dotado de uma estranha estrutura
psicológica, pois vive falando que todo mundo é corno, menos ele.
Já o corno manso é um bicho domesticado, uma
criatura tranqüila, em paz com o mundo. Coleciona selos, escreve cartas para
jornais, faz palavras cruzadas e paga todas as contas da casa, coisa que é
muito importante. Muitas mulheres adotam o corno manso como bicho de
estimação. O corno manso avisa com antecedência quando sai de casa e diz
com exatidão a que horas volta, e, se resolve chegar mais cedo, telefona antes.
É muito civilizado. Seu lema de vida é: "Prefiro dividir um filé com os
amigos do que comer sozinho um prato de bosta..."
Alimentação
A alimentação do corno não é muito variada. Aliás, o corno também não tem
muito apetite. De vez em quando, come a mulher dele.
Os maiores inimigos do corno são o padeiro, o leiteiro, o entregador de pizza,
o encanador e outros animais que não saem da casa do corno e vivem
cercando a sua toca. Ele não entende por quê, já que não pediu nenhumapizza
nem chamou ninguém pra consertar a torneira.
Acasalamento e Reprodução
Para se reproduzir, o corno, em vez de procurar uma fêmea da sua espécie,
uma corna no caso, escolhe sempre para companheira uma piranha ou uma
galinha. Já a corna, por sua vez, vive com um gavião ou um galinha. Na época
do acasalamento, a fêmea do corno diz que quer dar um tempo, repensar o
relacionamento e questionar a sua condição de fêmea, já que o seu corpo lhe
pertence. O macho então tem que abandonar o ninho de amor, para dar lugar
ao gavião ou galinha.
A fêmea do corno, muito embora trabalhe fora, é sempre uma vadia. A grande
maioria é modista, pois, como todo mundo sabe, costuram pra fora. Seu
esporte predileto é pular o muro. Além disso são muito religiosas pois, de
acordo com o padeiro, o leiteiro, o encanador e o japonês da tinturaria, vivem
fazendo caridade.
Os filhotes do corno geralmente nascem parecidos com outros animais, como,
por exemplo, o japonês da tinturaria, o entregador te pizza, o encanador ou
mesmo outros bichos.
ENTREVISTA: RICARDÃO NA BERLINDA
Amado pelas mulheres. Odiado pelos cornos. O país inteiro aprendeu a
conviver com esta personalidade polémica e fascinante. Mas quem é na
verdade este homem? Um mito? Uma farsa? Ou um ser sensível e carinhoso
que não pode ver uma bunda? Nesta entrevista, Ricardo fala de tudo: política,
sexo, cultura, sexo, economia, sexo, constituinte, sexo, Roseana Sarney, sexo,
informática, sexo, sexo, sexo e sacanagem.
CASSETA & PLANETA - Ricardão, você está amando?
RICARDÃO: Minha vida amorosa era um inferno, eu vivia correndo de um
armário para o outro... Mas, desde que comecei a fazer análise com a mulher
de um amigo meu, tudo mudou.
CASSETA & PLANETA - Você é a favor do adultério aberto?
RICARDÃO: Totalmente. O adultério não pode ser uma prisão. Se o marido da
mulher quiser transar com outra pessoa, tudo bem...
CASSETA & PLANETA - Você já têm algum candidato à Presidência?
RICARDÃO: Ainda não, mas posso adiantar que terá todo o meu apoio aquele que
permanecer o maior tempo possível em Brasília.
CASSETA & PLANETA - Ricardão, o que você acha da mulher brasileira?
RICARDÃO: Mulher de quem?
Capítulo 9
FANTASIAS E EXPERIÊNCIAS
ERÓTICAS: ALGUNS EXEMPLOS
CONFISSÕES SEXUAIS DE NOSSAS SEXÓLOGAS
Amando em Veneza
Marilena Suplicy
Veneza, capital do amor, das histórias secretas, dos casos proibidos.
Era verão, fazia um calor dos diabos quando Amando, meu marido, embarcou
para um Congresso de Glândulas, ou Gôndolas, sei lá. Fiquei deveras
preocupada, pois o momento não era prepúcio para nossa separação.
Andava sequiosa e lânguida atrás de um membro contumaz e latejante, uma
verga cavernosa e efervescente, uma coisa indomável.
Minha grutinha já espumava suplicante por algo que preenchesse aquele vazio que
tomava conta de mim.
Foi aí que conheci Ferrabrás.
Estava eu andando a esmo pelo cais, às duas da manhã, bastante à vontade, vestindo
um discreto scarpin.
Saí, desinteressadamente, em busca de uma chulebona, mas as docas estavam
praticamente desertas. De repente, num canto escuro, me deparei com um deus de
ébano urinando em um poste.
A cena me deixou excitada, e desde logo passei a imaginar tudo o que poderia fazer
com aquele maravilhoso espécime de mastruço, assim que conseguisse definir o que
era poste e o que era pica.
Precisava conquistar aquele homem. Me aproximei sem ser notada e falei
carinhosamente:
- E aí, negão, esvaziando o mangueirão? Ferrabrás era um rapaz tímido e sensível;
apesar da
escuridão percebi uma leve coloração rubra em seu semblante.
Assustado, o crioulo recolheu a ferramenta que mal cabia na sua cartucheira.
Era preciso agir rápido para não perder aquela manjuba. Indaguei:
- Qual o telefone do elefantinho?
Ferrabrás continuou acuado e introvertido. Meu desejo tinha que ser saciado, eu
estava seriamente decidida a tirar o atraso, essa noite não poderia passar em branco,
tinha que passar o preto. Afinal, desde criança não consigo dormir sem tomar um
leitinho quente.
Cansada de todas essas sutilezas, resolvi partir para o ataque frontal.
Caí de boca naquele pé-de-mesa. Mamei, mamei, mamei, até ficar com dó de mim.
Ferrabrás se entregou... E passamos uma noite inesquecível de luxúria e paixão. Ele
me dando o creme de leite, eu brincando de vaquinha Mococa.
FÓDUM - FANTASIAS E EXPERIÊNCIAS SEXUAIS DE NOSSOS
LEITORES
Com a Mangueira na Mão
Fazia um calor dos diabos naquela tarde. Meus pais haviam saído para fazer compras
no Carrefour. Resolvi lavar o carro. Pus então o meu short vermelho, bem justo.
Reparei que aquele short, que era quase uma sunga, deixava proeminente o meu
avantajado canudão.
Ao descer para a calçada e começando a lavagem... do carro, percebi os meus bíceps
e tríceps reluzindo de suor ao sol. Aquele cheiro de macho que exalava, penetrava
em minhas narinas e eriçava meus pêlos (por sinal bem fartos). Lembrei como as
garotas da aula de musculação falavam do meu corpo. E só de pensar minha glande
aprisionada latejava naquele calção justinho.
Era um ambiente de sexualidade extrema. Olhei em volta e não havia ninguém,
porém sentia que algum par de olhos cobiçosos e sedentos de sexo poderia estar me
observando.
Não resisti. Num átimo tirei o meu minúsculo calção
e passei a admirar minhas Unhas apolíneas na calota do meu fusca. Tive que
me conter ao máximo. Meu pênis, aliás já em plena ereção, parecia um mastro
de ponta rubra e veias que tinham mais afluentes que um documentário do
Jacques Cousteau.
Perdi o controle, era muito macho para uma pessoa só.
Resolvi dar um fim àquela situação. Olhei de um lado para outro e não
titubeei: peguei meu mastruço com firmeza, dobrei e enfiei tudinho no meu
rabo. Uma loucura.
Hugo - Jundiaí - SP
Sebenta de Sexo
O calor daquela tarde era de matar. Ronaldo, meu marido, com quem estou
casada há três anos, num relacionamento aberto e moderno, tinha saído para
fazer as compras do mês no Carrefour.
Sou uma mulher atraente, no fogo dos meus trinta anos, e naquele dia resolvi
ir ao cinema para refrescar o corpo e as idéias. Fui então ao Roxy. O calor
aumentava, e já na bilheteria num átimo tirei a roupa.
Era um filme erótico: Mogli, o menino lobo. O cinema estava vazio, mas o
ambiente era de puro sexo.
Sentei minha grutinha no primeiro braço de cadeira que encontrei; gozei três
vezes. Já mais calma, pude me sentar ao lado de um careca, que
delicadamente tentou entabular um papo comigo.
- Como é que é? Tamo ou num tamo nessas carnes? - arguiu o cavalheiro.
Fiz que não entendi e, entre tímida e ofendida, abocanhei a vistosa chapeleta
daquele senhor, que na-
quela altura já estava latejante e úmida. Era a única maneira de cortar aquela
conversa constrangedora.
O fecho de seu zíper no meu queixo me enchia de volúpia e prazer, dois tufos
de pentelhos faziam rosquinhas nas minhas narinas. Gozei três vezes, três
mais três fazem seis (subtotal).
Naquela posição lúgubre em que estava, o lanterninha não se fez de rogado e,
quando dei por mim, ele já fazia de minha bunda um palco iluminado. Gozei
mais duas vezes (oito).
Ao ver aquela cena de depravação e luxúria, o casal que estava na fila de trás
começou a gritar pela polícia. Logo surgiram cinco policiais dispostos a meter
moral. E meteram.
Gozei quatro vezes (doze). Enquanto o cabo se encarregava de preencher meu
quinto metatarso, ainda desocupado e sôfrego de desejo, um negão na cadeira
ao lado, que, absorto no curta-metragem O gigante de Tucuruí, não tinha
percebido aquela movimentação, perguntou:
- A senhora está sentindo alguma coisa?
Gozei mais duas vezes (quatorze) da cara do negão.
Continuamos a misturar nossos sucos num êxtase de sexo. Lânguida de tesão
e cansada daquelas preliminares, decidi partir para o prazer total.
Enquanto isso, Alcebíades, o jardineiro cego, pulou da história ao lado e
trêmulo num frêmito gritou:
- Oba! Aqui é que tem sacanagem.
Ao final do Canal 100, já exausta, voltei para casa e contei tudo para meu
marido Ronaldo, e juntos gozamos a noite inteira.
Magali - Botafogo - RJ
A Meio-Pau
Dulce, mulher de um general aposentado, era uma loura fogosa. Numa tarde
calorenta, seu marido tinha ido ao Carrefour.
Foi quando eu, seu bisneto, lhe pedi uma limonada. Ela disse que me daria
todos os sucos que pedisse e olhou maliciosa para minha bimbinha.
A atmosfera já era de puro sexo.
Quando ela trouxe a limonada, trajava apenas um penhoar que mostrava todo
o seu corpo.
Não pude me conter e exclamei:
- Meu Deus! Quantas bundinhas!
Ela se lançou sobre mim no momento em que Alcebíades, o jardineiro cego,
entrava.
João - São Cristóvão - RJ
FÓRUM -FANTASIAS E EXPERIÊNCIAS SEXUAIS DOS LEITORES DO
PODER LEGISLATIVO
Dura Lex, Sed Lex, no Cabelo só Jontex
Sou presidiária, tenho dezoito anos, e meus cabelos eram louros antes de
serem raspados. Tbdas as minhas colegas lésbicas aqui da penitenciária dizem
que tenho um corpo escultural. Sempre que alguém me traz esse livro
escondido num bolo leio esta seção, e agora fiquei animada para confessar um
caso que aconteceu comigo na semana passada.
Estava eu aqui na minha solitária curtindo um prazer solitário, excitada pela
visão sensual de dois jovens ratos de aproximadamente dezoito anos, louros e
donos de corpos bem-torneados, que faziam amor sofregamente como dois
animais. Quando nós três íamos atingir o orgasmo pela terceira vez ouvi tocar
a campainha. Abri a porta e fiquei surpresa ao ver diante de meus olhos o
novo secretário de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, um bem-apessoado
criminalista. Jovem, de aproximadamente dezoito anos, louro com os cabelos
pintados de castanho, ele vestia um terno transparente que deixava à mostra
suas formas esculturais e seus músculos bem-torneados. Imediatamente,
fiquei toda molhadinha, aumentando ainda mais a umidade e as péssimas
condições do cubículo. Como eu tinha graves denúncias a fazer, o jovem
jurisconsulto ordenou ao guarda que fechasse a porta para que ficássemos a
sós. E foi ali, no escuro, naquele pequeno ninho de amor, olhos nos olhos,
cotovelo no baço, pé na boca, que nossos corpos se tocaram pela primeira vez.
Senti um imenso volume encadernado entre minhas pernas e ele me
confidenciou, com um sorriso malicioso, que aquilo eram as obras completas
de Rui Barbosa, do que aliás eu já havia desconfiado devido ao enorme
cabeção intumescido. Depois de comer do bom e do melhor no meu bandejão,
pediu que eu me virasse para que ele pudesse entrar com um recurso até o
cabo. Quando atingimos o clímax pela quinta vez, senti seu corpo de jurados
estremecer e o ouvi gritar: "Álea ejaculada estr
Hoje, quando me lembro desses momentos inesquecíveis, tenho certeza de
que ele está gamado por mim,
pois já me deu casa, comida e roupa listrada por trinta anos com direito a
sursis.
Fera Fisher da Pena - Ilha Grande
Dura e Roliça Lex Sed Lex
Tenho dezoito anos, um metro e setenta de altura, cabelos louros, e todos os
meus colegas da Faculdade de Direito acham que tenho um corpo de delito
escultural. Sempre que eu lia os autos desta seção de cartas custava a acreditar
nos depoimentos, até que, na semana passada, aconteceu comigo uma história
incrível, que passo a relatar agora.
Na qualidade de presidente da comissão de formatura de minha turma fui,
acompanhada de minhas colegas Suely Furacão e Jandira Tanajura, à casa do
renomado jurista Sobral Pênis, no intuito de convidá-lo para ser o
paraninfomaníaco de nossa turma. Ao chegarmos à sua residência, o Dr. Pênis
nos recebeu na porta envolto num elegante robe-de-chambre de cetim negro
com monogramas em prata que, entreaberto, revelava uma generosa parte de
sua imensa bagagem jurídica.
Muito simpático, o velho professor nos acolheu e nos convidou para tomar
um drinque. Enquanto bebericávamos um delicioso licor de ovo de codorna
com amendoim, o Dr. Sobral nos confidenciou, com um sorriso malicioso na
dentadura, que ele estava sozinho em casa, já que seus pais tinham ido passar
o fim de semana em Teresópolis. Depois de algum tempo, o Dr. Pênis pediu
licença para ir ao seu quarto vestir alguma coisa mais
confortável. Quando olhei para o lado, fiquei surpreendida ao ver minhas
amigas totalmente despidas, deitadas no tapete, se chupando sofregamente e
botando as aranhas pra brigar na Justiça. Ao observar o processo litigioso das
bichinhas, me interessei por aquela causa e comecei a sentir uma comichão no
âmago de meu ser. Afogueada, resolvi tirar minha toga. Estava tão excitada
que só de abrir o zíper gozei três vezes. Para ficar em paz com a minha
consciência jurídica, busquei ser totalmente imparcial, dedicando a cada uma
a mesma atenção, as mesmas dedadas e mordidinhas, abrindo mão e as pernas
dos meus honorários.
Quando já estávamos totalmente saciadas e descansávamos lendo as partes
mais picantes do Código Penal, Jandira, com um sorriso malicioso nos
grandes lábios, me ofereceu um vibrador, mas eu recusei, preferindo fazer
justiça com as próprias mãos. Quando estava prestes a atingir o clímax pela
23ê vez, surgiu à nossa frente a veneranda figura do eminente jurista vestindo
uma cueca zazá transparente. O Dr. Sobral Pênis, que havia deixado seu
sorriso malicioso num copo d'água, exercia sobre nós um poderoso fascínio e,
excitado pela visão de nossos habeas-corpus nus, botou em ponto morto e
desceu na banguela, caindo de boca, mordiscando nossos sexos com a
gengiva intumescida. Num rompante, o legendário advogado obrigou-me a
colocar a mão sobre seu Velho Testamento, fazendo-me jurar que não tinha
doença. Uma vez que eu tinha sido escolhida oradora da turma, abocanhei o
microfone ali mesmo e falei ao pau. É mole?
Lúcia B. - Bahamas
Oura Rex Sed Rex
Sou juiz de menores e adoro crianças. Tenho dezoito anos e tinha cabelos
louros antes de ficar careca. Todas as taquígrafas aqui do Fórum dizem que
tenho um corpo escultural.
Outro dia estava eu aqui no meu gabinete resolvendo o problema de uma
criancinha excepcional que fazia de tudo quando entrou pela sala adentro um
anão de aproximadamente dezoito centímetros, louro, de olhos azuis, vestindo
uma roupa de palhaço transparente que deixava à mostra seu corpinho
escultural. O menor carente contou-me sua triste história e disse-me que
depois do Plano Cruzado estava levando uma vida de cachorro miniatura
pincher. Aquele relato me deixou terrivelmente excitado, e, quando o anão
percebeu que eu já estava com os olhos todos molhadinhos, pediu-me um
trocado para a passagem. Mas como eu sei que os anões passam por baixo da
roleta sem pagar e ele acabaria gastando todo aquele dinheiro em cachaça,
preferi oferecer-lhe um biscate, já que eu precisava de alguém para dar um
retoque na pintura do rodapé de minha sala. Quando ele se abaixou para
realizar o trabalho, pude observar melhor o problema do rapaz. O pequeno era
gracioso e, ao vê-lo manipulando o pincel naquele sôfrego vaivém, fiquei
todo molhadinho de tinta. Como já não agüentava mais, convidei-o para fazer
um serviço lá em casa e dar um trato no meu tremendo pé-de-mesa.
Ao chegar em casa com minha nova aquisição, encontrei minha esposa que,
nua e deitada sobre o mármore da pia da cozinha, já se masturbava com um
Braum Minipimer, imaginando o que eu traria para o
jantar. Depois que o anão vestiu uma roupa de palhaço mais confortável,
fomos os três para o quarto. Porém, devido ao tamanho reduzido de nosso
convidado, sobrava espaço na cama. Para ocupar aquele espaço, resolvi partir
para um esquema alternativo e telefonei para um amigo meu, proprietário de
um canil pornô, pedindo um dobermann no cio para viagem. Poucos minutos
depois, ouvi tocar a siririca e a campainha da porta, e qual não foi a minha
surpresa quando vi que quem trazia o animal sedento de sexo era o seu
treinador, um enorme negão nu, um verdadeiro deus de ébano, trajando
apenas uma proteção de couro em seu membro de proporções descomunais
para evitar as mordiscadas da fera. Foi uma noite incrível e alucinante. Mas
no dia seguinte acordei todo dolorido e não pude nem sentar no banco dos
réus.
Luiz - São Paulo
Capítulo 10
O SEXO E A RELIGIÃO
"Ajoelhou tem que chupar.'
Bispo Sardinha
10 PERGUNTAS INDISCRETAS PARA A VIRGEM MARIA
P: Como vai o seu casamento?
R: O casamento é uma instituição falida. Mas eu e o Zé estamos transando um
relacionamento aberto, sem grilos, solto, assim tipo Casseta & Planeta.
P: Quer dizer que ele não chiou com aquele lance?
R: Que nada, ele também tem um caso com uma vaca de presépio.
P: Você queria ter esse filho?
R: Sabe como é que é... Esse negócio de tabelinha nunca dá certo...
P: E como é que você faz para manter a sua virgindade tão macia?
R: Eu uso Creme Nívea de Luxo.
P: E o Arcanjo Gabriel, tem ciúme do José?
R: Ele é muito machista, mas comigo não tem esse papo. Eu vou logo
cortando as asinhas dele.
P: Na sua opinião, o que um homem precisa fazer para ser considerado bom de
manjedoura?
R: Não precisa nada de especial, porque o sexo é uma transa de energia, de
pele. Um carinha legal, um vinho branco, uma música suave, um monte de
feno, uma vaca vestida de couro preto chicoteando nossos corpos nus
lambuzados de azeite e mirra, enquanto um jumento com uma jeba arrastando
no chão dá beijos de língua nos pés de um legionário romano. Só.
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Boff e Ajoelha na Minha que Eu Rezo na Sua.
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O QUE ELAS DIZEM NA HORA DA CONFISSÃO:
"Me perdoa...
me perdoa...
me perdoa todinha!"
Freira Lilian Ramos
"Me segura que eu vou ter um terço!"
Irmã Darlene Glória
"Ai, Jisus!"
Soror Maria da Conceição Tavares
"Aaaaah! Aaaaah!...
Ai, meu Padim Padre Ciço!"
Madre Elba Ramalho da Paraíba
AS NOVAS POSIÇÕES DA IGREJA
Ecologia do Liberou Geral - Vale tudo, só não vale rezar padre com padre nem
freira com freira.
Papai-e-mamãe do Céu - Posição conservadora, difundida ardentemente por
D. Eugênio Salles e pelo Bispo Lefebvre.
Cordeiro Assado - Na Semana Santa, recomenda-se a substituição dessa posição
pela prática do Peixe Assado.
Capítulo 11
SEXO NOS TEMPOS MODERNOS
NUDISTAS, GRAÇAS A DEUS!
O NUDISMO ultimamente vem arrebanhando entusiastas no Brasil e foi, sem
dúvida nenhuma, a onda deste verão. Com a exibição de cenas nudistas na televisão,
as pessoas começaram a se interessar por essa filosofia de vida que prega a volta do
homem aos tempos edênicos, quando a nudez integral era praticada com naturalidade
e pioneirismo por Eva, Adão e Luz dei Fuego. Publicamos aqui trechos inéditos do
livro O que É Nudismo, do Professor Jacinto Leite Aquino Rego, catedrático da
Unicamp de Campinas.
O que É Nudismo
O nudismo não é só um aprimoramento físico, mas também psíquico, orgânico e
principalmente neurobiofisiológico, servindo muitas vezes como poderosa profilaxia
no combate a moléstias libidinosas tais como a
cólera no Peru, a fissura no ânus, via de regra, e funcionários públicos em
disponibilidade.
As Duas Correntes do Nudismo
No movimento nudista coexistem pacificamente duas correntes antagônicas, a
saber: o NATURISMO, que prega o nudismo integral e acha que todos os
indivíduos devem andar nus procurando o seu "eu", mesmo que este "eu"
esteja atrás de uma moita escondido dentro de um outro nudista.
A outra corrente, chamada de GIMNOSOFIA NATURALISTA, defende a
idéia de que não deve existir só uma corrente na prática do nudismo, mas sim
várias, e que o nudista deve andar não só pelado mas também usar umas botas
de couro, cintas-liga, quepes da SS na cabeça e um chicote nas mãos. Existe
ainda uma dissidência do movimento nudista que acha que o nudismo é uma
coisa de cabeça e, portanto, para ser nudista, basta apenas ser careca. Assim,
muitas pessoas que gostariam de ser nudistas mas têm vergonha de tirar a
roupa poderiam ser praticantes diletantes.
Quem São os Inimigos do Nudismo?
A indústria têxtil, os costureiros homossexuais, os comunistas ateus, as
companhias multinacionais, a Igreja Católica e os esquimós, que não admitem
nem querem ver ninguém nu. Isso sem falar nas minorias, naqueles indivíduos
complexados, maldefinidos, de dimensões diminutas, malservidos pela
natureza como os
japoneses amarelos, que, por isso mesmo, movidos pela inveja e pelo
recalque, tentam se vingar da humanidade comprando os grandes
conglomerados multinacionais que controlam o mundo: a CBS, a Universal e
a Impecável Maré Mansa.
O Dia-a Dia do Nudista
Os modernos campos de nudismo, longe de serem antros de pederastia,
dispõem de todo um aparelhamento higiênico-desportivo para a prática salutar
do naturismo integral, inclusive com crianças, velhos e animais, muito embora
isto seja proibido por lei.
Estes locais estão equipados com quadras de ténis, canchas de voleibol,
basquetebol, dildos, botas de couro, correntes, chicotes, ligas, frigobar,
piscina térmica, hidromassagem, bocha e naturalmente, como todo mundo
estava imaginando, inúmeros campos de pelada.
Além disso, por todo canto observam-se duchas frias, para refrear os ânimos
intumescidos. Aqueles que não estão habituados irão se espantar com o
espetáculo insólito de homens, mulheres, crianças e bichos completamente
nus gozando as carícias da luz solar. Sem falar nos jovens de corpos suados e
torsos apolíneos dedicando-se à rigorosa e indomável ginástica sueca.
Mas há quem prefira freqüentar as saunas, onde rapazes nus, sem preconceito
nem pêlos no corpo, suam e trocam idéias sobre o mercado de capitais e
marcas de motocicletas. Belos como querubins, estirados nas
espreguiçadeiras, sucumbem à nossa contemplação, pois o nudista, um asceta,
tem uma vida contemplativa: vive contemplando os outros pelados, mas só
como amigo.
A Dieta do Nudista
Os naturistas obedecem a uma dieta muito rigorosa, onde, por coerência, não
se come nada com casca ou que venha embrulhado. O nudista convicto não
dispensa o uso do nabo, da cenoura e do pepino, que são ingeridos inteiros e
crus, no máximo com um pouquinho de manteiga. Os nudistas mais gulosos
também apreciam o mastruço, a mandioca e o quiabo cru. Quanto aos frutos
do mar, a preferência recai sobre o robalo enfornado e o surubadejo.
Você Também Pode Ser um Nudista!!!
Convencido das virtudes higiénicas e psicobiológicas do nudismo e sendo um
indivíduo despido de preconceitos hipócritas e reacionários, certamente você
deve estar ansioso para começar, imediatamente, a praticar o naturismo.
Comece o nudismo gradativamente, antes do banho por exemplo. Tire
primeiro um sapato e a meia e deixe um pé inteiramente nu. Experimente a
agradável sensação de um banho com o seu pé direito inteiramente desnudo.
Sinta a sua integração com a natureza, usufrua da liberdade de movimentos,
da frescura do ar puro arejando o seu pé.
No dia seguinte, repita a operação, mas desta vez somente com o pé esquerdo.
Atenção! Cuidado para não se entusiasmar em demasia pelo nudismo,
tirando, de uma vez, toda a roupa.
É necessário muita prudência e moderação ao se praticar o naturismo nudista.
O nudismo deve ser feito
aos poucos, de forma gradual, pois, praticado indiscriminadamente, pode
trazer graves problemas ao organismo, como resfriados, torcicolos, calores na
nuca e unhadas no calcanhar.
Experimente, então, passar o resto do dia inteiramente vestido de terno,
gravata, sapato e apenas o pé esquerdo completamente nu. Vá então,
calmamente, eliminando uma a uma as peças do vestuário. Bem lentamente,
deixe as cortinas abertas para que a vizinhança observe o seu progresso. Um
belo dia compareça ao trabalho vestido de paletó, gravata, abotoadura, tudo
menos as calças. Continue assim, pouco a pouco, até um dia quando você sair
de manhã para comprar pão e não tiver mais onde guardar o dinheiro.
Importante: não ligue para as chacotas dos seus vizinhos e colegas de
trabalho, que, certamente, possuem mentes reacionárias e atrasadas, incapazes
de entender a natureza higiênica do naturismo. Ignore se chamarem os
bombeiros, a polícia ou mesmo o hospício. Não se deixe intimidar! Assuma o
seu nudismo! Convença os enfermeiros de que você não é moleque e que isso
não é maneira de se tratar o Imperador Napoleão Bonaparte!
ASSÉDIO SEXUAL: OU DÁ OU DESCE
Hoje, as mulheres do mundo inteiro discutem essa questão do assédio sexual,
principalmente as malcomidas. Mas, deixando o preconceito de lado, todos
nós sabemos que esse é um problema grave, que está em
todos os lugares e ataca todas as mulheres, com exceção das feias. Donde se
conclui que, ao contrário do que se pensava, as malcomidas não são feias e
vice-versa. Mas isso não vem ao caso. O que homens e mulheres se
perguntam é: "o que é assédio sexual?" A informação é fundamental, pois
você pode estar cometendo um crime sem saber.
Você, por exemplo, que se iniciou no mundo do sexo pela porta dos fundos,
provavelmente estava incorrendo em delito grave. Calma! Dar o cu ainda não
é crime! Quando usamos a expressão "porta dos fundos", estávamos nos
referindo a um hábito estereotipado da classe média brasileira, de ingressar
nos prazeres da carne através da mesma que lhe frita o bife - a empregada.
Pois bem, se você era filho dos patrões da moça e se aproveitou disso para
beliscar o traseiro da cuja enquanto ela fritava pasteizinhos, saiba que
cometeu um crime hediondo, o assédio sexual. E o pior, perdeu o direito à
fiança por causa de um agravante, assediou uma mocréia! Sejamos honestos,
todos nós sabemos que esse negócio de empregadinha bonitinha é lenda...
Visto pela ótica feminina, o assunto é muito simples: se o sujeito é mais
poderoso e se usa disso para comer alguém, não tem discussão, é assédio
sexual. Afinal, se a empregadinha estava usando uma microssaia, com a
calcinha aparecendo e aquele "burrão" escancarado na nossa cara, ela sabia o
que estava querendo... O empresário americano Johny John Joh Jr. foi
absolvido da acusação de assédio sexual contra sua secretária com uma
argumentação histórica.
- Ela disse que estava com calor, eu pulei em cima,
se ela estava com calor é porque queria tirar a roupa - disse o empresário.
O caso criou uma jurisprudência: mulher, quando diz que está com calor, é
porque tá a fim de dar.
Essa discussão ainda é muito nova e, através dessas jurisprudências que vão
se definindo a cada caso, é que a lei acabará sendo aperfeiçoada. Vejamos o
caso daquele menino, o Mike Tyson. É evidente que ele foi um injustiçado.
Afinal de contas, uma criatura que entra num motel, às duas da manhã,
acompanhada pelo Mike Tyson já perdeu a razão. Ela queria jogar
videogame? É verdade que ela mostrou à polícia contusões provocadas pelo
boxeur, mas há um atenuante. Durante o desfile das candidatas a Miss
América Negra, uma testemunha viu o treinador Don King comentar: "Ei,
garoto, se eu fosse você machucava aquela neguinha ali!" Nós sabemos
como Mike é um profissional dedicado e disciplinado. Ele não ia discutir uma
ordem do treinador.
Graças a Deus, aqui no Brasil, nós não sofremos com esse problema de
estupro. São pouquíssimos os casos relatados. O que acontece demais por
essas bandas é o estrupo, um tipo de crime sexual cometido contra pessoas
que não sabem falar o português. Gente com problemas. Uma outra
modalidade de estupro é a curra. Como o nome já diz, é a violência cometida
por trás. Como sabemos, no interior do país não é fácil achar uma mulher que
queira fazer amor só pelo prazer, sem pensar em casamento. Por outro lado, se
alguém se atrever a currar uma mulher dessas, será descoberto e linchado.
Isso multiplicou os casos de violência sexual contra os animais; afinal, égua,
vaca e galinha também têm cu. A contravenção foi tão institucionalizada que
esses animais hoje moram nos currais, locais onde a curra é natural.
É importante deixar claro que nem toda cantada é um caso de assédio sexual.
Esse tipo de relação só pode acontecer entre patrão e empregada. Quando a
mocinha passa na rua e ouve um gracejo de um paraíba de obra, ou
trabalhador da construção civil, como queiram, ela não está sendo vítima de
assédio sexual. Aliás, o pobre do trabalhador já ganha um salário de fome, e o
pouco de prazer que lhe resta é fazer um pouco de poesia na hora do almoço.
Deste hábito, que já se tornou uma tradição, surgiram pérolas da nossa
literatura: "Se dois quartos é assim, imagina a vaga na garagem...", ou
aquela ode à menina que faz seu cooper: "E aí, minha filha, suando a
bucetinha?", ou então uma coisa mais lírica, como: teVou botar nesse cuzão
até sair caroço de feijão!" Coisas de nossa gente, é de arrepiar a criatividade
desse povo...
Ainda há muito que se debater em torno deste tema, mas está claro que quem
realmente sofre com ele são as mulheres atraentes que, para subir na vida, são
obrigadas a se entregar aos desejos sexuais de seus patrões desumanos. É de
fundamental importância que esse tipo de mulher, jovem e bonita, fique bem-
informada sobre essa questão do assédio sexual. Para tal, teremos o maior
prazer em permanecer aqui em nosso escritório, após o expediente, para
prestar esclarecimentos a essas moças. Por favor, venham de minissaia e
roupas leves, para que possamos demonstrar como esses criminosos agem...
BIMBADAS EM TEMPOS DE CRISE
A recessão não traz só fome, desemprego e militante da CUT gritando alguma
porra no ouvido dos outros. A recessão também muda o comportamento das
pessoas. Ela modifica, por exemplo, um dos hobbies mais difundidos entre os
brasileiros: o sexo. O brasileiro está encontrando problemas para dar sua
bimbadinha. Na verdade, a falta de dinheiro não prejudica o cotidiano sexual
dentro de casa, aquela semanal de lei com a patroa. O que a crise econômica
tem atrapalhado sobremaneira é a costura pra fora, a fugida, a escapada, a
carcadaforexport. Sem grana, a galera tem encontrado dificuldade antes,
durante e depois.
A Dificuldade no Antes
Para se conquistar aquela secretária gostosa ou a aluna tesuda ou a amiga da
vizinha com cara de piranha é fundamental jogar um agá, um lero, uma baba-
dequiabo. E para tal é legal, no mínimo, chamar pra um jantar, ou pelo menos
pra tomar um chopinho. Segundo a nova política econômica, os preços de
hoje não estão mais congelados. Eles podem ser monitorados, tabelados ou
controlados. O brasileiro também está monitorado, tabelado e controlado.
Monitorado ele sempre foi pela patroa, o que já atrapalha um pouco suas
armações. Seu salário está tabelado, o que começa a lhe causar problemas,
pois faz com que o orçamento fique controlado e aí está o xis da questão.
Jantar com o broto nem pensar, e o chopinho vai fazer diferença nas contas
no final do mês. Não pelo chopinho, que está tabelado, mas pela lingüicinha
ou pela batata frita, que estão pela hora da morte e que é inevitável pedir
nessas ocasiões. Com essa despesa extra despendida para conseguir
convencer o broto de que seria legal ela dar pra ele, o brasileiro corre o risco
de deixar de ser apenas monitorado pela patroa e passar a ser controlado ou o
que é pior: congelado - proibido de chegar tarde em casa sob qualquer
alegação e ainda ficar sem aquela semanal de lei. A recessão é foda! Ou
melhor, nem é foda.
A Dificuldade do Durante
Se o nosso herói conseguiu arrastar o broto pra uma bimbadinha pedindo só
água e palito no bar, ele vai se deparar com um segundo problema: onde? Já
foi o tempo em que era possível dar uma bimbadinha no fusquinha
tranqüilamente. Hoje, a insegurança que a recessão ajuda a agravar não
permite que se passe a faca nas moças dentro de nossas carroças sem ser
interrompido por um desempregado que resolveu assaltar ou por um
desempregado que resolveu entrar pra CUT e sair gritando alguma porra no
ouvido dos outros.
A outra opção para a prática do sexo são os motéis. Mas cadê a grana? Para
atacar essa epidemia nacional de falta de dinheiro os donos de motéis usaram
de criatividade e novos estilos de motel surgiram junto com a recessão.
Os Novos Motéis
Motel Lê Boquet - Se você está duro e seu pau também, esse motel pode
resolver o seu problema. O preço é uma pechincha Em compensação, os
cubículos oferecidos são tão apertados que a única solução é fazer uma
proposta pra moçoila: se você já pagou pra moçoila uns chopes e uma porção
de batata frita, que pelo menos ela lhe pague também alguma coisa: um
boquete, por exemplo.
Motel Moita D'Amour - Ecológico. Não tem TV, sauna ou hidromassagem,
mas oferece alguns serviços: soro antiofídico e remédio para urtiga. A casa
ainda lhe faz um desafio: se você achar um formigueiro não paga nada. Tem
gente levando formiga de casa.
Motel Lê Duron - Não tem quartos. Você e seu broto são recebidos na
recepção pelo dono, que lhe mostra um álbum de fotografias, onde você e seu
amor podem ver como seria o quarto do motel, como seriam a cama, a sauna,
a pista de danças, o videocassete e podem assim imaginar como seria
inesquecível a noite de prazer e luxurias que passariam se você tivesse
dinheiro pra bancar aquilo tudo.
Motel Rodízio - A recessão é ruim pra maioria das pessoas, mas tem gente
que se dá bem. Quem tinha grana antes mas não conseguia ganhar mulher
pode, com a crise econômica, tirar o atraso nesse motel. O sistema é simples:
quem tá duro mas tem um broto pega um quarto se depois deixar o broto pra
quem tem grana mas não tem broto.
Motel Self-Service - Você leva tudo. A mulher, o lençol, o travesseiro, a
cama, a sauna, a hidromassagem e a pista de dança.
A Dificuldade do Depois
Depois de ultrapassar todos esses obstáculos, o brasileiro tem o derradeiro
desafio: como levar a lebre pra casa? Dinheiro ele não tem mais, crédito
nunca teve e fiado só amanhã. Não tem jeito mesmo, o negócio é colocar a
mina num ônibus e rezar pra ela ir sentada. Se ela, depois de passar essa noite
com um cara duro num bar fuleiro e num motel de merda, ainda tiver que
voltar em pé num ônibus lotado, aí nunca mais, companheiro. Foi uma noite
só. Agora, só quando a economia voltar a crescer.
DIÁRIO DE UM MACHO
por Pau no Coelho'
Hoje em dia, quando alguém diz que quer ser um Macho, ninguém leva a
sério. Dizem que a década de noventa não suporta mais esses esoterismos. O
que pouca gente sabe é que no mundo ainda existem muitos Machos, e isso
não é nada de sobrenatural. Todo homem
tem o dom, basta fazê-lo se manifestar e crescer. Isso pode ser conseguido
com a ajuda de um Mestre.
Eu andei por vários caminhos antes de resolver ser Macho. Fui poeta
alternativo, ator de teatro infantil, cenógrafo, figurinista e filho único criado
pela avó. Mas, desde pequeno, senti que tinha o dom. Na infância, o dom se
manifesta quando a criança se recusa a ser goleiro ou juiz num jogo de futebol
ou quando passa a odiar coisas como o Sérgio Mallandro e o Topo Gigio.
- Você já deu o rabo?
Mais uma vez aquela voz estrondosa me assustava.
Quando fui em busca do meu Mestre eu já tinha a convicção de que poderia
ser um Macho. O Mestre morava como um eremita, numa densa floresta ao
sul da Irlanda. No caminho fui sendo envolvido por uma sensação de torpor
causada pelos rubros raios do pôrdo-sol, uma brisa fresca que soprava por
entre as castanheiras e o inebriante cantar dos pintassilgos...
- Macho que é Macho não repara nessas coisas! Me assustei ao ouvir a
potência da voz atrás de mim.
Ao virar me deparei com aquela figura impressionante, baixo, forte, de cabeça
chata e camisa do Vasco número
6. Só podia ser ele, meu Mestre, em carne e osso.
- Parece osso, mas é só carne! - disse, como que lendo meus pensamentos.
Sentindo-me acuado diante da presença forte daquele homem, só consegui
balbuciar com a voz tímida:
- Mestre, eu quero ser Macho!
- Arrota! - disse ele. Arrotei...
- Peida! - Com a voz mais ríspida.
Precisei me concentrar muito, mas consegui.
- Cospe no chão!
Cuspi aquela gosma branca, espumante.
- Você tem o dom - disse ele, sem emoção.
O Mestre foi caminhando em direção a uma gruta escura e úmida e eu, sem
saber por quê, movido por uma estranha energia, o seguia. Começamos, quase
sem perceber, a praticar um estranho ritual de entrar e sair da gruta.
- Você já deu o rabo? - mais uma vez aquela voz estrondosa me assustava.
- Não, Mestre, estou pronto para a cerimônia da farinha... - disse eu, me
enchendo de coragem.
- Macho que é Macho tem que dar o rabo três vezes! - sentenciou o
Mestre. Foi meu primeiro encontro com o Macho.
Só voltei à floresta três anos depois. A primeira experiência havia me deixado
traumatizado. Afinal, não era bem aquilo que eu esperava de um Macho.
Demorei muito a entender quão sábias eram aquelas palavras. Voltei disposto
a provar que eu tinha tudo para ser um novo homem.
Encontrei meu Mestre abaixado, catando coquinhos na floresta.
- Mestre... - disse eu. - Já posso ser um Macho! Dei o rabo três vezes!
Aguardei ansioso pela reação daquele estranho eremita de camiseta cruz-
maltina. Ele sentou-se num cogumelo e começou a falar, com a voz mansa.
- Meu filho, assim como uma laranja, que primeiro desabrocha em flor para
depois tornar-se fruta e só então amadurecer, ficando realmente comível, eu
tambêm amadureci... Agora penso que Macho que é Macho tem que dar o rabo
seis vezes!
- Mas, Mestre... eu fiz o caminho de Santiago!
- Isso era coisa de Macho na época do Pínochet! Agora qualquer boiola faz
esse caminho...
- Mas, Mestre... Eu sofro de hemorróidas, não há uma maneira menos
dolorosa de se transformar num Macho?
- Só há uma maneira. Você deve seguir o caminho que todos os Machos
seguiram. Vá em busca da Xoxota com Fundo!
Foi o meu segundo encontro com o Mestre.
- Eu acho que nunca vou conseguir ser Macho, Mestre! - disse eu,
desolado.
Ao chegar em casa, ainda sonado pelas últimas palavras do Mestre, caí de
cara nas águas frias da realidade. Meu pai achou interessante a proposta de eu
querer ser um Macho, mas objetou que o serviço militar seria o caminho mais
indicado. Mais uma vez a minha formação foi atrasada. Passei um ano no 28a
Pelotão de Infantaria, em Itabuna.
Eu sabia que devia seguir o caminho traçado por meu Mestre, pois esse era o
caminho da minha Lenda Pessoal. Mas ali, naquele Pelotão, xoxola é que era
lenda. Xibiu? Ninguém sabe, ninguém viu Pelo menos cheguei à conclusão de
que não era no exército de Itabuna que eu ia encontrar a Xoxota com Fundo.
Quando acabei o Serviço Militar, já estava convencido de que a Xoxota com
Fundo, o Mestre e a Lenda Pessoal eram apenas partes de uma viagem mística
à qual eu me entregara num momento de solidão e carência afetiva. Todos
passam por isso. Fui estudar medicina.
Passei anos entregue ao meu materialismo científico e tive muitas namoradas.
Mas, por mais que eu tentasse me convencer das razões da ciência, a vivência
me gritava aos ouvidos: "Essa xoxota não tem fundo!" - a cada nova
experiência. Resolvi voltar à floresta.
Encontrei o Mestre remexendo um caldeirão. Antes que eu pudesse perguntar
qualquer coisa, ele se adiantou:
- Dobradinha com jiló, comida de Macho...
- Eu acho que nunca vou conseguir ser Macho, Mestre! - disse eu,
desolado.
- Por quê? Finge que é só uma esponja amarga, cheia de gordura, e engole...
- Não é isso, é que eu não consigo encontrar a Xoxota com Fundo. Já rodei
por todo o planeta, transei com mulheres de todas as raças, credos e pesos,
mas não encontro!
- Continue procurando, meu filho, continue... Você já aprendeu que a
linguagem universal é a linguagem da pica, a única que elas entendem. Essa é
a parte mais importante da formação do Macho. De resto é continuar a busca,
mas não pense que todo caminho tem um fim. Lembre-se: "A casa do caralho
fica no cu do mundo."
- Que bonito, Mestre, acho que entendi... Quer dizer que o caminho é a
própria busca? De tanto procurar a Xoxota com Fundo eu acabei virando
Macho. Obrigado Mestre!
- Obrigado nada, pode ir abaixando as calcinhas... Foi meu último
encontro com o Mestre.
À VOLTA AO MUNDO EM 80 SACANAGENS
Sacanagem, esta palavra mágica! É só falar em sacanagem que todo mundo
começa a babar, fungar e prestar atenção. A sacanagem, assim como a religião
católica, saiu de Roma séculos atrás e ganhou o mundo, conquistando
multidões.
Mas que é sacanagem? Onde mora? De que se alimenta? E um bicho? Uma
árvore? Ora, sacanagem, como todo mundo sabe, é a arte ou efeito de atingir o
orgasmo mediante a utilização de métodos não-ortodoxos de excitação.
Assim, fazer um prosaico papai-e-mamãe não é sacanagem, mas fazer um
papai-e-mamãe com a mulher do seu melhor amigo, na frente dele, isto sim, é
uma tremenda sacanagem.
Com o intuito de descobrir sacanagens, o homem parte, desde a antigüidade,
em busca de novas e desconhecidas zonas erógenas. Os portugueses
descobriram o caminho marítimo para o bacalhau, os espanhóis descobriram
que é na África que as mulheres têm cabelo mais crespo, e os ingênuos
vikings acreditavam que o mundo era chato e, no final, havia um cu enorme
que tragava todos que tivessem a ousadia de chegar até lá. No desejo de
verificar se existia de fato este imenso lorto no fim do horizonte, os nórdicos
criaram a cu-riosidade, o que fez com que eles navegassem meio mundo.
As sacanagens, como os cultos afro-baianos, foram absorvidas por diferentes
culturas, que as adaptaram segundo suas tradições e interesses, mas na sua
essência são tudo a mesma coisa: sacanagem. Temos assim a punheta-russa, o
violino-chinês, o carro-alegórico e tantas outras boas sacanagens, mas
somente no Japão se
encontra o legítimo ovolhau, que é o ovo cozido com gosto de bacalhau,
conforme vemos na película O Império dos Sentidos.
As sacanagens variam de país para país, segundo os costumes e religiões
locais. Na austera e moralista Suíça, a maior sacanagem é chegar atrasado. Já
entre os canibais africanos comer alguém não é considerado exatamente uma
sacanagem. No Irã quem toca punheta tem sua mão cortada. Já na minha casa
só decepam a mesada.
Em Israel, a maior sacanagem é dar desconto. Já entre os Papuas da Oceania,
povo atrasado que ainda não conhece o valor do dinheiro, as relações ainda se
dão na base do troca-troca. Nas Ilhas Virgens, a maior sacanagem é ainda
botar nas coxas. Em Portugal, por pressão da Igreja, o homossexualismo é
aceito, mas só como método anticoncepcional.
Aliás o sexo em Portugal só foi introduzido depois das Cruzadas, pois a
influência dos padres católicos sempre foi muito grande. Antes disso, os
portugueses se reproduziam enfiando o que tinham de mais duro no buraco
onde as mulheres faziam xixi, ou seja, enfiavam a cabeça na privada e depois
esperavam nove meses. Graças às constantes invasões árabes, a raça lusitana
não entrou em extinção.
Os portugueses são hoje um povo bem avançado no que tange à sacanagem, e
as sex-shops de Lisboa são o único lugar do mundo onde se pode comprar
bustos de Napoleão.
A Noruega, antigamente um país pobre e miserável, só produzia um peixe
seco e sem graça. Numa incrível jogada de marketing, saiu da lama, passou a
obrigar as
suas mulheres a andarem com um peixe seco entre as pernas. Pronto,
inventaram o bacalhau. Foi o maior sucesso. Os portugueses imediatamente
incorporaram aquele prato, pois tinha o gosto de patroa depois que tomava
banho. Estava criada a indústria da sacanagem.
Mas os franceses é que são os verdadeiros reis da sacanagem. Para começar,
não tomam banho antes da sacanagem, o que, por si só, já é uma, e ainda
untam o pau com manteiga, como se fosse uma baguete, quando vão enrabar
alguém.
Por falar nisso, o enrabamento é uma sacanagem, ou uma parte, que está
caindo em desuso. Vai chegar o dia em que você vai ter que explicar para o
seu filho, suspirando, que antigamente se comia cu e não se morria. Daqui a
algumas gerações os homens, ou melhor, os viados e as mulheres vão nascer
com o cu cicatrizado por falta de uso. É a natureza adaptando-se aos novos
tempos.
Uma das sacanagens mais conhecidas é o fellacio, invenção romana, junto
com o carpaccio, que é uma sacanagem para se servir a quem não gosta de
carne crua.
O fellacio, ou felação, vulgo mamada (não confundir com filatelia), é quando
a dama chupa o pau do cavalheiro. É uma prática muito perigosa para o
homem, pois vocês não imaginam o poder que tem uma mulher com um pau
na boca. Principalmente se for o seu. É mais ou menos como o presidente dos
EUA com o dedo no botão da bomba atômica. É só pedir que a mulher deve
ser atendida: PENHEF EUF ERIAF AQUELF COLAUF DEF PELOLAF
QUE FEUF FIF NAF FOALHE-
RIAF, ou ainda: HEFINHOF EUF DAVAF PREFINANDOF DEF FU
FAUFMENTO...
Quem quer conhecer o mundo da sacanagem não deve deixar de visitar a
Grécia, berço da sacanagem e dos marinheiros gregos. A Grécia clássica deu
ao mundo civilizado a viadagem. Os filósofos Platão, Sócrates e Aristóteles
pensaram muito antes de dar o rabo.
Já Sófocles, Esquilo e ítalo Rossi encararam a coisa numa boa, talvez por já
serem do teatro. Até na militarizada Esparta baixou-se um decreto que não
considerava viado quem desse o rabo. Tremenda sacanagem. Ainda hoje
Agnaldo Timóteo, o helenista, é um incansável divulgador da filosofia grega.
Em se falando de viadagem, não esquecer San Francisco, que é uma espécie
de Disneylândia dos perobas. A San Francisco, todos os anos (sem trocadilho,
por favor), acorrem milhões de viados em peregrinação a esta Meca das
Bichas. Lá, em completa liberdade, o mundo gay confraterniza, e em junho é
realizada a famosa Parada do Dia do Orgulho Gay, quando todos saem em
viadata. Esta efeméride é transmitida ao vivo, via satélite, para todo o mundo,
para que os pais dos efeminados assistam ao que é por si só uma enorme
sacanagem.
Finalmente chegamos à Suécia, que é o paraíso da sacanagem. A Suécia é um
filme de sacanagem ao vivo, o que às vezes é muito chato, pois toda hora que
o carteiro toca a campaínha, além de receber as cartas, você tem que trepar
com ele. O pior é que ainda vêm o leiteiro, o encanador e o entregador
depizza. Na capital, Estocolmo, existe uma sex-shop em cada esquina, com
farto material para uma boa sacanagem. O traje típico
da Suécia é o chicote, botas de couro, ligas pretas e a calcinha aberta na
frente.
A principal atividade do povo sueco é o sexo. O idioma oficial é a cunilíngua,
e a religião é a busseita. A moeda é a coroa sueca, que vale sessenta anos, mas
você pode trocar por três de vinte.
As suecas são muito moralistas e não admitem fazer sexo com os seus
namorados antes do casamento: é melhor que ele vá até sua casa entregar uma
carta, uma pizza ou consertar o encanamento.
Enfim, a sacanagem é universal e se manifesta das mais variadas formas. É o
único aprendizado onde o saber ocupa lugar.
Capítulo 12
DICAS, TRUQUES E QUEBRA-GALHOS
DECORE O SEU DIU!
Muitas vezes a nossa vida conjugal passa por fases mais difíceis. É nestas
horas em que o relacionamento começa a perder o seu calor que devemos
buscar novas maneiras de reacender a velha chama. Um pouco de tinta,
purpurina e cola fazem milagres na decoração de interiores! E quando você
não o estiver usando, o seu DIU pode se transformar num lindo colar para a
noite!
FORNO DE MICROONDAS: A SOLUÇÃO MÁGICA PARA A SUA
FRIGIDEZ
A psicologia moderna já provou que a frigidez não pode mais continuar sendo
combatida com métodos ultrapassados como o Fogo-Paulista, o Magiclick ou
fogãozinho Jacaré.
A frígida de hoje sabe que já tem ao seu dispor a eficiência das radiações
eletromagnéticas, capazes de transformar um gélido iceberg numa insaciável
potranca eletrônica 24 horas. É simples: você só tem que colocar o seu pastel de pêlo
num pirex Santa Marina Colasanti e enforná-lo. Depois ajuste o timer na posição
adequada e espere até o clitóris apitar. Ás crianças vão adorar, seu marido vai amar,
o leiteiro vai arrebentar a boca do balão.
A POSIÇÃO DO MÊS: FILA DO FRANGO ASSADO
Para executar esta posição são necessárias sete donas-de-casa, dois motoristas de
madame, um porteiro de edifício e um açougueiro bem-dotado. Ás seis horas da
manhã começam as preliminares, com a distribuição de senhas e lambidinhas. As
mulheres devem ficar na horizontal, os homens na vertical e o açougueiro, em cima
do telhado no manejo da antena externa. Nesta posição, recomenda-se o uso
imoderado da descontração e do assanhamento, fazendo-se o possível para soltar a
franga assada. Mas atenção: as donas-de-casa que trabalham em televisão e em
publicidade, ao chuparem as idéias dos outros, devem tomar cuidado para não
babar a fila dos ovos.
CRÍTICA DO MÊS: A DIFÍCIL ARTE DE COMER
Os jantares no Rio nos oferecem momentos de prazer e surpresa. Afeito que sou ao
bom paladar, estive ontem com Madame M. na confortável mansão de Mademoiselle
F., onde iríamos apreciar o brioche da anfitriã. A noite estava estrelada como
poucas, e a lua despertava a atenção de todos os presentes, a tirar a minha,
evidentemente não estava ali para admirar os céus.
A verdade, porém, é que os brioches à disposição não chegavam a acender a
volúpia de meu apetite que, após tantos anos de convivência com Madame M.,
estava à busca de quitutes mais saborosos. Estávamos na sala de estar conversando
sobre amenidades, enquanto eram servidas coxinhas de galinhas envolvidas em
anáguas antigas e calcinhas rendadas. Era um espetáculo discreto, que podia
admirar do fundo de minha aconchegante poltrona. Aqueles belos pares de pelanca
quase me obrigavam a escapar à dieta imposta por Madame M. Mas confesso que
estava prestes a escapulir pela entrada de serviço quando o salão abriu suas portas
para dar passagem ao empanado de sua sobrinha, a lamentável Mademoiselle B.
Mademoiselle B. vestia uma blusa de cores berrantes que nos convidavam de
imediato a desviar o olhar. Quando nos deparávamos com seu rosto, preferíamos a
blusa, não fossem os seios, à mostra pelo indecente decote, que mais pareciam um
par de maracujás de gaveta. De imediato, me recordei saudosão do Steak
Diane que me fora servido anos atrás em Londres, antes daquele insólito
matrimônio.
Mademoiselle B. mais me parecia uma lagosta temperada ao molho de Sucaryl e, ao
perceber os desprazeres que meu ofício me preparava, devo segredar-lhes, leitores,
as lágrimas chegaram a brotar em meus olhos. Triste sacerdócio este, que me impõe
degustar o que vier. No meu entender, certas iguarias deveriam se privar de serem
oferecidas ou, ao menos, de serem tão oferecidas. E nessas circunstâncias, comparo
minha profissão de gourmet a um piloto de provas da Toyota cortando o sertão da
Bahia em direção ao vilarejo de Alhures.
Naquela noite, porém, alguém teria de ir ao sacrifício, sem apelação. Arrepiei-me
por completo ao notar que seria eu o pobre coitado. E a portento, com seus quadris
banhados em banha, encaminhou-se para o meu colo, ronronando dengosa como
qualquer paquiderme que conhecemos. Adeus, belos ventres! Adeus, apetitosas
barriguinhas! Cedendo opressões que a vaca fazia sobre minha virilha, pensei em
apetitosos pratos quentes, refinados vinhos franceses e tortas diversas para o
dessert. Inútil, amigos, inútil esconder. A todo instante, meu paladar se ressecava e
minha fibra se esmorecia.
Entretanto, me orgulho, não foi desta vez que tive de pendurar os talheres.
Identifiquei-me muito com os quadrinhos onde Mafalda se digladia com pratos de
sopa. Só que eu cheguei ao fim e, com muita luta e arte, consegui traçar mais aquele
bofe. Creio, Deus, que melhores dias virão.
Convenções
CUZINHO: * ruim, ** péssimo,
* * * terrível, * * * * nunca vi coisa pior
Capítulo 13
PIADAS DE PLAYBRONHA
'RáRáRá..."
José Simão
Uma senhora estava num avião auxiliando sua jovem e bela filha que
vomitava abundantemente. Aí apareceu o comissário de bordo e, muito
preocupado, perguntou:
- Foi comida?
Ao que a mãe respondeu:
- Não. Foi guaraná com formicida. Mas começa análise amanhã.
**
- Sabe o que a formiguinha disse para o elefante?
- Não.
Tudo bem, mas deixa eu antes botar meu diafragma.
**
Frases de Efeito Para Serem Ditas na Saída de Filme Pornô:
"O filme é uma merda, mas o diretor é genital!"
Fim
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