Alexandre Rossi
Transmitir informações para tomar o convívio com seu cão muito mais prazeroso é a intenção deste livro. As técnicas sugeridas permitem adestrar cães de qualquer
raça, em qualquer idade, e de uma maneira agradável, sempre com respeito e carinho. Dicas práticas são apresentadas para que você encontre soluções para problemas
que podem estar atrapalhando sua relação com seu melhor amigo, como agressividade, xixi fora do lugar, compulsão para roer móveis, e muitos outros. Você compreenderá
melhor o comportamento do cão e assim será capaz de treiná-lo com muito mais rapidez e eficiência.
"Alexandre Rossi, em seu livro, conduz o leitor pelos caminhos do adestramento por reforço positivo, que é um modo suave, inteligente e afetuoso de promover a boa
relação entre o Homem e seu cão. Com uma linguagem coloquial e de fácil compreensão, serve também para consultas rápidas para prevenção e resolução de distúrbios
de comportamento."
Mauro Lantzman
Médico-Veterinário Clínico de Comportamento Animal Aplicado
"De um modo direto e interessante, Alexandre Rossi põe à nossa disposição os conhecimentos que sempre quisemos ter para interagir com o nosso cão. Seu livro é um
convite para um melhor encontro do homem com o cão."
Cesar Ades
Professor Titular do Instituto de Psicologia (USP) e Ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Etologia (Comportamento Animal)
AMOR, HUMOR E BOM SENSO são os princípios adotados pelo autor no adestramento de animais que vivem numa sociedade de homens. Aspectos técnicos de treinamento são
apresentados sem perder de vista o relacionamento afetivo entre o cão e seu dono.
Neste livro você vai aprender:
> sobre a natureza do cão: um animal que vive em matilhas;
> seu cão pode ser adestrado desde filhote;
> quais os equipamentos que melhor contribuem para o adestramento;
> que treinamento inteligente inclui paciência e técnicas de comunicação atuais;
> quais são os problemas de comportamento (desde "roer o pé da mesa" até "atacar o carteiro") e como resolvê-los;
> que certos comportamentos estranhos dos cães são fáceis de explicar, e que outros não passam de mitos.
Alexandre Rossi, formado pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, observa e adestra animais desde seus 6 anos de idade. Ampliou seus horizontes
participando de pesquisas no Kruger Park, na África do Sul, integrando-se a projetos de reabilitação de animais selvagens - muitos dos quais à beira da extinção
- para lhes dar condições de retomar à natureza. Também trabalhou na Austrália, sociabilizando cangurus e outros animais que viviam em parques e apresentavam comportamento
agressivo com relação a humanos.
Foi lá que seu método de adestramento começou a ser desenvolvido, ao treinar cães pastores de ovelhas que, além de cuidar do rebanho, exerciam diversas atividades
longe de seus donos durante jornadas exaustivas de trabalho.
Hoje, Rossi leciona técnicas contemporâneas de adestramento, dá assistência ao animal com problemas de comportamento e orienta seu dono.
À Tamara Pall Mall, minha Weimaraner, com quem aprendi muitas coisas.
SUMÁRIO
PREFÁCIO.................................................................................................................................................15
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................17
PRIMEIRA PARTE
Conceitos Fundamentais................................................................................................................. 19
A Matilha................................................................................................................................................... 21
O cão faz parte de uma matilha....................................................................................................... 22
Desentendimentos........................................................................................................................... 22
Papel do líder................................................................................................................................... 23
A hierarquia é obrigatória............................................................................................................... 24
Linguagem canina........................................................................................................................... 25
Como fazer uso da linguagem canina............................................................................................. 26
Liderança......................................................................................................................................... 27
Quem é o líder da matilha............................................................................................................... 27
Para o cão, nós somos cachorros..................................................................................................... 28
Liderando com violência................................................................................................................. 28
Ande na frente................................................................................................................................. 29
Inverta a situação............................................................................................................................ .30
Ganhe respeito e dê bons exemplos................................................................................................ 31
Amor incondicional................................................................................................................................... 33
Amor e entendimento...................................................................................................................... 34
Comportamento............................................................................................................................... 34
Punição............................................................................................................................................ 35
Treinamento sem traumas............................................................................................................... 37
A Troca...................................................................................................................................................... 39
Tipos de troca.................................................................................................................................. 40
Objetos de troca............................................................................................................................... 40
Desafios e recompensas.................................................................................................................. 42
O valor da troca............................................................................................................................... 43
Como valorizar um objeto de troca................................................................................................. 43
Alternativas para a troca.................................................................................................................. 44
Recompensa negativa...................................................................................................................... 45
A Atenção.................................................................................................................................................. 49
A atenção: conseqüência e causa.................................................................................................... 50
Reforce a atenção............................................................................................................................ 50
O cachorro como foco da atenção................................................................................................... 51
O reverso da atenção....................................................................................................................... 51
A atenção: estímulo e não limitação............................................................................................... 52
SEGUNDA PARTE
As Fases do Desenvolvimento Cerebral.................................................................................................. 55
Período inicial - do nascimento até o 50° dia.................................................................................. 56
Período de socialização - do 50° ao 85° dia.................................................................................... 57
Período de dominância - da 12ª à 16ª semana................................................................................. 59
Período de independência - do 4° ao 8° mês.................................................................................. 60
Período da adolescência até a maturidade - de1 a 4 anos............................................................... 60
TERCEIRA PARTE
Equipamentos............................................................................................................................................ 65
Brinquedos para distração, divertimento e redução do estresse...................................................... 66
Brinquedos recomendados.............................................................................................................. 68
Cuidado com estes brinquedos........................................................................................................ 68
Coleiras e guias............................................................................................................................... 69
Plaquetas de Identificação............................................................................................................... 70
Coleiras........................................................................................................................................... 70
Enforcadores................................................................................................................................... 71
Colocando o enforcador:................................................................................................................. 72
Alternativas mais eficientes que o enforcador................................................................................ 73
Guias............................................................................................................................................... 73
Caixa de contenção/transporte........................................................................................................ 75
Local ideal....................................................................................................................................... 76
Tamanho.......................................................................................................................................... 76
Tempo............................................................................................................................................. 77
Modelos de caixas de contenção/transporte.................................................................................... 78
Petiscos e outras recompensas........................................................................................................ 78
Utensílios que ajudam a "punição"................................................................................................. 79
Coleiras de treinamento................................................................................................................... 81
Coleiras contra latidos excessivos................................................................................................... 81
Coleiras que impedem que seu cão saia de sua propriedade........................................................... 82
"Clickers"........................................................................................................................................ 83
Removedores de odor..................................................................................................................... 84
QUARTA PARTE
Adestramento inteligente.......................................................................................................................... 89
Técnicas do Adestramento Inteligente.................................................................................................... 91
A técnica de adestramento e as leis fundamentais.......................................................................... 92
Tenha paciência.............................................................................................................................. 92
Inteligentes mas não adivinhos....................................................................................................... 93
Associações corretas dependem de repetição................................................................................. 94
Personalizar ou não as punições?.................................................................................................... 95
Como despersonalizar a punição..................................................................................................... 96
Cuidado para não dessensibilizar as punições................................................................................ 97
Saiba alternar recompensa e punição.............................................................................................. 97
Fracasso como punição e sucesso como recompensa..................................................................... 99
Bronca pode ser recompensa......................................................................................................... 101
Ignorar é uma ótima punição......................................................................................................... 101
Linguagem para se comunicar com o cão............................................................................................. 105
Linguagem..................................................................................................................................... 106
Técnica do Click...................................................................................................................................... 113
O que é o "clicker"........................................................................................................................ 114
Confira poder ao seu clicker......................................................................................................... 116
Aprenda a capturar um comportamento com seu clicker.............................................................. 116
Aperfeiçoe Comportamento o comportamento com o clicker...................................................... 117
Confira ainda mais poder ao seu clicker....................................................................................... 118
Comandos ............................................................................................................................................... 121
Senta......................................................................................................................................................... 122
Informações gerais sobre o comando ............................................................................................ 122
Para capturar o comportamento.................................................................................................... 122
Relacione o comportamento ao comando oral e gestual............................................................... 123
Modele o comportamento............................................................................................................. 123
Dificulte e varie as situações......................................................................................................... 124
Problemas e soluções.................................................................................................................... 124
Vem........................................................................................................................................................... 125
Informações gerais sobre o comando............................................................................................ 125
Capture o comportamento............................................................................................................. 127
Relacione o comportamento ao comando..................................................................................... 127
Modele o comportamento............................................................................................................. 127
Dificulte e varie as situações........................................................................................................ 128
Problemas e soluções.................................................................................................................... 128
Deita......................................................................................................................................................... 128
Informações gerais sobre o comando............................................................................................ 129
Capture o comportamento............................................................................................................. 129
Relacione o comportamento ao comando...................................................................................... l30
Modele o comportamento............................................................................................................. 130
Dificulte e varie as situações......................................................................................................... 130
Problemas e soluções.................................................................................................................... 130
Fica........................................................................................................................................................... 130
Informações gerais sobre o comando ............................................................................................ 131
Capture o comportamento............................................................................................................. 132
Relacione o comportamento ao comando..................................................................................... 132
Modele o comportamento............................................................................................................. 133
Aumente o estresse e varie as situações........................................................................................ 133
Problemas e soluções.................................................................................................................... 133
Junto......................................................................................................................................................... 134
Informações gerais sobre o comando............................................................................................ 134
Capture o comportamento............................................................................................................. 135
Relacione o comportamento ao comando..................................................................................... 135
Modele o comportamento............................................................................................................. 135
Dificultando e variando as situações............................................................................................. 136
Problemas e soluções.................................................................................................................... 136
Busca........................................................................................................................................................ 136
Informações gerais sobre o comando............................................................................................ 136
Capture o comportamento............................................................................................................. 137
Relacione o comportamento ao comando..................................................................................... 138
Modele o comportamento............................................................................................................. 138
Dificulte e varie as situações......................................................................................................... 139
Problemas e soluções.................................................................................................................... 139
Pula........................................................................................................................................................... 119
Informações gerais sobre o comando ............................................................................................ 140
Capture o comportamento............................................................................................................. 140
Relacione com o comando............................................................................................................ 141
Modele o comportamento............................................................................................................. 141
Dificulte e varie as situações......................................................................................................... 141
Problemas e soluções.................................................................................................................... 141
Planejamento de comandos avançados................................................................................................. 141
Não comer comida envenenada............................................................................................................. 144
Truque, jogos e brincadeiras................................................................................................................. 146
Cumprimenta................................................................................................................................. 146
Frisbee - free style......................................................................................................................... 146
Acompanhar a bicicleta................................................................................................................. 147
Puxar patins, etc............................................................................................................................ 148
Guardar os brinquedos.................................................................................................................. 148
Procurar as chaves......................................................................................................................... 149
Ataque e Defesa....................................................................................................................................... 150
Defender a casa até você chegar perto.......................................................................................... 151
Dica para cães que não mostram agressividade para proteger a casa........................................... 151
Como fazer o cão parar de latir quando você se aproximar.......................................................... 152
Comando amigo............................................................................................................................ 153
Atacar sob comando...................................................................................................................... 153
Fingir agressividade em um passeio quando um marginal se aproxima....................................... 155
QUINTA PARTE
Problemas de comportamento: como resolver..................................................................................... 157
As necessidades fisiológicas do cão........................................................................................................ 159
Fazer as necessidades em um lugar determinado.......................................................................... 160
O condicionamento começa cedo.................................................................................................. 160
Não dê atenção a comportamentos indesejáveis........................................................................... 161
Rotina como solução..................................................................................................................... 162
Quando você se distrai.................................................................................................................. 164
Adultos também podem ser ensinados.......................................................................................... 165
Urinar por submissão ou excitação............................................................................................... 163
Urinar por dominância.................................................................................................................. 167
Outras causas que provocam a regressão no aprendizado............................................................ 168
Agressividade........................................................................................................................................... 171
Agressividade................................................................................................................................ 172
Um cão de guarda não tem de atacar necessariamente................................................................. 172
Além de selecionar a raça e a família do filhote, garanta-lhe um tratamento adequado............... 173
Identifique corretamente o tipo de agressividade.......................................................................... 171
Não acorrente seu cão................................................................................................................... 174
Estude o problema antes de tentar curá-lo.................................................................................... 174
Agressividade por dominância...................................................................................................... 175
Agressividade por medo................................................................................................................ 178
Agressividade transferida.............................................................................................................. 180
Outras causas para agressividade.................................................................................................. 181
Brigas entre cachorros desconhecidos.......................................................................................... 182
Brigas entre, cachorros da mesma casa......................................................................................... 186
Separar brigas................................................................................................................................ 192
Latir em demasia........................................................................................................................... 194
Latidos topem ser úteis.................................................................................................................. 195
Elimine as causas do comportamento........................................................................................... 195
Não ensine o que você não quer.................................................................................................... 196
Punição despersonalizada para evitar latidos na sua ausência...................................................... 197
Boa vizinhança.............................................................................................................................. 198
Coleiras antilatidos........................................................................................................................ 198
Utilize a força das recompensas.................................................................................................... 199
Problemas do cão em relação as pessoas............................................................................................... 201
Problemas de comportamento quando você não está em casa...................................................... 202
Os cães têm imaginação e criam delírios...................................................................................... 202
Cães mimados sofrem mais........................................................................................................... 203
Outras maneiras de diminuir a ansiedade causada pela separação............................................... 205
Chorar à noite................................................................................................................................ 205
Conforte o animal.......................................................................................................................... 207
A ansiedade é o problema............................................................................................................. 207
Não recompense comportamentos indesejáveis............................................................................ 207
Punições despersonalizadas podem ajudar.................................................................................... 208
Pular nas pessoas........................................................................................................................... 209
Vocês é que são os "culpados"...................................................................................................... 209
Recompense-o com atenção somente quando não pular............................................................... 210
Cuidado para não confundi-lo....................................................................................................... 211
Morder as pessoas como forma de brincar.................................................................................... 212
Eduque-o desde o começo............................................................................................................. 213
Tentativas de copular com pessoas e outros cães.......................................................................... 214
Ciúmes em relação a pessoas ou outros cães................................................................................ 215
Como lidar com o problema.......................................................................................................... 217
Cuidado com punições e privações seletivas................................................................................ 217
Problemas do cão em relação à casa..................................................................................................... 219
Cavar o jardim............................................................................................................................... 220
Elimine as causas.......................................................................................................................... 220
Quando e como puni-lo................................................................................................................. 221
Subir nos móveis........................................................................................................................... 222
A arte de despersonalizar punições............................................................................................... 223
Deixe a situação bem clara para seu cão....................................................................................... 224
Roer as coisas................................................................................................................................ 225
Não permita que o comportamento se torne um vício.................................................................. 226
Deixe os brinquedos ainda mais interessantes para o seu cão...................................................... 226
Supervisione o comportamento dele e puna-o quando necessário................................................ 227
Problemas do cão relacionados ao ato de comer.................................................................................. 229
Roubar comida.............................................................................................................................. 230
O próprio ato se auto recompensa................................................................................................. 230
A punição deve ser relacionada com o fracasso da intenção........................................................ 231
Pedir comida quando você está comendo..................................................................................... 232
Não o recompense por comportamentos que você quer eliminar................................................. 232
Comer fezes de outros animais..................................................................................................... 233
Soluções........................................................................................................................................ 234
Comer as próprias fezes................................................................................................................ 235
As soluções para esse problema.................................................................................................... 236
Problemas com o cão na hora do passeio.............................................................................................. 239
Puxar a guia................................................................................................................................... 240
Há motivos para seu cão puxá-lo, pelo menos ele acha que sim.................................................. 240
A importância do equipamento correto......................................................................................... 241
O treinamento propriamente dito.................................................................................................. 242
Outros equipamentos que auxiliam o adestramento...................................................................... 243
Assim seu cão entenderá que não adianta puxar!.......................................................................... 243
Correr para a rua (e o perigo de ser atropelado)............................................................................ 244
PARTE FINAL
Curiosades............................................................................................................................................... 247
Comportamentos........................................................................................................................... 247
Por que o cão cheira o rabo dos outros?........................................................................................ 247
Mitos......................................................................................................................................................... 248
O cão precisa aprender a tacar para não atacar?............................................................................ 248
Cães preferem ficar apertados dentro da casa (com as pessoas) ou livres no quintal (sozinhos). 248
Deixar o cão preso é uma boa maneira de "fabricarmos" um cão-de-guarda?............................. 249
É preciso repetir várias vezes para que o cão aprenda?................................................................ 249
Capacidades............................................................................................................................................. 250
Inteligência dos cães..................................................................................................................... 250
Órgãos sensoriais.................................................................................................................................... 251
Visão............................................................................................................................................. 251
Olfato............................................................................................................................................. 252
Audição......................................................................................................................................... 252
Interações especiais com humanos........................................................................................................ 253
Cães para portadores de deficiência visual................................................................................... 253
Cães para portadores de deficiência auditiva................................................................................ 253
Cães para paraplégicos.................................................................................................................. 253
Bibliografia.............................................................................................................................................. 255
PREFÁCIO
Dra. Hannelore Fuchs
Médica-veterinária e psicóloga Especialista em comportamento animal
Ah, se eu soubesse - lá em 1955, quando me formei como médica-veterinária, e acredito que todo veterinário deveria saber quando se forma - que exercera medicina
veterinária sem sólidos conhecimentos de comportamento animal não é viável.
O caminho para adentrar a área de comportamento e distúrbios comportamentais caninos até agora requeria do estudioso pelo menos influência no inglês e poder
aquisitivo para perquirição dos inúmeros livros técnicos, todos em língua estrangeira. Eis que, para minha surpresa, me foi apresentada esta simpática obra, uma
ilha em português, no meio de tantos livros em inglês, francês e alemão, calcada em leituras e experiências do autor "buscadas, com muito mérito, lá fora".
De utilidade prática e surgido da prática, o livro leva o leitor, técnico ou leigo, a compreender fundamentos da estrutura social, desenvolvimento e psicologia
canina e se tornar "o melhor amigo do cão", sem perder a liderança. A comunicação ser humano-animal, que apresenta vieses quando nós seres humanos queremos interpretar
a linguagem canina, será facilitada, e muito, se forem seguidas as regras e dicas apresentadas.
Com clareza e bom humor ensinam-se técnicas básicas e vitais de educação canina, apresentando princípios de reforço indispensáveis para um convívio harmonioso.
As idéias que o autor, baseado em sua prática e estudos, divide com outros profissionais e pessoas interessadas no assunto dão a oportunidade de pensar e repensar
o cão e todos os seus momentos evolutivos, a fim de abrir novas propostas educacionais.
Merece louvor a parte dedicada aos problemas comportamentais. De forma simples, ela oferece subsídios iniciais para lidar com esse assunto e desfaz muito
das crenças antigas de como e quando intervir.
A partir deste trabalho muito poderá ser feito: haverá um entendimento melhor do porquê de determinados comportamentos, haverá a possibilidade do veterinário,
do criador, do adestrador e do proprietário se unirem para construir uma ponte que integre o cão de maneira satisfatória na matilha humana.
O esforço e o ideal que nortearam esta obra serão de serventia a todos nós.
INTRODUÇÃO
Este livro é destinado às pessoas que gostam de animais e estão procurando melhorar o relacionamento com seu cachorro. Trata-se de uma ferramenta valiosa
para que você se aproxime do universo canino e possa se comunicar com seu cão de uma maneira que ele entenda. Obediência e respeito são obtidos através de consideração
e dignidade, mas somente boas intenções não bastam, portanto aprenda a falar a língua dele! O convívio com um cão adestrado é, sem dúvida nenhuma, mais prazeroso,
fazendo com que o animal e seu dono se sintam muito mais felizes.
Uma das grandes motivações que me levaram a escrever este livro foi a experiência que adquiri atendendo proprietários que me traziam seus animais "problemáticos".
Nessas consultorias, notei que raramente os animais apresentavam verdadeiros desvios de comportamento: o que havia, realmente, era uma grande falha de comunicação
entre as duas espécies, e a minha tarefa prioritária era "apresentar" o cão ao seu proprietário. Para estender a um número bem maior de lares a ajuda que presto
pessoalmente, decidi passar para o papel os conhecimentos que fui acumulando em anos de prática, sem deixar de lado a base teórica que procuro manter sempre atualizada.
A intenção deste livro é mostrar como o cão "raciocina", sente e reage diante das diversas situações que se apresentam no seu dia-a-dia em contato com os homens,
e de que maneira o dono deve agir para ser compreendido por seu cão a fim de tornar a convivência entre pessoas e animais ainda mais agradável.
As técnicas descritas neste livro são o que há de mais eficiente para o condicionamento de animais, podendo ser aplicadas a praticamente qualquer espécie
domesticável, embora estejam direcionadas para cães. São técnicas que, por tratar o animal com respeito, já formaram, e estão formando, campeões em diversas modalidades
de competição canina.
As primeiras quatro partes em que o livro foi dividido devem ser lidas obrigatoriamente para um entendimento global da obra. A quinta parte destina-se a auxiliar
o leitor a resolver problemas específicos de comportamento e pode ser consultada conforme surgir a necessidade, embora sua leitura prévia possa prevenir tais problemas.
A parte final relata curiosidades do mundo canino, desde o esclarecimento de mitos a interações especiais com humanos, podendo ser lida a qualquer momento.
Desde que o leitor tenha tempo, é preferível uma primeira leitura completa, bastando depois consultar qualquer parte ou capítulo isolado quando tiver dúvidas.
Para facilitar a localização do item desejado, o livro está dividido em subtítulos e, além disso, no início de cada capítulo há uma lista com os tópicos principais
e, no final, um resumo para a aplicação prática do que foi apresentado.
Curta seu cão!
Alexandre Rossi
e-mail: rossi@adestramentointeligente.com.br
www.adestramentointeligente.com.br
PRIMEIRA PARTE
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Quatro conceitos fundamentais formam a base de um convívio harmonioso entre o seu cão e você, além de assegurar um adestramento correto:
* a matilha: para o cão, a família humana é um conjunto de cachorros;
* o amor incondicional: o cão deve sentir que gostamos dele independentemente do que posas fazer;
* a troca: a obediência do cão deve ser recompensada;
* a atenção: se o cão estiver atento, aprenderá com mais profundidade, eficiência e rapidez.
A MATILHA
Os cães não são só companheiros, protetores e diversão para nossas crianças. São animais predadores que vivem em matilhas e possuem uma complexa organização
social.
Se entender e respeitar essa organização, o resultado será felicidade e bem-estar reinando entre você e seu grande amigo.
Neste capítulo você vai aprender:
> Que, para o cão, sua família é a matilha.
> Que o cão só vai respeitá-lo se você for o líder dessa matilha.
> Como se tornar o líder.
> Que a violência deve ser evitada.
O CÃO FAZ PARTE DE UMA MATILHA
A primeira lei do adestramento, e também do convívio entre cães e humanos, exige que você compreenda a realidade do cão. Ele não é gente. É um ser que pertence
à matilha e possui ainda todos os instintos de sobrevivência, proteção e afeto de que seus antepassados necessitaram para sobreviver como espécie.
DESENTENDIMENTOS
Sem a consciência de que somos diferentes, entramos em disputa com os cães e acabamos ficando nervosos ou frustrados com suas reações. Esperamos que os cães
queiram o que queremos, que sintam como nós sentimos e, ainda pior, que pensem como nós pensamos.
Suponha que, ao alimentar seu cão, ele comece a rosnar para você. Isso imediatamente o deixa transtornado, pois você interpreta isso como ingratidão e, além de não
se sentir amado, sente-se ameaçado. Nós nos comportamos e reagimos de maneira diferente da dos cães quando amamos. Se esperarmos que os cães se comportem como humanos,
seremos vítimas de sérios mal-entendidos. Ficaremos muito frustrados e não usaremos nosso tempo para entender pacificamente as diferenças que existem entre homens
e cães.
Entender como funciona uma matilha não lhe dá apenas uma nova e crucial compreensão sobre o cachorro, mas também uma visão diferente de como ele deve ser
treinado. Os valores dos cães são diferentes dos nossos, e é pelo conhecimento deles que percebemos os erros mais comuns ao educar e adestrar os cães.
22
PAPEL DO LÍDER
Os cães, na matilha, necessitam de um líder, um cão que graças às suas, habilidades conduza os demais. Inúmeras regras são impostas por ele ao grupo. A marcação
do território, por exemplo, geralmente cabe ao líder da matilha; portanto, quando o nosso cãozinho sair pela casa urinando, provavelmente estará disputando a liderança
ou acreditando que é o líder da matilha.
O líder da matilha, felizmente, impõe respeito por sinais e atitudes, e a briga só em último caso é a forma de disputa pela liderança. Isso ocorre por uma
razão muito importante: quando os cães brigam realmente, eles se machucam, e qualquer membro da matilha debilitado diminui as chances de sobrevivência do grupo.
O tempo todo os animais recebem e passam informações uns aos outros a respeito de quem é o líder e de quem é o subordinado. Se eles, por milênios, agem assim para
estabelecer a ordem, teremos mais sucesso se fizermos a mesma coisa. Como conseguir isso? Neste capítulo explicaremos como se tornar o líder da matilha sem empregar
a violência ou machucar seu cão.
23
A HIERARQUIA É OBRIGATÓRIA
Muitas vezes, passamos inconscientemente ao cão a informação de que ele é o líder da matilha, e quando ele age como tal ficamos transtornados e aborrecidos.
Não é justo não gostarmos do nosso cão por ele ter agido de acordo com a educação que recebeu de nós mesmos. Há um ditado que diz: "Cada pessoa tem o cachorro que
merece". É uma verdade expressa pela sabedoria popular, pois nós influenciamos de tal maneira o meio ambiente e as atitudes de nossos cães, que praticamente tudo
que eles aprendem é resultado direto ou indireto de nossa maneira de tratá-los.
Se quiser ser respeitado por seu cão, você pode escolher um método que lhe pareça interessante e tentar impor isso ao animal, ou pode utilizar um método que
faça sentido para ele. É claro que o segundo método é bem mais eficaz, mas depende de um conhecimento muito maior sobre cães. Por exemplo, um método bastante popular
é bater no cão quando ele faz algo errado. Acontece que, para ele, uma pancada significa ataque ou convite para brincar, e nenhuma das alternativas corresponde ao
que você gostaria de lhe comunicar.
Para os cães a hierarquia é obrigatória, todos os cães sabem exatamente o lugar que ocupam na ordem dentro do grupo. Cada posição e cada atitude têm significado
para os outros cães. Essa linguagem canina é natural e importante para eles. Se o filhote for separado da mãe e dos irmãos muito cedo (antes de sete semanas), a
linguagem não se tornará natural, o que vai criar problemas para o animal no convívio com outros, além de fazer dele um cão mais difícil de ser treinado.
24
LINGUAGEM CANINA
Os cães se testam continuamente para saber quem é o líder. Como dissemos antes, não é necessário que briguem para estabelecer o domínio. A liderança é assegurada
por atitudes e posições que formam a linguagem canina. A seguir daremos alguns exemplos da linguagem usada pelos cães e seus significados.
1. Um cão pode rosnar e ameaçar brigar até que o opositor saia de perto, corra ou fique numa posição que queira dizer "ok, você é o chefe". Esse é o sentido
que têm as posições vulneráveis que permitem ao vencedor fazer o que quiser, inclusive tirar a vida do subordinado. Existem duas posições clássicas: ou o animal
vencido se deita com a barriga virada para cima (expondo a parte frágil da barriga) ou se curva mostrando a nuca (que também é frágil). Em ambas as posições as orelhas
ficam coladas à cabeça (ou para trás) e a ponta da língua permanece fora da boca.
2. Ou pode andar todo esticado em torno do oponente, com a cauda erguida e o pêlo arrepiado Isso significa: "Sou líder!" Se o outro aceitar o domínio, irá
assumir uma posição de submissão; se não aceitar a hierarquia proposta, irá partir para a briga até que haja um vencedor que submeterá o outro.
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COMO FAZER USO DA LINGUAGEM CANINA
Às vezes, ladrões são encontrados vivos em casas protegidas por cães ferozes que deixaram de atacar os invasores assim que esses se curvaram ou deitaram no
chão e não se mexeram mais. Por sorte, os ladrões ficaram numa posição de submissão diante dos cachorros, para quem a disputa perdeu o sentido. Se esses ladrões
tivessem tomado outra atitude poderiam ter morrido na ocasião. É claro que este não é um manual para ladrões, com truques de como assaltar uma casa, mas todas essas
reações e comportamentos se mostram importantes para transmitir um sentimento de domínio e confiança ao animal. Por exemplo, quando o seu cachorro estiver aterrorizado
com raios e trovões em meio a uma tempestade, estufar o peito e andar firmemente significa que você tomará conta da situação. Isto o acalmará. Se você, em vez disso,
se abaixar e acariciar o cachorro, poderá amedrontá-lo ainda mais, pois na linguagem canina estará passando o comando para ele e mostrando que também está com medo.
Entender a matilha e o comportamento de seus membros também auxilia o treinador a aumentar a confiança de cães excessivamente submissos e corrigir comportamentos
decorrentes disso. Um cão excessivamente submisso costuma urinar e virar de barriga para cima toda vez que seu dono chega em casa ou fala com ele.
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Nessas circunstâncias, a pior maneira de lidar com o problema é gritar com esse cão ou dar uma surra nele por urinar. Ele já está mostrando sinais de submissão
e, se você gritar, isso significará que a mensagem que ele transmitiu ainda não está clara. Isso o levará a urinar mais ainda ou sair correndo...
O conhecimento de cada expressão corporal do seu cão auxilia incrivelmente a determinar a eficiência da punição, da recompensa e a prevenir ataques.
LIDERANÇA
Desde filhotes, os cães já demonstram disposição para disputar a liderança do grupo, e as brincadeiras são fundamentais. É através delas que o cãozinho desde
logo percebe como controlar a força de suas mordidas, aprende a se comportar, a brincar e a disputar.
Os líderes das matilhas geralmente indicam o rumo aos demais caminhando à frente. É possível distinguir logo cedo o cãozinho com maiores chances de ser líder
pois, para onde ele vai, os outros o seguem.
QUEM É O LÍDER DA MATILHA
Ser o líder da matilha significa estabelecer as regras.
Qualquer pessoa que tenha um cão e queira morar numa casa que não funcione de acordo com padrões caninos, terá todo o interesse em estabelecer as regras. Para isso,
paradoxalmente, precisará se comportar como se fosse o líder da matilha.
Ao contrário do que muita gente pensa, o líder da matilha costuma ser o membro mais querido do grupo. É impressionante o carinho e a alegria demonstrados pelos cães
quando o líder os agrada, ou quando volta de uma caçada ou de algum passeio. Se você conseguir ser o líder do seu cão, ele o respeitará mais e gostará mais de você.
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PARA NOSSO CÃO NÓS SOMOS CACHORROS
Para o cão, a nossa família é a matilha à qual ele pertence. É isto mesmo, para ele, nós também somos cachorros! Ele tentará descobrir qual a posição que
ocupa entre os membros da família. Mesmo que goste muito das pessoas, se o seu cão acreditar que poderá liderar a matilha, irá disputar o poder com você de inúmeras
formas, a maioria delas superdesagradáveis! Carinho e afeto para ele não impedem disputas pela hierarquia. Ser o líder da matilha significa proteger os demais membros
e impor as regras para que a matilha prospere. Podemos observar dois cães se lambendo e mostrando afetividade não muito depois de terem disputado a liderança a mordidas.
LIDERANDO COM VIOLÊNCIA
Uma das maneiras do cão aprender é por imitação, por isso, se uma pessoa conseguir impor respeito ao seu cão pela violência, provavelmente fará com que esse
cão imite a sua técnica para obter respeito ou, quem sabe, chegue um dia a disputar violentamente com ela a posição de liderança. Alguns fortões riem, incrédulos,
quando são informados de que seu cão poderá disputar algo violentamente com eles, pois dizem que o cachorro não terá a menor chance. Nisso talvez estejam certos,
mas o que acontecerá se o cachorro for mostrar o que aprendeu para os filhos do doutor Fortão ou para qualquer outra pessoa não tão vigorosa e agressiva?
Uma pessoa que grita com o seu cão ou bate nele é um péssimo líder, pois só consegue sua posição por meio de ameaças e agressões. Cães que recebem esse tipo
de tratamento adquirem seqüelas graves que dificultam muito o adestramento e, às vezes, tornam-se perigosos ao redirecionar sua agressividade para alguém
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da casa que não consiga dominá-los. Um cão que é submetido com o uso de violência aprende que é assim que as regras são estabelecidas. Por isso, não devemos culpar
nosso cão por sua agressividade quando é tratado violentamente, pois está simplesmente seguindo nosso exemplo.
Existem inúmeras maneiras de nos tornarmos líderes de nossos cães sem praticar nenhuma violência. Qualquer tipo de agressão contra o animal atrapalha o condicionamento
e altera negativamente seu padrão de comportamento. A violência não é uma maneira eficiente de se comunicar com seu cão ou de puni-lo.
ANDE NA FRENTE
Como o líder geralmente anda à frente, a maioria dos cães procura ocupar essa posição. Modificar esse comportamento já é uma boa maneira de controlar a escalada
da hierarquia pelo seu cão. Mas como fazer isto? É muito fácil, simplesmente engane o seu cachorro algumas vezes, finja que vai para um lado, vire para o lado oposto
e saia andando; quando ele ultrapassá-Io novamente, vire para o outro lado, e assim por diante. Não demorará muito para que ele desista de andar à frente e passe
a prestar mais atenção a seus movimentos. Pronto, não doeu nada e, por incrível que pareça, esse cachorro já estará em melhores condições de ser educado e treinado.
O mesmo cuidado deve ser tomado ao passar por portas ou portões: sempre conduza seu cão. Algumas pessoas ficam impressionadas com o fato de seu cão magicamente deixar
de fazer xixi pela casa ou de parar de morder as visitas, simplesmente por terem exigido que ele esperasse que elas passassem em primeiro lugar. De mágica isso não
tem nada. O fato é que, ao restaurar o domínio, automaticamente outros comportamentos foram alterados, como o da demarcação de território.
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INVERTA A SITUAÇÃO
Quando o seu cão latir ou pedir de alguma maneira que você o alimente, leve-o para passear ou qualquer outra coisa; se você o satisfizer imediatamente, estará
obedecendo as ordens dele, e ele interpretará isso como uma prova de que ele é o líder do grupo. Por isso, não entenderá nada quando for corrigido ao demarcar o
seu território, ou ao decidir quem entra ou não na sua casa. Não é preciso fazer seu cão passar fome, nem deixar de ir passear com ele para resolver esse problema.
A situação é invertida simplesmente se comandarmos algo ao cachorro antes de fazer o que ele está esperando. Qualquer comando serve, mas para cachorros mais mandões
é aconselhável algo como o comando "deita", pois um simples "senta" ou então "dá a pata" não se mostram suficientemente eficazes. O que fazer se ele não obedecer?
Ignore-o completamente e não faça o que ele quer ou está esperando. Resultados surpreendentes podem ser obtidos com essa técnica. Mas é importantíssimo que não haja
nenhum tipo de correção ou castigo caso o cachorro não o obedeça. Lembre-se de que o tom de voz ao dar o comando deve ser normal; não é necessário falar alto. A
audição dos cães é muito superior à nossa e seu cachorro terá todo o interesse em obedecê-lo, caso contrário, além de não conseguir o que quer, será ignorado por
seu querido dono.
Alguns cães recusam-se a executar comandos, abrindo mão até de alimento como forma de testar a liderança. Mais cedo ou mais tarde, porém, eles se convencem
de que você é o líder e de que a sobrevivência deles depende de você.
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GANHE RESPEITO E DÊ BONS EXEMPLOS
A questão da liderança é importantíssima para o treinamento. Ser um líder não é ;tão difícil, mas ser um ótimo líder demanda treinamento, conhecimento e atenção.
Quanto mais respeito e mais carinho o seu cão sentir por você, mais fácil e mais prazeroso será o adestramento. Ele terá todos os motivos do mundo para querer obedecê-lo.
Um líder perfeito só passa bons exemplos aos seus subordinados e não exige respeito - ganha-o.
Infelizmente, boas intenções não bastam, portanto não aconselho que se brinque com a boca do cachorro ou se permita que ele a use para disputar algum objeto
com você, fazendo cabo-de-guerra. Se você ou qualquer pessoa estiver do outro lado do brinquedo, embora o que se tenha em mente seja um divertimento, poderá estar
incentivando o cão a utilizar a boca e a disputar fisicamente com quem estiver na outra extremidade. Quando o cachorro brinca de mordê-lo, adquire confiança e aprende
a usar sua arma (boca) contra você. Quando brincamos de puxa-puxa, para o cachorro isso pode ser uma disputa de liderança, e ele a ganha cada vez que sai com o objeto
na boca. Pode parecer inofensivo, mas, se ocorrer algum problema ou disputa na hierarquia, alguém poderá sair machucado. Se não estiver disposto a parar ou evitar
essas brincadeiras, pelo menos tenha certeza de que será você quem sairá vencedor e não seu cachorro. Devemos ganhar, sempre, qualquer disputa física.
E por último, quando seu cão se comportar ou mostrar submissão, elogie-o. Assim, além de mostrar que você é o líder, dará a ele o prêmio de receber atenção
ao deixar que você ocupe essa posição.
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APLICAÇÃO DA LEI DA MATILHA:
1. Seja o líder da matilha.
2. Ganhe respeito e não o exija.
3. Faça o seu cão merecer o que quer e o quem precisa: peça-lhe para executar algum comando simples antes de receber comida, sair para passear,
ou quando quiser que você abra a porta
para ele, etc.
4. Caminhe na frente do seu cachorro e passe sempre antes dele por portas e portões.
5. Nunca grite ou bata em seu cachorro.
6. Jamais deixe que ele ganhe qualquer disputa física. Se você tiver que segurá-lo, qualquer não o solte se ele espernear ou mordê-lo. Só o solte
quando você decidir, e de preferência quando ele
parar de espernear.
7. Não deixe que ele o morda, nem de brincadeira, e evite as disputas de cabo-de-guerra.
8. Não o machuque e nem o enforque.
9. Elogie a submissão dele a você e aos demais membros de sua família.
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AMOR INCONDICIONAL
"A inteligência da natureza opera pela lei do mínimo esforço, sem ansiedade, com harmonia e amor."
Deepak Chopra
Quando utilizamos a força da harmonia, da alegria e do amor atingimos resultados surpreendentes.
Neste capítulo você vai aprender:
> Que o amor e o adestramento caminham juntos.
> Que o comportamento do cão depende da coerência do adestramento.
> Que se deve punir a atitude errada e não o cão.
> A não deixar o cão associar a punição à pessoa.
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AMOR E ENTENDIMENTO
Se realmente amamos nossos cães, devemos procurar entendê-los. Se nós não tivermos essa capacidade, como esperar que eles nos entendam se possuem apenas uma
fração de nossa inteligência? Muitos conflitos ocorrem entre humanos e cachorros por simples desentendimento. Quanto mais estudarmos os cães e seu meio de comunicação,
melhor será nosso entendimento e maior o nosso amor por eles. Quanto melhor for nossa comunicação, maior será a harmonia e menor o estresse dessa relação.
Nós devemos evitar a qualquer custo decepcionar o nosso cão afetivamente. Estudos mostraram que, quanto mais o seu cão amá-lo, melhor e mais rápido será seu
condicionamento. Quanto maior a confiança e o amor pelo seu dono, menor será a sua ansiedade e maior será a vontade de fazer certo!
COMPORTAMENTO
Quem já teve a oportunidade de observar o comportamento do cão em relação a alguém que utilizou essas técnicas fica impressionado com a disposição que esses
animais apresentam para obedecer.
Quando as coisas fazem sentido para o seu cão, a vontade dele de pensar e de vencer desafios vai crescendo, e é a partir daí que o adestramento deslancha
e o cão passa a realmente a adorar o treinamento.
Os cães se sentem muito confusos quando são reprimidos ao agir de acordo com um tipo de informação que receberam antes. Se levam broncas sem realmente entender
a razão disso, tornam-se cães ansiosos e sem vontade de enfrentar o desafio que representa acertar.
Devemos ter um cuidado enorme para não ensinarmos ao filhote coisas que não queremos que faça quando crescer (ficar adulto). Para o cão é muito confuso e
estressante ser reprimido por apresentar um comportamento que lhe foi ensinado, durante meses, pelo
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próprio dono. Ao levantarmos um filhote, colocando-o no sofá e acariciando-o, nós o estamos treinando para subir no sofá e, quando ele ficar maior, talvez não queiramos
mais que ele faça isso. Essa mudança brusca poderá atrapalhar a relação que temos com nosso cão.
PUNIÇÃO
Você deve estar questionando agora esse tal de amor incondicional, talvez esteja dizendo que é bonito na teoria, mas na prática é necessário reprimir o cão.
É muito complicado para nós imaginar que seja possível deixar de lado as broncas durante o treinamento do cão ou que elas sejam negativas para seu adestramento.
De fato, não podemos deixar de controlar e reprimir todas as atitudes negativas dos cães. A diferença é que faremos isto inteligentemente, levando em conta a psicologia
canina. Para cada comando e para cada problema de comportamento indicaremos a melhor forma de correção sem que a relação com seu cachorro corra risco de se deteriorar,
o que poderia acontecer com reprimendas desnecessárias.
Devemos reprimir a atitude e não o cão. Isto significa que, assim que o cachorro desistir da atitude indesejável,
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mesmo quando provocado, o amor e o carinho devem ser os mesmos de antes, como se o erro nunca tivesse acontecido. Independentemente do que ele faça, você deverá
mostrar que o ama. Como dissemos anteriormente, quanto mais o cachorro amá-Io, mais fácil será seu treinamento, e não ganhamos pontos brigando ou repreendendo nosso
cão.
Muitas punições necessárias podem ser disfarçadas, para que o cão não as relacione com você. Ele jamais entenderá que tanto o ato de aceitar um pedaço de
carne atirado por um estranho como o de atravessar a rua para pegar uma bola podem matá-lo. Por isso, seria incompreensível para o seu cão se você ficasse bravo
com ele por ter feito essas coisas. Algumas vezes é muito difícil não deixar o cão perceber que você está por trás da punição, mas iremos ensinar as melhores maneiras
de punir seu cão, sem que ele perceba que é você que o está fazendo.
As broncas não são negativas apenas pelo fato de que se perdem pontos na relação com o cachorro, mas também porque muitas vezes o cachorro está querendo atenção,
e mesmo uma atenção negativa pode ser vantajosa para ele. Quando isto acontece, e acredite, acontece o tempo todo, ao invés de o estarmos educando, estamos deseducando.
Se saímos gritando atrás de um cão quando ele faz xixi pela casa, teremos dado a ele a atenção desejada. Da próxima vez que esse cão quiser atenção, ele repetirá
o ato e será bem-sucedido novamente.
As melhores correções são aquelas feitas de tal forma que seu cão acredite que foram aplicadas por "Deus" e nas quais você não teve participação nenhuma.
Atenção: Toda e qualquer punição deve ter o objetivo de inibir o ato e nunca o de ser represália ou vingança! Assim que se atinge o objetivo, a punição deve
cessar como se jamais tivesse existido.
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TREINAMENTO SEM TRAUMAS
Cada comando e cada aprendizado carregam consigo muitos significados que ficarão como lembranças no subconsciente. Do mesmo jeito que um professor pode nos
fazer adorar ou odiar alguma matéria, o adestrador pode fazer o cão adorar ou odiar o comando. É claro que nosso objetivo é fazer com que o cão responda r nossos
comandos o mais prazerosamente possível, e para isto devemos tomar uma série de cuidados desde a primeira lição.
Qualquer fator negativo durante o aprendizado contribuirá para uma resposta menos eficiente e para a má vontade do seu cão em efetuar o comando, já que subconscientemente
ele vai relacionar o comando com os fatores do aprendizado.
Quando Dennis Fetko, na minha opinião um dos melhores e mais eficientes adestradores, veio para o Brasil no final de 1997, durante sua preleção pediu para
a platéia um cachorro totalmente destreinado e o ensinou em menos de cinco minutos a andar junto com ele. A platéia ficou impressionada, pois o cão, além de andar
junto, parava, corria e andava devagar, acompanhando perfeitamente o condutor. Dennis durante os cinco minutos que ficou com o cachorro não o corrigiu nenhuma vez,
não gritou "junto" e nem deu tranco na coleira; para dizer a verdade, mal olhou para o cachorro. Dennis variava o comprimento da guia constantemente e andava como
uma barata tonta. Em pouco tempo o cachorro percebeu que a única maneira de evitar os puxões da coleira (mais parecida com uma fita) era observar atentamente Dennis
e caminhar exatamente na mesma velocidade.
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COLOCANDO EM PRÁTICA A LEI DO AMOR INCONDICIONAL
1. Nunca reprima o cachorro e sim a atitude, isto quer dizer que, assim que ele deixar de come ter o erro, mesmo quando provocado, deverá receber todas
as demonstrações de amor e carinho, como se ele nunca tivesse errado antes.
2. Planeje as punições para que seu cão não as relacione com você. Por exemplo, coloque alguma substância amarga no pé do sofá para que o gosto ruim
seja a punição, e não uma
chinelada aplicada por você.
3. Evite que seu cão relacione qualquer coisa desagradável com o aprendizado, como, por exemplo, apertar a traseira ou sufocá-Lo com o enforcador para
que ele se sente. Além de desagradáveis, essas atitudes estão diretamente relacionadas a você.
4. Aprenda a ignorar seu cão como forma de punição. É uma ótima maneira de fazer seu cão
valorizar ainda mais sua presença e uma atitude muito eficiente para controlar o comportamento.
5. Atenção: Amor incondicional não significa mimar seu animal ou garantir-lhe direitos iguais aos seus. Cães mimados não respeitam o dono, o que também
ocorre com os animais que têm os mesmos direitos que os outros membros da casa, como dormir na sua cama ou na de seus filhos, etc.
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A TROCA
O condicionamento opera por meio de trocas positivas do ponto de vista do condicionado e não do condicionador.
Devemos desenvolver a capacidade de observar o que é realmente para o nosso cão uma troca positiva e o que não é, em cada situação. Só assim poderemos condicioná-lo
eficazmente.
Neste capítulo você vai aprender:
> Que a recompensa é fundamental para o sucesso do treinamento.
> A escolher os objetos de troca.
> A valorizar as recompensas.
> Quais as alternativas quando não tiver nada a oferecer
> A não alternar recompensas em retribuições negativas diante de situações semelhantes.
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TIPOS DE TROCA
Devemos ter em mente que, se quisermos modificar ou controlar o comportamento do animal através do treino, será sempre necessário haver uma troca interessante
para o cão. Quando digo interessante, é algo que valha a pena para o seu cão, justificando a mudança de atitude pelo prêmio ou recompensa.
Você deve estar se perguntando se, criado o hábito de receber algo em troca, o seu cão só obedecerá quando você tiver algo para lhe dar. É mais ou menos a
esse ponto que quero chegar: um condicionamento não é possível se não houver um estímulo significativo - positivo ou negativo -, isto significa que o cão aprenderá
na base de troca e se comportará de acordo com o esperado na expectativa da troca, mesmo que às vezes ela não se dê.
Muitas pessoas acreditam que seu cachorro as obedecerá simplesmente em troca de um afago, ou mesmo de uma palavra carinhosa. Há cães para quem esse tipo de
recompensa é suficiente, seja por valorizarem muito seu dono ou por sua própria índole, mas a verdade é que são muito mais freqüentes as situações de donos que imaginam
que um carinho será suficiente, quando isso, naquele caso, não é verdade.
OBJETOS de TROCA
Podemos utilizar como reforço inúmeros artifícios; geralmente os melhores são os que já são
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considerados distração para o seu cão, como brinquedos, passeios, andar de carro, etc.
Uma boa troca para um cachorro que puxa a coleira para ir passear de carro seria, quando ele obedecesse o comando de deitar e esperar, dar-lhe a recompensa
do passeio de carro.
Alguns reforços funcionam bem em certas condições, como, por exemplo, no espaço do seu quintal, mas não funcionam tão bem quando o seu cão está solto no parque.
Nesse caso, temos duas opções: uma, a troca do reforço por alguma coisa ainda mais interessante para o cão; outra, não soltá-lo durante as primeiras aulas do treinamento
para diminuir tanto a ansiedade do cachorro quanto a possibilidade de ele se distrair.
Petiscos costumam ser o reforço universal, já que são poucos os cães que não adoram esse tipo de recompensa.
Muitas pessoas são contra os petiscos como reforço para o treino, assim como qualquer outro tipo de comida, pois apresentam algumas desvantagens:
> Só funcionam bem quando o cão está com fome.
> Você será obrigado a carregar petiscos grande parte do tempo.
> Deve-se tomar cuidado para não desbalancear a dieta do animal.
Eu prefiro não utilizar petiscos mas, nos casos de cães que não adoram algum objeto em especial ou não se satisfazem somente com um afago, petiscos são sempre
uma boa saída.
Os objetos, como recompensa, possuem várias vantagens sobre a comida, já que não desbalanceiam a dieta e não nos obrigam a estar sempre carregando um saquinho
de petiscos, mas, por outro lado, assim que damos o objeto para o cão, temos que pegá-lo de volta, e isso às vezes é complicado, pois o cão pode começar
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brincar de cabo-de-guerra ou, ainda, sair correndo para atrair sua atenção. cabo-de-guerra. Se o objeto for a recompensa, como poderemos condicionar o cachorro a
largá-lo? Primeiramente devemos ter certeza de que o cão ficará próximo o bastante para conseguirmos recuperar o objeto. Caso haja a possibilidade de o cão fugir
(brincar de pega-pega), amarre-o antes de dar-lhe o objeto e puxe a corda em sua direção depois da entrega, até que o objeto fique ao alcance de sua mão. Agarre
então o objeto e rapidamente ordene ao cão que o solte, enquanto abre a boca dele. Jamais corra atrás do seu cão se ele estiver fugindo com o objeto, pois é exatamente
o que ele quer, e assim o estaremos recompensando pela desobediência! Fica assim evidente que cada recompensa tem seus defeitos e qualidades, mas o importante é
utilizar um reforço que valha bastante para seu cão, e aí a própria vontade de aprender valorizará cada vez mais sua atenção e seu carinho.
DESAFIOS E RECOMPENSAS QUEVAS
Conforme o adestramento for evoluindo, o cão começará a encarar como um desafio conseguir a recompensa e, a partir daí, o prêmio não terá tanto valor em si
mesmo, passando a significar para seu cão que ele agiu corretamente. Quando se atinge esse ponto, qualquer objeto ou mesmo um afago têm um enorme valor. É interessantíssimo
observar um cão se esfalfando para ganhar uma bola e, assim que a ganha, ele a devolve ao treinador de livre e, espontânea vontade e se prepara com todo o entusiasmo
para efetuar um novo comando. Existem vários truques e dicas para se atingir esse ponto, e falarei mais sobre a vontade de vencer o desafio na parte que trata de
técnicas de adestramento. Conforme o treinamento feito na base da troca
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for evoluindo, mais tempo o seu cão será capaz de esperar para receber o reforço e executará os comandos mais rápida e eficientemente.
O VALOR DA TROCA
Não devemos insistir ou obrigar nosso cachorro a obedecer em troca de qualquer coisa. Assim que nos dermos conta de que num determinado momento aquela troca
não vale a pena para o cão, não devemos insistir e, sim, procurar uma outra estratégia. Se insistirmos, estaremos diminuindo o valor do objeto no conceito do cão
e retardando o treinamento. Por exemplo, um cão que esteja brincando com outros na maior excitação pára e responde ao seu chamado imediatamente; quando chega junto
de você ganha apenas um biscoitinho de que ele nem gosta muito - o cachorro acaba de aprender uma lição: cometeu um erro, não deveria ter vindo dessa vez, pois perdeu
vinte segundos de uma superbrincadeira em troca de um biscoitinho sem graça! É esse o ponto que deve sempre ter em mente: eles estão sempre aprendendo, lembra-se?
Portanto, às vezes, o resultado de uma troca não-satisfatória pode ser um aprendizado negativo.
COMO VALORIZAR UM OBJETO DE TROCA
Existem técnicas para aumentar o valor do objeto/recompensa para o cão. O ideal seria ter uma recompensa tão valiosa para o animal que qualquer outro estímulo
não o motivaria mais do que a possibilidade de ganhar o objeto. É possível atingir esse ponto, e nem é tão difícil assim! Uma bola, por exemplo, já costuma ter um
determinado valor para seu cão, mas, se tiver a capacidade de tornar a pessoa ou o cachorro que estiver com ela o centro das atenções, terá ainda mais valor. Para
isso, guarde uma bola (ou um determinado objeto) e, sempre que achar adequado, ofereça-a para o cachorro
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com o maior entusiasmo; se ele a apanhar, faça carinho nele e demonstre atenção, brincando com o cão até que ele solte a bola; assim que isso acontecer, apanhe-a
rapidamente e brinque você com ela. Caso haja outros cachorros que gostem da bola (objeto), ela se tornará mais atraente para seu cão, caso contrário, brinque você
com ela, dizendo-lhe coisas, como se estivesse conversando com ela, de certa maneira ignorando seu cão até que ele comece a prestar atenção à bola. Após essa brincadeira,
guarde o objeto para que ele não perca a graça, já que ele deve significar sempre alegria e divertimento. Se a técnica for feita corretamente, logo a bola (objeto)
terá um grande valor para seu cão, e ele vai obedecê-lo com o maior prazer para poder recebê-la.
ALTERNATIVAS PARA A TROCA
E o que se pode fazer quando quisermos que o cachorro venha até nós mas não tivermos nenhuma troca a altura para oferecer? É simples. Durante o começo do
aprendizado evite desapontar o seu cachorro e aja inteligentemente. Atraia a atenção dele sem que ele perceba que você está querendo fazer isso. Uma das melhores
maneiras é sair correndo em uma direção e fingir que não está ligando a mínima para o seu cachorro. Dificilmente ele deixará de segui-lo e de se aproximar de você
depois de alguns segundos. Cuidado, porque esse truque não funciona quando empregado com muita freqüência! Mais cedo ou mais tarde o cachorro entende o truque e
passa a ser um divertimento para ele enganá-lo ou ignorá-lo. Um outro caso seria a necessidade de pôr o seu cachorro num lugar de que ele não goste ou levá-lo para
fazer alguma coisa que ele detesta, por exemplo: colocá-lo dentro do canil, levá-lo à cozinha para
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tomar remédio, ao jardim para tomar banho, etc. Jamais o chame! Simplesmente vá até onde ele estiver e pegue-o, não lhe dê chance de escapar, e assim sempre que
pressentir que algo de "ruim" está para acontecer ele vai se conformar e não vai tentar fugir, pois, se tentar, sabe que vai fracassar. O importante é não trocar
uma obediência ao seu comando por uma coisa desagradável.
RECOMPENSA NEGATIVA
É impressionante o número de pessoas que "treinam" seus cachorros para que não atendam quando são chamados! Elas geralmente me fazem o mesmo tipo de observação
quando vou instruí Ias a esse respeito: "Meu cachorro tem de vir na hora que eu quero, e não quando tiver uma bola ou um biscoitinho à sua espera! Ele vai ficar
interesseiro".
Vamos imaginar a situação, em primeiro lugar, do ponto de vista do cachorro: "Minha dona me solta no parque que eu adoro, mas se eu for na direção dela quando
ela disser 'aqui' ou 'vem', ou deixar que ela chegue perto enquanto fala, provavelmente levarei uma bronca e até poderei apanhar. O problema é que eu fico confuso
porque, em casa, quando ela fala 'aqui' e vou até ela, está tudo certo".
Agora, do ponto de vista da dona: ela solta o cachorro, chama-o de volta e ele não vem imediatamente; daí ela começa a berrar e, assim que pega o cachorro,
dá-lhe uma bronca ou bate nele. E ainda acha que ele aprendeu uma lição. É o tipo de pessoa que optou por um treinamento que faz sentido para ela mas não para seu
cão. Eu sinto pena só de imaginar a confusão na cabeça desse pobre cachorro!
Existem também os animais "malandros", são os cães que entendem o seu chamado, mas também sabem que o que você tem a oferecer é uma corrente para prendê-los,
marcando o final da brincadeira, e nada mais! Mas, acredite que, se seu cão é malandro, as chances de você tê-lo ensinado a ser assim são enormes. Um
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cão adestrado corretamente, isto é, com o emprego das quatro leis derivadas dos conceitos fundamentais, jamais se torna malandro, a não ser que você considere malandragem
o cachorro fazer exatamente o que você quer que ele faça!
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APLICAÇÃO DA LEI DA TROCA
1. Sim, todos nós agimos por amor, respeito e interesse (troca)!
2. A troca deve sempre valer a pena para seu cão.
3. Se o seu cão não mostrar interesse pela troca, suspenda imediatamente o adestramento e
modifique as condições para introduzir alguma coisa mais valiosa para ele.
4. Quando não tiver coisa alguma para trocar, simplesmente não ordene nada! Se você precisar que ele vá a algum lugar ou assuma uma determinada posição,
leve-o ao local ou faça o que deve ser feito, sem lhe dar a opção de deixar de ou de fazer.
5. Algumas trocas obviamente vantajosas para o cão em casa muitas vezes perdem seu atrativo quando ele estiver solto ou passeando no parque.
6. O amor e a vontade de obedecer devem ser conquistados aos poucos. Isto não pode ser imposto!
7. É importantíssimo que o cão sempre obedeça aos seus comandos, independentemente de você achar que o está subornando e que ele o está atendendo movido
por interesse!
8. Não devemos esperar que todos os cães se satisfaçam apenas com carinho.
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A ATENÇÃO
Quanto maior a atenção, melhor e mais rápido será o aprendizado.
Quanto mais seu cão estiver atento a você, mais depressa executará os comandos e mais rapidamente aprenderá novos condicionamentos.
Neste capítulo você vai aprender:
> Que o grau de atenção depende das técnicas de aprendizado.
> Como reforçar a atenção para você ou para um objeto.
> A ignorar seu cão como forma de adestramento.
> A usar a atenção como um estímulo.
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A ATENÇÃO: CONSEQÜÊNCIA E CAUSA
A atenção que seu cão prestará a você será resultado das outras técnicas descritas anteriormente. Ao mesmo tempo que é uma conseqüência e um indicativo da
boa aplicação das demais técnicas, a atenção também é causa, provocando um aproveitamento melhor das atividades. Como acontece com nós mesmos, quanto mais prestarmos
atenção, maiores nossas chances de obter sucesso na comunicação. Um bom exemplo disso são os cães que participam de provas: eles prestam tanta atenção em seus condutores
que nos dão a impressão de que aprenderam a ler em seus lábios.
Imagine por um instante que você é um cão cujo dono, um humano justo, além de entendê-lo, ama-o independentemente do que você faça e, toda vez em que lhe
pede alguma coisa, desde que você a execute, existe sempre a chance de ele lhe dar em troca o que mais estava desejando. Dá para não prestar atenção em alguém com
essas qualidades? E se essa pessoa, além disso tudo, ainda tiver a mania de falar baixo, será ainda mais importante prestar o máximo de atenção para não perder nada!
Os cães provavelmente pensam dessa forma em relação aos seus donos.
REFORCE A ATENÇÃO
Existem vários truques para aumentar o grau de atenção do seu cão. De vez em quando falar baixo é uma delas, outra maneira é ter um comportamento imprevisível;
por exemplo, ao passear ou andar pela casa, mude de direção subitamente, procurando enganar o cão - aqueles que gostam de ir à frente logo vão começar a prestar
mais atenção, já que podem ser enganados quanto ao rumo que seu mestre irá seguir. Também podemos elogiar o nosso cão quando ele estiver prestando atenção em nós,
ou ignorá-lo quando não estiver.
Uma das maneiras para aumentar o grau de atenção do cão é, ao fornecer o reforço (comida, bola ou
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carinho), fazê-lo de maneira entusiástica e rápida. Por exemplo, se a intenção era fazer o cão sentar e ele fizer isso, deve-se imediatamente jogar a bola para ele,
porque, caso o cachorro não esteja prestando atenção, é provável que leve um susto ou não consiga pegá-la, o que fará com que fique mais atento da próxima vez.
O CACHORRO COMO FOCO DA ATENÇÃO
Como nós, os cães também querem que prestemos atenção neles. Quase todos os cães adoram chamar a atenção, principalmente das pessoas de sua matilha, por isso repetem
as coisas que provocam seu dono. Mesmo a atenção negativa (bronca) muitas vezes aumenta a freqüência com que o cão realiza um determinado ato. Os cães interpretam
nossa disciplina (broncas) como interação, e provavelmente irão repetir o ato para poder interagir novamente. Animais que vivem em grupos dependem um do outro, portanto
a interação é algo indispensável, fundamental.
Ao evitar chamar a atenção ("dar atenção") do seu cachorro quando ele estiver fazendo algo de errado, você estará aumentando o amor dele por você, além e estar empregando
uma ótima técnica que produz resultados muito mais eficientes. Neste livro daremos várias dicas de como corrigir manias desagradáveis de nossos cães sem a necessidade
de broncas ou de violência.
O AVISO DA ATENÇÃO
Sei que é difícil imaginar que o cachorro valoriza tanto a nossa atenção, mas pode acreditar que uma das piores coisas para o, seu cão é ser ignorado. Essa
é uma
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técnica valiosa, e, quanto mais prática tivermos em utilizá-la para o adestramento, melhor será o resultado.
Saber ignorar o nosso cão é uma arte, principalmente devido às suas habilidades naturais para chamar a nossa atenção. Alguns começam a fazer gracinhas, e
é quase impossível não cair na gargalhada; outros fazem caras desoladas, que quebram nosso coração. Independentemente da técnica utilizada pelo seu cão, é importante
não cair no truque, pois o condicionamento irá por água abaixo, a não ser que o objetivo seja treinar o seu cão a fazer gracinhas ou cara de coitado.
A ATENÇÃO: ESTÍMULO E NÃO LIMITAÇÃO
A atenção tem o poder de estimular determinadas partes do cérebro e inibir outras. Quando um gato passa na frente do seu cachorro, ele fica tão interessado
no gato (prestando atenção) que talvez não o obedeça. Isto não deve deixá-lo desanimado, pelo contrário. Num estágio avançado da atenção a você, ele irá valorizar
muito a troca que lhe oferecer, seja ela qual for, pois o universo do cão estará girando em torno de você. A atenção é tanta, que as coisas em volta perdem espaço
nos sentidos do seu cão e conseqüentemente perdem valor. Nessa fase o cão gosta tanto de brincar (adivinhar o que o dono quer), que impressiona quem estiver assistindo
o adestramento.
Adestrar um cão dessa forma não significa que ele vai se tornar um robô e que perderá toda a naturalidade, mas sim que aprenderá a se comunicar de forma muito
mais eficiente com você e terá prazer em aprender. Quando você não exigir sua atenção, ele será um cão normal, tão natural quanto os outros, com uma exceção: terá
um superdono!
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APLICAÇÃO DA LEI DA ATENÇÃO
1. Considere-a uma conseqüência da aplicação correta das demais técnicas.
2. Lembre-se de que ela é um fator importantíssimo para acelerar o aprendizado.
3. Só dê atenção ao seu cão nas situações positivas e ignore-o quando ele agir errado.
4. Estimule-o a prestar mais atenção em você. Seja carinhoso ou recompense-o de alguma maneira, simplesmente por ele ficar observando você.
5. Varie a velocidade da entrega do reforço; o cão, não sabendo o momento exato em que receberá a recompensa, irá prestar mais atenção.
6. Engane-o sobre a direção e o sentido em que vai caminhar. Assim que ele ultrapassá-lo, o sentido em mude de direção, e aos poucos o cão irá aprender
que a única maneira de se sair bem nos passeios ou nos movimentos dentro de casa será observando você. Procure agir imprevisivelmente.
7. Fale baixo e com animação, isso vai obrigá-lo a prestar atenção em você.
SEGUNDA PARTE:
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO CEREBRAL
Nesta parte você vai aprender:
> O que se deve fazer para auxiliar no desenvolvimento dos sentidos do filhote.
> Qual é a melhor idade para socializar seu cão.
> Aquilo que pode torná-lo agressivo.
> A idade com que o cão pode começar a receber educação e adestramento.
> O que pode ser feito para que o cão se torne um animal equilibrado.
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PERÍODO INICIAL - DO NASCIMENTO ATÉ O 50ª DIA
Os filhotes devem ficar com a mãe e os irmãos neste período, pois, a partir do 21° dia até o 50Q dia, eles aprendem a lidar com outros cães, seja brincando ou brigando,
e a aceitar a disciplina imposta pela mãe. Os animais que são removidos da ninhada antes do fim deste estágio têm mais dificuldade para se relacionar com outros
cães, são mais agressivos, apresentam problemas para cruzar e respondem pouco ao treinamento.
Nesta fase podemos auxiliar no desenvolvimento dos órgãos sensoriais. Massageá-los, deixar o rádio ligado em baixo volume ou, ainda, não deixá-los totalmente
no escuro, são providências que estimulam o desenvolvimento do sistema nervoso e intensificam a relação entre as funções cerebrais e as atividades sensoriais.
Quando não são garantidas as condições necessárias para o desenvolvimento cerebral, pode ocorrer, por exemplo, o problema conhecido como nerve-blind, explicado
pelo doutor Joel Dehasse e pela doutora Colette Buyser, em seu livro Comportamento e Educação do Cão. Eles afirmam que, se os filhotes forem criados na escuridão
até a maturação do nervo óptico, ficarão cegos.
Os sentidos dos cães são extremamente aguçados, por isso devemos tomar alguns cuidados para que se desenvolvam corretamente.
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PERÍODO DE SOCIALIZAÇÃO - DO 50ª AO 85ª DIA
Ao atingir esta fase, o cérebro do filhote já está neurologicamente completo e ele é capaz de aprender tanto quanto um cachorro adulto aprende. É muito importante,
durante este período, apresentar tudo o que você puder ao cãozinho. Por exemplo: aspirador de pó, carros, sons da rua, programas de televisão, pessoas de todas as
etnias, outros animais, etc. Mas, nessas ocasiões, não se esqueça das recomendações do seu veterinário sobre os cuidados que devem ser tomados para que o animalzinho
não corra o risco de contrair doenças; procure não deixá-lo entrar em contato com animais não-vacinados.
Por que devemos mostrar tudo o que for possível ao cãozinho? A resposta é simples: porque é a melhor fase para ele socializar-se. Passado este período, o
cérebro do cão modifica-se, e qualquer socialização será muito mais difícil e demorada. Para entendermos melhor o porquê disto, devemos imaginar o cão vivendo numa
matilha: até os três meses, os filhotes só entram em contato com outros cães do grupo e animais que não oferecem perigo para eles, pois os membros da matilha impedem
a aproximação de animais perigosos
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para os cãezinhos; mas, depois dos três meses, é importante que os filhotes já percebam sozinhos a diferença entre "amigos" e "inimigos", sejam eles seres vivos
ou inanimados, e não queiram socializar-se com qualquer coisa, já que nesta idade começam a querer explorar o território mais longe da mãe e a ter contato com presas
e predadores naturais.
Cães novos mantidos isolados do contato social com o homem e outros animais apresentam uma síndrome caracterizada por extrema redução tanto da atividade em geral
quanto da procura por esses mesmos contatos. Os filhotes permanecem imaturos e insociáveis e desenvolvem comportamentos anormais e movimentos estereotipados. O cão
treme, corre atrás de seu rabo, torna-se agressivo por sentir medo, além de mostrar deficiência na aprendizagem e apresentar reações vagarosas a novos estímulos.
Estimulações variadas e progressivas na fase da socialização geram animais física e psiquicamente superiores, segundo o doutor Joel Dehasse e a doutora Colette Buyser.
A primeira fase do medo, que atinge seu auge entre a 8ª e a 11ª semana, encaixa-se neste período, por isso procure não expor seu filhote a experiências assustadoras,
porque é uma fase de extrema vulnerabilidade, e qualquer ocorrência que o atemorize causará um medo permanente da coisa ou da situação envolvida. Alguns veterinários
recomendam dar calman-
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te para filhotes desta idade quando houver tempestades ou em dias de festa ou jogos (devido aos fogos de artifício), para que ele não fiquem traumatizados com os
estampidos. Só as pessoas que têm cães que sofrem com o terror de trovão e fogos é que sabem do que eles são capazes de fazer nessas ocasiões. Uma vez fui chamado
para auxiliar a resolver o problema de um Mastiff que atravessou uma janela de vidro, cortando-se todo, só por causa de um trovão!
Se o cãozinho apresentar hérnia ou algum outro problema que exija uma intervenção cirúrgica, caso não seja possível adiá-la, procure um veterinário que seja
extremamente habilidoso tanto no trato físico quanto no emocional.
PERÍODO DE DOMINÂNCIA - DA 12ª À 16ª SEMANA
Nesta fase os filhotes começam a testar os outros membros da matilha para saber quem é o líder. É importante mostrar ao cãozinho, carinhosamente, que você
é o líder. Ele irá testá-lo, na maioria das vezes, por meio de brincadeiras. Evite brincar de cabo-de-guerra com o filhote ou ficar puxando algo que ele tenha na
boca; e também não permita que seu cachorro o morda, mesmo que seja de brincadeira. Qualquer tipo de atividade violenta, mesmo que lúdica, é desaconselhável, principalmente
nesta fase. Ensine ao cão comandos simples e exija-os em troca de comida, atenção ou qualquer outra recompensa - esse é um processo que ajuda incrivelmente a estabelecer
uma hierarquia correta.
Segundo Clarence Pfaffenberger, o temperamento de seu cachorro no final desta fase se estabilizará, e ele provavelmente manterá suas características para
o resto da vida.
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PERÍODO DE INDEPENDÊNCIA - DO 4° AO 8° MÊS
É assim chamado porque abrange o período em que o cão começa a querer se mostrar independente e dono do seu focinho. Mantenha o controle do seu cão durante
esta fase para que ele não se acostume a ignorá-lo. Continue adestrando-o e procure fazer com que ele o obedeça para ser alimentado, para passear, etc. Nesta fase
é aconselhável que você mantenha seu cão numa guia longa quando estiverem passeando em parques e jardins, para que ele não aprenda a ir para o lado oposto quando
você chamá-lo.
Com início no 6º mês e prolongando-se até o 14º, invadindo portanto o período da adolescência, ocorre a segunda fase do medo. Não é tão preocupante quanto
a primeira fase, mas você deve continuar aumentando a autoconfiança de seu cão através do adestramento. Ele demonstrará medo de coisas novas ou mesmo de situações
fami- liares. Simplesmente evite traumas, e o medo logo irá desaparecer.
PERÍODO DA ADOLESCÊNCIA ATÉ A MATURIDADE - DE 1 A 4 ANOS
No momento em que seu cão alcança a maturidade sexual, o que ocorre antes nas raças menores e, mais tarde, nas raças maiores, ele testa novamente o "poder"
do líder da matilha.
Mais do que nunca é importante não deixar o cão ganhar nenhuma disputa que envolva agressividade ou contato físico.
Embora muitos cães sintam-se confortáveis sem ocupar a posição de liderança da matilha, outros tentam dominar seu dono mostrando sinais de agressividade.
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Não se assuste, este é um comportamento normal, embora deva ser cuidadosamente inibido.
Para que seu cão volte a aceitar sua posição na hierarquia, continue o treino e jamais se mostre atemorizado. Todo sinal de agressividade deve fracassar;
ou seja, não se afaste da vasilha de ração do seu cachorro se ele rosnar; não desista de lhe dar banho caso ele morda a sua mão, etc. Se sentir que seu cachorro
o está dominando com demonstrações de agressividade e que você não conseguirá reverter a situação, procure imediatamente um profissional competente e peça-lhe ajuda.
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APLICAÇÃO PRÁTICA
1. No período inicial, manipule os filhotes todos os dias, vire-os de ponta-cabeça, não deixe de acariciá-los, etc. (para que desenvolvam o sentido
de equilíbrio).
2. Introduza estímulos sonoros no dia-a-dia dos cãezinhos, deixando-os ouvir rádio, batendo palmas, etc., e também visuais, como espelhos e lâmpadas.
3. Coloque um carpete áspero no lugar em que os filhotes estiverem aninhados, para que desenvolvam mais rapidamente o sistema locomotor.
4. No período da socialização, para que ela seja bem feita, precisamos acostumar o cachorrinho com novos barulhos, pessoas, animais, cheiros, etc.,
sempre tomando muito cuidado para que
ele não se assuste ou se machuque, pois grande parte da fase de socialização coincide com a primeira fase do medo, cujo pico é entre a 8ª e a 11ª semana.
5. Cuide também, ao socializá-lo, para que ele não se exponha ao contato com animais não-vacinados.
6. No período da dominância, reforce carinhosamente sua posição de líder, pois seu cãozinho
irá testá-lo.
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7. Dos 4 aos 8 meses, use uma guia longa quando for passear com seu cão, porque ele dará
mostras de independência, dirigindo-se para o lado oposto quando você chamá-lo.
8. No período que compreende a adolescência e chega à maturidade, não permita que seu cão
ganhe qualquer disputa em que haja contato físico com qualquer pessoa.
9. Não se assuste se seu cão adolescente apresentar sinais de agressividade em relação a você, mas controle a situação com cuidado para que não se
torne um hábito.
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TERCEIRA PARTE
EQUIPAMENTOS
Existem inúmeros acessórios que nos auxiliam no adestramento, mas, para que funcionem como o esperado, é preciso saber como utilizá-los da maneira correta.
Classificando-os por tipo e função básicos, encontraremos no mercado:
> brinquedos: objetos que seu cão pode morder e brincar a qualquer momento;
> coleiras: ajudam a identificar e a conter o cão;
> guias e enforcadores: ferramentas para o adestramento e não símbolos de punição e autoridade;
> caixas de contenção/transporte: a toca do seu cão, lugar onde ele deve se sentir seguro;
> petiscos e recompensas: comida ou objetos que o cão adore;
> produtos e objetos para "punição": tudo aquilo que é utilizado para produzir sensações desagradáveis em seu cachorro, sem machucá-lo.
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BRINQUEDOS PARA DISTRAÇÃO DIVERTIMENTO E REDUÇÃO DO ESTRESSE
Além de tratar-se de um divertimento para seu cão, os brinquedos ajudam a evitar que ele eleja o pé da mesa, o controle remoto da televisão ou outras peças
de uso doméstico como objetos próprios para serem roídos e destruídos.
Os brinquedos também diminuem o estresse e auxiliam incrivelmente no adestramento.
Os cãezinhos, como as crianças, costumam enjoar dos brinquedos, portanto é aconselhável trazer sempre novidades e guardar parte dos brinquedos mais antigos,
por algum tempo, para depois devolvê-los ao filhote. Pode ser também que seu cão se apaixone por um brinquedo e passe a idolatrá-lo. Ótimo!, você já terá, então,
uma excelente ferramenta para o adestramento, que poderá ser usada como recompensa!
Para demonstrar que os brinquedos são para o seu cãozinho, brinque com os que estiver trazendo para ele e incentive-o a fazer o mesmo. Dessa forma você estará
deixando claro quais são os objetos que seu cão tem permissão para mastigar e brincar.
Os brinquedos mais recomendados são os de borracha mole ou de náilon duro, grandes o suficiente para que o cão não os engula.
Dicas: Congelar o brinquedo antes de dar ao seu
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filhote alivia a dor que ele sente na gengiva na troca de dentição, controlando melhor a ansiedade que ele tem de roer tudo.
Existem ainda alguns brinquedos que, além de aliviar o estresse, proporcionam algum tipo de jogo que envolve o seu cão e estimula seus reflexos ou seu raciocínio.
Atenção: Há objetos e produtos que não devem ser empregados como brinquedos.
Devemos tomar cuidado com produtos naturais pois, se não esterilizados corretamente, poderão contaminar seu cachorro com vírus ou bactérias.
Tenha cuidado ao escolher os brinquedos para o seu cão, pois muitos deles podem causar sérios prejuízos a saúde do animal ou até mesmo matá-lo.
Conforme a médica veterinária Paola Lazaretti, do Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo, muitos cães são socorridos por danos causados por brinquedos
inadequados, que causam desde quebra de dentes até obstruções gastrointestinais.
Outros brinquedos, apesar de não causar nenhum dano imediato ao cão, podem, com o tempo, gastar excessivamente os dentes do animal. Essa categoria abrange
os ossos naturais ou defumados, além de outros brinquedos duros.
Objetos não-digeríveis, como bolas de gude, apitos, pedaços de borracha, sininhos, linha, etc., que possam ser engolidos pelo cão, podem causar obstrução
do aparelho digestivo.
Para evitar problemas, procure brinquedos para cães que não despedacem a fim de que seu cachorro não corra o risco de engolir parte deles, que não liberem
nenhum produto químico nocivo e que não gastem excessivamente os dentes do seu cão. Brinquedos digeríveis podem ser "comidos" sem grandes problemas, como os courinhos
para cães.
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BRINQUEDOS RECOMENDADOS
Bolas de tênis: São resistentes, podem molhar e não despedaçam. Algumas raças de cães conseguem furá-las com os dentes, murchando-as.
Brinquedos de borracha macia: Alguns brinquedos de borracha macia são indestrutíveis, permitem que o cachorro os morda sem gastar ou quebrar os dentes e pulam
de maneira desordenada, aumentando a diversão com o brinquedo.
Brinquedos de materiais digeríveis: Apesar de poderem ser despedaçados e engolidos, não causam obstrução do aparelho digestivo pois são digeríveis.
Ossos de náilon duro: São brinquedos de excelente qualidade, não desgastam os dentes excessivamente e alguns deles podem até prevenir acúmulo de tártaro.
"Cubo Mágico": Este cubo, dependendo da maneira pela qual é virado, solta quantidades variadas de ração. Brinquedos deste tipo estimulam o raciocínio do cão e podem
entretê-los por horas. São recomendados para cães ansiosos e ativos.
CUIDADO COM ESTES BRINQUEDOS
Ossos naturais: Devem estar esterilizados para que não haja perigo de contaminações. Podem gastar excessivamente os dentes do cão e até quebrá-los, além do
risco de perfurar o esôfago, estômago e intestino.
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Bichos de pelúcia: Podem ser despedaçados e engolidos causando problemas à saúde do animal.
Bolas de gude: Podem quebrar os dentes do cão, podem ser ingeridas ou, se quebradas, podem machucar a boca do cão.
Bolas ou brinquedos de borracha que se despedaçam: Podem ser engolidos pelo cão, causando obstruções no aparelho digestivo.
COLEIRAS E GUIAS
A coleira deve estar sempre no cachorro, independentemente de você o estar treinando ou não. A coleira, além permitir que você contenha o cachorro em situações
de emergência, segurando-a, também possibilita, se tiver o nome e o telefone gravados, ,a identificação do seu cão, caso ele fuja ou se perca.
A coleira, assim como qualquer equipamento de contenção, deve ser confiável. Você precisa ter certeza de que ela não arrebentará quando você estiver contendo
seu cachorro para que ele não atravesse uma avenida, por exemplo.
Além de confiável, ela deverá ser confortável e antialérgica.
A coleira deve estar justa no pescoço do cão para evitar que ele se enrasque em
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algo e possa se machucar ou mesmo se enforcar. Para isso, ajuste a coleira de modo que você consiga enfiar o dedo entre ela e o pescoço do seu cão sem esforço, mas
também sem espaço de sobra.
É comum alguns cães desenvolverem alergia à coleira, portanto, caso isto ocorra, procure uma coleira e outro material.
Não se esqueça de colocar algum tipo de identificação na coleira para que seu cão possa ser devolvido caso se perca ou fuja.
PLAQUETAS DE IDENTIFICAÇÃO
Plaquetas de plástico: Não enferrujam. A marcação deve ser em relevo para não se apagar facilmente.
Plaquetas de metal: Procure metais que não enferrujam, como latão, aço ou alumínio.
A coleira pode ser colocada no cão desde o período em que ele ainda é um filhote, mas lembre-se de reajustar o tamanho com freqüência, já que os filhotes
crescem muito rápido. Caso seu cão fique muito constrangido ou se machuque tentando tirá-la, coloque-a por períodos curtos nas horas de distração ou ao alimentá-lo,
aumentando aos poucos o tempo em que seu cão fica com ela.
COLEIRAS
Coleiras de couro: São resistentes e duram bastante, mas podem começar a apodrecer ou cheirar mal se ficarem molhadas. Algumas têm borda arredondada para
evitar que seu uso contínuo marque o pêlo.
Coleiras de náilon: Costumam desbotar, mas permanecem muito mais limpas e raramente cheiram mal.
Fivelas: Dê preferência às coleiras com fivelas, já que outros encaixes podem arrebentar mais facilmente.
ENFORCADORES
Enforcadores são "coleiras" que, sob pressão, enforcam o cão. São úteis, pois fica mais fácil e seguro controlar seu cão, diminuindo a força com que ele será
capaz de puxá-lo durante o treinamento ou nos passeios. São acessórios que não devem ser utilizados como símbolo de autoridade, e não devemos jamais enforcar o cão
como punição.
O enforcador deve ser utilizado apenas quando o cão estiver sendo treinado, passeando ou sob supervisão humana, já que existe a possibilidade do cão se enforcar
acidentalmente. Traumatismos na traquéia e hematomas sublinguais são alguns dos problemas que o uso indevido do enforcador pode causar.
O enforcador deverá passar pela cabeça do cão o mais justo possível. Quanto mais justo o enforcador estiver no pescoço do cachorro, menor será a chance dele
conseguir tirá-lo ou de enroscá-lo em algo.
O enforcador tem o intuito de chamar a atenção do cão através de uma sensação desagradável (de enforcamento) todas as vezes que ele tracionar excessivamente
a guia. O enforcador, sozinho, não soluciona o problema de cães que puxam a guia durante passeios, mas, sem dúvida, auxilia na correção desse comportamento.
É importante que o enforcador seja discreto para o cão: quanto menos óbvio
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ele for para o animal, melhor será o resultado do adestramento. O cão relaciona tudo o que sente e percebe ao aprender e, se for sempre treinado com um equipamento
muito óbvio, responderá melhor apenas quando estiver utilizando aquele equipamento. Você não quer que o seu cão o obedeça só quando estiver usando o enforcador,
portanto torne esse acessório o mais discreto e imperceptível possível.
Enforcadores de náilon são melhores que os de metal porque são mais silenciosos e, por isso, menos perceptíveis para o seu cão.
O enforcador deve afrouxar assim que você aliviar a tensão em que a guia estava sendo mantida; para isso deverá deslizar facilmente, o que só vai ocorrer
se tiver sido colocado da maneira correta.
COLOCANDO O ENFORCADOR:
1. O enforcador possui duas argolas do mesmo tamanho em suas extremidades.
2. Passe o cordão por dentro de uma das argolas.
3. Puxe o cordão por dentro da argola até as extremidades se tocarem.
4. Olhando o cão de frente, forme a letra P com o enforcador e coloque-o no pescoço do cão.
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Atenção: Esta maneira de colocar o enforcador é para conduzir o cão do lado esquerdo. Para as pessoas que, por algum motivo, gostam de andar com o cão do
lado direito, devem "fazer" um P invertido com o enforcador antes de passá-o pela cabeça do cachorro.
ALTERNATIVAS MAIS EFICIENTES QUE O ENFORCADOR:
Alguns cachorros engasgam, enforcam-se e não param de puxar a guia, mesmo com o enforcador. Existem equipamentos que substituem o enforcador e facilitam ainda
mais o controle da força de tração, além de ensiná-los a não puxar a guia, sem enforcá-os.
Halti: Coleira de cabeça, toda vez que o cão puxa a guia a cabeça dele vira automaticamente, o que o faz aprender a parar de puxar. Não é uma focinheira e
não machuca o cão. Quando tracionado também fecha a boca do cão.
Loop: Peitoral modificado para causar desconforto quando o animal traciona a guia. Peitorais normais estimulam o cão a puxar a guia cada vez mais.
"Gentle Lead": Semelhante ao Halti, mas mais simples. Ambos funcionam bem.
Todos estes equipamentos permitem que o cão transpire, beba água e morda, mas, mesmo assim, devem ser utilizados sob supervisão humana.
A desvantagem destes equipamentos é que seu uso deve ser introduzido aos poucos ao cão, pois, como é uma novidade, no começo é natural o cão se sentir incomodado
com o equipamento e tentar tirá-lo. Acostume seu cão a utilizá-lo antes de prender a guia e ir passear.
GUIAS
As guias também devem ser confiáveis. Jamais devem abrir ou estourar. Embora confiável, procure com-
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prar a mais leve e simples possível. A guia ideal é a que agüenta um bom tranco e que seu cachorro não repara que está preso a ela (quando frouxa), de tão leve e
silenciosa. Seu cachorro deve respeitar você e não a guia. Cães treinados com guias leves e silenciosas respondem bem aos comandos independentemente de estar ou
não com a guia.
Algumas guias têm uma argola na ponta que permite que ela se "transforme" em um enforcador, isto é, em uma única corda você tem a guia e o enforcador. Estas
guias são práticas e funcionais.
Existem vários comprimentos de guia. Para passear, uma guia de 1,5 ou 2 m é a ideal. Outros comprimentos são úteis para auxiliá-lo no treinamento.
Atenção: Se você for deixar seu cachorro preso sem supervisão, procure uma guia, de metal por exemplo, que não possa ser roída.
Guia de corrente: Não é aconselhável para o adestramento pois, além de pesada, é barulhenta, tornando-se muito óbvia para o cão. São boas para conter o cão
sem supervisão, já que a corrente não pode ser roída.
Guia de tecido pesado e largo: Também não é aconselhável para o adestramento pois é pesada e, portanto, óbvia para o cão.
Guia de cordão resistente: Ideal para o adestramento. Não é obvia para o cão, o que contribuirá para que ele lhe obedeça com ou sem a guia. Cordões finos
e leves podem ser bastante resistentes, teste-os antes de utilizá-los.
Guias reguláveis: São boas para o adestramento, já que possibilitam regular o comprimento. Devem travar bem e exigir o mínimo de tração possível para au-
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mentar de comprimento, caso contrário colaborarão para seu cão aprender a puxar você.
CAIXA DE CONTENÇÃO/TRANSPORTE
As caixas de contenção/transporte devem ser consideradas como a toca de seu cão. São também muito utilizadas para transportar animais. Elas geralmente são
feitas de plástico ou fibra.
Este utensílio tem um valor inestimável para proprietários que querem acostumar o cão dentro de casa ou treiná-lo a urinar e defecar somente em um lugar.
As caixas de contenção lembram uma prisão, por isso muitas pessoas consideram sua utilização uma crueldade. Cães são animais de "toca", e, se a caixa de contenção
for utilizada corretamente, será a toca de seu cachorro, um lugar seguro em que ele se sentirá protegido, tornando-se até mesmo o seu lugar preferido.
xxxx
Conter o cachorro nesse tipo de caixa evita que ele desenvolva problemas de comportamento novos, como, por exemplo, roer o sofá na sua ausência, ou machucar-se
comendo algo perigoso ou mastigando a fiação elétrica. Só o fato de ficar preso na caixa de contenção não o ensina como se comportar ou a respeitar os objetos da
casa e tampouco comunica liderança, por isso a caixa de contenção deve ser utilizada apenas para que o cachorro fique à vontade e seguro sempre que você quiser,
sendo empregada como ferramenta para controlar e evitar problemas de comportamento na sua ausência.
Cães são animais carnívoros que dormem grande parte do tempo e não necessitam estar constantemente em atividade; o que não quer dizer que devam ser abandonados
dentro da caixa de contenção. Para cães já educados, não há a necessidade de fechar a caixa de contenção, pode deixá-la aberta para que seu cão entre e saia quando
quiser.
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LOCAL IDEAL
Cães que não podem ficar dentro de casa, em vez de uma caixa de contenção, devem ter uma casinha, do lado de fora, à prova de vento e chuva.
A caixa de contenção deve ficar em um lugar arejado e de preferência próximo ao movimento da casa ou perto das pessoas, pois cães são animais sociais que
gostam de estar perto do seu grupo.
Sempre que for visitar um amigo por alguns dias com seu cão ou viajar com ele, procure levar a caixa de contenção para relaxá-lo no ambiente desconhecido,
pois, embora quase tudo seja novo para ele, o cão terá sua velha casa.
Atenção: Nunca coloque a caixa de contenção no sol, pois seu cão rapidamente ficará desidratado.
TAMANHO
Estudos comportamentais mostraram que os cães preferem caixas de contenção justas, sem muito espaço livre, pois assim se sentem mais protegidos.
A caixa de contenção deve ser grande o suficiente para que seu cão possa deitar, ficar em pé e consiga se virar, mas não tão grande que permita ao cachorro
urinar em um canto e dormir no outro.
Caixas de contenção auxiliam bastante no condicionamento dos cães para urinar e defecar no local correto, já que eles não fazem as necessidades dentro da
caixa se esta tiver o tamanho adequado, sendo este mais
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um motivo para se considerar o tamanho antes de comprá-la.
Algumas caixas de contenção possuem divisões para que possam ser ajustadas conforme seu cachorro cresça. Se você tiver um filhote, compre uma caixa de contenção
do tamanho adequado para o cão adulto e faça ou utilize divisões para que fique do tamanho ideal, acompanhando o crescimento do seu cão.
TEMPO
Evite deixar seu cachorro (adulto) preso nela por mais de 8 horas sem supervisão e jamais associe o fato do cão estar na caixa de contenção com qualquer tipo
de punição. Como dissemos anteriormente, a caixa deverá ser o lugar favorito de seu cão.
Como o cão não urina ou defeca na caixa de contenção, é fundamental que se respeite o tempo máximo de contenção para cada idade. Cães mais jovens necessitam
fazer suas necessidades mais vezes ao dia que os adultos.
Para fazer o cálculo de tempo, há uma regra fácil de ser lembrada: soma-se 1 à idade do cão em meses, o resultado é o número de horas que o cão pode ficar
contido na caixa de contenção, até 8 horas no máximo. Por exemplo: Se o cão tiver 2 meses, ele poderá ficar na caixa de contenção 2+1=3 horas, no máximo.
Idade (meses)
Tempo máximo na caixa de
contenção (horas)
1
2
2
3
3
4
4
5
5
6
6
7
7
8
8 ou mais
8
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Atenção: Cães doentes ou infestados com verminoses não devem ser contidos em espaço reduzido, já que não conseguem controlar suas necessidades de defecar
e urinar.
MODELOS DE CAIXAS DE CONTENÇÃO/TRANSPORTE
Fibra: Costumam ser mais resistentes e mais pesadas que as de plástico. Não podem ser tóxicas e nem devem ter cheiro forte.
Plástico: São leves e funcionais.
Desmontáveis: São desmontáveis como barracas. São muito práticas para pessoas que viajam bastante ou que participam de exposições ou campeonatos de obediência.
Só servem para cães que estão acostumados (e não tentam destruir) a caixa de contenção pois não são muito resistentes.
PETISCOS
Os petiscos são alimentos que nos ajudam a recompensar o cão. Os petiscos não devem desbalancear a dieta do animal. Quanto mais saudáveis ou quanto menos
interfiram na dieta, melhor. Existem petiscos produzidos especialmente para o treinamento. Além dessas características, é muito importante que seu cão os adore para
que sirvam ao propósito do adestramento.
Os petiscos não devem ultrapassar as porções de um tira-gosto para não substituírem a refeição do cão.
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É aconselhável quebrar ou cortar os petiscos em pedaços bem pequenos antes de utilizá-los como recompensa. Por exemplo, a salsicha deve ser cortada em 20
pedaços, no formato de moedas.
Brinquedos também podem ser utilizados como recompensa. Escolha o brinquedo que seu cão mais goste. Mas para essa finalidade evite as bolas, pois elas podem
rolar para lugares perigosos, como uma avenida, por exemplo, e seu cão, ao segui-Ia, pode ser vítima de um acidente.
Os brinquedos ideais para o adestramento são aqueles que podem ser retirados facilmente da boca do cachorro. Os brinquedos maiores geralmente são mais fáceis
de se tirar do cachorro e também não oferecem o risco de que o cachorro possa engoli-los acidentalmente.
ALGUMAS RECOMPENSAS QUE PODEM SER UTILIZADAS
> Rodelas de salsicha,
> pedaços de queijo,
> pipoca sem sal e sem óleo,
> petiscos comerciais,
> brinquedos.
UTENSÍLIOS QUE AJUDAM A "PUNIÇÃO"
A punição, como dissemos anteriormente, tem a finalidade de reprimir o comportamento e não a de machucar o cachorro. Bater no cachorro é considerado pelo
animal um ataque ou um convite para brincar e não uma punição. Apresentaremos aqui alguns equipamentos que ajudam a "punir" seu cachorro.
Há certos utensílios que podemos jogar para assustar
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o cachorro quando queremos adverti-lo para não fazer determinada coisa, mas devemos ter sempre muito cuidado para não acertá-lo. É importante que esses objetos possam
ser jogados na direção do cachorro sem que ele os relacione diretamente com você, para possibilitarem uma despersonalização da punição (consulte as Técnicas de Adestramento).
VOCÊ PODE USAR
> molho de chaves pesadas;
> uma lata tampada cheia de parafusos e moedas,
> uma garrafa de plástico vazia, tipo "Big Coke",
> spray com água,
> substância amarga,
> spray com substância amarga.
Se estes utensílios forem utilizados de forma correta,. além de eficazes, podem funcionar como repelente para seu cachorro. Por exemplo, ao colocar a lata
em cima de uma cadeira, você evitará que ele suba nela.
Existem produtos especiais para evitar que seu cachorro roa algo. Amargos e inofensivos, eles impedem que o cachorro roa determinados objetos. São muito úteis
e podem ser utilizados em conjunto com os objetos para "punir" o cão. Além de sentir um gosto horrível ao roer algo, ele também levará um susto com as chaves, dando
mais poder para ambas ferramentas. Se o produto tiver um odor (por mais fraco que seja), poderá ser aproveitado e colocado na lata e nas chaves, assim o seu cachorro
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relacionará o odor com uma atitude errada, e você terá mais uma ferramenta para impedir comportamentos indesejáveis.
Leia o capítulo das técnicas de adestramento antes de começar a utilizar esses utensílios, pois você sem querer pode dessensibilizar seu cão e o objeto deixará
de funcionar como meio de punição.
COLEIRAS DE TREINAMENTO
São coleiras que punem o cachorro sem machucá-la. São eficientes se utilizadas corretamente. São manejadas através de um controle remoto ou ativadas por algum
mecanismo, permitindo acioná-las sem que o cão relacione a punição com a sua presença.
Coleira elétrica: produz um estímulo elétrico, causando desconforto ao cão. Estas devem ser utilizadas apenas por profissionais, pois a intenção é causar
somente desconforto e, se mal utilizadas ou mal reguladas, podem machucar ou traumatizar o animal.
COLEIRAS CONTRA LATIDOS EXCESSIVOS
Esses utensílios reeducam o comportamento de latidos do seu cão, utilizando um método que é facilmente entendido pelo cachorro. Essas coleiras são equipadas
com sensores que detectam as vibrações quando seu cachorro Iate, ativando um mecanismo que pode espirrar citronela ou algum outro produto inofensivo em seu cão ou,
ainda, ativar uma pequena corrente (estimulo elétrico), causando desconforto ao animal toda vez que ele latir. Nestas últimas, é fundamental que a intensidade do
estímulo elétrico seja regulável para que cause somente um pequeno desconforto ao cachorro.
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Coleira elétrica contra latido: Deve ser regulada para que cause somente desconforto.
Coleira contra latido que espirra citronela: Com relação a coleiras que espirram algum produto, verifique com seu veterinário se o produto utilizado não prejudica
de alguma forma os orgãos sensoriais do cão.
A vantagem desta coleira é que não há envolvimento dos proprietários na correção, portanto torna-se um condicionamento muito mais consistente e rápido. Geralmente
o uso da coleira corretiva durante algumas horas já é suficiente para mudar o comportamento de latidos.
A desvantagem é que o cão provavelmente relacionará o uso da coleira com a restrição de latidos. E, ao ser retirada a coleira do cachorro, os latidos demasiados
podem voltar. Esse problema pode ser facilmente resolvido com a utilização de uma coleira parecida com a coleira corretiva, "enganando" o cão.
Existem coleiras que inibem totalmente os latidos do cão e outras que inibem latidos em demasia, isto é, ela só é ativada se o cão latir além de um determinado tempo.
Atenção: Não é saudável para o cão latir excessivamente. Cães que latem muito podem vir a ter problemas de saúde, como úlceras, por exemplo.
COLEIRAS QUE IMPEDEM QUE SEU CÃO SAIA DE SUA PROPRIEDADE
Coleiras corretivas que são ativadas quando seu cão chega perto do limite estipulado por você (enterrando um fio no perímetro de sua propriedade ou colocando
emissores de ultra-som). Primeiramente elas apitam, depois aplicam um choque elétrico seguro ou esguicham um jato de citronela. Os c;ães aprendem facilmente a evitar
as "zonas" proibidas, evitando a "punição".
Cercas Invisíveis: Essas coleiras eliminam a necessidade de cercas ou, se estas já existirem, previnem que o cão escape,
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pulando ou cavando por baixo delas.
São acessórios eficazes quando usadas corretamente. É necessário seguir exatamente todas as indicações dos manuais e treinar os cachorros a respeitar a "cerca".
É muito útil para chácaras, sítios e fazendas.
Também podem ser utilizadas para impedir que os cães cheguem muito perto de piscinas e outros lugares que possam oferecer-lhes riscos.
Atenção: Qualquer método de punição não deve machucar o cachorro ou prejudicar sua parte sensorial. Informe-se antes de comprar qualquer equipamento.
"CLICKERS"
Clickers são, essencialmente, um jeito abreviado de dizer "muito bem". Estão sendo utilizados cada vez mais e são de indiscutível utilidade.
O princípio é simples, você treina o seu cachorro a adorar um determinado som (click) e passa a utilizá-lo sempre que o seu cachorro efetuar o comportamento
desejado. Em pouco tempo, o cão estará obedecendo seus comandos para que possa ouvir o click e receber a recompensa.
Como fazer isto? Leia o capítulo sobre técnicas de adestramento.
O clicker ajuda o seu cão a reconhecer exatamente o comportamento que gerou a recompensa. Ou seja, sempre que seu cão escutar o click, saberá que executou
o comportamento correto e poderá receber a recompensa. Por ser instantâneo, é uma ótima maneira
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de deixar claro para o cão que ele recebeu a recompensa por sentar e não por latir, por exemplo, mesmo que tenha latido logo após ter sentado. Ajuda o cão a identificar
exatamente o comportamento desejado por ser bem mais rápido e preciso do que, por exemplo, se você falar: "muito bem..."
O clicker também funciona bem a distância. É impraticável, por exemplo, jogar um petisco para o cão no exato momento em que ele salta, mas o click permite
que "diga" ao cão que acertou e que pode vir buscar a recompensa.
O click é considerado uma recompensa secundária que reduz a necessidade de recompensas primárias, como os petiscos, por exemplo.
Existe uma infinidade de clickers no mercado, embora qualquer objeto que faça um barulho rápido e preciso funcione como tal, inclusive um estralo com a boca
pode ter o mesmo resultado, desde que consistente e exato.
Apito ultra-som: Somente os cães o escutam, pode ser utilizado para treinar cães a distância sem incomodar as demais pessoas.
Apito: Útil para treinar cães a distância, mas pode perturbar as demais pessoas no local.
Clicker propriamente dito: Fácil de segurar na mão ou prender no dedo, possibilitando ficar com a boca livre para dar comandos orais. É o clicker mais utilizado
por profissionais.
REMOVEDORES DE ODOR
Os removedores de odor ajudam a impedir que o cão se sinta encorajado a urinar novamente num local impróprio. Cães são estimulados a urinar sempre nos mesmos
locais, por isso qualquer cheiro de urina ou fezes deve ser neutralizado o mais rápido possível para
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evitar que se torne um hábito para seu cão urinar em locais inconvenientes.
Álcool: Produtos de limpeza não funcionam tão bem quanto os produtos removedores ou neutralizadores de odor. O faro dos cães é muito superior ao nosso e podem
detectar o cheiro da urina facilmente, mesmo que seja imperceptível para nós.
Removedor enzimático: Alguns produtos são feitos à base de enzimas e necessitam de um bom tempo para reagir e remover totalmente o odor. Nestes casos, deixe
a substância agir, mantendo o local úmido durante o tempo determinado pelo fabricante (normalmente, no mínimo 24 horas).
Atenção: Remova o cheiro, não jogue simplesmente álcool em cima do local, pois seu cão pode relacionar o cheiro de álcool com o da urina e todo lugar que
você limpar com álcool pode estimular o cão a urinar.
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APLICAÇÃO PRÁTICA
1. Utilize brinquedos para divertir e reduzir o estresse, isso é muito importante.
2. Não se esqueça de que os brinquedos não podem ser muito duros, não devem despedaçar (quebrar) e devem ter um tamanho mínimo para que o cão não os
engula se não forem digeríveis.
3. Compre uma coleira resistente, antialérgica e confortável. Seu cão deve usá-la o tempo todo.
4. Empregue o enforcador como acessório auxiliar para controlar a força de tração do cão. É um utensílio que só deve ser utilizado sob supervisão humana
direta e jamais deve ser utilizado como símbolo de autoridade.
5. Ajuste o enforcador para entrar justo na cabeça do cão e certifique-se de que ele seja silencioso e leve.
6. Empregue guias resistentes, leves e silenciosas.
7. Escolha uma caixa de contenção justa para o padrão de seu cachorro, permitindo somente
que o animal deite, fique em pé e consiga se virar.
8. Ofereça como recompensa apenas petiscos ou objetos que seu cão adore. Os petiscos devem ser dados em pequena quantidade e não devem desbalancear
a dieta. Os brinquedos devem
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ser grandes para que possam ser removidos facilmente da boca do cachorro.
9. Lembre-se de que a punição não pode machucar ou prejudicar os sentidos do cão.
10. Use produtos amargos para evitar que o cão roa determinados objetos.
11. Não se esqueça de que clickers são objetos que produzem um som para indicar ao cão o comportamento exato que gerou a recompensa. São mais rápidos
e precisos que comandos falados.
12. Remova os odores de urina e fezes dos lugares indesejáveis. Utilize removedores de odor e não qualquer produto de limpeza.
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QUARTA PARTE
ADESTRAMENTO INTELIGENTE
"Comportamento é uma grande sopa de respostas internas e externas, aprendidas e desaprendidas."
Karen Pryor
Para o adestramento ser eficiente é necessário mais que apenas a técnica para ensinar alguns "truques" para o seu cão. Por isso o adestramento inteligente
obedece à seguinte divisão:
> técnicas: conceitos fundamentais para se adestrar o cão;
> linguagem: a maneira de nos comunicarmos com os cães;
> técnica do click: uma maneira rápida e eficiente do cão entender que fez a coisa certa;
> comandos: para o cão entender prontamente o que se espera que ele faça.
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TÉCNICAS DO ADESTRAMENTO INTELIGENTE
Neste capítulo você vai aprender:
> Paciência é fundamental para o sucesso do adestramento.
> Punições tardias não fazem sentido para o cão.
> Para se inibir um comportamento, devemos induzi-lo várias vezes.
> O que fazer para que seu cão também se comporte na sua ausência.
> As técnicas corretas para se recompensar ou punir comportamentos.
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A TÉCNICA DE ADESTRAMENTO E AS LEIS FUNDAMENTAIS
Agora que você já sabe as leis fundamentais do adestramento, podemos entrar nos detalhes das técnicas. O importante é sempre procurar utilizar as leis fundamentais,
pois sua aplicação fará com que seu cão aprenda cada vez mais rápido e se torne cada vez mais eficiente.
Os conceitos aqui explicados são muito simples e fáceis de serem entendidos, mas é necessário um esforço especial para colocá-los em prática, já que qualquer
mudança na nossa maneira de lidar com as coisas em geral exige de nós muita atenção e dedicação.
TENHA PACIÊNCIA
Ser paciente é fundamental para o sucesso do treinamento.Se você não tiver paciência e ficar frustrado com seu cão, o treinamento vai progredir muito lentamente.
Não adestre nos dias em que você não se sentir emocionalmente equilibrado, isto é, naqueles dias em que se sentir tenso, inseguro ou estressado. Previna-se
para evitar que ocorram incidentes que possam aborrecê-lo. Assim, ao levar seu cachorro ao parque, não o solte para ver se ele volta, pois, se ele não voltar, você
ficará aborrecido e atrapalhará o treinamento. É preferível ficar com o cachorro preso à corrente durante as primeiras aulas.
Lembre-se: qualquer fato negativo que seu cão associar ao treinamento ou ao comando dificultará o aprendizado, portanto tenha paciência e siga devagar. Se seu cão
já estiver sentando, parabéns! Quando não tiver mais dúvidas sobre o aprendizado, aí sim comece a corrigir a postura do animal e a estimulá-lo a sentar
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mais rapidamente. Agir pacientemente não significa que você esteja perdendo tempo, pelo contrário, quanto mais corretamente utilizar essas técnicas, menos tempo
você levará para ter um cão muito bem adestrado.
INTELIGENTES MAS NÃO ADIVINHOS
Embora os cães sejam muito inteligentes e possam aprender de inúmeras formas, quanto mais simples e claro formos ao educá-los, mais certeza teremos de que
o cachorro fará as associações corretas.
Por isso, para começar, devemos abandonar punições tardias - para o cachorro, 1 minuto depois de ter feito alguma "arte", já se formou uma distância muito
grande para que ele possa associar qualquer punição ao seu comportamento faltoso; ou seja, se você não conseguiu puni-lo no exato momento do ato errado, esqueça!
Isso mesmo, não dê nem mesmo uma bronquinha.
Nossos cães encontram-se grande parte do tempo em atividade, e só para nós é evidente a "barbaridade" que ele fez algum tempo atrás, como, por exemplo, ter
destruído o sofá da sala. Será quase impossível que ele associe a punição à atitude que você considerou errada se o ocorrido já se passou há uns 10 minutos! O cão
foi para cozinha, bebeu água, cheirou o banheiro, latiu para o carteiro, etc., e não vai relacionar a bronca ao problema que você tinha em mente. Ah, o seu cachorro
sabe muito bem que fez algo errado, pois ele fica com cara de envergonhado ou vai se esconder? Errado, ele não sabe. Você acha que ele está agindo assim por se sentir
culpado, mas a chance dele saber o que fez de errado é quase a mesma que você tem de ganhar na loteria! Ele sabe, sim - se você já o treinou o suficiente -, que
quando você arregala o olho para alguma coisa e depois olha diretamente para ele, uma bronca está por vir ou, ainda, que algo bagunçado no chão somado à
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sua presença significa problema. Além de não servir para o propósito que se pretende, as punições tardias diminuem a confiança do cachorro nos donos e aumentam a
ansiedade do animal. (Antes de punir seu cão por bagunça, leia a parte que diz como evitar que isto aconteça.)
É importantíssimo recompensá-lo ou puni-lo no ato, de preferência quando começou a fazer ou enquanto estiver fazendo alguma coisa. O exato momento da punição
ou da recompensa é crucial e, mesmo agindo no momento exato, é necessário que o ato praticado e a correspondente punição ou a recompensa merecida se repitam algumas
vezes para que seu cão faça as associações corretas.
ASSOCIAÇÕES CORRETAS DEPENDEM DE REPETIÇÃO
Como dissemos, é necessário que a relação ato - punição ou recompensa se repita; portanto, induza o cachorro a fazer algo para poder puni-lo ou recompensá-lo.
Se quiser, por exemplo, que seu cão aprenda a não pular em você ao lhe dar as boas-vindas (isto é, todas as vezes em que ele o enxergar), será preciso que o faça
pular em você seguidas vezes para que possa puni-10, pois ele compreenderá que pular em você é que é ruim, e não o fato de vir recebê-lo! Em outras palavras, para
poder ensiná-lo, você deve fazer a maior festa para ele, o que fará que ele pule em você novamente e, assim que ele pular, puna-o (a melhor punição para este caso
está descrita no controle de comportamentos desagradáveis). Na terceira vez, ele provavelmente não pulará em você, mesmo que prov0cado, e este será o momento de
agradá-lo por se recusar a pular! Parece sem sentido e desleal induzir o cachorro a pular e depois puni-lo? Não, não é. Seria uma deslealdade se lhe ensinasse uma
palavra de comando para pular em você e, assim
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que ele subisse, você o punisse. É importante que seu cão saiba que não importa o grau de animação em que você esteja, pular em você é errado, e pronto! A mesma
coisa deve ser feita para cães que sobem em sofá, roubam comida, roem sapatos, etc.
AS PUNIÇÕES
Quando você pune seu cão verbalmente ou batendo um jornal no chão, por ter feito algo que você não queira, ele aprende que não deve se comportar assim quando
você estiver por perto, pois a punição fica claramente associada a você e o condicionamento só terá efeito na sua presença. O resultado deste condicionamento baseado
na punição personalizada é um cão obediente e comportado na sua presença, mas que, na sua ausência, roubará comida, roerá a mesa, etc.
Isto não quer dizer que todas as punições precisam ser despersonalizadas. Muitos comportamentos necessariamente ocorrem na nossa presença, como pular nas
pessoas, agarrar-se à roupa ou à mão, por isso não faria sentido preocupar-se em despersonalizar as punições correspondentes, pois estes atos obviamente não ocorrem
na nossa ausência. Há outras situações em que queremos que o animal se comporte de maneira diferenciada na nossa presença ou na nossa ausência, como ficar latindo
quando um estranho estiver na porta da nossa casa, mas que pare quando chegarmos perto.
Faça a si mesmo a seguinte pergunta antes de punir seu cão: "Eu quero que ele nunca faça isto ou quero que ele não faça isto apenas na minha presença?". Se
a resposta for: "Eu quero que ele nunca faça isto",
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então é necessário despersonalizar a punição.
COMO DESPERSONALIZAR A PUNIÇÃO
Para despersonalizar a punição é necessário que o cão não perceba que você é o responsável pela punição ou que ela depende de sua proximidade. Agarrar o cão
e sacudi-lo, dar um tranco no enforcador, bater o jornal no chão e gritar são punições que estão claramente associadas à sua presença.
Despersonalizar punições requer um pouco de planejamento, já que estamos "enganando" o cão. Pegar um "instrumento de punição", como um chaveiro pesado, e
atirá-lo na direção do cachorro que está fazendo xixi fora do lugar, roendo a mobília, etc., sem que ele perceba que foi você quem atirou, é uma maneira bem simples
de não personalizar a punição. Para isso, é necessário que você pegue o chaveiro sem fazer barulho, lance-o sem que o cão perceba e continue fazendo o que você estava
fazendo antes. Desta maneira o cão achará que foi punido por "Deus" e evitará repetir o ato, estando você presente ou não.
Outra maneira de despersonalizar as punições é empregando armadilhas que punam o cão (sem machucá-lo). Um dos meus clientes conseguiu resolver o problema
adotando uma prática arriscada: como seu cachorro latia e corria em volta da gaiola de periquitos o dia todo, ele colocou ratoeiras armadas de ponta-cabeça em volta
ta da gaiola. Bastaram alguns sustos (da ratoeira desarmando) para o cachorro perder
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totalmente o interesse pelos passarinhos. (Não aconselho esse procedimento porque existe a possibilidade de seu cão sair machucado.)
CUIDADO PARA NÃO DESSENSIBILIZAR AS PUNIÇÕES
Devemos ter cuidado para não dessensibilizar as punições, ou seja, de não diminuir o seu efeito. Quando um cão faz alguma coisa errada, o dono primeiramente
diz com todo o carinho "Fido, pára vai, o papai não gosta..."; depois diz: "Fido, pára com isso"; lá pela vigésima vez estará berrando: "PÁRA, seu filho da ...!'.
Antes que você degole seu cachorro, aprenda este conceito: a punição deve ser eficiente desde a primeira vez; se for aumentando gradativamente, ela será dessensibilizada,
isto é, seu cão deixará de ficar sensível ao seu condicionamento.
Nenhuma punição deve deixar o cão com medo de você. Se isto estiver acontecendo, mude de estratégia e puna com mais cautela, pois esta reação indica que seu
cão está deixando de confiar em você.
SAIBA ALTERNAR RECOMPENSA E PUNIÇÃO
Vamos falar um pouco sobre as punições, já sabemos como não dessensibilizá-las, como personalizá-las e despersonalizá-las, e que elas devem ser aplicadas
durante o ato errado e nunca minutos ou horas após. Outro fator importante é que a punição deve cessar imediatamente, assim que o ato pare. Muitas vezes a punição
deve ser alternada rapidamente com recompensas, por isso nunca ensine seu cão quando você estiver triste, zangado ou estressado, pois estas trocas rápidas ficam
muito difíceis quando a pessoa não está bem equilibrada emocionalmente.
Devemos ter cuidado ao alternar a punição com a recompensa para que o cão realmente entenda o que
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está acontecendo. Por exemplo, para ensinar um cão a não brincar de morder sua mão, provoque-o brincando com ele e coloque a sua mão numa posição que ele possa morder,
mas, assim que ele o fizer ou estiver quase fazendo, puna-o. Provoque-o novamente, oferecendo a mão, se ele mordê-lo outra vez, puna-o; caso ele não faça isto, recompense-o
(carinho, palavras carinhosas, etc.), e assim por diante, até o cão se recusar a mordê-lo todas as vezes que você apresentar a mão.
Se o cão não for claramente induzido a fazer a coisa errada antes de ser recompensado por recusar, poderá pensar que, para ser elogiado, é necessário que
seja punido antes, continuando assim a fazer a coisa errada para, após a punição, receber a recompensa. Por exemplo, você chega em casa e seu cão pula em você4 imediatamente
você o pune ignorando-o ou segurando suas patas e, tão logo o cão desça, você o elogia. O cão vai entender que, para ser elogiado, deve pular em você, "sofrer" um
pouco e logo será recompensado.
Para que você consiga deixar claro para o seu cão o que você está querendo que ele faça, induza-o a fazer a coisa errada (caso ele já não a faça naturalmente),
se ele se recusar a fazê-la mesmo induzido, recompense-o, caso contrário, puna-o. Repita tudo novamente, não o recompense simplesmente após ser punido.
Um outro exemplo: Quando o cãozinho estiver roendo um pé de cadeira, jogue disfarçadamente algo que o assuste e não o elogie quando ele parar! Caso você o
faça, o cãozinho vai aprender a roer para conseguir sua atenção, mesmo sabendo que terá que levar um pequeno susto antes de receber esta atenção. Para repetir a
experiência a fim de ensiná-lo, uma forma de induzir seu cãozinho a roer o pé da cadeira é colocar os brinquedos dele ao lado, caso ele opte pelos brinquedos, recompense-o,
mas se roer o pé da cadeira puna-o.
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A punição serve para que o cão se recuse a fazer algo. Quando tiver conseguido isto, elogie-o por ter recusado, já que o elogio tem efeito muito mais duradouro
e eficaz do que a punição.
Cuidado: Se a punição for severa demais, não ocorrerá o número suficiente de repetições para que o cão entenda qual o comportamento que a desencadeia.
FRACASSO COMO PUNIÇÃO E SUCESSO COMO RECOMPENSA
Uma das melhores punições é o fracasso. O fracasso é basicamente seu cão não conseguir obter ou fazer algo que pretendia. John Fisher, estudando métodos de
punição, descobriu que quando se atira um chaveiro próximo ao cachorro - o que aparentemente o puniria, causando-lhe medo -, na realidade o que se está ensinando
ao cachorro é que aquele barulho significa que ele não irá receber a recompensa.
É exatamente esse efeito que pretendemos quando utilizamos a palavra "Não" ou "Rei" (eu prefiro "Rei", pois é mais rápida e forte que "Não"). Devem ser pronunciadas
de maneira a não deixar dúvidas de que se trata de uma punição, e lembre-se de curvar o corpo e fazer cara de mau! Essas palavras, bem ensinadas, pó
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dem auxiliar no adestramento por avisá-lo de que, agindo assim, ele não será recompensado.
Da mesma maneira que o fracasso é uma das melhores punições, o sucesso é uma das melhores recompensas. Seu cachorro é punido e recompensado o tempo todo,
é assim que ele sobrevive! Come na hora que está com fome e é recompensado pelo prazer de comer, e assim por diante. Quando um filhote roe a sua mesa de estimação
está sendo recompensado pelo alívio da dor que sente na gengiva. Portanto, para se mudar um comportamento, precisamos primeiro procurar as recompensas correspondentes
a ele e, se possível, devemos eliminá-las ou substituí-las. Só assim poderemos obter sucesso na educação de nosso cão.
Se dermos água gelada para nosso filhote ou um brinquedo congelado, isto aliviará muito mais a sua dor na gengiva do que sua mesa preferida; e se, além disso,
você passar algum produto amargo (não tóxico) na sua mesa, irá puni-lo logo que ele for mastigá-la. Fazendo isso você reverte o comportamento indesejável para um
desejável, que é brincar com os brinquedos e tomar água. Perfeito, não é? Além de simples, você despersonalizou a punição e a recompensa, evitando que seu cão volte
e roer a mesa na sua ausência.
Tudo que estiver diretamente relacionado com o fracasso para seu cão poderá ser utilizado como punição. Podemos facilmente criar uma aversão a um objeto ou
a algo se os associarmos com o fracasso. Da mesma maneira que o click funciona como recompensa secundária, este objeto pode funcionar como punição secundária e,
se for sempre associado com fracasso, ganhará cada vez mais poder. Vamos supor que você escolheu o spray de água como objeto de punição, mas seu cão não dá a mínima
importância a ele. Basta você colocar, por exemplo, um pedaço d,? queijo no chão e, assim que seu cão for Pegá-la, você espirra água nele, diz "não" e o impede de
pegar a recompensa. Repetindo isto algumas vezes, logo seu cão associará o spray ao "não" e ao fracasso. Daí em diante, quando seu cão fizer algo errado
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e estiver ao alcance do spray, este poderá ser utilizado como punição.
BRONCA PODE SER RECOMPENSA
Agora vamos ver o problema da atenção. Como dissemos, o sucesso é um ótimo reforço, e o seu cão é um animal social que necessita de atenção, realmente necessita.
Se o seu cão estiver buscando atenção e conseguir, Bingo - sucesso! Até aí, nada de novo, mas você já reparou que quando damos uma bronca estamos dando atenção também?
Você já imaginou que seu cachorro pode estar virando um pseudomasoquista para conseguir sua atenção?
É muito difícil identificar o problema quando o seu cachorro está fazendo algo só para chamar a atenção; alguns casos são óbvios, outros até especialistas
encontram dificuldades para detectar. Por isso a nossa atenção deve ser o menos perceptível possível no momento da punição! O simples fato de olhar para o cachorro,
ou segui-lo, ou ainda limpar ou arrumar alguma bagunça que ele tenha feito já é considerado por eles como atenção. Cuidado! Como se comportar, então? Por exemplo,
nunca arrume a bagunça que seu cachorro fez na frente dele.
IGNORAR É UMA ÓTIMA PUNIÇÃO
Muitos problemas, a maioria, são resolvidos somente pela capacidade de ignorar - sim, é uma capacidade, pois seu cão pode aprender a fazer caras e gestos
quase impossíveis de ignorar! Se você é daquelas pessoas que logo após punir seu cachorro sente-se um miserável, vai pedir desculpas e ajoelha-se em frente a ele,
além de confundir a cabeça do animal, estará fazendo com que ele aprenda que ignorar você ou fingir-se de chateado será uma ótima maneira de conseguir sua atenção.
Ele achará que você gosta quando ele fica
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assim conservará esta atitude por mais e mais tempo. Se você simplesmente o punir de maneira adequada, não haverá razão para seu cachorro ficar emburrado, escondido
ou ignorá-lo.
APLICAÇÃO PRÁTICA
1. Não atropele os ensinamentos. A paciência aliada ao treinamento gradual assegura um adestramento mais bem-sucedido.
2. Somente aplique punições no momento em que ele praticou o ato; punições tardias não fazem sentido para seu cão.
3. Induza seu cão a repetir os comportamentos desagradáveis algumas vezes, para que, através da punição imediata, o comportamento possa ser controlado
ou eliminado.
4. Para que ele não faça o que não deve quando você estiver ausente, não deixe que ele ligue a punição à sua pessoa, isto é, despersonalize a punição
(nada de tapas ou jornal enrolado).
5. Não aumente a punição gradativamente, isto fará que ela perca a eficácia. Puna corretamente desde a primeira vez.
6. Sempre associe a punição com o fracasso, ou seja, impeça que a vontade de seu cão seja realizada. Por exemplo, seu cão quer comer uma torrada que
está em cima da mesa: a bronca, ou o susto, deverá impedir que ele coma a torrada.
7. A melhor recompensa é o sucesso, e a punição mais efetiva é o fracasso. Repetidas broncas muitas vezes podem ser consideradas como recompensa pelo
seu cão, já que ele pode estar buscando a interação com você.
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LINGUAGEM PARA SE COMUNICAR COM O CÃO
Cães não falam nossa língua, portanto devemos simplificá-la ao máximo.
Neste capítulo você vai aprender:
> Como se comunicar eficientemente com seu cão.
> A escolher as palavras de comando e como pronunciá-las.
> A importância da linguagem corporal.
> Por que um cão bem treinado só obedece aos donos.
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LINGUAGEM
O objetivo da linguagem é melhorar a comunicação. Quanto melhor a comunicação, melhor será o entendimento e mais eficiente será o adestramento.
Para comunicar-se eficientemente com o seu cão procure utilizar:
> o comando oral, variando a entonação.
> A postura corporal e expressão facial correspondentes ao comando.
> O gesto característico do comando que você estiver dando.
Ao utilizar esses três itens, simultaneamente, a comunicação será mais completa. Muitas vezes, apenas um dos itens já será suficiente para que seu cão o entenda;
mas, em algumas situações, seu cão somente conseguirá observar um deles. Se você estiver em um ambiente muito barulhento, sua voz talvez não seja forte o suficiente
para se sobressair. Um outro caso é quando nossas mãos estão ocupadas e nos resta apenas a voz para comandar o cão. Portanto, procure adestrar seu cachorro utilizando
os três itens sempre que possível, para que ele os relacione.
Devemos escolher cuidadosamente o vocabulário que ensinaremos ao nosso cão. Quanto mais simples, melhor! O ideal seria empregarmos apenas palavras de uma
só sílaba mas, como a maioria tem pelo menos duas, o que podemos e devemos fazer é destacar uma sílaba de uma palavra, pronunciando-a com mais força. Por exemplo:
ao falar SENTA, daremos ênfase ao SEN; ao falar DEITA, ao DEI, e assim por diante. Ao ensinar seu cão, jamais utilize duas palavras muito parecidas foneticamente,
porque isto irá confundi-lo.
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Nenhum comando deve ser parecido foneticamente com o nome do seu cachorro, e jamais deve constar da bronca ou punição uma palavra que lembre o nome dele.
Assim, se o cachorro chamar-se Pegasus, o comando pega pode ser confundido com o nome dele ou, ainda pior, ao chamá-lo, ele pode sair correndo e atacar alguém! Um
nome péssimo para seu cão seria Pão ou Bom, ou mesmo Cão, pois estes três nomes podem ser confundidos com a palavra não (bronca), transmitindo ansiedade e confusão
para seu cachorro.
Como dissemos anteriormente, evite a todo custo mencionar o nome do seu cachorro quando o estiver punindo. Nunca diga: "Tamy, não!" "Fred, sai!" Este conceito
é bastante simples, mas demanda muita atenção do proprietário. Treine bastante, assim com o tempo será natural não mencionar o nome do cachorro ao puni-lo.
Mesmo que você tenha mais de um cachorro, basta direcionar a punição ao cachorro "culpado" que ele entenderá, sem que seja necessário mencionar o nome dele.
Quem tem mais de um animal deve tomar ainda mais cuidado para não utilizar o nome do cachorro quando for dar uma bronca, pois pode propiciar disputas e brigas entre
eles (ler o capítulo sobre brigas).
Em seguida sugiro algumas palavras que você deve utilizar:
SENta, DEIta, VEM, JUNto, SObe, BUSca, LAte, Vivo, LIvre.
As sílabas em letras maiúsculas devem ser enfatizadas.
Desde que as palavras sejam escolhidas cuidadosamente, qualquer idioma serve. Cada palavra deve
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ser suficiente para o cão entender o que você quer, assim como os gestos.
Gestos que possam ser enxergados de longe pelo
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seu cachorro são ideais, pois são essas as ocasiões em que a voz costuma não ser o suficientemente forte.
E, por último, as expressões corporais. Elas, diferentemente das palavras, já carregam consigo algumas mensagens que o cão apreendeu instintivamente ou em
contato com outros cães ou humanos durante seu desenvolvimento. Se você utilizar um sorriso para algo bom, por exemplo, terá maiores chances de melhorar a comunicação
do seu cão com outras pessoas além de você mesmo. Um cachorro deve naturalmente evitar uma pessoa zangada e procurar uma sorridente e contente.
Portanto, sorria diante de algo que você gosta que seu cão faça, como quando ele lhe obedece, por exemplo.
Se for possível, utilize também seu corpo. A posição vertical significa neutralidade, agachar significa chamar para brincar e curvar-se na altura da cintura
significa punir.
Existe um consenso popular de que o cachorro só obedece ao treinador e ignora o proprietário, pois não entende os comandos de seu dono. Isso geralmente é
bobagem, a menos que o treinador do cão tenha um sotaque tão pronunciado que realmente as palavras soem completamente diferentes. O problema ocorre, geralmente,
devido à troca do agente punidor/recompensador (o cão sabe que deve respeitar o treinador para evitar uma punição ou para ganhar uma recompensa). Para que o cão
obedeça ao proprietário é necessário um envolvimento psicológico entre ambos, além da necessidade de que o dono conheça algumas técnicas.
Muitas pessoas imaginam que um ladrão terá
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domínio completo sobre o cachorro se este for adestrado com palavras comuns. Pensam que o ladrão ordenará ao cachorro que deite, depois, que fique, e, ainda pior,
que poderá mandar o cão atacar o próprio dono! Errado! Isto não acontece. O cachorro não é um robô e obedecerá de acordo com a hierarquia, relação de amizade, respeito
e amor.
Se você preferir ensinar os comandos em um outro idioma, procure um com que você esteja familiarizado, pois não seria nada conveniente ter que buscar um dicionário
para poder dizer ao seu cachorro SENTA, em alemão, por exemplo.
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APLICAÇÃO PRÁTICA
1. Sempre que possível, faça uso simultâneo da palavra, do gesto e da postura que traduzem um comando, para melhorar a comunicação.
2. Evite comandos parecidos com o nome do cão.
3. Reduza os comandos a uma única sílaba e dê uma entonação mais forte a ela.
4. Jamais utilize o nome do cão ao reprimi-lo ou puni-lo. Por exemplo:"Fred, não! Fred, sai daí!!"
5. Expresse com o tom da sua voz e com expressões faciais quando você estiver aprovando ou condenando o comportamento do seu cão.
6. Procure utilizar comandos fáceis e práticos, que se tornem automáticos para você. Evite ser obrigado a consultar um dicionário para poder se comunicar
com seu cão.
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TÉCNICA DO CLICK
"É difícil de acreditar que um simples clicker possa controlar animais tão grandes como baleias ou tão pequenos como peixes tropicais, e praticamente todos
os animais intermediários entre eles."
Gary Wilkes
Neste capítulo você vai aprender:
> A maneira inteligente de mostrar ao seu cão o que você deseja que ele faça.
> Sobre a ferramenta mais utilizada em adestramento animal.
> A reduzir a necessidade de petiscos e brincadeiras ao adestrar seu cão.
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O QUE É O "CLICKER"?
O click na essência nada mais é do que um jeito abreviado de dizer "muito bem!". Do que se trata? É um som característico produzido por um equipamento ou
pela boca e que, se bem utilizado, será adorado pelo seu cão que passará a fazer qualquer coisa para poder ouvi-lo. A técnica do click está sendo empregada praticamente
no adestramento de qualquer animal.
O click é produzido por um clicker (apito ultra-sônico, estalo de metal, um som característico feito com a boca, etc.).
Parece mágica? Não, não tem nada de mágico, é apenas lógico. O click é um sinal instantâneo que serve para indicar ao animal o exato comportamento que gerou
a recompensa, sendo considerado uma recompensa secundária.
As recompensas primárias são as que realmente interessam aos animais, como água, comida, atenção, distração, etc. As recompensas secundárias são sinais que,
associados às recompensas primárias, adquirem qualidades das recompensas primárias. Não entendeu? Lembra-se do experimento de Pavlov em que ele tocava uma sineta
e logo em seguida dava comida a um cachorro? Ao ouvir a sineta, o cachorro sabia que iria receber a ração e começava a salivar! O click é exatamente isso, quando
o cão ouve tal som ele sabe que receberá (pelo menos imagina que receberá) uma recompensa, que pode ser carinho do dono, um petisco, uma bola, qualquer coisa que
realmente o interesse. O cão começa a adorar o som e irá procurar fazer qualquer coisa para poder ouvi-lo e ser recompensado.
Um outro exemplo para deixar esse conceito mais claro ainda; uma recompensa primária seria sair para
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passear com seu cão, e a secundária seria pegar a coleira dele. Para o cachorro, o ato de pegar a coleira dele significa: "vamos sair para passear", e então fica
superanimado. Os clicks funcionam da mesma forma.
Por que devo usar um clicker? Existem vários bons motivos para você utilizar um clicker ao adestrar ou educar seu cão. Vamos enumerar alguns deles:
> É mais preciso do que um elogio falado.
> É mais rápido.
> Funciona bem a distância; é praticamente impossível jogar um petisco na boca do cachorro no exato momento em que o comportamento adequado ocorrer. O clicker
permite que haja este intervalo.
> O clicker reduz a necessidade de recompensas primárias, ou seja, você precisará de menos petiscos para seu cão.
Se você não tiver um clicker ainda, não se preocupe, utilize uma palavra que funcione como click e, assim que adquirir um clicker, troque a palavra pelo som
dele. Não, você não terá que adestrar seu cão novamente, e ainda se surpreenderá com a rapidez com que ele aprenderá que o som do clicker quer dizer "muito bem!".
Quando for utilizar uma palavra como clicker, escolha uma que seja forte e exata. Eu gosto de utilizar um estalo feito com a boca, já que "muito bem!" é mais
longo e não permite ser tão exato. A precisão e a rapi
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dez são fundamentais para indicar exatamente para o cachorro qual foi o comportamento que lhe possibilitou ganhar a recompensa. Se não contar com a ajuda de um click,
seu cão terá dificuldade de saber se recebeu a recompensa porque sentou ou porque pulou em você, se as duas coisas ocorrerem quase ao mesmo tempo.
CONFIRA PODER AO SEU CLICKER
Para que seu clicker comece a funcionar, você tem que fazer seu cão associar o som dele a recompensas. Quando for alimentá-lo, utilize o clicker; vai levá-lo
para passear?, utilize o clicker; e assim por diante.
Por exemplo:
1. Utilize o clicker.
2. Dê um petisco.
Para que seu cão relacione o barulho do clicker com a recompensa, procure clicar e recompensa-lo, no início, quase ao mesmo tempo. Você saberá que seu cão
relacionou o click com a recompensa quando, ao clicar, seu cão instantaneamente procurar a recompensa.
Leve o clicker e as recompensas para todas as aulas e utilize-os em seqüência sempre que for recompensá-lo. Assim, por exemplo:
1° Diga "senta".
2° O seu cão senta.
3° Use o clicker e, então, recompense-o.
APRENDA A CAPTURAR UM COMPORTAMENTO COM SEU CLICKER
Faça um teste para começar a aprender a utilizar o clicker, mas não se esqueça de antes relacioná-lo com
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recompensas. Segure uma guloseima que seu cachorro adore, após alguns segundos ele ficará impaciente e fará alguma coisa como latir, levantar a pata, etc. Escolha
um dos comportamentos e dique no exato momento em que ele o estiver fazendo, e em seguida recompense-o. Depois aguarde novamente o momento exato, dique e recompense-o
novamente. Repita o processo várias vezes.
Vamos supor que você esteja clicando toda vez em que ele estiver latindo - assim que ele entender que precisa latir para ser recompensado, espere um pouco
até que ele passe a latir duas vezes para receber a recompensa, e assim por diante. Um procedimento deste tipo poderá estimular o cão a latir tão intensamente que,
em pouco tempo, nem você nem a vizinhança conseguirão dormirem paz!!!
Todos os condicionamentos podem ser feitos dessa mesma maneira, mas, para cada um deles, existem truques para conseguirmos que o cachorro assuma certas posições
ou atitudes sem que precisemos esperar muito para que isso aconteça naturalmente.
Um outro exemplo é como ensinar o comando JUNTO:
Caminhe com o seu cão num parque ou na rua com uma guia comprida, seu cão passará à sua frente, irá para trás, para todos os lados e, em alguns momentos,
ficará na posição "junto" (ao seu lado). Clique só quando seu cachorro estiver nesta posição e recompense-o em seguida. Em pouco tempo seu cachorro descobrirá esta
posição maravilhosa que faz soar o clicker, e você terá capturado o comportamento desejado.
APERFEIÇOE O COMPORTAMENTO COM O CLLCKEIR
Após capturar o comportamento, devemos aos poucos aperfeiçoá-lo. Muitas vezes devemos capturar um outro comportamento parecido e aperfeiçoá-lo, até chegar
ao desejado. O caso do "deita", por exemplo:
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Seu cão sentou-se obedecendo ao comando "senta", daí você deve capturar cada movimento que seu cachorro fizer para descer (isto é, para deitar-se), sem cair
na tentação de puxá-lo para baixo com a guia, o que é uma péssima idéia, pois essa manobra atrasará o adestramento e relacionará desconforto ao comando "deita",
Aos poucos, seu cão vai se abaixando cada vez mais e logo estará deitando. Uma vez que tenha aprendido, só clique e recompense-o quando atingir a posição deitada.
Voltando para o já capturado comando "junto", para aperfeiçoá-lo, basta fazer o cachorro manter cada vez por mais tempo a posição até ouvir o click e receber
a recompensa.
CONFIRA AINDA MAIS PODER AO SEU CLICKER
Toda vez que utilizar o clicker será preciso também dar a recompensa? Não.
Para capturar um comportamento, sim, mas depois que ele o compreendeu, vá reduzindo as vezes que você o recompensa. Ou seja, no começo, para cada click ele
recebe um biscoito; depois, a cada dois ou três clicks ele terá um biscoito, e siga espaçando cada vez mais.
É importante mencionar que seu cachorro deve acreditar que cada vez que você clicar ele ganhará a recompensa. Uma boa comparação seria com uma máquina caça-níqueis,
em que toda vez que você enfia uma moeda você espera ganhar, e continua colocando, mesmo sabendo que não ganhará todas as vezes. É assim que o click deve funcionar,
o cão saberá que fez correto e que terá uma chance de ganhar. Suponhamos que o caça-níqueis estivesse viciado e premiasse sempre na quinta moeda, você esperaria
que outros jogassem até
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a quarta e só então você colocaria a sua moeda. A mesma coisa pode acontecer com o click, por isso devemos procurar dar o reforço esporadicamente, variando os intervalos,
sem uma periodicidade constante. Assim, por exemplo, recompense-o na primeira vez que você clica, depois só na quinta, na sexta, na décima, etc.
Treinadores profissionais entram nas provas de adestramento e trabalham com o cachorro durante toda prova sem dar nenhuma recompensa primária, mas os cães
julgam ter a chance de ganhar a recompensa em cada exercício que fazem.
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APLICAÇÃO PRÁTICA
1. Escolha um objeto (clicker) que produza um som rápido e instantâneo para que possa ser utilizado no adestramento.
2. Dê poder ao seu clicker, clique e recompense seu cão seguidas vezes, até ele relacionar o click com a recompensa.
3. Antes de tentar capturar o comportamento do cão com o clicker, leia o capítulo sobre coman dos e estude qual o truque específico que irá usar para cada comando.
4. Vá modelando e aperfeiçoando o comportamento do seu cão aos poucos; passe a recompensá-lo menos vezes e só nas melhores performances.
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COMANDOS
Ensine seu cão com carinho e dedicação que a resposta retomará da mesma forma... O que semeamos é o que colhemos.
Neste capítulo você vai aprender:
> Que o comando oral só deve ser utilizado depois do cão ter aprendido o comportamento.
> Como ensinar o comportamento desejado antes do comando.
> A seguir passo a passo as diversas etapas do adestramento.
> Em divisões específicas para cada comando, como captar, modelar e fixar os comportamentos desejados (senta, junto, etc.).
> A ensinar truques, jogos e brincadeiras para seu cão.
> Como planejar a ensinar qualquer comando.
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SENTA
Gesto:
Comando oral: SENta (enfatizar a sílaba SEN).
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O COMANDO
SENTA deve ser o primeiro ou um dos primeiros comandos a serem ensinados. Deve-se principiar pelos comandos mais simples, pois é mais difícil ensinar um cão
que ainda não entendeu a lógica do adestramento. Quanto mais comandos seu cão aprender, mais rápido aprenderá outros.
PARA CAPTURAR O COMPORTAMENTO
Para isso é necessário induzir o cão a sentar, procurando não causar nenhum desconforto que possa ser relacionado com o aprendizado.
Uma ótima maneira de fazer o animal sentar é segurar alguma recompensa acima da cabeça dele e esperar que ele se sente. Assim que ele se sentar, use o clicker
e dê a recompensa. Não deixe de dar a recompensa mesmo que ele tenha saído da posição desejada após o click.
Atenção: Nesta fase não diga "senta" ainda. Isto é importante! Não queremos que seu cão associe incertezas e ansiedade com a palavra "senta". Caso ele permaneça
sentado depois do click e da recompensa, desloque-se um pouco até que o cachorro fique de pé novamente e, assim que ele se sentar de novo, use o clicker e recompense-o.
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Repita o exercício até que seu cão passe a sentar-se todas as vezes que você erguer alguma recompensa.
RELACIONE 0 COMPORTAMENTO AO COMANDO ORAL E GESTUAL
Quando seu cão já estiver sentando sistematicamente toda vez que você erguer uma recompensa, você já pode começar a relacionar o comando oral ao ato de sentar.
Procure dizer o comando e fazer o gesto somente quando você estiver certo de que o cachorro sentará e, também, somente quando ele estiver interessado na recompensa.
MODELE O COMPORTAMENTO
Após o cão ter relacionado o comando SENTA com o ato de sentar, comece a não erguer a recompensa. Dê o comando somente uma vez e, quando ele sentar, use o
clicker e recompense-o. Caso ele não entenda o que você está querendo, volte a erguera recompensa e espere-o sentar.
Aos poucos não será necessário erguer a recompensa, somente o comando será suficiente. Após ter atingido este ponto, comece a deixar a recompensa cada vez
menos óbvia - por exemplo, dentro do seu bolso -, peça ao seu cão para sentar, clique assim que ele o fizer, retire a recompensa do bolso e dê a ele. Lembre-se de
que, assim que você clicar, ele tem o direito de sair da posição para buscar ou pegar a recompensa.
Comece a rarear a recompensa, ou seja, use o clicker mais vezes do que aquelas em que o recompen-
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sar. Procure recompensá-lo sempre que tiver uma ótima performance, e não o recompense quando demorar para responder ou sentar muito lentamente.
DIFICULTE E VARIE AS SITUAÇÕES
Comece a variar os locais em que seu cão terá que se sentar para receber a recompensa, e espere cada vez um pouco mais para clicar e dar a recompensa. O cachorro,
além de sentar prontamente, terá que se manter nesta posição até ouvir o click.
PROBLEMAS E SOLUÇÕES
O que fazer se seu cão pular, reatar e não sentar?
Cuidado, não force a traseira dele contra o chão e tampouco o enforque, pois essas sensações desagradáveis serão relacionadas com o comando. É necessário
ter paciência, procure manter a recompensa com você e, sempre que seu cão assumir a posição sentada, ofereça imediatamente a recompensa. Ele relacionará mais cedo
ou mais tarde a posição sentada com a recompensa, aí se tornará cada vez mais fácil fazê-lo sentar. Outra maneira de induzi-lo a sentar é fazê-lo chegar perto da
parede e oferecer a recompensa acima da cabeça dele; não podendo recuar, ele provavelmente sentará.
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O cão não está interessado na recompensa, o que fazer?
Procure uma outra coisa para oferecer ao seu cachorro, ou aumente a atração dele pela recompensa brincando você mesmo com ela e ignorando-o. Assim que ele
mostrar interesse, tente novamente.
Se mesmo assim seu cão não estiver interessado na recompensa, amarre-o num poste ou numa árvore e distancie-se dele, somente quando ele se sentar você vai
se aproximar dele fazendo a maior festa. Logo o cão notará que você só vem até ele quando ele se senta. Às vezes, pelo simples fato de estar amarrado, seu cão passará
a prestar mais atenção em você ou na recompensa.
O que se deve fazer quando o cão só se interessa pela recompensa em algumas situações?
Não se preocupe, peça para seu cão se sentar somente nas situações em que ele estiver interessado na recompensa e, aos poucos, o seu cão se interessará cada
vez mais pela recompensa e o obedecerá em qualquer situação.
VEM
Gesto:
Comando oral: VEM.
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INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O COMANDO
Geralmente, este é o comando mais útil, por isso, preste atenção:
Sempre que você utilizar este comando, tenha certeza de ter algo do interesse do seu cachorro à mão, caso contrário ele poderá começar a avaliar se vale ou não a
pena ir até você toda vez que você o chamar. Se você castigá-lo após chamá-lo, ele associará que ir até você é uma conduta errada.
Como dissemos nos outros capítulos, é importante que o cão não associe nada negativo aos comandos, principalmente o VEM. Por isso, se você já está acostumado
a chamar o seu cachorro com o VEM, por favor, passe a utilizar outro comando para chamá-lo para vir até você, e assegure-se de que, a partir de agora, você terá
todo cuidado para não relacionar nada de desagradável com a nova palavra de comando.
Quais as relações negativas que geralmente são associadas ao VEM?
Muitas, como chamar seu cachorro para tomar remédio, tomar banho, recolher-se ao canil, levar bronca, e até mesmo para finalizar um passeio no parque.
O difícil deste comando não é ensiná-lo ao cachorro, o difícil é não desensiná-lo. Várias vezes você precisa ou quer que o cachorro venha até você, mas só
utilize o comando quando tiver uma recompensa boa ou, no mínimo, quando puder fazer bastante festa para ele.
Sempre que precisar fazer algo desagradável com seu cão, use truques para conseguir Pegá-lo, mas nunca comandos, caso contrário o comando perderá completamente
a eficiência.
Dica: Para poder usar a palavra vem sem preocupação nas situações corriqueiras, adote uma outra palavra não tão comum para servir de comando para chamar o
cachorro até você instantaneamente. Esta diferenciação é importante para que você possa ter uma resposta certa e imediata do seu cão quando você realmente precisar.
Quantas vezes já vimos animais correndo em direção a um potencial perigo enquanto os donos
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se esgoelam chamando-os inutilmente.
CAPTURE O COM?ORTAMENTO
O adestramento do vem, em si, é muito fácil: basta dizer a palavra e mostrar a recompensa. No momento em que ele chegar até você, dê a ele a recompensa.
Diga VEM, alegremente. Este comando deve se utilizado juntamente com o nome do cachorro. Por exemplo: "Fred, VEM".
RELACIONE O COMPORTAMENTO AO COMANDO
Ao capturar o comportamento, o comando já pode estar associado, uma vez que, desde o princípio seu cão correrá para você assim que enxergar a recompensa.
Logo que seu cão relacionar a palavra com a recompensa, comece a associar o comando oral com o gesto.
MODELE O COMPORTAMENTO
Assim que ele aprender que toda vez que você disser o comando ele deverá ir até você para receber a recompensa, comece a combinar o comando SENTA, em frente
de você, antes de dar-lhe a recompensa. Ou seja, em primeiro lugar você vai chamá-lo e depois vai pedir para que se sente antes de dar a recompensa. Como para os
demais comandos, depois que seu cão entender perfeitamente este comando, não deixe a recompensa tão óbvia, para que ele o obedeça independentemente de avistar ou
não o prêmio.
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DIFICULTE E VARIE AS SITUAÇÕES
Comece a empregar o comando em situações e em lugares diversos, para isto utilize uma corda comprida mas leve e sutil, para que seu cão perceba o menos possível
que está amarrado a ela. Deixe que ele se distancie um pouco, prepare a recompensa, diga o comando, atraia o cão até você fazendo festa e puxando levemente a corda,
em seguida lhe dê a recompensa.
Se a corda for a ideal - seu cachorro não percebe que está amarrado a ela -, toda vez que você chamá-lo, ele achará que tem de ir na sua direção e pronto.
Treine o vem na presença de gatos, pessoas ou qualquer outra coisa pela qual seu cão se sinta atraído, para poder ter certeza de que ele atenderá ao seu comando
em qualquer situação.
PROBLEMAS E SOLUÇÕES
O que fazer se o cão ignorar o chamado quando não estiver amarrado a uma corda?
Procure utilizar uma outra recompensa mais Atrativa ou uma corda menos óbvia para ele.
DEITA
Gesto:
Comando oral: DEita (pronuncie o DEI mais forte).
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INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O COMANDO
Como no caso do senta e de alguns outros comandos, procure fazê-lo adquirir tal posição sem desconforto. Uma das coisas que devem ser evitadas é puxar o enforcador
para baixo para fazer o cão deitar.
CAPTURE O COMPORTAMENTO
Geralmente é mais fácil fazer o cachorro deitar depois de sentar, portanto ensine primeiro o SENTA, e só depois de bem ensinado introduza o DEITA.
Coloque o cão na posição sentada (clique e recompense-o).
Toque o focinho do cachorro com a recompensa e abaixe-a devagar numa posição em que praticamente toque o chão entre as patas dianteiras de seu cachorro, ele
deve seguir a sua mão apenas com o focinho, ficando um pouco "corcunda", aí clique e recompense-o. Caso ele saia com o corpo da posição sentada para seguir sua mão,
pare e recomece da posição sentada (sem recompensá-lo). Repita algumas vezes.
O próximo estágio parte também da posição sentada, só que agora mova sua mão direta e rapidamente para o chão. O cachorro receberá o clique e a recompensa
assim que tocar sua mão com o focinho. Vá distanciando a sua mão aos poucos, obrigando o cachorro a deitar. A cada progresso que ele obtiver, clique e recompense-o.
Aos poucos seu cachorro irá deitar cada vez mais rapidamente e com mais confiança; espere então cada vez mais um pouco para clicar e recompensá-lo para que
ele fique por mais tempo na posição deitada.
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RELACIONE O COMPORTAMENTO AO COMANDO
Agora que seu cão realmente aprendeu a deitar, introduza a palavra DEITA um pouco antes ou no exato momento em que ele começar a deitar e, assim que ele acabar
de deitar, clique e recompense-o. Toda vez que falhar, volte e refaça o exercício anterior. Procure ir trans-formando aos poucos o movimento da sua mão com a recompensa
no gesto de deitar, até que o cão deite somente com o gesto e o comando.
MODELE 0 COMPORTAMENTO
Assim que seu cachorro estiver fazendo bem o exercício, alterne-o com alguns outros comandos, somente fazendo soar o click e entregando-lhe a recompensa se
ele efetuar o comando correto. Recompense-o ainda mais por performances perfeitas.
DIFICULTE E VARIE AS SITUAÇÕES
Após o cão ter deitado, vá aumentando o tempo até clicar e recompensá-la. Peça para ele deitar nas mais diversas situações, até na frente de outros cães ou
diante de algo de muito interesse para ele. Antes de soltá-lo no parque, ou antes de deixá-lo passar por uma porta, peça-lhe para deitar-se.
PROBLEMAS E SOLUÇÕES
E se o cão que estava sentado resolver levantar a parte traseira para alcançar a recompensa em vez de deitar?
Progrida lentamente, volte para a posição senta e não o recompense a não ser que faça o movimento correto, contente-se com um pequeno passo de cada vez.
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FICA
Gesto:
Comando oral: Fica (pronuncie o FI mais fortemente).
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O COMANDO
FICA é também um comando muito útil. Imagine se você, ao ir passear com seu cão, resolve entrar numa loja para dar uma olhada. Se o seu cachorro souber esperá-lo
do lado de fora, ótimo! O dono da loja ficará contente, e você mais ainda.
Antes que você comece a ensinar o FICA, lembre-se de que, acabado o tempo necessário, deve liberá-lo toda vez que pedir para que ele fique. Não que ele vá
ficar congelado nesta posição para sempre, mas, se você não liberá-lo, nunca conseguirá manter seu cachorro por mais de alguns instantes nesta posição. E, se isso
acontecer, o cachorro tomará para si a decisão de sair da posição quando achar que é conveniente, o que não é exatamente o que você pretende; além do mais, o fato
de ser obrigado a tomar esta decisão causa uma ansiedade negativa no cachorro, acabando por influenciá-lo a sair da posição o mais rapidamente possível.
As pessoas encontram dificuldades em ensinar o fica por dois motivos principais. Em primeiro lugar, o cachorro pode achar que está sendo abandonado pelo dono
e sair correndo em sua direção. antes que ele escape. O outro motivo é o excesso de distrações em volta do animal, que torna a posição FICA a coisa mais chata do
mundo.
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São problemas simples mas, pelo fato de o cachorro se sentir recompensado, nos dois casos, quando sai da posição, devemos agir com muita cautela, caso contrário
nós o estaremos ensinando a não cumprir o comando. Por que em ambos os casos ele se sente recompensado? Por que o sucesso é uma das melhores recompensas que existem,
e nos casos descritos ele é bem sucedido naquilo que pretendia, já que quando saiu da posição pretendia ir para perto do dono ou, então, xeretar outras coisas. Independentemente
do que acontecer depois, ele foi recompensado no exato momento em que saiu da posição, e isto é péssimo.
Quais as dicas para superarmos estes problemas?
Primeiro, escolha um ambiente calmo, de preferência sua casa, pois, além de não haver muitas novidades em volta, ele não se sentirá abandonado se você se
distanciar um pouco dele. Viu que fácil? Outra maneira é amarrá-lo, sem que ele perceba, para que a tentativa fracasse, caso ele tente segui-lo.
CAPTURE O COMPORTAMENTO
Peça para seu cachorro sentar ou deitar e, assim que ele efetuar o comando, recompense-o. Aos poucos, vá aumentando o tempo de permanência até o momento de
clicar e recompensá-lo. Caso ele esteja saindo da posição antes de você liberá-lo, o período está grande demais. Evite fazer seu cão errar e, sempre que ele errar
(sair da posição), não o recompense.
RELACIONE O COMPORTAMENTO AO COMANDO
Assim que o cão entender que precisa esperar para receber a recompensa, estará na hora de introduzir o comando oral e gestual do FICA. Assim que seu cão sentar,
diga "fica", faça o gesto, espere alguns segundos e recompense-o.
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MODELE O COMPORTAMENTO
Comece a recompensá-lo somente quando ele se mantiver na posição corretamente, sem alterar a posição dos membros.
AUMENTE O ESTRESSE E VARIE AS SITUAÇÕES
Nesta etapa, comece a se distanciar um pouco do cão antes de voltar e dar-lhe a recompensa. Dê um passo para trás, volte e recompense-o. No início, não tire
o olho do cachorro para ele saber que o exercício não acabou e, aos poucos, vá mostrando que você não precisa estar prestando atenção nele para que, depois de alguns
segundos, ele seja recompensado.
Comece a olhar para os lados, vá se distanciando cada vez mais, ande em volta do cachorro e sempre o recompense quando voltar até ele.
Se você desconfiar que ele vai errar por algum motivo, no caso de um gato passar por perto, .por exemplo, faça-o fracassar! Prenda-o novamente, sem que ele
perceba, e caso ele saia da posição para perseguir o gato terá um surpresa: um tranco no pescoço! Mas preste atenção, não grite nem dê bronca, você não quer que
o cão relacione o tranco no pescoço com você.
Outra forma de variar a situação é você sair correndo ou pular por cima dele ou ir conversar com amigos, etc. Até o momento em que seu cachorro não saia da
posição de maneira nenhuma sem que você o libere!
PROBLEMAS E SOLUÇÕES
E se ele ficar um tempinho e depois sair da posição?
Vá mais devagar qualquer erro prejudica muito o aprendizado. Mas, quando ele errar, procure fazer que a intenção dele falhe. Por exemplo, se ele saiu para
correr até você, não lhe dê
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atenção nem recompensa, ignore-o por um tempo e depois peça-lhe que volte para a posição inicial e recomece novamente.
Atenção: Acostume-se a não ficar repetindo os comandos. Os cães podem entender que determinado comando só deve ser efetuado se falado algumas vezes, ou que
você realmente só quer que ele o efetue quando repetir várias vezes.
JUNTO
Gesto:
Comando oral: JUNto (pronuncie o JUN mais fortemente).
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O COMANDO
Como nos demais comandos, procure ensiná-lo num lugar calmo onde você já seja o atrativo principal, até que você também o seja nos outros locais.
Passear sem puxar a guia não é JUNTO. JUNTO é um comando, e passear sem puxar a guia deverá ser sempre algo natural para o seu cachorro, por isso, se for
este seu interesse, estude o capítulo de como ensinar o seu cachorro a não puxar a guia.
Este exercício pode ser feito com a guia, desde que seja sutil, fique frouxa e não seja usada como símbolo de autoridade, para que o cão não associe o JUNTO
a punição e o obedeça com ou sem a guia.
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CAPTURE O COMPORTAMENTO
Primeiramente, vamos capturar o comportamento do JUNTO, isto é, cada vez que ele assumir a posição junto, vamos clicar e recompensá-lo. Podemos guiá-lo para
a posição mostrando a recompensa.
O ideal é ensinar este comando quando estiver passeando com ele com o auxílio de uma guia comprida, pois ele irá para todo lado, para frente, para trás e,
por acaso, ficará algumas vezes na posição JUNTO.
Dê uma batidinha com a mão na perna quando ele tiver adquirido tal posição, clique e recompense-o imediatamente. Ao fazer isso, procure deslocar-se vagarosamente
para que o cão entenda que o junto é uma posição relacionada a você.
RELACIONE O COMPORTAMENTO AO COMANDO
Logo o seu cão perceberá que, toda vez que estiver ao seu lado e quando você bater a mão na perna, poderá ganhar a recompensa. Diga "junto" antes de clicar
e recompensá-lo.
MODELE O COMPORTAMENTO
Siga andando e recompense-o toda vez que estiver na posição correta. Comece a mudar de direção e a modificar o ritmo das passadas, continue clicando e re-compensando-o
se ele mantiver essa posição.
Comece a espaçar mais as recompensas e nunca deixe óbvio para o cão quando irá clicar e dar a recompensa. Por exemplo, clique e dê a recompensa no primeiro
passo, depois no quinto, no sexto, depois só no décimo e assim por diante. O objetivo é deixar o seu cachorro na expectativa de receber a recompensa a qualquer momento,
assim ele vai se manter ao seu lado, na posição correta, pronto para ser recompensado.
Procure utilizar o comando como parte da recompensa, isto é, diga JUNTO com alegria e entusiasmo. Quanto mais satisfação for relacionada com o comando, me
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Ihor. Procure utilizar a palavra quando o cão estiver mantendo a posição correta e não quando ele se distanciar e você chamá-lo para corrigir, para não criar uma
relação negativa (punitiva) com o comando.
DIFICULTANDO E VARIANDO AS SITUAÇÕES
Comece a andar em ziguezague, mude de direção e de velocidade, e só o recompense se mantiver a posição do JUNTO.
PROLEMAS E SOLUÇÕES
Não consigo ensinar meu cão a não puxar a guia durante os passeios, posso ensinar o junto?
Sim, não há nada que o impeça, só que isso provavelmente não resolverá o problema do puxar a guia durante os passeios.
BUSCA
Gesto:
Comando oral: BUSca (pronuncie o BUS mais fortemente).
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O COMANDO
A maioria dos cães adora buscar objetos naturalmente, mas poucos os devolvem ao seu dono. Seguindo as instruções descritas aqui, você não terá este problema.
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CAPTURE O COMPORTAMENTO
A captura deste comando será facilitada se você de vez em quando pegar um brinquedo do seu cachorro e jogá-lo longe; assim que seu cachorro for até lá e pegá-lo,
faça festa, mas não corra atrás dele. Elogie-o a distância. Caso ele se aproxime com o objeto na boca, faça mais festa ainda.
Você não deve correr atrás do cachorro, pois ele interpretará o ocorrido como uma ótima maneira de chamar sua atenção, e começará a fazer isto mais e mais
vezes.
Aos poucos, ignore-o caso ele não volte com o brinquedo até você, logo ele perceberá que a brincadeira só atrai a sua atenção se ele voltar até você.
Assim que ele estiver voltando sistematicamente, introduza a palavra "busca". Ele não estará devolvendo ainda o brinquedo para você, e nem você estará tentando
tirá-lo dele.
Este é mais um dos motivos pelos quais é melhor não ensinar o cachorro a brincar de disputar a posse de um objeto (o famoso cabo-de-guerra), já que muitas
vezes a recompensa é o próprio objeto; é preciso que seu cão saiba que tirar algo da boca dele não é brincadeira, é sério, e ele deve largá-lo assim que você pedir.
Parece triste, não poder brincar de cabo-de-guerra com seu cão, mas, acredite, ele inventará inúmeras outras brincadeiras com você.
Agora que ele sempre fica a seu alcance logo após você ter jogado um brinquedo, é hora de começar a tirá-lo dele. Uma das maneiras de fazer isso é dar um
petisco como recompensa; para poder pegá-lo, ele será obrigado a abrir a boca e soltar o brinquedo.
Preste atenção: elogie-o por ele ter voltado até você, aí pare de elogiar, praticamente ignorando-o, até tirar o brinquedo da boca dele; mas, assim que o
objeto estiver com você, elogie-o e recom-
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pense-o, ignorando totalmente o objeto. Isto é feito para que o cão não relacione o elogio com a tentativa de tirar o objeto, pois, se essa associação ocorrer, seu
cão vai disputar cabo-de-guerra toda vez que trouxer algo para você.
Outro cuidado é com a recompensa - às vezes, o cachorro está tão interessado na recompensa que não vai buscar nada, por isso é mais fácil ensiná-lo através
da brincadeira até que ele entenda que, para receber a recompensa, é necessário buscar o objeto.
RELACIONE O COMPORTAMENTO AO COMANDO
Assim que seu cão já estiver trazendo regularmente o objeto para você, comece a relacionar o comando e o gesto todas as vezes que arremessar o brinquedo.
MODELE O COMPORTAMENTO
Ensine-o a ir buscar o objeto somente quando você falar, para isto prenda uma cordinha fina na coleira de seu cão, segure-a firmemente com a mão ou pise em
cima, prendendo-a com o pé, atire o objeto mas não peça para ele ir buscar. O cão provavelmente sairá correndo e será surpreendido com um tranco no pescoço. Peça
para ele deitar e aí estimule-o a ir buscar, sem prender a cordinha, mostrando ao cão que ele não levará tranco no pescoço quando você der o comando BUSCA.
Comece a estimulá-lo a buscar cada vez mais rapidamente, e a trazer o objeto para você em linha reta; para isso diga busca com entusiasmo e, assim que seu
cão apanhar o objeto, corra para o lado oposto, fazendo-o correr para alcançá-lo.
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DIFICULTE E VARIE AS SITUAÇÕES
Comece a substituir os objetos para que ele entenda o busca com qualquer objeto. Os primeiros devem ser brinquedos de que ele goste bastante, mas, depois
que ele já tiver entendido a brincadeira, qualquer objeto servirá, pois ele estará interessado na recompensa (que pode ser sua atenção, a simples brincadeira ou
alguma outra coisa).
PROBLEMAS E SOLUÇÕES
Como ensinar o busca a um cão que corre atrás do objeto mas não apanha?
Ensine-o primeiramente a morder um objeto sob comando; para isso, pegue algo que ele morda, como um osso, dê para ele, clique e recompense-o. Aos poucos,
vá substituindo os objetos e aguarde mais para clicar até seu cão "acostumar-se" a segurar o objeto com a boca.
E se o cachorro pegar o objeto mas não voltar?
É o problema mais comum e é facilmente resolvido. Corra para o lado oposto, estimulando-o a vir atrás de você. Recompense-o sempre que ele vier até você carregando
o objeto, mesmo que no começo só carregue por alguns metros; estimule-o verbalmente (falando "muito bem!"), enquanto ele estiver com o objeto na boca, e pare imediatamente
assim que ele largá-lo.
PULA
Gesto: aponte para o obstáculo.
Comando oral: UPA.
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INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O COMANDO
Ensinar os cães a saltar sobre obstáculos além de divertido pode se tornar útil em algumas caminhadas mais rústicas, mas não estimule seu cão a pular obstáculos
altos antes de se tornar adulto, pois o impacto contra o chão pode prejudicar irreversível mente a estrutura óssea e muscular do cão.
CAPTURE O COMPORTAMENTO
Para capturar o comportamento, primeiramente devemos estimular o cão a simplesmente passar por cima de um cabo de vassoura ou uma corda no chão. Cada vez
que ele passar por cima, clique e recompense-o. Aos poucos, vá aumentando a altura do obstáculo, estimule-o a passar por cima, clicando no exato momento em que o
cão pular ou passar por cima do obstáculo. O cão relacionará rapidamente que o que gera a recompensa é pular por cima do obstáculo, e não passar por baixo ou contornar.
Uma das maneiras de se conseguir que o cão passe pelo obstáculo é mostrar a recompensa no lado oposto a ele, estimulando-o a ir buscá-la.
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RELACIONE COM O COMANDO
Assim que seu cão começar a saltar sistematicamente o obstáculo, introduza o comando upa um pouco antes dele saltar, clique no exato momento do salto e recompense-o
em seguida.
MODELE O COMPORTAMENTO
Alguns pulam tocando o obstáculo. Quando seu cão saltar mas tocar o obstáculo, não o recompense. Recompense-o somente pelos melhores saltos. Lembre-se de
ir modelando o comportamento aos poucos, não exija um salto perfeito logo no começo.
DIFICULTE E VARIE AS SITUAÇÕES
Aumente a altura e varie os obstáculos. Comece a apontar os obstáculos que seu cão deverá pular. Aponte para cadeiras, troncos deitados, etc.
PROBLEMAS E SOLUÇÕES
E se o cão se limita a dar a volta no obstáculo e se recusa a pular?
Recomece o treinamento. Não o force a pular, pois seu cão pode adquirir medo dos obstáculos.
PLANEJAMENTO DE COMANDOS AVANÇADOS
Se já ensinou os comandos básicos para o seu cachorro, está na hora de você planejar outros ensinamentos. Todos seguem a mesma rotina, mas quanto melhor você
entender o seu cão, mais fácil serão os novos aprendizados.
Apesar de mais avançados, o seu cão provavelmente os aprenderá
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com muito mais facilidade, pois já existe uma comunicação mais eficiente entre vocês, e seu cão já sabe que você está tentando lhe ensinar algo.
Primeiro, comece a combinar comandos. Por exemplo, diga "fique" para seu cachorro, vá esconder algo, e então diga a ele para ir buscar; na volta, peça para
ele se sentar à sua frente e retire o brinquedo. Tudo isto pode ser considerado um único exercício, e seu cão saberá que deverá fazer tudo corretamente para receber
a recompensa. Mas vá devagar, evite a todo custo que ele erre.
Pense o que você quer ensinar a ele, depois divida em etapas fáceis e lógicas. Vamos seguir um exemplo: você quer que o seu cão busque objetos identificados
pelo nome.
Uma maneira não muito inteligente seria esperar que ele acertasse naturalmente, e só então você o recompensaria. Além de ser um processo demorado, você pode
acabar treinando o cachorro a não buscar objetos, já que a maioria das vezes que o fizer ele não receberá nenhuma recompensa, já que. trará objetos diferentes daqueles
que você pediu pelo nome.
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Devemos dividir o treinamento em duas partes:
1. O comando busca, que seu cachorro já deve conhecer bem,
2. e a identificação de objetos.
Como seu cachorro já sabe o BUSCA, vamos ensiná-lo a identificar os objetos. Uma das maneiras é assim:
A. Segure o objeto (chaves do carro, jornal, etc.) na frente do seu cachorro.
B. Clique e recompense-o quando ele o investigar (cheirar).
C. Repita o processo várias vezes.
D. Quando seu cão começar a tocar nos objetos para conseguir a recompensa, comece a falar os nomes um pouco antes de ele tocá-los.
E. Ensine, pelo menos, o nome de dois objetos.
F. Coloque três objetos no chão e diga o nome de um deles. Só dique e recompense seu cachorro quando ele identificar o objeto corretamente.
Agora, seu cachorro já sabe buscar e também identificar objetos, e você já pode pedir para que ele busque um objeto determinado, mas só o recompense se ele
buscar o correto. Pronto, não é tão difícil assim.
Podemos ensinar uma infinidade de coisas aos nossos cães, o truque é planejar o aprendizado em etapas fáceis e óbvias.
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NÃO COMER COMIDA ENVENENADA
Infelizmente é muito comum a morte de cães por envenenamento proposital. Este ensinamento previne muitos acidentes e pode salvar a vida do seu cão. Como qualquer
condicionamento, não basta ensinar uma vez e esquecer-se do assunto. Lembre-se de verificar se o seu cão continua recusando alimentos atirados no seu quintal.
Será mais fácil condicionar seu cão se ele estiver acostumado a receber comida somente dos donos ou apenas em sua vasilha de ração (de preferência sempre
no mesmo local).
'A punição para o comportamento errado obviamente deve ser despersonalizada, pois queremos que o cão não ingira alimento atirado, independentemente da nossa
presença, e para isso devemos montar armadilhas punitivas. Planeje cuidadosamente a situação para que se assemelhe o mais possível a um acontecimento real. Isto
envolve uma pessoa estranha, para o seu cão, jogando o alimento. Lembre-se de não tocar no alimento para não deixar o seu cheiro, pois o cão poderá relacionar o
seu cheiro no alimento à punição e poderá ingerir o alimento quando ele não tiver o seu cheiro!
A maneira mais eficiente e segura que encontrei para condicionar os .cães a não comer alimentos envenenados é usando um choque elétrico fraquíssimo que não
fornece nenhuma pista de que é uma armadilha para seu cão, o que não acontece com qualquer substância amarga que poderíamos utilizar para essa finalidade e
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que poderia ser descoberta pelo cheiro, além de que, ao ser ingerida, poderia causar alguma alergia ou um problema digestivo para o cão.
Atenção: Não ligue a carne diretamente na corrente elétrica (110 V), pois isto pode matar o seu cão!
O choque elétrico deve ser muito fraco, para causar somente um pequeno desconforto, obrigando o cão a largar o alimento. Mesmo que ao testar com a sua mão
o choque pareça ser fraco demais e você tenha dificuldades para percebê-lo, não se preocupe, seu cão provavelmente sentirá, pois ele tentará pegar o alimento com
a boca, que é úmida, conseqüentemente permitindo a passagem de corrente mais forte.
Utilize a armadilha em diversos locais e com diversos alimentos, sempre tentando imitar o que realmente poderia acontecer.
Em seguida, apresentamos uma sugestão de como montar uma armadilha segura para punir seu cão. Advertência: esta montagem só deve ser feita por pessoas capacitadas
a trabalhar com eletricidade.
Lembre-se de que você pode testar com a mão e sentirá um choque fraquíssimo.
1. Compre um fio elétrico fino do comprimento de seja do, instalando uma resistência de 1 meghom para que o choque fique extremamente fraco.
2. Amarre uma das pontas do fio no alimento (por exemplo, carne crua) e a outra ligue na tomada no pólo que dá choque. Encoste um dedo no alimento outro no chão,
para verificar se há corrente.
3. Peça para alguém jogar o alimento no quintal e observe disfarçadamente seu cão tentar pegar o alimento.
Se ainda assim seu cão ingerir o alimento, verifique
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se o sistema elétrico está funcionando. Se estiver, será o caso de aumentar o choque ligando mais resistências de 1 meghom em paralelo (até um limite de 4, no máximo),
até que seu cão "sinta" o choque e desista de pegar a carne. Teste você antes para ter certeza de que o sistema está funcionando para não prejudicar o aprendizado
de seu cão.
TRUQUES, JOGOS E, BRINCADEIRAS
CUMPRIMENTA
Para ensinar este comando, parta do SENTA e clique e recompense cada movimento que seu cão fizer para ficar na posição desejada. Para estimulá-lo a adquirir
a posição, segure a recompensa acima do cão sentado, bem próximo à cabeça dele, estimulando-o a se esticar para conseguir pegá-la. Ou seja, se ele levantar uma pata,
dique e recompense-o e, aos poucos, exija que se levante cada vez mais. Caso ele pule, não o recompense e comece novamente.
FRISBEE - FREE STYLE
Jogar frisbee (disco de plástico leve, próprio para arremesso) com cães é um esporte já bem difundido nos EUA, e assistir cães bem treinados é um espetáculo.
Os cães ativos costumam adorar esse esporte, que tem a característica de ser pouco desgastante para o proprietário, já que é o cão que corre, pula e traz o frisbee
de volta.
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O esporte nada mais é do que lançar o frisbee e seu cão trazê-lo de volta, mas você pode incrementá-lo aos poucos. Ensine seu cão a saltar e pegar o frisbee
no ar, o que, com a prática, seu cão naturalmente começará a fazer, depois comece a associar os comandos, como, por exemplo, pedir para seu cão pular por cima de
você, ao mesmo tempo que você arremessa o frisbee.
Procure recompensar seu cão utilizando o método do click até que a brincadeira passe a ser a própria recompensa. Por exemplo, peça para seu cão pular sobre
você e só jogue o frisbee para ele buscar após ele ter pulado e, quando ele trouxer o frisbee, clique e ofereça algum petisco, o que o fará largar o disco. Aos poucos
seu cão curtirá tanto a brincadeira que não será mais necessário o petisco.
ACOMPANHAR A BICICLETA
Uma ótima maneira de reduzir a ansiedade do seu cão é levá-lo para o acompanhar num passeio de bicicleta. Existem alguns medidas preventivas para evitar acidentes,
mas, mesmo assim, tome o máximo de cuidado até seu cão se acostumar com os passeios.
O acidente mais comum que acontece ao en-sinar-se um cão a acompanhar uma bicicleta é o atropelamento do cão pelo próprio ciclista, por isso, amarre a guia
de uma maneira que seu cão não possa cruzar à sua frente.
Atenção: A ponta da guia não deve passar o eixo da roda da frente da bicicleta.
Existem equipamentos que são feitos especialmente para tornar mais' seguro o passeio com seu cachorro. Além de manterem seu cão a uma distância segura da
bicicleta, alguns possuem travas de segurança que se abrem automaticamente quando há uma pressão excessiva, o que acaba sendo muito útil quando "pas-
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sar", por exemplo, um poste entre você e seu cão.
PUXAR PATINS, ETC.
Cães podem ser treinados para puxar skates, patins, etc. A sugestão é colocar um peitoral para que ele possa fazer força sem ser enforcado, e também para
que não se acostume a puxar a guia quando estiver sem o peitoral.
É importante que seu cão acostume-se primeiramente com os patins ou com o skate antes de começar a treiná-lo a puxar. Para isso, simplesmente leve-o para
passear quando você estiver patinando ou andando de skate. Este comando é mais facilmente ensinado com a ajuda de uma segunda pessoa, que poderá chamar o cachorro,
induzindo-o a puxar você.
GUARDAR OS BRINQUEDOS
Treinar seu cão a guardar os brinquedos dele dentro de uma grande cesta é algo muito útil, não só para organizar a casa mas também para ocupar os cães mais
ativos que querem ficar brincando o tempo todo.
A palavra de comando pode ser visita, e sempre que seu cão ouvi-la irá correndo guardar os brinquedos.
Qual a dica para treinar este comando? Primeiramente ensine o busca, depois, com a cesta de brinquedos na sua frente, peça para o cão largar o brinquedo,
que naturalmente cairá dentro da cesta - neste exato momento clique e recompense-o. Aos poucos, vá se afastando da cesta e só clique quando seu cão deixar o brinquedo
dentro dela. Introduza o comando assim que seu
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cão entender que ele deve pegar o brinquedo e colocá-lo na cesta.
Introduza mais um brinquedo na atividade e, assim que seu cão soltar o primeiro, clique, recompense-o, e peça-lhe para buscar o segundo. Vá introduzindo cada
vez mais brinquedos e recompense-o cada vez menos, até que ele entenda que é necessário guardar todos os brinquedos para receber o petisco.
PROCURAR AS CHAVES
Este comando é bastante útil para pessoas distraídas que sempre perdem as chaves. Seu cachorro adorará ajudar você a achá-las, além de ser um belo truque
para impressionar seus amigos.
Para ensinar seu cão a procurar suas chaves pela casa, é necessário ensiná-lo primeiramente a buscar objetos.
Compre um chaveiro interessante, e de preferência indestrutível, para seu cão ficar mais interessado nas chaves, e então comece a brincar com o comando busca,
mas inclua a palavra chave, ou seja, diga busca chave. Peça para seu cão ficar ou prenda-o em algum lugar, esconda as chaves e peça para ele achá-las. Aos poucos,
ele relacionará o comando com achar as chaves.
Minha cadela percebeu que, após eu bater com a mão em cima do meu bolso para procurar as chaves, eu pedia para ela ir buscá-las, agora basta bater a mão no
bolso para ela sair como uma bala para pegá-las.
Dica: Passe um pouco de perfume no chaveiro ou compre um que já tenha um cheiro característico para facilitar a busca das chaves e permitir que o cão as ache,
mesmo nos lugares mais escondidos.
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ATAQUE E DEFESA
Muitas pessoas maltratam e confinam o animal para que ele possa se tornar um bom cão-de-guarda. Este é um conceito totalmente errado que felizmente, aos poucos,
está deixando de ser posto em prática.
Um cão que fica preso, ou que não foi devidamente socializado, pode desenvolver agressividade provocada pelo medo, que é o tipo de agressividade mais perigoso
e difícil de controlar. Um bom cão-de-guarda não é aquele que você é obrigado a manter confinado no quartinho dos fundos ou preso a uma corrente, pois atacaria até
mesmo seus filhos ou qualquer amigo deles. O bom cão-de-guarda é aquele animal que pode estar sempre com você, que é capaz de intimidar pessoas com más intenções
ou até mesmo atacar se for preciso; para que isso possa ser feito com segurança, é necessário um cão corajoso, extremamente socializado e com um temperamento impecável.
Por isso, independentemente da função futura de seu filhote, trate-o da melhor forma possível e socialize-o com todos os tipos de pessoas e animais, para que se
torne corajoso e destemido.
Antes de começar a estimular a agressividade de seu animal, lembre-se de que todo adestramento é um condicionamento, e tem que ser constantemente controlado
para que não se modifique. Quem assiste provas de ataque e defesa sabe que é bastante comum cães agarrarem o braço do figurante e, mesmo sob o comando do treinador,
não soltarem imediatamente. Imagine agora que seu cão confundiu o comando ou a atitude de algum amigo seu e resolve triturar o braço dele por mais alguns segundos
antes de largar...
Estimular a agressividade de um carnívoro potente é perigoso e algo que não deve ser tratado como brincadeira. Certifique-se de que seu cão possui um ótimo
temperamento e que os comandos de ataque não serão usados com leviandade pelas pessoas que convivem com o animal.
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Um cão que mora com uma família possui uma realidade diferente da de cães que são utilizados na caça de criminosos, por isso o ataque e a defesa desses cães
devem ser diferenciados. Você provavelmente não gostaria que seus amigos se sentissem intimidados ao dar tapinhas nas suas costas ou se sentissem obrigados a se
comportar de determinada maneira, só porque você possui um cão-de-guarda; ou mesmo que os coleguinhas de seu filho estivessem em perigo sempre que uma brincadeira
física estivesse acontecendo.
Com base na realidade de famílias que têm um cão e nos perigos reais que elas enfrentam, estão mencionados aqui alguns comandos e dicas que podem proteger
sua casa e, ao mesmo tempo, não criar um monstro ou um cão que exija que você fique alerta o tempo todo para evitar acidentes.
DEFENDER A CASA ATÉ VOCÊ CHEGAR PERTO
Grande parte dos cães já defendem a. casa naturalmente, mas é importante que eles parem de latir ou de se mostrar agressivos assim que você se aproximar,
esperando para adotar qualquer atitude de acordo com o sentimento que você demonstrar. Assim, você terá um cão que defende a sua casa mas permite que suas visitas
e amigos entrem sem problemas.
DICA PARA CÃES QUE NÃO MOSTRAM AGRESSIVIDADE PARA PROTEGER A CASA
Peça para um amigo seu que não conheça seu cão para provocá-lo por trás do muro ou grade, instruindo-o para sair correndo, fingindo que está morrendo de medo,
a qualquer sinal de agressividade por parte do cão. A intenção deste condicionamento é fazer o cachorro se sentir recompensado ao conseguir impedir um estranho de
se aproximar de seu território. Aos poucos, a autoconfiança dele aumentará e o "estranho" poderá provocá-lo ainda mais. É importante que você não este-
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ja próximo ao se fazer este exercício. Se o seu cão estiver desenvolvendo medo do "estranho", a provocação estará indo longe demais para a autoconfiança do cão.
COMO FAZER O CÃO PARAR DE LATIR QUANDO VOCÊ SE APROXIMAR
Se você for o líder da matilha, provavelmente isto ocorrerá naturalmente, assim que você mostrar calma diante da situação. Caso isto não esteja ocorrendo,
continue aplicando as dicas para se tornar o líder da matilha e procure utilizar uma punição personalizada, como é o caso do spray com água para impedir seu cão
de latir. Ou seja, sempre que latir, espirre nele e diga "não"! É importante personalizar esta punição, já que você quer que o cão continue latindo até você se aproximar.
Atenção: Quando necessário, é o proprietário que deve punir e não o estranho! Um estranho nunca deve punir um cão-de-guarda.
Mantenha o controle do condicionamento: Com o tempo seu cão pode se tornar mais ou menos agressivo, por isso, lembre-se de manter o condicionamento.
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COMANDO AMIGO
Não devemos nos esquecer de ter o cuidado de não punir a agressividade antes que ela realmente ocorra, ou seja, não é porque um gato está passando na frente
do seu cão que você irá puni-lo, dar um tranco na guia ou ameaçá-lo. Caso você faça isso, pode ocorrer o oposto, o cão pode associar o gato a algo ruim, já que acontecimentos
desagradáveis ocorrem sempre que um gato é avistado. Por isso é muito útil ensinar um comando para cortar a agressividade de seu cão. Sempre que você o utilizar,
seu cão saberá que não será tolerada qualquer agressividade. Este comando pode ser utilizado tanto para pessoas quanto para outros animais.
Diga a palavra AMIGO antes de seu cão mostrar agressividade e recompense-o por não mostrá-la. Brinque com ele ou dê um petisco ao passar por gatos, outras
pessoas ou objetos diante dos quais seu cão poderia se mostrar agressivo. Lembre-se, recompense-o antes dele se mostrar agressivo, caso contrário você estará recompensando
a agressividade dele.
ATACAR SOB COMANDO
Um cão que vive numa família deve estar relaxado e se divertindo com as visitas e amigos do proprietário e não preocupado em avaliar as situações de perigo,
já que há a possibilidade de uma interpretação errada por parte do animal, colocando em risco a integridade física ou psicológica dos demais.
Um cão pode agredir naturalmente um amigo que se aproxime rapidamente ou que faça algum movimento considerado perigoso pelo cão. Apesar de ser natural, não
devemos tolerar este tipo de comportamento, que, com o tempo, pode ir se intensificando e se tornando desagradável e até mesmo perigoso. Por isso devemos ensiná-lo
a atacar apenas atendendo a um comando.
Uma das maneiras mais fáceis de ensinar seu cão a atacar é pedir para um "estranho" provocar seu
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cão e sair correndo, da mesma maneira que se treina para latir para estranhos. Assim que o "ladrão" sair correndo, recompense o cão.
Antes de relacionarmos uma determinada palavra com o ato de ataque, devemos ser realistas e imaginar o que aconteceria se um ladrão ouvisse você dizendo "pega"
para seu cão! É mais interessante você fingir que está tentando controlar um cão agressivo do que deixar perceber que está mandando um cão superadestrado atacar
o ladrão. Por isso, escolha cautelosamente uma palavra de comando para o ataque. Também não é necessário gritá-la, é muito mais útil se você puder sussurrá-la.
Assim que você condicionar seu cão a mostrar um comportamento agressivo contra alguém sob comando, procure recompensá-lo com petiscos ou brincadeiras, e não
mais com o figurante correndo para que toda "agressividade" seja para ganhar um petisco. Se o trabalho for bem feito, você ficará impressionado com o cão, pois assim
que você clicar ele ignorará totalmente o "figurante" para quem segundos antes estava rosnando, latindo e mostrando os dentes, e prestará o máximo de atenção em
você para ganhar a recompensa.
Para modelar o comportamento, você pode ir reforçando o "ataque", exigindo que seu cão ataque, morda e segure o figurante para poder receber a recompensa.
Algumas maneiras de se treinar o cão a atacar é recompensá-lo pelo prazer que ele terá em ganhar a luta e controlar o oponente (não recomendo este tipo de condicionamento
para cães que conviverão com a sua Família).
Um condicionamento bem mais seguro é permitir que o cão ameace, pule em cima, mas não morda. A nossa intenção é quase sempre espantar e não segurar o ladrão.
Lembre-se de que nas situações de assalto as pessoas estão em pânico, e assustar um ladrão armado nem sempre é a melhor solução.
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FINGIR AGRESSIVIDADE EM UM PASSEIO QUANDO UM MARGINAL SE APROXIMA
Passear na rua com um cão de porte médio ou grande que se mostre agressivo com certeza protege muito mais do que estar acompanhado de um cão que se mostre
completamente dócil, mesmo que ele tenha sido treinado para atacar se alguém agredir o proprietário. O fato é que raramente um ladrão pensa em agredir uma pessoa
que está passeando com um cão, mas poderá ameaçar você e pedir-lhe delicadamente que passe seus objetos de valor, enquanto seu cão supertreinado assiste calmamente,
já que o ladrão não lhe aplicou uns bons tapas e você não é louco de berrar pega.
A melhor maneira de prevenir um assalto é fazer com que seu cão pareça agressivo e que qualquer aproximação será perigosa, mesmo que na realidade não seja.
Um ladrão antes de assaltar uma pessoa procura observá-la um pouco e espera o momento ideal para agir; se seu cão latir e rosnar para alguém, mesmo que não seja
para o ladrão, ele provavelmente se intimidará. Por isso, utilize o comando para ataque de vez em quando durante os passeios, clique e recompense seu cachorro se
ele se mostrar agressivo. Seu cão, sempre que você pedir, procurará alguém à sua volta para latir a fim de ganhar a recompensa. Utilize o comando sussurrando-o sempre
que achar que alguém com más intenções está se aproximando, isso vai dar para o ladrão a falsa impressão de que seu cão é agressivo e está fora de controle.
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APLICAÇÃO PRÁTICA
1. Só comece a usar a palavra correspondente ao comando depois que o cão já estiver condicionado ao comportamento desejado. Por exemplo, só depois
que seu cachorro tiver aprendido a andar a seu lado, você passará a usar a palavra junto.
2. Não se esqueça de que o cão deverá ter assimilado bem um comportamento antes de passar de uma etapa para a seguinte. Assim, primeiro capture o comportamento,
depois relacione o comportamento ao comando, em seguida modele o comportamento, varie as situações, etc.
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QUINTA PARTE
PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO COMO RESOLVER
Neste livro procuramos explicar o quanto os cães são inteligentes e de que maneira eles pensam. Não devemos declarar guerra a nossos cães, e sim aprender
a pensar como eles. Eles não são robôs nem seres condicionados que simplesmente reagem a estímulos, são animais que merecem nosso respeito e consideração. Para nós
é obviamente errado quando eles latem para o carteiro, ou cavam, abrindo buracos no jardim, etc., mas para nossos cães esse comportamento é perfeitamente normal
e natural, até o momento em que ensinarmos o oposto a eles. Eles não fazem isto para nos irritar, acredite! Tenha paciência, procure entender o verdadeiro motivo
que leva seu cão a se comportar mal, corrija-o da melhor maneira e de forma inteligente.
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AS NECESSIDADES FISIOLÓGICAS DO CÃO
Neste capítulo você vai aprender:
> Que o cão pode urinar ou defecar em lugares variados, por diversos motivos, cada um deles exigindo um tratamento diferenciado.
> Que as broncas podem piorar o problema.
> A melhor maneira de acostumá-lo a fazer as necessidades num único local.
> Os equipamentos que auxiliam no condicionamento.
> O cronograma que permite ensinar o filhote a urinar somente num local em apenas alguns
dias.
> Que não se deve limpar os excrementos feitos em local errado quando seu cão estiver presente.
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FAZER AS NECESSIDADES EM UM LUGAR DETERMINADO
Fazer as necessidades em um lugar determinado é um comportamento que pode ser ensinado tanto para cachorros adultos quanto para filhotes, sendo relativamente
simples treiná-los. Alguns filhotes aprendem em menos de três dias.
Os cachorros urinam e defecam levados por diversas causas além da natural necessidade biológica, tornando-se necessário identificar cada uma delas, pois o
método de controle varia de acordo com o motivo.
Um cachorro que urina por submissão, se receber uma bronca ao urinar (por submissão), com certeza terá o seu problema agravado. Se o seu cachorro urinar pela casa
para mostrar a você que ele é o chefe, cabe a você trabalhar para tornar-se o chefe da matilha (leia o capítulo A Matilha) e não simplesmente mostrar-lhe o local
adequado para urinar.
O CONDICIONAMENTO COMEÇA CEDO
Se for possível, prefira ensinar seu cachorro a fazer as necessidades no jardim ou no quintal, e não sobre jornais dentro de casa. Caso você tenha essa possibilidade,
eduque-o desde cedo a fazer as necessidades no local definitivo, isto é, não o treine a fazer sobre o jornal se você quiser que ele o faça futuramente do lado de
fora da casa.
Assim que você levar o filhote para casa, pode começar o treinamento. Aos dois meses, um filhote já pode estar perfeitamente treinado para defecar e urinar
do lado de fora da casa.
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Grande parte dos filhotes aprende a urinar para chamar a atenção dos donos, e eles geralmente são bem-sucedidos. Os donos não percebem, mas muitas vezes ao
dar uma boa bronca em seus cachorros estão lhes dando exatamente o que eles pretendiam: atenção! Por isso, preste atenção nas dicas descritas aqui e siga-as rigorosamente
para evitar problemas futuros.
Antes de começar o treinamento, adquira os seguintes produtos que o auxiliarão neste treinamento:
1. uma caixa de transporte;
2. um produto neutralizador de odores.
NÃO DÊ ATENÇÃO A COMPORTAMENTOS INDESEJÁVEIS
A melhor maneira para se treinar um filhote a utilizar somente um lugar é impedi-lo de defecar em outros locais e estimulá-lo a defecar no local adequado.
Nunca dê bronca ou chame a atenção do filhote depois de ele ter feito a sujeira - isto é importante! Levar o filhote para o local do crime e repreendê-lo ou, ainda,
esfregar seu focinho no local são atitudes que só agravam o problema. Por que isso acontece? Simples, o cachorro percebe que você dá atenção a urina e fezes e, além
disso, que você é capaz de parar o que está fazendo para lhe dar atenção caso ele defeque ou urine. Você já deve ter visto cães começarem a estragar móveis e objetos
e a urinar pela casa inteira quando o dono recebe visitas; um dos motivos que levam o cão a agir assim é o desejo de chamar a atenção do dono que, naturalmente,
está voltada para as visitas.
Como já foi dito, evite ao máximo dar atenção
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quando o filhote urina ou defeca fora do lugar apropriado. Se o "acidente" por caso acontecer quando você não estiver prestando atenção, finja que você nem viu as
fezes e a urina; espere que ele vá para outro recinto, limpe a sujeira e neutralize o odor (use o neutralizante em lugar de um simples produto de limpeza). É importante
neutralizar, pois os cachorros naturalmente fazem as necessidades nos lugares em que sentem cheiro de fezes e urina.
Devemos ter um cuidado especial para evitar que o cachorro faça suas necessidades fora do local correto, pois, além de deixar seu cheiro e provocar outros
desastres, cada vez que seu cachorro defeca ou urina, não importa onde, ele imediatamente se sente recompensado pelo prazer de se sentir confortável (o desconforto
da bexiga ou do intestino cheio passa).
ROTINA COMO SOLUÇÃO
Agora que sabemos que é necessár1o evitar ao máximo que o cão faça suas necessidades no lugar errado, que não devemos dar broncas no cachorro quando ele fizer
isso, e muito menos limpar os excrementos na frente dele, é importante aprender as dicas para se chegar à situação ideal.
Você deve tomar alguns cuidados especiais para que não seja um mistério o momento em que seu cachorro irá fazer suas necessidades, assim você poderá levá-lo
ao local adequado - isso mesmo: levá-la ao local -, para que possa recompensá-lo enquanto estiver fazendo suas necessidades. Dessa forma, para o cachorro, fica óbvio
qual é o local certo para fazer as necessidades, e ele também descobre que consegue sua atenção se urinar ou defecar ali. É interessante observar cães que vão para
o local correto para fazer suas necessidades quando há visitas em casa, pois sabem que conseguirão a atenção do dono se fizerem no local correto. Perfeito, não?
A maneira ideal para se conseguir prever quando
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seu cachorro irá urinar ou defecar é estabelecer uma rotina. A alimentação deve obedecer os mesmos horários todos os dias, e ele deve ser levado para o "banheiro"
antes e depois das refeições e estimulado a fazer suas necessidades. Quando ele começar a fazê-las, agrade-o e mantenha-se fazendo isto até ele acabar, mas, assim
que ele terminar, leve-o de volta para casa.
Apresentaremos alguns esquemas de rotina que funcionam bem para filhotes de dois meses de idade.
6:00 levá-lo ao "banheiro", alimentá-lo, dar-lhe água e levá-lo ao "banheiro" novamente.
9:00 levá-lo ao "banheiro".
12:00 levá-lo ao "banheiro", alimentá-lo, dar-lhe água e levá-lo ao "banheiro" novamente.
15:00 levá-lo ao "banheiro".
18:00 levá-lo ao "banheiro", alimentá-lo, dar-lhe água e levá-lo ao "banheiro" novamente.
21:00 levá-lo ao "banheiro", alimentá-lo, dar-lhe água, e levá-lo ao "banheiro" novamente.
E, antes de ir dormir, leve-o mais uma vez ao "banheiro".
Normalmente, tanto a água quanto a comida não devem ficar à disposição do cachorro que está sendo treinado a utilizar o "banheiro"; mas, em dias muito quentes
ou por recomendação de seu veterinário, não restrinja a água.
Nunca devemos fazer um cão reter fezes ou urina por mais tempo que o natural para um animal de sua idade. Para fazer o cálculo de tempo, soma-se 1 à idade
do cão em meses, o resultado é o número de horas que o cão pode ficar sem fazer suas necessidades, até 8
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horas, no máximo, para cães adultos. Por exemplo: se o cão tiver 2 meses, ele poderá ficar sem urinar ou evacuar por 2+1=3 horas, no máximo.
Após acordar e depois de comer são as ocasiões mais propícias para seu cão ir ao "banheiro"; portanto, além de levá-lo nessas ocasiões, fique 100% ligado
para que seu cachorro não faça em lugar errado no resto do período. Sempre que você não possa prestar 100% de atenção, coloque-o na caixa de transporte (melhor)
ou confine-o no local em que possa urinar. Nunca deixe seu animal na caixa de transporte por mais tempo do que ele pode segurar suas necessidades. Se utilizar a
caixa de transporte corretamente, você e seu cão serão enormemente beneficiados.
VOCÊ SE DISTRAI
Caso você perceba que ele está se abaixando ou começando a fazer suas necessidades, pegue-o rapidamente e leve-o para o local correto ou, ainda melhor, tente
distraí-lo jogando alguma coisa ou provocando algum barulho que o atrapalhe (batendo palmas) e leve-o imediatamente para o lugar adequado. É muito importante que
você evite dar qualquer atenção enquanto ele estiver fazendo as necessidades no local errado: se você perceber que não vai ter tempo de agir, não faça nada e também
não dê bronca, espere que ele saia do local do crime e, só então, limpe a sujeira secretamente.
Sei que não é fácil deixar de dar bronca no seu cãozinho depois de ele ter urinado no seu tapete persa, mas, acredite, quanto mais correto for o adestramento,
mais cedo seu cão deixará de utilizar seu tapete persa como "banheiro".
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ADULTOS TAMBÉM PODEM SER ENSINADOS
O mesmo procedimento pode ser utilizado com um cão adulto, o que será até mais fácil, pois estes só precisam ir ao "banheiro" três vezes ao dia e podem ser
alimentados só duas vezes ao dia. Existe uma pequena diferença cujo conhecimento pode ajudar: um filhote defeca e urina geralmente 6 minutos depois de ser alimentado,
enquanto o tempo para um adulto é de aproximadamente 15 minutos após a alimentação.
Esse procedimento geralmente resolve o problema da educação do seu cão para que ele utilize o local correto para fazer suas necessidades, mas certifique-se
de que seu cachorro não esteja urinando ou defecando por outros motivos, como submissão, dominância, medo, etc., e não se esqueça de verificar com seu veterinário
um sistema de controle de parasitas internos, pois uma infestação impossibilita o cão de controlar suas necessidades.
URINAR POR SUBMISSÃO OU EXCITAÇÃO
Se seu cachorro urina quando você fala com ele ou quando você chega em casa, provavelmente ele deve estar experimentando um destes dois problemas: urinar
por submissão ou por excitação.
Por mais desagradável que seja o que seu cachorro produzir quando vem ao seu encontro para recebê-lo, jamais fique bravo com ele, pois essa atitude agravaria
qualquer uma das duas causas possíveis do comportamento dele.
Quando um cachorro urina por submissão, ele está se sentindo ameaçado pela sua presença e faz de tudo para dizer-lhe que você é o mais forte, e urinar é uma
das maneiras que seu cão encontra para expressar isso. Nesse caso a postura é de submissão e, geralmente, o cão se deita antes de chegar até o dono.
Este problema geralmente ocorre com animais muito sensíveis ou que foram maltratados (foram surrados,
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gritaram com eles, etc.). É um sinal de que os donos estão sendo muito agressivos para o tipo de cachorro que possuem.
Por outro lado, urinar por excitação significa apenas que o cachorro fica muito excitado com a sua presença, principalmente depois de uma separação. Devemos
tomar cuidado com este problema, pois, se não for resolvido, o cachorro pode continuar a urinar por excitação, mesmo depois de adulto.
Ambos os problemas são resolvidos da mesma maneira, devemos evitar excitar o cachorro nas despedidas e nas chegadas. A melhor maneira é ignorá-lo durante
10 minutos (finja que você não tem um cachorro), antes de sair e depois de chegar, até que o grau de excitação tenha diminuído. Em ambos os casos, as broncas só
aumentam o conflito dos sentimentos de seu cachorro e, conseqüentemente, aumentam a ansiedade e a excitação.
Existem mais alguns truques para ajudar na solução do problema de urinar por submissão, como, por exemplo, não olhar diretamente para os olhos do seu cachorro;
não caminhar na direção dele olhando para ele; procurar abaixar-se para fazer carinho nele; e evitar passar a mão na parte de cima da cabeça do animal, procurando
sempre fazer carinho no peito ou na parte debaixo da cabeça, que é uma atitude menos ameaçadora para os cães.
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RESUMO
> Não dê bronca.
> Não faça nenhum movimento que possa assustar seu cão.
> Ignore-o, até que ele fique mais calmo ou confiante.
> Nunca grite com o seu cachorro ou o ameace.
URINAR POR DOMINÂNCIA
Quando o cachorro é mimado, consegue tudo o que pede na hora, e não obedece ao dono, existe uma grande chance desse cão começar a "marcar o território" (sua
casa), que o animal sente como se pertencesse a ele. É importante mostrar a esses cachorros quem é o líder da matilha através de todas as técnicas descritas no capítulo
A Matilha.
Sempre que seu cão voltar a apresentar o problema de fazer as necessidades fora do local determinado para isso, procure ensiná-lo novamente da maneira já
explicada, identificando e eliminando a causa dessa regressão no aprendizado.
Outro cachorro, um gato ou uma pessoa recém-chegada (às vezes um bebê) na casa também podem causar a regressão no aprendizado, e o cão veterano pode querer
mostrar ao "intruso" quem domina o pedaço, demarcando o território com urina. Se o recém-chegado for um cachorro, eduque-o enquanto reeduca o primeiro, para que
urinem no local adequado até que o intruso deixe de ser uma novidade na casa.
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Atenção: Não saia correndo e dando bronca em seu cão quando ele urinar em local errado. Puna-o sem lhe dar atenção e despersonalize as punições.
RESUMO
> Seja o líder da matilha.
> Evite dar atenção quando seu cão urinar ou defecar em lugar impróprio.
> Reeduque-o sempre que necessário.
OUTRAS CAUSAS QUE PROVOCAM A REGRESSÃO NO APRENDIZADO
Existem outros inúmeros motivos para que seu cão esteja defecando e urinando em lugares indevidos. Se você não conseguir identificar exatamente a causa ou
causas que estão provocando esse comportamento, Procure em primeiro lugar seu veterinário para ver se o problema não está ligado à saúde de seu cão e, depois, passe
novamente por todo o processo de educação para utilizar o "banheiro".
Qualquer alteração na casa, como a chegada ou a partida de pessoas, um animal novo, mudanças nas rotinas dos moradores da casa, etc. podem provocar o problema
em seu cão por ele se sentir inseguro. Quanto mais confiante for o seu cachorro, menor será a chance de voltarem os problemas de comportamento por mudanças. Adestrar
e socializar seu cão são maneiras de aumentar a confiança do animal.
Outro motivo que leva os cães a urinarem e defecarem é a intenção de encobrir outros cheiros; portanto procure neutralizar o odor e não simplesmente utilizar
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um produto de limpeza para limpar a urina e as fezes de outros animais.
Trocar a ração de seu cão também pode causar transtornos no controle das necessidades, caso você não faça uma mudança gradual durante, pelo menos, uma semana.
Fazendo isto você também evitará outros problemas gástricos que possam ocorrer.
Uma boa dica para evitar que seu cão urine ou defeque em um lugar específico: coloque o prato de ração no local do crime, e ele fará de tudo para não fazer
as necessidades próximo ao local em que come.
RESUMO
> Aumente a confiança do seu cão através de um convívio saudável, bom adestramento e socialização.
> Consulte seu veterinário para ter certeza de que o problema não é fisiológico.
> Evite mudanças repentinas no cotidiano da casa.
> Sempre que precisar trocar de ração.
> faça uma mudança gradativa.
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AGRESSIVIDADE
Neste capítulo você vai aprender:
> Que a agressividade deve ser cuidadosamente controlada.
> Que cães equilibrados são melhores, tanto para um convívio harmonioso quanto para uma
situação de defesa.
> Que não se deve deixar um cão preso numa corrente, mesmo que você queira criar um "guarda".
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AGRESSIVIDADE
Este é um tópico muito importante para que você possa entender e controlar a agressividade de seu cachorro. Devido ao grande potencial que alguns cães têm
de machucar um ser humano, nunca hesite em consultar um especialista competente em comportamento animal para auxiliá-lo nesse assunto.
O número de acidentes provocados por este problema é assustador. Várias raças têm a possibilidade de matar um ser humano com tanta facilidade, que é preciso
lidar com esse aspecto do animal com o máximo cuidado. Mesmo cães pequenos podem machucar seriamente uma criança. Crianças atacadas por cães podem ficar traumatizadas,
ainda que não tenham sido machucadas, e ninguém merece ser traumatizado por seu cão.
UM CÃO-DE-GUARDA NÃO TEM DE ATACAR NECESSARIAMENTE
Para que um cachorro se torne um ótimo cão-de-guarda não é necessário ensiná-lo a atacar. Os melhores cães-de-guarda são aqueles que intimidam o ladrão e
avisam o proprietário de que há alguém nas proximidades com más intenções.
Um cão-de-guarda excelente é aquele que, além de ameaçar e intimidar intrusos, recusa a comida oferecida por estranhos. Um cão de tal forma agressivo que
o dono seja obrigado a prendê-lo para receber as visitas é um péssimo cão-de-guarda. Imagine você sendo obrigado a prender seu cão sempre que for receber visitas
ou quando estiver na companhia
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de alguém; além de ser um grande inconveniente, a possibilidade de qualquer ataque ou tentativa de roubo será maior nessas circunstâncias, pois seu cão não poderá
fazer absolutamente nada. E, além dessa desvantagem, existe a possibilidade de seu cão escapar e atacar as pessoas de quem você mais gosta.
ALÉM DE SELECIONAR A RAÇA E A FAMÍLIA DO FILHOTE, GARANTA-LHE UM TRATAMENTO ADEQUADO
Existem raças mais ou menos agressivas, e dentro de cada raça existem indivíduos que são mais agressivos que outros. Como parte da agressividade é transmitida
geneticamente, procure adquirir filhotes de pais que possuam o temperamento que você deseja. Se você tem crianças em casa, dê preferência a filhotes de pais calmos
e tolerantes. Mesmo filhotes pertencentes a raças agressivas, se tratados com cuidado durante o crescimento, podem ficar excelentes cães quê jamais põem em risco
qualquer membro da família.
Explicaremos a seguir como controlar a agressividade de seu cão. Independentemente de sua intenção de treiná-lo para o ataque ou não, estas precauções são
sempre válidas para evitar um acidente com você ou com qualquer outra pessoa de sua família. Embora seja discutível o treino para ataque, se esta for sua opção,
saiba que cães confiantes e equilibrados são os que permitem o melhor controle sobre o ataque (quando e como atacar), por isso siga as sugestões aqui descritas,
mesmo que você queira futuramente treinar seu cão para atacar.
IDENTIFIQUE CORRETAMENTE O TIPO DE AGRESSIVIDADE
Existem vários tipos de agressividade, e é importante saber identificá-los para podermos controlá-los de forma mais eficiente. Algumas raças sorriem para
as
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pessoas, o que muitas vezes pode ser confundido com algum tipo de agressão; outras brincam de tal jeito que parecem estar nos ameaçando - quando não tiver certeza,
contrate um especialista para ajudá-lo a identificar se o comportamento duvidoso é ou não uma agressão e, se a resposta for positiva, qual é o tipo de agressão.
Comportamento agressivo é todo aquele que tem como objetivo intimidar ou machucar uma pessoa ou um outro animal.
NÃO ACORRENTE SEU CÃO
Prender um cachorro numa corrente deixa-o mais agressivo e psicologicamente mais desequilibrado. Seu cachorro só tem duas formas de defesa, uma é proteger-se
ou fugir, a outra é atacar. Um cachorro preso por uma corrente fica desprotegido, só lhe restando a opção do ataque, já que a fuga é impossível. Qualquer coisa é
uma ameaça para ele, e muitas vezes esses cachorros ficam psicologicamente desequilibrados e começam a atacar tudo. Dê preferência a qualquer outra solução para
conter um cachorro, mas, caso a corrente seja a única saída, deixe-o próximo de algo que represente proteção e onde ele possa entrar, como uma casinha ou uma caixa
de transporte, para que ele se sinta seguro.
ESTUDE O PROBLEMA ANTES DE TENTAR CURÁ-LO
Descreveremos aqui as principais formas de agressividade: por dominância, por medo e por transferência. Se você estiver enfrentando problemas de agressividade,
leia sobre todas elas antes de decidir qual ou quais estão afetando o comportamento de seu cão.
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RESUMO
> A agressividade não se manifesta só com inimigos e ladrões.
> Não se deve deixar um cão acorrentado.
> A agressividade é influenciada pelo meio ambiente, raça e genética dos pais.
> São várias as formas de agressividade, e é necessário identificá-las para poder tratá-las.
AGRESSIVIDADE POR DOMINÂNCIA
Se o seu cão rosna ou ameaça mordê-lo quando você pede para ele sair de seu sofá preferido, quando você tenta tirar algum objeto de sua boca ou, ainda, quando
está prestes a fazer algo de que ele não goste (dar-lhe banho, por exemplo), ele provavelmente está mostrando agressividade por dominância.
A agressividade por dominância geralmente surge quando há conflitos na hierarquia adotada, segundo o ponto de vista de seu cachorro. Se ele se achar superior
no rank hierárquico, não gostará de seguir ordens de pessoas que estão abaixo dele.
Por que meu cachorro ficou assim? Porque você não mostrou liderança. Cachorros não querem igualdade, eles precisam estar acima ou abaixo de nós hierarquicamente
- como não queremos que o ritmo de nossa vida seja condicionado à vontade de nossos cães, devemos nos colocar acima deles, lembrando que não é preciso maltratar
o cachorro e muito menos bater nele para
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conseguir ser o chefe da matilha (leia o capítulo A Matilha). Um outro fator que contribui para este tipo de agressividade são as brincadeiras, de mão ou de cabo-de-guerra,
que recompensam o cachorro por utilizar sua mordedura e por rosnar.
Você nunca deve machucar seu cachorro, mas assegure-se de que, em qualquer disputa física entre você e seu cachorro (ou pessoas que convivem com seu cachorro),
ele deve fracassar (perder a disputa). Por exemplo, se ao tirar seu cachorro de cima de você ele mordê-lo de leve e você soltá-lo, ele se sentirá recompensado por
tê-lo mordido, já que continuará sobre você. Ignore qualquer sinal de agressividade e continue fazendo o que tinha a intenção, seja tirá-lo de cima de você ou alguma
outra providência (se você se sentir em perigo agindo assim, contrate um especialista para auxiliá-lo).
Ou, ainda, se ele rosnar quando você chegar perto do prato de ração e você for embora, ele achará que a sua intenção era comer a ração dele, e que ele conseguiu
tirá-lo de lá, salvando a própria comida! É importantíssimo que seu cachorro não seja recompensado por ser agressivo. Preste atenção, não saia de lá mas também não
bata nele quando isto acontecer, pois caso contrário você estará dando ainda mais motivos para que ele o morda.
Se você fizer qualquer demonstração de agressividade fracassar logo no início, dificilmente seu cachorro tentará dominá-lo através da agressividade.
Atenção: Não se arrisque demais! Você pode reassumir sua posição de liderança aos poucos, evitando possíveis acidentes. Não queira do dia para noite poder tirar
impunemente qualquer coisa da boca do seu cachorro ou ainda mexer no prato de ração enquanto ele estiver comendo. Mas se certifique durante o processo de que ele
não esteja sendo recompensado por mostrar agressividade. É importante aqui explicar que o cão deve
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fracassar do ponto de vista dele e não do nosso. Por exemplo, se o cão rosnar quando você for acrescentar algo que ele adora no prato de ração e, ao rosnar, você
simplesmente for embora sem colocar, não pense que ele sentiu isso como um fracasso, pois para ele o simples fato de você ter se distanciado foi um sucesso. Também
não adianta prendê-lo ou privá-lo de algo por ter rosnado para você. O fracasso deve ser instantâneo. Assim, se ele mordê-lo de leve quando você o estiver tirando
do sofá, o simples fato de você tirá-lo ignorando as mordidinhas será considerado um fracasso para ele, que não conseguiu continuar no sofá. Se você não se sentir
seguro para agir firmemente, é preferível não agir. Você não deve fracassar na tentativa de tirá-lo do sofá.
A agressividade territorial e a possessiva manifestam-se de forma muito parecida e muitas vezes são consideradas agressividade por dominância. O controle
é exercido da mesma forma, mas preste atenção a esta dica: não dê motivos extras para seu cão se tornar possessivo; toda vez que se aproximar de seu cão quando ele
estiver comendo, leve um pouco de ração na mão e despeje-a na vasilha; e quando tirar um objeto da boca do seu cachorro, procure sempre que possível devolvê-lo depois
de examiná-lo, assim seu cachorro terá mais confiança em você e não terá nenhum motivo para ameaçá-lo. Mostre poder mas não abuse dele.
E se o seu cão respeita você mas não respeita as outras pessoas da família e, portanto, as ameaça, ensine-as a liderarem seu cachorro sem violência.
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RESUMO
> Ganhe todas as disputas físicas.
> Não recompense a agressividade, isto é, cada vez que seu cão a utilizar contra você ou alguém de sua família, faça a tentativa dele fracassar.
> Não brinque de ficar puxando brinquedos da boca dele e evite brincadeiras agressivas.
> Aplique as leis para se tornar o líder da matilha.
> Mostre dominância mas não abuse dela. Acrescente mais ração no prato de seu cão; se for
possível, devolva os brinquedos após tirá-los dele, etc.
AGRESSIVIDADE POR MEDO
Quando você reprime um cachorro usando a força, ou seja, machucando-o ou ameaçando-o fisicamente, existe uma grande chance dele começar a atacá-lo para se
defender.
Filhotes que foram pegos por alguém e levaram uns bons tapas podem ficar traumatizados e, toda vez que sentirem que alguém está para pegá-los ou mesmo acariciá-los,
podem morder ou rosnar para se defender.
Cachorros que não foram bem socializados ou que sofreram alguma trauma, principalmente durante a fase mais sensível (leia o -capítulo Desenvolvimento Cerebral),
podem se tornar agressivos por medo. Monitore as relações dos outros membros da casa com o cachorro para evitar qualquer agressão física ou algo que cause dor ao
animal.
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Atenção: Esta forma de agressividade gera acidentes sérios.
Nenhuma punição deve envolver ameaça física ou causar dor ao cachorro, seja durante o adestramento ou fora dele. A maioria dos acidentes sérios que envolvem
um cachorro atacando o próprio dono é causada por esta forma de agressividade. O cachorro temendo a surra que pode levar procurará defender-se, e o medo pode ser
tanto que ele só vai parar de atacar quando seu adversário não representar mais perigo...
Portanto, um cachorro que ataca por medo deve ser adestrado cuidadosamente para que ganhe confiança e perceba que não corre perigo o tempo todo e não se comporte
de forma a pôr em risco a integridade física das pessoas. Quanto mais socializá-lo, melhor. Procure levá-lo para passear, conhecer outras pessoas e outros animais,
sempre tomando o máximo cuidado para que nada o ameace nem lhe cause muito medo.
Os cães podem sentir e perceber quando estamos ansiosos ou com medo, e este medo pode passar para eles, aumentando as possibilidades de ataque; portanto,
nessas situações, aja com a maior naturalidade possível, mas observe atentamente seu cachorro para que não coloque ninguém em perigo. Deixar a guia tensa ou agachar
e segurar o cachorro podem piorar o problema, já que seu cão pode interpretar essas atitudes como sinais de perigo.
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Muitos animais sociáveis passam a atacar pessoas ou cachorros pelo simples fato de que o medo sentido pelos donos acaba sendo transmitido para eles. Aja com
naturalidade diante de coisas que seu cachorro considera perigosas.
RESUMO
> Uma das mais perigosas formas de agressividade é aquela provocada pelo medo.
> Não bata em seu cão e não o ameace físicamente em nenhuma circunstância.
> Socialize cuidadosamente o cão.
> Aja com naturalidade diante das coisas que seu cão considera perigosas.
AGRESSIVIDADE TRANSFERIDA
Quem nunca viu dois cachorros amigos trocarem mordidas quando um terceiro cão passa do lado de fora da cerca? Isto é um exemplo de agressividade transferida.
Seria o equivalente a um homem que volta do trabalho e bate na mulher porque brigou com o chefe. Como ele não poderia bater no chefe, redireciona a agressividade
contra sua mulher, que é mais fraca e submissa.
Reforçamos o conceito de agressividade por transferência para que as pessoas que se consideram invencíveis pensem um pouco antes de agir violentamente. Ao
bater em seu cachorro, talvez você seja dominante e forte o bastante para evitar um ataque contra a sua pessoa, mas este ataque talvez seja transferido para sua
mulher ou seus filhos, que pagarão caro pelo seu ato. Sem contar que você estará dando um mau exemplo ao
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seu cachorro e aos seus filhos! Já observei crianças machucando ou batendo em seus cachorros, simplesmente para imitar o que o papai faz! Você já imaginou o perigo
de uma criança batendo num Rottweiler, por exemplo?
RESUMO
> Proprietários violentos possuem cães violentos.
> Ensinar seu cão a não morder empregando violência é um comportamento contraditório.
> A agressividade pode ser transferida, ou seja, você bate em seu cachorro e ele conseqüentemente morde seu filho ou sua esposa.Não bata em seu cão, mesmo
que você se considere invencível, pois as conseqüências poderão atingir outras pessoas.
OUTRAS CAUSAS PARA A AGRESSIVIDADE
Existem ainda outras causas para a agressividade. Mudanças repentinas no teor da agressividade de seu cão podem significar problemas físicos ou neurológicos.
Uma dor intensa pode tornar seu cão bem mais agressivo.
A agressividade natural não surge de uma hora para outra, ela vai aumentando gradativamente. Se o seu cachorro tornar-se agressivo do dia para noite, ou morder
alguém sem nunca ter demonstrado agressividade, você deve consultar um veterinário imediatamente, pois seu cão pode estar tendo problemas físicos ou neurológicos
(hipoglicemia, por exemplo) e deve ser tratado imediatamente. Casos de problemas
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neurológicos são raros, mas, devido à gravidade que apresentam, devemos ficar sempre atentos.
RESUMO
Não é normal a ocorrência de mudanças bruscas na agressividade dos cães. Caso isto ocorra, consulte imediatamente um veterinário.
ENTRE CACHORROS DESCONHECIDOS
Brigas entre cachorros podem resultar em desastres. Você pode se machucar seriamente ao tentar separar uma briga. Portanto, lembre-se de que é melhor prevenir
para que a situação não se concretize. Vamos descrever aqui as técnicas utilizadas para evitar brigas entre cachorros e, quando isso não for possível, às dicas de
como separá-los, sem se esquecer de que, neste caso, você sempre correrá riscos.
A prevenção é sempre a melhor atitude, portanto, se você tem um filhote, socialize-o cuidadosamente com cães amistosos e com pessoas e barulhos em geral.
Existem idades críticas que são ideais para socializar o cão e há outras em que devemos tomar o máximo cuidado com traumas. Se o filhote apanhar de outro cão na
fase propícia a trauma"s, poderá ficar permanentemente agressivo com outros cachorros (leia o capítulo sobre Desenvolvimento Cerebral).
Cães anti-sociais, que ameaçam permanentemente
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outros cachorros, podem tornar superdesagradável uma viagem ou um passeio. Daí a importância da socialização bem orientada e das associações estabelecidas corretamente.
Cães bem socializados não brigam com cachorros amistosos durante um passeio. Se o seu cachorro costuma ameaçar qualquer outro cão que encontre pela frente, você
deve socializá-lo e corrigir seu comportamento. A fase mais crítica para cães naturalmente dominantes é a puberdade, quando alguns animais ficam superagressivos
com os demais.
A primeira coisa a que você deve prestar atenção ao passear com seu cão é sua própria atitude quando percebe outro cachorro. A maneira como você reage influencia
muito o comportamento de seu cão; se você sentir medo - seja um sentimento de pavor ou um leve receio - ou tomar alguma precaução excessiva, isso pode ser interpretado
como sinal de perigo, e seu cão ficará cada vez mais agressivo na presença de outros cães. Não demonstre jamais que você está se preparando para agarrar ou puxar
a guia, e também não deixe a guia tensa ao passar por outro cachorro. A guia tensa pode ser, e geralmente é, interpretada por seu cachorro como sinal de perigo.
Disfarce sua ansiedade ao máximo e tente realmente ficar calmo, pois os cães captam com muita facilidade nosso estado de espírito e às vezes fica difícil enganá-los.
Procure fazer seu cachorro ter associações positivas na presença de outros cachorros. Assim que ele avistar um cão, ou você fizer isso, para distraí-lo mostre-lhe
seu brinquedo preferido e convide-o para brincar, agindo de tal maneira que o outro animal passe praticamente despercebido; logo ele associará a presença de outro
cachorro com brincadeiras e olhará para você esperando receber um petisco ou um brinquedo.
Devemos ter o cuidado de não recompensá-lo quando ele mostrar agressividade. É extremamente importante atrair sua atenção no exato momento em que avistar
o outro e antes que mostre qualquer sinal
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de agressividade. Caso não dê tempo, não o recompense, simplesmente ignore-o e continue andando. o recompense,É discutível puni-lo quando se mostra agressivo com
outro, já que pode associar a presença do outro cachorro com as suas broncas, piorando ainda mais a situação.
Quanto mais socializado for seu cão, mais fácil será o treinamento, portanto deixe-o ficar junto de outros cães que ele já conheça e com quem não brigue.
Treinamento em grupo também é uma forma de fazer seu cão aprender a tolerar outros cachorros. Encontrar apenas um cachorro pode deixar seu animal agressivo, pois
toda sua ansiedade se direcionará para um alvo só; enquanto a companhia de vários cachorros ao mesmo tempo pode ser uma ótima maneira de socializar seu cão. Faça
o teste.
Nunca é tarde para socializar seu cão. Se você puder contar com a colaboração do dono de outro cachorro, existe um exercício que feito corretamente vai ajudá-lo
a resolver o problema. O exercício consiste em mostrar ao seu cão que aproximar-se de outro não quer dizer disputa. O exercício deve ser feito de maneira a imitar
dois cachorros amigáveis se encontrando.
Primeiramente é preciso diminuir a tensão entre eles, procurando fazer os cães andarem lado a lado (ambos na guia), prestando atenção para que nenhum ande
na frente do outro. Devem ficar cada vez mais próximos conforme a tensão for diminuindo, mas certifique-se de que mantenham uma distância suficiente para que não
se mordam.
Para o segundo passo separe petiscos e uma garrafa de água. Segure a guia de um dos cães e faça-o sentar enquanto a outra pessoa traz o outro cachorro, até
chegar no limite imediatamente anterior à distância em que eles costumam rosnar - caso rosnem, o segundo cachorro chegou perto demais -, e logo depois faça com que
se distanciem novamente. Recompensem-nos todas as vezes que não rosnarem, e se o que estiver sentado rosnar, em primeiro lugar faça-o parar jogando
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água nele, e somente quando ele parar de rosnar é que o outro deve virar-se e se distanciar. Aos poucos vá aproximando os dois, até chegar à distância de 1 m sem
que rosnem. Troque as posições dos cachorros.
O terceiro passo consiste em segurar um deles e deixar o outro cheirar o traseiro do que está sendo seguro, e depois inverter a situação. Esse processo demanda
paciência e habilidade; caso você não tenha experiência suficiente, contrate um especialista, pois você pode piorar o problema se corrigir os cães na hora errada.
RESUMO
> Separar brigas é perigoso; é melhor saber como preveni-las.
> Seu cão não deve se mostrar agressivo com outros cães amistosos durante os passeios.
> Socialize seu filhote com cães amistosos, pessoas e ruídos.
> Com relação a brigas, a fase da puberdade de seu cão é a mais crítica.
> Não se mostre amedrontado nem tensione a guia ao passar por outros cachorros para que seu cão não os relacione com perigo. Ignore-os e continue andando.
> Procure fazer seu cão associar a presença de outros cães com recompensas e divertimentos.
> Seja muito cauteloso ao apresentar dois cães agressivos. Faça-os andar lado a lado primeira
mente, para depois começar a aproximá-los.
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BRIGAS ENTRE CACHORROS DA MESMA CASA
Se você já tem um cão e pretende adquirir outro, escolha com cuidado, pois ter dois cães que brigam e se ameaçam na mesma casa não é nada agradável, além
de ser perigoso tentar separá-los durante a briga. Diferentemente do que muitas pessoas acreditam, essas brigas podem ser fatais, principalmente quando ocorrem entre
duas fêmeas.
Se você tiver quê trazer um cachorro novo para sua casa, faça o veterano e o recém-chegado se conhecerem em território neutro, bem longe de sua casa ou do
local que seu cachorro costuma andar, e só os leve juntos para sua casa depois que já estiverem se tratando amigavelmente (sem sinais de agressividade). Se você
tiver a chance de colocar o cheiro do calouro na cama do veterano ou perto da vasilha de ração, a chance deles se aceitarem serão bem maiores.
Devemos lembrar de alguns cuidados e dicas ao escolher um companheiro para nosso cão. Mas, antes, precisamos entender porque eles brigam.
Os cães são animais sociais que dependem uns dos outros para sobreviver. Cães morando na mesma casa pertencem à mesma matilha, portanto não é um
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comportamento natural eles tentarem se matar. A maior parte das brigas são causadas inconscientemente pelos próprios proprietários, e a prova disto está no fato
de que as brigas, quase sem exceção, ocorrem na presença do dono.
Vivendo em matilha, a igualdade causa desentendimentos, já que, como dissemos anteriormente, os cães precisam de uma hierarquia para sobreviver. Entre os
caninos a igualdade não funciona. A maior parte dos proprietários tenta dar o mesmo tratamento a ambos os cachorros ou, ainda, favorecem o mais "fraco" e submisso.
O que acontece, então? A hierarquia acaba sendo neutralizada ou invertida, e o dominante terá que conquistar novamente seu lugar, e para isso muitas vezes uma disputa
(briga) será necessária.
Animais de ambos os sexos brigam, só que por motivos diferentes. Os machos brigam com mais freqüência, mas somente com o intuito de estabelecer a hierarquia,
ou seja, assim que o outro cachorro mostra sinais de submissão, o ataque cessa. As fêmeas brigam menos, com a diferença de que o objetivo delas pode ser a eliminação
do rival. Uma fêmea pode brigar com um macho com o intuito de matá-lo!
Atenção: Devemos ter cuidado especial com algumas raças que foram selecionadas para matar seu oponente. É o caso do Pitt Bull Terrier e do Sharpei, mas, mesmo
animais dessas raças, quando bem adestrados, podem conviver pacificamente com outros cães.
Para que não haja conflito entre os cães é necessário que haja uma hierarquia definida entre eles, que preferivelmente gostem um do outro e acreditem que
necessitam um do outro para sobreviver.
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Como fazer isto? A hierarquia será mais facilmente estabelecida se os cães tiverem força ou comportamento totalmente diferentes. Por exemplo, o caso de convivência
entre um Dog Alemão e um Bichon, dois animais que dificilmente iriam se enfrentar para estabelecer quem é o dominante. Este é um exemplo extremo, mas diferenças
significantes na força ou no tamanho dos cachorros ajudam a facilitar a estabilidade.
Quanto mais aspectos diferentes houver entre os cães, menores serão as chances deles brigarem. Os itens importantes para serem levados em conta são: idade,
sexo e temperamento. Cães de sexo, idade ou temperamento diferentes têm menos chance de brigar. Se você tem um macho adulto dominante, escolha um filhote que seja
uma fêmea submissa.
Independentemente de sua escolha, você pode se surpreender, pois não é impossível que seu Boxer domine seu São Bernardo. O importante é respeitar a hierarquia
natural entre eles.
O que eu devo fazer para respeitar a hierarquia de meus cães? Este é um ponto que precisa da colaboração de todas as pessoas da casa, já que é preciso privilegiar
o dominante. Essa é uma tarefa muito difícil, já que cada pessoa tem seu preferido ou, o que é ainda mais complicado, o preferido costuma ser o cão mais meigo e
submisso. Quanto mais definida for a hierarquia, menores serão as chances de brigarem. Explique aos outros membros de sua casa que respeitar a hierarquia é a forma
mais segura de proteger e respeitar a natureza do seu cão mais submisso.
A primeira técnica a ser empregada é dar mais carinho ao cão dominante, sua ração deve ser servida antes, é preciso deixá-lo passar antes do outro quando
abrirmos uma porta, etc. Sempre olhe em primeiro lugar para o dominante e afague-o, só depois dirija-se ao dominado. Parece cruel, mas esse é o sistema que vigora
entre eles e que se baseia na diferença e não na
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igualdade. Ao tratá-los assim, você não deixará seu cão submisso mais triste; para ele, isso significa simplesmente que ele é o último na hierarquia canina (é o
que tem menos responsabilidade pela defesa e pela estruturação da matilha), e não quer dizer que ele não seja querido ou que foi abandonado. Qualquer outra atitude
que você tomar aumentará a ansiedade do submisso, colocando-o numa posição artificial, já que ele não tem estrutura psicológica para liderar o outro cão.
A segunda técnica, que deve ser aplicada em conjunto com a primeira, é o aumento de carinho e associações positivas entre os dois. Essa técnica não é tão
complicada para nós como a primeira, mas lembre-se de aplicar ambas se você estiver tendo problemas de agressividade.
Um dos sentidos mais utilizados pelos nossos cães é o faro, portanto vamos nos aproveitar disto para induzi-los a gostar um do outro através do cheiro. Pegue
duas toalhas e esfregue-as em um dos cachorros, em seguida coloque-as dentro da casinha (ou no lugar preferido) e perto do prato de comida do outro cão, e vice-versa.
Dessa maneira, os cães associarão o cheiro do companheiro com sobrevivência (comida), diversão e relaxamento. Fácil, não é?
Quanto mais positivas forem as associações entre os dois, melhor. Geralmente os próprios donos pioram muito a relação entre os cães fazendo-os associar a
presença um do outro com coisas negativas. Por exemplo, o Rex pode estar recebendo carinho até o momento em que o outro cão chega, aí o dono passa a ignorá-lo e
acaricia o recém-chegado. Rex se aborrece e pede carinho, o dono grita com ele ou lhe dá um empurrão, pois acha que é a vez do outro; ou, então, se aborrece e abandona
os dois. Já dá para perceber quais as associações que Rex faz em relação ao outro cachorro. Primeiramente, o dono pára de lhe dar atenção; depois, dá atenção ao
outro; e, por último, abandona os dois. Se o Rex, de
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pois de ter feito todas essas associações negativas, ainda gostar do outro, deve ser um animal com sérios problemas psicológicos!
No caso do Rex, a solução é aumentar a intensidade do carinho feito nele quando o outro se aproxima e, se possível, recompensá-lo com algum petisco. Logo
Rex considerará a aproximação do outro cachorro um acontecimento positivo. Não é necessário ignorar o outro cachorro conforme ele for se aproximando; diga o nome
do outro, calma e alegremente, mas não diminua a atenção dada ao Rex que, além de passar a gostar da aproximação do outro, associará positivamente o nome dele, já
que ao escutá-lo estava recebendo carinho e atenção do seu dono. Assim que os dois se aproximarem sem que haja nenhum conflito, procure fazer carinho em ambos; caso
um deles vá embora, diminua a intensidade de carinho no que ficar ou pare completamente. Você reforçará dessa maneira a idéia de que a presença do outro é uma ótima
forma de ganhar carinho e atenção.
Levar os cães para correr juntos é uma outra maneira de diminuir a ansiedade e tensão entre eles. Ambos ficarão cansados e relaxarão ao mesmo tempo, o que
é ótimo.
Além dessas técnicas, evite a todo custo deixar brinquedos espalhados, ossos, ou qualquer coisa que possa iniciar uma disputa ou aumentar a tensão entre os
cães. Depois de alimentá-los, retire o prato de ração, mesmo se houver sobras, e impeça que um cachorro se acostume a roubar a comida do outro. Deve haver uma distância
suficiente entre as vasilhas de ração dos cães para evitar qualquer sinal de agressividade.
Atenção: Lembre-se de que você e sua família estão permantemente dando exemplo. Os moradores da casa devem evitar algumas práticas que geram associações negativas
entre os dois cães. Nunca dê bronca no
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dominante na frente do submisso e jamais associe qualquer punição ou bronca com o nome de um de seus cachorros. Por exemplo: - Rex, não, pare!! - Cães aprendem por
imitação e podem querer imitá-lo punindo o outro cão, principalmente se associarem o nome do outro à punição. Não incluir jamais o nome do cachorro nas punições
ajudará não somente a impedir brigas como facilitará muito o adestramento. Faça um esforço e diga somente: - Não, pare!! - (olhando para o cachorro culpado).
Se você encontrar grande dificuldade em aplicar essas técnicas devido à agressividade entre seus cães, considere a possibilidade de mantê-los separados ou
peça ao seu veterinário informações sobre medicamentos que diminuem a agressividade, auxiliando no treinamento. Não dependa somente da droga, aproveite a situação
menos tensa e ponha em prática as técnicas descritas.
RESUMO
> Escolha cães de temperamento, sexo e idade diferentes para conviverem juntos.
> Apresente os novos membros da matilha ao seu cão em território neutro, isto é, longe da sua casa e dos lugares em que seu cão costuma caminhar.
> Respeite a hierarquia natural entre seus cães. Alimente, afague e leve para passear na ordem de dominância, sem se sentir culpado, pois essa é uma condição
natural para eles e essa conduta evita brigas e confusões.
> Relacione a presença do outro cachorro com coisas boas. Coloque um pano impregnado com
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o cheiro de um na casa do outro e embaixo da vasilha de comida; dê um petisco ao cão que já está próximo de você quando o outro se aproximar e não pare de fazer
carinho no primeiro logo que o segundo chegar; leve-os para correr juntos.
> Não deixe brinquedos e ossos espalhados no quintal; não deixe sobras de ração nas vasilhas; alimente-os em locais diferentes e de preferência distantes
o suficiente para que não surjam
atritos.
> Não brigue com um de seus cães na presença do outro, você pode ser imitado; é por isso também que não deve mencionar o nome dos cães ao puni-los.
> Os medicamentos podem auxiliarem casos extremos e perigosos de agressividade, mas não
dependa somente deles.
SEPARAR BRIGAS
Você encontrará aqui algumas dicas de como separar brigas, mas não se esqueça de que qualquer intervenção pessoal pode resultar em ferimentos sérios.
As técnicas descritas aqui são simples, mas é necessário muito treino para conseguir aplicá-las. Treine os movimentos e as atitudes que deve tomar com cachorros
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brincando ou, ainda, com almofadas ou animais de pelúcia que lembrem cachorros. Na hora da briga, é bom que você não cometa nenhum erro!
A primeira coisa que se deve evitar é gritar, principalmente se um dos cães for seu, pois ele achará que você está em perigo ou estimulando-o a brigar ainda
mais. Este conselho é útil, mas poucas pessoas conseguem pô-lo em prática, pois o pânico é tanto que quase todo mundo berra. Bater nos cães também pode piorar a
briga, seria como jogar mais lenha na fogueira.
O que se deve fazer é jogar algo entre eles ou na direção deles, que não os machuque, mas que seja grande e barulhento, para tirar-lhes a concentração da
briga. Cheiros fortes também podem ser utilizados (consulte seu veterinário); sempre que possível, deixe uma bisnaga com o produto pronto para ser utilizado.
Se nada disso for suficiente para interromper o confronto entre eles, existe outra técnica, um tanto quanto perigosa, que consiste em agarrar o rabo dos briguentos
(é preferível que haja duas pessoas tentando separar os cães) ou, pelo menos, do cão agressor e levantar as patas de trás do chão e sair andando em círculos com
ele, ou para trás, evitando assim que ele consiga mordê-lo. Ao levantar as patas de trás de um cachorro você lhe tira a tração para o ataque e dificulta-lhe a respiração,
portanto o cão, além de ser obrigado a se concentrar para não cair com o focinho no chão, terá que soltar o adversário para conseguir respirar.
Quanto mais longe você se mantiver da boca dos cães, melhor. Justamente por isso é que fica mais difícil separar cães sem rabo, que só podem ser agarrados
pelas pernas, numa manobra que exige todo o cuidado.
Boa sorte, mas espero que você e seus cães não participem desse tipo de situação.
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RESUMO
> Nenhuma técnica é realmente segura.
> Gritar para tentar separá-los é uma péssima técnica, principalmente se você for o dono do
agressor.
> Jogue coisas grandes e barulhentas entre eles ou espirre algum produto com cheiro forte. Deixe um spray sempre à mão.
> Como última alternativa, agarre o cão pelo rabo, levante as patas traseiras dele e faça-o andar para trás. Procure utilizar essa técnica com a ajuda de
uma segunda pessoa, para que ela
proceda da mesma forma com o outro cão.
LATIR EM DEMASIA
Além de prejudicar a paz dos vizinhos e a nossa, cães que latem em excesso se prejudicam. Latidos crônicos causam tanto estresse ao animal que podem prejudicá-lo
fisicamente. O cachorro pode passar a sofrer desde úlceras até problemas em seu sistema imunológico.
Latir em demasia é um problema que, para ser resolvido, geralmente necessita da ajuda do dono, pois torna-se um ciclo vicioso - quanto mais o cachorro Iate,
mais ansioso ele fica e passa a latir cada vez mais furiosamente. Isso pode irritar os vizinhos de tal maneira que, não encontrando outros meios para se livrar do
problema, poderão tentar envenenar o animal.
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LATIDOS PODEM SER ÚTEIS
Devemos lembrar que o problema só existe quando o cão Iate em excesso. Se ele latir quando um ladrão estiver invadindo sua casa, se o gás estiver vazando
ou, ainda, se sua casa estiver pegando fogo, isto certamente poderá significar a sua vida!
Portanto devemos apenas controlar os latidos de nosso cão, não eliminá-los.
ELIMINE AS CAUSAS DO COMPORTAMENTO
A metodologia correta para se modificar um comportamento é primeiramente entender por que ele acontece, para podermos eliminar as causas e, aí sim, controlar
o problema, caso ele não desapareça sozinho. Se a causa do problema não for resolvida, ocorrerá a transferência, ou seja, ao controlarmos um problema surge um novo
problema. Imagine que seu cão Iate por estar ansioso, então você o reprime e ele pára de latir, mas começa a cavar o jardim, e assim por diante.
Motivos que possam estar levando seu cão a latir em excesso:
> proteção (da propriedade, de sua ninhada, etc.);
> provocação por parte de pessoas que estejam
>
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fora de sua propriedade;
> isolamento;
> alívio de estresse (o que acaba por piorá-lo);
> medo;
> brincadeira;
> fome, sede ou algum outro desconforto;
> desejo de chamar a atenção.
Identificada a causa ou as causas, tente eliminá-las. Muitas vezes a causa que leva seu cão a latir é a recompensa que se segue ao latido. Antes de tentar
avaliar qual é o problema que perturba seu cão, certifique-se de que ele está saudável (leve-o ao veterinário), bem alimentado e fazendo exercícios pelo menos três
vezes por semana para se desestressar.
Todo cão para ser saudável necessita, além de uma boa ração, acesso a algum tipo de convívio. Cães são animais sociais que necessitam de companhia: caso fiquem
trancados ou afastados da família por muito tempo certamente terão problemas.
NÃO ENSINE O QUE VOCÊ NÃO QUER
Muitos donos, sem perceber, ensinam o cão a latir demasiadamente ao recompensá-lo por ter latido. Vamos imaginar que, toda vez que seu cão latir, para acalmá-lo,
você faça ul11 carinho nele ou lhe dê um biscoito. Este cão vai latir sempre que quiser atenção e, conseqüentemente, quando você não estiver em casa, ele vai ficar
latindo!
Neste caso, a melhor coisa a se fazer é ignorar o
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cão toda vez que ele latir para pedir alguma coisa e, caso for lhe dar algo, se seu cão latir, ignore-o e vá fazer outra coisa. Como dissemos anteriormente, o fracasso
é uma das melhores punições.
Muitas vezes, nossos próprios vizinhos acabam estimulando nosso cão a latir em excesso, provocando-o ou, com a melhor das intenções, acalmando-o (dando-lhe
atenção). Pessoas que moram perto de colégios também devem tomar o cuidado de afastar o cachorro de perto do portão na hora em que as crianças saem, pois há sempre
a possibilidade de as crianças ficarem provocando o cão e, conseqüentemente, incentivando-o a latir.
Famílias que berram muito também costumam ter cachorros que latem muito, pois uma das maneiras pelas quais os cachorros aprendem é por imitação. Este também
é um dos motivos pelos quais não se recomenda berrar a ordem para que o cão pare de latir, pois ele pode achar que você está latindo e ficará ainda mais estimulado
a latir.
PUNIÇÃO DESPERSONALIZADA PARA EVITAR LATIDOS NA SUA AUSÊNCIA
Uma vez removida ou afastada a causa do problema, caso ele não pare naturalmente de latir, devemos puni-lo cada vez que ele o fizer. As punições
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devem ser despersonalizadas (leia em Técnicas de Adestramento), isto é, deve corrigi-lo sem que ele associe que é você que o está fazendo, caso contrário a punição
não funcionará quando você não estiver em casa, pois ele saberá que, para ser corrigido, sua presença é necessária.
Jogar água ou algum objeto que assuste o cachorro (desde que ele não o veja) é uma das maneiras de controlá-lo, enquanto dar-lhe broncas ou bater nele são
procedimentos que não funcionam, pois obviamente são punições personalizadas.
BOA VIZINHANÇA
É sempre bom informar nossos vizinhos de que estamos nos esforçando para solucionar o problema. Muitas vezes eles podem nos ajudar a resolver a situação ou
até nos informar das causas dos latidos. Caso eles não nos possam ajudar de maneira nenhuma, só de saber que estamos nos preocupando, com certeza ficarão um pouco
menos furiosos conosco e com nosso cachorro.
COLEIRAS ANTILATIDOS
Caso você não possa puni-lo da maneira adequada - sem machucá-lo e de maneira despersonalizada -, sobra ainda uma opção, que é muito eficiente se utilizada
corretamente. São as coleiras antilatidos.
No início, as primeiras coleiras fabricadas pareciam destinadas apenas aos sádicos. Eram coleiras que puniam o cachorro toda vez que ele latia, com a característica
de que elas eram ativadas por som. Assim, os cães eram punidos toda vez que passava um avião, quando outros cachorros latiam, ou ao som de qualquer ruído alto. Esse
tipo de coleira, felizmente, parou de ser comercializado. As coleiras antilatidos atuais são seguras e somente são ativadas se o cachorro que a estiver usando latir.
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Como elas punem o seu cachorro apenas quando ele Iate e no exato momento em que ele Iate, dificilmente existirá um método mais fácil e mais eficiente de controlar
os latidos de seu cão. Essas coleiras, quando utilizadas de maneira adequada, ao controlarem os latidos, evitam a formação de úlceras e a queda das defesas imunológicas
que podem ocorrer no seu cão, causadas pelo estresse de latir excessivamente.
Como essas coleiras punem seu cão? De maneira não dolorosa mas desconfortável. Pode ser através de estímulos elétricos, vibrações ou mesmo um esguicho de
água ou citronela.
UTILIZE A FORÇA DAS RECOMPENSAS
Lembre-se de que seu cão pode e deve ser recompensado quando ficar em silêncio, ou seja, faça carinho, dê um biscoito ou atenção quando ele não estiver latindo.
Por exemplo, se o seu cão Iate quando tocam a campainha, peça para um amigo tocar várias vezes e recompense o cão sempre que ele não latir após a campainha ter tocado
- aos poucos, seu cão aprenderá a não latir quando a campainha tocar. Muitas vezes o cão associa um determinado comportamento a algum acontecimento, mesmo que isso
nos pareça sem sentido, como é o caso de cães que latem freneticamente para carteiros. Para nós, é óbvio que o carteiro sempre entrega a correspondência e vai embora,
mas o cão pode achar que o carteiro sempre desiste de invadir o território porque ele o defende eficientemente.
Independentemente do método que você escolher, não se esqueça de combater as causas do problema e nunca hesite em contratar um especialista em comportamento
animal para auxiliá-lo no tratamento.
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RESUMO
> Latidos em excesso também são nocivos para seu cão.
> Os latidos devem ser controlados e não eliminados.
> Se inibirmos simplesmente sem eliminarmos as causas, haverá uma transferência e o problema poderá se manifestar de outra forma.
> Investigue a causa ou a recompensa que estimula seu cão a latir e tente eliminá-la.
> Aplique punições despersonalizadas para latidos excessivos, isto é, não deixe óbvio para seu cão que foi você quem as aplicou.
> Acostume seu cão com sons, animais e objetos que o façam latir, e recompense-o quando ele não o fizer.
> Ofereça-lhe carinho, atenção e petiscos quando estiver calmo e silencioso.
> Não caia na tentação de dar algo que seu cão quer com a intenção de fazê-lo parar de latir. Ignore-o neste caso, pois do contrário o problema só irá aumentar.
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PROBLEMAS DO CÃO EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
Neste capítulo você vai aprender:
> Por que o cão apresenta problemas durante sua ausência.
> Por que ele chora à noite.
> A impedir que o cão pule em você e em seus convidados.
> Como impedi-lo de morder as pessoas como forma de brincar.
> O que fazer quando ele tentar copular com pessoas ou outros cães.
> Como agir quando o cão estiver enciumado.
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PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO QUANDO VOCÊ NÃO ESTÁ EM CASA
Um conceito relativamente novo, que tem ajudado muitos proprietários a entender o que pode estar acontecendo com seu cão nas longas horas em que eles não
estão em casa, pode resolver esses problemas.
O que deve ser feito é muito simples: ao chegar em casa e quando for sair, não faça festa para seu cão nem se mostre muito ansioso. Além disso, jamais dê
bronca ao chegar e encontrar sua casa bagunçada ou algum objeto danificado. Passados alguns minutos e seu cão tendo se acalmado, agrade-o e lhe dê atenção.
Existem muitos motivos para o cão destruir a casa na sua ausência, mas, independentemente da causa, evitar muita excitação na chegada ou na saída manterá
seu cão mais equilibrado e mais calmo. E ficar bravo com ele por ter encontrado alguma coisa destruída é totalmente inútil, pois o cão não relacionará a bronca com
o que fez, mas ligará a bronca com a confusão reinante à sua chegada ou à sua expressão de susto ou de raiva, o que contribuirá para aumentar a ansiedade dele e
tornar o problema cada vez mais grave.
OS CÃES TÊM IMAGINAÇÃO E CRIAM DELÍRIOS
Mas... por que eles se comportam assim? Qual é o sentido de tudo isso?
Os cachorros são capazes de imaginar sons, imagens e cheiros de uma forma muito semelhante à nossa. Um cientista russo, chamado Rusinov, descobriu isso em
1973, ao estudar a eletrofisiologia cerebral dos cães. Ele percebeu que os cães imaginam coisas praticamente da mesma maneira que nós.
Quando você sai de casa e seu cão o espera ansiosamente, começa a imaginar você chegando, pois
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é tudo o que ele quer. Se você não chega, estabelece-se um conflito de imaginação e ele começa a ficar ansioso. O que ele imagina vai se tornando cada vez mais real:
ele passa a imaginar você brincando com ele e com os travesseiros, correndo pela casa, ou mesmo visualiza sua imagem lendo uma revista, etc. Como você não está lá,
seu cão começa a interagir com as coisas que o simbolizam. O problema é que essa interação costuma ser um tanto quanto destrutiva e, ao chegar em casa, o problema
aumenta quando você o saúda com uma boa bronca. A tensão com que seu cachorro o aguardará da próxima vez será maior, pois, à ansiedade de esperá-lo, irá se somar
a preocupação por não saber se vai apanhar ou receber a maior festa!
CÃES MIMADOS SOFREM MAIS
Agora que você já tem a explicação detalhada do que pode estar ocorrendo, aprenda qual é a melhor maneira de evitar esse problema e contribuir para o bem-estar
do seu cão quando estiver fora.
Cães que ficam extremamente chateados quando seu dono sai de casa geralmente são animais "mimados" que sempre conseguem o que querem do dono sem muito esforço.
Eles se enxergam como líderes da matilha. Esse tipo de cão geralmente Iate quando quer sair de casa, e o dono imediatamente abre a porta; reclama quando quer comer,
e o dono lhe dá comida; quando quer carinho, esfrega o focinho na mão do dono que, na mesma hora, o acaricia; quando o dono vai de um recinto ao outro da casa, o
cão corre na frente e o segue muito próximo. Ou seja, tudo o que ele quer é feito. Mas, quando o dono sai de casa contra a vontade do cachorro, este fica realmente
chateado, e os problemas provocados pela ansiedade começam a acontecer: Iate em demasia, destrói a casa, ele se automutila, urina em volta da casa, etc.
O problema do "chefe da matilha" pode ser resolvido apresentando uma realidade nova para ele:
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sempre que ele quiser algo, ou você quiser dar a ele, peça que obedeça algum comando (como senta, ou deita), e aí você lhe dá o que ele pediu. Se o cachorro se recusar
a obedecê-lo, simplesmente ignore-o e vá fazer alguma outra coisa. Depois de alguns dias seu cachorro compreenderá que ele não é o chefe e que ele precisa obedecer
para conseguir as coisas, e não mandar no seu proprietário (leia o capítulo A Matilha, para entender melhor). Quando seu cachorro correr à sua frente pela casa,
engane-o: finja que vai para um lado e vá para outro, até que ele pare de correr na frente. O ideal é que ele pare de segui-lo.
A maioria dos cães que apresentam problemas comportamentais na ausência do seu dono são animais que, além de se considerarem chefes de matilha, ficam extremamente
excitados quando o dono chega e sai de casa. Você deve diminuir essa excitação da seguinte maneira: antes de sair, fique calmamente sentado durante cinco minutos,
sem falar nada e sem olhar para seu cão, ignorando-o completamente. Saia sem dizer nada. Ao chegar em casa, faça a mesma coisa, até que seu cão se acalme completamente.
Agrade-o, então, longe da porta de entrada. Lembre-se de que estamos lidando com a memória do seu cachorro, com a imaginação dele, portanto não espere muitos resultados
logo na primeira vez. Aos poucos, a nova rotina substituirá a ansiedade da separação e os problemas irão diminuindo, até cessarem completamente.
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OUTRAS MANEIRAS DE DIMINUIR A ANSIEDADE
Despersonalize a punição do cão quando ele destruir as coisas ou quando se comportar de forma indesejável, exercite o cão periodicamente e deixe um rádio
ligado próximo a ele na sua ausência. Essas providências auxiliam muito a controlar e extinguir esses problemas de ansiedade e de comportamento.
RESUMO:
> Para diminuir a ansiedade de seu cão, ignore-o durante alguns minutos antes de sair de casa e alguns minutos após chegar em casa.
> Não permita que seu cão seja o líder da matilha.
> Nunca dê bronca em seu cão nem demonstre estar zangado com ele ao chegar em casa e encontrar algo destruído.
> Deixe seu cão esperá-lo em um local que lembre sua presença, isto é, onde ele sinta o seu cheiro e, de preferência, deixe o rádio ligado. Caso não seja
possível, deixe uma camiseta sua, velha e usada, na casinha dele ou na caixa de transporte.
CHORAR À NOITE
É um problema que geralmente ocorre com filhotes, mas, em alguns casos, também aparece em cães adultos traumatizados, ansiosos ou "mimados".
Os cães choram por diversos motivos. Por meio do choro eles demonstram que algo não está de
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acordo com a vontade deles, que estão sentindo fome, sede, sofrendo por se sentirem isolados, ou por dor. Embora existam inúmeros motivos para que seu cão chore
durante a noite, o mais provável é que ele esteja se sentindo solitário. Cães são animais sociais que dependem do grupo para poder sobreviver, por isso, até que
se acostumem, ficam ansiosos e assustados quando se sentem abandonados.
É óbvio que não podemos ficar com o cão o tempo todo, por isso, devemos acostumá-lo a não se sentir abandonado desde filhote.
CONFORTE O ANIMAL
A primeira medida que se deve tomar é confortar o animal no ambiente em que ele ficará sozinho. Qualquer coisa que lembre o grupo dele ou que permita que
ele se distraia auxilia a reduzir a ansiedade de seu cão.
Se você está trazendo um filhote para sua casa, procure trazer do local em que o filhote vivia panos com cheiro da ninhada, brinquedos e outras coisas que
lembrem seu grupo e coloque-as onde seu cão irá passar a noite. Deixar um rádio ligado próximo ao filhote também colabora para que ele não se sinta sozinho.
Procure brincar com ele no lugar em que ficará confinado, para que o local lembre a sua presença e para que não seja completamente novo para seu filhote.
Os cães ficam muito ansiosos ao se sentirem abandonados, pois, além de quererem interação, não sabem se foram realmente esquecidos ou, ainda, por quanto tempo
ficarão ali. Como você não tem meios para informar ao seu cão por quanto tempo ele ficará lá, pelo menos lhe mostre que você não se esquecerá dele e que irá buscá-lo
depois de algum tempo. Como fazer isto? Confine o animal no local em que ele passará a noite
somente por alguns minutos, volte e fique um tempo com ele. Faça isto algumas vezes, aumentando o tempo gradativamente, assim ele saberá que você sempre volta, embora
não saiba quando, o que o deixará muito mais tranqüilo.
A ANSIEDADE É O PROBLEMA
Alguns cuidados deverão ser tomados ao condicionar seu cão a ficar socialmente privado. Sempre que você chegar, não o saúde com entusiasmo, procure ignorá-lo
por algum tempo, até que ele se acalme, e aí, então, dê-lhe atenção e divertimento. Antes de sair e deixá-lo no local, procure ignorá-lo por alguns minutos para
depois sair. Você deve seguir esse procedimento para evitar que a ansiedade de separação aumente ainda mais.
Exercitar fisicamente seu cão antes de levá-lo para passar a noite sozinho também ajuda a reduzir a ansiedade dele.
Atenção: Não volte quando seu cão estiver chorando ou latindo, pois ele logo perceberá que latir e chorar traz você de volta. Procure ignorar completamente
o choro de seu cão nessas ocasiões e não retome enquanto ele não parar de chorar ou latir.
NÃO RECOMPENSE COMPORTAMENTOS INDESEJÁVEIS
Infelizmente, muitas pessoas ignoram seus cães quando eles estão se comportando exatamente como elas querem e, ao contrário, lhes dão toda a atenção quando
não se comportam. É claro que essas pessoas dificilmente terão um cão educado com possibilidades de ter um convívio saudável. Para que isso não ocorra com você,
procure recompensar seu cão quando ele o aguardar silenciosamente e deixe para puni-lo (não lhe dando nenhuma atenção) quando ele estiver chorando e latindo.
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Cuidado: Ir até onde o cachorro está preso para dar-lhe uma bronca quando ele estiver latindo por se sentir solitário pode piorar o problema, pois, além dele
ter conseguido atrair você com seus latidos ou choro, sua bronca contribuirá ainda mais para aumentar a verdadeira causa do problema, que é a ansiedade do animal.
PUNIÇÕES DESPERSONALIZADAS PODEM AJUDAR
Em alguns casos, punições despersonalizadas contribuem para modificar esse tipo de comportamento quando ele já se tornou um vício. Lançar algum objeto barulhento
ou provocar alguma outra sensação desagradável no animal quando ele estiver chorando ou latindo durante a noite, sem que ele associe o desconforto com a sua presença,
pode acelerar o aprendizado. Por exemplo, você pode jogar latas cheias de moedas e parafusos nas proximidades do cão sempre que ele latir ou chorar, sem que ele
o veja - tome muito cuidado para não atingi-lo, senão ele vai chorar e latir motivado por uma causa bem concreta.
Seja paciente, não exija de seu cão que ele mude de comportamento imediatamente; aos poucos ele irá se tornando mais confiante e o problema desaparecerá.
RESUMO:
> Prepare o lugar em que seu cão passará a noite colocando objetos, cheiros e sons dos membros do grupo dele. Acostume-o com o local,
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procurando brincar e interagir com ele nesse espaço.
> Deixe-o e encontre-o sem manifestações de euforia, ignorando-o por alguns minutos antes de deixá-lo sozinho e ao chegar.
> Acostume seu cão a ficar sozinho aumentando o tempo de isolamento gradativamente Procure não voltar, nem para confortá-lo nem para lhe dar uma bronca, quando
ele estiver chorando ou latindo.
> Para os cães cujo choro da noite já se tornou um vício, as punições despersonalizadas são
de grande ajuda na eliminação do problema.
PULAR NAS PESSOAS
Este é um problema muito fácil de ser resolvido, a dificuldade só existe quando as pessoas tentam corrigir esse problema de maneira errada. Elas acham que
estão punindo o cachorro ao brigar com ele, quando na verdade o estão recompensando ou confundindo.
Ensinar o cão a não pular nas pessoas é um procedimento que exige a cooperação de todos. Se alguém de sua casa realmente gosta que o cachorro pule nela, deve
utilizar um comando como UPA e bater a mão no peito, assim o cachorro saberá que só poderá pular sob essa condição e na pessoa que fizer isto. Para treinadores,
essa diferenciação é feita com muita facilidade, mas, caso você não tenha muita prática, opte por punir todas as vezes que seu cão pular em você.
VOCÊS É QUE SÃO OS CULPADOS
Os cachorros aprendem que pular nas pessoas é uma das melhores táticas para conseguir atenção.
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Quando eles são filhotes e pulam nas pessoas, elas geralmente começam a brincar com o cachorrinho ou pegam-no e o acariciam. Não é necessário dizer que vocês mesmos
ensinaram esse comportamento ao seu cachorro.
O correto seria nunca ter ensinado seu cão a pular nas pessoas, o simples ato de ignorar o filhote quando ele pula em você é suficiente para eliminar o comportamento,
pois a intenção dele de conseguir sua atenção fracassa, e, como você já sabe, o fracasso é uma das melhores punições. Mas quem resiste ao assédio de um animalzinho
fofinho e brincalhão?
A maioria das pessoas passa anos dando broncas no cachorro para que ele pare de pular e não entende por que eles não param! A explicação é simples, o cão
aprendeu que pular é uma ótima maneira de conseguir atenção, e continua sendo! As pessoas ao darem bronca em seus cachorros estão Ihes dando atenção também.
RECOMPENSE-O COM ATENÇÃO SOMENTE QUANDO NÃO PULAR
O grande truque é punir o seu cachorro sem lhe dar atenção, e você ficará espantado com que rapidez seu cão aprenderá. Você terá que repetir o exercício algumas
vezes, mas uma semana costuma ser mais do que suficiente para que seu cão pare completamente de pular em você e nas outras pessoas.
Qual é a melhor maneira de punir seu cachorro sem lhe dar atenção? Você pode simplesmente ignorá-lo e continuar andando e só lhe dar atenção quando ele estiver
com as quatro pa,tas no chão. Entre em casa várias vezes e ignore o cachorro completamente até que ele permaneça no chão, só então agache-se e lhe faça carinhos.
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Uma outra maneira ainda mais eficiente do que a primeira é segurar as patas da frente do cachorro assim que ele pular em você. Espere um pouco até que ele
se sinta incomodado (segure firme mas não o machuque) e aí comece a andar na direção do cachorro, obrigando-o a andar para trás. Solte-o e diga chão, seriamente.
O truque consiste em não falar nada e nem olhar para o cachorro até o momento de soltá-lo.
Assim que ele estiver com as quatro patas no chão, estimule-o a pular em cima de você (faça festa, bata no peito, etc.) e repita novamente todo o exercício
olhando para o vazio e sem falar com ele.
Na terceira vez, provavelmente seu cachorro se recusará a pular em você; é o momento em que você deve agachar-se, fazer-lhe muito carinho e dar-lhe atenção.
CUIDADO PARA NÃO CONFUNDI-LO
Repita o exercício sempre que puder e recompense-o sempre que se recusar a pular em você. Preste atenção, porque você deve elogiá-lo quando se recusar a pular
em você e não simplesmente quando você soltá-lo. Se você, ao soltá-lo, fizer carinho e elogiá-lo, ele poderá entender que pular em você causa um desconforto momentâneo
para ele, mas que, em seguida, ele consegue bastante atenção. Não é isto que você quer ensinar. A lição é: pular em você não funciona para atrair a atenção e também
não é confortável, pois cães odeiam andar para trás com duas patas.
O comando chão não é necessário para ensinar seu cão a não pular em você, mas auxilia a evitar que seu cão pule nas outras pessoas. Se as visitas não puderem
fazer exatamente o que foi descrito, diga chão ao perceber que ele está para pula"r e então permita que as visitas o acariciem. O comando chão será também usado
quando você for ensinar seu cão a não subir em mesas e sofás.
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RESUMO:
> Seja coerente ao ensinar seu cão. Não o deixe pular nunca em você sem que você peça, ou,
se preferir, deixe-o pular sempre, independentemente da roupa que esteja usando.
> Peça a colaboração de todos para facilitar o aprendizado para o cão. Procure não abrir exceções, pois quanto mais gerais as regras, mais fácil será para
seu cão entendê-las.
> Não dê atenção nenhuma ao seu cão quando ele pular em você, e, quando não pular, agache-se e acaricie-o.
> Procure recompensar a recusa dele em pular em você, e não o recompense quando conseguir apenas tirá-lo de cima de você.
MORDER AS PESSOAS COMO FORMA DE BRINCAR
Controlar esse comportamento torna o convívio com o cão mais agradável, além de diminuir a probabilidade de que ele use a boca contra você futuramente ao
se defender ou ao tentar mostrar dominância.
Se você observar filhotes brincando, irá perceber que eles passam a maior parte do tempo trocando mordidas e se agarrando. Isso é completamente normal e saudável,
mas aos poucos o cãozinho terá que aprender a não brincar de morder você e as demais pessoas.
Se ele aprender que não deve morder as pessoas para brincar, os acidentes serão menos sérios e mais raros. Talvez o animal não deixe de morder quando se sentir
acuado ou se for ferido, mas a intensidade da
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mordida provavelmente será menor.
EDUQUE-O DESDE O COMEÇO
Procure desde logo ensinar ao seu cãozinho que morder as pessoas não é permitido. Assim que ele começar a morder sua mão, diga Não!, severamente, e substitua-a
por um brinquedo. Agrade-o e brinque com o filhote, se ele passar a morder o brinquedo. Se ele continuar preferindo a sua mão, pare de interagir com ele e o abandone.
Em pouco tempo, o cãozinho perceberá que você só vai brincar com ele se ele deixar de morder sua mão.
Alguns filhotes, ao serem impedidos de nos morder, ficam instantaneamente mais agressivos e passam a morder mais fortemente. Nesses casos, sempre que ele
mordê-lo, diga Não! e abandone-o imediatamente. Volte algum tempo depois e lhe dê uma nova chance.
Esse problema persistirá mesmo depois de o cão ficar adulto caso ele perceba que essa é uma ótima forma de chamar sua atenção, por isso, não brinque ou interaja
com o cão quando ele se comportar dessa maneira.
RESUMO
> Controlar esse comportamento torna a convivência com o cão mais agradável e diminui as chances de acidentes.
> Diga Não! seriamente toda vez que seu cão mordê-lo, impedindo-o que ele o faça. Procure substituir sua mão por um brinquedo e elogie-o se ele passar a morder
o brinquedo. Brinque com ele sempre que se aproximar sem morder.
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> Pare de interagir e saia do local caso ele não pare de morder sua mão ou se ele ficar irritado ao ser punido e passar a morder mais agressivamente. Não
lhe dê atenção quando ele apresentar esse comportamento. Diga Não!, seriamente, e ignore-o.
TENTATIVAS DE COPULAR COM PESSOAS E OUTROS CÃES
Cães do mesmo sexo montarem uns nos outros é um comportamento natural entre os animais, principalmente jovens, pois os preparam para uma futura cópula. Somente
os cães dominantes de uma matilha têm o direito de copular com as fêmeas no cio. Isso justifica o fato de que esse é um comportamento mais característico de machos
jovens dominantes.
As fêmeas no cio também apresentam esse comportamento, já que ele é determinado por certas concentrações de hormônios em circulação. É um comportamento natural,
e não há necessidade de controlá-lo ou impedi-lo.
Já os cães que montam em pessoas, não só causam constrangimentos como podem se tornar agressivos se tentarmos separá-los de seu "par". Esse comportamento
é mais característico em cães que foram retirados muito cedo da ninhada e que não foram devidamente socializados com outros cães.
Adestrar e mostrar a esses cães que eles não são o líder da matilha costuma resolver o problema. Procure também impedir seu cão de pular em qualquer pessoa
empregando alguma providência que provoque nele uma sensação desagradável, como espirrar água diretamente na cara dele utilizando um spray, até que ele se recuse
a montar. Procure inibi-lo tão logo ele comece a
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demonstrar a intenção de agir assim, pois, caso contrário, a própria sensação produzida pelo comportamento o recompensará.
RESUMO:
> Impeça que seu cão tente copular com pessoas assim que ele demostrar essa intenção.
> É normal e não há necessidade de se preocupar quando cães do mesmo sexo montam uns
nos outros.
> Não retire cedo demais o filhote do convívio com a mãe e os demais irmãos da ninhada. Desde cedo, socialize-o com outros cachorros.
> Impeça seu cão de tentar copular com pessoas por meio de punições imediatas. Espirrar água na cara do cachorro com um spray, toda vez que ele montar, costuma
resolver o problema.
CIÚMES EM RELAÇÃO A PESSOAS OU OUTROS CÃES
Freqüentemente nos deparamos com situações desagradáveis e muitas vezes perigosas devido ao que podemos chamar de "ciúmes".
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Os cães, como vários outros animais, protegem objetos e seres vivos da aproximação de outros animais ou pessoas. Esta é uma atitude normal e saudável, mas
muitas vezes se torna exagerada, prejudicando o convívio do grupo. Ter um cão que proteja seu território contra estranhos ou que ameace uma pessoa que o está claramente
ameaçando pode ser até desejável, mas, por exemplo, se seu cão mostra os dentes para sua mulher sempre que ela o abraça, ou rosna para o namorado de sua filha todas
as vezes em que ele toca a campainha, esse é um comportamento intolerável.
Os ciúmes aparecem quando o cão sente que seus interesses serão prejudicados pela outra pessoa ou animal. Por exemplo, uma cliente minha não dava mais atenção
para o cachorro quando o namorado dela chegava, e o animal, aos poucos, foi ficando agressivo com o rapaz; depois de algum tempo, ela passou a prendê-lo todas as
vezes que o namorado chegava, o que só piorou a situação. Para o cão, a presença do namorado dela passou a significar ser ignorado e confinado.
Muitas vezes, sem querer, fazemos nossos cães associarem uma porção de coisas negativas com pessoas ou outros animais. Se você simplesmente ignorar os sentimentos
de seu cão, não se surpreenda quando ele rosnar especificamente para alguém ou
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tentar impedir que determinada pessoa chegue perto de você. Você não pode permitir esse tipo de comportamento, mas procure evitar, da melhor forma possível, que
a situação chegue a esse ponto.
COMO LIDAR COM O PROBLEMA
O chefe da matilha é quem controla as regras do convívio, portanto, a primeira medida a ser tomada para mudar este comportamento é se tornar o líder de seu
cão. Leia e coloque em prática o capítulo: A Matilha. Se você for o líder da matilha, seu cão saberá que não cabe a ele decidir quem deve se aproximar de você ou
quem não pode fazer isso.
Como o ciúme é causado por sentimentos negativos relacionados a pessoas e animais, é importante que se reduzam os motivos para o ciúme, e qualquer punição
deve vir diretamente da pessoa que está sendo protegida pelo cão, pois, caso contrário, mais relações negativas irão somar-se àquela determinada pessoa, agravando
o problema. Quando um cão, ao proteger a mulher, ataca o marido, este não deve punir o cão, pois, se o fizer, piorará ainda mais a situação.
CUIDADO COM PUNIÇÕES E PRIVAÇÕES SELETIVAS
A punição nesses casos, embora às vezes seja necessária, deve ser evitada, para não agravar o problema. Procure agir positivamente, relacionando coisas agradáveis
com a presença da outra pessoa ou animal que seja a causa do ciúme e recompensando seu cão quando ele demonstrar comportamentos desejáveis nessas situações. A minha
cliente, seguindo minha orientação, resolveu o problema dando um petisco ao cachorro sempre que seu namorado chega, e, às vezes, vão juntos levar o cachorro para
passear. A atitude agressiva do cão, atualmente, transformou-se em u"ma atitude simpática e alegre quando os três estão juntos.
Pessoas que possuem mais de um cão, muitas
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vezes, param de fazer carinho quando o segundo cão se aproxima ou, ainda, só dão petiscos quando os animais se encontram separados, achando que assim evitarão disputas
e ciúmes. Os cães em pouco tempo relacionarão a presença do outro com algo desagradável, já que são privados de petiscos e atenção, aumentando ainda mais a chance
de conflitos e ciúmes.
Uma outra situação problemática ocorre quando a mulher permite que seu cão durma em sua cama apenas na ausência do marido. O cão relacionará a presença do
marido com privação de carinho e conforto, aumentando o ciúme e prejudicando a relação entre ambos.
RESUMO:
> Torne-se o chefe da matilha para ter o direito, perante seu cão, de alterar as regras do convívio.
> A punição nunca deve vir da pessoa que está sendo ameaçada pelo cão.
> Procure evitar relações negativas entre seu cão e seus amigos ou outros animais. Não deixe de dar atenção e não o prive de nada toda vez que uma determinada
pessoa ou animal venha visitá-lo ou se aproxime de você.
> Recompense seu cão por condutas agradáveis e corretas. Mostre a ele, positivamente, o que você espera dele.
PROBLEMAS DO CÃO EM RELAÇÃO À CASA
Neste capítulo você vai aprender:
> Por que seu cão faz buracos em seu jardim.
> Que, ao subir nos móveis, o cão se sente recompensado de alguma maneira.
> Que o filhote rói móveis e objetos para aliviar a coceira nas gengivas, mas o cão adulto pode também apresentar esse comportamento.
> Formas de ensiná-lo a viver "civilizadamente" numa casa.
CAVAR O JARDIM
Cavar para os cães é uma atividade natural e saudável. Infelizmente, na maioria das casas não há condições para permitir que o cão cave, por isso, além de eliminar
os motivos que automaticamente recompensem seu cão, é necessário puni-lo quando ele o fizer.
Muitos comportamentos, como o de latir exageradamente, destruir coisas, cavar, etc. podem ser resultado de um cão estressado por falta de exercício ou por
falta de companhia. Cães são animais sociais que dependem de companhia para levar uma vida saudável. Caso seu cão não tenha acesso a companhia, ao puni-lo por cavar,
você se verá diante de outro problema.
O cão pode estar cavando por diversos motivos, como:
> para esconder sobras de alimentos ou ossos;
> para "preparar" um lugar fresco para deitar;
> para imitá-lo;
> para chamar sua atenção;
> para exercitar-se ou para aliviar o tédio ou a ansiedade.
ELIMINE AS CAUSAS
Procure não deixar seu cão abandonado no quintal, permita-lhe participar de atividades sociais e leve-o para se exercitar. Caso seu cão passe grande parte
do tempo sozinho, procure criar atividades para que ele possa se distrair, aliviando o estresse da solidão. Alguns brinquedos são projetados especialmente para este
fim.
A segunda medida a ser tomada é certificar-se
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de que seu cão tenha um lugar fresco e agradável para deitar, assim diminuirá as chances de que ele eleja um determinado canteiro de flores para descansar.
Como em relação a vários outros comportamentos, o cão pode perceber que, quando cava, ele chama sua atenção. Se você sair de casa e correr para o quintal
para dar bronca em seu cão porque ele está cavando ou, ainda, ficar um tempão tapando os buracos que ele fez, ele passará a cavar sempre que se sentir carente. Por
isso, não lhe dê atenção quando estiver fazendo algo errado, e procure tapar os buracos e reparar os estragos discretamente.
Os cães também aprendem por imitação, por isso, não plante ou cave buracos na frente de seu cachorro. Muitas pessoas ficam abismadas porque seu cão sempre
destrói o canteiro preferido logo depois de elas terem revolvido e adubado a terra, sem perceber que o cão estava tentando imitá-las.
QUANDO E COMO PUNI-LO
Quanto mais eficazes formos ao aplicar as punições, mais rapidamente o problema cessa. Se todas as vezes que seu cachorro for cavar se deparar com algo desagradável,
em alguns dias você terá resolvido o problema. Se você permitir que ele cave grande parte das vezes e só conseguir puni-lo de vez em quando, o problema persistirá,
por isso, considere a possibilidade de manter seu cão em algum lugar que ele não possa cavar quando você não estiver preparado para puni-lo.
As punições devem ser despersonalizadas para que o cão não cave, também, na sua ausência. Há inúmeras maneiras de punir o cão por cavar, como colocar fezes
deles mesmos no fundo dos buracos antes de tapá-los, colocar bexigas cheias e cobrir com um pouco de terra, o que lhe causará um susto ou uma sensação desagradável,
influenciando-o a deixar de cavar. Uma ou-
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tra maneira é jogar algum objeto punitivo, como várias latas, na sua direção, sem que ele perceba que você as está atirando, para que ele acredite que, quando cava,
objetos desagradáveis vindos do nada caem sobre ele.
RESUMO:
> Localize quais são e elimine os motivos que levam seu cão a cavar.
> Crie oportunidades para que seu cão tenha companhia, leve-o para se exercitar, verifique se há um lugar fresco e agradável para ele descansar e compre brinquedos
que o entretenham na sua
ausência.
> Não tape os buracos feitos pelo seu cão, nem plante ou cave buracos na frente dele, pois ele irá imitá-lo.
> Coloque fezes dele nos buracos antes de tapá-los ou crie outras formas de punição despersonalizadas para quando ele começar a cavar ou já estiver em plena
ação.
SUBIR NOS MÓVEIS
Os cães sobem nos móveis ou porque foram ensinados ou porque são recompensados ao subirem. Quando o cão pula no sofá, por exemplo, além de conseguir a nossa
atenção, o próprio sofá o recompensa, pois torna a sonequinha dele superconfortável.
Se o seu cão sobe na mesa, ele sobe para chamar sua atenção ou porque às vezes acha alguma comida gostosa que o faz sentir-se recompensado.
O primeiro passo é impedir que ele seja recom-
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pensado ao pular. Não deixar a comida espalhada em cima dos móveis é uma providência óbvia, mas como impedir que o sofá não torne a soneca de seu cão mais agradável?
Ao sair de casa, coloque algo que torne o sofá desconfortável. Tiras de fita adesiva viradas para cima assustam o cachorro, pois, quando ele as toca, elas ficam
presas no pêlo dele, e o cão provavelmente não tentará subir no sofá por algum tempo. Uma outra maneira é colocar papel-filme (do tipo que serve para vedar pratos
de comida) sobre o sofá.
A ARTE DE DESPERSONALIZAR PUNIÇÕES
Estes truques ensinam o cachorro a não subir nos móveis estando você presente ou não, pois, a punição não sendo personalizada, seu cão não associará sua presença
no recinto com o fato de não poder subir no sofá. Se puni-lo diretamente, assim que você sair de casa o cão pode achar que subir no sofá é permitido, já que nada
lhe acontece na sua ausência. Utilize sua imaginação e criatividade para criar maneiras de punir seu cão na sua ausência, quando ele fizer algo de errado. Uma dica
é colocar um barbante esticado em cima do sofá e preso a algo barulhento como uma lata cheia de parafusos e moedas -quando o cachorro tentar subir, a lata cairá,
mas cuidado para colocá-la numa posição em que não haja risco de machucá-lo. Aos poucos, você criará alguns objetos dos quais seu cão não vai querer ficar próximo,
como a lata com parafusos e moedas; quando essa aversão ficar bem caracterizada, será suficiente colocar o objeto odiado em cima dos móveis que seu cão não deva
subir, numa posição bem visível.
O problema é: quem gosta de ficar numa casa forrada com papel-filme ou, ainda pior, com latas cheias de parafuso decorando o ambiente? Eu não gosto! Por-
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tanto, você pode utilizar essas técnicas somente quando não houver ninguém em casa e ensiná-lo "pessoalmente" a não subir quando você estiver presente.
DEIXE A SITUAÇÃO BEM CLARA RARA SEU CÃO
Você deve estimulá-lo a subir no sofá sem utilizar nenhum comando, já que nunca se deve punir o cachorro por obedecê-lo. Bata no sofá, divirta-se com o sofá
e, quando ele pular no sofá, pare imediatamente a farra, agarre-o pela coleira, coloque-o no chão, dizendo chão. Não diga mais nada e não olhe para ele. Repita tudo
de novo, até que ele se recuse a pular no sofá, aí transfira toda a alegria e bagunça do sofá para ele, ou seja, brinque e faça carinho nele, no chão. Resumindo:
induza-o a subir no sofá sem chamá-lo; caso ele faça isso, puna-o colocando-o de volta no chão, e caso não suba, elogie-o e faça-lhe carinhos.
Se você estiver próximo de seu cachorro e perceber que ele está em cima do sofá ou subindo nele, diga chão e ande seriamente na direção dele, pegue-o pela
coleira e coloque-o no chão. Não lhe dê nenhuma atenção. Andar na direção dele já pode ser considerado como atenção, por isso, sempre que possível, dê preferência
a armadilhas (latas barulhentas, papel-filme, etc.).
É importante induzir seu cão a fazer a coisa errada inúmeras vezes (sem lhe dar comandos, pois nunca se deve punir o cão por obedecer um comando) para que
fique claro para ele o que é errado. Não se esqueça de elogiá-lo e dar-lhe atenção sempre que ele se recusar a fazer a coisa errada. É mais importante recompensar
as atitudes corretas do que punir as erradas.
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RESUMO:
> O que causa o comportamento são as recompensas. Identifique-as e elimine-as, se possível.
> Ensine seu cão a não subir nos móveis na sua presença. Mostre a ele que é errado.
> Despersonalize as punições montando armadilhas, para que ele não suba também na sua ausência.
> Não se esqueça de recompensá-lo por não subir nas coisas.
ROER AS COISAS
Roer grande parte do dia e praticamente tudo o que encontram pela frente é um problema característico de filhotes, mas cães adultos ansiosos ou com problemas
fisiológicos também podem apresentar esse comportamento.
Aja com os animais adultos da mesma forma que com os filhotes, e procure exercitá-los freqüentemente para diminuir a ansiedade deles.
São vários os problemas fisiológicos e psicológicos que podem levar o cão a roer excessivamente, como verminoses, falta de sais minerais, desequilíbrio quími-
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co-cerebral, etc. Antes de tentar controlar o comportamento, consulte um veterinário para ter certeza de que seu cão está saudável.
Os filhotes geralmente roem tudo que encontram pela frente porque, ao mastigar, eles sentem alívio da dor na gengiva, além de provarem gostos e sensações
novas.
A dor na gengiva é causada pela troca dos dentes, e é por isso que essa compulsão para roer tudo ocorre geralmente nos três primeiros meses de vida do cão.
Embora essa dor desapareça, muitos cães conservam o hábito de roer qualquer objeto à disposição pelo resto da vida. O cãozinho não deve ser privado de roer objetos,
deve poder brincar e roer todos, e apenas, os próprios brinquedos, que devem ficar ao alcance dele.
NÃO PERMITA QUE O COMPORTAMENTO SE TORNE UM VÍCIO
Muitos problemas de comportamento são adquiridos na juventude do cão e persistem por terem sido recompensados. Quando um cãozinho rói o sofá da sala, ele
automaticamente está sendo recompensado pelo alívio de sua dor, portanto, para ele, roer o sofá é algo bom. O simples fato de privar seu cão, nessa fase, de roer
qualquer objeto que não os brinquedos dele, impede que esse comportamento se torne um vício.
Punir seu cão por roer algo que não deva e recompensá-lo por roer os próprios brinquedos é a melhor maneira de resolver esse comportamento.
DEIXE OS BRINQUEDOS AINDA MAIS INTERESSANTES PARA SEU CÃO
Os cãezinhos são curiosos e adoram receber novos brinquedos, portanto procure sempre renová-los
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para que eles não percam o interesse. Coloque no freezer alguns brinquedos antes de dá-los ao filhote para aliviar ainda mais a dor que ele sente na gengiva. Procure
mostrar ao cãozinho que os brinquedos novos são para ele, brincando com eles e estimulando o filhote a fazer a mesma coisa, diminuindo assim a chance de ele eleger
determinados objetos dispersos pela casa como brinquedos. Evite dar-lhe tênis velhos ou qualquer coisa que se assemelhe a objetos de uso das pessoas da casa, para
não ensiná-lo a brincar indevidamente com eles.
SUPERVISIONE O COMPORTAMENTO DELE E PUNA-O QUANDO NECESSÁRIO
Além de fornecer várias alternativas para seu filhote aliviar a dor na gengiva, puna qualquer intenção de roer algo que não seja dele. Um enérgico Não! e
uma batida de jornal ou garrafa plástica rio chão, ao lado de seu cãozinho, quando ele optar por roer algo como o tênis que está no seu pé é uma da punições que
podem ser aplicadas. Se ele estiver mordendo o seu sapato, prepare-se com um spray de água ou com algo que faça barulho e, toda vez que ele tentar fazê-lo, utilize
o objeto de punição. Sempre que estiver preparado para puni-lo, induza-o a cometer o ato, puna-o por demonstrar o comportamento indesejável ou recompense-o por recusar-se,
mesmo quando induzido.
Procure deixar claro para seu cãozinho que o ato de roer não é ruim, mas roer determinadas coisas é. Ofereça-lhe brinquedos e estimule-o a mastigá-los.
As melhores punições para esse problema são as não diretamente relacionadas com a sua presença, do ponto de vista do seu cão. Quando estiver a uma certa distância,
procure atirar objetos barulhentos como o molho de chaves ou a lata com parafusos sem que seu cão desconfie que foi você quem os atirou. Ou, ainda, coloque produ
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tos amargos, não tóxicos, em locais que seu cachorro roa. Assim, o problema deixará de ocorrer não só na sua presença mas também quando você estiver ausente.
Todos os comportamentos problemáticos que automaticamente recompensem o seu cão devem ser cautelosamente supervisionados, pois nesses casos basta o cão agir
erradamente para ser imediatamente recompensado. Quando ele rói qualquer coisa, ele é recompensado pelo alívio da dor na gengiva, por isso, até passar essa fase,
o cão deve ser observado grande parte do tempo e, quando você não puder ficar atento, confine-o em locais em que esse comportamento indesejável não possa ocorrer.
Até aprender a respeitar os objetos da casa, e se for corretamente acostumado, seu filhote poderá passar curtos períodos do dia confinado na caixa de transporte,
sem nenhum constrangimento, o que é uma solução segura, pois evita que ele se acidente, roendo, por exemplo, algum fio elétrico.
RESUMO:
> Verifique com seu veterinário se seu cão não possui nenhum problema físico que possa ser a causa do problema.
> Não permita que seu filhote roa nada além dos brinquedos dele. Ofereça-lhe vários brinquedos e renove-os de tempos em tempos. Se possível, congele-os antes
de dá-los ao cãozinho.
> Aplique punições despersonalizadas quando o filhote estiver roendo algo que não pertença a ele e recompense-o com atenção e brincadeiras quando ele optar
por morder os próprios brinquedos.
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PROBLEMAS DO CÃO RELACIONADOS AO ATO DE COMER
Neste capítulo você vai aprender:
> Que seu cão provavelmente não sabe que é errado roubar comida.
> Como impedi-lo de roubá-la.
> A ensiná-lo a não pedir comida quando você estiver comendo.
> Como evitar que ele coma as fezes de outros cães.
> Como tentar combater o hábito de comer as próprias fezes.
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ROUBAR COMIDA
Os cães enquanto viveram livres, em sua condição natural, eram obrigados a aproveitar cada chance que tinham para comer, independentemente do local ou da
hora. Por outro lado, os cães dominantes, pelas leis da matilha, têm o poder de impedir os demais de se alimentar ou o de proteger a própria comida, portanto, se
você for o líder da matilha, ficará mais fácil para seu cão aprender a respeitar sua comida.
O seu cão pode estar roubando comida sem ter a menor idéia de que está fazendo algo de errado. Mas, se ele é inocente, por que só rouba quando você se distrai
ou sai para fazer alguma coisa? A resposta é simples, ele acha que pegar comida quando você está olhando é errado pois leva uma bronca, mas, quando você se distrai,
é certo, já que nada acontece, e a comida continua tendo um gosto ótimo. Quando está "roubando" a comida e avista você, ele sai correndo, pois sabe que as regras
do jogo mudam na sua presença. Mais uma vez, a solução é despersonalizar a punição.
O PRÓPRIO O ATO SE AUTO-RECOMPENSA
Muitos atos que são problemas de comportamento automaticamente recompensam o cachorro, e é por isso que eles continuam a agir de tal modo. O seu cão será
automaticamente recompensado sempre que conseguir roubar e comer algum alimento. É equivalente a quando se senta e recebe de nós um petisco - sempre que ele
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rouba, também recebe.
Considere a hipótese de não deixar nenhum alimento ao alcance ou disponível para seu cão. Assim ele não criará o hábito de roubar.
A PUNIÇÃO DEVE SER RELACIONADA COM O FRACASSO DA INTENÇÃO
Para puni-lo, planeje armadilhas e fique atento para que seu cão não consiga ingerir o alimento após a armadilha funcionar. Eu já presenciei cães que puxam
um pedaço de carne cautelosamente esperando alguma coisa cair (o que quer que estivesse amarrado na carne com o intuito de assustar o cão), para depois sair correndo
e ingerir o pedaço sossegadamente. Ou ainda cães que abocanham pedaços de carne ligados na eletricidade e rapidamente os atiram longe, desconectando-os, para depois
ingerirem alegremente o alimento. Para eles, o que estavam fazendo não tinha nada de errado! Qualquer que seja a armadilha, certifique-se de que a intenção do cão
falhou, ou seja, tenha a certeza de que ele não vai ingerir o alimento, caso contrário a punição perderá o efeito e o comportamento persistirá.
Amarrar no alimento algo que caia fazendo barulho quando seu cão tentar roubá-lo ou, mesmo, ligar o alimento na eletricidade (nunca ligue diretamente na tomada
110 V, você pode matar seu animal! Punições devem criar sensações desagradáveis e não machucar o cão.) são providências que funcionam desde que você entre em ação
para impedi-lo de ingerir o alimento, caso exista chance disso ocorrer.
Se você conseguir disfarçadamente surpreender o cachorro roubando a comida, atire algo na direção dele que cause um susto e esconda-se ou finja que não teve
nada a ver com a punição.
Cuidado: Produtos desagradáveis adicionados ao alimento para que seu cão tenha uma surpresa desagradável podem resultar em intoxicação.
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RESUMO:
> Não deixe alimentos espalhados se houver a possibilidade de seu cão alcançá-los.
> Planeje armadilhas para punir seu cão no ato do roubo. A punição para ser efetiva deve estar associada ao fracasso, ou seja, o seu cão não pode conseguir
ingerir o alimento após a armadilha entrar em ação.
PEDIR COMIDA QUANDO VOCÊ ESTÁ COMENDO
Alimentar seu cão com comida preparada para "gente" é uma péssima idéia. Os cães possuem necessidades nutricionais diferentes das nossas e devem comer alimentos
que não os prejudiquem.
Cães que pedem comida geralmente são aqueles que a recebem de seus donos enquanto eles comem, e logo aprendem que, se latirem ou ficarem pedindo de alguma
outra forma, conseguirão mais um pedacinho.
NÃO RECOMPENSE POR COMPORTAMENTOS QUE VOCÊ QUER ELIMINAR
Nunca dê nada comestível para seu cão enquanto você estiver comendo e não permita que ninguém faça isso em sua casa, e dentro de poucos dias seu cão deixará
de implorar por comida durante as suas refeições.
É importantíssimo que qualquer incômodo que seu cão cause nas horas da refeição seja totalmente ignorado e jamais recompensado. É muito comum obser-
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var pessoas que estão tentando desacostumar o cachorro a comer "indevidamente" ficarem tão impacientes com o comportamento obsessivo do cão, que acabam lhe dando
um pedacinho, só para que ele "cale a boca". Não é preciso dizer que essas pessoas estão treinando o animal a se portar permanentemente de maneira errada.
RESUMO:
> Não se deve alimentar o cão com comida adequada apenas para pessoas, por mais "humano" que você considere seu cão.
> É muito importante resistir a latidos, trejeitos e sons produzidos por seu cão na hora das refeições, em sua tentativa para ganhar um bocado de comida.
> Não dê nenhum alimento ao seu cão durante as suas refeições, e também não permita que
ninguém o faça, independentemente de quanto ele implorar.
COMER FEZES DE OUTROS ANIMAIS
Alguns cães comem fezes de outros animais, isto, embora normal, é um hábito que, além de causar nojo às pessoas e produzir um hálito superdesagradável, aumenta
a chance do animal contrair doenças e verminoses.
As fezes, por incrível que pareça, ainda possuem muitos nutrientes e vitaminas não absorvidos ou digeridos, portanto o animal, ao comer fezes, está se alimentando.
Assim, deficiências nutricionais ou distúrbios do aparelho digestivo são fatores que contribuem muito para o desenvolvimento do hábito de comer fezes.
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SOLUÇÕES
Informe-se primeiramente com seu veterinário se o problema não pode ser resolvido com mudanças na dieta, ou, talvez, com alguma suplementação nutricional.
Se o cão come as fezes do seu gato, procure colocar a caixa de areia do gato em algum lugar que fique inacessível para o cão, ou então faça uma caixinha fechada
com apenas uma porta que seja do tamanho do gato, para que o cão não consiga entrar.
Você também pode aplicar punições despersonalizadas para controlar o comportamento, jogando objetos barulhentos na direção do cão ou colocando nas fezes algum
produto não tóxico que lhe cause uma sensação desagradável (peça uma indicação do seu veterinário).
RESUMO:
> Leve seu cão ao veterinário para avaliar se ele está sofrendo de deficiências nutricionais. Suplementação alimentar ou alterações na dieta podem solucionar
o problema.
> Procure combater vermes ou doenças que possam ter sido contraídas por intermédio desse comportamento.
> Sempre que for possível, impeça seu cão de entrar em contato com fezes de outros animais.
> Procure aplicar punições despersonalizadas, como atirar algum objeto barulhento nas proximidades do cão quando ele estiver prestes a ingerir as fezes ou,
ainda, coloque nelas algu
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ma substância que impeça seu cão de ingeri-las.
COMER AS PRÓPRIAS FEZES
Este hábito é mais raro do que a ingestão de fazes de outros animais, e também mais difícil de ser eliminado. Embora o problema possa ter exatamente as mesmas
causas que provocam a ingestão de fezes de outros animais, como a deficiência nutritiva, esse comportamento pode ser provocado por imitação, recompensa ou ansiedade.
Você deve estar se perguntando como é que surge por imitação se ninguém em uma casa normal come fezes. Quando seu cão observa você limpando as fezes dele, ou seja,
removendo-as de onde ele defecou, ele pode tentar fazer a mesma coisa. Independentemente do que ele ache que você fez com as fezes, o cão só tem uma única maneira
de imitá-lo: para remover as fezes do local ele precisa comê-las.
Vamos explicar agora de que forma você pode ter, inconscientemente, ensinado seu cão a comer fezes. Se você chegar em casa e encontrar fezes no meio da sala,
certamente você ficará chateado ou bravo com seu cão. Algumas vezes, ele pode resolver comer as fezes, e, para surpresa dele, quando você chega em casa, não avistando
as fezes, faz festa e se mostra contente. O seu cão pode vir a fazer a seguinte relação: - Meu
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dono fica contente quando eu como as fezes e fica bravo ou chateado quando não faço isso. - E passa a ingeri-Ias com mais freqüência.
A terceira possível causa desse comportamento é a ansiedade. Cães que adquirem esse hábito geralmente são animais que ficam grande parte do dia sozinhos ou
confinados em canis. A falta de exercício e companhia tem muita influência sobre esse tipo de comportamento.
AS SOLUÇÕES PARA ESSE PROBLEMA
A primeira providência a ser tomada é consultar um veterinário para que ele possa avaliar se o problema é fisiológico ou comportamental.
Alimentos com maior teor de proteína ou substâncias específicas adicionadas às fezes que tornem a ingestão delas desagradável podem ser a solução para o problema.
Colocar vinagre ou algum outro produto atóxico diretamente sobre as fezes também pode contribuir para fazer rarear esse comportamento.
Procure não recolher as fezes na frente dele e, para evitar que ele as coma nesse intervalo, jogue sobre elas algum produto de sabor desagradável. Assim que
seu cão sair do local, recolha-as sem que ele possa observá-lo.
Leve o cão ao local em que deva defecar algumas vezes por dia e não se esqueça de agradá-lo e elogiá-lo por evacuar no local correto. Assim, fica muito mais
fácil de controlar esse comportamento, pois você estará no local no momento em que o cão defecar. Se você simplesmente puni-lo por defecar nos lugares im-
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próprios, seu cão pode achar que o problema é defecar na sua presença, e aí se tornará cada vez mais difícil resolver o problema, porque ele evitará defecar quando
você estiver presente, e, quando você estiver fora, nada poderá fazer para impedi-lo de comer as fezes.
RESUMO:
> Consulte seu veterinário e verifique se a causa do problema não é nutricional.
> Procure aumentar o teor de proteína na dieta ou adicione algum produto na ração que modifique a composição das fezes e desestimule o cão a ingeri-las.
> Não recolha as fezes na presença do seu cão, coloque vinagre ou alguma outra substância para impedi-lo de comê-las até que você possa removê-las.
> Leve seu cão para defecar e elogie-o quando ele o estiver fazendo. Assim ficará muito mais fácil o controle do problema.
> Evite dar broncas em seu cão quando ele estiver defecando para que ele não comece a fazê-lo às escondidas, o que dificultará o controle do comportamento.
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PROBLEMAS COM O CÃO NA HORA DO PASSEIO
Neste capítulo você vai aprender:
> Os motivos que levam seu cão a puxar a guia.
> Como neutralizar ou eliminar esses motivos.
> Como ensiná-la a não tracionar a guia e a prestar mais atenção em você.
> Como evitar que seu cão seja atropelado.
> A ensiná-la a não atravessar a rua sem ter recebido o comando.
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PUXAR A GUIA
Se seu cachorro estiver levando você para passear, e você não for um esquimó, os conceitos e dicas descritos aqui serão muito úteis.
É importante ensinar seu cão a andar sem puxar a guia para o seu bem e para o bem dele. O passeio fica mais confortável e aumentam as chances das outras pessoas
da casa quererem passear com ele.
HÁ MOTIVOS PARA SEU CÃO PUXÁ-LO, PELO MENOS ELE ACHA QUE SIM
O seu cachorro pode estar puxando a guia pelos seguintes motivos (ou por uma combinação deles):
> Ele quer a liderança.
> Julga que pode atrasá-lo ou adiantá-lo se puxar fortemente a coleira.
> Acha que faz parte do passeio ser puxado pelo pescoço.
> Quer fazer um exercício extra, pois ele tem muita energia.
O treinamento consiste em simplesmente retirar essas recompensas e mostrar a seu cachorro que puxar a coleira não deve fazer parte do passeio.
Cães que têm muita energia dificultam um pouco o treinamento, portanto, se você tiver condições de dar uma corrida ou liberar o estresse e a ansiedade de
seu cão, antes de começar o treinamento, isso tornará as coisas bem mais fáceis.
Neste capítulo estão descritas as técnicas de andar com seu cachorro e não o comando junto, cuja explicação está em Técnicas de Adestramento. O objetivo aqui
é ensinar o seu cachorro a não puxá-lo durante o passeio.
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A IMPORTÂNCIA DO EQUIPAMENTO CORRETO
O equipamento adequado para este treino é uma guia comprida, resistente, mas sutil (tão leve e simples quanto possível) e um enforcador confortável e leve
(leia sobre o assunto em Equipamentos). O enforcador auxiliará no treinamento e não machucará seu cachorro se for utilizado corretamente.
A importância do equipamento correto não é simplesmente garantir o conforto de seu animal, mas também sua segurança, e tem a finalidade de facilitar o adestramento.
A coleira leve e silenciosa não é percebida pelo seu cão, a não ser que ele mesmo a tracione. Qual é a grande vantagem disto? Futuramente seu cachorro irá respeitá-lo
com ou sem a coleira e, mesmo que ela escape de sua mão ou arrebente, seu cachorro não sairá correndo e, provavelmente, nem perceberá que você perdeu o controle
sobre ele.
Para deixar mais claro, vou explicar uma das técnicas que utilizo para cães que perseguem !}atos. Amarro uma corda leve e silenciosa na coleira do cachorro
e provoco a situação (coloco um gato nas proximidades), o cachorro sai correndo e leva um tranco da corda, o que o pega de surpresa. Na segunda ou terceira vez,
mesmo sem a corda, o cão não persegue mais o gato, pois passa a acreditar que o ato de perseguir o gato
241
que lhe dá um tranco. Se ele relacionasse o tranco com a corda, assim que eu desamarrasse a corda o cachorro sairia correndo atrás do gato. Portanto, o exercício
só faz sentido se for uma corda levíssima e silenciosa.
O TREINAMENTO PROPRIAMENTE DITO
Coloque a guia e o enforcador no seu cachorro e saia para passear. Cada vez que seu cachorro puxar, pare. Simplesmente pare. O cachorro irá tentar puxá-lo,
mas fique firme; como ele está usando o enforcador, começará a se enforcar até desistir; assim que ele afrouxar a corda, volte a andar. Você acabou de mostrar para
ele que puxar a coleira leva ao fracasso; antes, ele imaginava que só chegava em algum lugar porque puxava a guia; agora, quando puxa a guia, o passeio "trava".
Durante este treinamento é importante que você não dê trancos e nem broncas -simplesmente pare de andar. Quanto mais instantânea for a sua parada, melhor.
Uma outra técnica que deve ser associada com a primeira é mudar de direção completamente quando seu cachorro passar à sua frente, ou seja, toda vez que o
cão passar à sua frente, você dará meia-volta e sairá andando na direção oposta. O cachorro tomará um tranco e, surpreso, verá que você está seguindo na direção
contrária à dele. Surpreenda-o várias vezes, e logo seu cão estará prestando bastante atenção em você e evitando adiantar-se muito. Se seu cão parar para cheirar
algo, continue andando, não pare. Deixe que a coleira dê um tranco naturalmente. A única maneira que seu cachorro encontrará para evitar trancos será prestar atenção
em você. Guias muito curtas impossibilitam surpreender o cão, por isso procure utilizar as que tenham pelo menos 2 metros para praticar este exercício.
Lembre-se de que sempre que você estiver andando, a guia deve estar frouxa, de tal maneira que seu cachorro nem ao menos possa senti-la. Andar com a guia
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tensa é uma das melhores formas de ensinar o seu cachorro a puxá-la, e não é o que você deseja. Evite falar e dar trancos, assim, a única maneira de o cachorro saber
exatamente onde você está é olhando para você.
OUTROS EQUIPAMENTOS QUE AUXILIAM O ADESTRAMENTO
Existem alguns equipamentos que auxiliam bastante a solução desse problema. São equipamentos que procuram punir o cão sempre que ele tracionar a guia, mas
de forma mais clara para ele, sem enforcá-lo, ou seja, dispensando o enforcador. Mesmo com este equipamento, é importante utilizar as técnicas aqui descritas.
ASSIM SEU CÃO ENTENDERÁ QUE NÃO ADIANTA PUXAR!
Com esses simples procedimentos eliminamos todos os motivos para seu cachorro querer puxar a guia. Para começar, ele aprenderá que não faz parte do passeio
andar com a guia esticada e que não adianta querer liderá-lo andando na sua frente, pois sempre que ele faz isto você muda de direção e ele fica para trás e, ainda,
leva um tranco no pescoço. E se a intenção do cão, tracionando a guia, era chegar mais rápido em algum lugar, ele terá uma surpresa: ela trava.
Utilizando essas técnicas, seu cachorro aprenderá rapidamente a não puxar a guia e prestará mais atenção
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em você, o que é fundamental para o treino.
Atenção: Enforcadores com espinhos ou ferros pontudos virados para dentro só devem ser utilizados em casos extremos. Por exemplo, se a sua avó de 90 anos
tiver a intenção de passear com um Dog Alemão rebelde.
RESUMO:
> Utilize uma guia e um enforcador leves, silenciosos, mas resistentes.
> Não ande na direção que seu cachorro estiver tracionando. Limite-se a parar ou mude de direção energicamente.
> Durante a caminhada, mude de direção de repente, se o cão não estiver prestando atenção em você, naturalmente levará um tranco.
> Alguns equipamentos, como Halti e Gentle Lead, facilitam a correção desse comportamento.
> Nunca ande com a guia tensa.
CORRER PARA A RUA (E O PERIGO DE SER ATROPELADO)
Ensinar um cão a não atravessar a rua é algo muito simples e fácil de ser ensinado, e pode evitar sérios acidentes. Normalmente, os, cães preferem ficar nas
calçadas, que estão impregnadas com cheiros muito mais interessantes, do que no meio da rua, ou seja, é necessário ensiná-los a não mudar de calçada.
É preciso ser coerente em suas atitudes para que
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seu cão nunca atravesse a rua sozinho. Além de ensiná-lo, é importante nunca deixá-lo atravessar a rua sozinho.
Comece ensinando-o na guia, chegue perto da calçada, brinque com ele e vá para a rua. Ele naturalmente o seguirá. Com o auxílio da guia, impeça imediatamente
que ele pise na rua e diga Não!, seriamente. Repita algumas vezes o exercício até que ele se recuse a ir para rua, aí volte imediatamente, elogiando-o e agradando-o.
Atenção: Não o chame quando você já estiver na rua para poder puni-lo. Você nunca pode punir seu cão por obedecê-lo. Apenas induza-o, não o chame!
Assim que ele entender que não deve ir para a rua, jogue algum brinquedo na rua e surpreenda-o com um tranco na guia, que deve ser praticamente imperceptível
para ele, assim que tocar com a pata no asfalto. Jogue a bolinha mais algumas vezes e elogie-o quando ele se recusar a ir para a rua.
Ao ensiná-lo a não ir para a rua, é necessário mostrar que seu cão pode andar e correr atrás da bolinha na calçada, portanto intercale o exercício mostrando
que ele não pode ir para a rua mas que é permitido andar e brincar na calçada.
Assim que seu cão entender que não pode atra-
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vessar a rua, ensine-o a atravessar somente sob comando. Diga Não!, dê um tranco na guia impedindo que ele toque a rua com as patas tentando atravessar a rua sem
autorização e, finalmente, permita que ele a atravesse com você e sob comando.
Para deixar ainda mais claro para o cão quando ele pode atravessar a rua, eu seguro diretamente no enforcador, além de dar o comando. Costumo deixar o cão
atravessar a rua somente quando consigo ter o domínio total sobre ele, excluindo qualquer chance de atropelamento.
É importante treiná-lo em diferentes locais e em diferentes tipos de calçada, para que ele entenda perfeitamente o que se espera dele.
RESUMO
> Com o auxílio de uma guia, ande em direção à rua e impeça-o de pisar nela dizendo seriamente Não! Repita a operação algumas vezes, até que ele se recuse
a ir para a rua.
> Recompense-o com atenção, brincadeiras ou petiscos sempre que você induzi-lo a ir para a rua e ele se recusar.
> Utilize brinquedos para estimular seu cão a ir para a rua e, com uma guia leve e silenciosa, não permita que ele o faça, até que comece a se recusar a ir
para rua sob qualquer estímulo.
> Após tê-lo ensinado a evitar a rua sob qualquer hipótese, comece a ensiná-lo a atravessar a rua somente sob seu comando e próximo a você.
>
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PARTE FINAL:
CURIOSIDADES
COMPORTAMENTOS
POR QUE O CÃO CHEIRA O RABO DOS OUTROS?
Porque nessa região há vários odores que fornecem muitas informações aos demais cães. Próximo ao ânus está uma glândula de cheiro que identifica cada animal,
como uma espécie de impressão digital para nós. Além dessa glândula, os ancestrais dos cães domésticos podiam identificar o líder da matilha pelo cheiro do ânus,
pois descobriam se ele estava comendo com freqüência (defecando freqüentemente) e se estava comendo a melhor parte da caça (partes mais nobres da caça são ingeridas
pelos líderes, e essas partes possuem cheiro diferenciado depois de digeridas e excretadas).
Um cão que quer se impor, levanta o rabo como se tivesse orgulho do cheiro do seu ânus, enquanto um animal submisso o esconde com a cauda como se estivesse
dizendo que não faz questão de se impor e que também não tem orgulho do seu cheiro nem do alimento que vem ingerindo ultimamente.
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MITOS
CÃES SÃO RACISTAS?
Não. Eles podem se tornar racistas por traumas, mas geralmente o que ocorre é uma falta de socialização primária com etnias diferentes. Para um cão criado
com negros desde pequeno, um homem branco pode ser considerado um ser estranho e perigoso, o inverso acontecendo com cães que são criados somente com brancos. Nós
humanos também possuímos cheiro, forma e cor diferentes, e é importante socializarmos nossos cães, enquanto ainda são filhotes, com as diversas etnias humanas.
O CÃO PRECISA APRENDER A ATACAR PARA NÃO ATACAR?
Não. Não é necessário e nem recomendado estimular ou permitir a agressividade em um cão que não será destinado à guarda ou à caça. Muitas pessoas ensinam
seu cachorro a atacar, mesmo quando estão apenas querendo ter um animal para companhia. Se este for o seu caso, não faça isto.
CÃES PREFEREM FICAR APERTADOS DENTRO DE CASA (COM AS PESSOAS) OU LIVRES NO QUINTAL (SOZINHOS)?
Por mais estranho que possa parecer, a grande maioria dos cães prefere ficar com os "companheiros de matilha", independente da condição em que estiverem.
Cães são animais que dependem de com
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panhia, portanto não ache que só porque seu quintal é grande você pode abandonar seu cão lá. Um cão será muito mais feliz se puder morar junto dos outros membros
da matilha, mesmo que isto envolva um espaço reduzido na maior parte do tempo. Apesar de os cães preferirem viver num espaço reduzido com sua "matilha" do que abandonados,
para serem saudáveis, eles necessitam passear e se exercitar.
DEIXAR O CÃO PRESO É UMA BOA MANEIRA DE "FABRICARMOS" UM CÃO-DE-GUARDA?
Não. Um cão-de-guarda deve ser corajoso e atacar para proteção sob comando. Um cão preso a uma corrente fica agressivo e neurótico, pois a única maneira que
ele tem de se proteger de potenciais perigos é atacando, já que está exposto e sem possibilidade de sair do local. Cães que crescem nessas condições desenvolvem
temperamentos instáveis e perigosos. Socializar e evitar traumas é sempre a melhor saída para obtermos um cão emocionalmente equilibrado e que responda bem ao treinamento,
incluindo o treinamento de ataque.
É PRECISO REPETIR VÁRIAS VEZES ALGO PARA QUE O CÃO APRENDA?
Nem sempre. Cães podem aprender instantaneamente. Imagine quantas chances teria um lobo para aprender que não se deve lutar contra ursos sozinho? A repetição
no condicionamento é fundamental apenas para fixar o aprendizado e para ajudar seu cão a identificar exatamente o comportamento desejado e o não desejado.
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CAPACIDADES
INTELIGÊNCIA DOS CÃES
Cães são animais inteligentes que possuem habilidade de resolver problemas mentalmente, podendo analisar situações e imaginar meios de manipulá-las ou controlá-las.
Infelizmente, grande parte das pessoas acredita que os cães reagem a estímulos externos como se fossem robôs, e os tratam de acordo com essa idéia. Essas pessoas
são facilmente manipuladas pelos próprios cães, pois não desenvolvem a capacidade de imaginar o que seu animal pode estar pensando.
Para se tornar um bom adestrador de animais, é necessário que você consiga sintonizar-se com a inteligência do animal que está adestrando, só assim conseguirá
imaginar as dúvidas e os problemas de aprendizagem que seu aluno poderá vir a ter. É importante observar todas as relações que seu cão é capaz de fazer e utilizá-las
para melhorar o convívio entre vocês.
A inteligência dos cães varia muito conforme a raça. Vários estudos procuram identificar quais são as raças mais inteligentes e quais as menos inteligentes,
mas esses estudos devem ser analisados detalhadamente, já que a inteligência possui diversas facetas e, dependendo do teste aplicado, uma ou outra raça será beneficiada
pelos resultados.
Algumas raças têm maior facilidade para lidar com determinadas coisas e maior dificuldade para outras, por isso é impossível julgá-las sem definir os parâmetros
específicos que estão sendo analisados.
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ÓRGÃOS SENSORIAIS
Poucas são as espécies que variam tanto em forma, tamanho e aptidões como a dos cães. Devido a essa grande diversidade, torna-se difícil a comparação dos
órgãos sensoriais entre cães e humanos. Uma comparação mais detalhada deve levar em conta cada raça, já que existem grandes diferenças entre elas.
VISÃO
Comumente se diz que a visão dos cães é inferior à dos humanos, mas isto não é verdade, a visão dos cães apresenta algumas características melhores que a
nossa e outras, piores.
A visão dos cães é muito mais sensível à luz e ao movimento que a nossa, portanto eles têm maior facilidade de localizar algo que está se movendo, principalmente
se estiver escuro para os padrões da visão humana.
Por outro lado, a visão dos cães possui uma resolução bem inferior à nossa, com menos capacidade de focar a imagem, e eles enxergam menos cores do que nós.
Cães enxergam em azul, amarelo e cinza e não conseguem diferenciar as cores verde, amarelo, laranja e vermelho.
Portanto, não se iluda em pensar que uma ração vermelha possa interessar mais o cão do que uma ração verde ou, ainda, que sangue ou um pano vermelho possam
desencadear alguma reação específica no cão devido à cor.
Se você quiser ensinar seu cão a buscar objetos atirados no gramado, opte por objetos azuis, já que objetos amarelos, laranja ou vermelhos serão mais difíceis
do cão identificar contra um fundo verde (grama).
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OLFATO
Os cães são capazes de diferenciar e identificar odores que nós nem percebemos. Os cães conseguem identificar e seguir os rastros de cheiro de pessoas passados
vários dias. Devido a essa tremenda capacidade, os cães são utilizados para detectar drogas, perseguir ladrões pelo mato, seguir trilhas deixadas por animais e outras
finalidades semelhantes.
Os cachorros possuem cerca de 200 milhões de receptores para odores, enquanto os humanos possuem somente cerca de 5 milhões, ou seja, 40 vezes menos do que
os cães.
AUDIÇÃO
A audição dos cães também é extremamente desenvolvida. Eles são capazes, com o auxílio de suas orelhas direcionáveis, de localizar com precisão a direção
da origem do som em apenas 6 centésimos de segundo, e conseguem ouvir o mesmo som a uma distância quatro vezes maior do que somos capazes. Por exemplo, um comando
que uma pessoa é capaz de ouvir a apenas 2 metros de distância, um cão ouve a 8 metros.
Além de mais sensível, a audição dos cães capta sons aquém e além da freqüência que temos capacidade de ouvir, o que nos permite utilizar apitos ultra-sônicos
para nos comunicarmos com os cães. Os humanos ouvem freqüências entre 16 e 20.000 Hz, enquanto o cão pode ouvir entre 10 e 40.000 Hz.
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INTERAÇÕES ESPECIAIS COM HUMANOS
CÃES PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL
Cães podem ser treinados para guiar pessoas cegas, funcionando praticamente como olhos para o proprietário. Em grande parte dos países, a entrada desses cães
é permitida em qualquer espaço público, como bancos, restaurantes, ônibus, etc. Eles, além de guiarem a pessoa por calçadas, escadas, etc., desviam de obstáculos
no caminho, inclusive de obstáculos altos que poderiam bater na cabeça do condutor. São capazes, também, de ignorar qualquer distração enquanto estão "trabalhando".
As raças mais empregadas nesse serviço são as dos cães Labradores, Pastores Alemães e Golden Retrievers, pois são cães inteligentes, obedientes e possuem
um tamanho adequado.
CÃES PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Existem instituições que treinam cães para ajudar pessoas com deficiência auditiva. Esses cães alertam seus donos para uma variedade de sons. Eles vão até
a pessoa e voltam para a fonte sonora diversas vezes, até a pessoa identificá-la. São cães treinados para avisar seu proprietário quando toca o telefone, quando
alguém bate à porta, quando dispara o alarme contra incêndio, se um bebê estiver chorando, etc.
CÃES PARA PARAPLÉGICOS
Cães treinados para auxiliar paraplégicos ajudam o proprietário a se locomover, puxando a cadeira de rodas, ajudam-no a pegar objetos ou os trazem para o
dono, acendem e apagam as luzes e ajudam a carregar outros materiais.
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BIBLIOGRAFIA
PRAYOR, Karen. Don't shoot the dog!. New York : Bantam, 1985.
KILCOMMONS, Brian. Good owners, great dogs. New York : Warner, 1992.
GYGAS, Theo. O cão em nossa casa. São Paulo : Discubra, 1976.
GIACOBINI, Philippe. Guia do seu cão. São Paulo: Abril, 1990.
MARSHALL THOMAS, Elizabeth. A vida oculta dos cães. Rio de Janeiro : Ediouro, 1995.
SANTOS, Renato. Adestramento de cães. São Paulo :Nobel, 1980.
DELANO CONDAX, Kate. 101 Training tips for your dog. New York : Bantam, 1994.
FOGLE, Bruce. Complete dog training manual. New York : Dorling Kindersley, 1994.
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